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�PAGE � �PAGE �13� MEDICINA DE ANIMAIS SILVESTRES Prof. Ivan P. D. Gonçalves � SUMÁRIO CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA 03 “STRESS” 08 RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES 12 MEDICINA DE RÉPTEIS 15 MEDICINA DE AVES 21 MAMÍFEROS 28 MEDICINA DE MARSUPIAIS 30 MEDICINA DE EDENTATA 35 MEDICINA DE PRIMATAS 40 MEDICINA DE LAGOMORFOS 46 MEDICINA DE ROEDORES 51 MEDICINA DE CARNÍVOROS 55 CINOMOSE EM FELÍDEOS 62 MEDICINA DE CETÁCEOS 64 MEDICINA DE PINÍPEDES 69 MEDICINA DE ELEFANTES 73 MEDICINA DE PERISSODÁCTILOS 77 MEDICINA DE ARTIODÁCTILOS 82 BIBLIOGRAFIA 87 � CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA � CONTENÇÃO FÍSICA E QUÍMICA 1. CONTENÇÃO: Redução da mobilidade de um animal através de meios físicos e/ou químicos, com o objetivo de captura, exame clínico, coleta de material biológico ou execução de tratamento médico. 2. CONTENÇÃO FÍSICA: Restrição dos movimentos de um animal através de meios físicos/mecânicos. Contenção rápida e de baixo custo. Segurança para o animal e operador. Evitar contenção em condições adversas (T>30 °C, UR>70%). Espécies diurnas: melhor resposta em ambiente escuro. Voz: veículo de emoções. 3. CONTENÇÃO FÍSICA: Distância de fuga: Distância que é permitida a aproximação de uma ameaça antes que ocorra fuga ou ataque. Manter uma relação de dominância psicológica. A sociabilização facilita a contenção. 4. MÉTODOS DE CONTENÇÃO FÍSICA: � 4.1. Contenção manual: Pequenos animais. Luvas de couro. 4.2. Barreiras visuais: Toalhas Escudos Lona plástica 4.3.Extensão dos braços do operador: Cordas e laços Redes Hastes (ganchos/cordas) � � 5. CONTENÇÃO QUÍMICA: Restrição dos movimentos de um animal através da administração de uma fármaco. Fármaco ideal: Alto índice terapêutico: dose letal/dose efetiva Irritação tecidual mínima Curto período de indução Antagonista disponível Solução estável à temperatura ambiental Dose reduzida. 5.1. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 5.1.1. Intramuscular: Via mais utilizada. Absorção rápida. Volume limitado. 5.1.2. Endovenosa: Administração de antagonista. 5.1.3. Oral: Absorção irregular. Longo período de indução. Fármaco destruído no estômago. 6. MÉTODOS E EQUIPAMENTO: 6.1. Administração oral: Fármaco no alimento. Iscas. 6.2. Administração intramuscular: Seringa (agulha calibrosa). Seringa com haste. Dardos para injeção à distância. � 7. PROJETORES DE DARDOS: Longo alcance: 35 m Extra longo alcance: 80 m Curto alcance: 15 m Besta Zarabatana: Construção simples Baixo custo Alcance de até 15 m. 8. FÁRMACOS: 8.1. Cloridrato de Etorfina: Potente analgesia. Produz: depressão respiratória, depressão do reflexo da tosse, hipertensão, taquicardia. Antagonistas: diprenorfina, naloxona 8.2. Fentanil e Droperidol: Fentanil: derivado morfínico; analgesia 180x mais potente do que a morfina. Droperidol: Tranqüilizante; reduz resposta aos estímulos ambientais. Combinação: sedativo, analgésico e anestésico para procedimentos curtos. Antagonista: Naloxona. 8.3. Acetilpromazina: Deprime o SNC; reduz atividade espontânea. Miorrelaxante. Propriedades anti-emética e hipotensiva. Produz hipotermia. Pode ser combinado à Etorfina e Quetamina. 8.4. Cloridrato de Quetamina: Anestésico dissociativo. Não é miorrelaxante. Produz analgesia. Produz sialorréia, nistagmo e alucinações. Atravessa a barreira placentária. Antagonista: ioimbina. � 8.5. Cloridrato de Xilazina: Sedativo, miorrelaxante e analgésico não narcótico. Deprime o SNC. Estímulos durante a sedação podem reverter este estado. Antagonista: Doxapram 8.6. Tiletamina e Zolazepam: Tiletamina: anestésico dissociativo. Zolazepam: tranqüilizante; elimina os efeitos adversos da Tiletamina (convulsões). A associação produz imobilização química e anestesia. Antagonista: Naloxona. � “STRESS” � “STRESS” 1. DEFINIÇÕES: “Stress” é uma resposta acumulativa, resultante da interação de um animal com seu ambiente, através de receptores (SELYE, 1973). “Stress” é o processo pelo qual os fatores ambientais superam os sistemas de regulação do indivíduo e perturbam o seu estado de adaptação (BROOM, 1988). 2. FATORES ESTRESSANTES: � 2.1. SOMÁTICOS: Sonoros Visuais Olfativos Tácteis Calor / Frio Pressão 2.2. PSICOLÓGICOS: Apreensão Medo Ansiedade Frustração 2. . COMPORTAMENTAIS: Ambiente estranho Superpopulação Transtornos territoriais / hierárquicos Isolamento social Alterações cronobiológicas 2.4. OUTROS: Toxinas Doenças infecciosas Doenças parasitárias Traumatismos Deficiências nutricionais Contenção Confinamento � 3. RESPOSTAS MOTORAS VOLUNTÁRIAS O estímulo é enviado ao neocórtex, processado e categorizado, enviado aos nervos motores periféricos, iniciando uma resposta motora: Fuga Posturas defensivas Vocalização Ataque. � 4. REAÇÃO DE EMERGÊNCIA: Estímulo (( Medula adrenal (( Catecolaminas Ação das catecolaminas: Preparam o organismo para uma emergência Aumentam a freq. cardíaca e a força de contração do coração. Aumentam a glicemia. Aumentam a pressão arterial , com redistri-buição do sangue para os músculos e para o cérebro. Aumentam a freq. respiratória e a profundidade dos movimentos respiratórios. Promovem a contração esplênica. 5. SÍNDROME DA ADAPTAÇÃO GERAL: Estímulo ( Hipotálamo(Corticoliberina) ( Hipófise (ACTH) ( Corticosteróides ( Adrenal (Cortical) Mecanismo de ação dos corticosteróides: a. Penetração nas células (Difusão através da membrana celular). b. Ligação ao receptor específico no citoplasma. c. Migração para o núcleo. d. Ligação a áreas específicas dos cromossomos. e. Ativação ou repressão de genes. f. Formação de novo ARN. g. Formação de novas proteínas. h. Ação na própria célula ou em outras células. Efeitos da ação dos corticosteróides: Aumentam a glicemia a partir de proteínas. Leucocitose com neutrofilia, linfopenia e eosinopenia. Receptores cerebrais para corticosteróides. � 6. DOENÇAS CAUSADAS PELO “STRESS”: 6.1. Miopatia de captura. 6.2. Úlceras gástricas. 6.3.Dilatação gástrica aguda. � RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES � RECINTOS PARA ANIMAIS SILVESTRES 1. Histórico: Inscrições nas cavernas (100.000 anos A.C.) mostram o interesse do homem pelos animais. Índia, China e Japão: relatos mais antigos de coleções de animais. Egito (2900-2200 A.C.): um dos mais antigos zoológicos (macacos, hienas e antílopes. China (1000 A.C.): Jardim da Inteligência - mantinha animais nativos. Assíria e Babilônia: reis e nobres criavam animais silvestres. Grécia: grande sucesso no manejo de aves. Primeiros zoológicos a cobrar ingresso dos visitantes. Roma: arenas com espetáculos sangrentos de animais. Idade Média: “Menageries” - áreas de criação e estudo de animais silvestres. Renascença: as grandes expedições descobriram terras e animais novos. México: Astecas mantinham coleções de aves de rapina, felídeos e répteis. Zôo de Schönbrunn (1752): primeiro zoológico moderno em termos de arquitetura e paisagismo. 2. Zoológicos do Brasil Museu Emílio Goeldi (Belém do Pará). Zôo do Rio de Janeiro. Zôo de São Paulo. Zôo de Sapucaia do Sul 3. Tipos de recintos 3.1. Gaiola: coberta com grades ou tela; tamanho variável. 3.2. Potreiro: espaço restrito por cercaou muro. 3.3 Sistema “walk-in” ou “walk-through”: áreas grandes, cobertas por tela. 3.4. Estilo Hagenbeck: estilo inaugurado por Carl Hagenbeck em Hamburgo (1907). Espaço restrito por fosso e estruturas de concreto (sem grades). 3.5. Sistema Safari: animais “soltos”. 3.6. Recinto Noturno: fotoperíodo invertido para manutenção de espécies noturnas. 4. Observações gerais: O recinto deveria imitar o ambiente natural. Deve fornecer abrigo e sombra. Área de serviço. Área para prender os animais para limpeza do recinto (cambiamento). Tanque com água, quando necessário. � 5. Substrato Grama: Difícil de limpar. Concreto: Muito artificial e abrasivo mas fornece uma higiena perfeita. � MEDICINA DE RÉPTEIS � MEDICINA DE RÉPTEIS 1. CLASSIFICAÇÃO: Classe Reptilia Ordem Squamata Subordem Ophidia (Serpentes) - 2500 spp Subordem Lacertilia (Lagartos) - 3750 spp Subordem Sphenodontia (Tuatara) - 1 sp Subordem Amphisbaenia - 140 spp Ordem Chelonia (Tartarugas) - 244 spp Ordem Crocodilia (Jacarés) - 28 spp 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA: Pele coberta por escamas córneas. Sofrem ecdise (muda da pele) periodicamente. A maioria das vértebras possui costelas. Não possuem diafragma funcional. Os crocodilianos possuem placas ósseas inseridas na parede muscular do corpo denominadas de gastrália. Coração dividido em três câmaras: 2 aurículas e 1 ventrículo. Os crocodilianos possuem um septo interventricular mas há mistura do sangue entre os ventrículos através do forame de Panizza. Os répteis possuem dois arcos aórticos. Hemácias nucleadas. Sistema porta renal presente. Poiquilotérmicos: a temperatura corporal varia com a temperataura ambiental, o que influencia toda a atividade metabólica destes animais. O órgão copulatório do macho denomina-se hemipênis (serve apenas ao sistema reprodutor). 