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�PAGE � �PAGE �13� MEDICINA DE ANIMAIS SILVESTRES Prof. Ivan P. D. Gonçalves � SUMÁRIO CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA 03 “STRESS” 08 RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES 12 MEDICINA DE RÉPTEIS 15 MEDICINA DE AVES 21 MAMÍFEROS 28 MEDICINA DE MARSUPIAIS 30 MEDICINA DE EDENTATA 35 MEDICINA DE PRIMATAS 40 MEDICINA DE LAGOMORFOS 46 MEDICINA DE ROEDORES 51 MEDICINA DE CARNÍVOROS 55 CINOMOSE EM FELÍDEOS 62 MEDICINA DE CETÁCEOS 64 MEDICINA DE PINÍPEDES 69 MEDICINA DE ELEFANTES 73 MEDICINA DE PERISSODÁCTILOS 77 MEDICINA DE ARTIODÁCTILOS 82 BIBLIOGRAFIA 87 � CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA � CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA 1. CONTENÇÃO: Redução da mobilidade de um animal através de meios físicos e/ou químicos, com o objetivo de captura, exame clínico, coleta de material biológico ou execução de tratamento médico. 2. CONTENÇÃO FÍSICA: Restrição dos movimentos de um animal através de meios físicos/mecânicos. Contenção rápida e de baixo custo. Segurança para o animal e operador. Evitar contenção em condições adversas (T>30 °C, UR>70%). Espécies diurnas: melhor resposta em ambiente escuro. Voz: veículo de emoções. 3. CONTENÇÃO FÍSICA: Distância de fuga: Distância que é permitida a aproximação de uma ameaça antes que ocorra fuga ou ataque. Manter uma relação de dominância psicológica. A sociabilização facilita a contenção. 4. MÉTODOS DE CONTENÇÃO FÍSICA: � 4.1. Contenção manual: Pequenos animais. Luvas de couro. 4.2. Barreiras visuais: Toalhas Escudos Lona plástica 4.3.Extensão dos braços do operador: Cordas e laços Redes Hastes (ganchos/cordas) � � 5. CONTENÇÃO QUÍMICA: Restrição dos movimentos de um animal através da administração de uma fármaco. Fármaco ideal: Alto índice terapêutico: dose letal/dose efetiva Irritação tecidual mínima Curto período de indução Antagonista disponível Solução estável à temperatura ambiental Dose reduzida. 5.1. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 5.1.1. Intramuscular: Via mais utilizada. Absorção rápida. Volume limitado. 5.1.2. Endovenosa: Administração de antagonista. 5.1.3. Oral: Absorção irregular. Longo período de indução. Fármaco destruído no estômago. 6. MÉTODOS E EQUIPAMENTO: 6.1. Administração oral: Fármaco no alimento. Iscas. 6.2. Administração intramuscular: Seringa (agulha calibrosa). Seringa com haste. Dardos para injeção à distância. � 7. PROJETORES DE DARDOS: Longo alcance: 35 m Extra longo alcance: 80 m Curto alcance: 15 m Besta Zarabatana: Construção simples Baixo custo Alcance de até 15 m. 8. FÁRMACOS: 8.1. Cloridrato de Etorfina: Potente analgesia. Produz: depressão respiratória, depressão do reflexo da tosse, hipertensão, taquicardia. Antagonistas: diprenorfina, naloxona 8.2. Fentanil e Droperidol: Fentanil: derivado morfínico; analgesia 180x mais potente do que a morfina. Droperidol: Tranqüilizante; reduz resposta aos estímulos ambientais. Combinação: sedativo, analgésico e anestésico para procedimentos curtos. Antagonista: Naloxona. 8.3. Acetilpromazina: Deprime o SNC; reduz atividade espontânea. Miorrelaxante. Propriedades anti-emética e hipotensiva. Produz hipotermia. Pode ser combinado à Etorfina e Quetamina. 