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DireitoAdministrativo decifrandoFCC fabianopereira Aula 06

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CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO (TEORIA E EXERCÍCIOS) 
DECIFRANDO A FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS - FABIANO PEREIRA 
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Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 1
Olá! 
 
Todo fim de ano é tempo de parar, analisar e fazer uma completa 
reflexão sobre a vida, pensar em cada momento vivido para descobrir qual 
foi o saldo positivo de metas planejadas. 
Que este ano que está surgindo seja cheio de promessas e 
esperanças, que venha marcado pela alegria e pela bem aventurança e 
realizações. Que o futuro abra as portas de todos os corações prontos para 
ele e que ajude aos que não estão prontos a se aperfeiçoar. 
Para você, que está pleiteando uma vaga no serviço público, quero 
desejar muita paciência, perseverança e, principalmente, muita fé no seu 
objetivo. 
Acredite em seu potencial. 
A sua aprovação está a caminho! 
Boas festas! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
"A esperança é cheia de confiança. É algo maravilhoso e belo, uma 
lâmpada iluminada em nosso coração. É o motor da vida. É uma luz na 
direção do futuro”. 
(Conrad de Meester) 
 
 
 
 
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL – LEI 9.784/99 
 
1. As diversas denominações da expressão “processo”............... 03 
2. Conceito .................................................................................. 04 
3. Abrangência da Lei 9.784/99 .................................................. 04 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal ......... 05 
4.1. Princípio da legalidade objetiva ................................... 05 
4.2. Princípio da oficialidade ............................................... 05 
4.3. Princípio do informalismo ............................................ 06 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” ...... 06 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa ............. 07 
5. Objeto .................................................................................... 07 
6. Princípios expressos ............................................................... 08 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos .. 14 
8. Dos direitos e deveres do administrados ................................. 16 
9. Da competência ..................................................................... 16 
10. Dos impedimentos e da suspeição ......................................... 18 
11. Fases do processo administrativo .......................................... 19 
12. Da desistência e outros casos de extinção do processo ......... 22 
13. Do recurso administrativo e da revisão ................................. 23 
14. Dos prazos ............................................................................ 25 
15. Resumo de Véspera de Prova ................................................ 26 
16. Questões comentadas ........................................................... 41 
 
 
 
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1. As diversas denominações da expressão “processo” 
 A expressão “processo” representa um conjunto lógico e seqüencial de 
fatos e procedimentos adotados para se atingir um determinado objetivo. Em 
regra, essa expressão é utilizada para referir-se ao processo judicial, mas é 
importante destacar que várias são as classificações para a expressão 
“processo”, que representa um gênero: 
 1.1. Processo judicial: trata-se do instrumento pelo qual o juiz exerce o 
seu poder jurisdicional (de aplicar o direito ao caso em concreto), decidindo um 
possível conflito existente entre as partes que participam do processo. 
 1.2. Processo legislativo: é composto pelo conjunto de regras 
constitucionais e legais que devem ser obedecidas pelo legislador ao elaborar as 
leis. 
 1.3. Processo administrativo: pode ser entendido como o conjunto 
seqüencial de atos administrativos necessários a produzir uma decisão 
referente a um conflito de natureza administrativa. 
 Como o foco da nossa aula é estudar as normas gerais sobre o processo 
administrativo federal, iremos nos restringir a essa última espécie de 
processo, que está prevista na Lei 9.784/99. 
 Atenção: é importante que você saiba que a própria expressão “processo 
administrativo” possui diversas espécies, que, frequentemente são 
encontradas em provas de concursos. 
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro nos informa que, na linguagem 
corrente, a expressão processo administrativo é utilizada em vários sentidos 
diferentes: 
1. num primeiro sentido, designa o conjunto de papéis e documentos 
organizados numa pasta e referentes a um dado assunto de interesse do 
funcionário ou da administração; 
2. é ainda usado como sinônimo de processo disciplinar, pelo qual se apuram 
as infrações administrativas e se punem os infratores; nesse sentido é empregado 
no artigo 41, § 1º, da Constituição Federal, quando diz que o servidor público 
estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado 
ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 
Esse tipo de processo é conhecido por "PAD" no meio jurídico. 
3. em sentido mais amplo, designa o conjunto de atos coordenados para a 
solução de uma controvérsia no âmbito administrativo; 
4. como nem todo processo administrativo envolve controvérsia, também se pode 
falar em sentido ainda mais amplo, de modo a abranger a série de atos 
preparatórios de uma decisão final da Administração. 
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 A Lei 9.784/99, conforme destaquei anteriormente, estabelece normas 
básicas e gerais sobre o processo administrativo no âmbito da Administração 
Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos 
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. 
 Assim, os processos administrativos específicos, a exemplo do Processo 
Administrativo Disciplinar – PAD, o Processo Administrativo Federal de 
Determinação e Exigência de Créditos Tributários – PAF, entre outros, 
continuarão a reger-se por normas próprias, aplicando-se-lhes apenas 
subsidiariamente os preceitos da Lei 9.784/99. 
 O Processo Administrativo Disciplinar – PAD, quando instaurado na esfera 
federal, por exemplo, será regulamentado pela Lei 8.112/90. Por outro lado, o 
Processo Administrativo Federal de Determinação e Exigência de Créditos 
Tributários – PAF, será regulamentado pelo Decreto 70.235/72. 
 
2. Conceito 
 O saudoso professor Diógenes Gasparini apresenta um conceito bastante 
completo sobre processo administrativo, ao defini-lo como o “conjunto de 
medidas jurídicas e materiaispraticadas com certa ordem e cronologia, 
necessárias ao registro dos atos da Administração Pública, ao controle do 
comportamento dos administrados e de seus servidores, a compatibilizar, no 
exercício do poder de polícia, os interesses público e privado, a punir seus 
servidores e terceiros, a resolver controvérsias administrativas e a outorgar 
direitos a terceiros”. 
 