3. REPRODUÇÃO: 3.1. CROCODILIA: Macho e fêmea produzem secreções odoríferas. Algumas espécies enterram os ovos; outras fazem ninhos com a vegetação. Os ovos têm casca dura (o embrião mobiliza o cálcio da casca do ovo, uma vez que as reservas de cálcio da gema não são suficientes para sustentar o seu desenvolvimento). Os machos possuem hemipênis simples. Todas as espécies são ovíparas. Período de incubação de 50 a 70 dias. � 3.2. CHELONIA: Todas as espécies são ovíparas; os ovos têm casca dura. Os machos possuem hemipênis simples. 3.3. SQUAMATA: A maioria das espécies é ovípara, mas há espécies vivíparas. Os ovos das serpentes são unidos por uma secreção e apresentam casca mole (a gema é rica em cálcio). O período de incubação varia de 55 a 60 dias. Os machos possuem um par de hemipênis. 4. CONTENÇÃO FÍSICA: Ganchos e cilindros para serpentes peçonhentas. Contenção manual. Laços para crocodilianos. 5. CONTENÇÃO QUÍMICA: CO2 : não é recomendado porque pode causar a morte dos animais. Cloridrato de quetamina: 22,0 a 44,0 mg/kg (sedação) 66,0 a 88,0 mg/kg (anestesia) Zoletil: 4,0 a 5,0 mg/kg, im ou sc Acetilpromazina: 0,1 a 0,5 mg/kg, im 6. PATOLOGIA: 6.1. ESTOMATITE ULCERATIVA Etiologia: Aeromonas hydrophila Quadro clínico/lesões: úlceras e necrose orais com exsudato caseoso; anorexia. Pode evoluir para pneumonia (por aspiração do pus) e septicemia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: limpeza local; tratamento de suporte (alimentação forçada, fluidoterapia), antimicrobianoterapia (com base no teste de suscetibilidade a antimicrobianos “in vitro”). � 6.2. DOENÇA CUTÂNEA ULCERATIVA SEPTICÊMICA Etiologia: Citrobacter freundii Quadro clínico/lesões: prostração, paralisia flácida, hemorragias e úlceras cutâneas; perda das unhas e dos dedos. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: limpeza local; tratamento de suporte (alimentação forçada, fluidoterapia), antimicrobianoterapia (com base no teste de suscetibilidade a antimicrobianos “in vitro”). 6.3. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp Quadro clínico/lesões: geralmente subclínica; enterite, septicemia, focos necróticos no fígado. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: limpeza local; tratamento de suporte (alimentação forçada, fluidoterapia), antimicrobianoterapia (com base no teste de suscetibilidade a antimicrobianos “in vitro”). 6.4. TUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium chelonei (quelônios), Mycobacterium thamnopheos (serpentes) Quadro clínico/lesões: granulomas cutâneos, nódulos em diversos órgãos, dermatite, emagrecimento progressivo. Diagnóstico: pesquisa de Bacilos Álcool-ácido Resistentes (BAAR). Tratamento/controle: não é recomendado. 6.5. VARÍOLA, “CAIMANPOX” Etiologia: Poxvirus Quadro clínico/lesões: ocorre em crocodilianos; pápulas cutâneas. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão nas lesões; isolamento do vírus. 6.6. ADENOVIROSE Etiologia: Adenovirus Quadro clínico/lesões: enterite, atrofia das vilosidades intestinais; distúrbios do equilíbrio. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão; isolamento do vírus. � 6.7. DOENÇA RESPIRATÓRIA VÍRICA Etiologia: Paramyxovirus Quadro clínico/lesões: ocorre em serpentes; tremores da cabeça, diminuição do tônus muscular, pneumonia intersticial, distúrbios do equilíbrio, encefalite. Diagnóstico: isolamento do vírus. Tratamento/controle: higiene do ambiente (hipoclorito de sódio). 6.8. DOENÇA DAS MANCHAS CINZENTAS - “GRAY PATCH DISEASE” Etiologia: Herpesvirus Quadro clínico/lesões: ocorre na tartaruga-marinha (Chelonia mydas) no período de 56 a 90 dias após a eclosão. Lesões epidérmicas papulares. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão; isolamento do vírus. 6.9. AMEBÍASE Etiologia: Entamoeba invadens Quadro clínico/lesões: anorexia, emagrecimento, muco e/ou sangue nas fezes. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: metronidazole. 6.10. COCCIDIOSE Etiologia: Eimeria spp, Isospora spp, Caryospora spp Quadro clínico/lesões: prostração, anorexia, regurgitação, diarréia sanguinolenta. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: sulfonamidas. 6.11. HELMINTOSES Etiologia: Ophidascaris spp, Hexametra spp. Quadro clínico/lesões: parasitam o estômago, esôfago e intestino; diarréia, obstrução intestinal, pneumonia. Hospedeiros intermediários: rãs e roedores. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, fenbendazole, albendazole, pamoato de pirantel. 6.12. OSTEOPATIA METABÓLICA Etiologia: deficiência de cálcio e/ou vitamina D; excesso de fósforo na dieta. Quadro clínico/lesões: inatividade, fraturas, deformidades ósseas (principalmente ossos longos, carapaça dos quelônios). Diagnóstico: anamnese, radiologia. Tratamento/controle: suplementação com cálcio e vitamina D3, correção da dieta. 7. MANEJO NUTRICIONAL: 7.1. CHELONIA Vegetais, minhocas, peixes, pequena quantidade de ração comercial para cães ou gatos; pétalas de flores (jabutis), água potável (os jabutis bebem gotas de orvalho depositadas sobre a vegetação - em cativeiro pode-se borrifar água sobre a vegetação do recinto com um “spray”). Freqüência de alimentação: 2 a 3 vezes por semana. 7.2. CROCODILIA Carne (bovina, peixes, aves). Freqüência de alimentação: 1 a 2 vezes por semana. 7.3. SERPENTES Roedores, aves, rãs ou peixes, de acordo com a espécie de serpente. Freqüência de alimentação: 1 vez por semana. 7.4. LAGARTOS Variável, de acordo com a espécie. Lagarto-teiú (Tupinambis teguixim): ovos, carne, pintos, camundongos, frutos. Iguana (Iguana iguana): vegetais diversos, pétalas de flores, ovos cozidos, camundongos, frutos, pequena quantidade de ração comercial para cães. Freqüência de alimentação:1 a 2 vezes por semana. � MEDICINA DE AVES � MEDICINA DE AVES 1. CLASSIFICAÇÃO: Classe Aves 29 ordens 169 famílias 8600 espécies Ordem Sphenisciformes - pingüins Ordem Struthioniformes - avestruz Ordem Rheiformes - ema Ordem Casuariiformes - casuar Ordem Podicipediformes - mergulhões Ordem Pelecaniformes - pelicanos Ordem Ciconiifromes - cegonhas Ordem Apterygiformes - kiwi Ordem Tinamifoemes - macuco, codorna Ordem Gaviiformes - mergulhões Ordem Fenicopteriformes - flamingo Ordem Anseriformes - cisnes, patos Ordem Falconiformes - gaviões, urubus Ordem Clumbiformes - pombos Ordem Psittaciformes - papagaios Ordem Cuculiformes - anu Ordem Galliformes - pavão, faisão Ordem Gruiformes - saracura Ordem Charadriiformes - quero-quero Ordem Lariiformes - gaivotas Ordem Procelariiformes - albatroz Ordem Strigiformes - corujas Ordem Caprimulgiformes - bacurau Ordem Apodiformes - beija-flores, andorinhas Ordem Coliformes - cólio Ordem Trogoniformes - surucuá Ordem Coraciiformes - martim-pescador Ordem Piciformes - pica-paus, tucanos Ordem Passeriformes - pardal, canário, bem-te-vi, sabiá, joão-de-barro. � 2. ANATOMIA TEGUMENTO: Pele coberta por penas. Glândulas sudoríparas ausentes. Uropígio (glândula na base da cauda para impermeabilizar a plumagem) ESQUELETO: ossos pneumáticos. côndilo occipital único crânio sem suturas algumas vértebras são fundidas (sacrais) fusão do carpometacarpo, tibiotarso e tarsometatarso. SISTEMA DIGESTIVO dentes ausentes inglúvio geralmente presente estômago dividido em 2 partes: proventrículo (estômago glandular) ventrículo (estômago muscular) cloaca presente SISTEMA UROGENITAL rim dividido em 3 lobos bexiga urinária ausente todas as espécies são ovíparas testículos internos apenas ovário e oviduto esquerdos são funcionais fêmeas heterogaméticas (ZW), machos homogaméticos (ZZ) SISTEMA CIRCULATÓRIO arco aórtico dirigido para a direita eritrócitos nucleados linfonodos ausentes sistema porta renal presente � SISTEMA RESPIRATÓRIO epiglote ausente cordas vocais ausentes (o órgão fonador é a siringe) anéis traqueais completos pulmões levemente extensíveis parabrônquios anastomosantes sacos aéreos presentes diafragma rudimentar (não é funcional) OUVIDO pavilhão auricular ausente ossículo auditivo único (columela) 3. CONTENÇÃO FÍSICA diminuir a iluminação do ambiente utilizar movimentos firmes toalhas podem ser usadas para envolver o paciente (psitacídeos, p. ex.) 4. CONTENÇÃO QUÍMICA resposta individual muito variável cloridrato de quetamina: 20,0 a 40,0 mg/kg, im. tiletamina + zolazepam: 2,0 a 5,0 mg/kg, im quetamina + xilazina: 10,0 a 20,0 mg/kg de quetamina, 2,0 a 4,0 mg/kg de xilazina, ambos por via intramuscular. 5. PATOLOGIA 5.1. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp Quadro clínico/lesões: morte súbita, enterite, abscessos (forma crônica). Diagnóstico: sorologia; cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia, fluidoterapia. 5.2. TUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium avium Quadro clínico/lesões: emagrecimento, diarréia, nódulos caseosos no tubo digestivo. Diagnóstico: pesquisa de BAAR; tuberculinização. Tratamento/controle: não é recomendado. 5.3. PASTEURELOSE Etiologia: Pasteurella spp Quadro clínico/lesões: aerossaculite, pneumonia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.4. BOTULISMO Etiologia: Clostridium botulinum Quadro clínico/lesões: ocorre em anseriformes, gaivotas e falconiformes; paralisia flácida das pernas, asas e do pescoço Diagnóstico: pesquisa da toxina no soro (eletroforese). Controle: remoção da matéria orgânica em decomposição do recinto. Tratamento/controle: antitoxina, lavagem gástrica, tratamento de suporte (alimentação forçada, fluidoterapia). 