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Cap. 3 - Comércio de animais silvestres

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CAPÍTULO 3
ANIMAIS SELVAGENS 
E SILVESTRES
1. Introdução
2. Comércio de animais selvagens e silvestres
a) Elefantes
b) Ursos
c) Tigres
d) Carne de caça
e) Focas
f) Baleias
g) Tartarugas
3. Caça e armadilhas
4. Criação em cativeiro de animais selvagens e silvestres
para fins comerciais
a) Fazendas de ursos
b) Fazendas de Civets (Gatos-de-Algália)
c) Fazendas de peles
5. Comércio de animais de estimação exóticos
6. Estratégias de proteção animal
a) O Poder das coalizões
b) Educação pública
c) Análise de fatores econômicos
d) Reabilitação de animais selvagens e silvestres e 
santuários
7. Perguntas e respostas
8. Recursos adicionais
ÍN
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INTRODUÇÃO
Cada vez mais, animais selvagens e silvestres estão ameaçados de extinção, devido a
perda de habitat, poluição, intervenção humana, exploração comercial e outros fatores. Os
homens nem sempre fazem uso dos recursos naturais, incluindo animais selvagens e
silvestres, de maneira responsável. Como resultado, os processos ecológicos não
conseguem funcionar corretamente, para manter o meio ambiente saudável e diversificado
para a população selvagem/silvestre.
Existem tipos diferentes de exploração dos animais selvagens e silvestres, com efeitos
variados no bem-estar dos indivíduos envolvidos. Alguns animais são capturados na
natureza, enquanto outros são reproduzidos em cativeiro. Eles podem ser comercializados
vivos ou mortos (inteiros, em partes ou na forma de produtos processados). Muitos tipos
de exploração envolvem alto grau de sofrimento animal. Algumas formas de exploração
comercial dos animais selvagens e silvestres também comprometem sua preservação.
Populações animais são afetadas, assim como também a qualidade de vida do animal
individualmente.
Para desenvolver estratégias eficazes de proteção para os animais selvagens e silvestres, 
é importante compreender melhor a exploração comercial de certas espécies, o comércio
internacional delas e seus produtos, além da disponibilidade de produtos humanitários
alternativos.
COMÉRCIO DE ANIMAIS SELVAGENS E SILVESTRES
Animais selvagens e silvestres são caçados por suas peles, seus corpos, derivados e suas
partes, para alimentação, produção de medicamentos tradicionais, moda e artigos de luxo.
Animais vivos são também caçados por serem animais de estimação exóticos e pela
indústria do entretenimento. Fortes incentivos financeiros movimentam o comércio de
animais selvagens e silvestres, gerando lucros tanto para caçadores quanto para grandes
corporações multinacionais. O comércio de animais selvagens e silvestres tem colocado
muitas espécies, tais como tigres e rinocerontes, à beira da extinção e continua a ameaçar
muitas outras. Todo ano, centenas de milhares de animais são comercializados ilegalmente,
gerando uma receita de bilhões de dólares
Segue uma breve introdução aos problemas de algumas espécies individualmente.
a) Elefantes
Existem duas espécies de elefantes: o asiático (Elephas maximus) e o africano (Loxodonta
africana). Um elefante pesa entre três e seis toneladas, tem até quatro metros de altura 
e presas que pesam em média 27 quilos. Seu período de gestação é de 22 a 24
meses. Atingem a maturidade aos 18 anos e podem viver entre 60 e 70 anos, algumas
vezes até mais.
O processo para obtenção de marfim é cruel e aterrador. O elefante precisa ser morto antes
que o marfim seja removido. Isso pode ser feito por meio de tiros, apedrejamento ou
envenenamento por dardos, o que resulta em morte lenta e dolorosa. Ocorre também com o
uso de metralhadoras, quando manadas inteiras são chacinadas nos bebedouros.
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Independentemente da forma de matança, o processo de remoção do marfim é o mesmo.
Para se retirar as presas de um elefante, o caçador precisa cortar sua cabeça a fundo, para
retirar cerca de 25% de marfim de dentro do crânio. 
Entre 1979 e 1989, a demanda mundial pelo marfim reduziu a população de elefantes a
níveis perigosos. Em dez anos, cerca de 100 mil espécimes foram abatidos. Na África, as
populações de elefantes foram reduzidas quase à metade, de 1,3 milhão para 600 mil.
Finalmente, em 1989, a Convenção para o Comércio Internacional de Espécies da Flora e
Fauna Selvagens e Silvestres em Perigo (CITES) aprovou a proibição do comércio de marfim
e outros produtos derivados do elefante. Dois dos maiores mercados consumidores de
marfim do mundo, Europa e EUA, foram efetivamente fechados.
CITES
RESUMIDAMENTE, A CONVENÇÃO PARA O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE
ESPÉCIES DA FLORA E FAUNA SELVAGENS E SILVESTRES EM PERIGO (CITES) É
O ÓRGÃO DAS NAÇÕES UNIDAS RESPONSÁVEL PELA REGULAMENTAÇÃO
INTERNACIONAL DO COMÉRCIO DE ESPÉCIES EM PERIGO. O BRASIL É MEMBRO
DA CITES DESDE NOVEMBRO DE 1975, DESTA FORMA DEMONSTRANDO
INTENÇÃO DE CONSENSO COM SUAS DIRETRIZES. AS AUTORIDADES
RESPONSÁVEIS PELA ADMINISTRAÇÃO DAS REGULAMENTAÇÕES PERTENCEM
AO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS
RENOVÁVEIS – IBAMA, DEPARTAMENTO DE VIDA SILVESTRE (DEVIS). 
CITES CLASSIFICA AS ESPÉCIES EM PERIGO EM TRÊS CATEGORIAS, DE
FORMA A GARANTIR QUE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DOS ESPÉCIMES DA
FAUNA E FLORA NÃO AMEACE SUA SOBREVIVÊNCIA:
• APÊNDICE I – ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO: O COMÉRCIO 
INTERNACIONAL É COMPLETAMENTE PROIBIDO.
• APÊNDICE II – ESPÉCIES QUE PODEM FICAR AMEAÇADAS SE O COMÉRCIO
NÃO FOR ESTRITAMENTE REGULAMENTADO.
• APÊNDICE III – ESPÉCIES INDICADAS E PROTEGIDAS PELO ESTADO QUE
BUSCA ASSISTÊNCIA DE TERCEIROS PARA CONTROLAR O COMÉRCIO.
PARA INFORMAÇÕES MAIS DETALHADAS EM RELAÇÃO AO CITES, LEIA O
CAPÍTULO SOBRE “LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO ANIMAL”.
No entanto, recentemente, os principais países consumidores, como o Japão e outras
nações do Sudeste Africano, se empenharam para suspender a proibição e restabelecer o
comércio de marfim. Em 1997, a CITES, por meio de votação, suspendeu parcialmente a
proibição e permitiu a venda de estoques acumulados de marfim para o Japão, em caráter
“experimental”, no Zimbábue, Botsuana e Namíbia. Essa foi a primeira venda internacional
legal de marfim em uma década. Desde a concretização dessa venda, em 1999, houve
aumento significativo de apreensões de marfim em trânsito ilegal. Apesar disso e também
do evidente aumento da caça ilegal, em 2002 foi acertada a venda, sob certas condições,
do marfim de Botsuana, Namíbia e África do Sul. No encontro do CITES de 2004, outras
propostas para comércio de estoques foram rejeitadas, mas a Namíbia foi autorizada a
comercializar bijuterias ornamentais contendo marfim. Com isso, permitiu que os milhões de
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turistas que visitam o país todos os anos as adquiram como souvenirs. O comércio de
marfim continuará a ser questão contenciosa em todos os encontros do CITES.
APENAS OS ELEFANTES DEVERIAM USAR MARFIM.
b) Ursos
Existem oito espécies de ursos em todo o mundo: panda gigante, urso polar ou branco, urso
pardo, urso negro americano, urso negro asiático ou tibetano, urso-de-óculos ou urso
andino, urso preguiça ou urso beiçudo e urso malaio. Os ursos vivem em todos os
continentes, com exceção de África, Antártica e Austrália. Todas as oito espécies estão em
perigo; cinco estão listadas no Apêndice I e as três restantes estão no Apêndice II.
Os ursos são caçados, tanto legalmente quanto ilegalmente, por uma série de razões,
incluindo seu uso como troféus (América do Norte e Europa), como controle de pragas
(Japão); como alimento (no mundo todo) e para a produção de medicamentos (no mundo
todo). A caça autorizada de ursos ainda é praticada em diversos países, como Canadá,
Croácia, Rússia, Romênia,Eslováquia, Eslovênia e EUA.
Além disso, ursos selvagens são geralmente capturados quando filhotes e usados para fins
de entretenimento, como dança (Índia, Paquistão, Bulgária e, anteriormente, Grécia e
Turquia) e rinhas (bearbaiting) (Paquistão e, anteriormente, em partes da Europa). Ursos
selvagens são também caçados ilegalmente em países na Ásia (incluindo China, Coréia e
Vietnã) para complementar os estoques das fazendas de extração de bile. As implicações no
bem-estar dos ursos criados nessas fazendas serão discutidas mais adiante na seção
“Reprodução em cativeiro para fins comerciais” deste capítulo. Apesar de a preocupação
com os ursos ser global, a proteção oferecida a eles varia enormemente entre os países.
c) Tigres
Os tigres são um dos quatro grandes felinos pertencentes ao grupo da Panthera genus.
