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CURSOS ON-LINE – DIREITO ADMINISTRATIVO EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR GUSTAVO BARCHET 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 9: CONTRATOS E LICITAÇÕES 
 
A hora e a vez da famigerada Lei 8.666/93: licitações e contratos da Administração 
Pública. Como coadjuvante, a Lei 10.520/2002: o pregão. 
 
Questão 01 
(TRF/2002) – Os contratos administrativos, regidos pela Lei n° 8.666/93, poderão 
ser alterados unilateralmente pela Administração contratante, com as devidas 
justificativas, quando 
a) houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação 
técnica aos seus objetivos. 
b) por ser conveniente a substituição da garantia de sua execução. 
c) necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, bem como 
ao modo de fornecimento, em face da verificação técnica da inaplicabilidade dos 
termos contratuais originários. 
d) necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias 
supervenientes. 
e) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contrato e a retribuição da Administração, objetivando manter o 
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
O art. 58 da Lei 8.666/93 (Lei de Normas Gerais sobre Licitações e Contratos da 
Administração Pública) estabelece as prerrogativas especiais que possui a 
Administração ao celebrar contratos administrativos, as quais são mais conhecidas 
como cláusulas exorbitantes. 
A primeira cláusula exorbitante prevista no art. 58 é a prerrogativa conferida à 
Administração para alterar, por ato unilateral, os contratos administrativos. Nos 
termos do dispositivo, de “modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às 
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado”. 
Após a previsão genérica do art. 58, a Lei 8.666/93 estabelece no art. 65 as regras 
para a utilização desta prerrogativa. 
O primeiro inciso deste artigo especifica que a Administração poderá alterar 
unilateralmente os contratos administrativos: 
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1) quando houver modificação do projeto ou de suas especificações, para 
melhor adequação técnica aos seus objetivos (hipótese de alteração qualitativa); 
2) quando necessária a modificação do valor contratual em função de acréscimo ou 
diminuição quantitativa de seu objeto (hipótese de alteração quantitativa). 
Logo a seguir, no parágrafo primeiro do art. 65, são estipulados os limites no caso de 
alteração quantitativa em contratos de obras, compras ou serviços. Os limites são 
os seguintes: 
1) 25% de acréscimo ou de redução do valor inicial atualizado do contrato; 
2) 50% de acréscimo no caso de reforma de edifício ou de equipamento (as 
reduções permanecem em apenas de 25%); 
O parágrafo segundo do mesmo artigo, por sua vez, permite que o objeto do 
contrato seja reduzido em qualquer percentual, mediante acordo entre as partes. 
No caso, não se trata de alteração unilateral. 
Bandeira de Mello é enfático em assinalar que os limites percentuais definidos na lei 
aplicam-se somente à alteração quantitativa do objeto do contrato, quando este é 
aumentado ou reduzido, não abrangendo a alteração qualitativa. Porém, enfatiza que 
isso não significa que nessa hipótese não existam limites. São suas as seguintes 
considerações: 
“Isto não significa, entretanto, total e ilimitada liberdade para se modificar o projeto 
ou suas especificações, pena de burla ao instituto da licitação. Estas modificações só 
se justificam perante circunstâncias específicas verificáveis em casos concretos, 
quando eventos supervenientes, fatores invulgares, anômalos, desconcertantes de 
sua previsão inicial, vêm a tornar inalcançável o bom cumprimento do escopo que o 
animara, sua razão de ser, seu ‘sentido’, a menos que, para satisfatório atendimento 
do interesse público, se lhe promovam alterações”. 
Fechando a matéria, é oportuno transcrever as hipóteses em que a Lei autoriza (art. 
65, II) a alteração bilateral do contrato. Isto pode se dar: 
a) quando conveniente a substituição da garantia da execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face da verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação de pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a 
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou 
serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração 
da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos 
imprevisíveis ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou 
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impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito 
ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a prerrogativa que possui a Administração de alterar unilateralmente os contratos 
administrativos é a primeira das cláusulas exorbitantes prevista na lei, no art. 58, e 
regulada no art. 65; 
2) a Administração está autorizada a modificar os contratos administrativos por ato 
unilateral: 
- quando houver modificação do projeto ou de suas especificações, para melhor 
adequação técnica aos seus objetivos (hipótese de alteração qualitativa); 
- quando necessária a modificação do valor contratual em função de acréscimo ou 
diminuição quantitativa de seu objeto (hipótese de alteração quantitativa). 
3) No caso de alteração quantitativa (na qualitativa não), os limites são os 
seguintes: 
- 25% de acréscimo ou de redução do valor inicial atualizado do contrato; 
- 50% de acréscimo no caso de reforma de edifício ou de equipamento (as reduções 
permanecem em apenas de 25%); 
4) a Lei também autoriza, agora mediante acordo entre as partes, que haja redução 
do objeto contratado, em qualquer percentual; 
5) por fim, cabe citarmos as demais hipóteses em que se autoriza a alteração 
bilateral do contrato: 
a) quando conveniente a substituição da garantia da execução; 
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço, 
bem como do modo de fornecimento, em face da verificação técnica da 
inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de 
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a 
antecipação de pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a 
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou 
serviço; 
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os 
encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração 
da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio 
econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos 
imprevisíveis ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou 
impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de força maior, caso fortuito 
ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. 
 
 
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Questão 02 
(Técnico da Receita Federal/2003) - As normas gerais, relativas a contratos 
administrativos, contidas na Lei nº 8.666/93, assim como as prerrogativas conferidas 
à Administração, emrazão do seu regime jurídico, aplicam-se aos de seguro, de 
financiamento e de locação (em que o Poder Público seja locatário), no que couber. 
a) Correta a assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque esses contratos, desde que a Administração seja 
parte, são todos e por inteiro regidos pela Lei nº 8.666/93. 
c) Incorreta a assertiva, porque esses contratos, mesmo tendo a Administração 
como parte, são todos regidos, exclusivamente, pelas normas de direito privado. 
d) incorreta a assertiva, porque desses contratos só os de locação são regidos pela 
Lei nº 8.666/93, pois os de seguro e financiamento subordinam-se, inteiramente, às 
normas de direito civil. 
e) Incorreta a assertiva, porque o regime jurídico da Lei nº 8.666/93 só se aplica aos 
contratos em que a Administração for parte contratante, e não nesses casos 
indicados. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
Antes de analisarmos propriamente o enunciado, devemos apresentar as duas 
modalidades de contratos celebradas pela Administração, os (1) contratos 
administrativos ou de direito público e os (2) contratos de direito privado 
Para tanto, nos valeremos da lição da professora Maria Sylvia Zanella di Pietro: 
Diz a Autora: 
“A expressão contratos da Administração é utilizada, em sentido amplo, para 
abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja sob regime 
de direito público, seja sob regime de direito privado. E a expressão contrato 
administrativo é reservada para designar tão somente os ajustes que a 
Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, 
públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime 
jurídico de direito público. 
Costuma-se dizer que, nos contratos de direito privado, a Administração se nivela ao 
particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo traço da horizontalidade e que, 
nos contratos administrativos, a Administração age como poder público, com todo o 
seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação jurídica pelo 
traço da verticalidade.” 
Sintetizando a lição da Autora, temos, de um lado, os contratos administrativos, nos 
quais a Administração persegue um fim de interesse coletivo, em função do que goza 
de supremacia perante o particular; e, de outro, os contratos de direito privado 
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celebrados pela Administração, nos quais ela não está na busca de um interesse 
público propriamente dito, em função do que se encontra juridicamente parificada 
com o particular, numa situação marcada pela isonomia. 
Pois bem, a partir desta diferenciação, será que podemos afirmar que aos contratos 
de direito privado (seguro, financiamento etc) também se aplicam as normas 
gerais sobre contratos e as prerrogativas da Administração (cláusulas 
exorbitantes) previstas na Lei 8.666/93? Sim. A afirmação trazida no enunciado 
está correta. 
Isto decorre de expressa disposição da Lei, que determina, no parágrafo terceiro do 
art. 62, que sejam aplicadas as disposições dos art. 55 e 58 a 61, e demais 
normas gerais, no que couber: 
“I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público 
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por 
norma de direito privado; 
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço 
público.” 
O dispositivo expressamente fala na aplicação das normas gerais. As prerrogativas, 
as cláusulas exorbitantes, estão previstas no art. 58 da Lei. Logo, não há dúvida de 
que o enunciado está efetivamente correto. 
Você, contudo, pode estar em dúvida acerca da aplicação das cláusulas exorbitantes 
aos contratos de direito privado celebrados pela Administração (de seguro, de 
financiamento, de locação, em que a Administração seja locatária, entre outros). Se 
as cláusulas exorbitantes nada mais são que prerrogativas conferidas à 
Administração a fim de assegurar-lhe uma posição superior frente ao administrado, 
como elas podem existir nos contratos de direito privado, que tem como 
característica maior a isonomia? 
Simples: quando a própria legislação de direito privado admitir que uma das 
partes goze de certas prerrogativas com relação à outra. É isso que significa a 
expressão “no que couber” expressamente utilizada na Lei. Assim, por exemplo, 
poderá um ente administrativo celebrar um contrato de seguro em que haja uma 
cláusula lhe autorizando a rescindir unilateralmente o contrato em certas hipóteses 
(a rescisão unilateral é outra cláusula exorbitante prevista na Lei de 8.666/93), 
desde que na legislação que regula o contrato de seguro (de direito privado) tenha 
uma norma autorizando a estipulação desta cláusula. 
 