3. Abrangência da Lei 9.784/99 
 A Lei 9.784/99, que estabelece normas básicas sobre o processo 
administrativo no âmbito da Administração Federal, alcança tanto as 
entidades da Administração Direta (União e seus respectivos órgãos), quanto às 
entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas 
públicas e sociedades de economia mista). 
 Lembre-se de que a Lei do processo administrativo federal não se 
restringe ao Poder Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e 
Judiciário, bem como o Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da 
União, quando estiverem exercendo função administrativa. 
 Pergunta: professor, a Lei 9.784/99 também será obrigatória para os 
processos administrativos instaurados no âmbito dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios? 
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 Em regra, não. As entidades políticas possuem competência legislativa 
para criarem as suas próprias legislações sobre processo administrativo. No 
Estado de São Paulo, por exemplo, vigora a Lei Estadual 10.177, publicada em 30 
de dezembro de 1998. Da mesma forma, no Estado de Minas Gerais vigora outra 
Lei Estadual, a de nº 14.184, editada em 30 de janeiro de 2002. 
 Apesar dos Estados, DF e Municípios possuírem competência para legislar 
sobre o tema, não existe proibição a que a Lei 9.784/99 seja utilizada em âmbito 
municipal ou estadual, por exemplo, enquanto a respectiva legislação local não 
seja criada. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que seus preceitos também 
se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, 
quando no desempenho de função administrativa. 
 
4. Princípios inerentes ao processo administrativo federal 
 O professor Hely Lopes Meirelles destaca que são cinco os princípios 
inerentes aos processos administrativos no âmbito federal, a saber: 
 4.1. Princípio da legalidade objetiva 
 O princípio da legalidade objetiva impõe a obrigatoriedade de que o 
processo administrativo se desenvolva nos termos da lei, cumprindo-se 
fielmente a sua finalidade. Ocorrendo qualquer violação ao texto legal, o 
processo administrativo, consequentemente, deverá ser declarado nulo. 
 4.2. Princípio da oficialidade 
 Esse princípio impõe à Administração o dever de dar andamento 
automático ao processo administrativo, independentemente da manifestação 
do administrado. Também é conhecido como “princípio da impulsão de ofício” ou 
“princípio do impulso oficial”. 
 É interessante destacar que, contrariamente ao que ocorre no Poder 
Judiciário, que deve ser provocado pelo interessado a fim de que possa tomar 
alguma providência, no âmbito administrativo a própria Administração se 
encarrega de adotar as providências necessárias para garantir o andamento e a 
conclusão do processo. 
A oficialidade se revela na instauração, na instrução, na decisão e na 
eventual revisão de decisões tomadas nos processos administrativos. 
 
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4.3. Princípio do informalismo 
 O processo administrativo caracteriza-se pelo informalismo, dispensando 
a solenidade e o rigor exacerbado na edição de seus atos. É claro que não é 
possível exagerar no informalismo, pois é necessário garantir a confiança e a 
credibilidade do processo administrativo. Assim, a lei poderá estabelecer uma 
maior rigidez para a prática de alguns atos, cominando a respectiva nulidade em 
caso de sua inobservância. 
Como o administrado não está obrigado a contratar um advogado para 
atuar em processo administrativo, o princípio do informalismo apresenta-se 
como essencial e de extrema relevância, permitindo que qualquer pessoa possa 
acessá-lo e praticar os atos necessários ao seu desenvolvimento e conclusão. 
 
4.4. Princípio da “verdade material” ou “verdade real” 
Nos processos administrativos, a Administração deve sempre buscar a 
realidade dos fatos. Nesse sentido, deve adotar todas as providências que se 
fizerem necessárias para esclarecer, com exatidão, o que realmente ocorreu. 
Para isso o processo administrativo é instaurado. 
A professora Odete Medauar nos ensina que, como conseqüência do 
princípio da verdade real ou material, “a Administração deve tomar decisões com 
base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a 
versão oferecida pelos sujeitos. Para tanto, tem o direito e o dever de carrear 
para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da 
matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos suscitados pelos sujeitos”. 
Pergunta: professor, verdade material é o mesmo que verdade 
formal? 
Não. Fique bastante atento a essa diferença, pois, frequentemente, ela é 
objeto de concursos. 
A verdade formal, que se objetiva nos processos judiciais (com exceção 
dos criminais), caracteriza-se por não representar a realidade dos fatos. Para 
decidir um conflito que lhe foi apresentado, o juiz está restrito às provas que 
foram apresentadas pelas partes e que estão no processo, não podendo se 
referir a fatos ou documentos de que teve ciência “fora” do processo. 
Para que fique mais fácil o entendimento, basta que você se lembre de que 
ao ser citado para responder a uma ação judicial, o acusado será advertido de 
que “não sendo contestada a ação, se presumirão aceitos pelo réu, como 
verdadeiros, os fatos articulados pelo autor” (artigo 285 do Código de Processo 
Civil). 
 
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Exemplo: caso JOÃO ingresse com uma ação judicial em face de PEDRO, 
alegando que ele lhe deve a quantia de R$ 500,00 por um serviço prestado e não 
pago, PEDRO terá que apresentar a sua contestação (defesa) no processo, 
mesmo que a cobrança seja absurda (sequer conhece João, por exemplo), pois, 
caso contrário, presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados por João. 
Assim, por mais mentirosa e absurda que possa parecer tal cobrança, se 
JOÃO não se defender, apresentando os seus argumentos, ela será considerada 
verdadeira. Eis a verdade formal, que não corresponde à realidade dos fatos. 
 
4.5. Princípios do contraditório e da ampla defesa 
Os princípios do contraditório e da ampla defesa estão expressamente 
previstos no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que assim 
declara: 
“LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados 
em geral são asseguradoso contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes”. 
 O princípio da ampla defesa, de uma forma bem resumida, assegura ao 
acusado a prerrogativa de valer-se de todos os meios existentes para provar a 
sua inocência, desde que lícitos. Por outro lado, o princípio do contraditório 
impõe a obrigatoriedade de se garantir ao acusado a oportunidade de se 
manifestar sobre todos os fatos e acusações a ele imputados, bem como o direito 
de contradizer um por um, caso entenda cabível e necessário. 
 
5. Objeto 
 O processo administrativo será utilizado no âmbito da Administração 
Pública para tratar sobre os mais diversos temas. O professor Diógenes 
Gasparini, apresentando alguns exemplos, informa que podem versar sobre a 
padronização de um bem, cuidar da investigação de um fato, visar a aplicação de 
uma pena, objetivar uma decisão, encerrar uma denúncia, consubstanciar uma 
sugestão, exigir um tributo, comprovar o exercício do poder de polícia, visar a 
apuração de certos fatos e a indicação dos respectivos autores. 
 Afirma o citado professor que o objeto é, portanto, o tema versado no 
processo administrativo e esse pode ser qualquer um. 
 
