Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/04/2015 1 EXERCÍCIOS (VARIEDADE DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS) Profa. Marion Vecina A. Vecina INTRODUÇÃO Nas últimas décadas, os “esportes da natureza” têm se tornado cada vez mais populares As doenças relativas a esse estresse ambiental passam a ser problemas que os médicos se defrontam, cada vez com maior frequência, e portanto, precisam conhecer melhor. Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 1), 1999 Campos & Costa Atividade física em grandes altitudes PRESSÃO ATMOSFÉRICA E ALTITUDE Conforme aumenta a altitude, a pressão atmosférica diminui. Quando diminui a altitude, a pressão atmosférica aumenta. http://www.mast.br/multimidia_instrumentos/barometro_02.html CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS ALTAS ALTITUDES • A pressão atmosférica diminui em uma unidade a cada 8 metros ascendentes. • À medida que uma pessoa submete-se a altitudes progressivamente elevadas a pressão que o ar realiza sobre ela diminui, também progressivamente. Arq Bras Cardiol volume 73, (nº 1), 1999 Campos & Costa Atividade física em grandes altitudes CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS ALTAS ALTITUDES CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS ALTAS ALTITUDES http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/pressao-atmosferica- muda-altitude-680619.shtml A variação da pressão atmosférica está ligada à força da gravidade. Essa força tem origem no centro da Terra e atrai tudo o que está no planeta, inclusive a atmosfera (camada de gases que circunda a crosta terrestre). Quanto mais próximo da superfície, maior é a força exercida e, portanto, maior a pressão que a atmosfera faz sobre um ponto 21/04/2015 2 EFEITOS DA BAIXA PRESSÃO DE OXIGÊNIO SOBRE O CORPO A seguir, verifique que ao nível do mar (altitude correspondente a 0 metro) a pressão atmosférica – também conhecida como pressão barométrica – é de 760 mmHg. FONTE: WWW.FISFAR.UFC.BR “O MAL DAS MONTANHAS” • Um dos efeitos em longo prazo da exposição a grandes altitudes é uma síndrome conhecida como o “mal das montanhas”. • Ela costuma surgir entre 8 a 24 horas após o corpo humano ser levado a altitudes extremas e tem duração de 4 a 8 dias. • Os sintomas dessa síndrome são cefaléia, irritabilidade, falta de ar, náuseas, insônia e vômitos. • A causa desse quadro não está bem esclarecida, mas acredita-se que seja pelo seguinte processo: em grandes altitudes, a baixa PO2 causa dilatação das pequenas artérias do corpo. Se mecanismos internos de compensação não forem eficazes, a pressão no interior das minúsculas artérias do cérebro aumenta, induzindo um extravasamento de líquido para o tecido cerebral. Esse processo resulta num edema cerebral, responsável pelos sintomas característicos do mal da montanha CONDIÇÕES HIPOBÁRICAS ALTAS ALTITUDE • O resultado da diminuição da PO2 está diretamente ligado à dificuldade em respirar. Esta situação caracteriza-se pelo estado clínico conhecido como hipóxia. Os efeitos mais importantes da hipóxia começam a ser manifestados em altitudes a partir de 3.660 metros, e incluem sonolência, lassidão (dor muscular e estado de fadiga), fadiga muscular e mental, cefaléia, náusea e euforia. Acima de 5.490 metros as conseqüências da falta de oxigênio passam a ser mais severas, caracterizando estágios de abalos musculares e convulsões. A 7.015 metros de altitude, na pessoa não aclimatada, o estado de coma seguido de morte não é incomum PREVENÇÃO • A melhor forma de prevenir as mudanças fisiológicas em grandes altitudes é fazer a ascensão por altitudes gradativamente elevadas de forma lenta e gradual. • Isso inclui subidas seguidas por descanso com o objetivo de permitir ao organismo adaptar-se as novas condições físicas. • **Um exemplo disso são as expedições guiadas ao topo do Monte Everest, que são realizadas seguindo sempre um rígido padrão de segurança. Os escaladores ascendem determinada altura e param em acampamentos para descansar e, posteriormente, seguirem a escalação. São quatro acampamentos até seguirem direto para o topo do monte. Dessa forma os indivíduos evitam que ascensões súbitas provoquem sérios danos ao organismo LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO RECREATIVO As lesões nos megulhadores podem vir de muitos perigos subaquáticos ( navios subaquáticos, recifes de coral). No entanto na maioria das vezes os socorristas são chamados para atender lesões e mortes relacionados ao mergulho autônomo causadas pelo disbarismo; ou alteração da pressão ambiental. MERGULHO AUTÔNOMO • Prática que consiste em submergir utilizando equipamento autônomo de respiração. • Por ter consigo uma fonte de ar comprimido, o mergulhador pode permanecer mais tempo submerso e ir a profundidades maiores do que na técnica livre ou de apnéia . • O mergulho autônomo é conhecido internacionalmente pelo termo scuba ("Self Contained Underwater Breathing Apparatus") Salahuddin M, James LA, Bass ES. SCUBA medicine: a first-responder's guide to diving injuries. Curr Sports Med Rep. 2011;10(3):134-9. 