Síntese do Comentário: 
1) dentro do gênero contratos da Administração temos duas modalidades de 
contratos, os administrativos ou de direito público, em que a Administração busca a 
satisfação de um interesse público, em vista do que se situa em posição 
juridicamente superior a do particular; e os de direito privado, em que a 
Administração não está visando a um interesse propriamente público, em face do 
que se encontra em posição de isonomia perante o particular; 
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2) apesar desta diferenciação, que é válida, a Lei 8.666/93 determinou que se aplica, 
no que couber, as normas gerais e as cláusulas exorbitantes nela previstas (1) aos 
contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja 
locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma 
de direito privado; e (2) aos contratos em que a Administração for parte como 
usuária de serviço público; 
3) as cláusulas exorbitantes da Lei 8.666/93, é bom que percebamos, só serão 
aplicadas aos contratos de direito privado (contratos cujo conteúdo seja regido 
predominantemente por norma de direito privado, na terminologia da Lei) se forem 
compatíveis com a legislação de direito privado que regular o referido contrato. 
 
 
Questão 03 
(Analista Judiciário - TRT - 7ª Região – 2003) - Na hipótese de rescisão 
administrativa do contrato administrativo, provocado pela ocorrência de caso fortuito 
ou força maior, sem que tenha havido culpa do contratado, este terá direito às 
seguintes parcelas, salvo: 
a) lucros cessantes. 
b) prejuízos regularmente comprovados. 
c) devolução de garantia. 
d) pagamento do custo da desmobilização. 
e) pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
A Lei 8.666/93, no art. 78, prevê as hipóteses de rescisão do contrato 
administrativo (rescisão é a extinção do contrato antes do prazo fixado quando da 
sua celebração). Ali são elencadas hipóteses, a maioria delas, em que se autoriza à 
Administração rescindir por ato unilateral o contrato, seja por falta do contratado, 
seja em função de acontecimentos para os quais o contratado não concorreu de 
forma alguma. 
Uma dessas situações, em que a rescisão se dá sem culpa do contratado, é 
justamente o caso fortuito ou força maior, que são eventos da natureza ou atos de 
terceiros que impossibilitam ou dificultam consideravelmente a execução do 
contrato, autorizando a Administração a extingui-lo antes do prazo fixado. 
Numa hipótese como esta, mesmo se a Administração não se decidir pela rescisão, 
ela poderá ser pleiteada judicialmente pelo particular. Neste caso, se o magistrado 
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verificar que realmente se configurou o caso fortuito ou a força maior, determinará a 
rescisão o contrato. 
Seja a rescisão determinada na esfera administrativa, por ato unilateral do Poder 
Público, seja na esfera judicial, mediante provocação do contratado (ou mesmo da 
Administração, se ela optar por esta via), sempre quenão foi o contratado que deu 
motivo à rescisão, terá ele direito a uma indenização, segundo as regras do art. 79, 
§ 2º da Lei. 
No termos do dispositivo, o contratado terá direito: 
1º) ao ressarcimento dos prejuízos regularmente comprovados; 
2º) à devolução da garantia; 
3º) aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; 
4º) ao pagamento do custo da desmobilização. 
A devolução da garantia e os pagamentos devidos pela execução do contrato até a 
data da sua extinção não constituem propriamente valores de natureza indenizatória. 
Já o ressarcimento dos prejuízos causados e o pagamento do custo da 
desmobilização (o custo para se retirar do local de execução do contrato) 
efetivamente constituem parcelas de natureza indenizatória. 
O mais importante, todavia, não é esta diferenciação (nunca vi cair em prova), mas 
a percepção de que a Lei silencia quanto aos valores que o particular teria direito a 
receber se o contrato não fosse extinto antes do prazo, ou seja, todo o lucro que ele 
ainda teria se o contrato fosse mantido pelo total do período fixado. A este valor 
denomina-se lucro cessante (a expressão diz tudo: o lucro que cessou). A este 
título, a que o contratado faz jus? A absolutamente nada, nem um níquel. É isto 
que temos que guardar. 
As parcelas “indenizatórias” a que ele tem direito são congregadas numa expressão: 
dano emergente (aqui a expressão também é feliz: o dano que emerge, que 
decorre de certo acontecimento, no caso, a rescisão do contrato). 
Enfim, o particular não tem direito a qualquer parcela indenizatória a título de lucro 
cessante, e a título de dano emergente faz jus às quatro parcelas acima 
mencionadas. 
É exatamente esta conclusão que consta nas alternativas. 
 
Síntese do Comentário: 
1) sempre que a rescisão do contrato administrativo não for motivada por falta do 
contratado, ele terá direito às seguintes parcelas indenizatórias (rescisão é a 
extinção do contrato antes do prazo fixado): 
- ressarcimento dos prejuízos regularmente comprovados; 
- à devolução da garantia; 
- aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; 
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- ao pagamento do custo da desmobilização. 
2) para fins de concurso, estas 4 parcelas podem ser englobadas na expressão dano 
emergente, ou seja, o prejuízo que o particular sofreu em decorrência da extinção do 
contrato antes do prazo fixado (apesar das duas primeiras parcelas não terem 
propriamente caráter indenizatório, como salientamos acima); 
3) o particular não tem direito a qualquer indenização a titulo de lucro cessante, o 
lucro que teria o particular se continuasse executando o contrato por todo o prazo 
fixado quando da sua celebração. 
 
