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ANESTÉSICOS GERAIS Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro Departamento de Ciências Biológicas Disciplina de Farmacologia HISTÓRICO 1790 - Humphrey Davy - óxido nitroso ficou conhecido como ”gás hilariante” 1846 - William Morton ( EEUU) - 1ª demonstração científica da anestesia induzida por é Éter Dietílico 1847 – James Simpson ( Escócia) - Clorofórmio 1930 - Introdução da anestesia moderna –Tiopental 1956 – Introdução hidrocarboneto halogenado - Halotano PRINCÍPIOS GERAIS Objetivo da administração de anestésicos gerais: Analgesia, amnésia, perda da consciência Inibição dos reflexos sensoriais Inibição dos reflexos autônomos Relaxamento muscular Promover rápida indução e recuperação, permitindo um ajuste de acordo com as necessidades durante a cirurgia (controle) PROTOCOLOS PARA ANESTESIA GERAL Sedação consciente – benzodiazepínicos + anestésicos locais Anestesia balanceada – barbitúricos de ação ultra- curta + opiáceos + óxido nitroso Anestesia balanceada – analgésicos e/ou sedativos + barbitúricos de ação ultra- curta ou outros + agentes inalatórios CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS GERAIS Óxido nitroso Halotano Enflurano Isoflurano Desflurano Metoxiflurano Mesoflurano Drogas Inalatórias Éter Ciclopropano clorofórmio CLASSIFICAÇÃO DOS ANESTÉSICOS GERAIS Drogas Endovenosas Barbitúricos ( tiopental, meto-hexital ) Benzodiazepínicos ( midazolam e diazepam ) Analgésicos opiáceos e neurolépticos Drogas diversas – propofol, etomidato Cetamina – É uma arilcicloexilamina – estado designado anestesia dissociativa. TEORIA FÍSICO-QUIMICA Inespecificidade química Ausência de receptores específicos Atuação sobre a membrana celular: A) Teoria Dos Lipídios: Coeficiente de partição óleo/gás B) Teoria Das Proteínas interação com canais iônicos regulados por ligantes Drogas Inalatórias INIBIÇÃO DA TRANSMISSÃO SINÁPTICA diminuição da liberação de neurotransmissores Inibição da ação dos neurotransmissores da excitabilidade da célula PoS Ação central Estágios da anestesia Estágio I - Analgesia Indivíduo consciente sonolento de resposta frente a estímulos dolorosos amnésia no final do estágio. # da transmissão sensorial no trato espinotalâmico Estágio II - Excitação Inconsciência, amnésia, resposta reflexa a estímulos dolorosos; respiração irregular; agitação. # Bloqueio de neurônios inibitórios e facilitação paradoxal dos neurotransmissores excitatórios Estágios da anestesia Estágio III - Anestesia cirúrgica Retomada da respiração espontânea e estende-se até a cessação total da respiração espontânea. # depressão progressiva das vias ascendentes no sistema reticular; supressão da atividade reflexa espinhal Estágio IV - Paralisia bulbar ou depressão medular Depressão intensa dos centros vasomotor e respiratório ANESTÉSICOS INALATÓRIOS alvéolos Concentração inspirada capilar pulmonar VE VD tecidos Fase (1) ventilação pulmonar Fase (3) gradiente alvéolo pulmonar perfusão pulmonar solubilidade do gás no sangue Fase (2) capacidade residual funcional Fase (4) Fase (5) Fluxo sangüíneo gradiente de pressão sangue- fluído intrracelular coeficiente de solubilidade sangue-tecido (Penildon, 1985) FARMACOCINÉTICA PROPRIEDADES DOS ANESTÉSICO POR INALAÇÃO 0.16 2.0 12.00 METOXIFLUORANO 0.75 2.9 2.30 HALOTANO 1.68 1.4 1.80 ENFLUORANO 1.40 2.6 1.40 ISOFLUORANO 2.00 1.7 0.69 SEVOFLUORANO 6 – 7 1.3 0.42 DESFLUORANO > 100 1.1 0.47 ÓXIDO NITROSO CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA % ( CAM ) COEFICIENTE DE PARTIÇÃO CÉREBRO: SANGUE COEFICIENTE DE PARTIÇÃO SANGUE: GÁS ANESTÉSICO Coeficiente de partição a 37o C. A CAM = Conc. Anestésica que promove imobilidade