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Divórcio e Separação Consensual ● Cabimento: ↳ São ações de jurisdição voluntária e discorrem sobre a manifestação de vontade das partes que desejam colocar fim ao casamento ao a união estável de forma consensual. ↳ O cumprimento dessas ações é com a finalidade de obter do judiciário uma sentença homologatória que irá confirmar a manifestação de vontade das partes quando desejarem colocar fim ao casamento ou união estável. ↳ Nessa situação não há conflito de interesses, apenas manifestação de vontade confirmada pelo judiciário. ● Aspectos Gerais: ↳ Existe uma controvérsia sobre a EC 66/2010 que alterou o art. 226, §6º da CF. Porém com o CPC/2015 a controvérsia acabou pois o legislador fez referência expressa ao instituo da separação. ↳ Divórcio X Separação: ● a sociedade conjugal só acontece com a morte ou com o divórcio. ● com o divórcio, o casal pode se casar novamente, quantas vezes quiserem, até mesmo com a mesma pessoa. ● com a separação, não há ruptura da sociedade conjugal, cessando apenas os deveres oriundos do matrimônio. ● dessa forma, o casal não pode se casar novamente; para isso, devem se divorciar. ↳ Para que o procedimento seja de jurisdição voluntária, é indispensável que as partes estejam em mútuo consentimento, em acordo, ambas as partes precisam querer a ruptura da sociedade conjugal. ↳ A ação é pessoal e intransferível, pois é direito indisponível. Caso uma das partes faleça enquanto a ação estiver correndo, o processo será extinto sem resolução de mérito. ↳ O aspecto mais importante da ação é que não é necessário apontar QUAIS FORAM OS MOTIVOS que levaram o casal a romper com o casamento, a fim de evitar eventual constrangimento ou humilhação, especialmente quando se tem filhos. ● Espécies: ↳ Existem duas formas de se processar uma ação de divórcio, separação e extinção de união estável de forma consensual: 1) Judicial (processo): ↳ As partes podem querer fazer o procedimento de forma judicial por meio de uma ação e de um instrumento processual próprio. ↳ Essa ação será distribuído a uma das Varas de Família nas Comarcas onde se tem uma vara especial. ⇘ nas comarcas que não possuírem vara especial, é distribuída à vara cível. 2) Extrajudicial (escritura pública): ↳ As partes também podem optar por fazer o procedimento por meio de uma escritura pública. ↳ Esse é um procedimento facultativo, ou seja, as partes podem escolher se desejam fazer por meio judicial ou extrajudicial. ↳ Se escolherem o meio extrajudicial por meio de escritura pública, a lei determina as condições paa que ele ocorra. ⇘ Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731 . § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. ↳ O principal requisito é não existência de lide, as partes devem estar de acordo sobre TODAS as condições que irão constar no instrumento público. ↳ Não pode haver filhos menores, incapazes ou nascituros. ↳ As partes devem estar representadas por advogados ou Defensores Públicos. ↳ Na escritura as partes irão dispor sobre as condições da partilha, ou seja, como os bens serão divididos, independentemente do regime de bens. ↳ Também deve ser decidido sobre a questão do uso do nome e sobrenome. ↳ A lavratura da escritura é um procedimento célere, não precisando ser levada ao judiciário para eventual homologação. ↳ O documento público é hábil para todos os aspectos legis, sendo título hábil para levar ao Cartório de Registro de Pessoas Naturais. ● Requisitos: ↳ O principal requisito é o mútuo consentimento perante o JUIZ. ↳ Não existe mais audiência como previa o CPC/1973, mas é possível manifestar essa vontade na presença do juiz. ↳ Esse acordo de amba as partes é registrado através da Petição Inicial, que irá apontar as condições do acordo e estará assinado por ambos. ↳ É extremamente necessário preservar os interesses das proles e dos cônjuges. ⇘ quando há proles menores, incapazes ou nascitura, necessariamente há intervenção do MP. ● Aspectos Procedimentais: 1) Petição Inicial: ↳ Diferentemente de todas as ações estudadas até agora, ela não deve obedecer os requisitos do artigo 319. ↳ Isso porque temos uma P.I de acordo, ou seja, o instrumento irá apontar cada item que foi convencionado pelas partes, aplicando apenas os requisitos gerais (endereçamento, qualificação e valor da causa). ↳ Não há necessidade de audiência prévia. ↳ É importante que as parte já deixem convencionado a partilha, independentemente do regime de bens e sem a necessidade de que seja paritária. ⇘ é possível que o juiz não homologue a partilha se ela estiver extremamente desproporcional ou se não atender as necessidades dos filhos. ⇘ a partilha deve ser determinada e com a descrição de cada bem que foi partilhado. ↳ Havendo filhos menores e/ou incapazes é necessários constar obre a guarda dos mesmo, podendo ser unilateral, alternada ou compartilhada. a) guarda unilateral: ↳ quando um dos pais fica responsável e cabe ao outro o direito de visita. ↳ visita: é convencionada o dia/hora para que o outro possa fazer a visita aos filhos menores. ↳ cada detalhe deve estar bem explicado, nos mínimos detalhes, no regime, como, com quem, e quando o filho passará as visitas. b) guarda alternada: ↳ quando á alternado entre as partes o cuidado e o zelo dos filhos menores. c) guarda compartilhada: ↳ é o que mais tem sido incentivado a ser adotado