 
Questão 04 
28. (Oficial de Chancelaria – MRE/2002) – Aos contratos administrativos regidos pelo 
regime da Lei nº 8.666/93, aplicam-se os preceitos pertinentes de direito público e, 
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito 
privado, no que couber. 
a) Correta a assertiva. 
b) Incorreta a assertiva, porque aos contratos administrativos não se aplicam os 
princípios da teoria geral dos contratos. 
c) Incorreta a assertiva, porque aos contratos administrativos não se aplicam 
disposições de direito privado. 
d) Incorreta a assertiva, porque não se aplicam princípios da teoria geral nem 
disposições de direito privado. 
e) Incorreta a assertiva, porque os contratos administrativos são regidos 
exclusivamente pelas normas da citada Lei nº 8.666/93. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
Essa questão exige somente o conhecimento do art. 54 da Lei 8.666/93, a seguir 
transcrito: 
“Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas 
cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os 
princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.” 
O dispositivo estabelece as fontes normativas do contrato administrativo. 
Uma matéria qualquer tratada no contrato (a garantia, por exemplo), deverá ser 
analisada segundo as cláusulas do próprio contrato (presumindo-se sua legalidade). 
Se com o exame do contrato restar alguma dúvida sobre a matéria, devemos 
recorrer aos “preceitos de direito público”, expressão que abrange todos os princípios 
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e leis de direito público, a exemplo da Lei 8.666/93. Estas são as fontes normativas 
principais do contrato administrativo. 
Se ainda persistir dúvida na matéria (e só neste caso), deve-se tentar saná-la 
mediante recurso aos princípios da teoria geral dos contratos e às disposições 
(normas legais) de direito privado. Estas são as fontes supletivas, suplementares 
dos contratos administrativos, passíveis de utilização somente se a questão não for 
solucionada mediante recurso às suas fontes principais. 
 
Síntese do Comentário: 
1) dispõe o art. 54 da Lei 8.666/93 que “os contratos administrativos de que trata 
esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, 
aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as 
disposições de direito privado”; 
2) o artigo prescreve as fontes normativas do contrato administrativo. Um contrato 
administrativo tem como fontes principais suas próprias cláusulas e os princípios e 
leis de direito público, e como fontes supletivas os princípios da teoria geral dos 
contratos e as disposições (normas legais) de direito privado. 
 
 
Questão 05 
(Técnico MPU/2004 – Área Administrativa) - O regime jurídico dos contratos 
administrativos, instituído pela Lei nº 8.666/93, confere à Administração, em relação 
a eles, a prerrogativa de rescindi-los, unilateralmente, 
a) em quaisquer casos. 
b) na ocorrência de caso fortuito ou força maior, impeditiva de sua execução. 
c) nos casos especificados em lei. 
d) se a Administração atrasar os pagamentos, por mais de 90 dias. 
e) se a Administração suprimir parte do objeto, acarretando modificação significativa 
no seu valor. 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
É no art. 78 que encontramos arroladas todas as hipóteses em que a Administração 
é autorizada a rescindir o contrato por ato unilateral o contrato administrativo. Pela 
sistemática adotada na lei, nessas hipóteses, regra geral, a Administração atua 
discricionariamente. Em outros termos, mesmo configurada uma das hipóteses do 
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art. 78, pode a Administração, via de regra, optar por não rescindir o contrato 
administrativo. 
A relação é a seguinte: 
1º) inadimplemento, adimplemento irregular ou lentidão no adimplemento das 
cláusulas contratuais pelo particular (art. 78, I, II e III); 
2º) atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento, ou sua paralisação 
sem justa causa e prévio comunicado à Administração (art. 78, IV e V); 
3º) a subcontratação total ou parcial do objeto do contrato, a associação do 
contratado com terceiro, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem com a 
fusão, cisão ou incorporação, não permitidas no edital ou no contrato (art. 78, VI); 
4º) o desatendimento das determinações da Administração ou o cometimento de 
faltas reiteradas na execução do contrato (art 78, VII e VIII); 
5º) a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil, a dissolução da 
sociedade ou o falecimento do contratado (art. 78, IX e X); 
6º) a alteração societária ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa 
que prejudique a execução do objeto do contrato (art. 78, XI); 
7º) desrespeito à proibição constitucional ao trabalho infantil realizado em horário 
noturno, perigoso ou insalubre, ou a qualquer trabalho para os menores de 16 anos, 
salvo comoaprendiz, a partir dos 14 anos (art. 78, XVIII); 
8º) razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, 
justificadas e determinadas pela máxima autoridade administrativa da esfera 
administrativa a que está subordinado o contratante (art. 78, XII); 
9º) ocorrência de caso fortuito ou força maior que impeça a execução do contrato 
(art. 78, XVII). 
Nas primeiras 07 hipóteses a rescisão decorre de falta do contratado, caso em 
que, além de rescindir o contrato (se assim decidir), poderá a Administração, 
também por ato unilateral, descontar da garantia oferecida pelo contratado e dos 
créditos que ele tem a receber os valores dos prejuízos que ele lhe causou. Nas 
últimas duas hipóteses a rescisão não decorre de falta do contratado, tendo ele 
direito a receber as quatro parcelas indenizatórias referidas no comentário da 
questão anterior. 
Há quatro incisos do art. 78 que não foram arrolados ainda. Em todos eles a falta é 
imputável à Administração, de forma que eles não lhe autorizam a rescindir 
unilateralmente o contrato. 
Os dispositivos são os seguintes: 
1) a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, 
acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido (inc. 
XIII); 
2) a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo 
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave 
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perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que 
totalizem o mesmo prazo, independente do pagamento obrigatório de indenizações 
pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações, e 
outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela 
suspensão do cumprimento das obrigações assumidas, até que seja normalizada a 
situação (inc. XIV); 
3) o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração 
decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou 
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem 
interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do 
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação (inc. XV); 
4) a não-liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para 
execução da obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das 
fontes naturais especificadas no projeto (inc. XVI). 
Em se configurando uma das situações descritas nestes quatro incisos, é facultado 
ao particular recorrer ao Judiciário pleiteando a rescisão. Como o contratado em 
hipótese nenhuma pode rescindir o contrato por ato unilateral (no caso dos 
incisos XIV e XV ele pode apenas suspender sua execução), e como a Administração, 
quando a falta for sua, também não pode fazê-lo, sempre que estivermos 
perante uma hipótese em a falta foi da Administração poderemos concluir 
que dela não poderá decorrer a rescisão do contrato por ato unilateral. 
Com isto, afastamos as duas últimas alternativas da questão. 
Restam-nos as três primeiras. 
A alternativa a nem merece comentário. Em quaisquer casos “em quaisquer casos” 
está errado. 
A b e a c estão ambas corretas. Ocorre que a alternativa c (“nos casos especificados 
em lei”) é mais completa que a b (na ocorrência de caso fortuito ou força maior, 
impeditiva de sua execução). Podemos dizer que, pelo fato de ser mais completa, a 
alternativa c é mais correta que a b, não que esta esteja errada, ao contrário. 
 
Não farei a síntese do comentário porque iria ficar praticamente igual ao próprio 
comentário. 
 
 
Questão 06 
(Procurador do Distrito Federal/2004) - A declaração de nulidade do contrato 
administrativo: 
a) só pode ser declarada até o início das obras. 
b) opera a partir do ato declaratório, ressalvando-se o que já foi executado. 
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c) produz efeito retroativo, desconstituindo os efeitos já produzidos, mas obrigando a 
Administração a indenizar os prejuízos que o contratante sofreu, desde que a causa 
da nulidade não lhe seja imputável. 
d) só pode ser declarada por decisão judicial. 
e) só pode ser declarada em ação civil pública. 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
Vamos transcrever o art. 59 da Lei, onde a matéria é tratada. 
Lá vai: 
“Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente 
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de 
desconstituir os já produzidos. 
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o 
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por 
outros motivos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, 
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.” 
O dispositivo é praticamente auto-explicativo: a declaração de nulidade produz 
efeitos ex tunc (como sempre), mas obriga a Administração a indenizar os prejuízos 
que o administrado tiver sofrido em razão dela, desde que o motivo da anulação não 
lhe seja imputável (como sempre). 
A lei também ressalva que o contratado terá direito ao pagamento pela parcela do 
contrato que ele já executou ata a data da declaração de nulidade. Para alguns 
doutrinadores esta parcela não tem caráter indenizatório, mas remuneratório. O 
contratado executou parcialmente o contrato, tem direito à remuneração 
proporcional à parcela executada (a não ser que uma das cláusulas viciadas do 
contrato seja justamente a que trata da remuneração do contratado). Mas não 
vamos complicar a vida: a lei diz que é indenização, então é indenização. 
Relembrando, o contratado terá direito: 
1º) ao ressarcimento dos prejuízos regularmente comprovados; 
2º) à devolução da garantia; 
3º) aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão; 
4º) ao pagamento do custo da desmobilização. 
 