em 50% dos pacientes expostos a estímulos nociceptivos. CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Concentração cerebral pressão parcial do gás Taxa em que a concentração é atingida depende : solubilidade do anestésico concentração do anestésico no ar inspirido taxa de ventilação pulmonar fluxo sangüíneo pulmonar e débito cardíaco (DC) gradiente de concentração do anestésico entre o sangue arterial e o sangue venoso TAXA DE EQUILÍBRIO É o fator mais importante que influencia a transferência de um anestésico do pulmão para o sangue arterial coeficiente de partição sangue:gás define a afinidade relativa de um anestésico pelo sangue em comparação ao ar Quanto menor o coeficiente de partição sangue:gás mais rápido será a indução anestésica e sua recuperação SOLUBILIDADE: 0.47 2.30 B) CONCENTRAÇÃO DO ANESTÉSICO NO AR INSPIRADO Conc. Anestésico inspirado Conc. nos alvéolos Conc. sangue arterial taxa de indução anestésica Na prática prefere- se um anestésico inalatório de solubilidade moderada no sangue como enflurano, isoflurano e halotano que apresenta índução anestésica lenta. Halotano Concentração para indução = 3 a 4% Concentração para manutenção = 1 a 2% C) VENTILAÇÃO PULMONAR Taxa da tensão do gás no sangue depende diretamente : I – freqüência respiratória ventilação II – amplitude respiratória minuto ventilação pulmonar = pequeno aumento na tensão arterial de anestésico de baixo coeficiente de grau de partição sangue: gás; porém aumenta significativamente a tensão arterial de um anestésico de moderado ou alto coeficiente de patição. Quanto maior a taxa de ventilação pulmonar, mais rápido o processo de equilíbrio, principalmente para as drogas com alto coeficiente de partição sangue:gás Interações com analgésicos opióides pode lentificar a indução da anestesia em função da depressão respiratória C) VENTILAÇÃO PULMONAR 0.47 12 100% 20% 2.30 D) FLUXO SANGÜÍNEO PULMONAR débito cardíaco do fluxo pulmonar capacidade sanguínea Lentificação do da tensão Aumento do DC tende a lentificar a fase inicial de indução, porém acelera a fase posterior de equilíbrio Débito Cardíaco VS x FC INO CRONO (força) (ritmo) E) GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO ARTERIOVENOSO Conc. Anestésico arterial/ venoso captação anestésico pelo tecido Afinidade do tecido Massa tecido Coeficiente de partição sangue:gás Fluxo sangüíneo dos tecidos: SNC, coração, fígado, rins, leito esplâncnico Juntos = 75% do débito cardíaco em repouso # Massa muscular + pele = 50% massa corporal pouco perfundidos acumulam anestésicos mais lentamente 1/5 fluxo sangüineo FATORES QUE AFETAM A TAXA DE EQUILÍBRIO GORDURA GORDURA Ventilação alveolar Débito cardíaco Perfusão lenta Coeficiente de partição grande Equilíbrio lento Perfusão rápida Coeficiente de partição pequeno Equilíbrio rápido Tecidos magros METABOLIZAÇÃO Anestésico geral SNC sangue ar expirado fígado ( Metab) Halotano 15 a 20% - Enfluorano 2 a 3% ELIMINAÇÃO Pulmão: principal via de eliminação O tempo de recuperação é dependente da taxa de eliminação no cérebro depois que a concentração do anestésico no ar inspirado começa a diminuir Os anestésicos menos solúveis no sangue e cérebro são mais rapidamente eliminados que os mais solúveis. Oxido nitroso > halotano ( + solúvel 5X Sg e 2X SNC ). Recuperação + lenta Ativação de correntes de K+ elevação do limiar Diminuição na transmissão sináptica colinérgica a duração de abertura de canias catiônicos ativados pelos receptores nicotínicos (isoflurano) Hiperpolarização Canais de cloro receptor GABAA (Benzodiazepínicos, barbitúricos, propofol e outros) Na “organização” estrutural lipídica fluidez da membrana FARMACODINÂMICA AG - limiar de