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Continuidades decisivas que atravessam os séculos HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional: ensaios políticos. São Paulo: Littera Mundi, 2001. Capítulo: Aprender com as catástrofes? Um olhar diagnóstico retrospectiva sobre o breve século XX. P.53-58. üDesenvolvimento demográfico; üMudança estrutural do trabalho; üCurriculum dos progressos científicos-tecnológicos. Continuidades decisivas que atravessam os séculos A) Desenvolvimento demográfico ØProgressos na medicina, já desde o início do século XIX à aumento populacional; ØTanto nas sociedades abastadas, como no Terceiro Mundo; ØApenas em 2030 prevês-se uma estabilização em dez bilhões; ØA população de 1950 será quintuplicada. J L : Impactos, consequências e desafios. Continuidades decisivas que atravessam os séculos B) Mudança estrutural no trabalho ØMudança estrutural do sistema de ocupação em ritmos amplos; ØMovimento esse dado pela introdução de métodos de produção que economizam trabalho, ou seja, o aumento da produtividade; ØDesde a Revolução industrial na Inglaterra (Século XVIII) a modernização da economia seguiu a mesma seqüência em todos os países: parte da população passou da agricultura para o setor secundário (indústria de bens de consumo) e, posteriormente, para o setor terciário do comércio, transporte e serviços. Ø Entretanto, as sociedades pós-indústrias emerge um setor quaternário de trabalho baseado no saber: pesquisa e inovação. Continuidades decisivas que atravessam os séculos Isso deve-se a uma “revolução na educação” – não se limitando a resolver o problema do analfabetismo, mas, também, a uma ampliação dos sistemas de ensino secundário e terciário. Exemplo: Correia do Sul, no espaço de apenas uma geração conseguiu dar um salto da sociedade pré- para a pós-industrial. Continuidades decisivas que atravessam os séculos “A forma de vida campestre que marcou com o mesmo selo todas as culturas do Neolítico [início do período de sedentarização – 10 mil anos a C] até quase todo o século XIX tornou-se uma ilusão nos países desenvolvidos. O declínio da situação dos camponeses também revolucionou a relação tradicional entre a cidade e o campo” (Habermas, 2001, p. 56) Continuidades decisivas que atravessam os séculos “O processo de urbanização destrói a própria cidade juntamente com as formas de vida urbanas nascidas na antiga Europa. (...) Os perfis confusos dessas megalópoles brindam-nos com uma imagem para a qual nos faltam ainda os conceitos” (Habermas, 2001, p. 56) Continuidades decisivas que atravessam os séculos C) Progressos científicos-tecnológicos ØOs novos progressos – matérias plásticas, formas de energia, comunicação,...-, assentam-se sobre os conhecimentos das ciências naturais e desenvolvimentos técnicos do passado. ØSucessos da técnica, como a bomba atômica, decodificação do código genético e a introdução de tecnologia genética: (i) modificam nossa consciência de risco; (ii) afetam, inclusive, nossa compreensão ética. ØDesde o século XVII não se modificou a postura instrumental diante de uma natureza cientificamente objetiva; Continuidades decisivas que atravessam os séculos ØPermaneceu não modificado o domínio técnico dos processos naturais ...; ØAs estruturas do mundo da vida carregadas de tecnologia exigem de nós, laicos, agora como antes, a relação inocente com aparelhos e dispositivos enigmáticos, uma confiança habitual no funcionar da técnicas ...; ØA crescente consciência do perigo não desestabiliza a rotina cotidiana. ØAs novas técnicas e seus impactos sobre as noções de tempo e espaço. Outros elementos de contextualização 1. A produção de riqueza: (i) até 1880 é praticamente nula (0,1%); (ii) Revolução industrial, criou condições para seu aumento; (iii) Nos últimos 250 anos - 1750 a 2000 – cresceu 1,2% a capacidade de criar riqueza. Ondas de inovação 1760 - a têxtil; 1840 - química, ferro, aço, ferrovias; 1935 – energia nuclear, aviação, computadores, petroquímica, telecomunicações , ...; 1975 – Biotecnologia, Software, Microeletrônica, Química fina, ... Outros elementos de contextualização 3. As revoluções da agricultura: Iª Revolução agrícola Sec. XVI (manejo do solo; novos equipamentos, novos sistemas de cultivos; pousios, leguminosas, combinações