Existem cinco subespécies de tigres: Amur (Siberiano), da Indochina, de Bengala, da China
do Sul e de Sumatra. Todas estão em perigo e listadas no Apêndice I do CITES. Três outras
subespécies se tornaram extintas nos últimos cem anos: o Cáspio, o Javanês e o Balinês. A
caça ilegal é uma das maiores causas do rápido declínio dos tigres na natureza.
Historicamente, há milênios partes do corpo desse animal têm sido usadas pela medicina
tradicional asiática no tratamento do reumatismo e de doenças afins na Ásia. Praticamente
todas as partes do tigre são utilizadas. A medicina tradicional asiática emprega ossos de
tigre em muitas fórmulas diferentes. A pele é usada para fazer amuletos mágicos, como
também os dentes e garras, enquanto o pênis é ingrediente de tônicos sexuais
alegadamente poderosos. Tigres criados em cativeiro são também vendidos como animais
de estimação exóticos.
Desde o começo dos anos 1990, a procura por ossos e o comércios de produtos
oriundos de tigres levou as espécies já ameaçadas à beira da extinção. Mercados
fornecedores ilegais ainda operam no Sudeste da Ásia, especialmente em Camboja,
Indonésia, Laos, Mianmar e Vietnã. Não há muita repressão aos caçadores e
comerciantes ilegais por parte das autoridades. Em outros países, incluindo Bangladesh,
China, Índia, Nepal, Rússia e Tailândia, o mercado fornecedor é mais dissimulado,
porém ainda operante. Em países como Índia e Rússia, o considerável mercado de pele
de tigre persiste. No final de 2003, a alfândega no Tibete apreendeu o maior lote de
peles animais do mundo, incluindo as de 31 tigres e 581 leopardos. Grudados nas
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peles, foram encontrados pedaços de jornal que revelavam os vínculos comerciais entre
a Índia e a China.
A China e a Tailândia possuem grandes estabelecimentos para criação de tigres em
cativeiro. Essas “fazendas de tigres” foram instaladas para atender a demanda do mercado
por partes do animal. No entanto, a proibição da CITES do comércio de tigres e seus
produtos tem evitado a expansão das fazendas. Agora funcionam como atração para turistas
ou alegam servirem a programas de reintegração dos animais à natureza. Há, porém,
indícios de comércio ilegal nessas instalações.
Além do emprego de partes de tigres como matéria-prima em misturas com ervas
medicinais praticado por médicos tradicionais asiáticos, as últimas décadas mostram uma
produção em larga escala e distribuição global de medicamentos contendo partes desse
animal. A China é o maior produtor de pílulas de ossos de tigre, emplastros e vinhos
medicinais, mas tais medicamentos são produzidos na Coréia do Sul e outros países
asiáticos. Técnicas científicas atuais não conseguem detectar a presença de ossos nas
misturas processadas e alguns produtores alegam que os produtos só contêm tigre no nome.
d) Carne de caça (bush meat)
Carne de caça é o termo usado para descrever carnes obtidas na natureza, não-cultivadas.
Geralmente incluem espécies como chimpanzés e gorilas. Originalmente, carnes de caça
eram apenas consumidas pelos próprios caçadores para sua subsistência. Porém, hoje em
dia, é vendida em grandes cidades e centros, não apenas no país de origem, mas no mundo
todo. Em muitas áreas, os caçadores ilegais vêm de outras regiões ou nações para caçar,
desprovendo a população local de uma fonte de alimentação. Com a urbanização de muitas
regiões do planeta, as pessoas estão apelando para carnes de caça como uma escolha
tradicional ou produto de luxo.
A abertura das florestas para o comércio de madeira e a mineração em larga escala
aumentou o acesso e a caça de animais selvagens e silvestres na África, na Ásia e na
América do Sul. O comércio de carnes de caça causa grande sofrimento e morte entre os
animais individualmente e está levando espécies ameaçadas, como os gorilas das
planícies do leste, os bonobos (chimpanzés pigmeus) e os chimpanzés à beira da extinção.
Os animais órfãos, que não conseguem sobreviver na natureza, são capturados para o
comércio de animais de estimação.
Muito animais caçados são protegidos pela CITES, da qual todos os países da África Central
e da Ocidental são signatários. Porém a CITES só regula o comércio internacional e, por
conseguinte, não tem condições de acabar com a caça e o consumo dentro dos países.
O comércio internacional de carnes de caça vem aumentando devido aos altos preços
alcançados em certos países, onde pode custar até US$ 20 ou US$ 30 por quilo. Além do
mais, a falta de fundos e a interferência ou a instabilidade política levam ao não
cumprimento tanto da legislação quanto das regulamentações da CITES.
A CITES, os governos e as ONGs estão trabalhando juntas para atacar o problema das carnes
de caça. Porém, a crise crescente é uma questão complexa e multifacetada e representa,
hoje, um dos maiores desafios para as organizações de preservação e proteção dos animais. 
e) Focas
Seis espécies de focas, incluindo foca harpa, foca de capuz, foca cinzenta, foca anelada,
foca barbada e foca do porto, são encontradas na costa atlântica do Canadá. As focas
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harpa e as aneladas são as duas espécies mais comumente caçadas para fins
comerciais.
Embora as focas harpa representem 95% da caça comercial, elas não são as únicas
caçadas no costa atlântica do Canadá: existe ainda uma cota de caça permitida de 10 mil
focas de capuz e, recentemente, uma pequena quantidade de focas cinzentas foi caçada
para fins comerciais. Além da caça comercial, as focas de todas as espécies são usadas
para fins de subsistência em Labrador e no Ártico canadense. Focas harpa e focas de capuz
podem ser assassinadas para uso pessoal por moradores das regiões pesqueiras. A cota
para a caça desses animais foi implantada em 1971.
A maioria das peles de foca ainda é exportada para a Noruega para que sejam processadas.
As peles de foca são usadas para fazer casacos ou couro. Uma pequena quantidade de
carne de foca, em especial a da nadadeira, é consumida localmente por moradores de
Newfoundland e alguns alegam que tem efeito afrodisíaco. Pepperoni, salame, lingüiça e
carne enlatada de foca estão sendo divulgados como produtos relativamente novos. A carne
de foca é também processada para extração de proteína em pó. O óleo de foca é processado
na forma de cápsulas e vendido como suplemento alimentar ou usado na produção de
margarina, queijo, cosméticos, loção para mãos e outros produtos. Os pênis são
transportados para mercados asiáticos, onde são desidratados e consumidos na forma de
cápsulas ou tônicos, e podem alcançar até 500 dólares cada. 
A caça às focas é desumana. Por essa causa, grupos internacionais como o International
Fund for Animal Welfare e o Greenpeace vêm militando há anos e as evidências mostram os
horrores da caça às focas: bebês conscientes arrastados pelo gelo e agarrados a ganchos
afiados, empilhamentos de animais moribundos e mortos, espancamento e pisoteamento de
focas,que têm suas peles arrancadas enquanto vivas. Em 2002, uma equipe internacional
de especialistas veterinários assistiu à caça. Eles observaram os caçadores em ação, tanto
do ar quanto do solo, e conduziram investigações post-mortem em 73 carcaças. Seus
estudos concluíram que:
• 79% dos caçadores não verificaram se o animal estava morto antes de arrancar sua pele.
• Em 40% das mortes, o caçador teve que golpear a foca uma segunda vez, 
provavelmente porque estava consciente após o primeiro ataque ou tiro.
• Cerca de até 42% das focas examinadas devem ter tido suas peles arrancadas 
ainda vivas.
Muitas pessoas se recordam do protesto em nível mundial que aconteceu nos anos 1970
contra a matança de bebês-foca brancos, com menos de duas semanas de vida, no Canadá.
O protesto maciço, com militância internacional contra a caça às focas no país durante os
anos 1970 e 1980, levou a União Européia a proibir a importação de peles de focas
brancas em 1983 e a proibição da caça comercial desses animais em navios de grande
porte pelo governo canadense em 1987.
A indústria da pesca de bacalhau no Canadá entrou em colapso no começo dos anos 1990
e alguns culparam as focas, apesar da evidência de que a maior causa do colapso foi a
pesca excessiva pelos humanos durante décadas.
A falência da indústria de pesca em Newfoundland, devido à má administração, é fator
responsável pelo aumento da caça às focas.
Até o momento, a caça à foca harpa branca continua proibida, mas a caça às focas harpas
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mais velhas ainda é legal no Canadá. Lamentavelmente, em 1995, o ministro da Indústria
da Pesca do país aumentou a quota e anunciou novos subsídios federais para encorajar os
caçadores a matar mais desses animais. Em 2004, o governo canadense aprovou um
aumento na quota para 350 mil por ano, a mais alta desde 1967. Hoje em dia, a atividade
mais uma vez é motivo para novos protestos.
EMBORA A CAÇA ÀS FOCAS NO CANADÁ SEJA A MAIOR DO MUNDO E COM O
PERFIL MAIS INTERNACIONAL, TAMBÉM É REALIZADA EM MUITOS OUTROS
PAÍSES, INCLUINDO GROENLÂNDIA, RÚSSIA, NORUEGA E SUÉCIA.
