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Fundamentos de Direito Administrativo - GP - 2012.1

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Prévia do material em texto

Curso 
GESTÃO PÚBLICA 
 
Disciplina 
FUNDAMENTOS DE 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
Marcelo PEREIRA 
 
 
www.avm.edu.br 
2012.1
 
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Olá, meu nome é Marcelo Pereira dos Santos, sou mestre em Direito 
Econômico pela UNIG – Universidade Iguaçu – Rio de Janeiro. No 
momento, estou comprometido com as seguintes atividades 
acadêmicas: 
Na Faculdade São José – Rio de Janeiro, professor das disciplinas 
Direito Processual Civil, Direito Processual do Trabalho, Direito 
Constitucional e Direito Empresarial para o curso de Direito; 
Na UNIABEU (Associação Brasileira de Ensino Universitário - Rio de 
Janeiro, professor das disciplinas Direito Internacional e Direito 
Empresarial, para o curso de Direito; 
Na ESA (Escola Superior da Advocacia) - Rio de Janeiro, a disciplina 
Direito Empresarial para o curso preparatório para o exame da OAB. 
Possuo, ainda, os seguintes cursos: de Especialização (pós-graduação) 
em Planejamento, Implantação e Gestão em Educação a Distância, 
pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Especialização (pós-
graduação) em Educação Tecnológica, pelo CEFET-RJ (Centro Federal 
de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), ambos na 
modalidade EAD. Docência do Ensino Fundamental e Médio – Direito e 
Legislação (pós-graduação), no Instituto a Vez do Mestre. Cursando 
Processo Civil e Processo do Trabalho (pós-graduação), Universidade 
Veiga de Almeida. 
É com muita satisfação que recebi o convite para participar do projeto 
de elaboração do material didático de ensino a distância do curso de 
Tecnologia em Gestão Pública, disciplina Fundamentos do Direito 
Administrativo, do Instituto a vez do Mestre. Espero contribuir com 
este trabalho para o aprimoramento do aluno no desempenho de suas 
atividades laborativas. Desejo ainda que, ao final do caderno, todos 
possamos perceber quanto os conhecimentos adquiridos sobre a 
disciplina estudada serão importantes para o desempenho da profissão 
de Tecnólogo em Gestão Pública. 
 
 
 
 
 
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07 Apresentação 
 
09 
Aula 1 
Direito administrativo 
 
33 
Aula 2 
Agentes públicos 
 
61 
Aula 3 
Controle da Administração Pública 
 
87 
Aula 4 
Contrato administrativo 
 
109 
Aula 5 
Outros mecanismos de atuação do 
Estado 
 
130 Referências bibliográficas 
 
Fundamentos de Direito 
Administrativo 
 
 
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Neste caderno você terá a oportunidade de estudar e discutir os seguintes 
temas: 
As noções preliminares sobre Direito Administrativo, seus conceitos, princípios e 
suas fontes. A forma de organização do estado brasileiro, os poderes inerentes 
ao Estado, as características e funcionamento do Legislativo, do Judiciário e do 
Executivo. Assim como, Administração Pública e os atos administrativos; Os 
Agentes Públicos e os Serviços Públicos, com suas características, suas 
peculiaridades. Destacando seus princípios, finalidades e limitações, os 
processos administrativos; como o Estado exerce o controle da Administração 
Pública, quais as regras e modalidades previstas nos processos licitatórios, bem 
como a atuação do Tribunal de Contas; As modalidades de contratos 
administrativos, conceitos, características, e conteúdos. Controle, interpretação 
e formalização. Execução, inexecução, alteração e extinção; os outros 
mecanismos de atuação do Estado. Responsabilidade Extracontratual do 
Estado. O Direito Municipalista Brasileiro e os aspectos preponderantes da Lei 
de Improbidade Administrativa. Do exposto, esperamos que ao final do estudo 
deste caderno os alunos possuam todas as condições para entender, refletir e 
aplicar os conhecimentos adquiridos sobre os fundamentos do Direito 
Administrativo e suas prerrogativas teóricas, na estrutura jurídica brasileira, no 
desempenho da atividade profissional de Tecnólogo em Gestão Pública, assim 
como a importância desse conteúdo, ora estudado, no atual mundo corporativo. 
Antecipadamente, esclarecemos que as competências estudadas nesta 
disciplina são de fundamental importância para a compreensão das relações 
jurídicas que envolvem o curso de Tecnólogo em Gestão Pública e a vida do 
profissional da área. 
 
