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DESMISTIFICANDO A INTERVENÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO À LUZ 
DA PERSPECTIVA ORIENTADA AO ATOR 
 
Cidonea Machado Deponti1 
 
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS – Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural/PGDR, 
cidonea@yahoo.com.br 
 
 
RESUMO: A perspectiva orientada ao ator, lançada na segunda metade do século XX, é 
resultado de um trabalho de pesquisa de longos anos realizado por Norman Long, contando 
com a colaboração de Jan Douwe van der Ploeg. Long apresenta uma abordagem teórica e 
metodológica para análise da ação social e da intervenção para o desenvolvimento sob um 
ângulo construtivista, opondo-se às tradicionais análises estruturalistas. Essa perspectiva e os 
estudos realizados em torno deste tema permitiram a Ploeg, juntamente com outros autores, 
apresentar um novo paradigma de desenvolvimento rural que requer uma reavaliação e uma 
reinvenção da arte da agricultura e da localidade (Ploeg et al, 2000). O presente trabalho 
objetiva, a partir de um estudo teórico-analítico, compreender os principais conceitos da 
perspectiva do ator e verificar a possibilidade de aplicação desse enfoque para análise do caso 
da extensão rural brasileira. Concluiu-se que o enfoque orientado ao ator objetiva explicar as 
respostas diferenciais dos atores sociais diversamente localizados e afetados a circunstâncias 
estruturais similares e a condições que pareçam relativamente homogêneas. No Brasil, a 
aplicação do enfoque orientado ao ator para o caso da extensão rural exigiria uma 
transformação da atividade de extensão e dos extensionistas. 
Palavras-chave: intervenção, desenvolvimento rural, perspectiva do ator 
 
INTRODUÇÃO 
 
A perspectiva orientada ao ator ou perspectiva do ator, lançada na segunda metade 
do século XX, é resultado de um trabalho de pesquisa de longos anos realizado por Norman 
Long, contando com a colaboração de Jan Douwe van der Ploeg. Long apresenta uma 
abordagem teórica e metodológica para análise da ação social e da intervenção para o 
desenvolvimento sob um ângulo construtivista, opondo-se às tradicionais análises 
estruturalistas. 
O objetivo de Long não foi formular uma teoria genérica baseada em princípios 
universais, mas entender os processos de mudança pelos quais as formas sociais surgem, são 
transformadas e retrabalhadas na vida cotidiana das pessoas. O enfoque orientado ao ator 
encontra espaço para análise da multiplicidade de racionalidades, desejos, capacidades e 
práticas (Long, 2001). 
Essa perspectiva e os estudos realizados em torno deste tema permitiram a Ploeg, 
juntamente com outros autores, apresentar um novo paradigma de desenvolvimento rural que 
defende a sustentabilidade da agricultura e requer uma reavaliação e uma reinvenção da arte 
da agricultura e da arte da localidade (Ploeg et al, 2000). 
O presente artigo objetiva, a partir de um estudo teórico-analítico, compreender e 
entender os principais conceitos da perspectiva do ator e verificar a possibilidade de aplicação 
desse enfoque para análise do caso brasileiro. 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 PERSPECTIVA ORIENTADA AO ATOR 
 
A Perspectiva do Ator é uma abordagem teórico-metodológica para análise da 
ação social e da intervenção para o desenvolvimento, desenvolvida inicialmente por Normam 
Long e posteriormente ampliada por Jan Douwe van der Ploeg. 
Esta perspectiva objetiva entender os processos de mudança pelos quais as formas 
sociais surgem, são transformadas e retrabalhadas na vida cotidiana das pessoas, encontrando 
espaço para análise da multiplicidade de racionalidades, capacidades e práticas. O enfoque 
orientado ao ator apresenta uma discussão sob o ângulo construtivista, opondo-se as teorias 
estruturalistas. 
Segundo os autores a perspectiva do ator é uma resposta às teorias1 que não 
acreditam na capacidade de o homem comum alterar a direção da sociedade e fazer sua 
própria história2. 
Para Long (2001), quando se analisa a intervenção deve-se considerar as pessoas 
como parte ativa neste processo, reconhecendo o caráter dinâmico e de determinação mútua 
entre os fatores internos e externos que a ela afetam. Todas as formas de intervenção externa 
entram necessariamente no mundo sócio-vital dos indivíduos e dos grupos sociais afetados. A 
intervenção não é um processo linear com limites claros no tempo e no espaço, faz-se mister 
entender este processo dentro do mundo de vida3 dos afetados, os diferentes significados por 
eles atribuídos, implicando, portanto na confrontação e interpretação de mundos de vida 
diferentes. 
 
