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Damásio- Aula Constitucional 05

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MPMagEst 
Direito Constitucional 
Pedro Lenza 
Data: 12/03/2014 
Aula 05 
 
MPMagEst 
Anotador(a): Carmen Aparecida Ortolá Jorge de Souza 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
 RESUMO 
 
SUMÁRIO 
1. RECEPÇÃO 
2. REPRISTINAÇÃO 
2.1. DIFERENÇAS ENTRE REPRISTINAÇÃO E EFEITO REPRISTINATÓRIO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE 
INSCONSTITUCIONALIDADE 
3. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
4. RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
1. RECEPÇÃO 
As normas que foram produzidas pelo ordenamento jurídico anterior serão recebidas pelo novo ordenamento 
jurídico. 
 
Premissas/pressupostos da recepção: 
a) A norma ou o ato normativo têm que ter sido editados antes do advento da nova Constituição. 
 
Antes da Constituição de 1988 Depois da Constituição de 1988 
Recepção Controle de constitucionalidade 
ADPF ADI 
Só se fala em controle de constitucionalidade de normas editadas a partir de 1988. 
 O controle de constitucionalidade pressupõe obediência ao princípio da contemporaneidade. 
b) O ato normativo tem que existir e estar em vigor no momento do advento da nova Constituição. 
c) O ato deve ter compatibilidade meramente material em relação à nova Constituição, pouco 
importando a compatibilidade formal. 
O novo ordenamento vai recepcionar as normas que são compatíveis com ele; não se preocupa com a forma e 
sim com a matéria. 
O ato editado antes de 1988 não pode violar a matéria estabelecida na Constituição. 
Exemplo: Lei de Imprensa (Lei 5250/67) – STF declarou, em ADPF, que a Lei de Imprensa foi revogada pelo 
novo ordenamento. 
d) O ato normativo tem que ter compatibilidade formal e material em relação à Constituição sob cuja 
regência ele foi editado (ordenamento anterior). 
Se a lei nasceu violando a Constituição que lhe dava validade será um ato nulo e, portanto, não poderá ser 
recepcionado. 
Preenchidas essas 4 premissas, o ato é recebido. Se faltar alguma dessas premissas, o ato será revogado. 
 
2 de 5 
O ato normativo não recepcionado será revogado. 
Não se trata de inconstitucionalidade superveniente. 
O instituto é o da revogação por não recepção. 
É possível haver recepção parcial do ato. 
Antes de 1988 – lei nasceu violando a Constituição anterior (1967) – essa lei pode ser recepcionada pela CF de 
1988? É possível haver constitucionalidade superveniente – perante a nova Constituição? 
Não se admite este fenômeno. Não é possível constitucionalizar uma lei que já nasceu viciada. 
O STF fala em vício congênito, ou seja, vício de origem do ato. É um ato írrito, vazio, destituído de eficácia. 
Qual é o prazo para se reconhecer essa não recepção? 
Não há. 
O STF pode modular os efeitos da decisão se for gerar grande impacto. 
As ações de controle concentrado podem ser ajuizadas a qualquer tempo, sem prazo de prescrição e de 
decadência. O processo é objetivo. 
Precedente: Recurso Extraordinário 346084, Relator Ministro Marco Aurélio, julgado em 09/11/2005. 
Art.3°, §1°, da Lei 9718/98 ampliou a base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP – violação à CF - art.195, I, “b”, 
CF/88. 
Ementa 
“CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE - ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 - 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla 
a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO - INSTITUTOS - EXPRESSÕES E VOCÁBULOS - 
SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei 
tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito 
privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõe-se ao aspecto formal o princípio da realidade, 
considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - PIS - RECEITA BRUTA - NOÇÃO - 
INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a 
redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidou-se no sentido 
de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de 
serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que 
ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, 
independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada”. 
Uma emenda constitucional pode constitucionalizar uma lei que nasceu viciada? 
Como fica a situação dos atos normativos em razão da manifestação do poder constituinte derivado 
reformador? 
Lei que nasceu pós 88. Nova emenda à Constituição de 88. O que a emenda faz em relação à lei? 
Pós 88 – todo ato normativo que nasce perante o texto de 1988 tem que ter compatibilidade de forma e de 
matéria com a Constituição em vigor. 
 