 
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Este caderno de estudos tem como objetivos: 
 
 Definir Direito Administrativo, compreender as noções gerais 
sobre a organização do estado brasileiro, os poderes inerentes 
ao Estado, as características e o funcionamento do Legislativo, 
do Judiciário e do Executivo, o da administração pública como 
um todo. Apontar os aspectos preponderantes dos atos 
administrativos; 
 Entender os conceitos de agentes públicos e serviços públicos, 
suas características, suas peculiaridades, destacando seus 
princípios, finalidades e suas limitações; 
 Apontar como o Estado exerce o controle da Administração 
Pública, quais são as regras e as modalidades previstas. 
Identificar as características e as modalidades do processo 
licitatório; 
 Identificar as modalidades de Contratos Administrativos e 
discutir os efeitos destes na sociedade brasileira; 
 Refletir sobre outros mecanismos de atuação do Estado. 
Direito Administrativo 
 
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O propósito desta aula é apresentar ao aluno o conhecimento 
sobre Direito Administrativo, através das noções preliminares de 
Organização dos Estados, da divisão dos poderes e das 
características gerais sobre a administração pública e as 
características dos atos administrativos. 
Preliminarmente, apresentaremos as definições de Direito 
Administrativo, os comentários sobre o surgimento do Estado, a 
divisão dos poderes e como eles são utilizados para a função de 
controle da própria atuação do Estado. Assim, estudaremos como 
o Estado está organizado, qual o papel de cada poder no contexto 
da administração pública. Em seguida, passaremos a discutir os 
atos administrativos. 
Será interessante discutir os aspectos constitucionais relacionados 
com os poderes e a administração pública previstos na CRFB 
/1988. Assim, compreender a expressão ―Poderes independentes 
e harmônicos entre si‖. 
 
 
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Conceituar Direito Administrativo; 
 Conhecer os fundamentos históricos da Administração Pública; 
 Discutir as características dos poderes Legislativo, Judiciário e 
Executivo; 
 Identificar as peculiaridades dos atos administrativos. 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 10 
Direito Administrativo 
 
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
 
Olá, amigos, bem-vindos ao universo do Direito 
Administrativo. Essa disciplina é parte integrante de 
todos os editais de concursos públicos e essencial para 
a compreensão do papel do Estado nas suas relações 
com a sociedade. Assim, conseguir um bom 
aproveitamento no seu estudo é fundamental para o 
sucesso acadêmico e profissional... 
 
CONCEITOS, PRINCÍPIOS E FONTES 
 
Conceito 
Muitos autores elaboraram conceitos sobre 
Direito Administrativo. Entretanto, o mais difundido 
pelos doutrinadores é o do prof. Helly Lopes Meirelles 
que estabelece: ―conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado‖.1 
 
Princípios 
Para que possamos compreender o universo 
jurídico, temosnecessidade de procurar outros 
elementos além das Leis, Decretos, Regulamentos, 
neste contexto temos os princípios definidos como: 
 
São os pilares, as bases do 
ordenamento. Eles traçam as 
orientações, as diretrizes que devem 
ser seguidas por todo o Direito. A 
estrutura do Direito é corolário de tal 
forma dos princípios jurídicos, que 
dificilmente pode-se dissertar 
 
1
 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30 ed. Malheiros. p. 40. 
Aula 1 | Direito administrativo 11 
doutrinariamente sobre qualquer tema 
decorrente desta ciência, sem que haja 
uma série de princípios a serem 
citados2. 
 
Fontes 
Viver em sociedade requer o respeito a certas 
regras de conduta, que, por vezes, são estabelecidas 
nas leis, nos decretos, nos regulamentos, nos 
costumes, na jurisprudência, na doutrina. O conjunto 
dos dispositivos destinados a estabelecer as regras de 
convivência pacífica em sociedade é o que chamamos 
de Fontes. O Direito Administrativo utiliza as seguintes 
fontes: A Lei, A Doutrina, A Jurisprudência e Os 
Costumes. 
 
A Lei é a principal fonte do Direito 
Administrativo. A Lei abrange a Constituição Federal, as 
Leis Complementares, Ordinárias, Delegadas, Decretos 
Resoluções e Regulamentos. 
 
A Doutrina é a opinião produzida pelos 
renomados autores sobre temas do universo jurídico. 
 
A Jurisprudência pode ser entendida como o 
conjunto de decisões reiteradas produzidas pelos 
Tribunais Superiores, que passam a servir de referência 
para as sentenças judiciais futuras. 
 
Os Costumes são a prática de atos não previstos 
em lei que servem como referência para regra de 
conduta. Exemplo de costumes: o cheque é ordem de 
pagamento à vista. Entretanto, é usado, nas relações 
comerciais, para pagamento futuro, através dos 
famosos ―cheques pré-datados‖. 
 
2
WIKIPÉDIA, http://pt.wikipedia.org/wiki/Princ%C3%ADpio_jur%C3%ADdico. Acessado em 19 de 
julho de 2001. 
Importante 
 
 
Os princípios do 
Direito 
Administrativo serão 
estudados no item 
1.5. Por agora 
podemos adiantar 
que fazem parte dos 
princípios o da 
Legalidade, 
Moralidade, 
Impessoalidade, 
Publicidade e 
Eficiência. Atenção: 
você pode encontrar 
outros, além dos 
acima citados. 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 12 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO 
 
A Organização do Estado é estudada através dos 
conceitos estabelecidos pela disciplina Teoria Geral de 
Estado. Assim, como nos ensina Kildare de Carvalho: 
 
A Teoria Geral do Estado é ciência 
teórica, especulativa, que se propõe a 
estudar o Estado em si mesmo, no que 
tem de essencial e permanente no 
tempo. [...] é ciência enciclopédica, 
pois se utiliza de conhecimentos da 
Sociologia, da História, da Matemática 
(teoria dos jogos), dentre outras 
ciências3. 
 