Síntese do comentário: 
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1) anulação do contrato tem efeitos retroativos, desconstituindo os efeitos que o 
contrato já havia produzido e impedindo a deflagração dos que ele ainda iria 
produzir. Tal eficácia retroativa, entretanto, não desobriga a Administração de 
indenizar o contratado pelo que ele houver executado até a data em que ela for 
declarada e por outros motivos regularmente comprovados, contanto que não lhe 
seja imputável. 
 
Questão 07 
(Analista MPU/2004 – Área Administrativa) De regra, os contratos administrativos, 
regidos pela Lei nº 8.666/93, devem ter sua duração adstrita à vigência dos 
respectivos créditos orçamentários, mas entre as exceções incluem-se os relativos à 
prestação de serviços, a serem executados de forma continuada, que poderão tê-la 
a) prorrogada, por iguais e sucessivos períodos, até 60 meses. 
b) fixada em 10 anos. 
c) prorrogada, por iguais e sucessivos períodos, até 48 meses. 
d) fixada em 5 anos. 
e) prorrogada, por iguais e sucessivos períodos, até 10 anos. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
A Lei 8.666/93 discorre sobre o prazo de duração dos contratos administrativos no 
art. 57. 
A regra geral é que os contratos administrativos têm como prazo de duração a 
vigência de seus créditos orçamentários. O crédito orçamentário é a previsão do 
recurso necessário para a despesa resultante do contrato, e está estipulado na lei 
orçamentária de cada ente político. Como a lei orçamentária tem vigência de um 
ano, este é, o período de vigência do crédito orçamentário e, por conseqüência, é o 
prazo de duração do contrato a que ele está vinculado. Enfim, a regra é que os 
contratos administrativos tem seu prazo de duração limitado a um ano, período de 
vigência do crédito orçamentário que vaisustentar sua execução. 
Todavia, todo e qualquer contrato, qualquer que seja seu objeto (compra, 
obra, serviço etc), pode ter seu prazo de duração original (de 1 ano) prorrogado, 
quando se configurarem dos motivos previstos no § 1º do art. 57 da Lei 8.666/93, 
quais sejam: 
1) alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
2) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das 
partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; 
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 3) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por 
ordem e no interesse da Administração; 
 4) aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites 
permitidos pela Lei no 8.666; 
 5) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela 
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; 
 6) omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos 
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na 
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
Por exemplo, se a Administração firma, por 12 meses, um contrato para 
fornecimento de material de escritório, o qual será executado mediante entrega 
mensal, ela poderá aumentar em até 25% a quantidade dos bens a serem 
fornecidos, quando isto for de interesse público. Digamos que ela o faça no mês de 
novembro, já ao final do ano, de modo que seja necessário para o contratado 
adentrar dois meses no ano seguinte para executar a contento o contrato. Neste 
caso (motivo 4), a Lei autoriza a prorrogação do prazo do contrato por 2 meses, 
totalizando 14 meses. 
Há contratos, todavia, que podem ultrapassar o prazo de 12 meses, 
independentemente da ocorrência de um dos seis motivos acima citados. 
São os contratos relativos: 
- aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver 
interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório: 
Enquanto o objeto (o produto) do contrato estiver previsto no Plano Plurianual, o 
contrato pode permanecer em vigor (é o caso, por exemplo, da construção de uma 
hidrelétrica, que demanda longo tempo); 
 - à prestação de serviços contínuos (são os serviços internos à Administração 
que constituem necessidade permanente, a exemplo do serviço de vigilância e o de 
limpeza): tais contratos poderão ter seu prazo prorrogado por idênticos e sucessivos 
períodos, com o fim de possibilitar a obtenção de preços e condições mais 
favorecidos para a Administração, podendo atingir até 60 meses (já computados o 
prazo inicial e o de prorrogação). Em caráter excepcional, mediante autorização de 
autoridade superior àquela que autorizou a prorrogação por 60 meses, tais contratos 
poderão ser prorrogado por mais 12 meses. Nesta hipótese, portanto, o prazo total 
poderá chegar a 72 meses (mas se a questão não falar especificamente nesta 
hipótese, como a questão que estamos comentando, considere o prazo de 60 
meses). Por fim, pela análise das alternativas já podemos concluir que o contrato 
não pode ser celebrado originariamente pelo seu período máximo: ele é celebrado 
por 12 meses (vigência do crédito orçamentário), mas pode ser prorrogado até 
atingir como prazo total 60 ou 72 meses, conforme a hipótese; 
- ao aluguel de equipamentos e à utilização de serviços de informática, que 
poderá atingir como prazo máximo 48 meses (já se levando em conta o prazo inicial 
e o de prorrogação). 
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As regras acima expostas não se aplicam a dois tipos de contratos 
administrativos: os contratos de concessão ou permissão se serviços públicos 
(em que o contratado é remunerado não pela Administração, mas pelos usuários do 
serviço, logo, não tem cabimento se falar em vigência de crédito orçamentário); e os 
contratos de concessão de uso de bem público a particulares (em que o 
pagamento, se houver, é feito pelo particular à Administração). 
Aos contratos de direito privado também não se aplicam as regras acima 
apresentadas. Serão disciplinados, quanto ao seu prazo de duração, pela legislação 
de direito privado. A Administração pode, por exemplo, celebrar um contrato de 
locação, na condição de locatária, pelo prazo de 5, 7, 10 anos, pois a legislação de 
direito privado (no caso, a Lei 8.245/91), a autoriza a tanto. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a regra geral é que o prazo de duração dos contratos administrativos é a dos 
respectivos créditos orçamentários (12 meses/anual); 
2) contudo, a Lei autoriza, para qualquer contrato, a prorrogação do seu prazo inicial 
por motivos de: 
- alteração do projeto ou especificações, pela Administração; 
- superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, 
que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato; 
 - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem 
e no interesse da Administração; 
 - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos 
pela Lei no 8.666; 
 - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela 
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência; 
 - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos 
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na 
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. 
3) ainda, a lei autoriza que certos contratos, celebrados inicialmente com prazos de 
duração correspondentes aos seus respectivos créditos orçamentários, possam ser 
prorrogados por maiores períodos (não há vínculo entre esta regra e a anterior). São 
os contratos referentes: 
- aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no 
Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da 
Administração, seu produto continuar sendo previsto no Plano Plurianual e houver 
previsão da possibilidade de prorrogação no ato convocatório; 
 - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter 
seu prazo prorrogado por idênticos e sucessivos períodos, com o fim de possibilitar a 
obtenção de preços e condições mais favorecidos para a Administração, podendo 
atingir até 60 meses (já computados o prazo inicial, de 12, e o de prorrogação). Em 
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caráter excepcional, mediante autorização de autoridade superior àquela que 
autorização a prorrogação por 60 meses, tais contratos poderão ser prorrogado por 
mais 12 meses, chegando então ao total de 72 meses (se a questão não especificar 
esta hipótese, considere o prazo como de 60 meses); 
- ao aluguel de equipamentos e à utilização de serviços de informática, que poderá 
atingir como prazo máximo 48 meses. 
4) os contratos (administrativos) (1) de concessão ou permissão de serviço público e 
(2) de concessão de uso de bem público poderão ser celebrados inicialmente por 
período superior a 12 meses, pois aqui não há que se falar em vigência de crédito 
orçamentário, já que não há pagamento a ser feito pela Administração; 
5) os contratos de direito privado também não estão limitados pela regra da vigência 
do crédito orçamentário, podendo ser celebrados logo de início por período maior 
que 12 meses; 
 