1.1 Desmistificando a intervenção 
 
Long destaca que é interessante focar nas práticas de intervenção, porque, assim, é 
possível entender as formas de interação, os procedimentos, as estratégias, os tipos de 
discursos e as categorias culturais dos atores envolvidos e dos agentes interventores. 
O processo de intervenção é complexo, envolvendo a reinterpretação ou 
transformação da política durante o próprio processo de sua aplicação. Isso porque a 
intervenção é uma realidade múltipla, composta por percepções culturais e interesses sociais 
diferentes, constituída por contínuos esforços sociais e políticos dos vários atores envolvidos, 
não representando simplesmente um plano de ação já especificado e com resultados 
esperados. 
Por isso a intervenção não deve se restringir à aplicação de um pacote desenhado 
por terceiros especializados e com habilidades organizacionais aplicados a um grupo de 
 
1
 Tanto a teoria da modernização como as teorias marxista e neomarxista não são adequadas para análise dos 
modelos de desenvolvimento, porque não compreendem a relação estrutura-ator. Essas interpretações “sofrem” 
de fatalismo, pois consideram que os indivíduos sucumbem ao destino (são incorporados). A teoria da 
modernização visualiza o desenvolvimento da sociedade moderna em termos de um movimento progressivo para 
formas mais complexas e integradas tecnologicamente e institucionalmente. As teorias marxista e neomarxista 
acentuam a natureza exploradora, a tendência expansionista do capitalismo mundial e sua necessidade de abrir 
novos mercados, de aumentar o nível de mais-valia e de acumular capital. Essas duas perspectivas macro 
representam posições opostas ideologicamente, mas, segundo Long (2001), são modelos similares, porque vêem 
o desenvolvimento e a mudança social emanando dos centros de poder externos, via intervenção de corpos 
estatais ou internacionais, e concordam com a idéia de que o capital e o Estado penetram gradualmente nas áreas 
rurais e assumem o controle do funcionamento da vida familiar e das dimensões institucionais locais (LONG, 
1988). 
2
 Esta perspectiva foca-se na capacidade reflexiva dos atores. Portanto, bebendo no marco teórico de Giddens em 
que indivíduo assume posições, faz escolhas e pode viver a experiência de construir reflexivamente parte de seu 
próprio destino. 
3
 A expressão mundo de vida é um termo usado por Shutz (1962) para desenhar o vivido e o mundo do ator 
social tomado por dado. 
 
 
3 
 
beneficiários considerados incapazes de dirigir sua própria vida e solucionar seus problemas. 
Este tipo de intervenção suplanta o conhecimento e a capacidade dos atores locais. A 
intervenção deve considerar os interesses, as identidades dos atores independentes, identificar 
os modelos específicos de interação e de acomodação dos diferentes atores (coletivos e 
individuais) e analisar suas histórias, recordações e concepções espaço-temporais. 
O desenvolvimento resulta de um longo processo de experimentação e de 
inovação, através do quais os atores constroem habilidades, conhecimento e confiança em si 
mesmos para formar seu meio ambiente de maneira a alcançar objetivos por eles estabelecidos 
(Long, 2001). 
A desconstrução dos processos de intervençãoe dos discursos que os legitimam 
expõe como tais processos são socialmente construídos e negociados4(LONG e PLOEG, 
1989). 
 
1.2 Desconstruindo o conceito de estrutura 
 
O estudo da mudança agrária requer que se teorize sobre a variação estrutural e as 
respostas diferenciadas as mesmas circunstâncias. Não se deve assumir que a mudança é 
linear, gradual ou que converge até alguma forma predeterminada, mas sim considerá-la 
altamente heterogênea e divergente. 
Os autores requerem uma desconstrução da noção de estrutura5, vista como um 
conjunto de forças externas ou condições que delineiam e/ou regulam modos específicos de 
ação pensados como requeridos ou necessários (LONG e PLOEG, 1994). 
 Deve-se construir a compreensão da sociedade desde baixo, isto é, documentando 
situações cotidianas micro e práticas sociais situadas. Contudo, não se deve conceituar as 
estruturas macro simplesmente como agregações de episódios ou situações micro, porque 
certas estruturas globais não são explicáveis nem descritíveis em termos de eventos micro 
(LONG, 2001). 
A noção de estrutura vista como um conjunto específico de forças impulsoras que 
postula e explica certos fenômenos não proporciona uma explicação suficiente quando se 
introduz a heterogeneidade na análise. O enfoque do ator não deseja excluir a idéia de 
estrutura, mas considerar a construção, a reprodução e a transformação das relações sociais 
específicas como tema central da análise. 
Entender a estrutura como um produto de contínua interação e transformação 
mútua dos projetos dos atores torna possível a integração teórica da análise de cenários 
interativos de pequenas escalas com estruturas institucionais ou sociais mais amplas. 
Ao que parece os autores tentam fazer uma mescla entre a estrutura social e a 
capacidade dos atores, ou seja, uma análise estruturacionista, contudo focada na ação dos 
atores. Tal tentativa pode ser verificada no conceito, logo abaixo tratado, de agência humana. 
 