6. Princípios expressos 
 O artigo 2º da Lei 9.784/99 apresenta um rol de princípios que devem ser 
obrigatoriamente observados durante os processos administrativos federais, a 
saber: 
9 Princípio da legalidade 
9 Princípio da finalidade; 
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9 Princípio da motivação; 
9 Princípio da razoabilidade; 
9 Princípio da proporcionalidade; 
9 Princípio da moralidade; 
9 Princípio da ampla defesa e do contraditório; 
9 Princípio da segurança jurídica; 
9 Princípio do interesse público; e 
9 Princípio da eficiência. 
Dentre todos os princípios acima relacionados, em nossa primeira aula 
estudamos o da LEGALIDADE, FINALIDADE, MORALIDADE e EFICIÊNCIA. 
Ademais, como no tópico anterior fiz referência aos princípios do 
CONTRADITÓRIO e da AMPLA DEFESA, resta então tecer alguns breves 
comentários sobre os princípios da MOTIVAÇÃO, RAZOABILIDADE, 
PROPORCIONALIDADE, SEGURANÇA JURÍDICA E INTERESSE PÚBLICO. 
Para fins de concursos públicos, entenda que o princípio do interesse 
público impõe para a Administração a obrigatoriedade de sempre almejar a 
satisfação do interesse público, o que lhe assegura uma supremacia jurídica em 
relação aos particulares. 
Como interesse público, podemos entender aquele que está previsto na lei, 
o que nos remete ao princípio da legalidade. Isso porque o interesse público deve 
estar presente tanto no momento da edição da lei quanto no momento de sua 
execução em concreto pela Administração. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que a Administração Pública 
obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla 
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
 
 6.1. Princípio da Motivação 
O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
 
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 A necessidade geral de motivação dos atos administrativos não está 
prevista expressamente no artigo 37 da Constituição Federal de 1988, mas 
consta no artigo 93, X (em relação aos atos administrativos editados pelo Poder 
Judiciário) e 129, § 4º (em relação aos atos administrativos editados pelo 
Ministério Público). 
 Em termos gerais, o princípio da motivação pode ser considerado 
implícito, pois não existe previsão expressa na Constituição Federal de 1988 de 
que os atos editados pelo Poder Executivo também devam ser motivados. É claro 
que se a Constituição Federal impõe a obrigatoriedade de motivação dos atos 
administrativos do Poder Judiciário e do Ministério Público, implicitamente, 
também a estende aos atos editados pelo Poder Executivo, que é aquele que 
possui na edição de atos administrativos a sua função principal, típica. 
 A Lei 9.784/99, no inciso VII do artigo 2º, declara expressamente que 
nos processos administrativos federais serão indicados os pressupostos de fato 
e de direito que determinarem a decisão. 
Além disso, afirma no § 1º do artigo 50 que a motivação deve ser 
explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões 
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato, o que a doutrina 
convencionou chamar de motivação aliunde. 
 Isso significa que, no momento de motivar um ato administrativo, o 
administrador poderá invocar fundamentos que já estejam em pareceres ou 
decisões anteriores, por exemplo. Assim, para concluir a motivação, basta que 
faça uma afirmação declarando que a motivação é a mesma constante da 
“decisão Y”, “em anexo”. 
 A imposição de que a motivação seja explícita, clara e congruente 
deriva, dentre outros, dos princípios do devido processo legal, do contraditório e 
da ampla defesa. 
 Para que o administrado ou mesmo os agentes públicos (nos casos em que 
estiverem respondendo a um processo administrativo, por exemplo) possam 
contestar ou defender-se dos atos administrativos praticados pela 
Administração, é necessário que tenham pleno conhecimento de seu conteúdo. 
 Sendo assim, no momento de motivar o ato, o administrador não pode 
limitar-se a indicar o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. É 
essencial ainda que o administrador apresente, detalhadamente, todo o 
caminho que percorreu para chegar a tal conclusão, bem como o objetivo que 
deseja alcançar com a prática do ato. 
 Agindo dessa maneira, o administrador estará permitindo que os 
interessados possam exercer um controle efetivo sobre o ato praticado, que 
deve respeitar as diretrizes do Estado Democrático de Direito, o princípio da 
legalidade, da razoabilidade, proporcionalidade, do devido processo legal, entre 
outros. 
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 Pergunta: Será que todos os atos administrativos devem ser motivados? 
Diante do que escrevi até o momento, parece que sim, não é? Bem, para 
fins de concursos públicos, devemos ficar atentos a essa pergunta. 
Embora renomados professores como Diógenes Gasparini e Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro, por exemplo, entendam que todos os atos administrativos 
devam ser motivados, sejam eles vinculados ou discricionários, é válido destacar 
que existe uma exceção muito cobrada em concursos públicos: a nomeação e 
exoneração de servidores ocupantes de cargos em comissão (cargos de 
confiança). 
 No momentode nomear um cidadão para ocupar cargo público em 
comissão (aquele em que não é necessário ser aprovado em concurso público e 
que possui atribuições de direção, chefia e assessoramento, como o cargo de 
Secretário Municipal, por exemplo), a autoridade competente não está obrigada 
a apresentar os motivos, por escrito, que a levaram a optar pelo cidadão “a”, em 
vez do cidadão “b”. 
Da mesma forma, acontece na exoneração. A autoridade competente não 
está obrigada a apresentar, por escrito, os motivos que a levaram a “dispensar” 
o ocupante do cargo em comissão, independentemente de quais sejam. 
 Sendo assim, como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso 
público, fique atento a essa exceção que comprova que nem todos os atos 
administrativos devem ser motivados. 
 Por fim, não confunda o motivo do ato administrativo (que estudamos 
anteriormente) com a necessidade de motivação. O primeiro é a razão de fato e 
de direito que justificou a edição do ato. O segundo nada mais é que a exposição 
dos motivos, por escrito, detalhadamente. 
 Exemplo: Imagine que o Departamento de Recursos Humanos de um 
determinado órgão público tenha solicitado ao servidor “X” a apresentação de 
algumas informações e documentos para proceder à atualização de seus dados 
cadastrais. Contudo, apesar da solicitação formal da Administração, 
imotivadamente, o servidor se recusou a fornecê-los. Diante do exposto, o 
servidor será punido com uma advertência em virtude de não ter apresentado 
as informações e documentos solicitados (motivo), mas, no momento da 
aplicação da penalidade, a Administração deverá explicar por escrito o 
“porquê” de ter sido aplicada a referida advertência (motivação). 
 O artigo 50 da Lei 9.784/99 apresenta um rol de hipóteses que ensejam, 
obrigatoriamente, a motivação do ato administrativo. Entretanto, é importante 
esclarecer que as hipóteses elencadas legalmente não são as únicas que impõem 
à necessidade de motivação (esse é o entendimento da doutrina majoritária, 
para fins de concursos públicos). 
 
