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Introdução à Economia

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Unidade de Educação a Distância 
 
 
 
 
 
ECONOMIA 
 
 
 
Autora: Joseane de Souza Fernandes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte / 2013
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA 
 
 
REITOR 
JOAO PAULO BARROS BELDI 
 
VICE-REITORA 
JULIANA SALVADOR FERREIRA DE MELLO 
 
COORDENAÇÃO GERAL 
SINARA BADARO LEROY 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL 
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA 
 
EQUIPE DE WEB DESIGNER 
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR 
FILIPE AFONSO CALICCHIO SOUZA 
GABRIELA SANTOS DA PENHA 
LUCIANA REGINA VIEIRA 
 
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA 
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO 
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO 
 
AUXILIAR PEDAGÓGICO 
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA 
PRISCILA ANTAO DE SANTANA 
 
REVISORA DE TEXTO 
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO 
 
SECRETARIA 
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES 
 
MONITORIA 
ELZA MARIA GOMES 
 
AUXILIAR ADMINISTRATIVO 
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA 
THAYMON VASCONCELOS SOARES 
 
 
AUXILIAR DE TUTORIA 
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS 
MIRIA NERES PEREIRA 
VANESSA OLIVEIRA BARBOSA 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
 
 
Sumário 
 
Unidade 1: Introdução à Teoria Microeconômica 5 
Unidade 2: Noções de Macroeconomia 32 
Unidade 3: Noções de Economia Internacional 60 
Unidade 4: Economia Brasileira 76 
Unidade 5: Economia Brasileira: População, Emprego e Distribuição de Renda 101 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 
 
Ícones 
 
Comentários 
 
Reflexão 
 
Dica 
 
Lembrete 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 5 | P á g i n a 
 
 
Unidade 1: Introdução à Teoria Microeconômica 
 
1. Conteúdo Didático 
 
 
Caro aluno, vamos dar início à disciplina de Economia, enfatizando a análise microeconômica. 
 
Começaremos pelas questões econômicas fundamentais: o que produzir? Como produzir? Quanto 
produzir? Para quem produzir? Algumas dessas perguntas são respondidas através da Curva de 
Possibilidade de Produção, objeto de estudo do nosso primeiro tópico. Está animado para começar? 
Já, já iremos compartilhar conhecimentos, aguarde!!! 
 
Em seguida, iremos analisar as leis fundamentais da economia – Lei da OFERTA e Lei da 
PROCURA – a determinação do equilíbrio de mercado; os vários tipos de mercados definidos pela 
teoria econômica; as elasticidades-preço da oferta e da procura e a elasticidade-renda da procura e 
suas aplicações para resolver alguns problemas no nosso dia a dia. 
 
1.1. Os recursos econômicos e o processo de produção: os fatores de 
produção e a curva de possibilidade de produção 
 
As questões principais que são respondidas através do estudo da curva de possibilidade de produção 
são: o que produzir? Quanto produzir? Devemos ter sempre em mente que os recursos econômicos 
são escassos diante das necessidades humanas. Em outras palavras, com uma quantidade fixa de 
recursos, os produtores devem produzir bens e serviços que satisfaçam essas necessidades, 
consideradas ilimitadas. 
 
Por que as necessidades humanas são ilimitadas? Devemos lembrar que algumas necessidades são 
básicas, tais como: alimentação, moradia e vestuário. Não significa que sejam fixas ao longo do 
tempo! Aliás, a economia considera as necessidades humanas ilimitadas, pois, a partir do momento 
em que o indivíduo consegue satisfazer suas necessidades básicas, outras necessidades vão se 
apresentando a ele, às vezes impostas pelo mercado, às vezes determinadas por questões pessoais, 
culturais, religiosas, sociais, dentre outras. 
 
É muito fácil perceber isso... Há alguns anos, quando a vida na grande cidade era menos violenta, a 
maioria dos indivíduos preferia morar em casas e não tinham a preocupação de manter portas 
trancadas. Atualmente, as pessoas que residem em grandes cidades preferem morar em 
apartamentos, cercados de vários equipamentos de segurança, como alarmes, cercas elétricas, 
porteiros 24 horas, etc. 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 6 | P á g i n a 
 
 
A questão central é que as necessidades – básicas ou não - devem ser 
atendidas e isso implica, necessariamente, a produção de bens e serviços. 
 
Em todo processo produtivo, sempre são utilizados os mesmos fatores de produção: terra, capital e 
trabalho. Note que combinações diferenciadas dos fatores de produção resultam em produtos 
também diferenciados! É aí que surge a primeira questão: Qual produto produzir, sabendo-se que 
devemos usar sempre os mesmos fatores de produção? Em outras palavras, quais as necessidades 
humanas que serão atendidas em um determinado momento? 
 
Por mera questão didática, antes de avançarmos nessa discussão, vamos melhor compreender os 
fatores de produção. 
 
1.1.1. Fatores de produção 
 
Fatores de produção são recursos utilizados em um processo produtivo. Em geral são divididos em 
três tipos: Terra, Capital e Trabalho. 
 
1.1.1.1. Terra 
 
O termo ‘Terra’, quando utilizado para se referir a um fator de produção, tem um significado bastante 
abrangente. Envolve não somente a terra, propriamente dita, como também todo o solo agriculturável 
e não-agriculturável, urbano e rural, bem como todas as riquezas naturais existentes acima e abaixo 
do solo. 
 
Uma jazida mineral (ouro, carvão, diamante, etc); madeiras; espécimes animais e vegetais são 
exemplos para esse fator de produção. 
 
Como esse conceito é bastante amplo, usualmente a Economia distingue a terra (solo) dos demais 
elementos naturais. Nos processos produtivos os recursos naturais (animais, vegetais e minerais) são 
denominados ‘matérias primas’. 
 
1.1.1.2. Capital 
 
O termo capital é utilizado tanto para se referir ao capital monetário, aquele que financia a atividade 
produtiva, quanto ao capital fixo, ou seja, às máquinas e equipamentos utilizados nos processos 
produtivos. 
 
 
 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 7 | P á g i n a 
 
 
 
1.1.1.3. Trabalho 
 
O último fator de produção é o trabalho, termo que se refere ao esforço humano – físico e/ou mental – 
despendido ao longo do processo produtivo. 
 
Retomando a discussão central: se todo processo produtivo envolve a combinação dos fatores de 
produção e se os fatores de produção são escassos: Quais necessidades humanas devem ser 
atendidas em primeiro lugar? Qual(is) produto(s) produzir? Qual quantidade deve ser produzida de 
cada bem ou serviço?1.2. A curva de Possibilidade de Produção 
 
Para responderem a essas questões, os economistas utilizam uma importante ferramenta: a curva de 
possibilidades de produção, também conhecida como fronteira de possibilidades de produção. 
 
Essa curva ilustra, justamente, o problema da escassez: como não existem recursos para 
produzirmos tudo, ao mesmo tempo, necessariamente temos que sacrificar a produção de alguns 
bens e serviços em detrimento de outros considerados mais necessários, mediante as necessidades 
humanas, em determinado período de tempo. 
 
Para a confecção da curva de possibilidade de produção, são admitidos os seguintes pressupostos: 
(1) O estoque de capital fixo da empresa é considerado constante, durante determinado período 
de tempo (curto prazo). Em outras palavras, por pressuposto a empresa não realiza 
investimentos para aumentar sua capacidade produtiva, no curto prazo. É apenas um 
pressuposto, não uma proibição!!! É claro que a empresa pode realizar investimentos de 
forma a aumentar sua capacidade produtiva, e isso tem reflexos na posição da curva de 
possibilidades de produção. No entanto, a economia considera que quando a empresa chega 
a realizar investimentos produtivos e altera, de fato, a sua capacidade produtiva, essa 
empresa se encontra no longo prazo. 
(2) A empresa não realiza investimentos em inovação tecnológica, no curto prazo. Analogamente 
não é uma proibição, apenas um pressuposto. Os investimentos em inovação tecnológica são 
admitidos apenas no longo prazo. 
(3) Por simplificação, a empresa produz apenas dois bens quaisquer, como alimentos e 
vestuários; móveis e eletrodomésticos; milho e soja, dentre outros. 
(4) Qualquer ponto sobre a curva de possibilidade de produção corresponde a um ponto de pleno 
emprego dos fatores de produção, entendendo-se por pleno emprego uma situação na qual 
todos os fatores de produção estão sendo empregados, havendo apenas desemprego 
voluntário no mercado de trabalho. Desemprego voluntário representa uma situação na qual o 
trabalhador se recusa, voluntariamente, a trabalhar em função do nível relativamente baixo 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 8 | P á g i n a 
 
 
dos salários pagos no mercado. Em outras palavras, só não trabalha quem não quer 
trabalhar, porque acredita que o baixo salário não justifica o esforço físico e/ou mental 
exercido ao longo da atividade produtiva. 
 