1.3 Agência humana: reconciliação das noções de estrutura e ator 
 
A noção de agência humana é o coração que revitaliza o paradigma do ator social 
e forma um pivô que objetiva reconciliar as noções de estrutura e de ator. Os atores sociais 
 
4
 Ao fazer isso, este enfoque coloca-se contra as teorias da modernização e a marxista, já que estas dão pouca 
importância ao papel das formas locais de organização e do conhecimento do desenvolvimento e tendem a 
reforçar a imagem e a eficácia da planificação convencional de cima para baixo das políticas de intervenção 
(LONG e PLOEG, 1989). 
5
 No estruturalismo a explicação não está nas ações ou motivações dos atores, os atores são explicados pela 
estrutura. 
 
 
 
4 
 
possuem habilidades para conhecer e para captar, resolvem seus problemas, aprendem a 
intervir nos fluxos de eventos sociais, observam a reação dos outros e supervisionam suas 
próprias ações (LONG e PLOEG, 1994). 
Segundo Giddens (1991), os agentes humanos não são só estrutura, os indivíduos 
têm intenção e são cientes das razões que levam as praticá-las, os agentes são reflexivos, ou 
seja, tem capacidade de trazer para consciência e refletir sobre suas escolhas. As respostas 
dadas pelos atores explicam suas práticas, suas ações e suas intenções. 
A agência humana não se refere às intenções que as pessoas têm ao fazer as 
coisas, mas à capacidade delas de realizar essas coisas. Diz respeito a eventos dos quais um 
indivíduo é o perpetuador, no sentido de que ele poderia, em qualquer fase de uma dada 
seqüência de conduta ter atuado de modo diferente. A agência humana não cria sistemas 
sociais, mas os reproduz e os transforma, refazendo a práxis. 
A reflexividade não dever ser entendida meramente como auto-consciência, mas 
como o caráter monitorado do fluxo contínuo da vida social. Os agentes humanos têm 
capacidade de entender o que fazem enquanto fazem, eles sabem tacitamente como continuar, 
mas sem capacidade de dar uma explicação discursiva direta. 
 Em termos gerais, a noção de agência atribui ao ator (individual ou grupo social) 
a capacidade de processar a experiência social e inventar caminhos para as situações 
problemáticas, sob as mais extremas formas de coerção. A noção de agência requer a 
organização e a capacidade organizativa ou estratégica, a qual possibilita aos atores exercer 
influências dentro de redes de relações sociais, de forma a vencer conflitos sobre a atribuição 
de significados sociais específicos a eventos, ações e idéias particulares (GUIVANT, 1997; 
LONG e PLOEG, 1994). 
A noção de agência apresenta importância estratégica para compreender o 
significado das redes sociais, garantir informações, formar opiniões, legitimar pontos de vista 
e, assim, gerar diferentes relações de poder. A incorporação de novas idéias e modos de 
comportamento carrega, simultaneamente, processos de transformação. 
Uma interpretação teórica da ação social deve ir além da consideração da 
habilidade de conhecer, da consciência e das intenções, também deve abraçar os sentimentos, 
as emoções, as percepções, as identidades e a continuidade dos agentes através do espaço e do 
tempo. A vida social nunca é unitária, atores sempre encontram maneiras alternativas de 
formular seus objetivos, despregando-se de modos específicos de ação e dando razão a seu 
comportamento (LONG, 2001). 
 
1.4 Arenas, domínios e campos sociais 
 
Para se compreenderem as ações, os desejos e as decisões dos atores sociais é 
necessário lidar com processos constritores, habilitadores de similitude e de diferença social. 
Três conceitos são enfatizados na Perspectiva do Ator que permitem compreender as relações 
e ligamentos entre os espaços sociais, a saber: campos sociais, domínios e arenas. 
A noção de campo social6 incita um quadro de espaços abertos, uma paisagem 
irregular com limites mal definidos, composto em termos de disponibilidade e de distribuição 
de elementos diferentes: recursos, informações, capacidade tecnológica, grupos, estruturas 
físicas (LONG, 2001). 
Os conceitos de domínio e de arena permitem a análise dos processos de 
ordenamento, regulação, disputa de valores sociais, utilização de recursos, autoridade e poder. 
 