5.5. MICOPLASMOSE Etiologia: Mycoplasma spp Quadro clínico/lesões: aerossaculite; artrite Diagnóstico: sorologia; cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (tilosina, norfloxacina). 5.6. CLAMIDIOSE Etiologia: Chlamydia psittaci Quadro clínico/lesões: depressão, sinusite, aerossaculite, pneumonia. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (tetraciclinas). 5.7. ENTERITE VÍRICA DOS ANSERIFORMES, “DUCK PLAGUE” Etiologia: Herpesvirus Quadro clínico/lesões: morte súbita, diarréia, hemorragias, esofagite diftérica, depressão, fraqueza das asas, pernas e do pescoço. Diagnóstico: isolamento do vírus. 5.8. VARÍOLA AVIÁRIA Etiologia: Poxvírus Quadro clínico/lesões: forma aguda: morte súbita. Forma crônica: nódulos na face e nas pernas. Forma diftérica: placas diftéricas no esôfago. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão. 5.9. ASPERGILOSE Etiologia: Aspergillus fumigatus Quadro clínico/lesões: doença respiratória crônica (aerossaculite, pneumonia). Diagnóstico: lavagem traqueal, biópsia. Tratamento/controle: anfotericina B, cetoconazole. 5.10. CANDIDÍASE Etiologia: Candida albicans Quadro clínico/lesões: emagrecimento, regurgitação; lesões diftéricas na mucosa do inglúvio. Diagnóstico: pesquisa da levedura nas lesões. Tratamento/controle: nistatina. 5.11. COCCIDIOSE Etiologia: Eimeria spp Quadro clínico/lesões: emagrecimento, diarréia (às veszes com sangue). Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: sulfonamidas. 5.12. TRICOMONOSE Etiologia: Trichomonas spp Quadro clínico/lesões: inapetência, emagrecimento, depressão, dispnéia, regurgitação, lesões diftéricas na orofaringe, no esôfago e inglúvio. Diagnóstico: pesquisa do agente nas lesões. Tratamento/controle: metronidazole. 5.13. MALÁRIA Etiologia: Plasmodium spp Quadro clínico/lesões: ocorre em canários e pingüins. Depressão, anemia, edema palpebral. Diagnóstico: pesquisa do protozaário no sangue. Tratamento/controle: primaquina, mepacrina, cloroquina. 5.14. HEMOPROTEUS Etiologia: Haemoproteus spp Quadro clínico/lesões: apatogênico em pombos. Diagnóstico: pesquisa do protozoário no sangue. � 5.15. ASCARIDIOSE Etiologia: Ascaridia spp Quadro clínico/lesões: diarréia, emagrecimento, depressão. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel, oxfendazole. 5.16. AMIDOSTOMOSE Etiologia: Amidostomum anseris Quadro clínico/lesões: ocorre em anseriformes; anorexia, emagrecimento. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel. 5.17. CAPILARIOSE Etiologia: Capillaria spp Quadro clínico/lesões: anorexia, emagrecimento, diarréia, morte. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel. 5.18. SINGAMOSE Etiologia: Syngamus trachea Quadro clínico/lesões: emagrecimento, dispnéia, tosse, asfixia. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: ivermectina. 5.19. SARNA Etiologia: Knemidocoptes mutans (Galliformes); Knemidocoptes pilae (periquito); Knemidocoptes jamaiscensis (canário) Quadro clínico/lesões: hiperqueratose na pele ao redor dos olhos e do bico (periquito) e pernas (canário e Galliformes). Diagnóstico: exame parasitológico de pele. Tratamento/controle: benzoato de benzila (tópico), ivermectina (sistêmico). 6.20. OSTEOPATIA METABÓLICA Etiologia: deficiência de cálcio e/o vitamina D; excesso de fósforo na dieta. Quadro clínico/lesões: inatividade, fraturas, deformidades ósseas, convulsões, retenção de ovos no oviduto. Diagnóstico: anamnese, radiologia. Tratamento/controle: suplementação comcálcio e vitamina D3, correção da dieta. � MAMÍFEROS � CLASSE MAMMALIA Cerca de 4.000 espécies. Grande diversidade de formas e funções. Distribuem-se por todo o planeta: Equador Trópicos Zonas temperadas Pólos Ocupam todos os ecossistemas: terra, ar e água. Características gerais: Cuidados com a prole. Relativa independência do ambiente. Homeotermia. Fecundação interna. Ligação estreita entre a mãe e os filhos. Presença de pêlos. Glândulas mamárias. Classe Mammalia Ordem Monotremata (Équidna, Ornitorrinco) Ordem Marsupialia (Gambá, canguru). Ordem Tubulidentata (Aardvark) Ordem Hiracoidea (Hirax) Ordem Insectivora (Musaranho) Ordem Dermoptera (Lêmur-voador) Ordem Pholidota (Pangolim) Ordem Edentata (Tatu, tamanduá, preguiça) Ordem Chiroptera (Morcegos) Ordem Primates (Macacos, homem) Ordem Lagomorpha (Coelhos, lebres) Ordem Rodentia (Esquilos, ratos, capivara) Ordem Cetacea (Baleias, golfinhos) Ordem Pinnipedia (Foca, lobo-marinho) Ordem Sirenia (Peixe-boi) Ordem Carnivora (Leão, tigre, onça) Ordem Proboscidea (Elefantes) Ordem Perissodactyla (Zebra, rinoceronte, anta) Ordem Artiodactyla (Cervo, girafa, antílopes). � MEDICINA DE MARSUPIAIS � MEDICINA DE MARSUPIAIS 1. CLASSIFICAÇÃO Classe Mammalia Ordem Marsupialia (16 famílias, 262 espécies) Família Didelphidae - gambás Família Dasyuridae - diabo-da-tasmânia Família Phascolarctidae - coala Família Macropodidae - cangurus 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA todas as espécies possuem um par de ossos epipúbicos pentadáctilos cérebro pequeno marsúpio (bolsa onde carregam os filhotes) ausente em algumas espécies placenta ausente a maioria das espécies apresenta canal de parto transitório, refazendo-se a cada parto; os cangurus apresentam o canal de parto permanente após o primeiro nascimento. três dentes premolares e três ou mais molares temperatural corporal: 33,0 a 37,0 ºC. Durante a primeira metade da vida no marsúpio os filhotes sãp incapazes de manter a temperatura corporal. Reprodução ESPÉCIE CICLO ESTRAL (dias) GESTAÇÃO (dias) PERMANÊNCIA NO MARSÚPIO (dias) gambá (Didelphis albiventris) 23 a 38 13 60 a 70 Canguru-vermelho (Macropus rufus) 34 30 a 40 235 Diabo-tasmânia (Dasyurus spp) 31 105 3. CONTENÇÃO FÍSICA redes luvas de couro armadilhas contenção manual � 4. CONTENÇÃO QUÍMICA cloridrato de quetamina: 15,0 a 30,0 mg/kg, im acetilpromazina: 0,3 a 0,4 mg/kg, im tiletamina + zolazepam: 5,0 mg/kg, im cloridrato de quetamina + cloridrato de xilazina: 10,0 mg/kg de quetamina 2,0 mg/kg de xilazina 5. PATOLOGIA 5.1. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp Quadro clínico/lesões: depressão, diarréia, septicemia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.2. PASTEURELOSE Etiologia: Pasteurella spp Quadro clínico/lesões: broncopneumonia, septicemia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.3. TUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium tuberculosis Quadro clínico/lesões: emagrecimento, nódulos nas vísceras e nos ossos. Diagnóstico: pesquisa de BAAR. Tratamento/controle: não é recomendado. 5.4. CLAMIDIOSE Etiologia: Chlamydia psittaci Quadro clínico/lesões: conjuntivite, pneumonia. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (tetraciclinas). 5.5. NECROBACILOSE, “LUMPY JAW” Etiologia: Fusobacterium necrophorus; Actinomyces spp Quadro clínico/lesões: aumento de volume da mandíbula, osteólise; abscessos pulmonares, gástricos ou hepáticos. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: remoção cirúrgica do tecido comprometido; antimicrobianoterapia. � 5.6. CANDIDÍASE Etiologia: Candida albicans Quadro clínico/lesões: disfagia, desidratação, lesões diftéricas na boca e no esôfago. Diagnóstico: pesquisa do agente nas lesões. Tratamento/controle: nistatina. 5.7. VERMINOSE GÁSTRICA Etiologia: Strongyloides spp, Gnathostoma spp, Spirocerca spp, Physaloptera (Turgida) turgida Quadro clínico/lesões: anemia, diarréia, desidratação, emagrecimento. Diagnóstico:exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel, disofenol. 5.8. VERMINOSE INTESTINAL Etiologia: Oxyuris spp, Vianna spp, Strongyloides spp, Trichuris spp Quadro clínico/lesões: anemia, diarréia, desidratação, emagrecimento. Diagnóstico:exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel, disofenol. 5.9. COCCIDIOSE Etiologia: Eimeria spp, Isospora boughtonii Quadro clínico/lesões: diarréia, anorexia. Diagnóstico:exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: sulfonamidas 5.10. DOENÇA DE CHAGAS Etiologia: Trypanosoma cruzi Quadro clínico/lesões: ocorre no gambá; geralmente não há sinais clínicos. Diagnóstico:pesquisa do protozoário no sangue. 6. RECINTOS dimensões mínimas: comprimento = comprimento do animal x 8 largura = comprimento do animal x 4 altura: espécies terrestres: comprimento do animal x 4 espécies pequenas arborícolas: 1,2 m espécies grandes arborícolas: 1,8 m � 7. MANEJO NUTRICIONAL Gambá (Didelphis albiventris): onívoro; aceita carne, frutas, ovos, ração comercial para cães ou gatos. Coala (Phascolarctos cinereus): alimenta-se quase exclusivamente de folhas de eucaliptos (espécies preferidas - Eucalyptus punctata, Eucalyptus viminalis, Eucalyptuscamadulensis, Eucalyptusterenticornis). Cangurus (Macropodidae): pasto verde, feno de alfafa, sementes, ração comercial para eqüinos ou coelhos (ou a mistura das duas). � MEDICINA DE EDENTATA � MEDICINA DE EDENTATA 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Edentata Família Bradypodidae (preguiças) 2 gêneros Família Dasypodidae (tatus) 9 gêneros Família Myrmecophagidae (tamanduás) 3 gêneros 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA Testículos intrabdominais. A fêmea possui uma cloaca (aberturas genital e urinária comuns). Unhas desenvolvidas (escavadores). Homeotermia imperfeita; a temperatura corporal varia de 32,0 a 35,0 °C. A preguiça-de-três-dedos (Bradypus spp) possui 9 vértebras cervicais; a preguiça-de-dois-dedos (Choloepus spp) tem 6 vértebras cervicais. Os dentes, quando presentes, têm crescimento contínuo. Os tamanduás não apresentam dentes. 