Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 1 Olá! Como vai? Feliz 2015. Que seja o ano de novos rumos, que tenhamos excelentes notícias e alcancemos nossos objetivos e sonhos. Bem, hoje vamos tratar do seguinte: AULA 02: Princípios básicos da Administração pública. Em relação ao nosso Desafio, os gabaritos são os seguintes: 01. "C" (questão comentada n. 51); 02. "E" (questão comentada n. 07); 03. "E" (questão comentada n. 49); 04. "C" (questão comentada n. 50). O que achou? Foi bem? Acertou tudo? Se não acertou não tem problema algum. Agora é justamente o momento adequado para termos nossas dúvidas, corrigirmos alguns detalhes. É isso aí, vamos que vamos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 2 S U M Á R I O 1. Princípios Administrativos .......................................................................... 3 1.1 Princípio da legalidade ........................................................................................... 4 1.2 Princípio da impessoalidade .................................................................................. 6 1.3 Princípio da moralidade ......................................................................................... 8 1.4 Princípio da publicidade ......................................................................................... 9 1.5 Princípio da eficiência .......................................................................................... 10 1.6 Princípio da supremacia do interesse público ..................................................... 11 1.7 Princípio da indisponibilidade .............................................................................. 11 1.8 Princípio da autotutela ........................................................................................ 12 1.9 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade ................................................... 13 1.10 Princípio da continuidade .................................................................................. 13 1.11 Princípio da segurança jurídica.......................................................................... 14 2. QUESTÕES SELECIONADAS ...................................................................... 16 3. GABARITO ................................................................................................ 45 4. QUESTÕES COMENTADAS ......................................................................... 46 5. DESAFIO ................................................................................................. 118 PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 3 1. Princípios Administrativos Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto de normas que vai orientar toda a sua atuação. Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser divididas em regras e princípios, que compõem o regime jurídico administrativo, ou seja, o conjunto de normas que regem a atividade administrativa e a administração pública. Nesse aspecto, vale estudar os princípios administrativos que se diferenciam das regras. Os princípios são comandos mais abstratos, gerais, quando em conflito (só aparente) se resolve pela ponderação de valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam (os conflitos são resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal como lei posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), são menos abstratas e, em geral, tratam de situação específica. Com efeito, é importante sabermos que é a Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública. Os princípios administrativos, segundo o Prof. Carvalho “são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública”. Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe garantem validade”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 4 Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura”. Com efeito, como disse, a Constituição prevê os princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos) básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 1.1 Princípio da legalidade O princípio da Legalidade, também chamado de legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, “princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se faça tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da CF/88, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 5 segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Todavia, ao administrador público somente cabe realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária). É necessário distinguir o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade administrativa (alcance da legalidade). Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade deve ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato normativo, desde a Constituição, passando pelos atos infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), os tratados internacionais, até os atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas, regimentos e estatutos administrativos).Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito. Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja, não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99. Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 6 necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, certas matérias, conforme exigência constitucional. Por exemplo, ao servidor público é assegurado o direito à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a matéria ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei. Quer dizer que determinados temas devem necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido estrito. Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade tem representação para além do âmbito geral ou administrativo, há ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o administrador público deve observar em todos os seus atos o fim estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse público. Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que causa a nulidade do ato. Para alguns autores, o princípio da finalidade tem estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. 1.2 Princípio da impessoalidade O princípio da impessoalidade é visto sob duas vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse público (finalidade), impedindo assim que a Administração atue de forma discriminatória ou beneficie alguém por PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 7 critérios subjetivos, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os administrados. Noutra acepção, estabelece a vedação da promoção pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso: § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Nesse aspecto, é bom esclarecer que os atos realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos na aplicação da teoria do órgão. Assim, quando o agente usa a máquina administrativa visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que representa o interesse coletivo. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 8 A propósito, vale lembrar que o interesse público se subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece o dever de a lei cumprir seu objetivo. 