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Na primeira questão: 
Transformações ligadas ao uso da energia elétrica, em substituição ao carvão. Aponta que o século XIX, dentro de certa interpretação, é chamado de o grande século XIX, na qual é feita uma distinção com relação ao século cronológico, indo desde a Revolução Francesa até a Primeira Guerra Mundial. Neste contexto, a existência de um Sistema Internacional, diretamente ligado ao padrão ouro, representou o apogeu deste século. Na Primeira Revolução Industrial, destaca-se o uso do carvão, ao passo que na Segunda Revolução Industrial ganha destaque o uso de novas fontes de energia, como o petróleo e a eletricidade. Todas as mudanças tecnológicas associadas à iluminação, à ferrovia a diesel, o motor a explosão, as telecomunicações, instalações das primeiras linhas telefônicas no começo do século XX. 
O auge dessa sociedade do século XIX vai ser então interrompido pela Primeira Guerra Mundial. As Guerras Napoleônicas terminam em 1814. Século do apogeu da Inglaterra, caracterizando-se como a grande economia do período, sendo que após a Primeira Revolução Industrial transforma-se no primeiro país industrializado e consolida essa sua posição após a vitória sobre a França nas Guerras Napoleônicas. A Alemanha vai de certa maneira se opor a essa ordem, chegando inclusive a ultrapassar a Inglaterra no que diz respeito à indústria do ferro, do aço e também de outros setores tecnologicamente avançados como a química, a elétrica e a indústria automobilística. No entanto, quando se tem um conflito de grandes proporções, fica claro que a aliança entre Inglaterra, França e mais tarde EUA era muito maior em termos econômicos que a aliança entre a Alemanha e o Império Austro-Húngaro.
Sob o ponto de vista militar a Alemanha foi até bem sucedida na Primeira Guerra. O gasto em termos de números de mortos é relativamente menor com relação aos demais países, mas no longo prazo percebe-se que os demais países são muito mais poderosos economicamente.
O período de 1870 – 1913 é a consolidação dessa ordem econômica e política do século XIX. O avanço do padrão ouro, um sistema de comércio internacional baseado fundamentalmente no livre comércio, período do liberalismo clássico. Por sua vez, a Europa consolida o a divisão da África em áreas de influência europeia. 
Um profunda transformação na economia europeia e mundial com a consolidação de novas indústrias que vão marcar o apogeu dessa Revolução Industrial, mas também o início do século XX. Ao mesmo tempo que a Inglaterra encontra seu auge, mas também o fim do seu poderio econômico, com o final da Primeira Guerra Mundial. Observa-se ascensão dos EUA, mostrando-se muito mais poderosos que a Inglaterra sob diversos aspectos, deixando de ser devedor líquido e passando a principais credores do mundo. A Inglaterra ainda está ampliando as suas bases coloniais, que se mostraram muito frágeis ante à situação econômica desta (não pode mais se aventurar), além da tentativa de retomada da paridade existente antes da Guerra ter enfraquecido sua posição no contexto europeu.
Na segunda questão 
a)
Regras do jogo:
Para que o sistema funcionasse era necessária a existência de liberdade de exportação, importação, compra e venda de ouro. 
A taxa de câmbio era fixa. 
Esses dois pontos eram fundamentais e deviam ser respeitados pelos países que adotassem o padrão ouro.
Observa-se, portanto, que quando se faz controle de movimento de capitais, isso representa a saída do padrão ouro. As regras do jogo não mais estão sendo cumpridas. Quando se deixa a moeda flutuar, isso também representa uma saída do padrão ouro. 
Uma outra característica importante do padrão ouro é que a autoridade monetária não pode atuar como credor de última instância. Sendo assim, quando ocorre uma corrida bancária, as pessoas vão aos bancos e querem o seu estoque em ouro. Dessa maneira, o que a autoridade monetária poderia fazer seria passar as suas reservas de ouro. No entanto, essas reservas de ouro são para atender às suas próprias operações, resultando num poder de ação muito limitado, não podendo atuar como credor de última instância, resultando na quebra dos bancos. Caso o governo decida ajudar um banco em dificuldades, isso representa uma saída do padrão ouro. Exemplo do Banco da Áustria, em 1931. 
Não são aceitáveis, portanto, intervenções anticíclicas nesse padrão, mas somente intervenções pró-cíclicas.
b)
Após a Primeira Guerra Mundial, mesmo quando se tem a estabilização de fato, já não havia mais tanta convicção de que os países iriam seguir de qualquer maneira garantir as regras do jogo. Para se garantir as regras do jogo, é preciso aceitar situações como um aumento do desemprego ou mesmo uma redução no nível da atividade econômica. Dentro da lógica de funcionamento do padrão ouro, no que diz respeito à Teoria Quantitativa da Moeda (David Hume), tem-se que a velocidade de circulação do ouro é fixa, o número de transações é fixa, quando se cai a oferta de moeda, o nível de preços cairá (não é possível realizar todas as transações com o nível de preços existentes na economia). Uma parcela das mercadorias não será vendida, obrigando os comerciantes a diminuir o preço. Esse processo de ajuste do padrão ouro implica oscilações no nível de atividade econômica, com salários reduzidos quando há perda de meios de pagamento e melhora com os meios de pagamento retornam, os salários oscilam para cima e para baixo, os preços oscilam para cima e para baixo, tudo oscila para cima e para baixo no padrão ouro. 