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Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação 
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou 
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato 
administrativo. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Em regra, todos 
os atos administrativos devem ser motivados, sejam eles vinculados ou 
discricionários. Esse é o entendimento da doutrina majoritária. 
 Todavia, como as exceções estão sempre presentes no Direito, lembre-se 
de que o Supremo Tribunal Federal já declarou, por diversas vezes, que o ato de 
nomeação e exoneração ad nutum dos ocupantes de cargos em comissão 
(cargos de confiança) não necessita de motivação. 
 
6.2. Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade 
 Grande parte da doutrina afirma que os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade são sinônimos. Outra parte afirma que tais princípios são 
autônomos, apesar do fato de a proporcionalidade ser um dos elementos da 
razoabilidade. 
 Sendo assim, apresentarei ambos os princípios conjuntamente, mas 
citando as peculiaridades de cada um para que você não se confunda no 
momento de responder às questões de prova. 
 O princípio da razoabilidade está diretamente relacionado ao senso 
comum do homem médio, do aceitável, do justo, do mediano. Em respeito a tal 
princípio, as condutas administrativas devem pautar-se no bom senso, na 
sensatez que guia a atuação do homem mediano, pois, caso contrário, serão 
invalidadas. 
 O princípio da razoabilidade tem origem no sistema jurídico anglo-saxão, 
mas foi no Direito norte-americano que se desenvolveu e ganhou autonomia, 
como consequência do devido processo legal, servindo de parâmetro 
obrigatório para a conduta tanto dos administradores quanto do legislador. 
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 Eis aqui uma importante informação que você deve guardar: o princípio da 
razoabilidade, que é considerado um princípio implícito (em termos gerais), 
deriva do princípio do devido processo legal, este previsto expressamente no 
inciso LIV, artigo 5º, da CF/88. 
 Atenção: se analisarmos os princípios da razoabilidade e 
proporcionalidade nos termos da Lei 9.784/99, eles poderão ser considerados 
expressos, mas somente para a Administração Pública Federal. 
A professora Lúcia Valle Figueiredo, na tentativa de distinguir a 
proporcionalidade da razoabilidade, informa que a proporcionalidade pressupõe 
a adequação entre os atos e as necessidades, ou seja, “só se sacrificam 
interesses individuais em função dos interesses coletivos, de interesses 
primários, na medida da estrita necessidade, não se desbordando que seja 
realmente indispensável para a implementação da necessidade pública1”. 
 O princípio da proporcionalidade também pode ser entendido como 
princípio da “proibição de excesso”, já que o fim a que se destina é justamente 
limitar as ações administrativas que ultrapassem os limites adequados. Em 
outras palavras, significa dizer que tal princípio impõe à Administração Pública a 
necessidade de adequação entre meios e fins, sendo vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público (inciso VI, artigo 2º, da Lei 
9.784/99). 
 Para fins de concurso público, que é o nosso foco principal, é importante 
que você saiba as características tanto da razoabilidade quanto da 
proporcionalidade, pois algumas bancas examinadoras elaboram questões 
como se ambos fossem sinônimos (Fundação Carlos Chagas), e outras como 
se fossem princípios autônomos (CESPE). 
(Analista Judiciário - Adm – TRT 23ª R/2004 / FCC) A adequação 
entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e 
sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao 
atendimento do interesse público; e a observância das 
formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, 
entre outras, dizem respeito ao princípio da 
(A) razoabilidade, sob a feição de proporcionalidade. 
(B) motivação, decorrente da formalidade. 
(C) finalidade, que se apresenta como impessoalidade. 
(D) ampla defesa, somada à segurança jurídica. 
(E) segurança jurídica atrelada à legalidade. 
 
Resposta: letra “a” 
 
1 FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Malheiros, 2008. 
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(Especialista em Regulação – ANATEL 2006 / CESPE) O princípio da 
proporcionalidade - que tem fundamento no texto constitucional brasileiro 
- aplicado à garantia do indivíduo, em face do poder regulador do Estado, é 
uma das formas de manifestação da função de garantia e proteção que 
desempenha a Constituição. (Correta) 
 
 6.3. Princípio da segurança jurídica 
Para que o homem possa conduzir os atos de sua vida civil, familiar e 
profissional, necessita de certo grau de estabilidade, de confiança e de certeza de 
que as decisões tomadas no dia a dia não serão alteradas unilateralmente, por 
terceiros, em momento posterior. Assim, é possível programar o futuro e 
estabelecer projetos a curto, médio e longo prazo. 
 A necessidade de estabilidade, certeza e confiança se mostra ainda mais 
latente nas relações entre a Administração e os administrados. 
Conforme nos informa a professora Di Pietro, é muito comum, na esfera 
administrativa, haver mudança de interpretação de determinadas normas legais, 
com a consequente mudança de orientação, em caráter normativo, afetando 
situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. 
Essa possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém, gera 
uma grande insegurança jurídica, pois os interessados nunca sabem quando a 
sua situação será passível de contestação pela própria Administração Pública. 
Daí a regra que proíbe a aplicação retroativa de nova interpretação, 
prevista no artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99: 
Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão observados, 
entre outros, os critérios de: 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta 
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação 
retroativa de nova interpretação. 
 
Sendo assim, se a Administração Pública praticou certo ato amparada em 
uma determinada interpretação da lei, posteriormente, caso seja alterada a 
interpretação, não poderá a Administração aplicá-la ao ato que já havia sido 
praticado com base na interpretação anterior. 
Nessa situação, a nova interpretação somente poderá ser aplicada em 
casos futuros, desde que se enquadrem na nova interpretação. 
A Constituição Federal de 1988 vai ainda mais longe, pois declara em seu 
artigo 5º, XXXVI, que nem mesmo a lei poderá prejudicar ato jurídico perfeito, 
direito adquirido e a coisa julgada. 
cópia,
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 Para responder às questões da FCC, lembre-se sempre de que o objetivo 
do princípio da segurança jurídica é proteger os administrados em face de novas 
interpretações adotadas pela Administração e que possam prejudicá-los, no caso 
em concreto. 
(FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) Nos processos 
administrativos, na forma preconizada pela Lei nº 9.784/1999, serão 
observados, entre outros, os critérios de interpretação da norma 
administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação. 
 