deflagração celular atividade neuronal FARMACODINÂMICA Estágio I ou analgesia Conc. AG Subst. Gelatinosa corno dorsal medula espinhal atividade neuronal no trato espinotalâmico. Estágio II Conc. AG atividade neuronal bloqueio de pequenos neurônios inibitórios. Estágio III Anestesia cirúrgica depressão vias ascendentes do sistema reticular ativador + supressão da atividade reflexa espinhal relaxamento muscular. Estágio IV Colapso cardiorrespiratório depressão em doses muito elevadas dos centros vasomotor e respiratório do bulbo. CARACTERÍSTICAS DOSE-RESPOSTA A medida das concentrações alveolares de diferentes anestésicos em estados de equilíbrio estável proporciona sua potência relativa Concentração Alveolar Mínima (CAM) = DE50 Estado de anestesia conc. AG SNC Dose baixa Dor Dose elevada Morte Pressão Parcial AG SNC Pressão Parcial AG pulmão na fase de equilíbrio estável 5000 1000 100 10 1 0,1 0 50 10 1 0,1 0,01 0,001 Tetrafluoreto de carbono Hexafluoreto de enxofre Óxido nitroso Xefônio Ciclopropano Fluroxeno Éter Halotano Clorofórmio Metoxiflurano MAC (atm) CORRELAÇÃO DA POTÊNCIA ANESTÉSICA COM COEFICIENTE DE PARTIÇÃO ÓLEO/GÁS AÇÕES FARMACOLÓGICAS - AGI # Sistema Cardiovascular # Reduzem a PA média do débito cardíaco. # Reduzem a freqüência cardíaca atuação direta no nó sinusal + SNA. # Aumentam a pressão atrial função miocárdica. # Reduzem o consumo de O2 miocárdio PA - força de contração do miocárdio. # Reduzem os efeitos depressores dos anestésicos gerais inalados estimulação cirúrgica, hipercapnia, maior tempo cirúrgico( > 5h ) AÇÕES FARMACOLÓGICAS - AGI # Sistema Respiratório # Reduzem o volume corrente Exceção oxido Nitroso # Aumentam a freqüência respiratória não é capaz de compensar a redução do volume. # Anestésicos gerais Depressores respiratórios CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS GERAIS INALATÓRIOS # Coeficiente de partição sangue: gás 12.0 # Coeficiente de partição óleo: gás 65 # CAM ( % v/v) 1.9 # Indução e recuperação Lenta # Principais efeitos adversos Irritação respiratória Náuseas e vômitos Risco de explosão # Obs: Raramente usado. ÉTER “ÉTER ANESTÉSICO “ # Coeficiente de partição sangue: gás 2.4 # Coeficiente de partição óleo: gás 220 # CAM ( % v/v) 0.8 # Indução e recuperação Média # Principais efeitos adversos Hipotensão arterial , arritmias cardíacas, hepatotoxidade, Hipertermia malígna ( raro). # Obs: Uso comum.Vem sendo substituído pelas últimas gerações. Metabolismo significativo a trifluoracetato. HALOTANO “HALOTANO “ #Coeficiente de partição sangue: gás 0.5 # Coeficiente de partição óleo: gás 1.4 # CAM ( % v/v) 100 + # Indução e recuperação Rápida # Principais efeitos adversos Anemia ( uso prolongado ou repetido). # Obs: Sua baixa potencia impede seu uso como único anestésico, devendo ser associado a outros anestésicos inalados. Bom efeito analgésico. OXIDO NITROSO “OXIDO NITROSO “ ENFLUORANO #Coeficiente de partição sangue: gás 1.9 # Coeficiente de partição óleo: gás 98 # CAM ( % v/v) 0.7 # Indução e recuperação Média # Principais efeitos adversos Leve risco de convulsões, Hipertermia malígna ( raro ). # Obs: Muito usado. Características semelhantes aos do Halotano; porém, menor risco de hepatotoxidade. ISOFLUORANO #Coeficiente de partição sangue: gás 1.4 # Coeficiente de partição óleo: gás 91 # CAM ( % v/v) 1.72 # Indução e recuperação Média # Principais efeitos adversos Poucos efeitos adversos , isquemia coronariana em pacientes predispostos. # Obs: Muito usado como alternativa ao halotano. DESFLUORANO #Coeficiente de partição sangue: gás 0.4 # Coeficiente de partição óleo: gás 23 # CAM ( % v/v) 6.1 # Indução e recuperação Média # Principais efeitos adversos Irritação