1.3 Princípio da moralidade O princípio da moralidade está assentado na ética, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade administrativa, a honestidade. É princípio que permite a verificação de validade dos atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. É certo que se trata de um conceito jurídico indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade”. Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina administrativa no tocante à condução da coisa pública. Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, honestidade, probidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 9 Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. Com efeito, a Constituição permitiu ao particular (cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao dispor sobre a ação popular. 1.4 Princípio da publicidade O princípio da publicidade consiste na obrigação que tem a Administração Pública, como atividade e ente público, de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos, bem como para fins de o ato produzir seus efeitos. É certo que a conduta da Administração deve ser pública, deve ser transparente. Todavia, a Constituição ressalva alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade ou vida privada.A publicidade poder ser feita pelos mais diversos meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado (notificação) ou somente em boletim interno. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 10 Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá, como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do ato), ser requisito de eficácia. Uma das decorrências do princípio da publicidade é o princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja, segundo o qual na pratica de um ato deve a Administração apresentar, torna explícitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os fatos e fundamentos de direito que o justificam. 1.5 Princípio da eficiência O principio da eficiência, erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão (art. 37, §8º, CF/88). Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a menor custo”. Destaca, ademais, que “consiste na organização racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII) Trata-se da tentativa de mudar o foco da Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, que busca o resultado, em detrimento da Administração burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 11 Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o interesse da Administração. A par desses princípios expressos existem outros princípios implícitos na CF/88, também chamados de reconhecidos, sendo importante destacar os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado, o da indisponibilidade do interesse público, da autotutela, da proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos serviços públicos, dentre outros. 1.6 Princípio da supremacia do interesse público O princípio da supremacia do interesse público traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia ao interesse público. Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, mesmo em confronto com o interesse público, devem ser respeitados, resguardados. Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes especiais conferidos à Administração Pública. É por força da supremacia que a Administração Pública atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. 1.7 Princípio da indisponibilidade PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 12 De outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. Significa dizer que, de um modo geral, não há possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. Esses dois princípios, é importante dizer, são considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo. Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes dois princípios primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do interesse público). 1.8 Princípio da autotutela Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-fé. Podemos ainda citar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 13 1.9 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da legalidade, bem como do postulado do devido processo legal substantivo. Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 positivou esses princípios, ao prescrever a observância da adequação entre meios e fins (razoabilidade), vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (proporcionalidade). De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo da Constituição, estabelecendo o seguinte: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Finalmente, se diz que a proporcionalidade se divide em três subprincípios: (a) adequação; (b) exigibilidade; (c) proporcionalidade em sentido estrito. 1.10 Princípio da continuidade O princípio da continuidade, princípio específico da prestação dos serviços públicos, estabelece que em razão do PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br| Prof. Edson Marques 14 atendimento das necessidades e anseios da coletividade, os serviços públicos não podem ser interrompidos, não podem sofrer lapso (intervalo) de continuidade. É claro que, como se sabe, nenhum princípio é absoluto, de modo que há casos em que será possível a paralisação. Todavia, trata-se de exceção à regra, ou seja, os serviços poderão ser interrompidos nos seguintes casos: Desde que ocorra o prévio aviso: o Para fins de manutenção o Por razões de inadimplência (falta de pagamento). Neste caso, o débito deve ser atual, considerado este o até três meses do aviso de corte. (se for débito antigo, segundo entendimento do STJ não poderá ocorrer a suspensão no fornecimento). Sem aviso prévio o Situações emergenciais (catástrofes ou decorrentes de eventos da natureza ou caso fortuito/força maior) 1.11 Princípio da segurança jurídica O princípio da segurança jurídica, denominado por alguns de princípio da proteção da confiança (boa-fé), estabelece a necessidade de estabilidade das relações jurídicas em virtude do transcurso de tempo e da boa-fé do administrado. É decorrência desse princípio a decadência, a prescrição, bem como os postulados constitucionais do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. Esse princípio é visto sob duas vertentes, a perspectiva de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e regras são de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 15 conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade, isto é, de que as relações constituídas se consolidam com o tempo (segurança jurídica) e de que o administrado, por atuar de boa-fé, não pode sofrer com atos da Administração que venham no futuro a ser invalidados, já que gozam de presunção de legalidade. O prof. Carvalho Filho ainda indica o princípio da precaução, retirado do âmbito do Direito Ambiental, mas que também já vem sendo adotado no âmbito do Direito Administrativo, no sentido de que se determinadas condutas traz riscos para a coletividade a Administração deve tomar medidas (prevenção) para evitar que tais ações/eventos lhe geram danos. Por exemplo, se um empresário que desenvolver um novo projeto empresarial (exploração de determinado componente) ao solicitar o alvará para funcionamento dessa atividade, a Administração deverá lhe cobrar os estudos necessários para saber qual o impacto que essa exploração possa vir a causar na coletividade (precaução). Assim, vamos às questões. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 16 2. QUESTÕES SELECIONADAS 1. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRF 5ª REGIÃO – FCC/2008) Os princípios informativos do Direito Administrativo (A) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal. (B) consistem no conjunto de proposições que embasa um sistema e lhe garante a validade. (C) ficam restritos àqueles expressamente previstos na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais. (D) são normas previstas em regulamentos da Presidência da República sobre ética na Administração Pública. (E) são regras estabelecidas na legislação para as quais estão previstas sanções de natureza administrativa. 2. (FCC/2014 – TCE/PI – AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO) O ordenamento jurídico pátrio agasalha regimes jurídicos de natureza distinta. A Administração pública a) obrigatoriamente submete-se a regime jurídico de direito público em matéria contratual. b) submete-se a regime jurídico de direito público, podendo, por ato próprio, de natureza regulamentar, optar por regime diverso, em razão do princípio da eficiência e da gestão administrativa responsável, e adequado planejamento. c) pode submeter-se a regime jurídico de direito privado ou a regime jurídico de direito público, conforme disposto pela Constituição Federal ou pela lei. d) quando emprega modelos privatísticos, é integral sua submissão ao direito privado. e) pode submeter-se a regime jurídico de direito público ou de direito privado, sendo a opção, por um ou outro regime jurídico, para a Administração pública indireta, livre ao Administrador. 3. (FCC/2014 – PREF. RECIFE/PE – PROCURADOR) No que diz respeito ao regime jurídico administrativo, considere as PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 17 seguintes afirmações: I. Há, neste tipo de regime, traços de autoridade, de supremacia da Administração, sendo possível, inclusive, que nele se restrinja o exercício de liberdades individuais. II. As chamadas prerrogativas públicas, para que sejam válidas, devem vir respaldadas em princípios constitucionais explícitos na Constituição Federal. III. Via de regra, também integram o regime jurídico administrativo de um município as leis, os decretos, os regulamentos e as portarias do Estado em que ele se localiza. IV. É tendência da maioria da doutrina administrativista contemporânea não mais falar em “restrições” ou “sujeições” como traço característico do regime jurídico administrativo, em razão dessas expressões poderem levar à falsa conclusão de que as atividades da Administração que visam a beneficiar a coletividade podem estar sujeitas a limites. Está correto o que se afirmar APENAS em a) IV. b) I c) I e III. d) II e IV. e) I, II e III. 4. (PROCURADOR – PGE/AL – FCC/2008) O regime jurídico administrativo possui peculiaridades, dentre as quais podem ser destacados alguns princípios fundamentais que o tipificam. Em relação a estes, pode-se afirmar que o princípio da (A) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública, tendo evoluído para somente ser aplicado aos atos discricionários. (B) supremacia do interesse público informa as atividades da administração pública e pode ser aplicado para excepcionar o princípio da legalidade estrita, a fim de melhor representar a tutela do interesse comum. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 18 (C) legalidade estrita significa que a administração pública deve observar o conteúdo das normas impostas exclusivamente por meio de leis formais. (D) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a edição de atos discricionários, que só podem ser realizados com expressa autorização legislativa. (E) indisponibilidade do interesse público destina-se a restringir a atuação da administração pública, que deve agir nas hipóteses e limites constitucionais e legais. 5. (COMISSÁRIO DE INFÂNCIA E DA JUVENTUDE – TJ/RJ – FCC/2012) O princípio da supremacia do interesse público a) informa toda a atuação da Administração Pública e se sobrepõe a todos os demais princípios e a todo e qualquer interesse individual. b) está presente na elaboração da lei e no exercício da função administrativa, esta que sempre deve visar ao interesse público. c) informa toda a atuação da Administração Pública, recomendando, ainda que excepcionalmente, o descumprimentode norma legal, desde que se comprove que o interesse público restará melhor atendido. d) traduz-se no poder da Administração Pública de se sobrepor discricionariamente sobre os interesses individuais, dispensando a adoção de formalidades legalmente previstas. e) está presente na atuação da Administração Pública e se consubstancia na presunção de veracidade dos atos praticados pelo Poder Público. 6. (AUDITOR – TCE/AL – FCC/2008) “A Justiça Federal em Florianópolis recebeu 17 mandados de segurança contra a medida provisória (MP) da Presidência da República publicada em 22 de janeiro, que proibiu a venda e a oferta de bebidas alcoólicas em faixa de domínio de rodovia federal ou estabelecimento situado em local com acesso direto à rodovia. Em dois processos, as empresas conseguiram a liminar que impede (...) multa em caso de infração à MP; em quatro o pedido foi negado e nos demais ainda não houve decisão.” PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 19 (Fonte: www.jf.gov.br. Notícias, em 13.02.08) Como fundamento dessa medida provisória, o Poder Executivo federal pode evocar, dentre os princípios do Direito Administrativo, o da (A) indisponibilidade do interesse público. (B) continuidade dos serviços públicos. (C) supremacia do interesse público. (D) especialidade. (E) segurança nacional. 7. (FCC/2014 – TRT 2ª REGIÃO (SP) – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O princípio da supremacia do interesse público informa a atuação da Administração pública. a) de forma absoluta diante das lacunas legislativas, tendo em vista que o interesse público sempre pretere o interesse privado, prescindindo da análise de outros princípios. b) subsidiariamente, se não houver lei disciplinando a matéria em questão, pois não se presta a orientar atividade interpretativa das normas jurídicas. c) alternativamente, tendo em vista que somente tem lugar quando não acudirem outros princípios expressos. d) de forma prevalente, posto que tem hierarquia superior aos demais princípios. e) de forma ampla e abrangente, na medida em que também orienta o legislador na elaboração da lei, devendo ser observado no momento da aplicação dos atos normativos. 