7. Critérios a serem observados nos processos administrativos 
 Além de apresentar um rol de princípios que devem ser obrigatoriamente 
observados, a Lei 9.784/99 também enumerou, no parágrafo único do artigo 2º, 
uma relação de critérios que devem pautar as condutas das autoridades nos 
processos administrativos. 
Perceba que os critérios decorrem diretamente dos princípios arrolados 
anteriormente, portanto, fique atento ao responder às questões de concursos: 
I - atuação conforme a lei e o Direito (princípio da legalidade); 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou 
parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei 
(impessoalidade) 
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção 
pessoal de agentes ou autoridades (impessoalidade); 
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé 
(moralidade); 
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de 
sigilo previstas na Constituição (publicidade); 
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, 
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias 
ao atendimento do interesse público (razoabilidade e proporcionalidade); 
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a 
decisão (motivação); 
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos 
administrados (segurança jurídica); 
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IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de 
certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (segurança 
jurídica e informalismo); 
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações 
finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de 
que possam resultar sanções e nas situações de litígio (ampla defesa e 
contraditório); 
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as 
previstas em lei; 
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da 
atuação dos interessados (oficialidade); 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta 
o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa 
de nova interpretação (impessoalidade e segurança jurídica). 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 24ª Região/2011) De acordo com Lei nº 
9.784/1999, no processo administrativo será observado, dentre outros, 
o critério de garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de 
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos 
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio. 
 
8. Dos direitos e deveres do administrados 
A fim de que não restem dúvidas sobre os direitos e deveres dos 
administrados, quando forem parte em processo administrativo, cuidou a Lei 
9.784/99 de apresentá-los expressamente, em seus artigos 3º e 4º, vejamos: 
8.1. Direitos 
1º) ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão 
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; 
2º) ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha 
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos 
neles contidos e conhecer as decisões proferidas; 
3º) formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os 
quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; 
4º) fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando 
obrigatória a representação, por força de lei. 
 
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(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) Nos termos da Lei nº 
9.784/99, que regulao processo administrativo no âmbito da 
Administração Pública Federal, é CORRETO que, dentre os direitos do 
administrado perante a Administração Pública, está o de ter ciência da 
tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de 
interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles 
contidos e conhecer as decisões proferidas. 
 
8.2. Deveres 
1º) expor os fatos conforme a verdade; 
2º) proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; 
3º) não agir de modo temerário; 
4º) prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o 
esclarecimento dos fatos. 
 
9. Da competência 
 A competência pode ser definida como um conjunto de poderes que a lei 
confere ao agente público para o exercício das funções inerentes ao cargo 
público. Assim, para praticar um determinado ato, o agente público deve ser 
competente para tal. 
 Se um ato administrativo é editado por agente público incompetente, em 
regra, deverá ele ser anulado, exceto nas hipóteses em que seja cabível a 
convalidação (correção). 
 Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento 
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: lembre-se 
sempre de que a delegação, em regra, ocorre quando um órgão ou autoridade 
superior transferem a outros órgãos ou autoridades que lhes são subordinados 
a responsabilidade pela prática de determinado ato. Entretanto, também é 
possível a delegação sem que exista relação de subordinação, nos termos do 
art. 12 da Lei 9.784/99. 
 A delegação nada mais é que o ato administrativo que desloca a 
competência para a edição de determinado ato para outro órgão ou autoridade. 
Ocorre, por exemplo, quando uma autoridade superior transfere a competência 
para a edição de um determinado ato para o seu subordinado, sendo possível a 
revogação a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
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 Nem todas as atividades administrativas podem ser objeto de delegação, 
conforme previsto expressamente no artigo 13 da Lei 9.784/99: 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente 
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo agente público delegado (que 
recebeu a delegação). 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: muito cuidado 
para não confundir os institutos da delegação e avocação, pois possuem 
características antagônicas. Na delegação, um órgão ou agente público 
transfere a competência para a edição de um ato para outro órgão ou agente 
público. Na avocação ocorre justamente o contrário, pois um agente público ou 
órgão hierarquicamente superior chama para si (avoca) a competência para 
editar determinado ato. 
 A avocação somente será permitida em caráter excepcional e por 
motivos relevantes, devidamente justificados, ao contrário da delegação. 
 Por último, é necessário que você saiba que quando não existir 
competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado 
perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) Será permitida, em caráter 
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão 
hierarquicamente inferior. 
 
10. Dos impedimentos e da suspeição 
 A Lei 9.784/99 não apresenta maiores detalhes sobre o impedimento e a 
suspeição, apenas informa quem pode ser considerado impedido ou suspeito de 
participar de um processo administrativo, bem como as providências que devem 
ser adotadas quando isso ocorrer. 
Nesses termos, é necessário esclarecer que o impedimento e a suspeição 
se diferenciam em razão do nível de comprometimento que o agente público 
possui com o processo em si, o que poderia interferir na sua imparcialidade. 
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Quando a Lei 9.784/99, em seu artigo 18, declara as situações que 
impedem um servidor ou autoridade de participar de um processo 
administrativo, assim o faz para evitar que possam tomar decisões motivadas 
por interesses pessoais, já que existe uma presunção absoluta (juris et de 
jure) de parcialidade (como se já fosse certo que a atuação do agente iria 
favorecer ou prejudicar, intencionalmente, o administrado). 
É por isso que a autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve 
comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Caso não 
cumpra o seu dever de comunicar o impedimento, está cometendo falta grave, 
sendo passível de punição. 
 Nesses termos, está impedido de atuar em processo administrativo o 
servidor ou autoridade que: 
1º) tenha interesse direto ou indireto na matéria; 
2º) tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou 
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, 
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; 
3º) esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou 
respectivo cônjuge ou companheiro. 
Por outro lado, na suspeição a presunção de parcialidade é apenas 
relativa (juris tantum), e, portanto, pode ser argüida quando a autoridade ou 
servidor tiver amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados 
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro 
grau. 
Caso seja indeferida a alegação de suspeição, esta poderá ser objeto de 
recurso, sem efeito suspensivo. 
 
(FCC/Analista Judiciário TRE AP/2011) No processo administrativo 
disciplinado pela Lei nº 9.784/99 pode ser arguida a suspeição de 
autoridade ou servidor que tenha amizade íntima com parente de 
terceiro grau de algum dos interessados. 
 
