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Viroses Respiratórias INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS IRs:Principais causas de morbidade de mortalidade em todo o mundo; 94 milhões de novos casos / 3,9 milhões de mortes Diversos agentes etiológicos Os vírus são os agentes mais frequentes das infecções respiratórias em todo o mundo IRs VIRAIS Principais famílias: Orthomyxoviridae Paramyxoviridae Adenoviridae Coronaviridae Picornaviridae 3 IRs VIRAIS Diferentes vírus mesmos sintomas Um vírus diferentes síndromes clínicas Família Paramyxoviridae Vírus envelopados Liberados por brotamento RNA polaridade negativa Replicação no citoplasma Esses vírus produzem células gigantes multinucleadas (sincícios) Parainfluenza Vírus sincicial respiratório Metapneumovírus Vírus da caxumba Vírus do sarampo Fonte: Sarmiento et al. 2002 Familia Paramixoviridae Proteínas Nucleoproteína (N) Forma o nucleocapsídeo associada ao genoma – proteção Proteína grande: RNA polimerase Proteína F: fator de fusão - penetração- fusão entre as células Receptor: ácido siálico Replicação no citoplasma PARAINFLUENZA - PIV Identificados na década de 50 Atualmente está dividido em 4 tipos (1-4). Características: Família Paromyxoviridae e gênero Paramyxovírus Vírus de simetria helicoidal com diâmetro entre 150 e 300 nm; Envelope de bicamada lipídica e glicoproteínas (F e HN); F : fusão do vírus à célula H, N: adsorção e liberação da partícula viral PIV - Organização gênica RNA linear fita simples (-) Não segmentado Tipos 1 e 3: 6 genes; Tipos 2 e 4: 7 genes RNA polaridade(-) Respirovírus (HPIV 1 e 3) Rubulavirus (HPIV 2 e 4) PIV- Transmissão Aerossóis Fala, tosse ou espirro Fômites Incubação: 2-7 dias; *Vírus pode ser excretado até uma semana após a infecção *Vírus infectante no ambiente por até 10 horas! PIV- Patogênese Necrose e descamação do epitélio pulmonar + Resposta imunológica Imunidade das mucosas : IgA Disseminação: célula-célula ou viremia; Geralmente restrita a células do trato respiratório Grupos de risco Extremos de idade Crianças e idosos Imunossuprimidos PIV - Manifestações Clínicas Diversos quadros IVAS Sintomas coriza, obstrução nasal, tosse, faringite e febre Dura cerca de 4 dias Complicação: Otite media PIV-Manifestações Clínicas Crupe Laringotraqueobronquite Síndrome mais característica dos parainfluenza Inflamação e obstrução da laringe e traqueia Estridor inspiratório, tosse “canina”, dispneia e rouquidão VPIH 1 e 2 Principalmente no segundo ano de vida https://www.youtube.com/watch?v=XO5jXT3Fk5c 12 PIV - Manifestações Clínicas Bronquiolite: VPIH-3, VPIH-1 e VPIH-4 Febre, rinorréia, sibilos expiratórios, taquipneia e tiragem intercostal Pneumonia: VPIH-3 e 1: 3-10% Mortalidade elevada Manifestações extrapulmonar: meningites e encefalites PIV - Epidemiologia VPIH 1, 2 e 3 : 0,7-13% das IRAS O VPIH-4 é menos isolado Varia conforme cada região geográfica Em clima temperado: VPIH 1 e 2: outono VPIH-3: primavera VPIH-4: ??? Fortaleza: VPIH-3 é o mais frequente Pico: setembro a novembro PIV - Prevenção e tratamento Apenas tratamento de suporte Nenhuma vacina está disponível Não há tratamento com antivirais Crupe: corticosteroides e umidificação do ar Vírus Sincicial Respiratório RSV 1957: Identificado em crianças RSV - Estrutura Ordem Mononegavirales, família Paramyxoviridae, subfamília Paramyxovinae, gênero Pneumovirus Nucleocapsídeo de simetria helicoidal com o diâmetro entre 150-300 nm O envelope contém glicoproteínas: Proteína G: Adsorção Proteína F: Fusão RSV-Organização gênica RNA fita simples (-) Não- segmentado 10 mRNA/ 11 proteínas RSV - Transmissão Aerossóis Fala, tosse ou espirro Fômites Replicação inicial: células epiteliais da nasofaringe Propagação no rim, fígado e miocárdio: Imunocomprometidos / fatal IVAS IVAI Incubação: 4-6 dias *Vírus pode ser excretado de 1-3 semanas após a infecção 19 RSV - Imunidade Pacientes imunocomprometidos podem excretar o vírus durante meses Os anticorpos transmitidos de mãe para filho tem papel importante na imunidade durante os dois primeiros meses de vida RSV - Manifestações clínicas Bronquiolite: VSR é o agente mais comum Quase 1% dos lactantes desenvolve uma forma grave Os sintomas mais comum são: febre, rinorreia, sibilos, taquipneia e tiragem Pode evoluir para hipóxia e cianose Pneumonia: Vírus 40% das pneumonias Crianças e idosos Tosse cheia, cansaço e febre Otite média RSV - Epidemiologia Sazonalidade bem definida Chuva, temperatura e umidade Clima temperado Inverno Clima subtropical Primavera e verão Brasil Sudeste outono e inverno Fortaleza períodos de chuva RSV - Prevenção e tratamento Tratamento de suporte Ribavirina Não existe vacina Década de 60 foi testada uma vacina, mas sem sucesso Imunoprofilaxia passiva Imunocomprometidos e bêbes prematuros IgG contra a proteína F Mostrou uma redução de 55% nas hospitalizações Metapneumovírus - MPVH Histórico: 2001: MPVH foi descrito pela primeira vez Quadro clínico semelhante a infecções pelo RSV Cultura de células: semelhante ao RSV ME: semelhante aos paramixovírus Técnicas moleculares: gênero Metapneumovirus MPVH - Estrutura Ordem Mononegavirales, família Paramyxoviridae, subfamília Paramyxovinae, gênero Metapneumovirus Nucleocapsídeo de simetria helicoidal com o diâmetro entre 150-600 nm Proteínas de envelope G, F e SH MPVH - Organização gênica Semelhante ao RSV 8 genes 9 proteínas Apenas as proteínas não-estruturais (NS1 e NS2) são exclusivas ao VSR Metapneumovírus Vírus sincicial respiratório MPVH - Patogênese Transmissão Igual aos outros respiratórios Incubação: 4-6 dias Disseminação célula-célula Detectado em secreções nasais, saliva e suor Transmissão nosocomial Isolamento do paciente Lavagem das mão Fômites MPVH - Manifestações clínicas Resfriado comum, bronquiolite, asma exacerbada e pneumonias Diarreia, vômitos, conjuntivite e otite média Hospitalizados: 19% Epidemiologia Hemisfério norte: meses mais frios Brasil Nordeste relação com a estação chuvosa Sudeste clima frio Tratamento de suporte Adenovírus- AdVH Histórico: 1953: Isolado por Rowe Tecido adenoide de recrutas militares e crianças com doença febril 1956: Adenovírus Na época: 5 - 10% das IRs infantis Atualmente: 51 sorotipos/ 6 espécies (A-F) AdVH - Estrutura Família Adenoviridae, gênero Mastadenovirus Não-envelopados DNA linear de dupla fita 8 unidades de transcrição Genes precoces e tardios AdVH – Ciclo celular AdVH - Patogênese Incubação: ~ 10 dias (2-15 dias) Replicação nas células epiteliais do trato respiratório (núcleo) As partículas são liberadas por lise celular Gravidade: citocinas inflamatórias Infecções persistentes ou latentes podem ser observada em linfócitos Adenoide AdVH - Manifestações clínicas 6 meses - cinco anos Amidalite, adenomegalia cervical, conjuntivite, exantema e hepatoesplenomegalia A febre faringoconjuntival tem apresentado surtos em escolas 4-10% das pneumonias; 2-10% dos casos de bronquiolites Disseminação de acordo com o sorotipo Sorotipo 3, 7 e 21 tem sido associado com infecções mais graves 4 e 7 são os mais comuns em surto de campos militares. AdVH – Prevenção e tratamento Vacina para o sorotipo 4 e 7 são de uso exclusivo dos militares norte-americanos Não há tratamento específico Tratamento de suporte Uso de corticoide e broncodilatadores Influenza Vírus da Influenza Principal determinante da morbidade e mortalidade Infecções mais prevalentes e significativas no mundo Instabilidade genética Epidemias Anuais - drift Pandemias Periódicas - shift Influenza EPIDEMIA É a ocorrência em larga