 
Questão 08 
(Analista MPU/2004 – Área Processual) - Não se inclui no rol legal de hipóteses de 
dispensa de licitação a seguinte situação: 
a) aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico 
aprovado pelo Poder Executivo, quando as condições ofertadas forem 
manifestamentevantajosas para o Poder Público. 
b) compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo 
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia. 
c) quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do presidente da República, ouvido o Conselho de 
Defesa Nacional. 
d) quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, 
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, nesse caso, 
todas as condições preestabelecidas. 
e) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
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a) aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico 
aprovado pelo Poder Executivo, quando as condições ofertadas forem 
manifestamente vantajosas para o Poder Público (errada). 
O enunciado fala em “rol legal de hipóteses de dispensa de licitação”, e na verdade a 
lei trata das hipóteses de dispensa em dois dispositivos distintos, o art. 17 e o art. 
24, ambos correspondendo a uma das modalidades de dispensa de licitação. 
Dispensa de licitação é, portanto, termo genérico, que abarca duas modalidades: a 
licitação dispensável e a licitação dispensada. 
Nas duas modalidades há viabilidade jurídica de competição. Contudo, o legislador, 
por um motivo ou outro, entendeu por bem dispensar a Administração de realizar a 
licitação nas hipóteses que enumera. 
Segundo certa doutrina, que devemos adotar para fins de prova da ESAF, a diferença 
entre as duas modalidades é que nas hipóteses de licitação dispensável, previstas 
em rol taxativo no art. 24 da Lei 8.666/93, a Administração está apenas 
autorizada a não adotar o procedimento licitatório, ao passo que nas hipóteses de 
licitação dispensada, previstas também em rol taxativo no art. 17 (todas 
referentes à alienação de bens) a Administração está impedida de fazê-lo. 
Na licitação dispensável, portanto, a Administração, mesmo configurada uma das 
hipóteses do art. 24, pode discricionariamente optar por instaurar o procedimento 
de licitação; já na licitação dispensada, quando caracterizada alguma das hipóteses 
do art. 17, a Administração atua vinculadamente, não promovendo a licitação. 
Todas as alternativas da questão tratam de hipóteses de licitação dispensável. 
Passemos, então, a analisá-las segundo as prescrições do art. 24 da Lei 8.666/93 
A alternativa traz uma situação semelhante à descrita no inc. XIV do art. 24. 
Segundo o dispositivo, é dispensável a licitação para “a aquisição de bens ou 
serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso 
Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o 
Poder Público”. 
O erro, portanto, é que a alternativa menciona o acordo internacional como aprovado 
pelo Poder Executivo. A lei, corretamente, exige acordo aprovado pelo Congresso 
Nacional. A competência dos dois Poderes neste caso é diversa: cabe ao Poder 
Executivo celebrar o acordo, e ao Congresso Nacional aprová-lo. 
 
b) compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo 
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia (certa). 
Esta é a hipótese de licitação dispensável prevista no inc. XII do art. 24. A compra 
direta do gênero perecível é transitória, apenas pelo tempo necessário até que a 
Administração leve a cabo o procedimento de licitação, a partir do que cessa de ter 
aplicação o dispositivo. 
 
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c) quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do presidente da República, ouvido o Conselho de 
Defesa Nacional (certa). 
Esta alternativa também é transcrição literal de uma das hipóteses de licitação 
dispensável, prevista no inc. VIII do art. 24. 
 
d) quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, 
não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, nesse caso, 
todas as condições preestabelecidas (certa). 
A hipótese aqui trazida, prevista no inc. V do art. 24, corresponde à denominada 
licitação deserta (ou frustada), e exige três pressupostos: o não comparecimento de 
nenhum interessado a licitar; o prejuízo que a realização de uma nova licitação vai 
trazer à Administração; a manutenção, na contratação direta, de todas as condições 
previstas no instrumento convocatório. 
A hipótese de licitação deserta não se confunde com as situações em que, havendo 
interessados, nenhum deles logra êxito na fase de habilitação ou, havendo vários 
habilitados, nenhum deles consegue classificar sua proposta. Nesses dois casos, se 
caracteriza a chamada licitação fracassada, a qual não autoriza a contratação 
direta pela Administração. 
Na licitação deserta simplesmente não houve quem se interessasse em contratar 
com a Administração. Nesse caso, preenchidas as demais condições do inc. V, está a 
Administração autorizada a contratar diretamente. Na licitação fracassada surgiram 
vários interessados em contratar, mas nenhum logrou êxito em continuar 
participando do certame. Neste caso a Administração não pode contratar sem 
licitação. 
 
e) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade 
(certa). 
A alternativa traz hipótese de licitação dispensável prevista no inc. XV do art. 24. 
Devemos notar que é indispensável que se trate de obra ou objeto de autenticidade 
certificada e que o órgão ou entidade em questão tenham dentre suas finalidades 
inerentes, ou com elas compatíveis, a coleção, a manutenção ou o ensino dessas 
obras e objetos; do contrário, se o órgão ou entidade não se enquadrar nesta 
condição, não terá aplicação esse dispositivo. 
Todavia, como bem aclara Di Pietro, “o fato de tratar-se de hipótese de dispensa 
(que é sempre facultativa) não impede que, em determinada situação concreta, a 
restauração de obra de arte, ainda que sem os requisitos do art. 24, inciso XV, 
apresente características que autorizem a declaração de inexigibilidade, com base no 
art. 25, inciso II, desde que se trate de serviço de natureza singular, com 
profissional ou empresa de notória especialização; a própria lei deixou essa abertura 
ao incluir, no art. 13, inciso VII, a ‘restauração de obras de arte e bens de valor 
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histórico’ entre os serviços especializados a que se refere o artigo 25, II; nesse caso, 
a autoridade deverá observar as normas dos artigos 25, § 1º, e 26 da Lei nº 
8.666/93”. 
Portanto, se for o caso de aquisição de obras de arte objetos históricos, só poderá 
haver enquadramento como hipótese de licitação dispensável. Diferentemente, se for 
o caso de restauração de obras de arte e objetos históricos, poderá haver 
enquadramento como hipótese de dispensa ou inexigibilidade, nos termos postos 
acima. 
 
Síntese do Comentário: 
1) há duas modalidades de dispensa de licitação: a licitação dispensável, que 
corresponde às hipóteses do art. 24, quando a Administração está apenas autorizada 
a não licitar; e a licitação dispensada, que corresponde às hipóteses do art. 17 
(referentes à alienação de bens), quando a Administração está impedida de licitar; 
2) a seguir, arrolamos algumas hipóteses de licitação dispensável, todas previstas no 
art. 24 da Lei 8.666/93: 
- aquisição de bens ou serviços, nos termos de acordo internacional específicoaprovado pelo Congresso Nacional (e não pelo Poder Executivo), quando as 
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; 
- compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo 
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia; 
- quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do presidente da República, ouvido o Conselho de 
Defesa Nacional; 
- quando não acudirem interessados à licitação anterior e essa, justificadamente, não 
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, nesse caso, todas 
as condições preestabelecidas: esta hipótese corresponde à figura da licitação 
deserta, a qual autoriza a contratação direta. Não podemos confundi-la com a 
licitação fracassada, que se caracteriza quando surgem vários interessados em 
licitar, mas todos eles fracassam na fase de habilitação ou na fase de julgamento das 
propostas, caso em que está a Administração não pode contratar diretamente; 
- aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade 
certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade: 
a aquisição de obras de arte objetos históricos só poderá caracterizar hipótese de 
licitação dispensável, já a restauração pode caracterizar dispensa, quando 
preenchidos os requisitos acima citados, ou inexigibilidade, quando se tratar de 
serviço de natureza singular com profissional ou empresa de notória especialização, 
nos termos do art. 25, II, da Lei 8.666/93. 
 