Vamos imaginar uma economia que produza apenas 2 produtos: soja e milho. De acordo com as 
informações da TABELA 1, se a economia (que pode ser uma fazenda ou uma empresa) usar todos 
os fatores de produção para produzir apenas milho, a produção de milho correspondente ao nível de 
pleno emprego dos fatores de produção, será igual a 8.000 Kg e nenhuma quantidade de soja seria 
produzida. Na medida em que for necessário aumentar a produção de soja, a quantidade produzida 
de milho necessariamente será reduzida, pois em uma situação de pleno emprego só é possível 
aumentar a produção de um bem ou serviço mediante a redução da produção do outro bem. Se a 
economia usar todos os seus recursos na produção de soja, serão produzidos 5.000 Kg de soja e 
nenhuma quantidade de milho. 
 
TABELA 1: Quantidades produzidas de soja e milho (em Kg) 
Ponto 
Soja 
(Kg) 
Milho 
(Kg) 
Custo de 
oportunidade 
A 0 8.000 - 
B 1.000 7.500 0,5 
C 2.000 6.500 1 
D 3.000 5.000 1,5 
E 4.000 3.000 2 
F 5.000 0 3 
Fonte: Passos e Nogami, (2001, p. 24) 
 
GRÁFICO 1: Curva de Possibilidade de Produção 
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
0 1000 2000 3000 4000 5000
Produção de soja (Kg)
Pr
od
uç
ão
 d
e 
m
ilh
o 
(K
g)
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 9 | P á g i n a 
 
 
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da TABELA 1 
 
Já sabemos, então, que, para produzirmos quantidades adicionais de soja, devemos abrir mão de 
quantidades de milho. Para a teoria econômica, a produção sacrificada em função de outra é definida 
como custo de oportunidade. Voltando à TABELA 1, podemos verificar que, para produzirmos 1.000 
Kg de soja, devemos sacrificar 500 Kg de milho, determinando um custo de oportunidade de 0,5. Em 
outras palavras, entre os pontos A e B, para cada quilo de soja produzido devemos deixar de produzir 
0,5 Kg de milho. 
 
Observe que o custo de oportunidade é crescente. O que explica esse comportamento? Nesse caso, 
a produtividade da terra na produção do milho é menor em relação à produção da soja. 
Genericamente, “recursos utilizados em uma atividade podem não ter a mesma eficiência quando 
transferidos para outra atividade” (PASSOS e NOGAMI, 2001, p. 26). Em função do comportamento 
do custo de oportunidade, a fronteira de possibilidade de produção será sempre uma curva côncava 
em relação à origem. 
 
Até o presente momento consideramos apenas os pontos sobre a curva de possibilidade de 
produção, ou seja, os pontos de pleno emprego. No entanto, a economia pode estar operando em 
algum ponto abaixo da curva e desejar alcançar algum ponto acima dela. 
 
Se a economia estiver operando em algum ponto abaixo da curva, ela está em situações abaixo do 
pleno emprego (subemprego). Nesse caso, a economia pode aumentar a produção dos dois bens 
sem que nenhuma produção seja sacrificada, ou seja, sem incorrer em custo de oportunidade. 
 
Se desejar alcançar algum ponto acima da curva, deve realizar investimentos em inovações 
tecnológicas e/ou em aumento do estoque de capital fixo. Fazendo isso a curva se desloca para cima 
(para a direita), indicando que sua capacidade produtiva se elevou, deslocando o ponto de pleno 
emprego para cima. Em outras palavras, a economia poderá, após a realização desse investimento, 
produzir quantidades maiores dos dois bens. 
 
A decisão do que produzir e do quanto produzir depende, é claro, do mercado. Por isso vamos agora 
estudar o conceito de mercado, os vários tipos de mercados existentes e suas estruturas. Animado? 
Vamos continuar nosso estudo e qualquer dúvida entre em contato com seu professor através do 
ambiente virtual! 
 
1.3. Mercado: conceito, tipologias e estruturas 
 
Por mercado, a economia entende “um grupo de compradores e vendedores de um dado bem ou 
serviço” (MANKIW, 2001, p. 66); “um local ou contexto em que compradores (o lado da procura) e 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 10 | P á g i n a 
 
 
vendedores (o lado da oferta) de bens, serviços ou recursos estabelecem contato e realizam 
transações” (PASSOS e NOGAMI, 2001, p. 16). 
 A teoria econômica identifica 4 tipos básicos de mercado: concorrencial 
perfeito (ou de competição perfeita), monopolista, oligopolista e 
concorrência monopolística. 
 
Um mercado concorrencial perfeito se estrutura na existência de um grande número de empresas 
de pequeno porte e um grande número de compradores. Nesse mercado, os produtos são 
homogêneos (não há nenhum tipo de diferenciação de produto nem da qualidadedo produto); os 
agentes econômicos (empresas e consumidores) não têm nenhum poder de determinação do nível de 
preços desse mercado, sendo este determinado pela interação entre as forças de mercado, ou seja, 
pela oferta e pela procura. Os preços tendem 
a ser baixos (no limite, tendem a zero), o lucro 
das empresas é extremamente baixo e 
corresponde ao custo de oportunidade. É um 
mercado caracterizado pela perfeita mobilidade 
de fatores, ou seja, empresas podem entrar e 
sair do mercado, sem restrições ou barreiras, 
assim como os trabalhadores estão aptos a 
realizarem qualquer atividade produtiva em 
qualquer empresa ou setor desse mercado. 
 
No mundo atual, mercados em concorrência perfeita são praticamente inexistentes. Imagine uma feira 
livre na rua onde você mora! Os vendedores possuem barracas e vendem exatamente o mesmo 
produto em pequenas quantidades, não permitindo qualquer tipo de controle de preços. Os 
consumidores, por sua vez, demandam pequenas quantidades do produto, e, por esse motivo, não 
conseguem negociar preços. Todas as barracas tenderão a praticar o mesmo preço, sem qualquer 
tipo de combinação prévia. 
 
Um mercado monopolista se caracteriza pela existência de uma única grande empresa responsável 
pela produção de determinado produto. Nesse contexto, a empresa produtora tem total controle 
sobre o nível de preços e os consumidores se veem obrigados a pagar o preço determinado pela 
empresa monopolista, uma vez que não há concorrência. São mercados normalmente caracterizados 
pela existência de barreiras à entrada de novas empresas, impostas pelo alto valor dos investimentos 
necessários para garantir um mínimo de concorrência no mercado. 
Além disso, podem existir barreiras de natureza jurídica. 
No Brasil, temos vários exemplos de mercados monopolísticos: 
PETROBRÁS na extração e refino de petróleo; em Minas Gerais, a 
CEMIG na produção e distribuição de energia elétrica; na Região 
Fonte: Disponível em: < 
http://www.gustavodourado.com.br/feira1.jpg> Acesso em: 
29/10/2009 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 11 | P á g i n a 
 
 
Metropolitana de Belo Horizonte, a COPASA na captação, tratamento e distribuição de água; dentre 
outros. 
 
 Uma variação do mercado monopolista é o mercado 
monopsônico, caracterizado pela existência de um único 
comprador, que tem total poder de determinação do preço do 
produto a ser adquirido, pois se a empresa não vender toda a 
sua produção para esse comprador, não venderá para nenhum 
outro. Esse tipo de mercado é mais comum na indústria 
automobilística, onde uma pequena empresa produz uma peça 
para um modelo específico de automóvel, sendo monopsonista a 
montadora desse veículo. Como exemplo, podemos mencionar 
uma empresa que produza o volante específico do Idea, da FIAT 
Automóveis. Nesse caso, a FIAT Automóveis é uma empresa 
monopsonista. 
 
Um mercado oligopolístico se caracteriza pela existência de poucas grandes empresas 
responsáveis pela produção de um determinado bem ou serviço. Como são poucas e grandes, as 
empresas podem controlar o nível de preços, desde que estabeleçam acordos informais entre si. 
Também nesse caso os consumidores se vêem obrigados a pagar o preço determinado pelas 
empresas, uma vez que a concorrência existe, mas na prática é controlada e pequena. Assim como 
no mercado monopolístico existem barreiras à entrada de novas empresas no mercado, impostas 
principalmente pelo alto valor dos investimentos. Nesse caso, não há barreiras de natureza jurídica. 
 