escala de uma doença numa comunidade, população ou região Tem uma duração limitada no tempo e a sua extensão geográfica é variável Exemplos: epidemia de cólera em Angola em 2006 Epidemia de ebola na Libéria em 2014 PANDEMIA É a ocorrência de uma doença em todo o mundo, atingindo vários milhares ou milhões de pessoas em diversos países e continentes Tem uma duração e extensão geográficas ilimitadas É uma "epidemia com extensão mundial" Exemplos Pandemia de SIDA/VIH (ocorre há várias décadas em todos os países do mundo) Influenza Gripe epidêmica (sazonal) Ocorre todos os anos, sobretudo durante os meses de Inverno Geralmente afeta 5-10% da população Pensa-se que, em todo o mundo, o número total de mortes por ano varia entre 500 mil e um milhão É geralmente uma doença pouco grave, que cura em 1-2 semanas sem tratamento médico Em grupos de risco Vacina eficaz Gripe pandêmica Ocorre esporadicamente, em qualquer estação do ano Pode atingir mais de 25 % da população A mortalidade é muito superior a da gripe sazonal – geralmente milhares de pessoas É uma doença muito mais grave que a gripe sazonal, com maior risco de morte Em qualquer pessoa/idade Vacina ineficaz, no início Influenza Influenza sazonal Problema permanente Gripe pandêmica Problema “atual” Novas pandemia Futuro e incerto Influenza Pandemias 1918 Mais óbitos que a 1ª Guerra Mundial 8 milhões de pessoas X 40 milhões de pessoas 500.000 EUA / 323.400 Brasil Doentes de espalhavam no mundo após a guerra Influenza Outras epidemias 1957 e 1958 (Gripe asiática) - 70.000 óbitos 1968 e 1969 (Gripe de Hong Kong)- 34.000 óbitos $ 32 bilhões de perdas econômicas mundialmente devido a perda de produtividade e despesas médicas Influenza POR QUE ESTAS EPIDEMIAS OCORREM??? 1 Gênero: Influenzavirus 3 sorotipos : A, B e C Influenza tipo A altamente variável antigenicamente responsável pelas epidemias isolado em várias espécies Influenza tipo B exibe algumas variações antigênicas exclusivo de humanos Influenza tipo C estável antigenicamente provoca somente doença leve 41 Influenza 80 a 120nm de diâmetro RNA fita simples – 8 segmentos separados 9 proteínas estruturais Nucleoproteína (NP) – associada ao genoma viral Conformação helicoidal do genoma Influenza Estrutura e composição Componentes da RNA polimerase PB1, PB2 e PA – transcrição e replicação Proteínas da matriz e membrana M1 e M2 – estrutura viral Glicoproteínas de envoltório Hemaglutinina (HA) Neuraminidase (NA) Determinam variação antigênica e imunidade 43 Influenza Nomenclatura Proteínas do Nucleocapsídio e Matriz: Subdivisão em tipos A, B e C Proteínas HA e NA: Subtipagem do vírus Dados da nomenclatura Tipo, hospedeiro de origem (quando não humano), origem geográfica, número da cepa e ano do isolamento A/California/04/2009(H1N1) A/Hong Kong/156/97 (H5N1) Influenza Hemaglutinina Grande importância biológica Principal antígeno – anticorpos neutralizantes Principal fator responsável pela evolução de novas cepas Funções: Proteína de fixação viral – liga ao ácido siálico Hemaglutina hemácias Desencadeia resposta de anticorpos protetores Influenza Neuraminidase Também importante na determinação do subtipo Atua no final do ciclo de multiplicação viral Enzima sialidase – remove ácido siálico Facilita a liberação das partículas virais das superfícies celulares infectadas durante o brotamento Ajuda o vírus a transpor camada de mucina nas vias respiratórias Influenza Impulso Antigênico X Deslocamento Antigênico 16 HA 9 NA H1, H2, H3 N1, N2 HA NA H5N1 Aviária Hong Kong, 1997 47 Influenza Impulso Antigênico DRIFT Alterações antigênicas menores Mutações puntiformes Alterações em aminoácidos das proteínas Afeta sítios antigênicos – escape do sistema imune EPIDEMIAS ANUAIS Influenza Deslocamento Antigênico SHIFT