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PROF.A JOYCE FONTELES Trichomonas vaginalis Faculdade Maurício de Nassau Disciplina Parasitologia TRICHOMONAS CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA Reino: Protista Sub-reino: Protozoa Filo: Sarcomastigophora Classe: Zoomastigophorea Ordem: Trichomonadida Família: Trichomonadidae Gênero: Trichomonas Espécie: Trichomonas vaginalis TRICHOMONAS VAGINALIS HISTÓRICO • 1836 – Donné isolou a espécie T. vaginalis de uma mulher com vaginite • 1894 – Marchand observou o protozoário em um homem apresentando uretrite. Quatro espécies encontradas no homem: Trichomonas tenax – cavidade oral Trichomonas hominis – trato intestinal Trichomonas vaginalis – região inferior do trato geniturinário Trichomonas fecalis TRICHOMONAS VAGINALIS – MORFOLOGIA Alongada, ovoide ou piriforme Possui quatro flagelos anteriores desiguais. Membrana ondulante que se adere ao corpo Axóstilo – estrutura rígida formada por microtúbulos. Núcleo elipsoide, próximo à extremidade anterior. TROFOZOÍTO TRICHOMONAS VAGINALIS TROFOZOÍTO Enzima piruvato-ferrodoxina oxirredutase TRICHOMONAS VAGINALIS Ciclo biológico TRICHOMONAS VAGINALIS Período de incubação: 3 a 20 dias • T. vaginalis habita o trato genitourinário do homem e da mulher • Não ocorre a formação de cistos (pseudocistos) • Multiplicação por divisão binária longitudinal TRICHOMONAS VAGINALIS Patogenia TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Fatores de virulência: 1. Adesinas e integrinas - AP23, AP33, AP51 e AP65. (P270) 2. Cisteína-proteases – citotóxicas e hemolíticas, degradam anticorpos presentes na vagina 3. Cell-detaching factor (CDF) e glicosidases – altamente tóxicas TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Mecanismos de patogenicidade 1. Aumento do pH para estabelecimento de T. vaginalis na vagina 2. Contato entre T. vaginalis e leucócitos – formação de pseudópodes 3. Internalização e degradação das células imunes nos vacúolos fagocíticos do parasito. TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Fatores de virulência: 1. Hemólise Causadas pela liberação de perforinas que criam poros nas hemácias Eritrofagocitose TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Fatores de virulência: 1. Ferro Regula a expressão de cisteína-proteinases (degradam a proteína C3 do complemento). Auto revestimento de proteínas plasmáticas do hospedeiro. TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Problemas relacionados com a gravidez: 1. Ruptura prematura de membrana, 2. Parto prematuro, 3. Baixo peso ao nascer, 4. Endometrite pós-parto, 5. Morte neonatal. TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Problemas relacionados com a fertilidade: 1. Risco de infertilidade é duas vezes maior em mulheres com história de tricomoníase. 2. Causa resposta inflamatória que destrói a estrutura tubária. 3. Danifica as células ciliadas da mucosa tubária inibindo a passagem de espermatozoides e óvulos. TRICHOMONAS VAGINALIS PATOGENIA Transmissão do HIV: 1. T. vaginalis apresenta papel crítico na amplificação da transmissão do HIV 2. Causa resposta inflamatória que induz infiltração de leucócitos, incluindo células-alvo do HIV 3. Causa pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso direto do vírus à corrente sanguínea. TRICHOMONAS VAGINALIS IMUNIDADE Imunidade inata Epitélio vaginal – barreira física, pH 4,5, substâncias antimicrobianas. Processo inflamatório na vagina. Imunidade humoral – anticorpos específicos diminuem após a erradicação das infecções Imunidade não permanente. TRICHOMONAS VAGINALIS Sintomatologia TRICHOMONAS VAGINALIS • Tricomonose – doença infecciosa do trato urogenital. • Formas assintomáticas até graves vaginites • Mulheres: corrimento espumoso e purulento, amarelo-esverdeado, prurido e odor, dor nas relações sexuais, dor ao urinar. • Homens: geralmente assintomático. Sintomáticos: uretrite purulenta. TRICHOMONAS VAGINALIS Tricomonose feminina Tricomonose masculina TRICHOMONAS VAGINALIS Tricomonose feminina TRICHOMONAS VAGINALIS Epidemiologia e transmissão TRICHOMONAS VAGINALIS TRANSMISSÃO • Ocorre através da relação sexual • Transmissão não-sexual: fômites • Sobrevive por mais de 1 semana sob o prepúcio do homem sadio após a relação com mulher infectada. • Sobrevive por mais de 3 horas na urina coletada e 6 horas no sêmen ejaculado. • Tricomoníase neonatal – adquirida durante o parto. TRICHOMONAS VAGINALIS • A tricomoníase é a doença sexualmente transmissível (DST) não- viral mais comum no mundo. • OMS – 170 milhões de casos no mundo anualmente (15 e 49 anos) • Ocorre principalmente em mulheres • Incidência da infecção depende de vários fatores como: Idade, atividade sexual, número de parceiros sexuais, outras DSTs, condições socioeconômicas... TRICHOMONAS VAGINALIS Diagnóstico laboratorial TRICHOMONAS VAGINALIS • Não deve ser baseado apenas na apresentação clínica: Infecção pode ser confundida com outras DSTs Apenas 20% das mulheres apresentam corrimento espumoso • Investigação laboratorial- essencial para o diagnóstico da tricomoníase !! TRICHOMONAS VAGINALIS Colheita das amostras: • Homens : • Pela manhã, sem terem urinado e sem terem tomado medicamento tricomonicida há 15 dias. • Amostras: • Material uretral – swab de algodão ou alça de platina • Sêmen – recipiente limpo e estéril • Urina – examinar sedimento centrifugado dos primeiros 20mL da urina. TRICHOMONAS VAGINALIS Colheita das amostras: • Mulheres: • Não deverão realizar a higiene vaginal durante um período de 18 a 24 horas anterior à colheita. • Não devem ter feito uso de medicamentos tricomonicidas tanto vaginais quanto orais há 15 dias. • Amostras: • Material coletado na vagina com swab de algodão TRICHOMONAS VAGINALIS Preservação das amostras: • T. vaginalis é sensível à desidratação • Deve-se realizar preparações a fresco imediatamente após a colheita ou inocular em meios de cultura • Preservar em meios líquidos ou meios de transporte: • Solução salina isotônica glicosada (37˚C) – viabilidade por várias horas. • Meios de transporte Stuart e Amies - viabilidade por 24 horas. TRICHOMONAS VAGINALIS Exame microscópico: • Exame direto a fresco • Preparações fixadas e coradas: Giemsa, Leishman, ácido periódico de Schiff. • Cultivo: • Johnson & Trussell, Johnson & Sprince e Diamond. TRICHOMONAS VAGINALIS Exame microscópico: Trofozoíto corado com Giemsa Exame a fresco de conteúdo vaginal visibilizando T. vaginalis TRICHOMONAS VAGINALIS Exame microscópico: TRICHOMONAS VAGINALIS Cultura In pouch TV Técnicas moleculares: PCR das regiões ribossomais TRICHOMONAS VAGINALIS TRATAMENTOMetronidazol 2 g VO (dose única); Tinidazol 2 g VO (dose única). Secnidazol 2 g VO; PROFILAXIA Prática do sexo seguro, uso de preservativos, abstinência de contatos sexuais com pessoas infectadas. Obrigada!!
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