O estudo sobre Teoria Geral do Estado nos leva 
a discutir, sob a ótica científica, três temas: Sociedade, 
Política e Estado. O nosso conhecimento empírico já 
nos alerta que os temas se confundem, ou melhor, que 
são correlatos. Para explicar melhor, vamos procurar 
defini-los. 
 
Sociedade: Para CARVALHO (1999), 
 
Não há, todavia, uma unanimidade de 
pensamento quanto ao conceito de 
sociedade. Em seu sentido mais 
amplo, a sociedade refere-se à 
totalidade das relações sociais entre os 
homens. Mas a fim de evitar 
ambiguidade deste conceito lato, que 
parece comparar a sociedade com 
qualquer grupo social, tem-se 
entendido por sociedade o maior dos 
grupos que o indivíduo pertence, ou o 
grupo dentro do qual os membros 
compartilham dos elementos e 
condições básicas da vida em comum.4 
 
Nesta concepção, podemos dizer que a definição 
de sociedade tem como característica básica a 
convivência de pessoas sob determinadas regras ou 
condições e em um determinado lugar ou região. 
 
3
 CARVALHO, Kildare Gonçalves de. Direito Constitucional Didático. p. 26. 
4
 CARVALHO, Kildare Gonçalves de. Ob. cit. p. 33. 
Aula 1 | Direito administrativo 13 
POLÍTICA: Segundo MOREIRA NETO (2005), 
 
A organização político-jurídica, 
apresenta como elemento essencial à 
existência do Estado, é, todavia, um 
conceito dúplice, compreendendo 
estrutura e funcionamento, à 
semelhança de um corpo físico, que, 
para atingir suas finalidades, 
desenvolve funções específicas e, para 
desempenhá-las, cria órgãos 
especializados5. 
 
Assim, a política é a forma de organização da 
sociedade, criando e desenvolvendo mecanismos para 
ajudar na organização do Estado. 
 
ESTADO: Conforme ALEXANDRINO E PAULO 
(2005), 
 
Estado é pessoa jurídica territorial 
soberana, formada pelos elementos 
povo, território e governo soberano. 
Esses três elementos são 
indissociáveis e indispensáveis para 
noção de um Estado independente: o 
povo, num território, organizado 
segundo sua livre e soberana 
vontade6. 
 
Ao analisar a definição de Estado, podemos 
destacar seus elementos caracterizadores: POVO, 
TERRITÓRIO e GOVERNO SOBERANO. 
 
Evolução histórica do Estado 
O estudo do surgimento das civilizações e a sua 
influência no comportamento da sociedade moderna 
são os instrumentos utilizados pelos doutrinadores para 
ajudar no entendimento do conceito moderno de 
Estado. Assim, ao estudarmos as características 
principais do Estado antigo (oriental), do Estado grego, 
do romano, do Estado no período medieval, teremos 
condição de compreender a Administração Pública do 
Estado moderno. 
 
5
 MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. pg. 9. 
6
 PAULO e ALEXANDRINO, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. Direito Administrativo. p. 10. 
Importante 
 
 
Elementos 
caracterizadores do 
Estado: POVO, 
TERRITÓRIO e 
GOVERNO 
SOBERANO. 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 14 
Estado oriental – com destaque para as 
civilizações egípcias, mesopotâmica, hebraica e persa, 
possuía como característica a teocracia, forma 
monárquica absoluta, com redução drástica dos direitos 
fundamentais e individuais. Geralmente possuía grande 
extensão territorial e seus monarcas eram tratados 
como divindades. 
 
Estado grego – se caracterizou por desenvolver 
uma sociedade com cidadãos livres conhecidos como a 
pólis grega, embora sua população fosse composta 
também por maetecos (estrangeiros) e por escravos. 
Os dois últimos, sem nenhuma participação política. 
Cultuava os antepassados, na religião predominava o 
politeísmo. Conseguiu desenvolver com sua pólis a 
democracia grega. Os cidadãos livres poderiam 
participar das decisões políticas. Seu território era 
pequeno, porém sua participação no desenvolvimento 
do pensamento humano é imensurável. 
 
Estado romano – também cultuava os 
antepassados, sua base era o agrupamento familiar, 
onde o chefe da família detinha poder sobre todos os 
seus membros. Isso, de certa forma, serve para 
justificar os episódios históricos, nos quais os próprios 
filhos tramavam a morte do pai. Uma característica 
marcante dos romanos foi a separação entre o poder 
público e o poder privado. O surgimento do direito civil 
com o reconhecimento da propriedade, do casamento, 
dos contratos e das relações comerciais. Por um tempo 
foi considerado grande conquistador e o poder político 
era exercido, na maior parte do império, no seu 
Imperador. Consagrou a influência da política nas 
questões do império. Permitiu o surgimentodo senado. 
 