6
 A noção de campo social de Long aproxima-se da noção de campo de Bourdieu no que tange à distribuição de 
capitais, mas se diferencia no sentido de espaço de disputa e conflito. Para esta última definição Long utiliza o 
conceito de arena, ou seja, como espaço de incompatibilidades e conflitos. 
 
 
5 
 
Os domínios servem para identificar as áreas da vida social que estão organizadas 
por referência a um núcleo central ou racismo de valores. Apesar de não serem percebidos da 
mesma maneira por todos os envolvidos, são reconhecidos como um lugar de certas regras, 
normas e valores que implicam em grau de compromisso social (LONG, 2001). 
As arenas são espaços onde se apresentam práticas diferentes e valores de 
domínios diferentes ou são espaços dentro de um só domínio onde se fazem esforços para 
resolver discrepâncias nas interpretações de valor e incompatibilidades entre os interesses dos 
atores (LONG, 2001). 
A arena é uma noção especialmente útil para analisar projetos de desenvolvimento 
e programas, já que os processos de intervenção consistem em complexo conjunto de arenas 
de esforço entrelaçadas, cada uma caracterizada por específicas constrições e possibilidades 
de manobra. 
 
1.5 Interface, conhecimento e poder 
 
A noção de interface social é relevante para explorar e entender problemas de 
heterogeneidade social, de diversidade cultural e de conflitos inerentes aos processos que 
envolvem intervenções externas. Interface contém a idéia de algum tipo de encontro/contato 
face a face entre indivíduoscom diferentes interesses, recursos e poderes. As situações de 
interface são assunto central na compreensão da implementação das políticas de 
desenvolvimento rural (LONG, 1988; 2001). 
As interfaces apontam para diferentes conflitos, mundos de vida e interseção dos 
campos sociais e objetivam elucidar os tipos de descontinuidades sociais presentes em tais 
situações e caracterizar diversos tipos e formas culturais e organizacionais que são 
reproduzidas e transformadas. 
A noção de interface pode ser utilizada para compreender os serviços de extensão 
rural, em que o extensionista depara-se com o conflito entre os seus próprios interesses, os 
interesses do grupo assistido e os interesses da instituição a qual pertence. A interface entre o 
extensionista e o agricultor implica a possibilidade de modificação de percepções e metas 
desses atores que podem ser desviadas ou redefinidas, devido aos interesses e objetivos 
contraditórios ou às relações de poder desiguais. 
As experiências, os encontros e as descontinuidades nos mundos de vida dos 
diferentes atores promovem a construção cognoscitiva e social do conhecimento. O processo 
de conhecimento está enraizado no processo social que implica aspectos de poder, de 
autoridade e de legitimação. O conhecimento não é alguma coisa possuída, acumulada e 
imposta aos outros sem problemas. Não pode ser mensurado em termos qualitativos ou 
quantitativos. O conhecimento envolve lutas entre atores na tentativa de envolver outros em 
seus projetos. O poder sempre implica lutas, negociações e compromissos (LONG, 2001). 
A criação e a transformação do conhecimento pode ser estudada e analisada 
através das práticas da vida social cotidiana, envolvendo as estratégias dos atores, as 
manobras, os discursos, as lutas e as identidades que provocam a interligação de como o 
conhecimento é internalizado e reconstruído pelos diferentes atores. 
A compreensão do sistema de conhecimento agrícola exige a visão de diferentes 
atividades interligadas, formal e informalmente, e exige, também, a compreensão da 
multiplicidade dos atores envolvidos, da diversidade das fontes, dos tipos de conhecimento e 
das informações disponíveis. O conhecimento emerge como um produto de interação e 
diálogo entre atores específicos e o mundo de vida dos atores. Isso implica novas concepções 
de conhecimento, poder e intervenção (LONG, 2001). As negociações, acomodações e 
conflitos não podem ser considerados anomalias. 
 