2.1. REPRODUÇÃO Preguiças: são poliéstricas; período de gestação de 120 a 200 dias. Tatus: período de gestação de 60 dias. O tatu-galinha (Dasypus novemcinctus) tem um período de gestação prolongado (210 a 240 dias) pois apresenta implantação retardada do embrião. Apenas um folículo sofre ovulação, mas desenvolvem-se 4 fetos monozigóticos. Tamanduás: período de gestação de 160 a 190 dias. 3. CONTENÇÃO FÍSICA A contenção manual geralmente é satisfatória. As unhas podem produzir lesões graves no operador. Redes podem ser usadas para a captura. � 4. CONTENÇÃO QUÍMICA Cloridrato de quetamina: tamanduás - 10,0 a 20,0 mg/kg, im. tatus - 24,0 mg/kg, im. preguiças - 5,0 a 10,0 mg/kg, im. Tiletamina + zolazepam: 1,9 a 6,0 mg/kg, im. Quetamina + diazepam: 10,0 a 20,0 mg/kg de quetamina 0,1 mg/kg de diazepam (ambos por via im). Quetamina + xilazina: 10,0 mg/kg de quetamina 2,0 mg/kg de xilazina (ambos por via im). 5.PATOLOGIA 5.1. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella typhimurium, Salmonella senftenberg Quadro clínico/lesões: diarréia intensa, anorexia, desidratação. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.2. LEPTOSPIROSE Etiologia:Leptospira canicola, Leptospira pomona, Leptospira louisiana Quadro clínico/lesões: não relatado. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.3. LEPRA Etiologia: Mycobacterium leprae Quadro clínico/lesões: ocorre nos tatus. Produz úlceras cutâneas e granulomas. Diagnóstico: pesquisa do agente nas lesões. 5.4. TRIPANOSSOMÍASE Etiologia: Trypanosoma cruzi Quadro clínico/lesões: sem sinais clínicos. Diagnóstico: pesquisa do protozoário no sangue. � 5.5. SARCOCISTÍASE Etiologia: Sarcocystis spp Quadro clínico/lesões: achado necroscópico ocasional, sem sinais clínicos. 5.6. NEMATÓDEOS Etiologia: Ascaris spp Quadro clínico/lesões: anemia, emagrecimento. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole. 5.7. CESTÓDEOS Etiologia: Mathevotaenia surinamensis Quadro clínico/lesões: não relatado. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: não relatado. 5.8. SARNA Etiologia: Sarcoptes scabiei, Psoroptes spp Quadro clínico/lesões: dermatite pruriginosa, perda de pêlos. Diagnóstico: exame parasitológico de pele. 5.9. IMPACTAÇÃO INTESTINAL Etiologia: ingestão de serragem, feno, espiga de milho, por exemplo. Quadro clínico/lesões: anorexia, depressão, abdome distendido, constipação. Diagnóstico: radiologia. Tratamento/controle: óleo mineral. 6. RECINTOS 6.1. Tamanduás:o recinto deve prevenir fuga por escavação. o tamanduá-mirim é arborícola temperatura ambiental: 28,0 a 30,0 °C. umidade relativa do ar: 40 a 60 %. 6.2. Preguiças: são essencialmente arborícolas. territoriais: recomenda-se alojamento individual para evitar brigas. temperatura ambiental:28,0 a 30,0 °C. umidade relativa do ar: 40 a 60 %. � 6.3. Tatus: necessitam de substrato para escavar. deve-se fornecer refúgio e água para benho. dimensões mínimas: 1,0 m x 1,0 m x 0,66 m. temperatura ambiental mínima: 18,3 °C. 7. MANEJO NUTRICIONAL 7.1. Tamanduás: dieta líquida (sem dentes). Leite, ovos, carne, ração comercial para cães ou gatos. Suplemento de vitaminas e sais minerais. 7.2. Preguiças: folhas, frutos em pedaços, cenouras, sementes de leguminosas, ovos cozidos, ração coemercial para cães ou gatos; suplemento de vitamians e sais minerais. A preguiça-de-três-dedos (Bradypus tridactylus) especializou-se no consumo de folhas de embaúba (Cecropia spp). 7.3. Tatus: leite, ovos, carne, ração comercial para cães ou gatos. � MEDICINA DE PRIMATAS � MEDICINA DE PRIMATAS 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Primates Subordem Prosimii - 51 espécies Família Tupaiidae (tupaia) Família Lemuridae (lêmur) Família Indriidae (indri) Família Daubentonidae (aye-aye) Família Lorisidae (lóris) Família Tarsiidae (tarseiro) Subordem Anthropoidea Família Cebidae (bugio, mico-prego, macaco-aranha) - 37 espécies Família Callithricidae (sagüís) - 33 espécies Família Cercopithecidae (macaco-rhesus, babuínos, mandril) - 58 espécies Família Hylobatidae (gibão) - 7 espécies Família Pongidae (chimpanzé, gorilla, orangotango) - 4 espécies Família Hominidae (homem) - 1 espécie 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA Extremidades plantígradas pentadáctilas. Clavículas presentes. Olhos grandes situados no plano frontal da face (visão estereoscópica). Grupo PLATYRRHINI (primatas do Novo Mundo): septo nasal largo, narinas afastadas e voltadas para os lados. Grupo CATARRHINI (primatas do Velho Mundo): septo nasal estreito, narinas próximas e voltadas para baixo. Pênis livre (pendular); algumas espécies possuem báculo. Fêmeas com um par de glândulas mamárias peitorais. Expectativa de vida: espécies pequenas - 10 a 20 anos. espécies grandes - 30 anos ou mais. Temperarura corporal: 37,2 a 40,2 °C (média: 38,8 °C). Freqüência cardíaca: espécies pequenas - 165 a 240 b.p.m. espécies médias e grandes - 95 a 112 b.p.m. Freqüência respiratória: espécies pequenas - 20 a 50 ciclos/min. espécies grandes - -12 a 20 ciclos/min. � 3. CONTENÇÃO FÍSICA Contenção manual, toalhas (espécies pequenas). Redes, luvas de couro. Jaula de paredes deslizantes. 4. CONTENÇÃO QUÍMICA Cloridrato de quetamina: 8,0 a 10,0 mg/kg, im (tranqüilização). 15,0 a 30,0 mg/kg, im (anestesia). Acetilpromazina: 0,5 a 1,0 mg/kg, im, sc, vo. Clorpromazina: 1,0 a 6,0 mg/kg, im, vo. Tiletamina + zolazepam: 2,0 a 6,0 mg/kg, im. Quetamina + xilazina: 11,0 mg/kg de quetamina 0,5 mg/kg de xilazina (ambos por via im). 5. PATOLOGIA 5.1. ERISIPELOSE Etiologia: Erysipelothrix insidiosa. Quadro clínico/lesões: hipertermia, icterícia, mucosas hiperêmicas, infecções respiratórias. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (penicilina); soro hiperimune específico (imunoprofilaxia passiva). 5.2. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp. Quadro clínico/lesões: diarréia intensa, vômito, desidratação, hipertermia, depressão, leucocitose com desvio à esquerda. Diagnóstico: cultivo bacteriológico (sangue e fezes). Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.3. TUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium tuberculosis. Quadro clínico/lesões: emagrecimento crônica, tosse, dispnéia, diarréia. Diagnóstico: tuberculinização; pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes no conteúdo gástrico. Tratamento/controle: isoniazida. 5.4. LEPTOSPIROSE Etiologia: Leptospira canicola, Leptospira icteohaemorrhagiae, Leptospira ballum. Quadro clínico/lesões: icterícia, hemorragias nas mucosas, convulsões, aborto. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia. 5.5. INFECÇÃO POR HERPES SIMPLES Etiologia: Herpesvirus hominis. Quadro clínico/lesões: estomatite herpética no homem; encefalite em primatas não-humanos. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão; isolamento do vírus. 5.6. INFECÇÃO POR HERPES B Etiologia: Herpesvirus simiae. Quadro clínico/lesões: estoamtite herpética nos primatas não-humanos; encefalite no homem. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão; isolamento do vírus. 5.7. HEPATITE B Etiologia: vírus não classificado. Quadro clínico/lesões: icterícia, vômitos, diarréia, depressão. Chimpanzés podem ser portadores assintomáticos. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: administração parenteral de gamaglobulina humana. 5.8. POLIOMIELITE Etiologia: Poliovirus. Quadro clínico/lesões: paralisia flácida dos membros. Diagnóstico: sorologia Tratamento/controle: vacina trivalente humana (oral), após seis meses de idade. 5.9. SARAMPO Etiologia: Paramyxovirus. Quadro clínico/lesões: hipertermia, eritema facial. pneumonia. Diagnóstico: sorologia; pesquisa de corpúsculos de inclusão; isolamento do vírus. Tratamento/controle: vacinação. 5.10. FEBRE AMARELA Etiologia: Flavivirus. Quadro clínico/lesões: hipertermia, icterícia, albuminúria, necrose hepática. Diagnóstico: sorologia. Tratamento/controle: febre amarela. 5.11. ANCILOSTOMOSE Etiologia: Ancylostoma duodenalis, Necator amaricanus. Quadro clínico/lesões: emagrecimento, anemia, diarréia sanguinolenta. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel. � 5.12. ASCARIDATOSE Etiologia: Ascaris lumbricoides. Quadro clínico/lesões: emagrecimento, anemia, diarréia, depressão. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: idem ao anterior. 5.13. ESTRONGILOIDOSE Etiologia: Strongyloides stercoralis. Quadro clínico/lesões: anorexia, depressão, diarréia, dispnéia, tosse (migração das larvas pelos pulmões) Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle:idem ao anterior. 