 No Brasil são inúmeros os mercados oligopolísticos: indústria 
automobilística; de bebidas e alimentos; química e farmacêutica; de papel 
e celulose; metalúrgica e siderúrgica, dentre outros. 
 
Uma variação do mercado oligopolístico é o mercado oligopsônico, 
caracterizado pela existência de um pequeno número de compradores, 
com grande poder de interferência no nível de preços, até porque há uma 
tendência para o estabelecimento de acordos entre as empresas sobre o 
preço a ser estabelecido nesse mercado. Como exemplos, podemos 
mencionar indústria de bebidas quando consomem garrafas específicas 
para cerveja; indústrias farmacêuticas quando adquirem embalagens 
próprias para comprimidos, etc. 
 
Um mercado concorrencial monopolista, ou concorrencial imperfeito, caracteriza-se por um 
número relativamente grande vendedores e compradores. Os produtos produzidos pelas empresas 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 12 | P á g i n a 
 
 
que operam nesse mercado são diferenciados, ou seja, possuem características físicas distintas, 
embalagens diferentes, etc. Por outro lado, são substitutos próximos para o consumo. 
 
Nesse mercado, há uma grande concorrência e, por esse motivo, pode-se dizer que as firmas têm 
baixo poder de determinação dos preços. Na tentativa de controlarem os preços as firmas procuram 
inovar constantemente. 
 
Como estratégias mais comuns de inovação, podemos mencionar a mudança da embalagem, o 
lançamento do mesmo produto com sabor, cor e formato diferenciado, a inclusão de brindes 
promocionais, a utilização de estratégias diferenciadas de marketing para a valorização do produto, 
dentre outros. Teoricamente, não há barreiras à entrada de novas firmas nesse mercado, embora na 
prática as barreiras econômicas possam existir. 
 
Bons exemplos para esse tipo de mercado são os mercados de refrigerantes, cigarros, sabonetes, 
cremes dental, arroz, dentre outros. 
 
Independentemente do tipo e da estrutura do mercado, em todo mercado sempre há dois agentes 
econômicos: vendedores (ofertantes) e compradores (demandantes). Vamos, então, estudar cada um 
destes agentes para compreendermos o funcionamento dos mercados. 
 
1.4. Teoria Elementar da Demanda 
 
A demanda (ou a procura) individual é comumente definida como “a quantidade de um determinado 
bem ou serviço que um consumidor deseja adquirir em certo período de tempo” (PINHO, 
VASCONCELOS et al, 2003, p. 133). Não se deve confundir demanda com compra... A demanda 
efetiva se refere à quantidade de bens e serviços que o indivíduo realmente adquiriu no mercado. 
 
Como se viu, através dos tipos e das estruturas de mercado, na maioria dos 
mercados existem vários demandantes. Então, em vez de trabalharmos com 
a demanda individual, devemos trabalhar com a demanda de mercado 
definida como sendo a soma das demandas individuais. Observe, também, 
que a demanda está localizada no tempo. 
 
A demanda depende de alguns fatores... Depende da necessidade, da preferência e dos preços dos 
bens substitutos e complementares. Para um determinado nível de preços, quanto maior a 
necessidade, maior a preferência (ou gosto), quanto maior o preço dos bens substitutos e menor o 
preço dos bens complementares, maior a demanda por um bem ou serviço específico. 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 13 | P á g i n a 
 
 
Você sabe o que é um bem substituto? E um bem complementar? Para 
melhorentender esses conceitos, considere dois produtos quaisquer, aqui 
denominados A e B. 
 
• Esses bens serão substitutos se, após um aumento do preço do bem A, verificarmos um 
aumento da demanda por B. Substituições acontecem diariamente... Quando um consumidor 
vai ao supermercado e verifica um aumento no preço da manteiga é comum a substituição da 
mesma por margarina; isso também acontece com marcas diferenciadas de arroz, de feijão, 
óleo e açúcar e uma infinidade de outros produtos. 
 
• Esses bens serão complementares se, após um aumento do preço do bem, verificarmos 
uma redução da demanda por B. Na realidade, os consumidores demandarão menos dos 
dois bens A e B, pois como são complementares, sempre que ele adquirir o bem A adquirirá 
também o bem B. São também vários os exemplos de bens complementares... Sempre que o 
consumidor demanda um café ele consome açúcar (ou adoçante), sempre que compra um 
carro passa a consumir combustível; quando pede uma cerveja (ou uma cachaça) sempre 
compra um tira-gosto. 
 
Uma vez que o consumidor decidiu que vai realmente adquirir um bem ou serviço específico, a 
quantidade adquirida (quantidade demandada) desse bem dependerá do preço do próprio bem. 
 
Com raras exceções, o comportamento do consumidor é expresso através 
da LEI DA DEMANDA: 
 
Quanto maior o preço de determinado bem ou serviço, menor a quantidade demandada desse bem 
ou serviço. Analogamente, quanto menor o preço de determinado bem ou serviço, maior a quantidade 
demandada desse bem ou serviço. Segundo a LEI DA DEMANDA, a quantidade demandada varia 
inversamente com o nível de preços. 
 
Atenção: não é o preço que varia com a quantidade demandada... A 
quantidade demandada é que varia em função da variação do preço. 
 
Refletindo essa relação inversa, a curva de demanda (tanto a individual quanto a de mercado) é 
negativamente inclinada. 
 
TABELA 2: Quantidade demandada de milho, por nível de preço 
Pontos Preço por 
quilo (R$) 
Quantidade demandada 
(1.000/Kg) 
A 1 130 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 14 | P á g i n a 
 
 
B 2 110 
C 4 80 
D 7 50 
F 10 20 
Fonte: TRÓSTER e MOCHÓN, 2002, p. 49 
 
GRÁFICO 2: Curva de Demanda por milho 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Quantidade demandada (1.000/Kg)
Pr
eç
o
 
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da TABELA 2. 
 
Atenção: como se mencionou anteriormente, há apenas duas exceções... 
são os chamados bens de Giffen e bens de Veblen! A quantidade 
demandada desses bens aumenta com o aumento do preço, contrariando a 
LEI DA DEMANDA. 
 
Bens de Giffen são, em geral, produtos baratos, que têm grande importância no orçamento das 
famílias mais pobres. Quando o preço do bem de Giffen aumenta, os consumidores tendem a adquirir 
quantidades maiores deste bem, porque apesar da elevação do preço ele é ainda mais barato 
comparativamente a outros produtos. 
 
Já os bens de Veblen são bens de luxo, como obras de arte e jóias. Normalmente, o objetivo do 
consumidor ao adquirir determinados bens é mostrar para a sociedade sua riqueza... sendo assim, 
quanto maior o preço destes bens, maiores quantidades serão adquiridas pelo consumidor ostensivo. 
 Nesses casos, a curva de demanda é positivamente inclinada, refletindo a relação direta entre a 
quantidade demandada desses bens e o preço dos mesmos. 
 
Atenção: Graficamente, a variação da demanda é representada pelo 
deslocamento da curva de demanda. Se a demanda aumentar (em função 
de uma maior necessidade ou em decorrência de um aumento da renda, por 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 15 | P á g i n a 
 
 
exemplo), a curva de demanda se desloca para cima e para a direita 
(Gráfico 3.1). Se a demanda diminuir, a curva se desloca para baixo e para 
a esquerda (Gráfico 3.2) 
 
GRÁFICO 3: Deslocamentos da Curva de Demanda por milho 
GRÁFICO 3.1 - Aumento da Demanda
Demanda
Inicial
Demanda
Final
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Quantidade Demandada
Pr
eç
o 
(R
$)
 
Gráfico 3.2 - Redução da Demanda
Demanda
InicialDemanda
Final
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Quantidade Demandada
Pr
eç
o 
(R
$)
 
Fonte: Elaboração própria, a partir da manipulação dos dados da Tabela 2. 
Se os preços variarem, a quantidade demandada varia, não a demanda. Por esse motivo, observam-
se deslocamentos sobre a própria curva. Se os preços diminuírem a quantidade demandada aumenta 
e será observado um deslocamento de cima para baixo na curva de demanda (Figura 1.1); se os 
preços aumentarem a quantidade demandada diminui e será observado um deslocamento de baixo 
para cima na curva de demanda (Figura 1.2) 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 16 | P á g i n a 
 
 
 
FIGURA 1: Deslocamentos sobre a curva de Demanda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaboração própria, a partir da manipulação dos dados da Tabela 2. 
 
Até aqui estudamos um componente do mercado: a Demanda. Vimos porque, em geral, ela é 
negativamente inclinada, os motivos que provocam o seu aumento e, também, o fator que provoca 
variações nas quantidades demandadas. Passemos agora ao estudo do outro componente do 
mercado: a Oferta. 
 