 
6 
 
As populações rurais são essencialmente heterogêneas em termos de estratégias 
que os agricultores adotam para solucionar problemas de produção e em termos de condições 
ecológicas, políticas, demográficas, mercadológicas e econômicas. Diferentes tipos de 
agricultores combinam diversas formas de domínio social, como família, mercado, estado e 
instituições. Essas decisões são baseadas em preferência de valores e conhecimentos 
disponíveis, recursos e relacionamentos (LONG, 2001). 
Os agricultores inventam alternativas para solução de seus próprios problemas, 
mas, muitas vezes, seu conhecimento local é marginalizado pela introdução do conhecimento 
científico. Isso cria o que Ploeg chama de ‘esfera da ignorância’, em que os agricultores são 
rotulados de homens invisíveis em contraste com experts que são visíveis e autoritários. O 
processo social é altamente complexo e não pode ser manipulado através da injeção externa 
de fontes de poder e de autoridade (LONG, 2001). 
O enfoque orientado ao ator possibilita a identificação da oposição entre a visão 
de desenvolvimento dos agricultores e dos agentes externos (agências, agentes de 
desenvolvimento). 
 
1.6 Limites da Perspectiva do Ator 
 
A abordagem orientada ao ator é acusada de negligenciar as relações sociais e/ou 
o amplo cenário estrutural e centrar suas explicações de forma demasiada na agência e na 
racionalidade instrumental dos indivíduos. Em outras palavras, na perspectiva do ator, como o 
próprio nome já ressalta, os atores são totalmente capazes de transformar a realidade, traçar 
suas estratégias e responder diferentemente às circunstâncias similares. Então, pergunta-se: 
Qual o peso da estrutura nestas ações? Se a noção de agência visa a conciliar a estrutura e a 
ação, será que esta noção consegue realizar esta conciliação? Embora esta abordagem não 
exclua a idéia de estrutura talvez se fixe demasiado na capacidade dos atores. Os atores 
podem tudo. 
Long e Ploeg (1994) respondem a esta crítica destacando que não negam o 
significado das relações sociais de produção e nem dispensam o conceito de relação social de 
produção, mas apenas enfatizam que as relações sociais específicas são construídas, 
reproduzidas e transformadas. O ponto importante de referência é a elaboração, a negociação 
e a confrontação dos projetos dos atores. A análise do ator não deseja excluir a idéia de 
estrutura, mas considerar a construção das relações sociais específicas como tema central na 
análise. 
Os autores destacam que a abordagem orientada ao ator permite ver atrás dos 
mitos, dos modelos, das políticas de desenvolvimento e das instituições, permite explorar os 
valores locais e conhecimentos, descortinar os detalhes do vivido em los mundos de la gente. 
De acordo com Long (2001), esta perspectiva pode servir como um antídoto contra os 
excessos das explicações estruturalistas e culturalistas e como um novo modo de conceituar as 
complexidades e dinâmicas da vida social. 
Long e Ploeg (1994) igualmente criticam as intervenções planejadas, na medida 
em que estas não dão conta do conhecimento detalhado e do domínio das situações locais 
altamente diversas e desconsideram a heterogeneidade como traço estrutural e não casual do 
desenvolvimento rural. 
Um outro ponto que deve ser esclarecido é que a perspectiva do ator é, muitas 
vezes, confundida com a abordagem do planejamento participativo. É necessário deixar claro 
que os autores consideram esta última abordagem insuficiente, porque suas propostas 
representam interesses específicos, na maioria das vezes, diversos das expectativas e dos 
projetos dos atores envolvidos. Além disso, alguns grupos são selecionados para serem 
empoderados, sem uma análise cuidadosa do conhecimento da dinâmica de implicação do 
 
 
7 
 
poder nos projetos dos atores envolvidos. O empoderamento não depende, no primeiro 
momento, de características das pessoas beneficiadas ou da intervenção de experts que 
objetivam desenvolver habilidades adequadas, mas depende, crucialmente, das redes e das 
capacidades estratégicas que inter-relacionam os projetos dos atores particulares com outros e 
da expansão do espaço de interface e de negociação (LONG, 1994;1995). 
Long ainda destaca que a imagem que se transmite na proposta participativa é a de 
agentes de desenvolvimento externos dotados de poder, que o transmitem a agricultores 
despossuídos do mesmo até o momento em que se inicia a intervenção. 
A abordagem participativa apresenta limitações de caráter analítico que acabam 
gerando uma compreensão restrita das complexas forças sociais e políticas que estão em ação 
nas relações entre agricultores e agentes de desenvolvimento (GUIVANT,1997). 
 Segundo Long (1995), ainda que se convoquem os agentes de desenvolvimento a 
“escutar” o conhecimento local dos agricultores e a desenvolver estratégias alternativas desde 
baixo, ainda continuará existindo a contradição que de que são agentes externos que tem a 
tarefa de fortalecer o balanço de forças na direção dos interesses locais. 
Não desmerecendo o exaustivo trabalho realizado pelos autores na tentativa de 
entender a intervenção para o desenvolvimento a partir de uma análise construtivista e 
observar as possibilidade de conciliação entre a estrutura e ação, destaca-se que a abordagem 
não considera a relação entre sociedade e natureza que configuram os contextos dedesenvolvimento rural, considerando apenas elementos naturais. 
Com relação ao processo de mediação, analisado pela perspectiva do ator como 
intervenção para o desenvolvimento, os autores discutem a formação do conhecimento, ou 
seja, do processo cognitivo, a legitimação e os conflitos sociais com base na teoria de Giddens 
e Focault. Embora tais teorias apresentem ampla repercussão teórico-prática, manifesta-se 
nítida preferência pela análise da capacidade dos atores sociais em detrimento da relação 
estabelecida no processo de intervenção. 
 