 
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Questão 09 
(Técnico da Receita Federal/2003) - Conforme previsão expressa na Lei nº 8.666/93, 
quando caracterizada a inviabilidade de competição, para a contratação de 
determinado serviço específico, a licitação será considerada 
a) dispensável 
b) facultativa 
c) inexigível 
d) obrigatória 
e) proibida 
 
Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
Todos os institutos jurídicos são criados tendo em vista certa finalidade. A licitação, 
no caso, é instituto por meio do qual a Administração busca selecionar, dentre os 
que comprovarem possuir condições de cumprir adequadamente o contrato, aquele 
que apresenta a proposta que lhe seja mais vantajosa, segundo os critérios eleitos 
no edital de abertura do certame. 
Haverá situações, entretanto, em que a licitação pode não se prestar a tal intento. 
São hipóteses em que, tendo-se em vista o objeto que a Administração busca 
contratar, não há efetivas condições de disputa. Nestas hipóteses diz-se que existe 
inviabilidade jurídica de competição (ou, simplesmente, inviabilidade de 
competição). Tais hipóteses, congregadas, denominam-se hipóteses de 
inexigibilidade de licitação, e autorizam a Administração a celebrar diretamente o 
contrato, sem prévia licitação. 
A matéria em questão é tratada no art. 25 da Lei 8.666/93, o qual prevê as 
principais hipóteses de licitação inexigível. Principais, mas não todas, pois não há 
como se estabelecer na integralidade os casos em que pode restar configurada a 
impossibilidade de competição. O art. 25, portanto, limita-se a prever e disciplinar as 
principais hipóteses de inexigibilidade, em rol de natureza meramente 
exemplificativa. O dispositivo é explícito ao estatuir que a licitação é inexigível 
sempre que houver inviabilidade de competição. Deste modo, dada situação pode 
caracterizar situação de inexigibilidade, mesmo não prevista expressamente dentre 
as hipóteses arroladas nos incisos do art. 25. 
Bandeira de Mello, sobre o caráter não exaustivo das hipóteses arroladas no art. 25, 
I a III, da Lei 8.666/93, afirma: 
“Outras hipóteses de exclusão do certame licitatório existirão, ainda que não 
arroladas nos incisos I a III, quando se proponham situações nas quais estejam 
ausentes pressupostos jurídicos ou fáticos condicionadores dos certames licitatórios. 
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Vale dizer: naquelas hipóteses em que ou (a) o uso da licitação significaria 
simplesmente inviabilizar o cumprimento de um interesse jurídico prestigiado no 
sistema normativo e ao qual a Administração deve dar provimento ou (b) os 
prestadores do serviço almejado simplesmente não se engajariam na disputa dele 
em certame licitatório, inexistindo, pois, quem, com as aptidões necessárias, se 
dispusesse a disputar o objeto de certame que se armasse a tal propósito.” 
Nos termos da Lei, as hipóteses expressamente previstas de inexigibilidade são as 
seguintes: 
1ª) aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos 
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência 
de marca; 
2ª) contratação de serviços técnicos profissionais especializados, de natureza 
singular, exceto os serviços de publicidade e divulgação, obrigatoriamente licitados; 
3ª) contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio 
de representante exclusivo, desde que consagrado pela opinião pública ou pela 
crítica especializada. 
 
Síntese do Comentário: 
1) por meio da licitação busca a Administração, essencialmente, selecionar, dentre 
as propostas apresentadas pelos candidatos considerados aptos a participar da 
disputa, aquela que se apresenta para ela mais vantajosa; 
2) contudo, em inúmeras situações, face às suas peculiaridades, não haverá 
condições de efetiva disputa. Nestes casos diz-se que há inviabilidade jurídica de 
competição, estando a Administração autorizada a celebrar diretamente o contrato. 
São as hipóteses de inexigibilidade de licitação; 
3) o art. 25, em rol de natureza meramente exemplificativa, enumera as principais 
hipóteses de inexigibilidade, quais sejam: 
- aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam ser fornecidos por 
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de 
marca; 
- contratação de serviços técnicos profissionais especializados, de natureza singular, 
exceto os serviços de publicidade e divulgação, obrigatoriamente licitados; 
- contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou por meio de 
representante exclusivo, desde que consagrado pela opinião pública ou pela crítica 
especializada. 
 
 
Questão 10 
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(Analista de Finanças e Controle - AFC/CGU - 2003/2004) - O procedimento 
apropriado, previsto na Lei nº 8.666/93, para alienar bens imóveis da União, cuja 
aquisição tenha decorrido de procedimento judicial ou dação em pagamento, é 
a) concorrência ou leilão 
b) leilão ou pregão 
c) pregão ou convite 
d) dispensa de licitação 
e) inexigibilidade de licitação 
 
Gabarito: A. 
 
Comentários: 
 
A Lei 8.666/93, no art. 17 e seguintes, traz as regras aplicáveis à alienação de 
imóveis da Administração Pública. 
A Lei estabelece requisitos diferenciados, conforme o imóvel pertença à 
administração direta (na verdade, à respectiva entidade política) ou a uma das 
entidades da administração indireta. 
Para a Administração direta, autárquica e fundacional os requisitos são os 
seguintes: 
1º) autorização legislativa; 
2º) existência de interesse público devidamente justificado; 
3º) avaliação prévia; 
4º) licitação, regra geral, na modalidade de concorrência. 
Para as empresas públicas e sociedades de economia mista, por sua vez, os 
requisitos são: 
1º) existência de interesse público devidamente justificado; 
2º) avaliação prévia; 
3º) licitação, em regra, na modalidade de concorrência. 
Como se percebe, a autorização legislativa não é pressuposto para a alienação de 
bens imóveis das empresas públicas e sociedades de economia mista. 
Pelas regras expostas, podemos concluir quea modalidade regular de licitação para 
a alienação de imóveis é a concorrência. A Lei, entretanto, no art. 19, admite a 
utilização do leilão, no caso de imóveis que tenham ingressado no patrimônio 
público mediante procedimento judicial ou dação em pagamento. Nesta 
hipótese não há diferenciação, sendo as regras idênticas para toda a Administração 
Pública. Os pressupostos aqui são: 
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1º) avaliação prévia; 
2º) comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; 
3º) licitação sob a modalidade de concorrência ou leilão. 
Perceba-se que não se faz necessário autorização legislativa. 
 
Síntese do Comentário: 
1) a Administração direta, autárquica e fundacional só poderá alienar imóveis 
mediante: 
- autorização legislativa; 
- existência de interesse público devidamente justificado; 
- avaliação prévia; 
- licitação, regra geral, na modalidade de concorrência. 
2) no caso de empresas públicas e sociedades de economia mista os requisitos são 
em menor número, não se exigindo autorização legislativa, mas apenas: 
- existência de interesse público devidamente justificado; 
- avaliação prévia; 
- licitação, em regra, na modalidade de concorrência. 
3) no caso de imóveis oriundos de procedimento judicial e dação em pagamento as 
regras são idênticas para todos os órgãos e entidades da Administração Pública, não 
se exigindo autorização legislativa. Os requisitos são os seguintes: 
- avaliação prévia; 
- comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; 
- licitação sob a modalidade de concorrência ou leilão. 
 