Para mais informações sobre a atividade, veja a seção “Estratégias de proteção animal”
neste capítulo.
f) Baleias
As baleias são caçadas por sua carne e certas partes do corpo. O óleo é usado para fazer
batons, lustradores de sapatos e margarina. A prática começou no século IX, quando a
Espanha organizou a primeira caçada. No século XX, a Holanda, a Dinamarca, a Grã-
Bretanha, a França, a Alemanha, a Noruega, o Japão e os EUA começaram a exterminar
um grande número de baleias.
Algumas espécies foram tão caçadas que seu número começou a diminuir. Em 1946, a IWC
(International Whaling Commission – Comissão Baleeira Internacional) surgiu para tratar de
questões relativas às baleias e à crescente ameaça às suas espécies.A IWC criou três
categorias de pesca: Comercial, Científica e de Subsistência Aborígine.
Na pesca comercial, as baleias são mortas por sua carne e certas partes. Na pesca
científica, para que os corpos sejam estudados e catalogados. A subsistência aborígine é a
pesca realizada por culturas nativas, como os índios nos Estados Unidos. Esses grupos
possuem direitos para pescar baleias devido ao seu histórico cultural e à dependência desse
tipo de carne.
Por causa do perigo de extinção que muitas espécies enfrentam, a IWC votou a favor da
suspensão de toda a pesca comercial, a partir de 1986. Apesar deste acordo internacional
para acabar com a matança desses mamíferos por seus órgãos, muitos países continuam a
matá-los para vender sua carne e suas partes, incluindo a Noruega, a Islândia e o Japão.
Nos Estados Unidos, na Groenlândia e na Rússia, as baleias continuam a ser mortas dentro
da categoria de subsistência aborígine.
NÃO HÁ FORMA HUMANITÁRIA DE SE MATAR UMA BALEIA.
Na maioria das vezes, são mortas pelo uso de uma arma primitiva chamada arpão. O arpão
moderno possui uma granada anexada, que explode quando perfura o corpo da baleia. Pode
levar muito tempo até que morram, o que causa imenso sofrimento, medo e morte lenta.
Apesar da pressão internacional, dos maiores esforços de alguns membros da IWC e dos
movimentos de base para salvar as baleias em todo o mundo, a pesca baleeira continua a
ameaçar seu futuro aqui na Terra.
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A LISTA DAS BALEIAS MAIS FREQÜENTEMENTE CAÇADAS PARA FINS
COMERCIAIS, CIENTÍFICOS E DE SUBSISTÊNCIA ABORÍGINE SÃO:
BALEIA-BICUDA-DE-BAIRD – JAPÃO
BALEIA-DA-GROENLÂNDIA – ESTADOS UNIDOS E RÚSSIA
BALEIA-DE-BRYDE – JAPÃO
BALEIA FIN – GROENLÂNDIA
BALEIA CINZENTA – RÚSSIA
BALEIA JUBARTE OU CORCUNDA – SÃO VICENTE E GRANADINE
BALEIA-PILOTO-DE-ALETA-LONGA – JAPÃO E ILHAS FARO
BALEIA-MINKE – JAPÃO, ISLÂNDIA, NORUEGA E GROENLÂNDIA
BALEIA-SEI – JAPÃO
BALEIA-PILOTO-DE-ALETA-CURTA – JAPÃO
CACHALOTE – JAPÃO
g) Tartarugas
As tartarugas marinhas e de água doce são caçadas por sua carne e seus cascos. Além de
serem capturadas na natureza, algumas espécies são criadas em cativeiro para fins
comerciais.
Ferimentos provocados durante a captura, principalmente causados por arpão, não matam
as tartarugas imediatamente, mas provocam dor e sofrimento prolongado. Uma vez a bordo
do navio, elas são posicionadas de costas, sobre seus cascos, e deixadas em exposição ao
Sol. Freqüentemente, atingem altíssimas temperaturas e acabam morrendo ou ficam
debilitadas pelo calor. As sobreviventes geralmente são largadas de costas, sem
alimentação, desidratadas e cobertas por excrementos provenientes das mortas e
moribundas, por mais de duas semanas, até que o lote seja descarregado na praia. Estima-
se que 25% das tartarugas capturadas morram antes de atingir a costa, onde são
inspecionadas por possíveis compradores.
O processo de matança gera preocupação ainda maior. Ainda plenamente consciente, a
tartaruga é posta de costas e uma faca é usada para cortar as partes macias inferiores e
superiores do casco. Quando a faca é inserida e girada em volta da circunferência do casco,
a parte dura é então arrancada, expondo os órgãos internos e os músculos. Durante toda
essa provação, a tartaruga pode ver e também sentir o que está acontecendo até o
momento de sua morte.
Esses animais têm uma série de características fisiológicas, exclusiva dos répteis, que
resultam em sério comprometimento de seu bem-estar durante o abate. Comparados com
os mamíferos, os répteis têm taxa metabólica baixa, o que significa que a perda de sangue
em ferimentos é relativamente baixa. Tecidos nervosos são extremamente resistentes e
podem permanecer viáveis por longo período sem oxigenação. De fato, muitos estudos
mostram que os répteis mantêm-se conscientes muito tempo depois da decapitação. Além
da injeção letal, acredita-se hoje que a única forma humanitária de se matar um réptil é por
meio da destruição rápida e total de seu cérebro.
A população mundial de tartarugas-de-pente vem declinando rapidamente nas últimas
décadas, devido a um número de fatores: exploração excessiva de seus ovos, destruição de
seu habitat, poluição marinha e pesca acidental. No entanto, uma das maiores causas do
declínio é a comercialização de seu casco, usado em muitos produtos diferentes, incluindo
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itens de artesanato, jóias e outros acessórios. A demanda por cascos de tartaruga-de-pente
continua alta e, apesar da diminuição do número de animais, elas ainda são ativamente
caçadas e mortas para atender às demandas de consumidores no mundo todo.
O comércio internacional de tartarugas-de-pente foi rigorosamente regulamentado desde a
introdução da CITES. Como resultado das fortes evidências de declínio significativo em todoo mundo e do declínio atual projetado, a International Union for the Conservation of Nature
(IUCN) Species Survival Commission Marine Turtle Specialist Group caracterizou a
tartaruga-de-pente como “criticamente em perigo”. Apesar disso, o comércio desses animais
continua uma ameaça constante.
CAÇA E ARMADILHAS
Caça: historicamente, a caça foi necessária para a sobrevivência humana. Porém, na
maioria das sociedades modernas, não é mais necessária e é meramente uma ferramenta
comercial e/ou de entretenimento.
A caça de animais, especialmente selvagens e silvestres, se desenvolveu para proporcionar
alimento, diversão, esporte ou para suprir o comércio de seus produtos. Os animais caçados
por esses motivos são chamados “animais de caça”. As caças também são realizadas para
controle de espécies daninhas ou como uma ferramenta para reduzir populações de animais
que excederam a capacidade de ocupação; ou quando se tornam um perigo ou um distúrbio
para os humanos.
No entanto, a caça é freqüentemente uma forma de exploração de animais para
entretenimento. Pode pôr em risco o equilíbrio natural quando não é necessário controlar a
maioria das populações das espécies. Os animais são perseguidos individualmente antes de
mortos, sofrendo o estresse da separação de seu grupo e a transferência para um novo
ambiente. A caça geralmente causa ferimentos sem morte e, muitas vezes, leva à morte
prolongada.
Nos EUA, o Federal Aid in Wildlife Restoration Act (Ajuda Federal para a Lei de
Restauração da Vida Selvagem/Silvestre) ajuda a financiar agências nacionais para a vida
selvagem e silvestre, estabelecendo impostos sobre armas, munições e equipamentos de
pesca. Esses fundos são repassados para as agências. Quanto mais licenças de caça são
vendidas, mais fundos o Estado recebe. Dessa forma, as agências tendem a criar um clima
favorável às espécies de caça e estimulam a superpopulação para servirem à caça esportiva.
Predadores como raposas, coiotes e lobos são freqüentemente mortos para que animais
como alces, veados, renas/cariboos e pássaros estejam disponíveis para os caçadores.
Existem milhares de clubes de armas na América do Norte e centenas de grupos que
promovem e defendem a caça. Alguns especificamente promovem a caça de espécies em
perigo e animais selvagens e silvestres exóticos em todo o mundo. O método safári é um
desenvolvimento da atividade como esporte que prevê viagens elaboradas por África, Índia e
outros lugares em busca de troféus. 
Na Grã-Bretanha, o método mais controverso é a caça às raposas com matilha de cães,
geralmente acompanhada por cavaleiros. Como todas as formas dessa prática, a caça às
raposas é um esporte sangrento. A HSA (Hunt Saboteurs Association – Associação
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Sabotadora da Caça) foi fundada na Grã-Bretanha em 1963. Os sabotadores desmantelam
caças para evitar que os animais sejam mortos por grupos de caça esportiva. A HSA foi a
primeira organização a confrontar metodicamente a morte organizada de animais por
esporte, particularmente a caça às raposas com matilhas de cães.
Em fevereiro de 2002, o parlamento escocês baniu a atividade com cães. E, finalmente,
depois de oitenta anos de militância, a proibição da caça às raposas finalmente foi aprovada
pelo parlamento inglês. A caça com cães é agora ilegal na Inglaterra e no País de Gales.