Estado medieval – este período foi marcado pelo 
surgimento de vários feudos e a desintegração de um 
poder central. Nesta época não havia uma coesão, o 
Aula 1 | Direito administrativo 15 
poder político era exercido pelo senhor feudal. Esse 
período teve o fortalecimento da religião, no ocidente, 
em especial o cristianismo, que passou a ter até poder 
político. 
 
Estado moderno – somente neste período, surge 
propriamente o Estado, onde o poder político passa a 
ser uno, concentrado no soberano. O rei passa a ter 
imediata ligação com o povo, que se sujeita ao seu 
poder. Surge a necessidade de desenvolver 
mecanismos de controle da atuação do Estado e 
Montesquieu desenvolve a teoria da tripartição dos 
poderes, para que possam funcionar como mecanismo 
de freios e contrapesos. Daí surgem os poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário. 
 
Charles-Louis de Secondatt, ou simplesmente 
Charles de Montesquieu, senhor de La Brède ou barão 
de Montesquieu (castelo de La Brède, próximo a 
Bordéus, 18 de Janeiro de 1689 — Paris, 10 de 
Fevereiro de 1755), foi um político, filósofo e escritor 
francês. Ficou famoso pela sua Teoria da Separação dos 
Poderes, atualmente consagrada em muitas das 
modernas constituições internacionais. 
 
PODERES DO ESTADO 
 
A estrutura organizacional do Estado brasileiro 
está consagrada na nossa constituição federal, nos seus 
artigos 1º e 2º: 
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito. 
 
Aula 1 | Direito administrativo 16 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
O Brasil está organizado, administrativamente, 
da seguinte forma: na esfera federal pela União; na 
esfera estadual pelos Estados-membros (ex.: Goiás, 
Pará, Paraná) e na esfera municipal pelos Municípios. 
 
Para facilitar a nossa compreensão sobre a 
estrutura organizacional do Estado, passaremos a 
analisar cada um dos poderes do Estado, na esfera 
federal. 
 
Legislativo 
O Poder Legislativo Federal é composto pela 
Câmara dos Deputados (representantes do povo) e pelo 
Senado Federal (representante dos Estados-membros). 
Assim, fica fácil entender a forma de representação. No 
caso da Câmara dos Deputados, os Estados membros 
elegem seus representantes de forma proporcional ao 
número de habitantes, estados mais populosos, maior o 
número de Deputados Federais. O Senado Federal é o 
representante dos Estados-membros, como todos 
possuem o mesmo grau de importância, cada Estado 
membro possui três representantes, assim como o 
Distrito Federal, que mesmo sem ser considerado um 
Estado, também possui representantes no Senado 
Federal. 
 
O Poder Legislativo possui como função principal 
a elaboração das leis. Sendo responsável pelo processo 
legislativo, atuando no sistema bicameral, com uma 
casa iniciadora dos projetos de lei e outra revisora. 
Outras funções do Poder Legislativo: fiscalizar o Poder 
Executivo e processar e julgar algumas autoridades por 
crimes de responsabilidade e julgar as contas dos 
demais poderes. 
Quer 
saber mais? 
 
 
Para aprender mais 
sobre processo 
legislativo consulte a 
constituição federal 
artigos 59 ao 69, no 
endereço eletrônico: 
 
http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/con
stituicao/constitui%
C3%A7ao.htm ) 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 17 
Judiciário 
Atualmente, o Poder Judiciário brasileiro possui 
os seguintes órgãos: o Supremo Tribunal Federal; o 
Conselho Nacional de Justiça; o Superior Tribunal de 
Justiça; os Tribunais Regionais Federais e Juízes 
Federais; os Tribunais e Juízes do Trabalho; os 
Tribunais e Juízes Eleitorais; os Tribunais e Juízes 
Militares; os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios. 
 
A função do Poder Judiciário é garantir os 
direitos individuais, coletivos e sociais e resolver 
conflitos entre cidadãos, entidades e estado. Para isso, 
tem independência e autonomia administrativa e 
financeira garantidas pela Constituição Federal7. 
 
Executivo 
O poder Executivo Federal atua para colocar 
programas de governo em prática ou na prestação de 
serviço público. É formado por órgãos de administração 
direta, como os Ministérios, e indireta, como as 
empresas públicas. 
 
Como atribuição atípica, o Executivo exerce o 
controle do Judiciário, nomeando os ministros do 
Supremo Tribunal Federal (STF) e dos demais tribunais 
superiores. Também age junto ao Legislativo, 
participando da elaboração das leis e sancionando ou 
vetando projetos. 
 
O Poder Executivo Federal tem como chefe 
máximo o Presidente da República, que também é o 
chefe de Estado e de Governo, já que o Brasil adota o 
regime presidencialista. O presidente exerce, ainda, o 
comando supremo das Forças Armadas8. 
 
7
http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/estrutura/poder-judiciario-assegura-direitos-dos-cidadaos, 
acessado em 20/7/2011. 
8
http://www.brasil.gov.br/sobre/o-brasil/estrutura/poder-executivo-1, acessado em 20/7/2001. 
Aula 1 | Direito administrativo 18 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
A expressão Administração Pública possui mais 
de um significado, compreendê-los ajudará no 
desenvolvimento de conceitos e competências sobre o 
tema. 
 