 
1.7 Potencialidades da Perspectiva do Ator 
 
 
O enfoque orientado ao ator objetiva explicar e entender as respostas diferenciais 
e as experiências vividas pelos atores sociais diversamente localizados e afetados a 
circunstâncias estruturais similares e a condições que pareçam relativamente homogêneas, e 
compreender os projetos de desenvolvimento, desde sua concepção até sua realização. 
A perspectiva do ator desenvolve conceitos básicos e apresenta pedras angulares 
que permitem uma compreensão mais ampla e completa do enfoque. Além disso, Long faz 
esforço para tornar mais concreta à discussão teórica, demonstrando análises empíricas 
baseadas em estudos que procuram conciliar a teoria e a prática, principalmente, em contextos 
latino-americanos. O objetivo do autor é apresentar um telão de fundo reflexivo útil para 
compreensão de seus argumentos teóricos. 
Long e Ploeg apresentam críticas aos modelos de intervenção que são aplicados 
de cima para baixo, através de projetos desenvolvidos por agências de desenvolvimento com 
objetivos definidos e esperados e aplicados por agentes de desenvolvimento, como por 
exemplo extensionistas. 
É necessário esclarecer dois pontos. Primeiro, os autores criticam as formas de 
intervenção mais do que a própria intervenção. Segundo, defendem que o desenvolvimento, 
sendo um processo multifacetado, multi-ator, muti-nível, multidimensional, multi-setorial 
permite ampla forma de objetivação, pois sua heterogeneidade e diversidade admitem 
 
 
8 
 
diversas possibilidades, não excluindo e sim valorizando novos diálogos, redes, produtos, 
instituições, capitais ecológicos, sociais e culturais. 
Long e Ploeg são a favor da compreensão da sociedade desde baixo, da 
documentação da situação cotidiana micro e prática social. Eles não aconselham o 
esquecimento ou negligência das questões macro, mas o cuidado de verificar que muitas 
situações macro dependeram de escolhas, estratégias e ações micro. Eles salientam que não há 
uma predefinição dos acontecimentos, determinismo histórico, mas que a história é construída 
a partir dos conflitos de interesses entre os diversos mundos de vida. 
 
2 O DESENVOLVIMENTO RURAL E A PERSPECTIVA DO ATOR 
 
A abordagem orientada ao ator é extremamente útil para analisar as práticas de 
desenvolvimento rural como atividades construídas pelas estratégias das unidades domésticas 
agrícolas (households). O paradigma de desenvolvimento rural que emerge como substituto 
do paradigma da modernização apresenta-se como um processo multi-nível, multi-ator e 
multifacetado enraizado na tradição histórica. O desenvolvimento, assim entendido, deve 
considerar os seguintes pontos : a) as inter-relações globais entre a agricultura e a sociedade; 
b) os novos modelos de desenvolvimento para o setor agrícola; c) as unidades domésticas 
agrícolas individuais; d) os countryside e seus atores; e) as políticas e instituições; f) a 
natureza multifacetada do desenvolvimento (Ploeg et al, 2000). 
O primeiro ponto considera a capacidade da agricultura de produzir uma 
variedade de bens não importáveis ou bens públicos como a paisagem e os valores naturais, 
além de destacar a reestruturação da economia conduzida pelas mudanças nos modelos de 
interação entre a sociedade e as empresas. O sucesso econômico não está necessariamente 
interligado com a escala de operação e a integração vertical. Os sistemas devem ser 
reorganizados para encontrar as novas necessidades e expectativas. As práticas de 
desenvolvimento rural podem, em parte, serem vistas como respostas dos empreendimentos 
agrícolas às tendências de reestruturação geral. 
O segundo refere-se ao desenvolvimento rural a partir da compreensão dos 
elementos que poderiam fazer parte do novo modelo emergente. A importância da sinergia no 
desenvolvimento rural parece personificar o modelo de desenvolvimento agrícola, dando 
particular importância para as sinergias entre os ecossistemas locais e regionais, os estilos de 
agricultura, os bens e serviços específicos e as carreiras e movimentos sociais. 
O terceiro aspecto destaca a emergência de uma redefinição de identidades, 
estratégias, práticas, inter-relações e redes. O assunto da sinergia reaparece como uma fonte 
que é alimentada pela coordenação e pela alocação do trabalho dentro da família, das 
diferentes atividades agrícolas e não-agrícolas e da pluriatividade. 
A quarta característica define que a zona rural é um espaço social e geográfico 
bem definido em que novas formas de articulação podem ser desenvolvidas. O rural está 
longe de ser um monopólio dos agricultores. Novas atividades de desenvolvimento rural 
emergem e diferentes atores competem por oportunidades e recursos nas novas arenas, tais 
como o turismo rural e a conservação da paisagem. 
O quinto ponto destaca a existência de um contexto institucional complexo que 
torna o desenvolvimento rural um processo multi-ator. A direção para uma política rural 
descentralizada, em que a localidade e as novas relações entre o local e o global são os 
principais princípios projetados, podem servir para reforçar o processo. 
E finalmente, o desenvolvimento é de natureza multifacetada, porque abre 
caminho para práticas diferentes e algumas vezes interconectadas, por exemplo: 
administração da paisagem, conservação dos novos valores naturais, agroturismo, produção 
orgânica, produção de alta qualidade, produtos regionais específicos. Conforme Ploeg et al 
 