veg+animal). Resultados: aumento da produção, da produtividade e a liberação da mão-de-obra. Outros elementos de contextualização IIª Revolução agrícola – meados de século XIX e se completa em 1940: Øinovação na área de sementes (mais forte nos EUA); Øquímica agrícola e a industria dos fertilizantes ( Europa com maior força); ØIndustria de máquinas e equipamentos; ØMotor de combustão interna, que vai para o trator,... (em especial nos EUA); ØControle de pragas e doenças, em torno da Iª GM; Outros elementos de contextualização No final deste período estava pronto um pacote tecnológico para que a agricultura se colocasse em um novo processo de produção. Cria-se uma nova ideia de agricultura: “agricultura moderna”. Nos anos de 40 a 50 este formato tecnológico foi adaptado ao hemisfério Sul, designado de REVOLUÇÃO VERDE. Outros elementos de contextualização III Revolução Agricultura – As novas tecnologias atuais.... è O que explica que os agricultores tenham adotado/introduzido em massa às inovações? Período dos anos dourados (1950 a 1973); todos são de certa forma afetados nos anos 1950: capital se espalha pelo mundo. Nos EUA esse processo é essencialmente endógeno - Crise dos anos 30 superada e fluxo de capital para os EUA -, com a indústria militar forte – corrida bélica animando sua economia - e com países perdedores (IIGM – Europa) endividados com o próprio Estados Unidos. Os assalariados com ganhos reais de salários geram um consumo ... è O que explica que os agricultores tenham adotado/introduzido em massa às inovações? Nos Estados Unidos as taxas de crescimento são maiores e garante ao Governo uma “investida” tecnológica com esforços em vários aspectos, como difusão tecnológica, agências, crédito com subsídios, garantia de taxas de lucro para agroindústrias, ... Essa realidade dos Estados Unidos, incluindo o fortalecimento orçamentário do Estado, permite que o mesmo passe a estruturar um conjunto de políticas/ações (pesquisa, extensão, crédito, ...) para forçar a modernização. No Brasil e AL vai ocorrer nos anos 70. Emerge, portanto, outra agricultura: Que se pretende ser homogênea; Racionalidade moderna/produtivista; Cria-se um enquadramento institucional (normas, leis, políticas, instituições diversas, ...); Novos atores econômicos Sistema Agroalimentar (SAA) Emerge, portanto, outra agricultura: Agricultura vai perdendo, de forma contínua, seu espaço na cadeia produtiva ao longo do tempo; Processo que vai distanciando o produtor do consumidor, com a entrada de novos atores econômicos; Agricultura cada vez mais fica dependente do Estado; A agricultura só se mantém em atividade se tiver uma sustentação política do Estado para lhe garantir renda, dada sua especificidade (natureza); Outros elementos de contextualização Nos países ricos a migração do campo para a cidade foi “acomodada” pelas oportunidades de emprego. No Brasil e AL o fenômeno do êxodo expressa um processo negativo, diferentemente do países avançados; A dinâmica produtiva da agricultura está na indústria/SAA; A agricultura não conseguiu criar diferenças em seus produtos, é na indústria que vai acrescentar o diferencial. Resultados e conseqüências do padrão moderno Produtividade; Dependente do consumo de energia, tendo o petróleo comoum dos mais importante; Intensiva em capital; Desenvolvimento e sustentabilidade – anos 1980 adquire legitimidade cientifica; Questões ambientais ganham espaço nas ações; Mudanças climáticas O que era/é desenvolvimento? 1980 a 1920: desenvolvimento é progresso – progresso material em bases tecnológicas e acumulação de riqueza; 1945 – 1975: desenvolvimento é crescimento, o econômico = PIB e renda; com forte presença/papel do Estado; linearidade, positividade, ou seja, amanhã será melhor. Nos dias atuais: são várias as visões, por isso é preciso cercar o tema; três pilares orientam o debate sobre desenvolvimento: O que era/é desenvolvimento? Uso sustentável dos recursos – relação homem- natureza; Ampliação das liberdades individuais (étnicas, gênero, geração, ...) e coletivas – democracia substantiva, coloca-se as pessoas no processo; Eliminação da pobreza e melhoria das condições de vida. Outros elementos de contextualização Outros elementos de contextualização
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