CONCEITO 
 
Segundo MEIRELLES (2005): 
 
O estudo da Administração Pública, em 
geral, compreende as suas atividades, 
deve partir do conceito de Estado, 
sobre o qual repousa toda a concepção 
moderna de organização e 
funcionamento dos serviços públicos a 
serem prestados aos administrados.9 
 
A professora DI PIETRO (2005) nos alerta que a 
maioria dos doutrinadores costumam apresentar duas 
definições para a expressão Administração Pública, a 
primeira em sentido subjetivo, formal ou orgânico, 
ela designa os entes que exercem a atividade 
administrativa, compreende pessoas jurídicas, órgãos e 
agentes públicos; a segunda em sentido objetivo, 
material ou funcional, ela designa a natureza da 
atividade exercida pelo seus referidos entes. Neste 
sentido, a Administração Pública é a própria função 
administrativa10. 
 
Administração Pública Direta e 
Administração Pública Indireta 
 
Com a finalidade de especificar, mais 
detalhadamente, o tema Administração Pública, os 
doutrinadores passaram a classificá-la em 
Administração Pública Direta e Administração Pública 
Indireta. 
 
9
 MEIRELLES, Hely Lopes. Ob. cit. p. 59. 
10
 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17 ed. p. 54. 
Aula 1 | Direito administrativo 19 
Compreendendo a Administração Pública Direta: 
 
O conjunto de órgãos que integram as 
pessoas Políticas do Estado (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios), 
aos quais foi atribuída a competência 
para o exercício, de forma 
centralizada, de atividades 
administrativas11. 
 
Administração Pública Indireta é: 
 
O conjunto de pessoas administrativas 
que, vinculadas à Administração 
Direta, têm a competência para o 
exercício, de forma descentralizada, da 
atividade administrativa12. 
 
Fazem parte do universo da Administração 
Pública Indireta as Autarquias, as Empresas Públicas, 
as Sociedades de Economia mista e as Fundações 
Públicas. 
 
Autarquia é um tipo de administração indireta 
que está diretamente relacionada à Administração 
central, visto quenão pode legislar em relação a si, 
mas deve obedecer à legislação da Administração à 
qual está submissa. 
 
É ainda importante destacar que as autarquias 
possuem bens e receita próprios, assim, não se 
confundem com bens de propriedade da Administração 
direta à qual estão vinculadas. Igualmente, são 
responsáveis por seus próprios atos, não envolvendo a 
Administração central, exceto no exercício da 
responsabilidade subsidiária. 
 
O artigo 1º do Decreto-lei 900 diz que empresa 
pública: 
 
11
 PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo. 10ª ed. p. 19. 
12
 Idem. 
Aula 1 | Direito administrativo 20 
É a entidade dotada de personalidade 
jurídica de Direito Privado, com 
patrimônio próprio e capital exclusivo 
da União, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica que 
o Governo seja levado a exercer por 
força de contingência ou de 
conveniência administrativa, podendo 
revestir-se de qualquer das formas 
administrativas em Direito. 
 
De acordo com o Decreto-lei 900, sua definição é: 
 
Entidade dotada de personalidade 
jurídica de Direito Privado, criada por 
lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade 
anônima, cujas ações com direito a 
voto pertençam em sua maioria à 
União ou à entidade de Administração 
indireta. 
 
Fundações Públicas são entidades dotadas de 
personalidade jurídica de direito público, sem fins 
lucrativos, criadas em virtude de autorização legislativa 
para o desenvolvimento de atividades de interesse 
público, como educação, cultura e pesquisa, sempre 
merecedoras de amparo legal. São criadas por lei 
específica e regulamentadas por decreto, 
independentemente de qualquer registro. 
 
Poderes administrativos 
Para que a Administração Pública possa cumprir 
com suas atribuições, é necessário que o Administrador 
seja investido nos poderes da Administração, definidos 
por CARVALHO FILHO (2010) como: 
 
Conjunto de prerrogativas de direito 
público que a ordem jurídica confere 
aos agentes administrativos para o fim 
de permitir que o Estado alcance seus 
fins. 
 
Os poderes são: Vinculado, Discricionário, 
Hierárquico, Disciplinar, Regulamentar e de Polícia. 
Aula 1 | Direito administrativo 21 
Os poderes podem ser compreendidos da 
seguinte forma: Vinculado – o administrador está 
limitado à lei para praticar os atos administrativos (ex: 
para realizar uma obra é necessário observar o 
orçamento, que é uma lei); Discricionário – é a 
possibilidade de escolher qual ato irá praticar primeiro. 
(ex.: está prevista no orçamento a realização de cinco 
obras, qual irá começar primeiro?); Hierárquico - na 
esfera administrativa do Estado existe a hierarquização 
das funções (servidores, chefes, diretores, secretários, 
ministros, prefeitos, governadores e presidentes); 
Disciplinar – os servidores públicos estão sujeitos aos 
processos disciplinares para apurar atos de indisciplina, 
faltas e práticas de atos ilícitos; Regulamentar - é a 
prerrogativa de editar normas destinadas a 
regulamentar a atividade estatal (ex.: o poder 
Executivo fixa o teto para a isenção da declaração de 
ajuste anual do Imposto de Renda); De Polícia – Não 
fica restrito apenas à ideia de polícia judiciária ou 
policiamento ostensivo, embora estes também façam 
parte do conjunto de Poder de Polícia. É caracterizado 
pelo poder de fiscalização, seja ela alfandegária, 
fazendária, vigilância sanitária, ordem pública, 
educação, saúde. 
 