 
Questão 11 
(Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná/2002) - No âmbito da 
modalidade de licitação pregão, conforme a legislação federal, assinale a afirmativa 
verdadeira. 
a) A fase recursal, no pregão, é única e ocorre após a declaração do licitante 
vencedor, depois das fases do julgamento e da habilitação. 
b) No pregão, não se admite a exigência de garantia de proposta e de execução 
contratual. 
c) O prazo ordinário de validade das propostas será de trinta dias, se outro não for 
fixado no edital. 
d) Uma vez decididos os eventuais recursos, o pregoeiro fará a homologação do 
procedimento e posterior adjudicação do objeto ao vencedor. 
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e) No pregão, o prazo mínimo para apresentação das propostas, contado a partir da 
publicação do aviso do certame, será de cinco dias úteis. 
 
Gabarito: A 
 
Comentários: 
 
a) A fase recursal, no pregão, é única e ocorre após a declaração do licitante 
vencedor, depois das fases do julgamento e da habilitação (certa). 
Pregão é modalidade de licitação passível de utilização pela Administração para uma 
única finalidade: aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o 
valor estimado da futura contratação. A legislação do pregão é clara a respeito: 
não importa o valor estimado do futuro contrato, se R$ 10.000,00 ou R$ 
10.000.000,00, importa o seu objeto. Se for a aquisição de bens e serviços comuns, 
pode ser licitado na modalidade pregão. 
O pregão é disciplinado pela Lei 10.520/2002, de caráter nacional, aplicando-se a 
ele, supletivamente, as disposições da Lei 8.666/93. Na esfera federal o pregão é 
regulamentado pelo Decreto 3.555/2000, com as alterações do Decreto 3.693/2000. 
Carvalho Filho nos esclarece acerca do objetivo do legislador ao criar esta sexta 
modalidade de licitação. 
Diz o Autor: 
 “As modalidades licitatórias previstas na Lei nº 8.666/93, em muitos casos, não 
conseguiram dar a celeridade desejável à atividade administrativa destinada ao 
processo de escolha de futuros contratantes. As grandes reclamações oriundas de 
órgãos administrativos não tinham como alvo os contratos de grande vulto e de 
maior complexidade. Ao contrário, centravam-se nos contratos menores ou de mais 
rápida conclusão, prejudicados pela excessiva burocracia do processo regular de 
licitação. 
Atendendo a tais reclamos, foi editada a Lei nº 10.520, de 17/7/2002, na qual foi 
instituído o pregão como nova modalidade de licitação, com disciplina e 
procedimento próprios, visando a acelerar o processo de escolha de futuros 
contratados da Administração em hipóteses determinadas e específicas.” 
Esta é, na essência, a qualidade maior do pregão: possibilitar à Administração a 
aquisição célere de seus bens e serviços comuns. 
Esta primeira alternativa é prova disto. Enquanto que para as demais licitações a Lei 
8.666/93 estabelece recursos passíveis de utilização durante as fases de habilitação 
e julgamento, o que inegavelmente implica em retardo do procedimento, no pregão 
o primeiro (e único) recurso previsto tem lugar somente após a proclamação do 
licitante vencedor (logo, após as fases de julgamento e habilitação). 
É isso que estabelece o inc. XVIII do art. 4º, nos seguintes termos: 
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“XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e 
motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três 
dias para apresentação das razões do recurso, ficando os licitantes desde logo 
intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a 
correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhe assegurada vista imediata dos 
autos.” 
Na disciplina da lei, uma vez tendo o pregoeiro, na sessão do pregão, declarado o 
licitante vencedor, os demais interessados, imediatamente após esta declaração, 
devem anunciar oralmente sua intenção de recorrer e os motivos que a justificam. 
Feito isto, começa a correr, desde já, o prazo de três dias para a apresentação, por 
escrito, das razões do recurso (o recurso propriamente dito), onde serão alegadas 
todas as questões de fato e de direito que o recorrente (ou os recorrentes) considere 
pertinente para modificar o resultado da licitação. 
Uma vez transcorrido o prazo para o recorrente, imediatamente, sem qualquer nova 
notificação (uma vez que eles são considerados intimados já na sessão do pregão), 
começa a correr o prazo para que os demais licitantes, se o desejarem, apresentem 
suas contra-razões ao recurso (a impugnação às razões do recorrente). 
Logo, alternativa correta. 
 
b) No pregão, não se admite a exigência de garantia de proposta e de execução 
contratual (errada). 
Alternativa inteligente da ESAF. A exigência de garantia é prática comum nas demais 
modalidades de licitação, em especial na concorrência e na tomada de preços, as 
modalidades da Lei 8.666/93 utilizadas como regra geral nos contratos de maior 
vulto econômico. 
Para o pregão a Lei 10.520/2002 simplesmente veda a exigência de garantia, não 
importando em nada o valor futuro contrato. Mas isso é para o pregão, para a 
licitação. A Lei em momento algum faz qualquer restrição à exigência de garantia 
como requisito para a celebração do contrato. É a isto que a ESAF se refere 
matreiramente quando fala em “execução contratual”. 
 
c) O prazo ordinário de validade das propostas será de trinta dias, se outro não for 
fixado no edital (errada). 
Decorebis concursis. O prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo se outro 
for fixado pelo edital. Ultrapassado este prazo sem o chamamento para a celebração 
do contrato estão os licitantes liberados de qualquer compromisso perante a 
Administração. 
 
d) Uma vez decididos os eventuais recursos, o pregoeiro fará a homologação do 
procedimento e posterior adjudicação do objeto ao vencedor (errada). 
Outra boa alternativa. 
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O pregoeiro, auxiliado por uma equipe de apoio, é o servidor do órgão ou entidade 
da licitação responsável, dentre outras atribuições, pelo recebimento das propostasescritas, pela direção dos debates orais, pela verificação da aceitabilidade 
(adequação ao edital) da proposta, pela classificação das propostas, pela análise da 
documentação de habilitação, pela declaração do licitante vencedor e até mesmo, 
conforme o caso, pela adjudicação do objeto da licitação. O tal do pregoeiro não é 
pouca coisa. 
Contudo, também não é tanta coisa. Se, uma vez declarado o licitante vencedor, 
ninguém manifestar motivada e imediatamente seu interesse em recorrer, é o 
próprio pregoeiro que adjudica o objeto da licitação (atribui ao licitante vencedor o 
objeto da licitação). Porém, se alguém manifestar seu interesse em recorrer logo 
após a declaração do resultado do certame, aí tchau pro pregoeiro. O recurso vai ser 
julgado pela autoridade competente (o tanta coisa), o qual, com base no resultado 
do julgamento, vai adjudicar o objeto da licitação ao licitante vencedor e, após isso, 
procederá à homologação da licitação, reconhecendo que o procedimento transcorreu 
regularmente. 
Temos então que guardar: 
1) no pregão, ao contrário do que ocorre com as demais modalidades de licitação, 
regidas pela Lei 8.666/93, a adjudicação antecede a homologação; 
2) se uma vez declarado o licitante vencedor, ninguém manifesta imediatamente 
interesse em recorrer, o pregoeiro manda bala e adjudica o objeto da licitação. 
Após isto, envia todas as peças do processo para a autoridade competente, a quem 
caberá, mesmo nesta hipótese, homologar a licitação; 
3) se houver a manifestação do interesse em recorrer, é atribuição do 
autoridade competente, após julgar o recurso, adjudicar o objeto da licitação e 
homologar o procedimento. Importante: o que interessa é a manifestação, não a 
efetiva apresentação do recurso (as razões por escrito), pois, se eventualmente o 
manifestante se omitir na apresentação da peça escrita, o processo já saiu das mãos 
do pregoeiro e se encontra em poder da autoridade competente. Compete a ela, 
então, praticar os dois atos; 
 
e) No pregão, o prazo mínimo para apresentação das propostas, contado a partir da 
publicação do aviso do certame, será de cinco dias úteis (errada). 
Duplis decorebis concursis. 
Em profundo e erudito dispositivo dispõe a Lei: o prazo mínimo entre a publicação 
do aviso do pregão e a apresentação das propostas é de 08 dias úteis. 
 