3 de 5 
Situações: 
I-A lei pós 1988 nasceu violando a Constituição de 1988. É o caso do recurso extraordinário acima mencionado. 
A nova emenda tem o poder de constitucionalizar a lei viciada? 
Não. 
Não se verifica também o fenômeno da constitucionalidade superveniente. 
A emenda não pode corrigir a lei viciada porque ela já nasceu “morta”. A nova emenda não corrige a lei que 
nasceu errada. Trata-se de vício congênito, de ato nulo. 
II- A lei pós 1988 que nasce constitucional. O que ocorre com a superveniência de uma nova emenda 
constitucional (poder constituinte derivado reformador) que não é com ela compatível? 
Verifica-se o fenômeno da inconstitucionalidade superveniente? 
A lei nasceu perfeita. Vem uma emenda e muda aquilo que dava validade para a lei. Essa lei tornou-se 
inconstitucional? 
Não. 
Aqui também é revogação, ou seja, a emenda revoga a lei. 
Trata-se de revogação em razão da nova emenda (posição do STF). 
Observação: Inconstitucionalidade superveniente – único exemplo que se reconhece de inconstitucionalidade 
superveniente é o caso de mutação constitucional (poder constituinte difuso). 
A lei nasceu perfeita e se tornou inconstitucional. 
Mutação – mudança no sentido interpretativo da Constituição. Mudança no parâmetro de interpretação. 
O STF, durante muito tempo não admitiu a união homoafetiva. Mudança no parâmetro de interpretação. Leis 
que não admitiam a isonomia passam a ser consideradas inconstitucionais. 
STF- interrupção de gestação de feto com anencefalia – mudança de interpretação. Não se aplica o art.128 do 
CP. 
III- Exemplo de constitucionalidade superveniente. 
Precedentes: 
- ADI 2240 
- ADO 3682 
- Tema: criação de Municípios. 
A ADI 2240 – discute a criação do Município de Luís Eduardo Magalhães. 
Para a criação de Municípios deve-se observar a regra do art.18, §4°, da CF. 
“Art.18, § 4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, 
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e 
 
4 de 5 
dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às 
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos 
Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na 
forma da lei”. 
 A lei estadual deve observar três pressupostos objetivos, que são: a existência de uma lei complementar 
federal definindo o prazo e o procedimento; a realização de um estudo de viabilidade municipal; realização de 
plebiscito. 
Se uma lei estadual nascer sem que um desses 3 pressupostos tenham sido observados essa lei será 
inconstitucional. 
No julgamento da ADI 2240, o STF reconheceu que a lei era viciada. Não tem lei complementar federal. 
Foram criados aproximadamente 60 Municípios. 
STF – O Município já existe, é uma realidade. 
Gilmar Mendes – determinou a modulação dos efeitos da decisão. 
Deu prazopara o CN editar a lei federal. O Congresso não legislou. 
O STF não poderia compelir o Congresso Nacional a legislar, sob pena de ferir o princípio da separação dos 
poderes. 
Foi editada a Emenda Constitucional 57, de 18/12/2008- introduziu o art.96 do ADCT – convalidou todos os 
Municípios até então criados. Constitucionalizou as leis estaduais flagrantemente inconstitucionais. 
“Art. 96, ADCT. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, 
incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha 
sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os 
requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à 
época de sua criação. 
2. REPRISTINAÇÃO 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – art.2°, §3°. 
“Art.2°, §3°, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada 
não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Exemplo: Lei 1 – revogada pela Lei 02. A Lei 03 revoga a Lei 02 que revogou a Lei 01. A Lei 01 se restaura? 
Não, a não ser que haja disposição em contrário. 
A repristinação não é automática; ela depende de previsão expressa. 
2.1. DIFERENÇAS ENTRE REPRISTINAÇÃO E EFEITO REPRISTINATÓRIO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE 
INSCONSTITUCIONALIDADE 
A Lei 01 é revogada pela Lei 02. A Lei 02 é objeto de uma ADI. Esta ADI declara inconstitucional a Lei 02, 
que revogou a Lei 01. 
O que ocorre com a Lei 01? 
 
5 de 5 
Verifica-se o efeito repristinatório decorrente da inconstitucionalidade da Lei 02. 
Na prática, isto quer dizer que a Lei 01 sempre esteve em vigor. 
Por que não é repristinação? 
Porque a repristinação pressupõe que a Lei 01 tenha sido revogada. 
A Lei 01 não foi revogada. A Lei 02 é inconstitucional. 
O ato inconstitucional, por regra, é nulo e, portanto, não tem eficácia. Assim, na verdade, a Lei 02 não 
revogou a Lei 01. 
A Lei 02 existe mas é inválida e, por isso, não tem eficácia. 
3. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
Norma constitucional que se desconstitucionaliza. 
Exemplo: norma da Constituição de 1967 recepcionada pela CF 88 com status de lei infraconstitucional. 
Esta situação é automática? 
Não. 
Para ser reconhecido este fenômeno é necessária previsão expressa na Constituição. 
Não é automática. 
Exemplo: Constituição do Estado de São Paulo – art.147 da Constituição do Estado de SP de 1967 – 
“consideram-se vigentes, com o caráter de lei ordinária, os artigos da Constituição promulgada em 09 de 
julho de 1947, que não contrariem esta Constituição”. 
4.RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Artigo da Constituição anterior que é recebido pela nova Constituição com o status de constituição. 
Não é automática; depende de pedido explícito. 
Exemplo: Art.34 (ADCT) – o sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês 
seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967, com a redação 
dada pela Emenda n 01, de 1969, e pelas posteriores. 
Depende de previsão explícita, sempre por prazo certo e em caráter precário.

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