pelas partes. ↳ é a guarda onde não há necessidade de que os filhoses menores residam na residência dos pais, pode morar com um ou com outro. ↳ o que se compartilha são as responsabilidades de criação e subsistência dos filhos. d) alimentos X guarda: ↳ NÃO FICA ISENTO DO PAGAMENTO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA, INDEPENDENTEMENTE DA GUARDA. ↳ o fato de se ter guarda alternada não implica no não pagamento de alimentos, que deverá ocorrer. ↳ Alimentos devidos aos cônjuges reciprocamente e a filhos menores (necessidade e possibilidade). ⇘ juiz fixa que as partes podem convencionar isso. ⇘ homem também pode pedir alimentos (cônjuges reciprocamente). ↳ As partes também devem decidir sobre o nome, se irão manter o nome de casado ou voltarão para o nome de solteiro. ⇘ caso não mencionem, fiquem em silêncio, entende-se que continuarão com o nome de casados. ⇘ se posteriormente, podem alterar o nome de forma unilateral sem a concordância da outra parte. ⇘ a outra parte pode EXIGIR que o cônjuge retire o seu sobrenome, mas precisa provar que está sendo denegrida por condutas graves (demanda por meio de conduta PRÓPRIA). ↳ A Petição Inicial estará instruída com todos os documentos (pessoais, certidão de nascimento, casamento, descrição da partilha, documento dos filhos). ↳ O valor da causa será a totalidade do patrimônio (bens conjuntos). 2) Partilha: ↳ Se no momento da ação as partes ainda não entrarem em acodo com a divisão de seus patrimônios, ela poderá ser decidida posteriormente, por intermédio de uma ação autônoma. ⇘ Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos.Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 . ● Sentença: ↳ A sentença é homologatória, já que o juiz ratifica a manifestação de vontade das partes para produzir dos efeitos jurídicos, confirmando as condições do divórcio, separação para produzir os efeitos jurídicos. ↳ Se houver menores ou incapazes: ● O Ministério Público deve concordar com a homologação do acordo entre as partes. Dessa forma, haverá sentença homologatória. ● Se o Ministério Público discordar, o juiz irá analisar o motivo da discordância, para ver se concorda ou não com o posicionamento do MP. ↳ A sentença pode ser indeferida, caso a partilha seja muito desproporcional (a situação não é muito comum). ● O juiz ao recusar a homologação, irá marcar uma audiência a fim de que as partes expliquem o motivo da divisão. ● O juiz pode solicitar outras diligências caso entenda que está acontecendo blindagem de patrimônio em detrimento de terceiro. ● Pode acontecer também o indeferimento da homologação, se o juiz averiguar que o interesses dos menores ou de alguma das partes não está sendo preservado. ● Recurso: ↳ APELAÇÃO = 15 DIAS. ⇘ Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer. ↳ Após o trânsito em julgado é expedido o mandado de averbação - CRC, que é um documento emitido pelo judiciário para que as partes possam levar ao Cartório de Registro Civil, para fazer a averbação na certidão de casamento. ↳ Caso a partilha de bens precise ser averbada junto ao Cartório de Registro de Imóveis (junto à matrícula desses imóveis), o judiciário irá expedir outro documento - carta de sentença - CRI, que irá possuir um resumo dos principais atos e documentos do processo. ⇘ Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável. ● Alteração do Regime de Bens do Casamento: ↳ Ao se casarem, as partes podem escolher qual regime patrimonial de bens irão adotar: separação total, comunhão universal ou comunhão parcial. a) no silêncio das partes: é adotado o regime de comunhão parcial dos bens. b) pacto antenupcial: regime de separação total e comunhão universal. ↳ Depois do casamento, caso seja da vontade das partes, PODE SER ALTERADO, de forma JUSTIFICADA. ⇘ Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros. § 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital. § 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros. § 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. 1) Petição Inicial: ↳ Será uma P.I simples e com um pedido conjunto, ou seja, será apenas uma petição para os dois cônjuges, em que ambas assinam o pedido junto com o advogado. ↳ Também é necessário justificar os motivos da alteração do regime de bens, se é um motivo pessoal ou outro. ⇘ é necessário que se tenha os motivos para que não haja prejuízo aos direitos de credores ou de terceiro. 2) Ministério Público: ↳ O MP, obrigatoriamente, deve ser intimado para verificar se a alteração do regime é justificável ou não e emite um parecer. 3) Publicidade: ↳ Após esse parecer do MP, o juiz determina a expedição de um edital, para dar publicidade ao pedido de alteração. ↳ Dessa forma, eventuais credores tomarão conhecimento da alteração e podem impugnar o pedido. 4) Sentença: ↳ Após 30 DIAS da publicação dos editais o juiz irá proferir a sentença declaratória. ↳ A sentença confirma o pedido e declara a alteração do regime de bens. ↳ Porém, a ação será indeferida se o juiz verificar que há prejuízo ao direito de credores. 5) Recurso: ↳ APELAÇÃO - 15 DIAS. ↳ Após o trânsito em julgado o juiz manda que seja expedido o mandado de averbação, para que o Cartório de Registro de Imóveis e o Cartório de Registro Civil alterem no registro o regime de casamento das partes. ⇘ se uma dar partes for empresária, é necessário averbar a alteração na Junta Comercial.