Cuidado... muito cuidado para não misturar e confundir as coisas... são componentes distintos, que 
interagem entre si e influenciam no equilíbrio de mercado, a ser estudado mais tarde. 
 
1.5. Teoria Elementar da Oferta 
 
A oferta é definida como sendo “a quantidade de bens e serviços que os produtores desejam vender 
por unidade de tempo” (PINHO, VASCONCELOS et al, 2003, p. 138). Assim, como o conceito de 
demanda, o conceito de oferta se refere a um desejo e não a uma venda concreta, já realizada. Esse 
conceito também faz alusão ao tempo, indicando que a oferta, assim como a demanda, varia em 
função do tempo. 
 
Cuidado, ainda, para não confundir oferta com liquidação. 
 
Como vimos anteriormente, na maioria dos mercados existem vários ofertantes. Para analisarmos o 
mercado vamos, então, considerar a oferta de mercado, que nada mais é do que a soma das ofertas 
das firmas individuais. É claro que no caso dos monopólios, a oferta de mercado coincide com a 
oferta da firma monopolística. 
 
P 
80 20 
P 
Quantidade 
 
Figura 1.1 - Aumento da 
Quantidade demandada 
80 
4,00 
20 
D0
 
10,00 
Figura 1.2 - Redução da 
Quantidade demanda 
4,00 
D0
 
10,00 
Quantidade 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 17 | P á g in a 
 
 
A oferta é determinada pela tecnologia utilizada pelas empresas em seus processos produtivos, 
sendo que, para um dado nível de preços, quanto mais avançada for a tecnologia da empresa, maior 
a oferta de bens e serviços no mercado. 
 
Além da tecnologia, a oferta depende, também, do preço dos fatores produtivos (terra, capital e 
trabalho) que influenciam nos custos de produção e, portanto, no lucro auferido pela empresa com a 
comercialização do produto. Ceteris paribus, quanto menor o custo dos fatores de produção, maior a 
oferta de bens e serviços na economia. 
 
A expressão ceteris paribus lhe é familiar? Sabe o que significa? É uma 
expressão latina bastante usada pelos economistas. Seu significado: ... se 
tudo o mais permanecer constante... É usada para simplificar o raciocínio... 
 
Uma vez que a empresa já decidiu qual produto vai produzir e disponibilizar no mercado, a 
quantidade a ser produzida dependerá do nível de preços de mercado do bem a ser produzido. O 
comportamento da empresa é expresso através da LEI DA OFERTA: Quanto maior o preço, maior a 
quantidade ofertada de bens e serviços pela empresa. Do mesmo modo, quanto menor o preço, 
menor a quantidade ofertada de bens e serviços. Nesse caso há uma relação direta entre o preço do 
bem ou serviço e a quantidade ofertada dos mesmos pela empresa no mercado. A curva de oferta de 
mercado é positivamente inclinada, como reflexo desta lei. 
 
TABELA 3: Quantidade Ofertada de Milho, por nível de preço 
Pontos 
Preço 
por 
quilo 
(R$) 
Quantidade 
demandada 
(1.000/Kg) 
G 1 20 
H 2 40 
I 4 80 
J 7 120 
K 10 150 
Fonte: TRÓSTER e MOCHÓN, 2002, p. 51 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 18 | P á g i n a 
 
 
GRÁFICO 3: Curva de Oferta de Milho 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Quantidade ofertada (1.000/Kg)
Pr
eç
o
 
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da TABELA 3 
 
 Atenção: Graficamente, a variação da oferta é representada pelo 
deslocamento da curva de oferta. Choques positivos de oferta - como a 
redução do preço dos fatores de produção assim como a introdução de uma 
inovação tecnológica no processo produtivo – deslocam a curva de oferta 
para baixo e para a direita, indicando ter havido um aumento da oferta, para 
um dado nível de preços (Gráfico 4.1). Já os choques negativos de oferta – 
como o aumento do preço dos fatores de produção – deslocam a curva de 
oferta para cima e para a esquerda, indicando ter havido uma redução da 
oferta, para um dado nível de preços (Gráfico 4.2). 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 19 | P á g i n a 
 
 
GRÁFICO 4: Deslocamentos da Curva de Oferta de Milho 
Gráfico 3.1 - Aumento da Oferta Oferta
Final
Oferta
Inicial
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Quantidade Ofertada
Pr
eç
o 
(R
$)
 
Gráfico 3.2 - Redução da Oferta
Oferta
Final
Oferta
Inicial
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200
Quantidade Ofertada
Pr
eç
o 
(R
$)
 
Fonte: Elaboração própria, a partir da manipulação dos dados da Tabela 3. 
 
Se os preços variarem, a quantidade ofertada varia. Nesse caso, serão observados deslocamentos 
sobre a curva de oferta. Se os preços aumentarem, as firmas ofertarão quantidades maiores de seus 
produtos (Figura 2.1), implicando redução da ociosidade da capacidade produtiva da empresa. Se os 
preços diminuírem, as firmas ofertarão quantidades menores (figura 2.2), aumentando a capacidade 
ociosa na empresa. 
 
 
 
 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 20 | P á g i n a 
 
 
FIGURA 2: Deslocamentos sobre a curva de Oferta 
 
Fonte: Elaboração própria, a partir da manipulação dos dados da Tabela 3. 
 
Agora que sabemos os conceitos e as informações básicas sobre Demanda e Oferta, vamos analisar 
como essas variáveis se interagem e determinam, conjuntamente, o ponto de equilíbrio do mercado. 
(atenção: inclusão, seguindo a orientação anterior, no fechamento da unidade 2.5). 
 
1.6. O equilíbrio de mercado 
 
Um mercado estará em equilíbrio quando, a um determinado nível de preços, a quantidade ofertada 
no mercado for exatamente igual à quantidade demanda nesse mercado. Quando um mercado 
encontra-se em equilíbrio não existem pressões – descendentes nem ascendentes – sobre o nível de 
preços. 
 
GRÁFICO 4: EQUILÍBRIO NO MERCADO DE MILHO 
Demanda
Oferta
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Quantidade (1.000/Kg)
Pr
eç
o 
(R
$)
 
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados das TABELAS 2 e 3 
 
Oferta 
4,00 
80 
7,00 
120 
P 
Quantidade ofertada 
Oferta 
4,00 
80 
7,00 
120 
P 
Quantidade ofertada 
Ponto de 
Equilíbrio 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 21 | P á g i n a 
 
 
Deve-se ressaltar que raramente um mercado estará em equilíbrio, dado o dinamismo da economia e 
às imperfeições das informações. Na maioria das vezes os mercados se encontram em desequilíbrio. 
No entanto, segundo a teoria econômica, algumas forças sempre empurram o mercado para aquele 
ponto, ainda que na prática ele jamais se verifique. A situação de equilíbrio é, então, sempre tomada 
como referência! 
 
 Vamos entender essas forças de mercado - também conhecidas pelo termo 
‘mão invisível’ - que sempre atuam no sentido de induzi-lo ao ponto de 
equilíbrio. 
 
Sempre que o preço de mercado estiver abaixo do preço de equilíbrio, haverá um excesso de 
demanda nesse mercado, ou seja, muitos indivíduos desejando adquirir uma quantidade de 
determinado produto que, para aquele nível de preços, encontra-se limitada, reduzida. Em 
decorrência do excesso de demanda em relação à oferta, os preços dos produtos subirão, 
estimulando as empresas a ofertarem uma maior quantidade do produto e desestimulando a 
demanda deles (muitos consumidores deixarão de comprar o produto e outros comprarão 
quantidades significativamente menores comparativamente à que compraria se o seu preço 
permanecesse constante). 
 
O efeito simultâneo da elevação dos preços sobre as quantidades ofertadas e demandadas (de 
acordo com as leis da oferta e procura, respectivamente) levaria o mercado ao equilíbrio, ou seja, ao 
ponto no qual as quantidades que as firmas desejam vender coincidem com as quantidades que os 
consumidores desejam comprar. 
 
Do mesmo modo, quando o preço de mercado estiver acima do preço de equilíbrio, haverá um 
excesso de oferta nesse mercado, ou seja, a quantidadeque as firmas desejam vender encontra-se, 
para aquele nível de preços, superior à quantidade que os consumidores desejam comprar. Nesse 
caso, os preços tenderão a diminuir, estimulando a demanda por parte dos consumidores e, 
simultaneamente, desestimulando a oferta por parte dos produtores, até o momento em que os 
interesses dos dois agentes coincidem. 
 