21/04/2015 3 LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO • O corpo do mergulhador a uma certa profundidade está sofrendo duas pressões diferentes: a pressão atmosférica de 760mmHg ou 1 atm, e a pressão hidrostática, dada a uma profundidade. • Segundo as leis da física, a cada 10m de profundidade a pressão aumenta em 1 atm. • De acordo com a lei de Boyle, o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão exercida sobre o mesmo. LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO RECREATIVO http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab2000/mergulho/prof.htm LESÃOES RELACIONADAS AO MEGULHO • A resposta dos diferentes órgãos do corpo a mudanças de pressão depende da sua estrutura. Um órgão sólido ou preenchido por líquido não sofrerá alterações, desde que o líquido não seja compressível. Todavia, um órgão oco, preenchido por gás, com paredes elásticas, terá seu tamanho modificado, de acordo com a Lei de Boyle. Esta lei determina que o volume de determinada quantidade de gás é inversamente proporcional à pressão absoluta de exposição. Logo, o volume pulmonar será diminuído pela metade se exposto a 2 atm; a um quarto, se exposto a 4 atm e assim por diante Guyton AC. Fisiologia do mergulho em grandes profundidades e de outras condições hiperbáricas. In: Guyton AC, Hall JE. Fundamentos de Guyton: tratado de fisiologia médica. 10a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002. p. 471-5 LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO • Pulmões • De acordo com a lei de Boyle, o tórax começa a ser comprimido com o aumento da profundidade. durante a fase descendente, ele é comprimido e tem o volume de ar pulmonar reduzido; durante a fase ascendente, ele expande e retoma seu volume normal. • Por exemplo: Ao nível do mar, cuja pressão é de 1 atmosfera (1 atm), um pulmão contendo 1L de ar terá seu volume reduzido conforme o mergulhador desce em profundidade. Após 10m (2 atm) o volume de ar cairá para ½ L. A 70m (8 atm) o volume será de 1/8 L e assim sucessivamente. http://www.planetaoceano.com/artigos/fisiologia/artigo_fisiologia_do_mergulho.htm LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO • Ouvido e seios nasais • À medida que descemos na água, a pressão externa aperta o ar nos seios da face, provocando uma sensação de pressão e de dor na cabeça e nos ouvidos, situação extremamente desagradável que pode limitar os iniciantes. • Para que ela desapareça, é necessário equalizar a pressão. http://www.planetaoceano.com/artigos/fisiologia/artigo_fisiologia_do_mergul ho.htm LESÕES RELACIONADAS AO MERGULHO AUTÔNOMO - TRATAMENTO • O protocolo de tratamento padrão das lesões relacionadas ao mergulho autônomo que causam síndromede hiperpressurização pulmonar é o fornecimento de oxigênio em alto fluxo ( 12/15 l min) no local e continuar a terapia no transporte. • Extensa avaliação neurológica, para verificar se há progressão dos sinais e sintomas • Analgésicos 21/04/2015 4 VARIAÇÕES DE TEMPERATURA A desidratação é comum em provas de longa distância tanto em ambiente frio quanto quente, pois os atletas perdem em média entre 0,47 e 1,42 litro de suor por hora e a reposição de líquidos é habitualmente insuficiente. Os atletas podem ter hipertermia ou hipotermia dependendo das condições térmicas, da ingestão calórica, do consumo de líquidos e das roupas. HIPERTERMIA • A perda de suor pelo organismo pode ser muito grande em exercícios intensos no verão e pode provocar um déficit de água corporal da ordem de 6 a 10% do peso corporal. • Tal desidratação reduzirá a capacidade de exercício no calor por causa de reduções do volume sanguíneo circulante, pressão arterial, produção de suor e fluxo sanguíneo cutâneo, todos inibindo a perda de calor pela pele e predispondo o atleta à exaustão pelo calor ou à hipertermia e colapso pelo calor durante o exercício Wyndham CH, Strydom NB. The danger of inadequate water intake during marathon running. S Afr Med J 1969;43:893-6. CONTROLE DA TEMPERATURA (alta temperatura) Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) HIPOTERMIA • A hipotermia (temperatura central abaixo de 36ºC) ocorre quando a perda de calor é maior do que a produção metabólica de calor. • Entre os sinais e sintomas precoces de hipotermia podemos incluir calafrios, euforia, confusão mental e um comportamento semelhante a uma intoxicação. À medida que a temperatura central continua a cair, podem ocorrer letargia, astenia muscular, desorientação, alucinações, depressão ou comportamento combativo. Se a temperatura central cair abaixo de 31,1ºC, o calafrio pode parar e o paciente se tornará progressivamente mais delirante, descoordenado e eventualmente comatoso se o tratamento não for instituído. Distúrbios causados pelo frio e pelo calor durante corridas de longa distância. Rev Bras Med Esporte [Internet]. 1999 June [cited 2015 Apr 20] ; 5( 3 ): 108-119. CONTROLE DA TEMPERATURA (baixa temperatura) CONCLUSÃO Os socorristas enfrentarão inevitavelmente problemas ambientais imprevisíveis. é necessário ter o conhecimento básico de emergências para ser capaz de fazer rapidamente a avaliação e o atendimento pré hospitalar
Compartilhar