ATO ADMINISTRATIVO 
 
Conceito, Requisito e Elemento 
Conceito para MEIRELLES (2010): 
 
É toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, 
agindo nessa qualidade, tenha por fim 
imediato adquirir, resguardar, 
transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou impor obrigação 
aos administrados ou a si própria. 
 
Requisitos dos atos administrativos são descritos 
pela doutrina como os elementos necessários para dar 
validade ao ato praticado, são eles: competência, 
Aula 1 | Direito administrativo 22 
finalidade, forma, motivo e objeto. Devem estar 
presentes todos, simultaneamente, para a validade do 
Ato Administrativo. 
 
Competência refere-se às atribuições legais dos 
agentes ou dos órgãos para a prática dos atos 
administrativos. 
 
Finalidade é a destinação do ato conforme 
previsão legal. 
 
Forma é o modo pelo qual o ato deve ser 
praticado. 
 
Motivo é o pressuposto de fato ou de direito que 
justifica o ato. 
 
Objeto é o assunto que trato o ato. 
 
Característica e Espécies 
Característica – o Ato Administrativo possui 
como característica ser geral ou especial. No caso dos 
gerais, não há um destinatário determinado, são atos 
normativos editados pela Administração Pública. No 
caso dos Atos Administrativos Individuais, destinam-se 
a uma determinada pessoa ou grupo de pessoas com 
situação jurídica particular. Ex.: nomeação de servidor, 
autorização aos morados para fechar a rua ao público. 
 
Espécies – os Atos Administrativos possuem as 
seguintes espécies: de império, de gestão, de 
expediente, vinculado, discricionário, simples, complexo 
e composto. 
 
Aula 1 | Direito administrativo 23 
Invalidação, Revogação e Anulação 
Invalidação - Uma das características do Ato 
Administrativo é a sua vigência. Ele estará valendo para 
o mundo jurídico até que ocorra o desfazimento. Para 
facilitar o entendimento, uma vez publicado, esteja 
viciado ou não, terá vigência e deverá ser cumprido, 
com base nos princípios do Direito Administrativo, até 
que ocorra formalmente o seu desfazimento. 
 
É oportuno destacar que o desfazimento do Ato 
Administrativo pode ocorrer por vício, por ilegalidade, 
por falta de necessidade ou por força do princípio da 
discricionariedade, que permite ao Administrador 
Público, com base na lei, avaliar a conveniência e a 
necessidade do ato. 
 
Revogação – ocorre em consequência do Poder 
Discricionário, somente sendo permitida sua realização 
pela própria Administração Pública, que possui 
competência para retirar do mundo jurídico atos 
válidos, legítimos, perfeitos, porém que se tornaram 
desnecessários, inconvenientes ou inoportunos. 
 
Anulação – esta decorre da existência de 
ilegalidade no ato administrativo. Podendo ser realizada 
pela própria Administração Pública, através dos seus 
mecanismos de controle ou pelo Poder Judiciário. 
 
Ato e Fato Administrativo 
Ato Administrativo – É necessário estar atento 
ao estudo do Ato Administrativo em comparação com o 
Fato Administrativo, conforme definido, o Ato 
Administrativo é proveniente da ação do Administrador 
Público, devidamente investido na função pública, 
dentro da sua esfera de competência e nos limites da 
lei. 
Importante 
 
 
Saber diferenciar 
revogação de 
anulação. 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 24 
Fato Administrativo – CARVALHO SANTOS 
(2011) define como “tudo aquilo que retrata a alteração 
da dinâmica na administração, um movimento na ação 
administrativa”13. O fato administrativo pode surgir de 
um ato administrativo, por uma conduta da 
administração pública ou motivado por uma fenômeno 
da natureza. Portanto, o fato administrativo, engloba o 
ato administrativo. 
 
EXERCÍCIO 1 
 
Você procura a prefeitura para solicitar um alvará de 
funcionamento e é atendido por uma pessoa, que é 
empregada da Empresa de limpeza e conservação, que 
estava, indevidamente, atendendo os usuários. O 
alvará é concedido com aassinatura desta pessoa. No 
problema apresentado acima, o Ato Administrativo será 
ANULADO OU REVOGADO? Por quê? 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
EXERCÍCIO 2 
 
Entre os elementos sempre essenciais à validade dos 
atos administrativos, não se inclui o da: 
 
( A ) Forma própria; 
( B ) Motivação; 
( C ) Condição resolutiva; 
( D ) Finalidade; 
( E ) Autoridade competente. 
 