‘Caça enlatada’ (canned hunting) é um comércio estabelecido em propriedades privadas
que cobram de caçadores taxas para abater animais mantidos em um ambiente fechado.
Esse método começou na América do Norte nos anos1960 e foi anunciado com vários
nomes, tais como ‘reservas de caça’, ‘ranchos de caça’ ou ‘reservas para tiros’. Esse tipo
pode ocorrer em propriedades com tamanhos que variam entre menos de 100 a 650 acres.
Os animais podem ser abatidos dentro de gaiolas ou lugares cercados. Em outros casos,
eles são mortos dentro de estações de alimentação.
Os preços para caçar podem variar entre muitas centenas e milhares de dólares por abate.
Um rancho de caça nos EUA, por exemplo, cobra 350 dólares por um cabrito corsican, 450
dólares por um javali da Rússia, 750 dólares por um antílope cervicapra, 3 mil dólares por
um búfalo e 5,5 mil dólares por um troféu de alce. Alguns animais exóticos estão
disponíveis sob encomenda. Certas reservas de tiro cobram até 20 mil dólares por um leão
ou um rinoceronte.
Os animais são criados em cativeiro, comprados de comerciantes ou são antigas
propriedades de circo ou zoológico. A caça nesses locais é um estímulo para zoológicos e
criadores de animais exóticos para aumentar sua produção. Eles podem se desfazer do
excesso indesejável vendendo os animais diretamente ou indiretamente para os ranchos
de caça. 
Como a maioria desses animais é criada domesticamente, eles tendem a ser mansos;
conseqüentemente não correm diante da presença de caçadores armados. Outros podem
ainda ser amarrados a estacas ou drogados antes de serem abatidos. O negócio oferece
troféus garantidos e anuncia: “Se não matar, não paga”. Inevitavelmente, os animais são
restritos a áreas especiais e não podem evitar seu abate, independentemente do
tamanho do local. Isso contraria a noção de “perseguição justa”, ética fundamental nos
círculos de caça.
É amplamente sabido que animais mantidos em áreas concentradas são mais passíveis de
transmitir doenças como brucelose, tuberculose e CWD (Doença Debilitante Crônica),
semelhante à doença da vaca louca.
A prática da caça em locais fechados tem se espalhado por outros países, como África do
Sul, onde tem havido campanhas contra esse abuso cruel e antiético da rica fauna selvagem
e silvestre do país.
Armadilhas requerem menos tempo e energia do que a maioria dos métodos de caça. É
também comparativamente seguro do ponto de vista do caçador. Armadilhas humanitárias
podem ser usadas para tratar animais feridos ou reassentar animais selvagens e silvestres.
Existem quatro tipos principais de tipos de armadilhas: leghold, conibear, laços e gaiolas. A
armadilha do tipo leghold é a mais comumente usada. Mesmo a conservadora Associação
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Médica Veterinária Americana considera a armadilha leghold “desumana”.
A armadilha do tipo leghold é composta de duas mandíbulas, uma mola e um gatilho no
meio. Quando o animal pisa no gatilho, a armadilha se fecha em volta da perna,
prendendo-o. As mandíbulas se prendem acima da pata, impedindo que ele escape.
Geralmente algum tipo de isca é usado para atrair o animal ou é colocada na trilha dele.
A armadilha provoca sérios ferimentos e grande estresse. À medida que tenta escapar, o
animal se fere ainda mais; ao morder a armadilha, quebra seus dentes e machuca a boca e,
algumas vezes, morde e mastiga a perna presa até arrancá-la. Muitas vezes, morrem de
infecção mesmo se conseguem escapar dessa forma. Se a fuga não é possível, a vítima
pode morrer de choque, perda de sangue, hipotermia, desidratação ou exaustão antes que o
caçador retorne, o que pode levar dias ou semanas. Ele pode também ser morto ou
mutilado por predadores.
A ARMADILHA DO TIPO LEGHOLD É UNIVERSALMENTE CONHECIDA 
PELA CRUELDADE E SEU USO É PROIBIDO EM MAIS DE OITENTA PAÍSES,
INCLUINDO A UNIÃO EUROPÉIA.
A armadilha conibear é igualmente desumana. O animal tem que ser atraído ou conduzido
à posição correta antes que seja disparada. É geralmente construída para atingir a nuca e
quebrar a coluna. O efeito deveria ser instantâneo, com uma morte quase imediata, mas se
o animal não estiver corretamente posicionado, pode não funcionar como deveria. Os
animais que não morrem antes do caçador voltar geralmente sofrem antes de serem mortos
de forma cruel. Os caçadores os matam a cacetadas, por afogamento, por sufocação etc.,
para evitar danificarsuas peles.
Embora alternativas tenham sido propostas, como um leghold acolchoado ou uma
armadilha tipo gaiola, os animais silvestres ainda assim tentam escapar, quebrando os
dentes e sofrendo sérios ferimentos. Outros problemas causados por armadilhas afetam um
grande número de espécies que não são alvo, como cães, gatos, pássaros e outras que são
capturadas, feridas e mortas, assim como a desestruturação de populações saudáveis de
animais silvestres. Os caçadores chamam esses animais de “mortes-lixo”, porque não têm
valor econômico.
O uso de armadilhas para fins comerciais ocorre principalmente nos Estados Unidos, no
Canadá e na Rússia, mas números menores de animais são encontrados em países como a
Argentina e a Nova Zelândia.
Quatro milhões de animais silvestres são mortos nos Estados Unidos a cada ano por 160
mil caçadores, que fornecem as peles para a indústria da moda. Uma década atrás, a
situação era pior: 17 milhões de animais silvestres foram mortos por causa de suas peles
por 300 mil caçadores.
No entanto, as estatísticas mostram que o número de caçadores caiu. A proibição imposta
pela União Européia da importação de peles oriundas de países que adotam a leghold e
anos de lobbying e pressão junto aos governos canadense e americano tiveram impacto
significativo no uso de armadilhas.
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CRIAÇÃO EM CATIVEIRO DE ANIMAIS SELVAGENS 
E SILVESTRES PARA FINS COMERCIAIS
Alguns animais selvagens, incluindo ursos, tigres, gatos-de-algália, visons e raposas, são
criados em cativeiro para fins comerciais. São tratados como animais domésticos e suas
necessidades comportamentais naturais lhes são completamente negadas. O bem-estar fica
totalmente comprometido nessas instalações de cativeiro, onde animais são criados sob
condições intensivas e muito estressantes.
a) Fazendas de ursos
O uso de partes de ursos na medicina chinesa data de mais de 3 mil anos. A bile de urso é
considerada eficaz para uma variedade de situações, incluindo redução de febre e
inflamação, para resfriamento do fígado e no tratamento da hepatite. O uso da bile na
medicina tradicional asiática é difundido em muitos países asiáticos, incluindo Japão,
Coréia, Cingapura, Taiwan, Vietnã, Malásia e Tailândia.
Tradicionalmente, os ursos são caçados e mortos para obtenção da vesícula biliar para uso
medicinal, o que leva à redução das populações. Nos anos 1980, à medida que os ursos
selvagens foram ficando cada vez mais raros, uma nova forma de exploração apareceu: as
fazendas de ursos. A técnica usada nesses locais teve origem na Coréia do Norte, mas
rapidamente se expandiu pela China e depois pela Coréia do Sul e pelo Vietnã.
O argumento a favor das fazendas de ursos é que a bile extraída de um animal em cativeiro
em um ano equivaleria à quantidade obtida de quarenta indivíduos abatidos na natureza.
No entanto, há sérios problemas de bem-estar animal associados a essa indústria, incluindo
confinamento em pequenas e inóspitas gaiolas e técnicas cruéis de extração de bile.
Preocupações com a preservação da espécie também existe, uma vez que os ursos
geralmente são retirados da natureza.
O urso negro asiático, a principal espécie mantida nas fazendas na China, está listada
no Apêndice I da CITES, o que significa que todo o comércio internacional de espécimes
vivos, partes do corpo ou derivados está proibido. O comércio ilegal, porém, ainda
continua.
A indústria de fazendas de ursos na China está passando por um processo de
consolidação e expansão. As menores estão fechando e as maiores, expandindo-se em
tamanho. O resultado é um menor número de fazendas, porém com mais ursos. Em
1992, havia 600 unidades, com aproximadamente 6 mil animais. Ao final de 2002,
havia 167, com cerca de 9 mil ursos. Em 2003, a WSPA patrocinou uma investigação
que visitou oito fazendas no Nordeste da China e, somente naquelas instalações, os
donos alegaram possuir um total de 4.793 ursos. Embora números precisos do total de
animais nas fazendas chinesas não estejam disponíveis atualmente, está claro que a
quantidade de bile produzida nelas de fato aumentou a demanda do mercado. 
Isso pode ser constatado pela enorme variedade de produtos, de xampu a pastilhas de
garganta e vinhos.
A produção de bile de urso em fazendas também pode ser encontrada na Coréia e no
Vietnã. Devido à pressão pública, as autoridades coreanas proibiram a extração de bile no
começo dos anos 1990. No entanto, os ursos permanecem nas fazendas.