5.14. ESOFAGOSTOMOSE Etiologia: Oesophagostomum apiostomum. Quadro clínico/lesões: depressão, emagrecimento, diarréia, nódulos intestinais (ceco e cólon). Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: idem ao anterior. 5.15. FILARIOSE Etiologia: Dipethalonema gracilis. Quadro clínico/lesões: geralmente não há sinais clínicos. Pode haver hidroperitôneo. Diagnóstico: pesquisa de microfilárias no sangue; os parasito adultos localizam-se na cavidade peritoneal. Tratamento/controle: dietilcarbamazina. 5.16. CESTÓDEOS Etiologia: Bertiella studeri, Oochoristica magatoma, Hymenolapis nana. Diagnóstico: exame parasitolígico de fezes. Tratamento/controle: praziquantel. 5.17. MALÁRIA Etiologia: Plasmodium spp. Quadro clínico/lesões: anorexia, dores musculares, hipertermia. Diagnóstico: pesquisa do protozoário no sangue. Tratamento/controle: quinino. 5.18. DISENTERIA AMEBIANA Etiologia: Entamoeba hystolitica. Quadro clínico/lesões: diartéia (às vezes com sangue), desidratação, depressão. Diagnóstico: pesquisa do protozoário nas fezes. Tratamento/controle: metronidazole. � 5.19. OSTEOPATIA METABÓLICA Etiologia: deficiência de cálcio e/ou de vitamian D; excesso de fósforo na dieta. Quadro clínico/lesões: imobilidade, deformidades ósseas, fraturas, aumento de volume das artriculações. Diagnóstico: anamnese; radiologia. Tratamento/controle: suplementação com cálcio de vitamina D3; correção da dieta. 6. RECINTOS Dimensões mínimas: Massa corporal Área mínima por indivíduo (m2) Altura mímima (cm) menos de 1 kg 0,15 50,8 menos de 3 kg 0,28 76,2 menos de 15 0,40 76,2 15 a 25 kg 0,74 91,4 mais de 25 kg 2,32 213,4 Os primatas necessitam de um ambiente psicologicamente rico. 7. MANEJO NUTRICIONAL Consumo diário: 4 % da massa corporal. Proteína bruta: 25 % (primatas neotropicais, filhotes e fêmeas gestantes) 15 % (primatas do velho mundo). Vitamina C deve ser fornecida com a dieta. Alimentação diversificada: frutos, folhas, sementes, ovos cozidos, carne cozida, ração comercial para cães ou gatos, leite, suco de frutas. Pode-se oferecer também larvas de insetos (Tenebrio spp, por exemplo), insetos adultos (grilos, gafanhotos, baratas) e peixes pequenos. � MEDICINA DE LAGOMORFOS � MEDICINA DE LAGOMORFOS 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Lagomorpha (66 espécies) Família Ochotonidae Gênero Ochotona (lebre-dos-vulcões) Família Leporidae Gênero Lepus (lebre) Gênero Oryctolagus (coelho) Gênero Sylvilagus (tapiti) 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA Dois pares de dentes incisivos superiores (um par rudimentar); 1 par de incisivos inferiores. Dentes com crescimento contínuo. Apresentam diastema. Orelhas proeminentes (em Ochotona spp orelhas pequenas e arredondadas). Lábio superior fendido. Estômago glandular simples. Ceco bastante desenvolvido. Coprofagia (ingerem fezes noturnas). Fêmeas poliéstricas contínuas; ovulação provocada geralmente pela cópula. Período de gestação: Lepus spp - 42 dias. Oryctolagus spp e Sylvilagus spp - 30 a 32 dias. Valores fisiológicos e reprodutivos para coelhos e lebres: Coelho (Oryctolagus cuniculus) Lebre (Lepus europeae) Peso adulto (kg) 2 - 5 2,6 - 6,5 Gestação (dias) 30 - 32 42 Peso ao nascer (g) 30 -100 - Filhotes por parto 4 - 10 2 - 4 Desmame (semanas) 4 - 8 7- 8 Puberdade (meses) 6 - 8 - Temperatura corporal (°C) 37,2 - 39,4 - Freqüência respiratória (*) 32 - 60 - Freqüência cardíaca (**) 130 - 325 - * movimentos respiratórios por minuto. ** batimentos por minuto. 3. CONTENÇÃO FÍSICA Segurar a base das orelhas e a pele do pescoço com uma mão, apoiando o peso do corpo sobre a outra mão posicionada entre as pernas do coelho. “Hipnose” (reflexo de imobilidade). Caixas de contenção. � 4. CONTENÇÃO QUÍMICA Acetilpromazina: 1,0 a 5,0 mg/kg Diazepam: 1,0 mg/kg Quetamina: 44,0 mg/kg Quetamina + xilazina: 35,0 mg/kg de quetamina e 5,0 mg/kg de xilazina. 5. PATOLOGIA 5.1. DERMATOFITOSE Etiologia: Microsporum spp, Trichophyton spp. Quadro clínico/lesões: dermatite com perda de pêlos. Diagnóstico: cultivo micológico. Tratamento/controle: griseofulvina, cetoconazole. 5.2. PASTEURELOSE Etiologia: Pasteurella multocida Quadro clínico/lesões: espirros, tosse, coriza, pneumonia, conjuntivite, gastrenterite, otite, abscessos em diversas regiões do corpo. Diagnóstico: cultivo bacteriológico Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (penicilina, sulfonamidas, sulfonamidas + trimetoprim). 5.3. SÍFILIS Etiologia: Treponema cuniculi Quadro clínico/lesões: balanite (macho), vaginite (fêmea), infertilidade; doença sexualmente transmissível. Diagnóstico: pesquisa da espiroqueta em câmara escura. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (penicilina). 5.4. ENTERITE MUCÓIDE Etiologia: Escherichia coli, Clostridium perfringens, Bacillus piliformis, Salmonella typhimurium. Quadro clínico/lesões: ocorre em animais jovens; morte súbita, diarréia com muco, desidratação, hipotermia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia; tratamento de suporte (fluidoterapia, aquecimento). 5.5. MIXOMATOSE Etiologia: Leporipoxvirus. Quadro clínico/lesões: edema da face, das orelhas e da região genital. Morte em 2 a 5 dias. Transmissão através de mosquitos. Diagnóstico: sinais clínicos; necropsia (edema gelatinoso subcutâneo). Tratamento/controle: combate aos mosquitos. 5.6. FIBROMATOSE Etiologia: Poxvirus. Quadro clínico/lesões: nódulos subcutâneos, com regressão espontânea após alguns dias. 5.7. COCCIDIOSE Etiologia: Eimeria spp, Eimeria stidae (coccidiose hepática). Quadro clínico/lesões: emagrecimento, desidratação, diarréia (às vezes com sangue). Coccidiose hepática: icterícia, hidroperitôneo. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: sulfonamidas, nitrofurazona. 5.8. ESCABIOSE Etiologia: Sarcoptes scabiei. Quadro clínico/lesões: dermatite hiperqueratótica com perda de pêlo no focinho, nas patas e na face externa das orelhas. Diagnóstico: exame parasitológico de pele. Tratamento/controle: amitraz (tópico), ivermectina (sistêmico). 5.9. OTITE PARASITÁRIA Etiologia: Psoroptes cuniculi Quadro clínico/lesões: otite crostosa. Diagnóstico: pesquisa do ácaro nas crostas. Tratamento/controle: amitraz, benzoato de benzila (tópico), ivermectina (sistêmico). 5.10. HELMINTOSES Etiologia: Passalurus ambiguus (ceco), Graphidium strigosum (estômago). Quadro clínico/lesões: diarréia, emagrecimento, anemia. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel. 5.11. GIARDÍASE Etiologia: Giardia spp. Quadro clínico/lesões: diarréia, emagrecimento, alta mortalidade. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: metronidazole. � 5.12. PODODERMATITE Etiologia: Staphylococcus spp. Quadro clínico/lesões: abscessos na face ventral dos pés devido à permanência prolongada sobre sbstrato inadequado (gaiola com piso de arame, sujeira). Imobilidade, hipertermia, artrite. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: limpeza das lesões,.antimicrobianoterapia (local e sistêmica). Fornecer cama limpa e seca. 6. RECINTOS Dimensões mínimas para gaiolas de coelhos (1 a 2 coelhos por gaiola): largura: 45,0 cm altura: 41,0 cm comprimento: 51 cm O coelho doméstico adapta-se bem à gaiola. As espécies silvestres necessitam de áreas amplas com abrigos. Muitas espécies têm atividade noturna. 7. MANEJO NUTRICIONALVegetais diversos: folhas, raízes, frutos e sementes. Ração comercial para coelhos com 16 a 18 % de proteína e 15 a 20 % de fibra. � MEDICINA DE ROEDORES � MEDICINA DE ROEDORES 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Rodentia (3 subordens; 32 famílias; 1729 espécies) Subordem Sciuromorpha (esquilos) Subordem Myomorpha (rato, camundongo, hamster) Subordem Hystrichomorpha (porco-espinnho, capivara, cobaia, chinchila) 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA Dentição: 1 par de dentes incisivos superiores e 1 par de incisivos inferiores. Os dentes têm crescimentos contínuo. Apresentam diastema. Ceco bastante desenvolvido (câmara de fermentação). Pênis dirigido caudalmente; testículos inguinais ou intrabdominais. A maioria das espécies apresenta coprofagia. Alguns roedores são hibernantes (hamster, por exemplo). Reprodução: a Ordem dos Roedores apresenta uma fisiologia reprodutiva muito variada. A Subordem Hystrichomorpha apresenta um período de gestação bastante longo (próximo ou superior a 100 dias) e produzem poucos filhotes por parto (1 a 4), que nascem bastante desenvovidos (olhos abertos, pelagem abundante). A Subordem Myiomorpha apresenta um período de gestação curto (15 a 80 dias), com vários filhotes pouco desenvolvidos (cegos e sem pêlos) por parto. Na Subordem Sciuromorpha o período de gestação varia de 30 a 45 dias e nascem 1 a 6 filhotes (cegos e sem pêlos) por parto. Valores fisiológicos e reprodutivos para espécies selecionadas de roedores Hamster (Mesocricetus auratus) Camundongo (Mus musculus) Rato (Rattus rattus) Gerbilo (Meriones spp) Cobaia (Cavia porcellus) Peso ao nascer (g) 2,0 1,5 5,5 3,0 100,0 Puberdade (dias) 28 - 31 (F) 45 (M) 35 50 -60 21 -35 (F) 70 - 84 (M) 20 -30 (F) 70 (M) Ciclo estral (dias) 4 4 4 4 16 Filhotes/parto 4 - 10 10 8 - 10 1 - 12 1 - 4 Peso adulto (g) 120 (F) 108 (M) 30 300 (F) 500 (M) 75 (F) 80 (M) 850 (F) 1000 (M) Longevidade (anos) 2 -3 3 - 3 1/2 3 4 4 - 5 Temperatura corporal (°C) 36,1 - 37,3 35,7 - 37,7 37,5 - 38,1 38,2 38,0 - 39,1 � 3. CONTENÇÃO FÍSICA Contenção manual Luvas de couro. Armadilhas com iscas (“ratoeiras”). 