 
13
 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Ob. cit. p. 89. 
Aula 1 | Direito administrativo 25 
 
EXERCÍCIO 3 
 
Qual a pessoa jurídica de direito público categorizada 
como Administração Indireta? 
 
( A ) Empresa pública; 
( B ) Distrito Federal; 
( C ) Organização social; 
( D ) Autarquia. 
 
EXERCÍCIO 4 
 
A natureza jurídica da autarquia administrativa é: 
 
( A ) Pessoa jurídica de direito privado; 
( B ) Pessoa jurídica de direito público interno; 
( C ) Pessoa jurídica de direito privado de fins públicos; 
( D ) Pessoa política autônoma e descentralizada. 
 
EXERCÍCIO 5 
 
Pessoa jurídica de direito privado criada por lei 
específica, com capital exclusivamente público, para 
realizar atividade de interesse da administração 
instituidora nos moldes da iniciativa particular, podendo 
revestir qualquer forma e organização empresarial, é 
conceito jurídico de: 
 
( A ) Fundação governamental; 
( B ) Sociedade de economia mista; 
( C ) Ente paraestatal; 
( D ) Empresa pública. 
 
 
 
 
 
Aula 1 | Direito administrativo 26 
 
EXERCÍCIO 6 
 
Mecanismo de frenagem da Administração Pública 
contra os abusos de direito individual é uma forma de 
conceituar: 
 
( A ) Poder de polícia; 
( B ) Poder vinculado; 
( C ) Poder discricionário; 
( D ) Poder hierárquico. 
 
EXERCÍCIO 7 
 
Explique os poderes do estado brasileiro. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
EXERCÍCIO 8 
 
Qual a definição de Estado no Direito moderno? 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
Aula 1 | Direito administrativo 27 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 Direito Administrativo; 
 
 Conceito: ―conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e 
as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo Estado‖; 
 
 Princípio: Para que possamos compreender o 
universo jurídico, temos necessidade de 
procurar outros elementos além das Leis, 
Decretos, Regulamentos, neste contexto 
temos os princípios definidos como: ―são os 
pilares, as bases do ordenamento. Eles 
traçam as orientações, as diretrizes que 
devem ser seguidas por todo o Direito. A 
estrutura do Direito é corolário de tal forma 
dos princípios jurídicos, que dificilmente 
pode-se dissertar doutrinariamente sobre 
qualquer tema decorrente desta ciência, sem 
que haja uma série de princípios a serem 
citados‖; 
 
 Fonte: A Lei, A Doutrina, A Jurisprudência e 
Os Costumes; 
 
 Organização do estado brasileiro; 
 
Aula 1 | Direito administrativo 28 
 Estado: Conforme Alexandrino e Paulo 
(2005), ―Estado é pessoa jurídica territorial 
soberana, formada pelos elementos povo, 
território e governo soberano. Esses três 
elementos são indissociáveis e indispensáveis 
para noção de um Estado independente: o 
povo, num território, organizado segundo sua 
livre e soberana vontade‖. Ao analisar a 
definição de Estado, podemos destacar seus 
elementos caracterizadores: povo, território e 
governo soberano; 
 
 Poderes do estado: Legislativo, Judiciário e 
Executivo; 
 
 Administração Pública: A expressão 
Administração Pública possui mais de um 
significado, compreendê-los ajudará no 
desenvolvimento de conceitos e competências 
sobre o tema; 
 
 Conceito: Segundo MEIRELLES (2005), ―o 
estudo da Administração Pública, em geral, 
compreende as suas atividades, deve partir 
do conceito de Estado, sobre o qual repousa 
toda a concepção moderna de organização e 
funcionamento dos serviços públicos a serem 
prestados aos administrados‖; 
 
 Administração Pública Direta e Administração 
Pública Indireta: Com a finalidade de 
especificar, mais detalhadamente, o tema 
Administração Pública, os doutrinadores 
passaram a classificá-la em Administração 
Pública Direta e Administração Pública 
Indireta; 
 
Aula 1 | Direito administrativo 29 
 Compreendendo a Administração Pública 
Direta ―o conjunto de órgãos que integram as 
pessoas Políticas do Estado (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios), aos quais foi 
atribuída a competência para o exercício, de 
forma centralizada, de atividades 
administrativas‖; 
 
 Administração Pública Indireta é o ―conjunto 
de pessoas administrativas que, vinculadas à 
Administração Direta, têm a competência 
para o exercício, de forma descentralizada, da 
atividade administrativa‖; 
 
 Fazem parte do universo da Administração 
Pública Indireta as Autarquias, as Empresas 
Públicas, as Sociedades de Economia mista e 
as Fundações Públicas; 
 
 Autarquia é um tipo de administração indireta 
que está diretamente relacionada à 
Administração central, visto que não pode 
legislar em relação a si, mas deve obedecer à 
legislação da Administração à qual está 
submissa; 
 
 Poderes administrativos: Os poderes são: 
Vinculado, Discricionário, Hierárquico, 
Disciplinar, Regulamentar e de Polícia; 
 
Aula 1 | Direito administrativo 30 
 Ato Administrativo: Conceito, Requisito e 
Elemento - ―é toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigação aos administrados ou a si própria‖; 
 