Após a Primeira Guerra Mundial surgem várias novas Repúblicas, várias democracias, o sistema eleitoral se expande, os governos são muito mais frágeis. Nesse contexto, os agentes econômicos começam a ficar em dúvida se um determinado governo vai realmente assumir a responsabilidade de segurar o padrão ouro. Exemplo do caso da Alemanha em que houve um desastre, com a queda do nível da atividade da economia e ascensão de um governo radical. O sistema que funcionava de maneira mais suave antes da Primeira Guerra Mundial. Houve também o aumento do número de eleitores, sendo que agora opinião da população para a ser um fator que é levado em consideração em termos de desenvolvimento de política econômica.
Nesse sistema, a operação depende que a política econômica seja muito pouco influenciada pela agenda política. Para que isso ocorra, o sistema precisa manter um alto grau de credibilidade, ou seja, que os governos não serão sensíveis aos ciclos econômicos.
Outro argumento com relação ao funcionamento desse sistema é que a Europa de 1870-1913 era muito mais autoritária e com um número de eleitores muito menor que o período após a Primeira Guerra Mundial. Com um série de requisitos para ser eleitor, os quais foram flexibilizados, sendo que o governo passou a sofrer muito mais pressão política.
c) 
A Inglaterra estabiliza no sentido de fazer a conversão pelo preço antes da Guerra. A França estabiliza a uma fração do que era antes da Guerra e a Alemanha troca de moeda. Dessa maneira, estes representam os três caminhos de estratégia de restauração do padrão ouro após a Guerra.
Terceira questão
Existe uma correlação entre os compromissos assumidos pela Alemanha no pós Guerra e o aumento de preços. A Alemanha é obrigada a fazer uma transferência para o exterior, num volume de recursos, em uma moeda que ela não dispõe. Isso representa um problema, com o aparecimento de elevados déficits públicos que deviam ser financiados.
Quando se tem um déficit público, há três maneiras de financiá-lo: endividamento interno, endividamento externo e emissão. O endividamento interno depende da existência de um mercado interno para a colocação de títulos público, o que não era o caso da Alemanha. Com relação ao endividamento externo, antes do Plano Dawes, isso não era possível. Sendo assim, a única maneira do governo fazer frente às suas despesas era via emissão (o aumento de impostos era reduzido pelos limites políticos muito reduzidos). 
Ao longo dos séculos XIX e XX um dos fatoresque consolidam a economia dos países era a sua capacidade dos países assumirem uma grande dívida pública. A Inglaterra, a França e a Alemanha, todos eles foram países que, em caso de emergência, conseguiam rapidamente gerar recursos via dívida pública interna, significando capacidade de mobilização de recursos. Mostrando sua capacidade econômica de operar na medida de suas necessidades.
Comentários (complemento às questões):
Os depósitos à vista podem ser retirados a qualquer momento. Com relação às operações de empréstimos e desconto de títulos, dentre outras operações, não se pode exigir o pagamento antecipado. Para que os empréstimos se concretizem, faz-se necessário apresentar as chamadas garantias colaterais, sendo que estas devem, na maioria das vezes, ser ligeiramente maiores que os empréstimos realizados, como garantia de execução em caso de uma inadimplência. Os bancos, portanto, emprestam para aqueles que possuem dinheiro, mas que não possuem liquidez. 
Boato que um banco irá quebrar, espalhado por alguém que tem a percepção que economia vai mal. As pessoas exigem os seus depósitos, que irão diminuir nos bancos, obrigando-os a usar o próprio capital para substituir o dinheiro de terceiros nessa operação. Quando o capital fica negativo e não há mais condições de pagar os seus depositantes, ele fecha as portas (não há mais condições de honrar os seus compromissos). O banco pode fechar as portas tendo uma situação econômica razoável (garantias seguras). Mas ante à impossibilidade de atender aos seus clientes, ele deixa de operar. Esse fenômeno é conhecido como corrida bancária. Hoje em dia é possível auxiliar os bancos nesse tipo de dificuldade recorrendo aos bancos centrais, para os quais não há limite de emissão de moeda. Assim, caso os empréstimos sejam “seguros”, no curto prazo o banco consegue sobreviver a essa “corrida” e continuar em funcionamento posteriormente.
Plano Dawes (1924)
Resolve a questão da conversibilidade. A Alemanha não tinha ouro em grande quantidade, realizando uma estabilização de fato e não de direito. Nesse contexto, com o Plano Dawes, a Alemanha tem o tamanho da sua dívida de guerra reduzida e diferida no tempo, bem como obter linhas de empréstimos. Com isso, consegue reservas em ouro para estabilizar o marco numa nova situação. O rettenmark é uma transição, sendo que depois seria retomado o deutsche mark, com uma nova taxa de câmbio.
Intervenção pró-cíclica. Inicialmente os comerciantes/industriais vão relutar em diminuir preços, embora não consigam vender. Quando a taxa de juros é aumentada pelo governo, não se consegue manter esses esforços e eles são obrigados a vender, provocando queda de preços. Com isso, a exportação aumenta, havendo recuperação.

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