Viu como é fácil? Mas não deixe de praticar... Isso o ajudará a fixar melhor os conceitos, a 
desenvolver o raciocínio abstrato e, é claro, a entender o comportamento dos demandantes e 
ofertantes em cada mercado. 
 
Peça ao professor tutor a indicação de exercícios de fixação. Com certeza, a prática o ajudará muito! 
Dando continuidade à matéria, já sabemos que o ponto de equilíbrio é apenas uma referência e que, 
na maioria das vezes, os mercados se encontram em desequilíbrio. 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 22 | P á g i n a 
 
 
Vamos, então, no próximo tópico analisar como os mercados, uma vez desequilibrados, retornam ao 
equilíbrio. Mas, para isso, as questões anteriormente expostas devem estar bem assimiladas por 
você!!! 
 
1.7. Mudanças no ponto de equilíbrio e os mecanismos para o reequilíbrio 
 
Já sabemos, então, que um mercado é formado por duas variáveis básicas: Oferta e demanda. 
Sabemos, também, que a oferta varia ao longo do tempo, em decorrência de mudanças tecnológicas 
e de variações nos preços dos fatores de produção. Vimos que a demanda também varia com o 
passar do tempo, em decorrência de mudanças na renda do consumidor e de variações no gosto e 
nas necessidades individuais. A questão é que sempre que a demanda e/ou a oferta se alterarem, o 
ponto de equilíbrio do mercado também irá se modificar... O ponto de equilíbrio de mercado não é um 
ponto estático, varia no tempo em resposta às mudanças das características das variáveis 
econômicas (oferta e demanda). 
 
 Vamos entender o processo de reequilíbrio! 
 
Considere, por exemplo, o aumento na renda dos consumidores. Como vimos, quando isso acontece 
os consumidores desejarão adquirir quantidades maiores de determinados bens e serviços, aos 
preços verificados no mercado. Com isso, haverá um excesso de demanda em relação à oferta 
daquele bem ou serviço, naquele momento e, como conseqüência desse desequilíbrio, o preço de 
mercado irá aumentar. O aumento do nível de preços irá estimular a produção por parte das firmas, 
que aumentarão a quantidade ofertada desse produto no mercado. Ao mesmo tempo, muitos 
consumidores se sentirão desestimulados a comprarem quantidades adicionais do produto, dada a 
elevação dos preços (estariam dispostos a fazer isso se os preços estivessem constantes), sendo 
verificada, nesse momento uma redução na quantidade demandada. Devido à ação da LEI DA 
OFERTA E PROCURA o mercado se reequilibrará... Isso ocorrerá com níveis de preço e quantidades 
de equilíbrio maiores comparativamente àqueles do momento inicial. (FIGURA 3) 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 23 | P á g i n a 
 
 
FIGURA 3: Processo de re-equilíbrio do mercado (I) 
 
Fonte: Elaboração própria a partir da manipulação dos dados das TABELAS 2 e 3 
 
Considere, agora, uma fazenda, na região Nordeste do país, que adote técnicas de irrigação no 
cultivo de milho. Nesse caso, a oferta de milho no mercado nordestino e brasileiro irá aumentar, 
gerando um excesso de oferta, ao nível de preços praticados no mercado. O excesso de oferta 
obrigará os produtores a reduzirem os preços para permitirem a venda dos estoques. A redução do 
preço aumentará a quantidade demandada e reduzirá a quantidade ofertada. Esse mercado irá se 
reequilibrar com preços mais baixos, comparativamente ao momento inicial, e com níveis maiores de 
quantidades ofertadas e demandadas (FIGURA 2) 
 
Oferta
Demanda
Inicial
Demanda
Final
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300 320 340
Quantidade
Pr
eç
o 
(R
$)
Equilíbrio 
Final 
Equilíbrio 
Inicial 
Excesso de 
Demanda 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 24 | P á g i n a 
 
 
FIGURA 4: Processo de re-equilíbrio do mercado (II) 
 
Fonte: Elaboração própria a partir da manipulação dos dados das TABELAS 2 e 3 
 
 Procure, após cada mudança, identificar o EXCESSO. Através dele, você 
conseguirá explicar o processo de reequilíbrio, como fizemos nos exemplos 
acima. 
 
Que tal avançarmos um pouco mais em nossa disciplina agora que você já conhece os conceitos 
fundamentais da teoria microeconômica e o mecanismo de (re)equilíbrio de mercado? 
 
Vamos introduzir novos conceitos que nos ajudarão a entender os processos de (re)equilíbrio, 
considerando-se as especificidades dos vários tipos de mercados. São os conceitos de elasticidade! 
Está pronto para essa próxima etapa? 
 
Então, vamos lá... 
 
1.8. O Estudo da Elasticidade 
 
Finalmente, vamos entender um conceito muito importante e útil para melhor compreensão dos 
mecanismos de funcionamento dos mercados: o conceito de elasticidade. 
 
Por elasticidade entendemos, de modo geral, a sensibilidade de uma variável em relação à outra, ou 
seja, em que medida uma variável varia em função da variação da outra. Aqui trataremos dos 3 
Oferta
Inicial
Demanda
Oferta
Final
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Quantidade
Pr
eç
o
Equilíbrio 
Inicial 
Equilíbrio 
Final 
Excesso 
de Oferta 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 25 | P á g i n a 
 
 
principais tipos de elasticidade: elasticidade-preço da demanda, elasticidade-preço da oferta e 
elasticidade-renda da demanda. Vamos lá! Continue a leitura! 
 
1.8.1. Elasticidade-Preço da Demanda 
 
O coeficiente de elasticidade-preço da demanda mede a sensibilidade da demanda por um produto 
em relação às variações nos preços do mesmo. Matematicamente, a elasticidade-preço da demanda 
é estimada pela fórmula: 
Εp = ∆Qd/Qd ÷ ∆P/P 
Onde: 
Ep = Elasticidade Preço da Demanda 
Qd = Quantidade demandada 
P = Preço 
 
Esse coeficiente varia de – ∞ a 0 assumindo, portanto, valores negativos (apesar de nos manuais de 
economia ser apresentado em módulo) refletindo a relação inversa entre preços e quantidade 
demandada. Como interpretar os resultados? 
 
• Se o coeficiente de elasticidade-preço da demanda for menor do que -1, a demanda por um 
determinado produto é elástica em relação ao preço, significando que a uma pequena 
variação no preço será observada uma grande variação na quantidade demandada. Se por 
exemplo, o coeficiente de elasticidade-preço da demanda por cinema para Joaquim for -2 (ou 
2, se vier expresso em módulo), se os preços das entradas sofrerem umaredução de 10%, 
Joaquim aumentará sua demanda por cinema em 20%. 
 
• Se o coeficiente for maior que -1 e inferior a zero, a demanda é inelástica em relação ao 
preço. Significa dizer que a variação percentual da quantidade demandada é inferior à 
variação percentual do preço. Se por exemplo, o coeficiente de elasticidade-preço da 
demanda por energia elétrica for 0,5 e se a Cemig aumentar o preço da tarifa de energia 
elétrica em 10%, Maria irá reduzir seu consumo de energia elétrica em apenas 5%. 
 
• Casos especiais: Se o coeficiente for 0, a demanda será completamente inelástica e a 
quantidade consumida será constante, independentemente do preço. No outro extremo, se o 
coeficiente for infinito, a quantidade demandada varia, ainda que o preço permaneça 
constante. 
 
 Você deve estar se perguntando: Por que isso é importante? Para que isso 
serve? Para ajudá-lo a pensar sobre a questão, vou lhe fazer uma pergunta: 
Por que um produto tem demanda elástica e outro tem demanda inelástica? 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 26 | P á g i n a 
 
 
 
O que determina essa elasticidade ou inelasticidade é a estrutura de mercado. Como vimos 
anteriormente, uma estrutura de mercado mais competitiva, concorrencial, torna a demanda pelos 
produtos mais elástica. Por quê? Como o mercado é competitivo, existe uma grande quantidade de 
bens substitutos, permitindo ao consumidor escolher, dentre todos, os produtos mais baratos. Por 
outro lado, em mercados menos competitivos, ou, se preferir, mais monopolísticos, como a 
quantidade de bens substitutos é pequena, ou inexistente, ao consumidor não resta escolha, 
tornando a demanda pelo produto inelástica. 
 
Isso, se raciocinarmos em relação aos interesses do consumidor. 
 
E o produtor, onde entra nesta história? Esses coeficientes são também de extrema importância para 
os produtores... Você sabia que nem sempre um aumento de preço implica em aumento da receita 
advinda das vendas, para o produtor? Ás vezes um aumento dos preços reduz a receita e, portanto, 
os lucros da firma. Isso acontece porque alguns produtos são elásticos e outros inelásticos. 
 