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NÚMERO ESTIMADO DE URSOS EM FAZENDAS DE URSOS
VIETNÃ: 3.927 URSOS EM 1.059 FAZENDAS (NÚMEROS OFICIAIS DO 
GOVERNO – 2005)
CORÉIA: 1.800 EM 78 FAZENDAS (NÚMEROS OFICIAIS DO GOVERNO – 2004)
CHINA: 7.002 URSOS EM 247 FAZENDAS (DADOS OFICIAIS DO 
GOVERNO -1999)*
* Números precisos para a China não estão disponíveis atualmente; as últimas
estatísticas oficiais do governo foram anunciadas em 1999.
Após intensa campanha da WSPA, em fevereiro de 2005 o governo vietnamita concordou
em estabelecer uma força tarefa nacional para suspender gradualmente a criação de
ursos em fazendas no Vietnã. Ficou estabelecido entre a WSPA e o governo que todos os
ursos no cativeiro serão registrados e ganharão microchips, a criação de ursos em
fazendas será gradualmente extinta e a proibição da retirada de ursos de seu ambiente
natural será reforçada.
A indústria das fazendas de ursos deverá acabar, com base na extrema crueldade animal
envolvida, dos efeitos negativos na preservação dos ursos selvagens e devido à existência de
remédios de ervas tradicionais similares e alternativas sintéticas de produção de bile.
A demanda dos consumidores por produtos contendo bile de urso precisa acabar. Isso pode
ser conseguido por meio da promoção ativa das alternativas herbáceas e sintéticas.
b) Fazendas de civet/gatos-de algália (Civetticitis civetta)
O almíscar de civet é muito usado em perfumes na França. É produzido na Etiópia, 
onde aproximadamente 3 mil civets são mantidos em condições primitivas em mais de 200
fazendas. Mais de mil quilos de almíscar são exportados da Etiópia para a França a cada ano.
Existem sérios problemas de bem-estar associados à produção de almíscar. Os animais são
retirados de seu ambiente natural e confinados em pequenas gaiolas de madeira em
condições precárias de alimentação e acomodação. Quase 40% dos civets morrem nas
primeiras três semanas após sua captura. 
O almíscar é extraído pela pressão da glãndula perineal, localizada na base da causa. É um
processo muito doloroso e traumático, que geralmente resulta em ferimentos físicos.
O almíscar de civet é um ingrediente nada essencial para a indústria de perfumes, uma vez
que pode ser sintetizado artificialmente e a forma sintética já é usada em muitos perfumes
atualmente no mercado
c) Fazendas de peles
O comércio de peles é uma indústria que movimenta muitos bilhões de dólares em todo o
mundo. Do “animal ao casaco”, vários setores estão envolvidos. O criador ou caçador mata
e esfola os animais. Por intermédio de comerciantes ou cooperativas, as peles são
vendidas em leilões. Os compradores são comerciantes ou grandes confecções, que
compram a matéria-prima e a transforma em casacos ou outros artigos. As peles e os
casacos manufaturados são negociados na maioria das vezes em feiras em todo o mundo.
O varejista da loja de departamento ou o peleteiro vende os casacos para o público. 
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Peles são também usadas por necessidade econômica em algumas áreas do mundo, embora
isso esteja se tornando mais raro, uma vez que produtos alternativos estão cada vez mais
disponíveis. O uso de peles na indústria da moda écompletamente gratuito, já que existem
muitos produtos alternativos disponíveis.
Há muitas questões de preservação e bem-estar animal associadas com os animais, tanto
os que estão no cativeiro quanto os que são criados em fazendas, tais como armadilhas,
condições de criação e métodos de abate.
Oitenta e cinco por cento das peles da indústria de peles vem de animais criados em
fazendas. Elas podem abrigar milhares de espécimes, que são criados de forma intensiva de
maneira semelhante em todo o mundo. Outras fontes incluem animais caçados ou
capturados por armadilhas, animais de estimação roubados e excedentes de indivíduos
oriundos dos programas de controle de população de rua. Veja no capítulo sobre “Animais
de Produção” as implicações do bem-estar animal de “Fazendas de Peles”.
QUANTOS ANIMAIS SÃO NECESSÁRIOS PARA FAZER UM CASACO DE PELES?
12 -15 LINCES
10 -15 LOBOS OU COIOTES
15 -20 RAPOSAS
60 -80 VISONS 
27 -30 GUAXININS
10 -12 CASTORES
60 -100 ESQUILOS
(FONTE: FUR FREE ALLIANCE – HTTP://INFURMATION.COM/FACTS.PHP)
COMÉRCIO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO EXÓTICOS
O comércio de animais de estimação exóticos envolve a compra e venda de animais
silvestres para uso como animais de estimação. Eles tanto podem ser capturados na
natureza quanto vendidos em estabelecimentos de criação em cativeiro que se assemelham
a fazendas industriais.
Grande parte do comércio de animais de estimação exóticos é dominado por répteis e
pássaros. A venda de répteis e anfíbios vivos é amplamente desregulada, com relativamente
poucas espécies listadas na CITES. Até pouco tempo, a maioria dos répteis comercializados
era capturada na natureza. As grandes margens de lucro e os baixos custos de transporte
fizeram do comércio de répteis um negócio lucrativo.
O comércio traz muitas implicações negativas na preservação e no bem-estar associados à
captura, ao transporte e à venda desses animais. A maioria dos indivíduos capturados na
natureza morrem por causa do estresse e de doenças associadas a cada etapa de sua
jornada. Uma vez que é vendido, seus problemas de bem-estar podem continuar. Em
primeiro lugar, pode não ser adequado como animal de estimação doméstico. Segundo,
como o animal provavelmente foi submetido a altos níveis de estresse e possivelmente a
ferimentos e doenças, talvez não sobreviva por muito tempo. 
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O dono pode não conhecer os requisitos específicos para sua alimentação e criação. As
condições talvez não permitam que o animal se comporte naturalmente, o que provoca
distúrbios físicos e mentais, como automutilação: os papagaios cinzas arrancam todas as
suas penas, os macacos mastigam seus membros anteriores ou caudas etc. Os animais
podem também não ser capazes de exibir padrões comportamentais normais, como buscar
alimento ou patrulhar um território.
Como a manutenção de animais exóticos ou selvagens pode despender muito tempo e
dinheiro, eles geralmente terminam sendo negligenciados, ficam doentes e podem ser
abandonados depois que o efeito “novidade” passa. Esse abandono é obviamente
prejudicial ao animal – em um ambiente estranho, suas chances de sobrevivência são
baixas e podem morrer em decorrência de má-nutrição, doenças ou ferimentos. Além do
mais, podem disseminar doenças entre a população silvestre local. Se grandes números
de animais exóticos forem abandonados, também podem criar um desequilíbrio no
ecossistema local. 
Os orangotangos, listados no Apêndice I da CITES, são um exemplo típico. Eles são caçados
em seus habitats naturais na Indonésia e contrabandeados para países como Taiwan, 
Japão e Tailândia. Orangotangos jovens tirados de suas mães e vendidos em mercados de
animais de estimação atraem donos que os compram e os mantêm em pequenos
apartamentos ou casas, pouco sabendo sobre seu comportamento natural ou suas
necessidades biológicas. Quando, anos mais tarde, eles crescem até seu tamanho natural,
os donos não conseguem dar conta deles e, então, os enjaulam ou abandonam. Os animais
podem também ficar doentes devido à falta de cuidados veterinários.
THE SPECIES SURVIVAL NETWORK – SSN (REDE DE SOBREVIVÊNCIA 
DAS ESPÉCIES)
WWW.SSN.ORG
A REDE DE SOBREVIVÊNCIA DAS ESPÉCIES (SSN) É EXEMPLO DE UMA
COALIZÃO EFICAZ PARA A PROTEÇÃO DOS ANIMAIS SELVAGENS E
SILVESTRES, ENTRE ORGANIZAÇÕES DE PRESERVAÇÃO E PROTEÇÃO ANIMAL
E AMBIENTAL TRABALHANDO PARA REGULAMENTAR AO COMÉRCIO DAS
ESPÉCIES SELVAGENS E SILVESTRES POR MEIO DA CITES.
• A SSN coordena as atividades de mais de setenta grupos em todo o mundo 
para ajudar a garantir a proteção da CITES aos animais selvagens e silvestres
afetados pelo comércio internacional.
• A SSN fornece às organizações as informações que precisam para participar do 
processo da CITES. A SSN oferece uma lista de discussão na Internet e 
atualizações regulares em questões ligadas aos animais selvagens e silvestres e 
cobertura jornalística global relevante.
• A SSN estabelece ligações com os governos e as autoridades que são 
responsáveis por questões de comércio de animais selvagens e silvestres. Sua 
publicação regular, CITES Digest, é enviada para todas as signatárias da CITES 
antes e durante a Conferência das Signatárias. Essa publicação ajuda as 
autoridades a entenderem os desenvolvimentos na CITES, o comércio de vida
silvestre em geral e a posição das ONGs relativa a certas questões.
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• A análise e a pesquisa científica e legal da SSN dá às signatárias da CITES e à 
mídia informações para uma melhor compreensão das resoluções e propostas 
submetidas à adoção pelas associadas e o impacto que podem ter na 
sobrevivência de certas espécies.
• Os grupos de trabalho da SSN são compostos por especialistas de diferentes 
profissões do seu quadro de membros, incluindo biólogos, advogados e 
especialistas em comércio e cumprimento de leis.