11. Fases do processo administrativo 
 Os processos administrativos, em regra, desenvolvem-se em quatro 
grandes fases: instauração, instrução, relatório e decisão, nesta seqüência. 
É claro que existem algumas espécies de processos administrativos, a 
exemplo do processo disciplinar - PAD, previsto no Lei 8.112/90, que se 
desenvolvem de maneira diferente: instauração, inquérito administrativo e 
julgamento. Todavia, o nosso foco é o processo previsto na Lei 9.784/99. 
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11.1. Fase de instauração 
A instauração do processo administrativo pode ocorrer mediante pedido 
de um interessado qualquer ou, ainda, ex officio, no interesse da 
Administração. 
Antes de instauraro processo administrativo, a Administração pode exigir 
que o interessado preencha algum formulário específico, em conformidade com o 
assunto a ser tratado. Neste caso, o preenchimento será obrigatório. Entretanto, 
deverá ser disponibilizado o auxílio de um servidor público para aqueles que 
demonstrem dificuldade no preenchimento das informações solicitadas, 
evitando-se assim que eventuais falhas possam levar à nulidade do processo. 
No requerimento inicial apresentado pelo interessado, deverão conter as 
seguintes informações: 
1º) órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; 
2º) identificação do interessado ou de quem o represente; 
3º) domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; 
4º) formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus 
fundamentos; 
5º) data e assinatura do requerente ou de seu representante. 
 Quando forem iguais os pedidos de vários interessados, poderão ser 
formalizados conjuntamente, em uma única petição ou formulário, salvo 
disposição legal em contrário. 
 Após ter recebido a peça inaugural do processo, a autoridade 
administrativa deverá determinar a sua autuação (ato que efetivamente inicia o 
processo), com a numeração das páginas, preenchimento da data e demais 
informações constantes da capa do processo. 
 O artigo 9º da Lei 9.784/99 relaciona aqueles que são legitimados como 
interessados no processo administrativo: 
a) pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou 
interesses individuais ou no exercício do direito de representação; 
b) aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses 
que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; 
c) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e 
interesses coletivos; 
d) as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos 
ou interesses difusos. 
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11.2. Fase da instrução 
Trata-se da mais complexa fase do processo administrativo, pois agrega 
todas as atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados 
necessários à tomada de decisão. Inicia-se logo após a instauração do processo 
administrativo, finalizando-se quando concluídas todas as diligências necessárias 
para o esclarecimento dos fatos e posterior tomada de decisão pela 
Administração. 
O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, 
juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir 
alegações referentes à matéria objeto do processo (artigo 38). As provas 
propostas pelos interessados somente poderão ser recusadas quando sejam 
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias, mediante decisão 
fundamentada. 
 É importante esclarecer que compete ao interessado provar todos os 
fatos que tenha alegado. Entretanto, quando as provas estiverem registradas em 
documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou, 
ainda, em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução 
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias (artigo 
37). 
 O artigo 40 estabelece que quando dados, atuações ou documentos 
solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o 
não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva 
apresentação implicará arquivamento do processo, já que não será possível 
alcançar a verdade material ou real. 
 Atenção: pode ocorrer a necessidade de se ouvir no processo 
administrativo, antes da decisão, algum órgão administrativo consultivo, 
que será responsável por orientar a decisão final da autoridade administrativa. 
Nesse caso, as regras a serem observadas estão relacionadas no artigo 42 da Lei 
9.784/99: 
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, 
o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo 
norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. 
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no 
prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva 
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. 
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido 
no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido 
com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no 
atendimento. 
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 Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de 
provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse 
fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. 
Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender 
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a 
decisão (artigo 39). 
O artigo 46 estabelece que os interessados têm direito à vista do 
processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos 
que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por 
sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. 
Encerrada a instrução, com a produção das provas consideradas 
imprescindíveis para a Administração, o interessado terá o direito de 
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for 
legalmente fixado. 
 
(Procurador Autárquico/ARCE CEARÁ 2006/FCC) Um particular requer 
a instauração de processo administrativo, regido pela Lei no 9.784/99, 
pleiteando a anulação de um ato administrativo que lhe é desfavorável. 
Passada a fase de instrução, antes de ser proferida decisão, o particular 
apresenta nos autos um documento que consiste em prova definitiva da 
veracidade de suas alegações e que conduz ao reconhecimento da 
nulidade do ato administrativo impugnado. A mesma conclusão não 
seria possível, se o documento não tivesse sido apresentado. Nessa 
situação, o encerramento da fase de instrução não é motivo para que a 
autoridade julgadora deixe de anular o ato impugnado, se disso estiver 
convencida. 
 
 
11.3. Fase do relatório 
É nesta fase que se elabora o relatório. Nas palavras do professor Diógenes 
Gasparini, trata-se de uma peça informativa-opinativa que, salvo previsão legal, 
não é vinculante para a Administração Pública ou para os demais interessados. 
Por esse motivo, a autoridade competente pode divergir da conclusão ou 
sugestão oferecida e decidir de modo diferente, bastando que fundamente sua 
decisão. 
O relatório nada mais é que um “resumo geral” do processo administrativo, 
no qual deverá constar o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e, 
ainda, uma proposta de decisão, objetivamente justificada. 
Logo após apresentado o relatório, o processo deverá ser encaminhado à 
autoridade competente para decisão. 
 
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11.4.Fase da decisão ou julgamento 
Concluída a instrução de processo administrativo, a autoridade ou o órgão 
competente tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por 
igual período expressamente motivada. 
A Administração não possui a faculdade de “deixar de decidir”. Trata-se de 
um verdadeiro poder-dever, que deve ser exercido em conformidade com as 
provas e informações existentes no processo, com motivação explícita, clara e 
congruente. 
 
12. Da desistência e outros casos de extinção do processo 
 Instaurado o processo administrativo a pedido do interessado, não existe a 
obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusão. Através de 
manifestação escrita, o interessado poderá, a qualquer momento, desistir 
total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos 
disponíveis. 
(Técnico Judiciário/TRT MT 2004/FCC) O interessado poderá, mediante 
manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido 
formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. 
 Se forem vários os interessados participando de um mesmo processo, a 
desistência ou renúncia somente atingirá aquele que a tenha formulado e o 
processo continua tramitando em relação aos demais. 
Caso a Administração entenda que o objeto do processo administrativo é 
de relevante interesse público, mesmo que o interessado se manifeste pela 
desistência o processo pode continuar tramitando, até a sua normal conclusão. 
O órgão administrativo competente poderá declarar extinto o processo em 
duas situações distintas, que, frequentemente são cobradas em provas de 
concursos públicos: 
1ª) quando exaurida sua finalidade; 
2ª) quando o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado 
por fato superveniente. 
 