Uma firma que comercializa produtos de demanda inelástica em relação ao preço aumenta sua 
receita e lucro quando aumenta os preços dos produtos, pois como não há bens substitutos os 
consumidores se vêem obrigados a pagarem o preço imposto pela firma. Nesse caso, eles deixam de 
consumir outros produtos para manterem o consumo do produto em questão. 
 
No caso dos produtos elásticos, um aumento do preço provoca uma redução nas receitas e nos 
lucros das firmas e isso acontece porque o consumidor pode substituir o produto que ficou mais caro 
por um produto substituto, mais barato. 
 
 O coeficiente de elasticidade-preço nos dá a inclinação da curva de 
demanda. Sendo assim, para avaliar o equilíbrio e re-equilíbrio em um 
mercado faça curvas de demanda mais inclinadas para mercados onde a 
concorrência é pequena ou nula e menos inclinas para mercados onde a 
concorrência é maior. 
 
1.8.2. Elasticidade-Preço da Oferta 
 
O coeficiente de elasticidade-preço da oferta mede a sensibilidade da oferta de um produto em 
relação às variações nos preços do mesmo. Matematicamente, a elasticidade-preço da oferta é 
estimada pela fórmula: 
Εο = ∆Qο/Qο ÷ ∆P/P 
 
Onde: 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 27 | P á g i n a 
 
 
Eo = Elasticidade Preço da Oferta 
Qo = Quantidade ofertada 
P = Preço 
 
Ao contrário da elasticidade preço da demanda, a elasticidade-preço da oferta é sempre positiva, 
tendo em vista a relação direta entre o preço e a quantidade ofertada, como preconiza a Lei da 
Oferta. Esse coeficiente varia de 0 a +∞. 
 
• Se o coeficiente for maior que zero e menor que 1 a oferta é inelástica. Isso vai acontecer 
sempre que as firmas estiverem trabalhando em um ponto abaixo, porém muito próximo da 
curva de possibilidade de produção, ou seja, quando as firmas estiverem operando com 
quase toda a sua capacidade produtiva. 
 
• Se o coeficiente for maior que 1 a oferta é elástica. Nesse caso, a empresa estará operando 
em um ponto muito abaixo da curva de possibilidade de produção, ou seja, em um ponto de 
grande capacidade ociosa, o que torna possível aumentar significativamente a produção em 
função de pequenos aumentos nos níveis de preços. 
 
• Casos especiais: Se o coeficiente for igual a 0 a oferta é completamente inelástica. Nesse 
caso, a empresa estaria operando em um ponto sobre a curva de possibilidade de produção. 
Se o coeficiente for infinito, a oferta será completamente elástica. 
 
O coeficiente de elasticidade-preço da oferta determina a inclinação da 
curva de oferta. Para representar situação de grande capacidade ociosa 
faça uma curva de oferta mais plana, mais horizontal, para representar uma 
oferta mais elástica; para representar firmas ou mercados próximos ao 
pleno emprego, faça curvas de oferta mais inclinadas. 
 
1.8.3. Elasticidade-Renda da Demanda 
 
Seguindo o mesmo raciocínio, o coeficiente de elasticidade-renda reflete as variações na demanda 
em função das variações na renda do consumidor. De modo geral, um aumento na renda eleva a 
demanda, mas essa afirmativa não é verdadeira para todos os produtos. Você sabe por quê? 
 
Quando a renda do indivíduo aumenta, a sua demanda por alguns produtos, considerados de 
consumo saciado, não sofrerá ou sofrerá apenas um pequeno impacto. Pense no consumo de arroz 
para a maioria dos brasileiros: você esperaria um grande aumento no consumo de arroz se a renda 
do brasileiro aumentasse? É provável que não! Mesmo que a renda do brasileiro aumentasse, o 
aumento do consumo de arroz seria relativamente pequeno, em relação ao aumento da renda, pois 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 28 | P á g i n a 
 
 
esse produto, arroz, é um prato tradicional da cozinha brasileira e é consumido por pessoas de todas 
as classes de renda, em quantidades que satisfazem a maioria dos consumidores. Sendo assim, a 
demanda por arroz é inelástica em relação à renda. Pensando em valores, o coeficiente de 
elasticidade estaria entre 0 e +1, sendo arroz classificado como um bem normal de consumo 
saciado. 
 
Vejamos agora outra situação... Quando a renda do indivíduo aumenta, a demanda por alguns 
produtos se eleva significativamente. Alcançando determinado nível de renda, os indivíduos tendem 
a consumir produtos que não consumiam antes, como transportes aéreos, hospedagem em hotéis de 
luxo, aparelhos televisores de LCD, notebooks, dentre outros. O consumo destes produtos só é 
possível após o aumento da renda e, portanto, esses bens são considerados bens de luxo. 
Pensando em valores, o coeficiente de elasticidade-renda seria positivo e maior que 1. 
 
Finalmente, após experimentar um aumento de renda, o consumidor pode deixar de consumir alguns 
produtos e substituir por outros de melhor qualidade, mais caros, mais luxuosos. Nesse caso, o 
coeficiente de elasticidade-rendaseria negativo (menor que 0) e o bem seria classificado como um 
bem inferior. É comum o indivíduo deixar de andar de ônibus, quando atinge um nível de renda que 
o permite comprar um carro ou uma motocicleta; também é comum deixar de consumir carne de 
segunda e substituir por carne de primeira. Viagens de ônibus e carnes de segunda seriam exemplos 
de bens inferiores. 
 
Matematicamente o coeficiente de elasticidade-renda da demanda seria expresso por: 
 
Εy = ∆Qd/Qd ÷ ∆Y/Y 
 
Onde: 
Ey = Elasticidade renda da demanda 
Qd = Quantidade demandada 
Y = renda 
 
Aprendemos, nesta unidade, os conceitos fundamentais da teoria microeconômica. São conceitos 
muito importantes que nos ajudarão a compreender as demais unidades do nosso curso. Mas, antes 
de passarmos para frente, para a análise macroeconômica, seria bom verificarmos a aplicabilidade 
desses conceitos. Você vai perceber que tratamos aqui de questões que fazem parte do nosso 
cotidiano. Você já deve ter percebido que Economia não é um bicho de sete cabeças! 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 29 | P á g i n a 
 
 
2. Teoria na Prática 
 
 
 
 
Vamos pensar a respeito do Fordismo, um modelo de produção criado por Henry Ford e implantado 
em sua fábrica em Detroit, EUA, na primeira década do século XX. Sua principal característica é se 
basear na produção e no consumo em massa e sua implantação revolucionou a indústria 
automobilística tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo. 
 
A lógica do fordismo é a produção em série através da adoção da linha de montagem que permitiu 
significativa redução do custo de produção do automóvel. Além disso, uma grande preocupação de 
Henry Ford era permitir que os próprios operários de sua fábrica tivessem condições de adquirir os 
veículos que produziam e para atingir esse objetivo ele aumentou – dobrou - os salários de seus 
empregados. 
 
Os argumentos de Ford se basearam nos estudos vistos nessa unidade. A redução do custo de 
produção do automóvel obtido pelo fordismo permitiu que o preço dos automóveis fosse reduzido 
sensivelmente pelo aumento da oferta, fazendo com que a demanda do automóvel fosse aumentada. 
 
Além disso, o aumento dos salários pagos pela Ford afetou um importante determinante da demanda, 
que é a renda. Nessa situação, dois fatores importantes foram alterados para possibilitar o aumento 
das vendas de automóveis Ford: o preço do produto pelo aumento da oferta e a renda dos 
consumidores pelo aumento nos salários pagos. 
 
Para você, uma ideia: a produção de automóveis Ford nos primeiros anos da década de 20 superou a 
casa dos 2 milhões de unidades. 
 
Diante dessa situação provocada pela implantação do fordismo, as demais empresas produtoras de 
veículos se viram obrigadas a também implementarem o fordismo em suas linhas de produção para 
que pudessem competir com esse crescente volume de produção obtido pela Ford. Com isso, o 
produto automóvel, pelo aumento da concorrência, se tornou um produto de demanda elástica 
contribuindo ainda mais para a popularização do automóvel na nossa sociedade. 
 
Como podemos perceber, a lógica do fordismo se baseia na lógica do mercado no qual operam tanto 
forças no lado da oferta quanto forças no lado da demanda. 
 
 
 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
Unidade de Educação a Distância | Newton 30 | P á g i n a 
 
 
 
Outro ponto importante que podemos analisar, tendo o fordismo como nossa referência, diz respeito 
ao processo de concentração de mercado pelo qual passou – e continua passando - a indústria 
automobilística brasileira. 
 