• Esses grupos de trabalho desenvolvem e executam planos para defender a 
proteção dada pela CITES às espécies comercializadas. A SSN tem grupos de 
trabalho para elefantes, baleias e golfinhos, pássaros, ursos, peixes marinhos, 
tigres, grandes felídeos, primatas, tartarugas marinhas, uso de animais selvagens 
e silvestres, caça a troféus e implementação.
• Com o esforço conjunto e atividades de lobby coletivas em prol da proteção 
de animais selvagens e silvestres, a SSN tem feito campanhas para evitar a 
suspensão da proibição do comércio internacional de marfim em países 
do Sudeste africano e também garantiu a rejeição da proposta do Japão para 
diminuir a proteção à baleia minke no 13º encontro das associadas da CITES 
em 2004.
ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO ANIMAL
Com o intuito de preservar e proteger os animais selvagens e silvestres, grupos de proteção
animal têm usado várias estratégias e ações de campanha ao longo dos anos. A seguir,
alguns exemplos do que foi e pode ser feito:
a) O Poder das coalizões
As indústrias e os indivíduos que utilizam e exploram animais selvagens e silvestres
empregam muito mais pessoas do que os grupos de proteção aos animais e geralmente são
mais ricos e mais organizados na forma de conduzir seus negócios. Trabalhar isoladamente
não é mais eficaz, uma vez que um único grupo estará lutando contra as indústrias
poderosas e abordando tantas questões complexas. É vital que as organizações de proteção
aos animais trabalhem intimamente ligadas, não apenas entre si, mas também com
diferentes tipos de ONGs que podem ter várias preocupações a respeito das mesmas
questões. Os benefícios incluem:
• Atraem maior atenção da mídia.
• Mais pessoas e recursos podem ser reunidos para uma campanha maior e mais 
organizada.
• Conquista mais credibilidade para as ONGs e melhora do perfil da questão.
• Lobby coletivo junto a políticos oupersonalidades com poder de decisão geralmente leva
a efeitos e retorno mais positivos.
• Capacita a proteção animal a estender as preocupações com o bem-estar animal a
uma arena maior.
• Capacita grupos a dividir o trabalho e as tarefas e a atacar o problema de ângulos variados.
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b) Educação pública
• Explicar a importância de se preservar populações de animais selvagens e silvestres e 
de proteger as espécies individualmente.
• Revelar a crueldade e as implicações no bem-estar animal por trás da exploração 
comercial dos animais selvagens e silvestres.
• Educar os consumidores para o impacto de se consumir produtos derivados de animais 
selvagens e silvestres.
• Fornecer alternativas humanitárias para o uso de animais selvagens e silvestres em 
medicamentos tradicionais.
• Trabalhar com a mídia e por meio de campanhas multimídia para revelar as práticas 
cruéis das indústrias comerciais.
• Pedir ao público que leve suas preocupações aos legisladores ou às autoridades.
c) Análise de fatores econômicos
Indústrias exploradoras dos animais selvagens e silvestres e outros opositores da proteção
dos animais selvagens e silvestres geralmente usam argumentos econômicos para justificar
a necessidade de se continuar a exploração para uso comercial. Repetidamente alegam que
há benefícios econômicos tangíveis para as comunidades locais, a indústria específica ou
para a nação no comércio e na exploração dos animais selvagens e silvestres,
principalmente das espécies em perigo. Esse argumento geralmente ganha apoio tanto da
mídia quanto do público.
É importante que os grupos de proteção animal examinem de perto os argumentos
econômicos postos em debate, Normalmente, ou são incorretos ou usados de maneira
enganosa em favor dos nossos opositores. Os grupos de proteção animal devem tomar a
iniciativa de trabalhar de perto com economistas ou encorajá-los a conduzir estudos das
questões sob o ângulo econômico, de forma que seus dados e argumentos consistentes
possam ser usados para combater alegações ou projeções não realistas. Por exemplo, um
relatório produzido pelo Centro para Estudos Econômicos Internacionais sobre “A economia
da criação em cativeiro e a preservação das espécies ameaçadas” demonstra como a
criação de animais selvagens e silvestres em cativeiro para fins comerciais não ajudará a
preservá-los. O documento traz um novo ângulo e evidências persuasivas para o argumento
em defesa da proteção dos animais selvagens e silvestres.
O exemplo seguinte relata como os grupos de proteção aos animais analisaram e
combateram as alegações do governo e da indústria pesqueira em relação aos supostos
benefícios econômicos da caça às focas.
O ACTIVE CONSERVATION AWARENESS PROGRAMME – ACAP (PROGRAMA
ATIVO DE CONSCIENTIZAÇÃO DA PRESERVAÇÃO) ataca o comércio ilegal de
animais selvagens e silvestres e o mercado de medicamentos tradicionais, comidas
exóticas, artigos de luxo e comércio da moda por meio da educação dos
consumidores, com vistas à redução da demanda por produtos oriundos das
espécies ameaçadas.
Instituído por uma organização de preservação internacional, a WILDAID, o ACAP
usa celebridades com alta visibilidade na mídia, heróis culturais e campanhas
multimídia inovadoras para atingir os consumidores, principalmente em países onde
a demanda por produtos é alta mas a conscientização sobre as ameaças às
espécies em perigo é baixa.
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O ACAP recebe apoio de mais de 50 celebridades do mundo ocidental, da África e
da Ásia, incluindo lendas vivas das artes marciais, como Jackie Chan, o ator de
Bollywood (Índia) Amitabh Bachchan, o corredor de longa distância Etíope Haile
Gebreselassie; e as estrelas de Hollywood Ralph Fiennes e Minnie Driver.
Baseadas no tema central do ACAP, “QUANDO A COMPRA PÁRA, A MATANÇA
PODE PARAR TAMBÉM”, as mensagens das celebridades são transmitidas via TV
para até um bilhão de pessoas em todo o mundo, toda semana, por meio do apoio
da mídia internacional. Por exemplo: a CNN Internacional, as redes Discovery, a
Star TV e as estações terrestres.
Os resultados regionais têm sido bastante encorajadores: 78% dos expectadores de
Taiwan disseram que nunca mais usariam produtos derivados de espécies em perigo
e 30% do público na Tailândia disse que tinha parado de tomar sopa de barbatana
de tubarão por causa da campanha do ACAP.
Além de recrutar líderes culturais, o ACAP também trabalha localmente, para
conseguir que líderes políticos estratégicos apóiem e participem de campanhas
regionais, por meio do cumprimento eficaz das leis que prevêem crimes contra
animais selvagens e silvestres. 
O ACAP também recruta parceiros locais para apoiar trabalhos comunitários e de
campo mais amplos, junto com escolas, universidades e a mídia local.
Para mais informações, visite o website www.wildaid.org/acap.
Análise dos fatores econômicos da caça às focas no Canadá – Freqüentemente argumenta-
se que a caça às focas é importante para a economia do Canadá atlântico.
De acordo com os próprios números da indústria:
• A caça comercial às focas foi responsável por apenas 0,06% do PIB de Newfoundland 
em 1997.
• Gerou o equivalente a apenas 100 a120 empregos em período integral.
• Somente nos últimos sete anos, mais de $ 20 milhões foram destinados à indústria da 
caça por meio de doações governamentais e empréstimos sem juros.
• Estima-se que o valor total da caça às focas no Canadá atlântico equivalha à receita 
anual de uma filial do McDonald’s.
Fato: a caça às focas mancha bastante a imagem internacional do Canadá, pondo em risco
outras indústrias legítimas, como o turismo. Subsídios provinciais e federais dados
diretamente para a produção de carne de foca foram suspensos em 2000, mas subsídios
para as associações ligadas à caça e às indústrias para pesquisa, desenvolvimento e
processamento de produtos derivados das focas continuam. Alguns economistas observaram
que, quando se consideram fatores como os serviços custeados pelo governo para melhoria
da imagem, assim como a perda da receita gerada pelo turismo, a caça comercial às focas
pode representar uma perda líquida para a economia de Newfoundland. 
Fato: De acordo com o governo de Newfounfland, a recita gerada pela caça em 1998 foi de
$ 8,75 milhões, caindo para $ 7,5 milhões em 1999 e $ 2 milhões de dólares em 2000.
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Fato: uma vez que a receita gerada por toda a indústria pesqueira de Newfoundland
excedeu a marca de $1 bilhão, tanto em 1999 quanto em 2000, pode-se claramente dizer
que a caça comercial às focas representa muito pouco para a economia local.
d) Santuários e reabilitação de animais selvagens e silvestres
Reabilitar animais selvagens e silvestres significa cuidar dos doentes, feridos ou órfãos. Os
que são confiscados no comércio ilegal vão para centros de reabilitação para tratamento e
subseqüente avaliação de suas condições de soltura no seu ambiente natural. Um programa
ou um centro de reabilitação pode ser administrado pelo governo federal ou por uma ONG.
Os animais que não estão aptos para a soltura podem ser mantidos no centro de
reabilitação ou ser transferidos para outras locações e lá viverem até sua morte. Alguns
podem ter perdido sua habilidade natural de sobrevivência na natureza por causa de
ferimentos ou confinamentos por longos períodos. Quando nascem em cativeiro e são
criados por adultos, suas chances de soltura são ainda mais limitadas, e os santuários são
necessários para abrigá-los.