das vias respiratórias, tosse, broncoespasmo . # Obs: Utilizado para cirurgia ambulatorial em função da rapidez do início dos efeitos e rápida recuperação. CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS GERAIS ENDOVENOSOS BENZODIAZEPÍNICOS – SEDATIVOS- HIPNÓTICOS DIAZEPAM – LORAZEPAM - MIDAZOAM # São hidrossolúveis, porém o Midazolan menor irritação local torna- se lipossolúvel em pH fisiológico. # Produzem um início mais lento da anestesia e uma menor depressão do SNC em comparação aos barbitúricos. # Por via EV prolongam o efeito de recuperação pós- anestésica . BENZODIAZEPÍNICOS – SEDATIVOS- HIPNÓTICOS # O MIDAZOLAN Aplicado 15 a 20 min antes da indução anestésica. DIAZEPAM – LORAZEPAM - MIDAZOAM # Causam maior incidência de amnésia anterógrada ( maior 50% ) Amnésia que ocorrem para eventos após a adm. da droga # OS BENZODIAZEPÍNCOS SÃO ÚTEIS COMO PRÉ- MEDICAÇÃO. OPIÁCEOS – Hipnoanalgésicos MORFINA – FENTANIL – SUFENTANIL - ALFENTANIL # Altas doses Anestesia geral. { 1 a 3 mg/Kgf morfina – 50 a 100 microgramas/ kgf fentanil. # Mais recente Sulfentanil # Embora doses altas paciente pode apresentar consciência durante a anestesia e recordações desagradáveis no pós- operatório. OPIÁCEOS – Hipnoanalgésicos # Podem causar depressão respiratória pós - op ventilação assistida + antagonistas ( naloxona ). MORFINA – FENTANIL – SUFENTANIL - ALFENTANIL # Embora doses altas paciente pode apresentar consciência durante a anestesia e recordações desagradáveis no pós- operatório. # Causam maior rigidez parede abdominal Prejudica ventilação # A derpessão respiratória pode ser minimizada a dose opiáceo + associação com barbitúrico ou BZD. OPIÁCEOS – Hipnoanalgésicos MORFINA – FENTANIL – SUFENTANIL - ALFENTANIL # Alfentanil Congênere do fentanil Disponível para uso por via EV Procedimentos cirúrgicos de curta duração. # Alfentanil + Fentanil + Droperidol ( derivado butirofenônico ) produzem analgesia e amnésia # Alfentanil + Fentanil + Droperidol ( derivado butirofenônico ) + Oxido nitroso produzem Neuroleptanestesia. TIOPENTAL # Velocidade de indução e recuperação Rápida ( se ocorrer acúmulo a recuperação passa a ser lenta). # Principais efeitos adversos depressão respiratória, depressão cardiovascular, sensação de ressaca. # Obs: Utilizado amplamente para fins de indução de rotina. “THIO NENBUTAL “ - “THIOPENTAX “ ETOMIDATO # Velocidade de indução e recuperação Rápidas. # Principais efeitos adversos Efeitos excitatórios durante a indução e recuperação. # Dor no local da injeção. # Obs: Menor depressão cardiovascular e respiratória que o tiopental. “AMIDATE “ # IMIDAZOL CARBOXILADO Utilizado na indução para anestesias não prolongadas. # Perda da consciência em segundos. PROPOFOL # Velocidade de indução e recuperação Rápidas. Dor no local da injeção. # Principais efeitos adversos Supressão córtico supra-renal, depressão cardiovascular e respiratória. # Obs: Rapidamente metabolizado. Pode ser usado em infusão contínua. “DIPRIVAN “ # É semelhante aos barbituratos, porém a recuperação é mais rápida. # 2,6-diisopropilfenol ou dispropofol CETAMINA # Velocidade de indução e recuperação Lentos. # Principais efeitos adversos Náuseas, vômitos, salivação pós operatória. # Efeitos psicoticomiméticos após recuperação ( comuns ). # Obs: Produz boa analgesia e amnésia. “KETALAR “; “KETAMIN “; “KETAMIN- S “ # Anestesia dissociativa amnésia, catatonia e analgesia. # Bloqueio do receptor excitatório ácido glutâmico subtipo NMDA MIDAZOLAM # Velocidade de indução e recuperação Mais lentos que os demais. # Principais efeitos adversos pouca depressão respiratória e cardiovascular. “VERSERD “
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