13. Do recurso administrativo e da revisão 
 Ao deparar-se com uma decisão desfavorável, proferida pela Administração 
em processo administrativo, o interessado poderá apresentar um recurso 
administrativo para a autoridade superior àquela que proferiu a decisão. 
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Entretanto, é importante esclarecer que o recurso deverá ser encaminhado 
para a mesma autoridade que proferiu a decisão desfavorável, que poderá 
reconsiderar a decisão (alterá-la) no prazo de cinco dias. Caso não ocorra a 
mudança de posicionamento, a autoridade que proferiu a decisão deverá então 
encaminhar o recurso administrativo para a autoridade superior. 
Não é necessário apresentar caução (depósito ou disponibilização de 
dinheiro) para a propositura de recurso administrativo, pois tal exigência viola o 
texto da súmula vinculante 21, editada pelo Supremo Tribunal Federal e 
publicada no Diário Oficial em 10 de novembro de 2009, que assim declara: 
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
 No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado 
poderá questionar o mérito da decisão (a ausência de justiça) ou, ainda, a sua 
ilegalidade (decisão contrária ao que está previsto na lei). 
Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da 
súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não 
a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, 
as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso (§ 3º 
do artigo 56) 
 O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias 
administrativas, salvo disposição legal diversa, e poderá e poderá ser 
interposto pelos seguintes legitimados: 
1º) os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; 
2º) aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela 
decisão recorrida; 
3º) as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e 
interesses coletivos; 
4º) os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. 
 O prazo para a propositura do recurso administrativo é de dez dias, 
contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. Não 
confunda esse prazo com aquele que é concedido à autoridade que proferiu a 
decisão para reconsiderá-la, que é de cinco dias. 
 Apresentado o recurso administrativo, a autoridade competente possui o 
prazo de 30 (trinta) dias para decidi-lo, caso a lei não apresente prazo 
diferente. 
Esse prazo é contado do recebimento do processo pelo órgão competente e 
poderá ser prorrogado por mais 30 dias, mediante justificativa por escrito. 
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(Analista Judiciário/TRE AM 2010/FCC) O não conhecimento do recurso 
não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que 
não ocorrida preclusão administrativa. 
 Prevê o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposição legal em contrário, 
o recurso não tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a decisão proferida 
produzirá imediatamente todos os seus efeitos até a decisão final do recurso 
proposto. 
 Entretanto, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação 
decorrente da decisão que fora proferida, a autoridade recorrida ou a 
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo 
ao recurso. 
 O recurso não será conhecido quando interposto: 
 a) fora do prazo; 
 b) perante órgão incompetente; 
 c) por quem não seja legitimado; 
 d) após exaurida a esfera administrativa. 
 O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, 
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for 
de sua competência (artigo 64). Todavia, se a decisão do recurso administrativo 
puder causar ainda maiores prejuízos à situação do recorrente, este deverá ser 
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: você deve ter 
conhecimento de que ao decidir um recurso, a Administração poderá agravar a 
situação do recorrente. Se a decisão recorrida já era lesiva aos interesses do 
administrado, razão pela qual apresentou um recurso administrativo, poderá 
ficar ainda pior, pois, ao decidir, a Administração poderá tanto amenizar ou 
majorar a penalidade ou teor da decisão proferida pela autoridade de hierarquia 
inferior. É o que a doutrina costuma denominar de “reformatio in pejus”. 
 Assim, lembre-se sempre de a reformatio in pejus é possível quando a 
Administração estiver decidindo um recurso administrativo. 
 Além do instituto do recurso administrativo, a Lei 9.784/99 também prevê 
a hipótese de revisão dos processos administrativos. 
Declara o artigo 65 que os processos administrativos de que resultem 
sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de 
justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 Pergunta: professor, para fins de concursos públicos, qual a diferença 
entre o recurso administrativo e a revisão? 
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 Bem, o recurso administrativo é utilizado pelo interessado para rediscutir 
uma decisão que acabou de ser proferida. Neste caso, tudo o que consta no 
processo administrativo será reanalisado por um órgão superior, que poderá 
decidir de forma diferente, mesmo que prejudicando ainda mais o recorrente 
(reformatio in pejus). 
Por outro lado, o pedido de revisão ocorre, em regra, após a decisão já 
ter sido proferida e o recurso administrativo decido. Trata-se de um instrumento 
que viabiliza a “reabertura” do processo administrativo, pois ocorre uma 
reapreciação total, agora com base em fatos novos ou circunstâncias 
relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 Ao contrário do que ocorre na decisão de recurso administrativo, na revisão 
do processo administrativo não poderá resultar agravamento da sanção 
(reformatio in pejus). 
 
14. Dos prazos 
 Os artigos 66 e 67 da Lei 9.784/99 apresentam algumas regras gerais 
sobre os prazos, a exemplo do seu início, forma de contagem e possibilidade de 
suspensão, vejamos: 
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, 
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. 
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o 
vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado 
antes da hora normal. 
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. 
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do 
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como 
termo o último dia do mês. 
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos 
processuais não se suspendem. 
 
No mais, eis as principais informações que deveriam ser 
destacadas em relação à Lei 9.784/1999. Lembre-se de que a Fundação 
Carlos Chagas não costuma se aprofundar no tema, portanto, é 
suficiente que você efetue uma atenta leitura da legislação. 
Simbora agora estudar a Lei de Improbidade Administrativa! 
 