Em geral, um santuário consiste em um habitat seminatural com uma cerca limítrofe. Um
santuário animal é diferente de um zoológico.Os animais de um santuário são resgatados
por causa de abusos ou abandono. Esses podem ser resgatados de circos, zoológicos de
beira de estrada, laboratórios, ranchos de caça ou terras públicas. Mais importante, não
deve haver reprodução em um santuário. Eles geralmente são mantidos por ONGs e muitos
não são abertos ao público o ano todo
A campanha da WSPA Libearty resultou na construção de muitos santuários em Laos,
Grécia, Turquia, Hungria, Tailândia, Índia, Paquistão e, mais recentemente, Romênia. Entre
os ursos que vivem nesses santuários estão aqueles que foram resgatados de uma vida de
abusos, como os ursos dançarinos, ou usados em eventos de bear baiting (rinhas de urso).
Outro grupo nos EUA, o Fundo para os Animais, administra diversos santuários e sua
unidade de 1.300 acres no Texas abriga mais de 900 animais, incluindo elefantes,
chimpanzés, burros e avestruzes.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
P: O que tem causado o declínio de espécies de animais selvagens e
silvestres?
R: Muitas populações de espécies estão se desestabilizando por causa de mudanças
climáticas, poluição, espécies agressivas e impacto humano direto, tais como caçadores e
comerciantes ilegais de animais selvagens e silvestres.
P: Existem órgãos ou acordos internacionais que fornecem dados sobre
populações de animais selvagens e silvestres e controlam o comércio das
espécies em perigo?
R: A International Union for Conservation of Nature and Natural Resources – IUCN (União
Internacional para a Preservação da Natureza e dos Recursos Naturais), foi fundada em
1948. Em 1990, o nome foi encurtado para The World Conservation Union – IUCN (União
Mundial para Preservação da Natureza). A IUCN monitora o estado das espécies no mundo
e publica a “Lista vermelha das espécies ameaçadas”. Fornece também conselhos sobre
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políticas e suporte técnico para secretariados e grupos para participação em convenções
internacionais como a CITES.
A Lista Vermelha é o inventário mais abrangente sobre o estado global de conservação das
espécies animais e vegetais e é amplamente reconhecida por governos, cientistas e ONGs.
Uma série de critérios é usada para avaliar o risco de extinção de milhares de espécies e
subespécies.
A lista classifica as espécies em oito categorias diferentes. Fora as duas primeiras, Extinta e
Extinta na Natureza, qualquer espécie listada como Criticamente Ameaçada (CR) ou
Ameaçada (EN) concentrará esforços que evitem sua extinção. As informações contidas na
Lista Vermelha são atualizadas anualmente no site da IUCN e uma análise completa dos
dados é publicada a cada três ou quatro anos.
A CITES é o órgão responsável pela regulamentação do comércio internacional de espécies
em perigo. Ele entrou em funcionamento em 1975 e desde 2005 possui 167 países
associados que precisam implantar e cumprir legislação nacional, em conformidade com as
regulamentações da CITES, para ajudar a evitar o comércio ilegal. Para mais informações
sobre a CITES, leiam o capítulo sobre “Legislação de proteção animal”.
P: Qual a gravidade do comércio ilegal de animais selvagens e silvestres
em todo o mundo?
R: Apesar da existência e do cumprimento da legislação da CITES e dos esforços das ONGs,
há ainda um enorme e lucrativo comércio ilegal organizado, que movimenta mais de dez
bilhões de dólares por ano. O comércio ilegal de animais selvagens e silvestres é quase tão
lucrativo como o comércio de drogas ilícitas, apesar de as penalidades para os
contrabandistas de animais selvagens e silvestres serem muito mais lenientes. 
P: Quais são as implicações da retirada de animais da natureza para sua
preservação?
R: Tirar animais de seu ambiente natural pode gerar desequilíbrios na ecologia local e
possíveis danos ambientais associados. Se um determinado número de animais for retirado
de uma pequena população, isso pode resultar no desaparecimento daquela espécie naquela
região e poderia ser potencialmente desastroso para sua sobrevivência no mundo todo.
P: Quais são os problemas de bem-estar dos animais retirados de seu
ambiente natural?
R: A captura e a retirada de animais de seu ambiente natural podem ter muitas
conseqüências. Técnicas grosseiras de remoção podem resultar em estresse, ferimentos e
morte. Os animais podem ser capturados por meio de armadilhas desumanas, golpeados ou
arrancados de seus refúgios, o que provoca grande estresse e ferimentos. Podem ser
mantidos em gaiolas superlotadas durante dias ou semanas, com pouco ou nenhum acesso
a alimento e água, até que um número suficiente de animais para um carregamento seja
reunido.
Esses animais são então transportados, geralmente por longas distâncias, nacionalmente ou
internacionalmente. Provavelmente são mantidos em condições de superlotação, com
quantidades insuficientes de alimento e água (às vezes nenhuma), principalmente nos casos
de comércio ilegal. Animais famintos e desidratados pesam menos do que os que têm peso
normal e por isso são mais baratos para transportar. Espécies diferentes são, às vezes,
transportadas juntas, o que gera brigas e, conseqüentemente, ferimentos. O bem-estar dos
animais pode ser seriamente comprometido por tais condições e o estresse resultante pode
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predispô-los a doenças e mortalidade devido à supressão de seus sistemas imunológicos.
O comércio global de animais exóticos também leva à disseminação de doenças por países
diferentes e pode levar doenças desconhecidas precocemente. O conhecimento sobre essas
moléstias talvez não seja suficiente nos novos países e pode não haver ainda formas de
prevenção ou tratamento adequado para elas, criando condições para epidemias potenciais.
P: Por que não podemos simplesmente legalizar o comércio, satisfazer a
demanda e regulamentá-lo de forma apropriada para acabar com o
mercado negro?
R: A história nos mostra que uma vez que mercados legais (e ilegais) de órgãos e partes de
animais selvagens e silvestres estão estabelecidos, eles não podem ser facilmente
modificados em termos legais. O cumprimento da legislação é sempre um desafio para as
autoridades e a CITES. Deficiências no contingente operacional, nos orçamentos e no
conhecimento dos animais e suas partes são alguns dos problemas mais comuns no
cumprimento da lei por parte das agências envolvidas no comércio de animais selvagens e
silvestres.
Por causa das dificuldades associadas à identificação das partes e dos órgãos dos animais
selvagens e silvestres comercializados, conhecido como o problema do “similar”, o mercado
desses produtos levou outras espécies a serem mortas ou identificadas erroneamente para o
comércio. Por exemplo, uma análise recente do DNA de itens etiquetados como pênis de
foca comprados no mercado revelou não só a presença do órgão sexual desses animais,
mas também de outras espécies em perigo, como o cão selvagem africano e o lobo cinza.
Enquanto existir um mercado e lucros a serem obtidos, a pressão para a caça ilegal de uma
espécie vai continuar.
Encorajar o comércio legal de animais selvagens e silvestres, assim como de seus órgãos e
suas partes, poderia resultar em práticas de coleta insustentáveis e ameaçar ainda mais
populações selvagens e silvestres em todo o mundo.
P: Por que não podemos criar em cativeiro espécies ameaçadas para que
elas, seus órgãos e produtos possam ser comercializados? Isso não
resolveria o problema dos caçadores ilegais e da matança de animais
selvagens e silvestres?
R: Criadores e alguns países alegam que uma fonte legal estável de animais (e suas partes e
produtos) selvagens e silvestres criados em cativeiro aliviariam a pressão em cima das
populações selvagens e aumentariam a receita do país e dos comerciantes envolvidos.
Exemplos nos mostram que,pelo contrário, a criação de animais selvagens e silvestres em
cativeiro na realidade representa uma ameaça ainda maior às populações selvagens e põe
em risco outros benefícios para a preservação de uma espécie específica. 
Atualmente não é possível identificar se um animal vivo encontrado à venda foi criado em
cativeiro ou capturado na natureza. Não existe técnica laboratorial que possa identificar a
fonte original das partes ou dos produtos de animais selvagens e silvestres, se vêm de um
indivíduo criado em cativeiro ou não, o que torna a execução das leis contra o comércio
ilegal desses itens extremamente difícil. Assim, permitir essa prática freqüentemente leva ao
aumento da caça ilegal dos animais na natureza.
Há alegações de que, se o fornecimento fosse proveniente de animais criados em cativeiro,
os preços das commodities de animais selvagens e silvestres cairiam e, conseqüentemente,
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diminuiriam os estímulos para a caça ilegal das espécies na natureza. No entanto, vários
economistas afirmam que as anteriormente mencionadas “políticas laterais de fornecimento”
são baseadas em suposições ingênuas e não se aplicam à situação real do mercado.
Além do mais, mesmo nascidos em cativeiro, animais de espécies selvagens/silvestres não
são animais domésticos nem de companhia e portanto não têm suas necessidades naturais
satisfeitas em cativeiro portanto sua criação para comércio não deveria ser estimulada.
P: Como podemos garantir que preocupações com o bem-estar dos animais
sejam incluídas no controle de animais considerados “pestes” e espécies
não endêmicas?
R: O controle das chamadas pestes ou espécies não endêmicas requer medidas apropriadas
para a identificação da causa original do problema. Muitas atitudes podem ser tomadas
para garantir que o bem-estar seja preservado. 