8. (FCC/2013 – MPE/SE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Os princípios básicos da Administração pública podem ser expressos ou implícitos, sendo estes reconhecidos a partir da interpretação da doutrina e jurisprudência, impondo determinados padrões e balizas para atuação da Administração pública. Dentre eles, está o princípio da indisponibilidade do interesse público que a) prevalece sobre os demais princípios implícitos e explícitos, mitigando o próprio princípio da legalidade, na medida em que faculta PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 20 ao Gestor Público, até mesmo por ato administrativo, afastar a aplicação de lei que o autorize a transigir, por ofensa à indisponibilidade do interesse público. b) determina que os interesses privados não possam se sobrepor ao interesse público, inviabilizando que as matérias de conteúdo patrimonial, sob litígio durante a execução de um contrato de concessão de serviço público, sejam submetidas e decididas por mecanismos privados para resolução de disputas. c) impede a celebração de termos de ajustamento de conduta com a Administração pública, já que exclui a possibilidade de negociação de seu conteúdo entre os partícipes, sob pena de ofensa à legalidade. d) é uma das facetas do princípio da licitação, ao lado do princípio expresso da impessoalidade, evitando privilégios e favorecimentos direcionados àqueles que possam não executar o objeto da contratação satisfatoriamente. e) fundamenta o sacrifício ao exercício de competências atribuídas por lei à Administração pública, como a instalação de infraestrutura rodoviária sobre área irregularmente ocupada por movimento de sem-teto. 9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TST – FCC/2012) Segundo a literalidade do caput do art. 37 da Constituição de 1988, a Administração pública obedecerá, entre outros, ao princípio da a) proporcionalidade. b) razoabilidade. c) igualdade. d) moralidade. e) boa-fé. 10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/SP – FCC/2012) De acordo com a Constituição Federal, constituem princípios aplicáveis à Administração Pública os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Tais princípios aplicam-se às entidades PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 21 a) de direito público, excluídas as empresas públicas e sociedades de economia mista que atuam em regime de competição no mercado. b) de direito público e privado, exceto o princípio da eficiência que é dirigido às entidades da Administração indireta que atuam em regime de competição no mercado. c) integrantes da Administração Pública direta e indireta e às entidades privadas que recebam recursos ou subvenção pública. d) integrantes da Administração Pública direta e indireta, independentemente da natureza pública ou privada da entidade. e) públicas ou privadas, prestadoras de serviço público, ainda que não integrantes da Administração Pública. 11. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AP – FCC/2012) De acordo com a Constituição Federal, os princípios da Administração Pública aplicam-se a) às entidades integrantes da Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes. b) à Administração direta, autárquica e fundacional, exclusivamente. c) às entidades da Administração direta e indireta, exceto às sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. d) à Administração direta, integralmente, e à indireta de todos os poderes e às entidades privadas que recebem recursos públicos, parcialmente. e) à Administração direta, exclusivamente, sujeitando- se as entidades da Administração indireta ao controle externo exercido pelo Tribunal de Contas. 12. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Os princípios da Administração Pública que têm previsão expressa na Constituição Federal são: (A) autotutela, publicidade e indisponibilidade. (B) legalidade, publicidade e eficiência. (C) moralidade, indisponibilidade e razoabilidade. (D) publicidade, eficiência e indisponibilidade. (E) eficiência, razoabilidade e moralidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 22 13. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RS – FCC/2011) Na relação dos princípios expressos no artigo 37, caput, da Constituição da República Federativa do Brasil, NÃO consta o princípio da a) moralidade. b) eficiência. c) probidade. d) legalidade. e) impessoalidade. 14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/TO – FCC/2011) São princípios da Administração Pública, expressamente previstos no artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros, a) eficiência, razoabilidade e legalidade. b) motivação, moralidade e proporcionalidade. c) legalidade, moralidade e impessoalidade. d) publicidade, finalidade e legalidade.e) eficiência, razoabilidade e moralidade. 15. (FCC/2014 – TCE/RS – AUDITOR PÚBLICO EXTERNO) Os princípios que regem a Administração pública a) são aqueles que constam expressamente do texto legal, não se reconhecendo princípios implícitos, aplicando-se tanto à Administração direta quanto à indireta. b) podem ser expressos ou implícitos, os primeiros aplicando-se prioritariamente em relação aos segundos, ambos se dirigindo apenas à Administração direta. c) são prevalentes em relação às leis que regem a Administração pública, em razão de seu conteúdo ser mais relevante. d) dirigem-se indistintamente à Administração direta e às autarquias, aplicando-se seja quando forem expressos, seja quando implícitos. e) aplicam-se à Administração direta, indireta e aos contratados em regular licitação, seja quando forem expressos, seja quando implícitos. 16. (FCC/2013 – TRT 15ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Os princípios que regem a Administração pública podem ser PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 23 expressos ou implícitos. A propósito deles é possível afirmar que: a) moralidade, legalidade, publicidade e impessoalidade são princípios expressos, assim como a eficiência, hierarquicamente superior aos demais. b) supremacia do interesse público não consta como princípio expresso, mas informa a atuação da Administração pública assim como os demais princípios, tais como eficiência, legalidade e moralidade. c) os princípios da moralidade, legalidade, supremacia do interesse público e indisponibilidade do interesse público são expressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. d) eficiência, moralidade, legalidade, impessoalidade e indisponibilidade do interesse público são princípios expressos e, como tal, hierarquicamente superiores aos implícitos. e) impessoalidade, eficiência, indisponibilidade do interesse público e supremacia do interesse público são princípios implícitos, mas de igual hierarquia aos princípios expressos. 17. (FCC/2013 – TRT 5ª REGIÃO (BA) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O artigo 37 da Constituição Federal dispõe que a Administração pública deve obediência a uma série de princípios básicos, dentre eles o da legalidade. É correto afirmar que a legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público, em sua atividade funcional, a) pode fazer tudo que a lei não proíba, porque a Constituição Federal garante que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. b) está vinculado à lei, não aos princípios administrativos. c) deve atuar conforme a lei e o direito, observando, inclusive, os princípios administrativos. d) está adstrito à lei, mas dela poderá afastar-se desde que autorizado a assim agir por norma regulamentar. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 24 e) está adstrito à lei, mas poderá preteri-la desde que o faça autorizado por acordo de vontades, porque na Administração pública vige o princípio da autonomia da vontade. 18. (FCC/2013 – TJ/PE – JUIZ) A Constituição Federal vigente prevê, no caput de seu art. 37, a observância, pela Administração Pública, do princípio da legalidade. Interpretando-se essa norma em harmonia com os demais dispositivos constitucionais, tem-se que a) os Municípios, por uma questão de hierarquia, devem antes atender ao disposto em leis estaduais ou federais, do que ao disposto em leis municipais. b) o Chefe do Poder Executivo participa do processo legislativo, tendo iniciativa privativa para propor certos projetos de lei, como aqueles sobre criação de cargos públicos na Administração direta federal. c) a extinção de cargos públicos, em qualquer hipótese, depende de lei. d) a Administração é livre para agir na ausência de previsão legislativa. e) é cabível a delegação do Congresso Nacional para que o Presidente da República disponha sobre diretrizes orçamentárias. 19. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 6ª REGIÃO – FCC/2012) A aplicação do princípio da impessoalidade à Administração Pública traduz-se, dentre outras situações, na a) proibição de identificação de autoria em qualquer requerimento dirigido à Administração, restringindo- se a indicação numérica para, ao fim do processo, notificar o interessado. b) atuação feita em nome da Instituição, ente ou órgão que a pratica, sempre norteada ao interesse público, não sendo imputável ao funcionário que a pratica, ressalvada a responsabilidade funcional específica. c) conduta da Administração não visar a prejudicar ou beneficiar pessoas, salvo se, por consequência indireta, atingir finalidade de interesse público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 25 d) conduta da Administração ser geral e indeterminada, de modo que qualquer benefício concedido a um funcionário, ainda que por força de ordem judicial, deve ser obrigatoriamente estendido a todos os demais na mesma situação. e) atuação da Administração não reconhecer direito individual de servidor, somente podendo processar requerimentos coletivos para a obtenção de benefícios. 20. (PROCURADOR – PGE/AM – FCC/2010) NÃO é situação que configura nepotismo, a sofrer a incidência da Súmula Vinculante nº 13, editada pelo Supremo Tribunal Federal, a nomeação de a) sobrinho de Secretário de Estado para cargo de dirigente de autarquia estadual. b) cunhado de Presidente da Assembleia Legislativa para cargo de assessor da Presidência do Tribunal de Justiça. c) irmão adotivo de Secretário de Estado para cargo de diretor na respectiva Secretaria. d) cônjuge de Governador para cargo de Secretário de Estado. e) sogro de Deputado Estadual, para cargo de assessor em gabinete de outro Deputado Estadual. 21. (FCC/2014 – TRT 16ª REGIÃO (MA) – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) O Diretor Jurídico de uma autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entidade. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da a) presunção de legitimidade. b) publicidade. c) motivação. d) supremacia do interesse privado sobre o público. e) impessoalidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 26 22. (FCC/2013 – TRE/RO – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA) Determinado Município de Rondônia, em sua Lei Orgânica, proibiu a contratação de parentes, afins ou consanguíneos, do prefeito, do vice-prefeito, dos vereadores e dos ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança, bem como dos servidores e empregados públicos municipais, até seis meses após o fim do exercício das respectivas funções. Referida norma atende ao seguinte princípio da Administração pública: a) Supremacia do Interesse Privado. b) Impessoalidade. c) Motivação. d) Autotutela. e) Publicidade.23. (FCC/2013 – CAIXA – ENGENHEIRO CIVIL) Considere a seguinte situação hipotética: Lei Municipal atribuiu a hospital público o sobrenome do então Prefeito, como inclusive era conhecido na Municipalidade e quando ainda exercia seu mandato, ou seja, a introdução da norma no ordenamento jurídico municipal operou-se em plena vigência do mandato eletivo do citado Prefeito, que não obstante detivesse o poder de veto, sancionou a lei. A situação narrada fere especificamente o seguinte princípio da Administração Pública: a) Autotutela. b) Eficiência. c) Publicidade. d) Especialidade. e) Impessoalidade. 24. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/AP – FCC/2012) O Prefeito de determinado Município, a fim de realizar promoção pessoal, utilizou-se de símbolo e de slogan que mencionam o seu sobrenome na publicidade institucional do Município. A utilização de publicidade governamental para promoção PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 27 pessoal de agente público viola o disposto no artigo 37, § 1º , da Constituição Federal, ora transcrito: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O fato narrado constitui violação ao seguinte princípio da Administração Pública, dentre outros: a) Eficiência. b) Publicidade. c) Razoabilidade. d) Impessoalidade. e) Supremacia do Interesse Particular sobre o Público. 25. (PROCURADOR DE CONTAS – TJ/RR – FCC/2008) “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. O texto acima transcrito, do art. 37, §1º, da Constituição Federal é aplicação do princípio da (A) moralidade, pois determina que o conteúdo da informação publicitária não poderá atentar contra a moral e os bons costumes. (B) impessoalidade, pois desvincula a atuação da Administração de qualquer alusão pessoal à figura de um agente político. (C) publicidade, pois regula a veiculação da publicidade oficial e impede os abusos que possam ser cometidos em seu exercício. (D) eficiência, pois determina que haja o menor dispêndio possível relativo à publicidade oficial. (E) motivação, pois implica a realização de publicidade oficial que tenha estrita correlação com serviços públicos prestados pela Administração. 26. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Quando se PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 28 diz que a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, estamos diante do princípio da (A) especialidade. (B) legalidade ou veracidade. (C) impessoalidade ou finalidade. (D) supremacia do interesse público. (E) indisponibilidade. 27. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 23ª REGIÃO – FCC/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito para um dos princípios básicos da Administração Pública: De acordo com ele, a Administração e seus agentes têm de atuar na conformidade de princípios éticos. (...) Compreendem-se em seu âmbito, como é evidente, os chamados princípios da lealdade e boa-fé. Trata-se do princípio da a) motivação. b) eficiência. c) legalidade. d) razoabilidade. e) moralidade. 28. (FCC/2014 – TRT 16ª REGIÃO (MA) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Em julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, a Corte Suprema firmou entendimento no sentido de que assessor de Juiz ou de Desembargador tem incompatibilidade para o exercício da advocacia. Ao fundamentar sua decisão, a Corte explanou que tal incompatibilidade assenta-se, sobretudo, em um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa. Trata- se do princípio da a) supremacia do interesse privado. b) publicidade. c) proporcionalidade. d) moralidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 29 e) presunção de veracidade. 29. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RS – FCC/2010) A publicidade, como um dos princípios básicos da Administração, a) deve ser observada em todo e qualquer ato administrativo, sem exceção. b) é elemento formativo do ato. c) é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. d) é obrigatória apenas para os órgãos a Administração direta, sendo facultativa para as entidades da Administração indireta. e) também pode ser usada para a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, salvo no período eleitoral. 