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RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA 
1. A Lei do processo administrativo federal não se restringe ao Poder 
Executivo, pois abrange também os poderes Legislativo e Judiciário, bem como o 
Ministério Público da União e o Tribunal de Contas da União, quando estiverem 
exercendo função administrativa. 
2. O princípio da motivação impõe à Administração Pública a obrigação de 
apresentar as razões de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as 
razões de direito (o dispositivo legal) que a levaram a praticar determinado 
ato. 
3. A norma administrativa deve ser interpretada da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de 
nova interpretação. 
4. É direito do administrado ter ciência da tramitação dos processos 
administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, 
obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. 
5. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento 
legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
6. Não podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo, a 
decisão de recursos administrativos e as matérias de competência exclusiva 
do órgão ou autoridade. 
7. Quando não existir competência legal específica, o processo administrativo 
deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para 
decidir. 
8. Está impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade 
que tenha interesse direto ou indireto na matéria; tenha participado ou venha a 
participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações 
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro 
grau; ou, ainda, que esteja litigando judicial ou administrativamente com o 
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. 
9. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou 
cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os 
dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à 
privacidade, à honra e à imagem. 
10. Instaurado o processo administrativo a pedido do interessado, não existe a 
obrigatoriedade de ele seja conduzido até a sua conclusão. Através de 
manifestação escrita, o interessado poderá, a qualquer momento, desistir 
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total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos 
disponíveis. 
11. No momento da propositura de recurso administrativo, o interessado poderá 
questionar o mérito da decisão (a ausência de justiça) ou, ainda, a sua 
ilegalidade (decisão contrária ao que está previsto na lei). 
12. O prazo para a propositura do recurso administrativo é de dez dias, contado 
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. Não confunda esse 
prazo com aquele que é concedido à autoridade que proferiu a decisão para 
reconsiderá-la, que é de cinco dias. 
13. Prevê o artigo 61 da Lei 9.784/99 que, salvo disposição legal em contrário, 
o recurso não tem efeito suspensivo. Isso quer dizer que a decisão proferida 
produzirá imediatamente todos os seus efeitos até a decisão final do recurso 
proposto. 
14. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, 
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for 
de sua competência. 
15. Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do 
vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como 
termo o último dia do mês. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÍNDICE 
 
1. Considerações iniciais ............................................................... 29 
 
2. Previsão Constitucional ............................................................. 29 
 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa ........ 30 
 
4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa ............ 31 
 
 4.1. Agentes políticos ............................................................ 31 
 
 4.2. Particulares .................................................................... 32 
 
5. Princípios de observância obrigatória ...................................... 32 
 
6. Integral ressarcimento do dano ............................................... 33 
 
7. Perda de bens resultantes de enriquecimento ilícito ................ 33 
 
8.Representação para indisponibilidade de bens ........................ 34 
 
9. Dos atos de improbidade administrativa .................................. 35 
 
10. Resumo de Véspera de Prova ................................................ 40 
 
11. Questões Comentadas ........................................................... 41 
 
 
 
 
 
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1. Considerações iniciais 
 O princípio da moralidade administrativa impõe aos agentes públicos a 
obrigatoriedade de que pratiquem atos que estejam amparados pela lealdade e 
boa-fé. 
 A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em matéria 
administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da 
Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, 
embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras 
de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, além da idéia 
comum de honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade 
administrativa. 
 Em virtude de o conceito de moral administrativa ser um pouco vago e 
impreciso, cuidou-se o legislador de criar a Lei 8.429/92, estabelecendo 
hipóteses que caracterizam improbidades administrativas, bem como 
estabelecendo as sanções aplicáveis a agentes públicos e a terceiros, quando 
responsáveis pela prática de atos coibidos pelo texto normativo. 
 A doutrina majoritária entende que a “probidade administrativa” seria uma 
espécie do gênero “moralidade administrativa”, já que estaria relacionada mais 
propriamente com a má qualidade de uma administração, não se referindo, 
necessariamente, à ausência de boa-fé, de lealdade e de justeza do 
administrador público. 
O professor José Afonso da Silva afirma que "a probidade administrativa é 
uma forma de moralidade administrativa que mereceu consideração especial da 
Constituição, que pune o ímprobo com a suspensão de direitos políticos (art. 37, 
parágrafo 4º). A probidade administrativa consiste no dever de o funcionário 
servir a Administração com honestidade, procedendo no exercício das suas 
funções, sem aproveitar os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito 
pessoal ou de outrem a quem queira favorecer. O desrespeito a esse dever é que 
caracteriza a improbidade administrativa. Cuida-se de uma imoralidade 
administrativa qualificada. A improbidade administrativa é uma imoralidade 
qualificada pelo dano ao erário e correspondente vantagem ao ímprobo ou a 
outrem (...).” 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Se você se 
deparar em prova com alguma assertiva afirmando que “probidade” e 
“moralidade” são expressões idênticas, lembre-se de marcá-la como errada. 
 
2. Previsão constitucional 
 A Constituição Federal de 1988 refere-se expressamente à improbidade 
administrativa em seu texto, mais precisamente nos seguintes dispositivos: 
 
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a) art. 14, § 9º - “Lei complementar estabelecerá outros casos de 
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida 
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a 
influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta”. 
 b) art. 15, V – “É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou 
suspensão só se dará nos casos de: [...] improbidade administrativa, nos 
termos do art. 37, § 4º”. 
 c) art. 37, § 4º - “Os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível.” 
 Este certamente é o dispositivo constitucional mais cobrado em provas da 
Fundação Carlos Chagas, no que se refere aos atos de improbidade 
administrativa. É muito comum a banca elaborar assertivas afirmando que os 
atos de improbidade administrativa importarão a perda dos direitos políticos, 
contrariamente ao texto da CF/88, que faz referência à suspensão. Fique 
atento! 
 d) art. 85, V – “São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da 
República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
[...] a probidade na administração.” 
 
3. Sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa 
 O art. 1º da Lei 8.429/1992 apresenta um rol de órgãos e entidades que 
podem ser lesados por atos de improbidade administrativa causados por 
particulares ou agentes públicos, servidores ou não: 
 1º) Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, o que inclui as 
empresas públicas e sociedades de economia mista; 
 2º) Empresas incorporadas ao patrimônio público; 
 3º) Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual; 
 4º) Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público; e 
 5º) Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, 
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos. 
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(FCC/Técnico Judiciário TRT 23ª Região/2011) Os atos de improbidade 
administrativa praticados contra o patrimônio de entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual estão sujeitos às 
penalidades estabelecidas na Lei de Improbidade Administrativa, 
limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
4. Sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa 
 Os artigos 2º e 3º da Lei de Improbidade Administrativa declaram que 
tanto agentes públicos quanto particulares podem ser autores de atos de 
improbidade administrativa. 
 O art. 2º da Lei 8.429/92 é expresso ao afirmar que se reputa agente 
público, para os efeitos de seu texto, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas em seu art. 1º. 
 Perceba que o conteúdo do art. 2º é muito amplo e tem por objetivo 
alcançar todos aqueles que, de forma direta ou indireta, com ou sem 
remuneração, com ou sem vínculo, exerçam uma função pública no âmbito da 
Administração Pública. 
 A expressão “agente público”, utilizada pela Lei 8.429/92, possui um 
sentido bem mais amplo do que aquele

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