• Lidar com o problema desde cedo, quando o número de animais ainda for 
relativamente pequeno.
• Pesquisar métodos humanitários de diminuição da população.
• Usar métodos alternativos, como, por exemplo, armadilhas vivas e realocação, drogas 
para infertilidade, estímulo a predadores naturais ou controle biológico, como a introdução
de machos inférteis.
P: Como podemos reduzir a exploração comercial dos animais selvagens e
silvestres?
R: Nós podemos reduzir a exploração comercial:
• Diminuindo a demanda por parte do consumidor.
• Oferecendo produtos alternativos.
• Oferecendo formas alternativas de emprego.
• Oferecendo uma forma não-invasiva de comercialização, como, por exemplo, ecoturismo.
Observação de baleias em vez da caça é um bom exemplo.
QUANDO A COMPRA PÁRA, A MATANÇA PODE PARAR TAMBÉM!
ACAP, Wild Aid
RECURSOS ADICIONAIS
Websites
Instituto de Proteção Animal
Armadilhas: www.bancrueltraps.com 
Peles: www.furfreeshopping.com
Animais selvagens e silvestres em cativeiro: www.morebeautifulwild.org 
Coexistindo com os animais selvagens e silvestres
www.coexistingwithwildlife.org 
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Associação de Transporte Animal (AATA)
www.aata-animaltransport.org
Aliança pelos Gorilas
O comércio africano de carnes de caça – Uma receita para a extinção
www.4apes.com/bushmeat/report/bushmeat.pdf
A Coalizão para o Bem-estar Aviário – Pássaros exóticos em cativeiro
www.avianwelfare.org
Ranchos de caça na África do Sul
www.bornfree.org.uk/big.cat/bcatnews013.shtml
Sociedade de Proteção dos Animais em Cativeiro
Acertando em cheio: o escândalo dos leões caçados em ranchos na África do Sul
www.captiveanimals.org/hunting/index.htm
Coalizão para a Proteção dos Animais Selvagens e Silvestres em Cativeiro
www.cwapc.org
Cuidados com a Vida Selvagem Internacional
www.careforthewild.org
Convenção para o Comércio Internacional de Espécies em Perigo da Fauna e Flora
Selvagens e Silvestres
www.cites.org
Agência de Investigação Ambiental
www.eia-international.org
Fundo para os Animais
www.fund.org
Aliança Isenta de Peles 
www.infurmation.com
Campanha Global “Whalewatch”: Baleias na mira
www.whalewatch.org
Sociedade Humanitária dos Estados Unidos – Vizinhos selvagens: Abordagem humanitária
para a convivência com os animais selvagens
www.hsus.org/ace/14917
Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA)
www.iata.org
Fundo Internacional para o Bem-estar Animal: Central de Campanhas pelas Focas
www.kintera.org/faf/home/default.asp?ievent=20480
Liga Internacional de Proteção aos Primatas
www.ippl.org
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Coalizão Internacional para os Animais Selvagens e Silvestres
www.iwc.org
Conselho Internacional para a Reabilitação dos Animais Selvagens e Silvestres
www.iwrc-online.org
IUCN – União Mundial pela Preservação
www.iucn.org
Lista Vermelha das Espécies em Perigo da IUCN
www.redlist.org
Revista das Políticas e Leis Internacionais para os Animais Selvagens e Silvestres
www.jiwlp.com
Rede de Sobrevivência das Espécies 
www.ssn.org
Tráfico
www.traffic.org
Sociedade para a Preservação de Baleias e Golfinhos 
www.wdcs.org
Comércio do Cativeiro dos Animais Selvagens e Silvestres: A mistura tingida de rosa
www.captiveanimals.org/news/2003/menagerie.htm
Livros
The Animal Estate: The English and Other Creatures in the Victorian Age
Harriet Ritvo
Editora: Penguin Books (1987)
ISBN 978-0140118186
Animal Underworld: Inside America's Black Market for Rare and Exotic Species 
Alan Green & The Center for Public Integrity 
Editora: Public Affairs, USA (1999) 
ISBN 978-1891620287
The Astonishing Elephant
Shana Alexander
Editora: Random House (2000) 
ISBN 978-0679456605
The Behaviour of Captive Polar Bears
Alison Ames 
Editora: Universities Federation for Animal Welfare (UFAW)
ISBN 978-0900767814
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100
Beyond The Bars: The Zoo Dilemma 
Virginia McKenna, Will Travers & Jonathon Wray
Editora: Thorsons Publishing Group Ltd. (1987)
ISBN: 978-0722513637
The Biology of Animal Stress: Basic Principles and Implications for Animal Welfare
Moberg & Mench
Editora: CABI Publishing (2000)
ISBN 978-0851993591
Consuming Nature: A Photo Essay on African Rain Forest Exploitation
Anthony L. Rose, Russell A. Mittermeier, Olivier Langrand, Okyeame Ampadu-Agyei, Thomas
M. Butynski 
Editora: Altisma (2003)
ISBN 978-0974553917
A Crowded Ark: The Role of Zoos in Wildlife Conservation
Jon Luoma
Editora: Houghton Mifflin (1987)
ISBN: 978-0395408797
Eating Apes (California Studies in Food & Culture)
Janet K. Museveni, Dale Peterson & Karl Ammann
Editora: University of California Press (2003)
ISBN: 978-0520230903
Ethics on the Ark: Zoos, Animal Welfare and Wildlife Conservation
M. Hutchins, E. F. Stevens, T. L. Maple
Editora: University of Chicago Press
ISBN: 978-1560986898
Flight to Extinction: The Wild-Caught Bird Trade
A report by the Animal Welfare Institute and the Environmental Investigation Agency
Editora: Environmental Investigation Agency 
ISBN: 978-0951634226
The Global War Against Small Cetaceans: A Second Report
Environmental Investigation Agency
Editora: Environmental Investigation Agency 
ISBN: 978-0951634219
International Wildlife Trade: A Cites Sourcebook
Ginette Hemley
Editora: Island Press 
ISBN: 978-1559633482
The Last Panda
George B. Schaller
Editora: University of Chicago Press (1994)
ISBN 978-0226736297
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Managing Habitats for Conservation
William J. Sutherland (Editor), David A. Hill (Editor)
Editora: Cambridge University Press 
ISBN:978-0521447768
Marine Protected Areas for Whales, Dolphins and Porpoises: A World Handbook for
Cetacean Habitat Conservation
Erich Hoyt
Editora: Earthscan 
ISBN: 978-1844070633
Meant To Be Wild: The Struggle to Save Endangered Species Through Captive Breeding
Jan DeBlieu
Editora: Fulerum
ISBN: 978-1555911669
Red Ice: My Fight to Save the Seals 
Brian Davies
Editora: Methuen Publishing 
ISBN: 978-0413423504
Reptiles: Misunderstood, Mistreated and Mass-marketed
Clifford Warwick
Editora: Trust for the Protection of Reptiles, UK (1990)
ISBN: 978-0951621004
Sparing Nature: The Conflict Between Human Population Growth and Earth's Biodiversity
Jeffrey K. McKee
Editora: Rutgers University Press 
ISBN: 978-0813531410
Stereotypic Animal Behaviour: Fundamentals and Applications to Welfare 
A.B. Lawrence (Editor), J. Rushen (Editor)
Editora: Cabi Publishing (1993)
ISBN: 978-0851988245
Through Animals' Eyes: True Stories from a Wildlife Sanctuary 
Lynn Marie Cuny
Editora: University of North Texas Press
ISBN: 978-1574410624
Wild Mammals in Captivity: Principles and Techniques
D. G. Kleiman et al
Editora: University of Chicago Press
ISBN: 978-0226440033
Recursos da WSPA
The Bear Bile Business 
O comércio global de produtos derivados de ursos da China à Ásia e mais além (2002)
Bears of the World 
Education Support Pack (2003)
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Bushmeat
Africa’s conservation crisis (2000)
Caged Cruelty
WSPA and KSBK (2002)
Uma averiguação do bem-estar animal nos zoológicos indonésios
Concepts in Animal Welfare
Um planejamento de aulas para ajudar no ensino do bem-estar animal em faculdades
veterinárias (2003)
Fashion Victims
Carol McKenna (1998)
Uma averiguação do bem-estar dos animais nas fazendas de peles
Estudos de caso da Indonésia e Japão (2003)
Os fatos sobre fazendas de peles, uma versão curta do livreto Vítimas da Moda
Shell Shocked 
Implicações de bem-estar animal no comércio de tartarugas marinhas (2004)
Tourism and Animal Welfare 
Um guia para a indústria do turismo (2004)
Trouble Waters
WSPA (Ed. Brakes, Philippa; Butterworth, Andrew; Simmonds, Mark; Lymbery, Philip)
(2004)
Uma resenha das implicações para o bem-estar nas atividades baleeiras modernas
Turtle Alert
Jonathan Pearce, Alice Marlow
Como a maior indústria do mundo pode ajudar a salvar uma das espécies mais velhas do
mundo
The Veterinary, Behavioural and Welfare Implications of Bear Farming in Asia 
Dr. Barbara, Maas (2000)
The Zoo Enquiry
WSPA and the Born Free Foundation (1994)
Uma investigação completa das alegações feitas por zoológicosAN
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Outros materiais