Alterações antigênicas maiores Reagrupamento genéticos Alterações em sequências das proteínas Vírus influenza humanos e não humanos PANDEMIAS Influenza SHIFT Hipóteses: Recombinação genética entre estirpes humanas e animais no decurso de infecções mistas Um vírus infectante dos mamíferos ou das aves pode, por qualquer circunstância indefinida, tornar-se infeccioso para o homem Ministério da Saúde, 2005 Influenza Epidemiologia Fator primordial – natureza antigênica Garantia de existência – população de indivíduos susceptíveis Fácil transmissão – perdigotos no ar Relativa estabilidade – um dia em uma superfície Grupo mais susceptível: Crianças Imunossuprimidos Idosos Pessoas com problemas pulmonares e fumantes Influenza Transmissão e Patogenia Transmissão por perdigotos, contato com mãos ou superfícies contaminadas Período de incubação: 1 a 4 dias Disseminação: 1 dia antes do sintomas Infecção de células do epitélio respiratório, células secretoras de muco, células ciliadas. NA importante neste momento – dissolução do muco Disseminação de líquido com muco Porções inferiores do trato respiratório Intensa produção de interferon – ligado à recuperação SINTOMAS Fatores de risco Gestantes Recém nascidos Idosos Comorbidade: DPOC Asma Hipertensão Cirrose hepática Diabetes Insuficiência renal crônico HIV/AIDS Influenza Diagnóstico Isolamento do vírus Identificação dos antígenos virais ou ácido nucléico viral RT-PCR (qPCR) Resposta imunológica específica (anticorpos) Distinguir de outros vírus respiratórios Identificar tipo e cepa Estudos epidemiológicos Influenza Tratamento, prevenção e controle Antivirais Vacina (inativada fracionada/split) Reduz o risco de infecções 75% evita a doença 95% diminui a gravidade Amatadina Rimantadina Oseltamivir Zanamivir Influenza Vacina indicada Idosos (>60 anos) Doentes crônicos Doentes cardíacos Doentes respiratórios (enfisema, bronquioectasia) Imunossuprimidos Profissionais da saúde em alto risco Viajantes para área de risco Vacina contra-indicada Alérgicos à timerosal Alérgicos à proteína do ovo (!) Crianças menores que 6 anos Outros agentes Rinovírus Coronavírus Sintomatologia semelhante Gripe vs Resfriado IRs: Diagnóstico laboratorial – amostras Amostras clínicas Aspirado ou lavado nasofaríngeo Swabs de orofaríngeo e/ou nasofaríngeo Lavado broncoalveolar Aspirado traqueal Biopsia pulmonar Líquor IRs: Diagnóstico laboratorial Cultura celular: Padrão-ouro Demonstra sensibilidade e especificidade diferente para cada vírus PIV: raramente demonstra efeito citopático MPVH: crescimento lento AdV: elevada sensibilidade em cultura (depende sorotipo) Detecção de antígenos virais: Menos sensível que a cultura Parainfluenza e adenovírus RSV: sensibilidade maior para esse teste MPVH: os kit de detecção só foi disponibilizado a pouco tempo IRs: Diagnóstico laboratorial Técnicas moleculares Elevada sensibilidade e especificidade para todos os vírus Amplificação do material genético, permitindo a identificação a partir de material clínico reduzido “Alto” custo e mão de obra especializada IRs: Diagnóstico laboratorial Quantificação Plaqueamento qPCR Unidade Formadora de Placa IRs: Diagnóstico laboratorial Métodos Indiretos ELISA Inibição da hemaglutinação Neutralização IFI Imunodifusão IRs: Diagnóstico laboratorial Dúvidas? morganabiologia@gmail.com Dúvidas? morganabiologia@gmail.com Literatura Recomendada Jawets et al. Microbiologia Médica. 25ed. Lange, 2012. Murray et al. Microbiologia Médica. 5ed. Elsevier, 2006. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Plano de preparação brasileiro para o enfrentamento de uma pandemia de Influenza.Brasília-DF, 2005. http://drauziovarella.com.br/drauzio/olhe-esse-vento-nas-costas-menino/
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