Síntese do comentário: 
 
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1) Pregão é modalidade de licitação passível de utilização pela Administração para 
uma única finalidade: aquisição de bens e serviços de bens e serviços comuns, 
qualquer que seja o valor estimado da futura contratação; 
2) objetivo do legislador ao criar esta sexta modalidade de licitação: conferir mais 
agilidade à Administração nas suas contratações cujo objeto seja a aquisição de bens 
e serviços comuns; 
3) no pregão a fase recursal é única, ocorrendo logo após a declaração pelo 
pregoeiro do resultado da licitação (logo, após as fases de julgamento e habilitação). 
Se o licitante, imediatamente após a proclamação do resultado não manifestar 
motivadamente seu interesse em recorrer, não há outra oportunidade para 
apresentação de recursos (na esfera administrativa); 
4) no pregão é vedada a exigência de garantia da proposta. Contudo, não há 
proibição de que ela seja exigida quando da celebração do contrato resultante da 
licitação; 
5) o prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo se outro for fixado pelo 
edital; 
 6) o prazo mínimo entre a publicação do aviso da licitação e a apresentação das 
propostas é de 08 dias úteis 
7) no pregão: 
- a adjudicação antecede a homologação (nas demais modalidades de licitação é o 
contrário); 
- se, uma vez declarado o licitante vencedor, ninguém manifesta imediatamente 
interesse em recorrer, é o próprio pregoeiro quem adjudica o objeto da licitação. 
Caberá à autoridade competente, porém, homologar a licitação. Se não houver tal 
manifestação, é a autoridade competente que adjudica o objeto do pregão e 
homologa o procedimento. 
 
Questão 12 
(Especialista MPOG/2002) – Em relação ao desfazimento do procedimento licitatório, 
é falso afirmar: 
a) a revogação só se pode dar mediante razões de interesse público, decorrentes de 
fato superveniente, devidamente comprovado. 
b) a anulação pode se dar mediante provocação de terceiro ou de ofício. 
c) a nulidade do processo de licitação induz, sempre, à nulidade do contrato. 
d) no processo de desfazimento de licitação fica assegurado o contraditório e a 
ampla defesa. 
e) cabe à autoridade competente para a aprovação da licitação o juízo administrativo 
da sua revogação. 
 
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Gabarito: C. 
 
Comentários: 
 
Pessoal, vamos iniciar pela transcrição do art. 49 da Lei 8.666/93, aonde a matéria é 
regulada: 
“Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento 
somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de 
fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para 
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação 
de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. 
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera 
obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta 
Lei. 
§ 2º. A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o 
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. 
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o 
contraditório e a ampla defesa; 
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplicam-se aos atos do procedimento 
de dispensa e inexigibilidade de licitação”(grifos nossos). 
 
A questão se limitou a desmembrar o art. 49. Vamos, então, transcrever as suas 
alternativas, taxando-as de certo ou errado conforme o nobre posicionamento da 
banca (deixo a alternativa c por último): 
 
a) a revogação só se pode dar mediante razões de interesse público, decorrentes de 
fato superveniente, devidamente comprovado (certa): 
É letra da lei: a autoridade competente para aprovar a licitação (apesar dos termos 
do artigo, deve-se entender como a autoridade competente para homologar o 
procedimento) só pode fazê-lo por razões de interesse público decorrente de fato 
superveniente devidamente comprovado (e, ainda, pertinente e suficiente para 
justificar tal conduta). 
A regra é meramente explicitante: toda e qualquer revogação de todo e qualquer ato 
ou conjunto de atos (procedimento) em toda e qualquer hipótese imaginária só pode 
decorrer de razões de interesse público decorrente de fato superveniente (se o fato é 
anterior o ato não deveria ter sido praticado ou o procedimento instaurado) 
devidamente comprovado e que seja grave o suficiente para justificar a revogação. 
De relevo temos a definição de quem tem poder para revogar, a autoridade 
competente (com o que se afasta qualquer dúvida que tal atribuição não é da 
Comissão de licitação). 
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b) a anulação pode se dar mediante provocação de terceiro ou de ofício (certa). 
Outra novidade importantíssima: a anulação pode ser praticada pela Administração 
de ofício ou atendendo à provocação do administrado. 
 
d) no processo de desfazimento de licitação fica assegurado o contraditório e a 
ampla defesa (certa). 
Isto também ninguém sabia. Em qual hipótese pode a Administração praticar 
qualquer ato que de qualquer forma cause qualquer conseqüência sobre a situação 
jurídica de qualquer administrado sem respeitar os princípios do contraditório e da 
ampla defesa? Em qualquer hipótese, NUNCA. 
 
e) cabe à autoridade competente para a aprovação da licitação o juízo administrativo 
da sua revogação (certa).Ponto já comentado. 
 
c) a nulidade do processo de licitação induz, sempre, à nulidade do contrato 
(errada). 
Meus senhores, são 21 horas e 13 minutos do dia 24 de dezembro de 2004, véspera 
de natal, e o infeliz tentando encontrar uma “fonte doutrinária” que tinha feito uma 
afirmação estapafúrdia dessa. Logicamente, foi como esperar presente de natal 
depois de uma certa idade: a gente nunca consegue o que está esperando. 
Pois bem, vejamos de onde a ESAF retirou esta preciosidade jurídica. 
Diz o § 2º do art. 49: 
“§ 2º. A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado 
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.” 
Aí, uma inteligência rara conclui: há hipótese em que a nulidade do procedimento de 
licitação não induz a do contrato: é a prevista no parágrafo único do art. 59 da Lei 
8.666/93. Enfio um “sempre” na alternativa e levo todo mundo pra cova. E aí, a 
partir desse nobre e profundo raciocínio, nasceu esta façanha intelectual. 
Meus senhores, minhas senhoras e demais presentes: quando que a anulação da 
licitação não induz a do contrato? Barbada: NUNCA! 
Meus amigos, minhas amigas e eventuais ausentes: quando que a nulidade do 
processo de licitação induz à nulidade do contrato? A mesma barbada: SEMPRE! 
A ressalva da parte final do § 2º ao parágrafo único do art. 59 só significa que, se 
quando da anulação da licitação o contrato já estava sendo executado, o 
contratado, a não ser que o motivo da anulação lhe seja imputável, tem direito à 
indenização pelo que ele houver executado até a data da invalidação e por outros 
prejuízos regularmente comprovados. 
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A ressalva só significa isto: dever da Administração de indenizar, nos termos do 
parágrafo único do art. 59. 
E com essa já são 21:26. O Papai Noel tá chegando e quem sabe este ano ele me 
surpreende. 
Até a próxima. 
 
 
Síntese do Comentário: 
1) transcrição do art. 49 da Lei 8.666/93: 
“Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente 
poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato 
superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal 
conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, 
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. 
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera 
obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta 
Lei. 
§ 2º. A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o 
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. 
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório 
e a ampla defesa; 
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplicam-se aos atos do procedimento 
de dispensa e inexigibilidade de licitação.” 
 
2) fiquem tranqüilos: a nulidade da licitação sempre induz à do contrato. 
 
Até terça.

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