30. (FCC/2014 – TCE/RS – AUDITOR PÚBLICO EXTERNO) A necessidade de publicação dos atos administrativos no Diário Oficial e, em alguns casos, em jornais de grande circulação é forma de observância do princípio da a) legalidade, ainda que essa obrigação não esteja prevista na legislação. b) impessoalidade, na medida em que os atos administrativos são publicados sem identificação da autoridade que os emitiu. c) eficiência, posto que a Administração deve fazer tudo o que estiver a seu alcance para promover uma boa gestão, ainda que não haja lastro na legislação d) supremacia do interesse público, pois a Administração tem prioridade sobre outras publicações. e) publicidade, na medida em que a Administração deve dar conhecimento de seus atos aos administrados. 31. (FCC/2014 – TRT 19ª REGIÃO (AL) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Roberto, empresário, ingressou com representação dirigida ao órgão competente da Administração pública, requerendo a apuração e posterior adoção de providências cabíveis, tendo em vista ilicitudes praticadas por PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 30 determinado servidor público, causadoras de graves danos não só ao erário como ao próprio autor da representação. A Administração pública recebeu a representação, instaurou o respectivo processo administrativo, porém, impediu que Roberto tivesse acesso aos autos, privando-o de ter ciência das medidas adotadas, sendo que o caso não se enquadra em nenhuma das hipóteses de sigilo previstas em lei. O princípio da Administração pública afrontado é a a) publicidade. b) eficiência. c) isonomia. d) razoabilidade. e) improbidade. 32. (FCC/2013 – TRE/RO – TÉCNICO JUDICIÁRIO) O Supremo Tribunal Federal, em importante julgamento, considerou constitucional a divulgação, em sítio eletrônico de determinada Prefeitura, da remuneração bruta dos servidores, dos cargos e funções por eles titularizados e dos órgãos de sua lotação. Em suma, considerou que inexiste, na hipótese, ofensa à intimidade ou vida privada, pois os dados, objeto da divulgação, dizem respeito a agentes públicos, isto é, agentes estatais agindo nessa qualidade. A decisão citada encontra-seem fiel observância ao seguinte princípio da Administração pública: a) Motivação. b) Eficiência. c) Supremacia do Interesse Privado. d) Proporcionalidade. e) Publicidade. 33. (FCC/2013 – TRT 18ª REGIÃO (GO) – TÉCNICO JUDICIÁRIO) A Administração pública sujeita-se a princípios previstos na Constituição Federal de 1988. Dentre eles, o princípio da: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 31 a) legalidade, que exige a prática de atos expressamente previstos em lei, não se aplicando quando se trata de atos discricionários. b) moralidade, que se sobrepõe aos demais princípios, inclusive ao da legalidade. c) impessoalidade, que impede a identificação do nome dos servidores nos atos praticados pela administração. d) publicidade, que exige, inclusive por meio da publicação em impressos e periódicos, seja dado conhecimento da atuação da Administração aos interessados e aos administrados em geral. e) isonomia, que impede a edição de decisões distintas a respeito de determinado pedido, independentemente da situação individual de cada requerente. 34. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PR – FCC/2012) Com relação aos princípios constitucionais da Administração Pública, está em conformidade com a a) moralidade o ato administrativo praticado por agente público em favorecimento próprio, desde que revestido de legalidade. b) eficiência a prestação de serviço público que satisfaça em parte às necessidades dos administrados, desde que realizados com rapidez e prontidão. c) publicidade o sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado ou o indispensável à defesa da intimidade. d) impessoalidade a violação da ordem cronológica dos precatórios para o pagamento dos créditos de natureza comum. e) legalidade a inobservância a quaisquer atos normativos que não sejam lei em sentido estrito e provindos de autoridades administrativas. 35. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 6ª REGIÃO – FCC/2012) Pode-se, sem pretender esgotar o conceito, definir o princípio da eficiência como princípio a) constitucional que rege a Administração Pública, do qual se retira especificamente a presunção absoluta de legalidade de seus atos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 32 b) infralegal dirigido à Administração Pública para que ela seja gerida de modo impessoal e transparente, dando publicidade a todos os seus atos. c) infralegal que positivou a supremacia do interesse público, permitindo que a decisão da Administração sempre se sobreponha ao interesse do particular. d) constitucional que se presta a exigir a atuação da Administração Pública condizente com a moralidade, na medida em que esta não encontra guarida expressa no texto constitucional. e) constitucional dirigido à Administração Pública para que seja organizada e dirigida de modo a alcançar os melhores resultados no desempenho de suas funções. 36. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ENFERMAGEM – TRE/PR – FCC/2012) A eficiência, na lição de Hely Lopes Meirelles, é um dever que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. (Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros, 2003. p. 102). Infere-se que o princípio da eficiência a) passou a se sobrepor aos demais princípios que regem a administração pública, após ter sua previsão inserida em nível constitucional. b) deve ser aplicado apenas quanto ao modo de atuação do agente público, não podendo incidir quando se trata de organizar e estruturar a administração pública. c) deve nortear a atuação da administração pública e a organização de sua estrutura, somando-se aos demais princípios impostos àquela e não se sobrepondo aos mesmos, especialmente ao da legalidade. d) autoriza a atuação da administração pública dissonante de previsão legal quando for possível comprovar que assim serão alcançados melhores resultados na prestação do serviço público. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 33 e) traduz valor material absoluto, de modo que alcançou status jurídico supraconstitucional, autorizando a preterição dos demais princípios que norteiam a administração pública, a fim de alcançar os melhores resultados. 37. (FCC/2014 – TRT 13ª REGIÃO (PB) – ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere que a implementação de uma ação governamental foi concluída no prazo estabelecido, com custos reduzidos e de acordo com o escopo idealizado, porém não foi considerada pela sociedade como promotora dos benefícios esperados. Essa ação foi a) eficaz, porém não eficiente. b) efetiva, porém não eficaz. c) eficiente, porém não efetiva. d) efetiva, porém não eficiente. e) econômica, porém não eficiente. 38. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/PA – FCC/2009) Princípio da eficiência na Administração Pública é o dever (A) do administrador de indicar os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. (B) que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. (C) a que se impõe a Administração de atuar segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé. (D) segundo o qual a Administração só pode agir segundo a lei, jamais contra ou além da lei. (E) pelo qual se exige do administrador atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências. 