8.4. Cloridrato de Quetamina: Anestésico dissociativo. Não é miorrelaxante. Produz analgesia. Produz sialorréia, nistagmo e alucinações. Atravessa a barreira placentária. Antagonista: ioimbina. � 8.5. Cloridrato de Xilazina: Sedativo, miorrelaxante e analgésico não narcótico. Deprime o SNC. Estímulos durante a sedação podem reverter este estado. Antagonista: Doxapram 8.6. Tiletamina e Zolazepam: Tiletamina: anestésico dissociativo. Zolazepam: tranqüilizante; elimina os efeitos adversos da Tiletamina (convulsões). A associação produz imobilização química e anestesia. Antagonista: Naloxona. � “STRESS” � “STRESS” 1. DEFINIÇÕES: “Stress” é uma resposta acumulativa, resultante da interação de um animal com seu ambiente, através de receptores (SELYE, 1973). “Stress” é o processo pelo qual os fatores ambientais superam os sistemas de regulação do indivíduo e perturbam o seu estado de adaptação (BROOM, 1988). 2. FATORES ESTRESSANTES: � 2.1. SOMÁTICOS: Sonoros Visuais Olfativos Tácteis Calor / Frio Pressão 2.2. PSICOLÓGICOS: Apreensão Medo Ansiedade Frustração 2. . COMPORTAMENTAIS: Ambiente estranho Superpopulação Transtornos territoriais / hierárquicos Isolamento social Alterações cronobiológicas 2.4. OUTROS: Toxinas Doenças infecciosas Doenças parasitárias Traumatismos Deficiências nutricionais Contenção Confinamento � 3. RESPOSTAS MOTORAS VOLUNTÁRIAS O estímulo é enviado ao neocórtex, processado e categorizado, enviado aos nervos motores periféricos, iniciando uma resposta motora: Fuga Posturas defensivas Vocalização Ataque. � 4. REAÇÃO DE EMERGÊNCIA: Estímulo (( Medula adrenal (( Catecolaminas Ação das catecolaminas: Preparam o organismo para uma emergência Aumentam a freq. cardíaca e a força de contração do coração. Aumentam a glicemia. Aumentam a pressão arterial , com redistri-buição do sangue para os músculos e para o cérebro. Aumentam a freq. respiratória e a profundidade dos movimentos respiratórios. Promovem a contração esplênica. 5. SÍNDROME DA ADAPTAÇÃO GERAL: Estímulo ( Hipotálamo(Corticoliberina) ( Hipófise (ACTH) ( Corticosteróides ( Adrenal (Cortical) Mecanismo de ação dos corticosteróides: a. Penetração nas células (Difusão através da membrana celular). b. Ligação ao receptor específico no citoplasma. c. Migração para o núcleo. d. Ligação a áreas específicas dos cromossomos. e. Ativação ou repressão de genes. f. Formação de novo ARN. g. Formação de novas proteínas. h. Ação na própria célula ou em outras células. Efeitos da ação dos corticosteróides: Aumentam a glicemia a partir de proteínas. Leucocitose com neutrofilia, linfopenia e eosinopenia. Receptores cerebrais para corticosteróides. � 6. DOENÇAS CAUSADAS PELO “STRESS”: 6.1. Miopatia de captura. 6.2. Úlceras gástricas. 6.3.Dilatação gástrica aguda. � RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES � RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES 1. Histórico: Inscrições nas cavernas (100.000 anos A.C.) mostram o interesse do homem pelos animais. Índia, China e Japão: relatos mais antigos de coleções de animais. Egito (2900-2200 A.C.): um dos mais antigos zoológicos (macacos, hienas e antílopes. China (1000 A.C.): Jardim da Inteligência - mantinha animais nativos. Assíria e Babilônia: reis e nobres criavam animais silvestres. Grécia: grande sucesso no manejo de aves. Primeiros zoológicos a cobrar ingresso dos visitantes. Roma: arenas com espetáculos sangrentos de animais. Idade Média: “Menageries” - áreas de criação e estudo de animais silvestres. Renascença: as grandes expedições descobriram terras e animais novos. México: Astecas mantinham coleções de aves de rapina, felídeos e répteis. Zôo de Schönbrunn (1752): primeiro zoológico moderno em termos de arquitetura e paisagismo. 2. Zoológicos do Brasil Museu Emílio Goeldi (Belém do Pará). Zôo do Rio de Janeiro. Zôo de São Paulo. Zôo de Sapucaia do Sul 3. Tipos de recintos 3.1. Gaiola: coberta com grades ou tela; tamanho variável. 3.2. Potreiro: espaço restrito por cerca