 
9 
 
(2000), são necessárias novas teorias que adequadamente reflitam sobre estas novas redes, 
práticas e identidades. 
O desenvolvimento rural também está relacionado com a reconfiguração dos 
recursos rurais: terra, trabalho, natureza, animais, plantas, redes, mercados, relações entre 
rural e urbano, todos devem ser reformados e recombinados. O novo paradigma de 
desenvolvimento rural deve ajudar a clarear como novos recursos bases são criados, como os 
irrelevantes tornam-se valorizados e como combiná-los com outros recursos. Há uma 
emergência de regras orientadas para novas necessidades, perspectivas e interesses. O 
desenvolvimento rural deve reconsiderar as múltiplas e heterogêneas realidades. Este processo 
não é apenas sobre coisas novas, sendo um elemento decisivo e particular a combinação do 
velho com o novo. O desenvolvimento rural é sobre a reconstrução de novas redes, a 
revalorização e recombinação dos recursos, a coordenação e remolduração do social e do 
material, e ainda a renovação do capital social, cultural e ecológico (Ploeg et al, 2000). 
Esta compreensão do desenvolvimento rural está de acordo com a perspectiva do 
ator, porque reconhece suas premissas e sobretudo valoriza os estilos de vida e formas de 
vivência que a vida rural pode assumir. 
 
3 A INTERVENÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO NO BRASIL 
 
No Brasil, o Estado sempre esteve à frente como agente principal de qualquer 
proposta de desenvolvimento rural, sendo a única esfera da sociedade com legitimidade 
assegurada para propor e impor mecanismos no sentido de uma mudança social. Para tanto, o 
Estado apóia-se em estratégias pré-estabelecidas, metas definidas, metodologias de 
implementação, lógica operacional e demais características específicas de projetos e ações 
governamentais que têm como objetivo o desenvolvimentorural (Navarro, 2001). 
Portanto, como no Brasil o desenvolvimento rural constitui-se, na maioria das 
vezes, num conjunto de práticas, sempre houve a necessidade de agentes que promovessem 
esse desenvolvimento. Esses agentes, na maior parte dos casos, se encontravam associados às 
instituições promotoras do desenvolvimento, constituindo-se como transferidores de 
conhecimento para um grupo ou comunidade, como é o caso da extensão rural. 
Considerando a situação atual em que os serviços de extensão passam por uma 
redefinição de objetivos, o momento é oportuno para discussões sobre o desenvolvimento 
rural, sobre as políticas públicas para o mundo rural e sobre o conhecimento e saberes dos 
atores locais e de suas racionalidades, estratégias e ações, pois os antigos modelos são 
inadequados para o desenvolvimento e compreensão do processo complexo de geração, de 
aquisição, de utilização e de transformação do conhecimento. 
No Brasil, a aplicação do enfoque orientado ao ator para o caso da extensão rural 
exigiria uma transformação da atividade de extensão e dos extensionistas. 
Em primeiro lugar, a formação acadêmica ortodoxa dos profissionais que irão 
trabalhar com os agricultores é incompatível com a própria busca por desenvolvimento rural. 
Aliás, no Brasil, há necessidade de um amplo debate sobre desenvolvimento rural. 
A compreensão do desenvolvimento rural como sinônimo de crescimento agrícola não 
responderá à redução da pobreza e da exclusão social, não permitindo o desenvolvimento do 
país e do mundo rural. 
Em segundo lugar, a perspectiva do ator exige profissionais ou equipes de 
profissionais com visão multidisciplinar, que trabalhem de forma conjunta, para que se possa 
alcançar a tão almejada sintonia entre a extensão e os agricultores, aproximando-se, dessa 
forma, da concretização do desenvolvimento rural. 
Outro ponto controverso, centra-se na capacidade de os atores desempenharem 
ações locais. 
 