39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/AM – FCC/2010) A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto afirmar: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 34 a) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. b) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão expressamente previstos na Constituição Federal. c) A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com irregularidade quanto à origem. d) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser publicado em jornal oficial. e) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa. 40. (FCC/2013 – TRT 1ª REGIÃO (RJ) – JUIZ SUBSTITUTO) Na atuação da Administração Pública Federal, a segurança jurídica é princípio que; a) justifica a mantença de atos administrativos inválidos, desde que ampliativos de direitos, independentemente da boa-fé dos beneficiários. b) não impede a anulação a qualquer tempo dos atos administrativos inválidos, visto que não há prazos prescricionais ou decadenciais para o exercício de autotutela em caso de ilegalidade. c) justifica o usucapião de imóveispúblicos urbanos de até duzentos e cinquenta metros quadrados, em favor daquele que, não sendo proprietário de outro imóvel urbano ou rural, exerça a posse sobre tal imóvel por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando- o para sua moradia ou de sua família. d) impede que haja aplicação retroativa de nova interpretação jurídica, em desfavor dos administrados. e) impede que a Administração anule ou revogue atos que geraram situações favoráveis para o particular, pois tal desfazimento afetaria direitos adquiridos. 41. (ASSESSOR – MPE/RS – FCC/2008) Considerando os princípios fundamentais da administração pública, analise: I. Dever pelo qual o funcionário deve servir à Administração com honestidade, procedendo no exercício de suas funções PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 35 sempre no intuito de realizar os interesses públicos, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. II. É resultante dos princípios basilares da legalidade e moralidade, como também é o melhor cumprimento dos fins da administração. As afirmações acima dizem respeito, tecnicamente, ao princípio da (A) probidade administrativa, em ambos os casos. (B) impessoalidade e da eficiência, respectivamente. (C) legalidade e da finalidade, respectivamente. (D) eficiência e probidade administrativa, respectivamente. (E) finalidade, em ambos os casos. 42. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/SP – FCC/2008) Marque a afirmativa correta: a) O princípio da moralidade só pode ser aferido pelos critérios pessoais do administrador. b) São princípios explícitos da Administração Pública, entre outros, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. c) O princípio da razoabilidade ou proporcionalidade não é princípio consagrado sequer implicitamente. d) O princípio da publicidade obriga a presença do nome do administrador nos atos, obras, serviços e campanhas do Poder Público. e) O princípio da motivação não exige a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão administrativa. 43. (FCC/2014 – TRT 1ª REGIÃO (RJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO) A Administração pública está sujeita a observância de normas e princípios, alguns expressos, outros implícitos. A instauração, instrução e decisão dos processos administrativos está sujeita a incidência de princípios, tendo a Lei nº 9784/99 elencado, de forma expressa, mais princípios do que a Constituição Federal, no que concerne à atividade administrativa. Sobre a aplicação dos princípios mencionados nesses Diplomas, tem-se que PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 36 a) o princípio da motivação não se aplica aos processos administrativos quando tratarem de atos de improbidade. b) os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade podem incidir no exercício, pela Administração pública, de competência discricionária. c) os princípios do contraditório e da ampla defesa aplicam-se somente aos processos administrativos que tratem de apuração de infrações disciplinares, vez que punidas com sanções mais severas. d) o princípio da segurança jurídica impede o exercício da competência discricionária pela Administração pública. e) os princípios do interesse público e da eficiência admitem a derrogação de leis, quando houver meio jurídico mais ágil ao atendimento da finalidade pública. 44. (ANALISTA JUDICIÁRIO – CONTABILIDADE – TRE/AL – FCC/2010) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, considere: I. O administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum. II. Exigência de que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. III. Dever de expor expressamente os motivos que determinam o ato administrativo. As afirmações acima dizem respeito, respectivamente, aos princípios da a) motivação, razoabilidade e legalidade. b) eficiência, impessoalidade e finalidade. c) legalidade, eficiência e motivação. d) proporcionalidade, finalidade e eficiência. e) legalidade, proporcionalidade e fundamentação. 45. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/PR – FCC/2012) Sobre os princípios orientadores da administração pública é INCORRETO afirmar: a) A administração pública não pode criar obrigações ou reconhecer direitos que não estejam determinados ou autorizados em lei. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 37 b) A conduta administrativa com motivação estranha ao interesse público caracteriza desvio de finalidade ou desvio de poder. c) A oportunidade e a conveniência são delimitadas por razoabilidade e proporcionalidade tanto na discricionariedade quanto na atividade vinculada da administração pública. d) Além de requisito de eficácia dos atos administrativos, a publicidade propicia o controle da administração pública pelos administrados. e) O princípio da eficiência tem sede constitucional e se reporta ao desempenho da administração pública. 46. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 9ª REGIÃO – FCC/2010) Analise as seguintes assertivas acerca dos princípios básicos da Administração Pública: I. O princípio da eficiência, introduzido pela Emenda Constitucional nº 19/1998, é o mais moderno princípio da função administrativa e exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. II. Todo ato administrativo deve ser publicado, só se admitindo sigilo nos casos de segurança nacional, investigações policiais, ou interesse superior da Administração a ser preservado em processo previamente declarado sigiloso. III. Quanto ao princípio da motivação, não se admite a chamada motivação aliunde, consistente em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas. IV. A publicidade é elemento formativo do ato administrativo, ou seja, sua divulgação oficial para conhecimento público é requisito imprescindível à própria formação do ato e consequente produção de efeitos jurídicos. Está correto o que consta APENAS em a) I, II e IV. b) I e II. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 38 47. (FCC/2014 – TJ/AP – JUIZ) Dentre os princípios que norteiam a produção de atos administrativos, está o princípio da motivação. NÃO configura violação desse princípio a edição de ato administrativo imotivado que a) cesse a designação de servidor para exercício de função temporária. b) indefira requerimento de licença para exercício de atividade considerada ilegal pela Administração. c) indefira o gozo de férias pelo servidor público. d) anule ato administrativo flagrantemente inválido. e) exonere servidor durante o estágio probatório. 48. (FCC/2014 – TCE/PI – JORNALISTA) Uma determinada empresa pública ao rescindir unilateralmenteo contrato de trabalho com um de seus empregados públicos assim o fez sem indicar qualquer fundamento de fato e de direito para sua decisão. O ato em questão evidencia violação ao princípio administrativo a) do controle. b) da eficiência. c) da publicidade. d) da presunção de legitimidade. e) da motivação. 49. (FCC/2014 – PREF. CUIABÁ/MT – PROCURADOR MUNICIPAL) Motivação aliunde é a) motivação baseada em afirmações falsas. b) sinônimo de motivação obiter dictum. c) motivação omissa, capaz de gerar a nulidade do ato administrativo. d) sinônimo de ratio decidendi, nos processos administrativos. e) fundamentação por remissão àquela constante em ato precedente. 50. (FCC/2014 – TRT 19ª REGIÃO (AL) – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) Determinada PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 39 empresa do ramo farmacêutico, responsável pela importação de importante fármaco necessário ao tratamento de grave doença, formulou pedido de retificação de sua declaração de importação, não obtendo resposta da Administração pública. Em razão disso, ingressou com ação na Justiça, obtendo ganho de causa. Em síntese, considerou o Judiciário que a Administração pública não pode se esquivar de dar um pronto retorno ao particular, sob pena inclusive de danos irreversíveis à própria população. O caso narrado evidencia violação ao princípio da: a) publicidade. b) eficiência. c) impessoalidade. d) motivação. e) proporcionalidade. 51. (FCC/2014 – TRT 18ª REGIÃO (GO) – JUIZ DO TRABALHO) Acerca dos princípios da Administração pública, é correto afirmar: a) O princípio da boa-fé não vigora no Direito Administrativo, eis que é atinente ao relacionamento entre sujeitos movidos pela autonomia da vontade e a ele se contrapõe o princípio da impessoalidade, que impera nas relações jurídico-administrativas. b) Os princípios do Direito Administrativo são mandamentos de otimização; portanto, sua aplicação só é possível quando deles decorrerem consequências favoráveis ao administrado. c) No tocante ao princípio da motivação, admite-se, excepcionalmente, a convalidação do ato imotivado, por meio da explicação a posteriori dos motivos que levaram à sua prática, desde que tal vício não acarrete lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros. d) Por força do princípio da legalidade, atos praticados de forma inválida devem ser anulados, independentemente das consequências decorrentes da anulação. e) Sendo a lei um mandamento moral e visto que, no âmbito da Administração pública, só é permitido aos agentes públicos atuarem PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 40 nos estritos limites da lei, para atender à moralidade administrativa basta que o agente observe fielmente os mandamentos legais. 52. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/AP – FCC/2011) A conduta do agente público que se vale da publicidade oficial para realizar promoção pessoal atenta contra os seguintes princípios da Administração Pública: a) razoabilidade e legalidade. b) eficiência e publicidade. c) publicidade e proporcionalidade. d) motivação e eficiência. e) impessoalidade e moralidade. 53. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 1ª REGIÃO – FCC/2011) Analise as seguintes proposições, extraídas dos ensinamentos dos respectivos Juristas José dos Santos Carvalho Filho e Celso Antônio Bandeira de Mello: I. O núcleo desse princípio é a procura de produtividade e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional. II. No texto constitucional há algumas referências a aplicações concretas deste princípio, como por exemplo, no art. 37, II, ao exigir que o ingresso no cargo, função ou emprego público depende de concurso, exatamente para que todos possam disputar-lhes o acesso em plena igualdade. As assertivas I e II tratam, respectivamente, dos seguintes princípios da Administração Pública: a) moralidade e legalidade. b) eficiência e impessoalidade. c) legalidade e publicidade. d) eficiência e legalidade. e) legalidade e moralidade. 54. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/RN – FCC/2011) O princípio segundo o qual a Administração Pública PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 41 Direta fiscaliza as atividades dos entes da Administração Indireta denomina-se a) finalidade. b) controle. c) autotutela. d) supremacia do interesse público. e) legalidade. 55. (FCC/2014 – TCE/PI – ASSESSOR JURÍDICO) A Administração pública se sujeita a princípios na execução de suas funções, expressamente consagrados na Constituição Federal ou implícitos no ordenamento jurídico. Dessa realidade se pode depreender que a) a violação aos princípios que regem a atuação da Administração pública dá lugar a tutela judicial dos interesses em questão, desde que também tenha havido infração à legislação vigente. b) os princípios expressos na Constituição Federal são hierarquicamente superiores aos demais princípios gerais de direito, ainda que previstos na legislação setorial, posto que estes possuem natureza apenas opinativa para a atuação da Administração pública. c) a violação a algum dos princípios constitucionais permite a tutela judicial para que sejam conformados ou anulados os atos da Administração pública. d) somente os princípios expressos na Constituição Federal possuem coercibilidade para conformar a Administração pública ao atendimento de seu conteúdo. e) os princípios previstos na legislação infraconstitucional são regras desprovidas de sanção pelo seu descumprimento, de modo que sua violação não se consubstancia em ilegalidade. 56. (FCC/2013 – TRT 1ª REGIÃO (RJ) – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) A propósito dos princípios que informam a atuação da Administração pública tem-se que o princípio da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS TÉCNICO JUDICIÁRIO – CNMP AULA 02 – Regime Jurídico Administrativo Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Edson Marques 42 a) eficiência e o princípio da legalidade podem ser excludentes, razão pela qual cabe ao administrador a opção de escolha dentre eles, de acordo com o caso concreto. b) tutela permite que a administração pública exerça, em algum grau e medida, controle sobre as autarquias que instituir, para garantia da observância de suas finalidades institucionais. c) autotutela permite o controle dos atos praticados pelos entes que integram a administração indireta, inclusive consórcios públicos. d) supremacia do interesse público e o princípio da legalidade podem ser excludentes, devendo, em eventual conflito, prevalecer o primeiro, por sobrepor-se a todos os demais. e) publicidade está implícito na atuação da administração, uma vez que não consta da constituição federal, mas deve ser respeitado nas mesmas condições que os demais. 57. (TÉNICO JUDICIÁRIO – TRT 20 – FCC/2011) O serviço público não é passível de interrupção ou suspensão afetando
Compartilhar