Como a competição entre as empresas produtoras de automóveis aumentou em função do aumento 
da oferta de automóveis existe uma pressão para baixo nos preços dos veículos. Ao longo do tempo, 
portanto, ocorre um processo de fusão entre empresas, reduzindo o número de empresas produtoras 
de automóveis e assim tornando esse mercado mais concentrado e facilitando que as empresas se 
organizassem em cartéis com o intuito de manipular o preço dos seus produtos no mercado. 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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3. Recapitulando 
 
 
 
Na Unidade I, aprendemos alguns conceitos importantes em Economia: entendemos a importância e 
o significado da curva de possibilidade de produção e o conceito de custo de oportunidade. Vimos 
que qualquer escolha implica em custos de oportunidade. 
 
Aprendemos que existem vários tipos e estruturas de mercado, e que essas variações têm reflexos 
sobre a determinação de preços e quantidades de equilíbrio. No mercado monopolístico a empresa 
tem total poder de determinar o preço do produto, cabendo ao consumidor pagar pelo mesmo, se 
quiser ter acesso a esse produto. Os mercados concorrenciais são mais favoráveis aos 
consumidores, já que os preços praticados pelas firmas tendem a ser mais baixos. 
 
Entendemos, também, que um mercado é composto por duas variáveis fundamentais: oferta e 
demanda. Cada variável tem suas características específicas, mas no mercado interagem e, em 
conjunto, determinam os preços e as quantidades de equilíbrio. Aprendemos, ainda, que raramente 
um mercado estará em equilíbrio, mas a teoria econômica acredita que há uma tendência para 
convergir em sua direção e, por esse motivo, a situação de equilíbrio é sempre tomada como 
referência. 
 
Aprendemos, contrariando o senso comum, que nem sempre aumentar o preço é uma boa estratégia 
para o produtor. Às vezes, a melhor estratégia para aumentar a lucratividade de uma empresa é 
justamente a redução do preço dos produtos por ela comercializados. Para isso, trabalhamos com o 
conceito de elasticidade-preço da demanda. 
 
Vimos, também, que o aumento da renda eleva a demanda de alguns produtos, mas não de todos. 
Para isso, analisamos o conceito de elasticidade-renda da demanda. 
 
Finalmente, compreendemos que nem sempre o aumento do preço do produto implicará o aumento 
da produção dele. A empresa só conseguirá expandir sua produção após o aumento do preço, se 
houver capacidade ociosa. 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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Unidade 2: Noções de Macroeconomia 
 
1. Conteúdo Didático 
 
 
Caro aluno, na Unidade I estudamos os conceitos fundamentais da microeconomia e, uma vez que já 
assimilamos esses conceitos, estamos preparados para avançarmos em nossos conhecimentos. 
Muitos deles, apesar de relacionados à microeconomia, serão úteis nesta unidade... Sabe por quê? 
 
Porque, na realidade, as análises micro e macro se referem à mesma coisa... mas com focos 
diferenciados. Como vimos, a análise micro nos fornece detalhes de um mercado específico. 
Observe, no entanto, que no mundo real existem vários mercados - o mercado de automóveis, 
imobiliário, decomputadores, de eletrodomésticos, de vestuário, de alimentos e bebidas, de trabalho, 
dentre outros – que se relacionam entre si, na medida em que a produção de um serve de insumo 
para o outro; na medida em que o funcionamento de um não só depende, mas influencia o 
comportamento do outro. 
 
A análise macro é mais abrangente. Ela trata esses mercados conjuntamente, ou seja, não faz a 
distinção entre o mercado de automóveis e o mercado imobiliário, por exemplo. Isso nos permite 
compreender as características globais (macro) de um sistema econômico. 
 
Antes de entramos na análise macroeconômica propriamente dita, precisamos compreender alguns 
conceitos fundamentais. Por esse motivo, vamos estudar, neste primeiro tópico, alguns conceitos de 
Contabilidade Social. 
 
1.1. Noções de Contabilidade Social 
 
Contabilidade Social: 
trata da mensuração da atividade econômica e social em seus 
múltiplos aspectos. É a matéria que define e sistematiza regras para a 
produção e a organização contínua de informações relevantes 
(agregados macroeconômicos, indicadores de desenvolvimento) para 
a economia como um todo, orientando assim a tomada de decisões 
públicas e privadas (FEIJÓ et al, 2003, p. 3). 
 
Você está pronto para começar? Então, vamos lá! 
 
1.1.1. Valor adicionado, renda e dispêndio 
 
Você sabe por que o pão de sal custa mais caro que a farinha de trigo e por que a farinha de trigo 
custa mais caro que o grão de trigo? A resposta a esta pergunta está na transformação pela qual 
passa cada um destes produtos nas várias etapas da cadeia produtiva. Por exemplo, o grão de trigo é 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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beneficiado e moído e se transforma na farinha de trigo que, por sua vez, é beneficiada e combinada 
a outros insumos (como açúcar, fermento, leite e ovos) pelo panificador que a transforma em 
pãozinho francês, consumidos por nós, habitualmente, no café da manhã. Observe que, na primeira 
etapa, foi adicionado valor ao trigo, na sua transformação em farinha, tendo ocorrido o mesmo na 
segunda etapa, quando a farinha foi transformada em pãozinho de sal. 
 
Valor adicionado é isso... É o valor agregado ao produto em cada etapa do processo produtivo. 
 
Renda, na macroeconomia, não se refere somente ao salário do indivíduo. Aqui esse conceito é mais 
amplo e se refere a toda e qualquer remuneração pagas pela utilização dos fatores de produção. 
 
Você se lembra dos fatores de produção estudados na Unidade 1, Terra, 
capital e trabalho? 
 
A cada um dos fatores corresponde uma remuneração específica. 
 
O proprietário da terra recebe como renda um aluguel pelo seu uso. Por exemplo: é muito comum, na 
nossa agricultura, a figura do meeiro, que é aquele agricultor que, por não possuir terra própria, se 
utiliza da terra de outras pessoas e paga por esse uso. Esse pagamento pode ser feito em espécie 
(parte da mercadoria produzida nessa terra) ou em dinheiro. 
 
O proprietário do capital recebe como renda o lucro, o pró-labore, os juros ou os dividendos, sendo: 
 
• Os proprietários de capitais convertidos em máquinas e equipamentos recebem lucro; 
• O esforço do proprietário da empresa na sua gestão tem como remuneração o pró-labore 
(pelo trabalho, traduzindo livremente do latim para o português); 
• Os proprietários de capitais aplicados no mercado financeiro (bancos, corretoras de 
valores, dentre outros) recebem juros; 
• Os proprietários de capitais aplicados no mercado de capitais (bolsa de valores) recebem 
dividendos. 
 
Os trabalhadores, proprietários da força de trabalho, recebem salários ou honorários. 
• Os salários são pagos pelos empregadores àqueles realizam atividade produtiva; 
• Os profissionais liberais, prestadores de serviços, recebem honorários. 
 
Matematicamente, a renda é expressa por: 
 
Y = W + A + L + J 
 
 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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Onde: 
W = salários 
A = Aluguéis 
L = lucros 
J = Juros 
 
O dispêndio, por sua vez, representa um gasto que pode ser tanto dos consumidores, quanto do 
governo como das empresas privadas. 
 
O gasto dos consumidores é denominado consumo; os dispêndios do governo são tratados como 
gastos governamentais ou gastos públicos e os dispêndios das empresas privadas são considerados 
investimentos. 
 
O dispêndio total, também conhecido como demanda agregada, é a soma dos dispêndios privados 
com os dispêndios públicos, como se pode notar pela fórmula: 
 
DA = C + I + G 
Sendo: 
DA = Demanda Agregada 
C = Consumo privado 
I = Investimento privado 
G = Gastos governamentais 
 
Uma vez que conhecemos o conceito dessas três variáveis, conseguimos compreender o fluxo 
circular da renda e da produção, representado na figura abaixo. Ele se inicia pela contratação dos 
fatores de produção, por parte da empresa, determinando a existência da renda dos fatores de 
produção. Em um sistema econômico, toda a produção é transferida, através das remunerações dos 
respectivos fatores, para as famílias proprietárias deles. Sendo assim, as famílias proprietárias de 
empresas recebem lucros e pró-labore; os proprietários de terra recebem os aluguéis; os proprietários 
de capitais monetários recebem juros; e, finalmente, os trabalhadores recebem os salários e 
honorários. 
 