4. CONTENÇÃO QUÍMICA camundongo hamster gerbilo cobaia chinchila acepromazina (mg/kg) 0,75 0,5 - 1,0 0,5 - 1,0 0,1 - 0,5 0,5 -1,0 diazepam (mg/kg) 5,0 5,0 5,0 2,5 1,0 quetamina (mg/kg) 44,0 44,0 44,0 44,0 44,0 quet.+xil.* (mg/kg) 80,0 + 16,0 80,0 + 16,0 50,0 + 10,0 44,0 + 5,0 35,0 + 5,0 zoletil (mg/kg) 50,0 - 75,0 40,0 - 60,0 - 10,0 - 22,0 15,0 * cloridrato de quetamina associado ao cloridrato de xilazina 5. PATOLOGIA 5.1. LEPTOSPIROSE Etiologia: Leptospira spp. Quadro clínico/lesões: geralmente assintomática; há eliminação do agente pela urina. Diagnóstico: sorologia; isolamento do agente. 5.2. DOENÇA DE TYZZER Etiologia: Bacillus piliformis. Quadro clínico/lesões: início súbito; disrréia, depressão, anorexia, desidratação; colite e tiflite necróticas. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: antimicrobianoterapia (tetraciclinas). 5.3. PSEUDOTUBERCULOSE Etiologia: Yersinia pseudotuberculosis; Yersinia enterocolitica. Quadro clínico/lesões: anorexia, emagrecimento, diarréia; esplenomegalia, hepatomegalia, nódulos amarelos no baço e nos rins. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: sulfonamidas, nitrofuranos. 5.4. ILEÍTE PROLIFERATIVA Etiologia: proliferação de bactérias Gram negativas após antimicrobianoterapia. Quadro clínico/lesões: diarréia, depressão, desidratação. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Tratamento/controle: fluidoterapia, lactobacilos, aquecimento. � 5.5. CORIOMENINGITE LINFOCITÁRIA Etiologia: Arenavirus. Quadro clínico/lesões: geralmente sem sinais clínicos; conjuntivite, edema palpebral, convulsões. Diagnóstico: isolamento do vírus. 5.6. ECTROMÉLIA; VARÍOLA DOS CAMUNDONGOS Etiologia: Poxvirus. Quadro clínico/lesões: conjuntivite, lesões cutâneas papulares, gangrena das extremidades. Forma superaguda: viremia e morte. Pode haver latência do vírus, com surgimento de casos esporádicos. Diagnóstico: isolamento do vírus. 5.7. DERMATOFITOSE Etiologia: Microsporum spp, Trichophyton mentagrophytes. Quadro clínico/lesões: dermatite com perda de pêlos. Diagnóstico: cultivo micológico. Tratamento/controle: cetoconazole, griseofulvina. 5.8. HELMINTOSES Etiologia: Capillaria hepatica, Syphacia spp, Ostertagia spp, Heterakis spumosa, Trichostrongylus spp. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: mebendazole, pamoato de pirantel. 5.9. COCCIDIOSE Etiologia: Eimeria spp. Quadro clínico/lesões: diarréia, emagrecimento, desidratação. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Tratamento/controle: sulfadiazina. 6. MANEJO NUTRICIONAL Vegetais diversos: folhas, raízes e frutos Sementes diversas (amendoim, milho, girassol, aveia, etc.) Ração peletizada para roedores. A cobaia (Cavia porcellus) não consegue sintetizar vitamina C em quantidade suficiente para atender suas necessidades; portanto, deve-se fornecer esta vitamina na dieta (vegetais frescos). � MEDICINA DE CARNÍVOROS � MEDICINA DE CARNÍVOROS 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Carnivora Família Felidae (leão, tigre, onça, puma, ...) Família Canidae (lobo, graxaim, raposa, coiote, chacal, ...) Família Mustelidae (lontra, ariranha, furão, zorrilho, “ferret”, ...) Família Procyonidae (guaxinim, coati, ...) Família Ursidae (ursos, panda-gigante) Família Hyaenidae (hienas) Família Viverridae (suricata, mangusto, ...) 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA Clavículas presentes Dentes bastante diferenciados. Geralmente apresentam cinco dedos (o 1° é reduzido) Intestino curto Báculo (osso peniano) bastante desenvolvido em várias espécies Glândulas paranais desenvolvidas. Panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca): é herbívoro; possui unhas parcialmente retráteis. Sesamóide radial desenvolvido (pseudopolegar) para manusear o bambu. Possui uma bolsa escrotal para cada testículo. Família Temperatura corporal (°C) Freqüência respiratória (mov. resp./min.) Freqüência cardiaca (bat./min) Canidae Felidae 37,8 a 39,9 10 40 a 50 Mustelidae 38,5 216 a 242 Procyonidae Ursidae 37,5 a 38,3 15 a 30 60 a 90 Hyaenidae Viverridae 3. CONTENÇÃO FÍSICA Laços Redes Jaula com parede deslizante � 4. CONTENÇÃO QUÍMICA Doses de fármacos para a contenção química de carnívoros (mg/kg) Famílias Quetamina Xilazina Quetamina/ xilazina Acetilpromazina Tiletamina/ zolazepam Canidae 20,0 a 35,0 1,0 a 2,0 10,0/2,0 0,5 a 1,0 Felidae 5,0 a 15,0 0,8 a 3,0 10,0/2,0 1,0 a 2,0 1,5 a 5,0 Mustelidae 20,0 a 40,0 - 15,0/2,0 - 1,5 a 10,0 Procyonidae 20,0 a 30,0 - 10,0/2,0 - 10,0 Ursidae 5,0 a 9,0 2,0 a 4,5 4,0 a 10,0/2,0 - - Hyaenidae - - 10,0/2,0 - - 5. PATOLOGIA 5.1. CINOMOSE Etiologia: Morbilivirus Quadro clínico/lesões: anorexia, emagrecimento, diarréia, encefalomielite desmielinizante, morte. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão. Controle: vacinação (controverso). 5.2. PANLEUCOPENIA FELINA Etiologia: Parvovirus. Quadro clínico/lesões: vômitos, diarréia, desidratação, leucopenia, hipoplasia cerebelar no feto. Diagnóstico: imunofluorescência; isolamento do vírus. Controle/tratamento: vacinação (fêmeas gestantes não devem ser vacinadas). 5.3. PARVOVIROSE CANINA Etiologia: Parvovirus.Quadro clínico/lesões: vômitos, diarréia, desidratação, anorexia. Diagnóstico: imunofluorescência, isolamento do vírus. Controle/tratamento: não há dados sobre a eficácia e segurança da vacinação em carnívoros silvestres. 5.4. HEPATITE INFECCIOSA Etiologia: Adenovirus. Quadro clínico/lesões: icterícia, bilirrubinemia, ascite, diarréia, convulsões. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão nos hepatócitos. Controle/tratamento: vacinção. � 5.5. RAIVA Etiologia: Rhabdovirus. Quadro clínico/lesões: encefalite, paralisias, morte. Diagnóstico: pesquisa dos corpúsculos de NEGRI; imunofluorescência. Controle/tratamento: vacinação (somente vacinas inativadas !!!!!!!) 5.6. RINOTRAQUEÍTE VÍRICA DOS FELINOS Etiologia: Herpesvirus. Quadro clínico/lesões: hipertermia, rinite, conjuntivite, depressão, abortos. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão; imunofluorescência. Controle/tratamento: vacinação (proteção temporária). 5.7. TOXOPLASMOSE Etiologia: Toxoplasma gondii. Quadro clínico/lesões: hipertermia, anorexia, emagrecimento, dispnéia, tosse, enterite, icterícia, convulsões, aborto. Diagnóstico: sorologia. Controle/tratamento: sulfadiazina associada à pirimetamina. 5.8. COCCIDIOSE Etiologia: Isospora spp. Quadro clínico/lesões: anemia, anorexia, diarréia, emagrecimento. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Controle/tratamento: sulfadiazina. 5.9. BABESIOSE Etiologia: Babesia spp. Quadro clínico/lesões: anemia, icterícia, hipertermia, hemoglobinúria. Diagnóstico: pesquisa do protozoário no sangue. Controle/tratamento: 5.10. TOXOCARIOSE Etiologia: Toxocara spp. Quadro clínico/lesões: anorexia, diarréia, vômitos, emagrecimento. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Controle/tratamento: mebendazole, pamoato de pirantel. 5.11. ANCILOSTOMOSE Etiologia: Ancylostoma spp. Quadro clínico/lesões: depressão, anemia, diarréia. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Controle/tratamento: mebendazole, pamoato de pirantel. � 5.12. CESTÓDEOS Etiologia: Taenia spp, Echinococcus spp, Mesocestoides spp, Dipylidium caninum, Dphyllobotrium spp. Quadro clínico/lesões: diarréia. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes. Controle/tratamento: praziquantel 5.13. SARNA Etiologia: Sarcoptes scabiei, Demodex folliculorum, Notoedres spp, Otodectes cynotis, Ursicoptes americanus. Quadro clínico/lesões: dermatite, rarefação pilosa, prurido. Diagnóstico: exame parasitológico de pele. Controle/tratamento: piretróides, amitraz, ivermectina. 6. RECINTOS 6.1. Felidae Dimensões mínimas por indivíduo: (espécies pequenas: 2,0m x 2,0m x 2,5m (espécies médias: 4,0m x 2,0m x 2,5m (espécies grandes: 8,0m x 4,0m x 4,0m Substrato: grama ou concreto. Abrigo e sombra. Troncos para exercício. 6.2. Canidae Dimensãoes mínimas por indivíduo Massa corporal (kg) Área descoberta (m2) Área coberta (m2) 1,0 a 15,0 0,74 0,74 15,0 a 30,0 1,12 1,12 mais de 30,0 2,23 Bosques cercados. Abrigos. 6.3. Ursidae Recinto com várias níveis verticais. Barreiras visuais. Tanque com água. Refúgio. Troncos para exercício. � 6.4. Procyonidae Dimensões mínimas: 1,0m x 2,0m x 2,0m /casal. 7. MANEJO NUTRICIONAL 7.1 Canidae dieta básica para cães domésticos carcaças inteiras 7.2. Ursidae o urso-polar (Thalarctos maritimus) alimenta-se basicamente de peixes; as outras espécies são onívoras. O panda-gigante alimenta-se basicamente de brotos de bambu, mas aceita outros vegetais, peixes e pequenos mamíferos, quando disponíveis. 7.3. Procyonidae o guaxinim (Procyon spp) e o coati (Nasua spp) são onívoros; aceitam ração comercial para cães, carne, peixes, vegetais e frutos. 