 
10 
 
Muitas vezes, tem sido salientado que os atores locais não estariam devidamente 
preparados para o desempenho de ações locais, pois as organizações dos agricultores 
familiares, dos assalariados rurais e dos sem-terra no Brasil seriam insuficientes em número e 
pouco representativas, com baixa capacidade de mobilização social, sendo que a escassa 
tradição associativa existente no campo seria um claro limitador de iniciativas centradas nos 
âmbitos exclusivamente locais7. 
A perspectiva de Long e Ploeg permite uma reflexão sobre esse ponto, ao ressaltar 
a importância de serem estudados, entendidos e valorizados os estilos de vida locais. Com 
isso, colabora para a compreensão de que os pacotes ou políticas aplicadas pelos agentes 
interventores não são necessariamente o melhor para os grupos locais, pois, muitas vezes, 
desconsideram os projetos, as identidades e as motivações das comunidades locais. Assim, 
indaga-se: Quem de fato não está preparado, os atores locais ou os agentes interventores? 
Não se pode fechar os olhos para grandes dificuldades que se apresentam no 
mundo rural e colaboram para o impedimento da concretização do desenvolvimento rural. 
Contudo, cabe uma reflexão sobre as formas de intervenção e de ação social. A perspectiva do 
ator permite um entendimento mais profundo de aspectos antes não considerados, 
colaborando para um processo mais qualificado e oxalá mais efetivo. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conforme os autores, a compreensão da intervenção como um plano ou projeto 
com limites claros no tempo e no espaço, com objetivos pré-definidos por instituições e 
aplicados por agentes de desenvolvimento limita o desenvolvimento rural, porque a sua 
gênese está dentro das próprias comunidades, dentro dos grupos e das redes rurais. O 
desenvolvimento não é algo que vem de fora e que se concretiza através de projetos. Os 
grupos locais possuem seus próprios projetos, práticas, estratégias, ações, identidades, 
motivações. A importância está em entender o mundo de vida dos locais, as alternativas e 
soluções estão nos seus estilos de vida, formas de vivência e na sua valorização, compreensão, 
potencialização e estimulação. 
Portanto, não se trata de substituir políticas top down por políticas buttom up, mas 
redefinir e reorientar o olhar sobre o rural, considerando as interfaces, os jogos de poder, as 
arenas, os domínios, as redes, etc. 
Há necessidade de compreensão do tema desenvolvimento rural. É urgente que se 
quebrem tabus. Somente o entendimento do processo multifacetado, a percepção dos 
elementos de continuidade e de mudança e da multitude de estilos de agricultura permitirá a 
valorização da arte da agricultura. Conforme as palavras de Ploeg et al (2000, p. 40): “It can 
be fully explored and elaborated or it can be neglected and ignored. There is a world to win, 
but also a world to loose8”. Tudo depende da atitude tomada frente ao processo que se 
delineia. 
 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
GUIVANT, Julia. Heterogeneidade de conhecimentos no desenvolvimento rural sustentável. 
Cadernos de Ciência e Tecnologia. Embrapa, Brasília, v.14, n. 3, set/dez, 1997, p. 411-
448. 
 
7
 Nesse sentido cita-se, a título de exemplificação, o trabalho de Navarro (2001). 
8
 Isso pode ser explorado e elaborado ou pode ser negligenciado e ignorado. Há um mundo a ser ganho, mas 
também um mundo a ser perdido (livre tradução). 
 
 
11 
 
GUIVANT, J. S. Os debates entre realistas e construtivistas sociais na sociologia ambiental: 
implicações para o desenvolvimento rural sustentável e participativo. In: CONGRESSO 
DA ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE SOCIOLOGIA RURAL - ALASRU, 6., 
2002, Porto Alegre. Anais... . Porto Alegre: ALASRU, 2002. p. 01 - 13. 
GIDDENS, A . 
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2001. 293 p. 
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