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Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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Fluxo Circular da Renda e da Produção 
 
GOVERNO
EMPRESASFAMÍLIAS
Y = W + A + L + J
CONSUMO (C)
INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
POUPANÇA (S)
IMPOSTOS (T)
INVESTIMENTO (I)
GASTOS (G)
Fonte: FROYEN, Richard (1999: 95) 
 
Como se pode observar no Fluxo Circular, uma vez possuidores de renda na forma de moeda, cada 
agente econômico incorrerá em dispêndios. 
 
Os trabalhadores gastarão uma parcela da renda monetária com a aquisição de bens e serviços, e a 
outra parcela será poupada. Note que nem todas as famílias poderão poupar, já que a capacidade de 
poupança depende da renda do indivíduo e/ou da família. No entanto, considerando o sistema 
econômico em seu conjunto, sempre haverá poupança, porque sempre haverá famílias com 
capacidade de poupar. As poupanças são, por sua vez, realizadas em alguma instituição financeira... 
 
Você já viu alguém guardar dinheiro debaixo do colchão? Mesmo se já viu, 
isso não é poupança! Em Economia isso se chama entesouramento. 
 
Os empresários adquirirão novas máquinas, equipamentos e matérias-primas para darem início a um 
novo ciclo produtivo, ou seja, realizarão investimentos. Mesmo os empresários que não têm recursos 
próprios para o financiamento do investimento poderão realizá-lo. Sabe como? Buscando 
empréstimos no sistema financeiro. De onde saem os recursos que os bancos emprestam para os 
empresários? Das poupanças realizadas pelas famílias... incrível, não é? 
 
Não podemos esquecer que uma parte da renda dos indivíduos é destinada ao pagamento de 
impostos ao governo. Por que pagamosimpostos? Para podermos ter à nossa disposição os serviços 
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Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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públicos essenciais à nossa vida em sociedade, como escolas, hospitais, segurança pública, vias 
pavimentadas, etc... O governo também utiliza os recursos arrecadados através de impostos para o 
pagamento das aposentadorias e das pensões e para os programas de transferência de renda, como 
é o caso do programa bolsa família. 
 
Espero que você esteja compreendendo esses conceitos. Como mencionei 
anteriormente, eles são imprescindíveis para que você consiga entender a 
análise macroeconômica. 
 
Alguns novos conceitos, relacionados a estes serão também estudados. Você já deve ter ouvido falar 
em PIB, em PNB... Você sabe realmente o significado desses termos? É sobre eles que 
conversaremos no próximo tópico. Vamos lá, não desanime!!! 
 
 
1.1.2. PIB, PNB, PIL, RN e RPD 
 
Você sabe o que é PIB? 
 
Imagino que deve você deve estar pensando na seguinte resposta: PIB é o Produto Interno Bruto.... 
Muito bem, você está certo! Mas você saberia dizer o que o PIB representa? O PIB é um dos 
principais agregados macroeconômicos e, por definição, é constituído por todos os bens e serviços 
finais produzidos dentro dos limites territoriais de um país, por todas as unidades produtivas (públicas 
e privadas) durante determinado período de tempo (FEIJÓ et al, 2003). Observe que são 
contabilizados apenas os bens e serviços finais, ou seja, aqueles que já estão prontos para serem 
disponibilizados no mercado consumidor e adquiridos pelas famílias. 
 
O PIB é expresso em valores monetários. Para entender isso, imagine como 
seria a contabilização da produção interna brasileira se considerarmos as 
quantidades de mesas, cadeiras, tesouras, lápis, batatas, automóveis, 
serviços diversos produzidos no país... Como seria possível somar as 
quantidades produzidas de produtos tão distintos? A melhor forma é 
converter todas essas quantidades em valores monetários, a partir dos 
preços praticados nos mercados de cada uma dessas mercadorias. É isso 
que define a medida do PIB a preços de mercado. 
 
Para você ter uma ideia do que estamos falando, o PIB brasileiro em 2008 foi de R$2,9 trilhões!!! 
 
Devemos salientar que a contabilização do PIB de um país sofre algumas limitações. Pense nas 
seguintes questões: como contabilizar a produção de uma dona de casa? E aquela realizada pelos 
trabalhadores no mercado informal de trabalho? Essas atividades estão fora da contabilização do 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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PIB... Além desses exemplos, temos ainda problemas com a contabilização das transações 
econômicas que envolvem bens que foram produzidos em períodos anteriores. Nesses casos, são 
contabilizados como produção corrente apenas os valores referentes à corretagem, se houver. 
 
Esse é o conceito de PIB. Mas existe outro agregado econômico também muito utilizado, o PNB. 
 
Você saberia o conceito de PNB? E a diferença entre PIB e PNB? 
 
PNB ou Produto Nacional Bruto é constituído por todos os bens e serviços finais produzidos por 
fatores de produção pertencentes aos residentes de um país, podendo essa produção acontecer 
dentro dos limites geográficos do país ou mesmo fora dele. A PETROBRÁS é uma empresa 
brasileira. A produção realizada por ela é contabilizada no PNB brasileiro, ainda que parte de sua 
produção tenha ocorrido em território estrangeiro, como aconteceu até recentemente na exploração 
de gás natural na Bolívia por essa empresa. Analogamente, a produção da FIAT, no município de 
Betim/MG, é contabilizada no Produto Interno Bruto brasileiro e no Produto Nacional Bruto Italiano. 
 
No caso brasileiro, o PIB é considerado como agregado macroeconômico mais relevante para a 
avaliação do desempenho da nossa economia ao longo do tempo. Isso ocorre pelo fato de que há 
mais empresas estrangeiras instaladas no território do que empresas brasileiras instaladas em 
território estrangeiro. Nos EUA, por exemplo, o PNB é considerado um agregado macroeconômico 
mais relevante do que PIB, uma vez que há empresas americanas não apenas nos EUA, mas em 
praticamente todos os países do mundo. 
 
Como derivação do PIB, tem-se outro agregado macroeconômico denominado PIL – Produto Interno 
Líquido. 
 
Você deve estar se perguntado: qual a diferença entre eles? 
 
Para o PIB ser produzido são utilizados máquinas e equipamentos que se depreciam, se desgastam, 
ao longo de cada período produtivo. Esse desgaste é denominado depreciação do capital fixo. 
Dessa forma, no final do período, esse desgaste deve ser reposto e, por isso, desconta-se do PIB o 
valor monetário correspondente a essa depreciação. Sendo assim, podemos entender o PIL através 
de uma equação extremamente simples: 
 
PIL = PIB – Depreciação 
 
Outro agregado macroeconômico importante é a Renda Nacional (RN), definida como a renda 
disponível para os residentes deste país. O cálculo da Renda Nacional é derivado do PIL. Como isso 
é feito? Como já vimos, existem empresas estrangeiras instaladas no Brasil, que aqui geram lucros. 
Normalmente parte dos lucros destas empresas é enviada para suas matrizes, no exterior. Por outro 
Disciplina: Economia 
Autor: Joseane de Souza Fernandes 
 
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lado, existem empresas brasileiras instaladas em outros países, gerando lucro lá fora e enviando 
parte deles para suas matrizes instaladas em território brasileiro. 
 
A Renda Nacional, portanto, é definida quando excluímos do PIL a renda das empresas estrangeiras 
instaladas no Brasil, que é enviada ao exterior e incluímos a renda que as empresas instaladas no 
exterior remetem ao Brasil. Matematicamente, a Renda Nacional é expressa pela fórmula: 
 
RN = PIL – REE + RRE 
Onde: 
REE = Renda Enviada ao Exterior 
RRE = Renda Recebida do Exterior 
 
Partindo da Renda Nacional, podemos determinar outro agregado macroeconômico: a Renda 
Pessoal Disponível (RPD). Ela é estimada pela dedução dos impostos diretos pagos pelas famílias, 
da Renda Nacional, lembrando que impostos diretos são, por definição, aqueles descontados 
diretamente da renda das famílias, como é o caso do Imposto de Renda no Brasil. 
 
RPD = RN – Impostos Diretos 
 
Esses são, então, os principais agregados macroeconômicos. Mas devemos fazer aqui uma pergunta: 
como podemos comparar o PIB de um ano com o PIB do ano anterior, se os preços dos bens e 
serviços oscilam ao longo do tempo? É sobre isso que conversaremos no próximo tópico. 
 
1.1.3. A diferença entre o real e o nominal 
 
Como se mencionou anteriormente, o PIB é medido a preços de mercado e oscilam ao longo do 
tempo. Você percebe a oscilação dos preços no seu dia a dia quando vai ao mercado, ao açougue, à 
feira, etc. 
 
Sendo assim, conclusões acerca do comportamento da economia não podem ser tiradas a partir de 
comparações diretas entre PIB’s de um mesmo país em anos diferentes. Como saber, então, se a 
economia está

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