7.4. Hyaenidae carne, leite, ovos, farinha de osso, óleo de fígado. consumo diário: 4 % da massa corporal. 7.5. Felidae alimentam-se de roedores, coelhos, aves; aceitam, também, ração comercial para felinos. São os carnívoros mais especializados no consumo de carne (e, portanto, os mais dependentes de carne). Consumo diário: espécies pequenas: 4,0 a 8,0 % da massa corporal. espécies grandes: 1,5 a 3,0 % da massa corporal. jovens em crescimento: 15,0a 25,0 % da massa corporal. fêmeas gestantes: 20,0 a 30,0 % da massa corporal. � Biologia de carnívoros silvestres Espécies Massa corporal (kg) Atividade Regime alimentar Gestação (dias) Filhotes por parto Longevidade (anos) Puberdade (anos) Coati (Nasua spp) 6,0 a 11,0 diurna carnívoro frugívoro 74 2 a 6 10 a 14 - Guaxinim (Procyon lotor) 5,0 a 15,0 noturna carnívoro frugívoro insetívoro 64 1 a 7 - 1 (macho) 2 (fêmea) Guará (Chrysocyon brachyurus) 23,0 noturna carnívoro frugívoro 60 a 65 1 a 3 - - Jaguatirica (Leopardus pardalis) 10,0 a 15,0 noturna carnívoro 2 a 3 12 Puma (Puma concolor) 35,0 a 90,0 diurna carnívoro 93 3 a 4 15 - Leão (Panthera leo) 120,0 a 200,0 diurna/noturna carnívoro 100 2 a 4 20 3 a 4 Tigre (Panthera tigris) 120,0 a 220,0 diurna carnívoro 100 a 110 2 a 4 20 3 a 4 Onça (Panthera onca) 130,0 diurna/noturna carnívoro 93 a 110 1 a 4 - 2,5 a 3,0 � CINOMOSE EM FELÍDEOS � CINOMOSE EM FELÍDEOS 1. ANTECEDENTES: Canídeos, Procionídeos, Mustelídeos e Viverrídeos são suscetíveis à Cinomose, assim como o cateto. Morbilivírus em Pinípedes e Cetáceos. Gatos/porcos: soroconversão sem doença. 2. FELÍDEOS ENVOLVIDOS: Tigre (Panthera tigris) Leão (Panthera leo) Leopardo (Panthera pardus) Onça (Panthera onca) 3. QUADRO CLÍNICO/LESÕES: Padrão 1: alterações do SNC (17%) Padrão 2: quadro digestivo (83%) doença neurológica após o quadro digestivo (43%) 4. PATOLOGIA CLÍNICA: Linfopenia Neutrofilia 5. NECROPSIA: Hiperemia/consolidação pulmonar (85%) Hiperemia das meninges (54%) 6. HISTOPATOLOGIA: Polioencefalite, meningite, pneumonia. Corpúsculos de inclusão. 7. DISCUSSÃO: Contato estreito entre felídeos e guaxinins (Procyon spp) aumenta o risco de exposição ao vírus. FIV e FeLV (imunodepressores) diminuem a resistência a outras infecções (apenas 1 leão foi positivo para FIV). Mutação do Morbilivírus Canino. � MEDICINA DE CETÁCEOS � MEDICINA DE CETÁCEOS 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Cetacea (92 espécies) Subordem Odontoceti Família Platanistidae (botos de água doce) Família Monodontidae (beluga) Família Delphinidae (golfinhos, orca) Família Ziphidae Família Phiseteridae (cachalote) Subordem Mysticeti Família Eschrictiidae (baleia-cinzenta) Família Balaenopteridae (baleia-jubarte) Família Balaenidae (baleia-franca) 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA corpo hidrodinâmico membros anteriores transformados em nadadeiras orelhas ausentes pele sem camda de queratina; tecido subcutâneo com grande quantidade de gordura (isolamento térmico) os dentes, quando presentes (Odontoceti), não diferença de forma (cônicos). Mysticeti sem dentes: apresentam franjas de filtração (“baleen”). orifício respiratório situado no alto da cabeça. língua sem papilas gustativas o estômago dos golfinhos está dividido em 3 compartimentos: 1º: parede espessa com epitélio estratificado. 2º: porção digestiva 3°: porção secretora de muco rins alongados e multilobados rede venosa peri-arterial (termorregulação) adaptados ao mergulho; os cachalotes podem permanecer submersos (em apnéia, portanto) por mais de 2 horas !! temperatura corporal: 35,0 a 37,0°C. � 3. CONTENÇÃO FÍSICA drenagem do tanque: induz imobilidade corpo muito pesado pode levar à asfixia quando estão fora da água, devido ao grande esforço para respirar. quando fora da água devem ser colocados sobre colchões de espuma, mantendo-se a pele úmida e abrigada do sol. 4. CONTENÇÃO QUÍMICA raramente é indicada cloridrato de clordizepóxido: 0,5 mg/kg. im meperidina: 0,25 mg/kg, im trifluomeprazina: 0,25 mg/kg, im cloridrato de quetamina: 1,1 mg/kg, im 5. PATOLOGIA 5.1. ERISIPELOSE Etiologia: Erysipelothrix insidiosa, Erysipelothrix rhusiopathiae Quadro clínico/lesões: anorexia, depressão, lesões cutâneas em forma de losango. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/tratamento: antimicrobianoterapia (penicilina, ampicilina, cloranfenicol). 5.2. PASTEURELOSE Etiologia: Pasteurella spp Quadro clínico/lesões: enterite hemorrágica, morte. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/tratamento: antimicrobianoterapia (penicilina, cloranfenicol). 5.3. HEPATITE Etiologia: desconhecida. Suspeitas: intoxicações, deficiência de colina ou selênio, vírus da Hepatite A (humana). Quadro clínico/lesões: anorexia, depressão, emagrecimento, icterícia, aumento da atividade de ALT. Altas mortalidade (perto de 100 %) e transmissibilidade. 5.4. INFECÇÕES POR Pseudomonas spp Etiologia: Pseudomonas spp. Quadro clínico/lesões: broncopneumonia, dermatite, osteomielite, septicemia, alta mortalidade. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/tratamento: antimicrobianoterapia. � 5.5. NOCARDIOSE Etiologia: Nocardia paraguayensis Quadro clínico/lesões: úlceras orais, nódulos pulmonares. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/tratamento: antimicrobianoterapia. 5.6. PARASITOSE DOS SEIOS AÉREOS Etiologia: Nasitrema spp (Trematoda). Quadro clínico/lesões: localiza-se nos seios aéreos (cabeça) e ouvidos. Necrose cerebral; perda de audição. Diagnóstico: pesquisa dos ovos do parasito no orifício respiratório. Controle/tratamento: praziquantel. 5.7. PARASITOSE HEPÁTICA Etiologia: Campula spp (Trematoda). Quadro clínico/lesões: hepatite. 5.8. PARASITOSE GÁSTRICA Etiologia: Anisakis spp (Nematoda). Quadro clínico/lesões: úlceras gástricas. Diagnóstico: exame parasitológico de fezes; endoscopia. Controle/tratamento: 6. RECINTOS tanques com água do mar (natural ou artificial); salinidade de 2,5 a 3,5 %. preferência para tanques circulares (facilita a higiene) filtros de areia dimensão horizontal mínima: 4x o comprimento do cetáceo profundidade: 1,5x o comprimento do cetáceo. estas dimensões proporcionam espaço suficiente para 2 indivíduos. acompanhamento constante da qualidade da água. � 7. MANEJO NUTRICIONAL alimentação na Natureza: peixes, moluscos, crustáceos, ouriço-do-mar. alimentação oferecida em cativeiro: sardinha, arenque, cavala, lulas. os peixes mortos contêm elevada quantidade de tiaminase; assim, devem ser suplementados com tiamina (25,0 a 35,0 mg/kg de peixe). consumo alimentar: Consumo diário (% da massa corporal) golfinhos em crescimento 9,0 a 15,0 golfinhos adultos 4,0 a 9,0 baleias jovens 5,0 a 9,0 baleias adultas 2,0 a 5,0 � Fisiologia de cetáceos Espécie Gestação (meses) Lactação (meses) Longevidade (anos) Freqüência respiratória (mov.resp./min) Temperatura corporal (°C) Tempo de submersão (min) golfinho (Tursiops truncatus) 12 a 13 18 25 2,2 37,0 6 Orca (Orcinus orca) 12 - 35 0,8 36,0 8 a 10 Baleia-piloto (Globicephala spp) 15 - 40 a 50 - - - Beluga (Delphinapterus leucas) 14 a 15 24 30 a 50 - - - � MEDICINA DE PINÍPEDES � MEDICINA DE PINÍPEDES 1. CLASSIFICAÇÃO Ordem Pinnipedia Família Otariidae (leões-marinhos) - 6 gêneros Família Phocidae (focas) - 13 gêneros Família Odobenidae (morsa) - 1 gênero 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA pele coberta de pêlos grande camada de gordura subcutânea os 4 membros locomotores foram modificados para locomoção aquática tubo digestivo semelhante ao dos carnívoros principais diferenças entre Otarídeos e Focídeos: OTARIIDAE PHOCIDAE corpo delgado corpo fusiforme orelhas proeminetes orelhas ausentes pescoço longo pescoço curto caminham sobre os 4 membros rastejam dentes decíduos mudam com 3 ou 4 meses de idade dentes decíduos são perdidos logo após o nascimento 3. CONTENÇÃO FÍSICA redes jaula de contenção para pinípedes barreiras visuais 4. CONTENÇÃO QUÍMICA cloridrato de quetamina: 4,5 a 11,0 mg/kg, im diazepam: 0,1 a 0,2 mg/kg, im quetamina + diazepam: 5,0 mg/kg de quetamina e 0,1 mg/kg de diazepam. � 5. PATOLOGIA 5.1. LEPTOSPIROSE Etiologia: Leptospira pomona Quadro clínico/lesões: depressão, anorexia, hipertermia, leucocitose, aumento dos níveis de creatinina, nefrite intersticial, hemorragias e úlceras orais. Diagnóstico: sorologia. Controle/Tratamento: a vacinação pode ser efetiva mas não é realizada como rotina. 5.2. PASTEURELOSE Etiologia: Pasteurella multocida Quadro clínico/lesões: enterite hemorrágica, peritonite, dispnéia, hipertermia, leucocitose,, alata mortalidade. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/Tratamento: antimicrobianoterapia. 5.3. HEPATITE VÍRICA Etiologia: vírus não identificado. Quadro clínico/lesões: anorexia, depressão, edema das córneas, paresia, convulsões, necrose hepática. Diagnóstico: pesquisa de partículas víricas nos hepatócitos. 5.4. MICOSES SISTÊMICAS Etiologia: Histoplasma spp, Coccidioides spp, Blastomyces spp. Quadro clínico/lesões: doença respiratória, emagrecimento crônica. Diagnóstico: isolamento do agente. 5.5. VARÍOLA, “SEALPOX” Etiologia: Poxvirus Quadro clínico/lesões: lesões cutâneas hiperqueratóticas localizadas principalmente na cabeça e no pescoço. Regressão espontânea das lesões se não houver doenças secundárias. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão nas lesões. Controle/tratamento: remoção cirúrgica das lesões; vacina autógena. 5.6. PARASITOLOGIA 5.6.1. Verminose pulmonar: Otostrongylus spp 5.6.2. Verminose cardíaca: Dipetalonema spirocauda 5.6.3. Verminose gástrica: Contracaecum osculatum, Anisakis spp. � 6. RECINTOS tanques com água do mar (idem cetáceos) com área seca adicional. 7. MANEJO NUTRICIONAL regras básicas para cetáceos consumo alimentar diário: indivíduos jovens: 8,0 a 15,0 % da massa corporal indivíduos adultos: 4,0 a 8,0 % da massa corporal elefante-marinho: 2,0 a 4,0 % da massa corporal � Fisiologia de pinípedes Espécie Gestação (meses) Lactação (meses) Longevidade (anos) Freqüência respiratória (mov.resp./min) Temperatura corporal (°C) Tempo de submersão (min) foca (Phoca vitulina) 12 1 40 45 3 a 4 37,0 a 38,0 10 a 20 leão-marinho (Zalophus californianus) 12 5 a 6 30 6 37,5 a 38,0 10 a 13 elefante-marinho (Mirounga spp) 11 3 semanas 14 3 35,0 a 37,0 10 a 15 morsa (Odobenus rosmarus) 12 18 30 - - - � MEDICINA DE ELEFANTES � MEDICINA DE ELEFANTES 1. CLASSIFICAÇÃO: Ordem Proboscidea Família Elephantidae (2 espécies) elefante-asiático (Elephas maximus) - 4 subespécies elefente-africano (Loxodonta africana) - 2 subespécies 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA: elefante-africano elefante-asiático macho fêmea macho fêmea massa corporal (kg) 4100 - 5000 2300 - 4000 3700 - 4500 2300 - 3700 altura (m) 2,7 - 3,6 2,3 - 2,7 2,4 - 2,92,1 - 2,4 Pele: 1,9 a 3,2 cm de espessura. Sistema digestivo: estômago simples vesícula biliar ausente fórmula dentária: 2 (I 1/0, C 0/0, P 3/3, M 3/3) = 26 incisivos desenvolvidos (clomilhos = marfim). Possuem esmalte apenas no início do desenvolvimento; mais tarde têm apenas dentina ao redor da polpa. molares fundidos (6 conjuntos trocados durante a vida). testículos intrabdominais glândulas temporais situadas entre o olho e a orelha (produzem secreção oleosa) freqüência cardíaca: 25 a 35 batimentos / minuto freqüência respiratória: 4 a 6 mov. resp. / minuto temperatura corporal: 36,0 a 37,0 °C os elefantes apresentam uma pequena superfície corporal em relação ao volume corporal, o que leva a uma dificuldade para perder calor. período de gestação: 22 meses ciclo estral: 4 meses 3. CONTENÇÃO FÍSICA: o treinamento dos elefantes é fundamental para o sucesso da contenção correntes nos pés ganchos parede deslizante 4. CONTENÇÃO QUÍMICA: sempre é um procedimento arriscado acetilpromazina: 0,007 a 0,07 mg/kg, im xilazina: 0,08 mg/kg, im � 5. PATOLOGIA: 5.1. CARBÚNCULO Etiologia: Bacillus anthracis Quadro clínico/lesões: morte súbita; anorexia, hipertermia, cólica, mucosas hemorrágicas, paralisias, diarréia sanguinolenta. Diagnóstico: cultivo bacteriológico (sangue). Controle/tratamento: antimicrobianoterapia (penicilina). 5.2. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp Quadro clínico/lesões: diarréia profusa, anorexia, hipertermia. Diagnóstico: cultivo bacteriológico Controle/tratamento: antimicrobianoterapia; fluidoterapia (50 a 200 l de solução eletrolitica por dia) 5.3. RUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium tuberculosis Quadro clínico/lesões: emagrecimento progressivo, secreção nasal. Diagnóstico: tuberculinização Controle/tratamento: isoniazida. 5.4. VARÍOLA, “ELEPHANTPOX” Etiologia: Poxvirus Quadro clínico/lesões: lesões cutâneas papulares, hipertermia, conjuntivite, erosões nas mucosas, pododermatite. Zoonose. Diagnóstico: pesquisa de corpúsculos de inclusão, isolamento do vírus. Controle/tratamento: isolamento dos animais doentes; tratamento de suporte, vacinção. 5.5. FEBRE AFTOSA Etiologia: Aphtovirus Quadro clínico/lesões: hipertermia, anorexia, salivação, estomatite (erosões na mucosa oral), pododermatite ulcerativa. Diagnóstico: isolamento do vírus. 5.6. DOENÇAS PARASITÁRIAS Protozoários: Babesia spp, Trypanosoma spp. Trematódeos: Fasciola spp, Protofasciola spp. Nematódeos: Mammomonogamus loxodontus (brônquios); Pharyngobolus spp (estômago); Quilonia spp, Strongylus spp, Amira spp, Strongyloides spp (intestino). � 6. RECINTOS: áreas amplas com abrigo, sombra e tanque com água para banho. toleram melhor o frio do que o calor. 7. MANEJO NUTRICIONAL: em liberdade passam 18 horas/dia se alimentando consumo alimentar: aproximadamente 280 kg/dia alimentação oferecida em cativeiro (Zoológico Nacional de Washington): 45 kg de feno 1,5 kg de aveia 23 kg de alface 23 kg de cenouras 180 g de complemento vitamínico e mineral. 8. BIOLOGIA: Elefante-asiático (Elephas maximus) Distribuição geográfica: Índia, Sri Lanka e Sumatra. “Habitat”: florestas e campos Vive em grupos familiares compostos por 10 a 30 indivíduos com uma fêmea dominante (matriarca). Elefante-africano (Loxodonta africana) Distribuição geográfica: África, ao sul do Saara. “Habitat”: savanas e florestas Vive em grupos familiares às vezes com mais de 100 indivíduos com uma fêmea dominante (matriarca). � MEDICINA DE PERISSODÁCTILOS � MEDICINA DE PERISSODÁCTILOS 1. CLASSIFICAÇÃO: Ordem Perissodactyla (16 espécies) Família Equidae (zebras, cavalos) Família Tapiridae (antas) Família Rhinocerotidae (rinocerontes) 2. ANATOMIA E FISIOLOGIA: III dedo mais desenvolvido Equidae: possuem apenas o III dedo monogástricos com ceco desenvolvido Tapiridae: focinho e lábio superior formam uma pequena tromba móvel filhotes com manchas brancas na pelagem Rhinocerotidae: membros locomotores curtos com 3 dedos espécies africanas possuem 2 chifres; asiáticos com 1 chifre os chifres são formados por queratina, sem suporte ósseo; apresentam crescimento contínuo. rinoceronte-negro: lábio superior cônico e móvel rinoceronte-branco: lábio superior largo monogástricos, com ceco e cólon desenvolvidos. 3. CONTENÇÃO FÍSICA: laços barreiras visuais currais a contenção física apresenta riscos devido ao grande porte dos animais. 4. CONTENÇÃO QUÍMICA: Equidae: etorfina, 2,0 a 5,0 mg + acetilpromazina, 5,0 a 20,0 mg etorfina, 2,0 a 5,0 mg + xilazina, 25,0 a 100,0 mg Anta: etorfina, 1,0 a 3,0 mg Rinocerontes: etorfina, 2,0 a 4,0 mg xilazina, 0,3 a 0,7 mg/kg etorfina, 0,2 mg/kg + acetilpromazina, 2,0 mg/kg � BIOLOGIA DE PERISSODÁCTILOS ESPÉCIE DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA PESO (kg) LONGEVIDADE (anos) Cavalo-de-przewalski (Equus przewalski) Mongólia e China 225 a 240 27 a 32 zebra-de-grevy (Equus grevyi) Etiópia e Quênia 431 a 451 29 a 35 zebra-de-buchell (Equus burchelli) África 366 a 375 22 a 28 anta (Tapirus terrestris) América do Sul 150 a 180 - Rinoceronte-branco (Diceros simus) África central 1500 a 2000 - Rinoceronte-negro (Diceros bicornis) África 1000 a 1400 35 a 40 REPRODUÇÃO DE PERISSODÁCTILOS ESPÉCIE GESTAÇÃO (dias) CICLO ESTRAL (dias) PESO AO NASCER (kg) PUBERDADE (anos) Zebra-de-grevy (Equus grevyi) 399 19 a 33 40 4 (macho) 3 a 4 (fêmea) cavalo-de-przewalski (Equus przewalski) 330 - - - anta (Tapirus terrestris) 390 a 400 - - - Rinoceronte-branco (Diceros simus) 458 a 500 - 35 a 40 - Rinoceronte-negro (Diceros bicornis) 419 a 469 26 a 30 22 a 38,5 4 1/2 FÓRMULAS DENTÁRIAS DE PERISSODÁCTILOS ESPÉCIES INCISIVOS CANINOS PRÉ-MOLARES MOLARES TOTAL zebras 3/3 1/1 3 -4/3 3/3 40 - 42 anta 3/3 1/1 3 - 4/4 3/3 42 - 44 rinocerontes 0/0 0/0 4/4 3/3 28 � 5. PATOLOGIA: 5.1. CARBÚNCULO Etiologia: Bacillus anthracis Quadro clínico/lesões: septicemia, morte súbita, claudicação, ataxia, hemorragias. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/Tratamento: antimicrobianoterapia (penicilina). 5.2. SALMONELOSE Etiologia: Salmonella spp Quadro clínico/lesões: anorexia, emagrecimento, diarréia, hipertermia, desidratação. Diagnóstico: cultivo bacteriológico. Controle/Tratamento: antimicrobianoterapia; tratamento de suporte. 5.3. TÉTANO Etiologia: Clostridium tettani Quadro clínico/lesões: ataxia, rigidez muscular, hipersensibilidade a estímulos ambientais. Diagnóstico: pesquisa da toxina tetânica. Controle/Tratamento: antimicrobianoterapia (penicilina); antitoxina tetânica. 5.4. TUBERCULOSE Etiologia: Mycobacterium tuberculosis Quadro clínico/lesões: emagrecimento progressivo, depressão, dispnéia, tosse, nódulos caseosos nos pulmões, baço e cavidade abdominal. Diagnóstico: tuberculinização; pesquisa de BAAR. Controle/Tratamento: o tratamento não é recomendado. 5.5. FEBRE AFTOSA Etiologia: Aphtovirus Quadro clínico/lesões: ocorre nos Tapirídeos; hipertermia, anorexia, depressão, claudicação, salivação, vesículas e úlceras orais e podais. Diagnóstico: inoculação do material suspeito no coxim plantar de cobaia; reação positiva = vesículas em 1 a 7 dias. Controle/Tratamento: não relatado. 5.6. HELMINTOSES Etiologia: Equidae: Strongylus spp, Strongyloides spp, Parascaris spp, Oxyuris spp. Tapiridae: Strongyloides spp, capilarídeos, ascarídeos. Rhinocerotidae: Anoplocephala spp, Habronema spp, Oxyuris spp, Strongylus
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