 Requisitos dos atos administrativos são 
descritos pela doutrina como os elementos 
necessários para dar validade ao ato 
praticado, são eles: competência, finalidade, 
forma, motivo e objeto. Devem estar 
presentes todos, simultaneamente, para a 
validade do Ato Administrativo; 
 
 Característica e Espécies; 
 
 Característica – o Ato Administrativo possui 
como característica serem gerais ou 
especiais; 
 
 Espécies – os Atos Administrativos possuem 
as seguintes espécies: de império, de gestão, 
de expediente, vinculado, discricionários, 
simples, complexo e composto; 
 
 Invalidação, Revogação e Anulação; 
 
 Invalidação - Uma das características do Ato 
Administrativo é a sua vigência. Ele estará 
valendo para o mundo jurídico até que ocorra 
o desfazimento; 
 
Aula 1 | Direito administrativo 31 
 Revogação – ocorre em conseqüência do 
Poder Discricionário, somente sendo 
permitido sua realização pela própria 
Administração Pública, que possui 
competência para retirar do mundo jurídico, 
atos válidos, legítimos, perfeitos, porém que 
se tornaram desnecessários, inconvenientes 
ou inoportunos; 
 
 Anulação– esta decorre da existência de 
ilegalidade no ato administrativo. Podendo ser 
realizada pela própria Administração Pública, 
através dos seus mecanismos de controle ou 
pelo Poder Judiciário; 
 
 Ato e Fato Administrativo; 
 
 Ato Administrativo – É necessário estar 
atento ao estudo do Ato Administrativo em 
comparação com o Fato Administrativo; 
 
 Fato Administrativo – ―tudo aquilo que retrata 
a alteração da dinâmica na administração, um 
movimento na ação administrativa‖. O fato 
administrativo pode surgir de um ato 
administrativo, por uma conduta da 
administração pública ou motivado por 
fenômeno da natureza. Portanto, o fato 
administrativo, engloba o ato administrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agentes Públicos 
 
Marcelo Pereira 
 
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Nesta aula, teremos a oportunidade de estudar os Agentes 
Públicos e os Serviços Públicos. Isso permitirá conhecer melhor a 
estrutura administrativa do Estado. Compreender os conceitos, as 
principais características sobre os temas. 
O propósito desta aula é apresentar ao aluno o conhecimento 
sobre como o Estado classifica seus agentes públicos e qual o seu 
papel no contexto da administração pública. 
Outro tópico de relevância no capítulo é o referente aos serviços 
públicos, o propósito é dar uma visão global sobre o tema. 
Inicialmente, apresentaremos as definições de Agentes Públicos, 
classificação, o regime jurídico, cargo, função, direitos, deveres, 
responsabilidade e processo administrativo disciplinar. Já nos 
Serviços Públicos, vamos discutir conceito, classificação e 
requisitos, regulamentação e controle, formas de gestão e a 
aplicação do Código de Defesa do Consumidor. 
O estudo deste capítulo permitirá ao aluno refletir sobre o papel 
dos agentes e dos serviços públicos no cotidiano da sociedade 
moderna. 
 
 
O
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja 
capaz de: 
 
 Entender os conceitos de Agentes Públicos e Serviços Públicos; 
 Identificar suas características e peculiaridades; 
 Apontar os princípios, as finalidades e as limitações, 
relacionadas com os Agentes e os Serviços Públicos. 
 
Aula 2 | Agentes públicos 34 
Servidores Públicos e Serviços Públicos 
 
Agentes Públicos 
Segundo CARVALHO FILHO (2011, p. 537): 
 
A expressão agentes públicos tem 
sentido amplo. Significa o conjunto de 
pessoas que, a qualquer título, 
exercem uma função pública como 
prepostos do Estado. Essa função pode 
ser remunerada ou gratuita, definitiva 
ou transitória, política ou jurídica. O 
que é certo é que, quando atuam no 
mundo jurídico, tais agentes estão de 
alguma forma vinculados ao Poder 
Público. 
 
Na visão de MEIRELLES (2005, Ps.75): 
 
Agentes públicos são todas as pessoas 
físicas incumbidas, definitiva ou 
transitoriamente, do exercício de 
alguma função estatal. Os agentes 
normalmente desempenham função do 
órgão, distribuídas entre os cargos que 
são titulares, mas excepcionalmente 
podem exercer função sem cargo. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS 
 
Os Agentes Públicos se classificam em Agentes 
Políticos, Agentes Particulares, Servidores Públicos e 
Agentes de Fato. 
 
Agentes Políticos 
São os componentes do Governo em seus 
primeiros escalões, para o exercício de atribuições 
constitucionais. Atuam com ampla liberdade funcional e 
possuem prerrogativas próprias, não estando sujeitos, 
em regra, a controle hierárquico, submetendo-se 
somente aos limites constitucionais e legais 
estabelecidos. Exercem funções governamentais, 
judiciais e quase judiciais, atuando com independência 
nos assuntos de sua competência. São remunerados 
por subsídio. 
Aula 2 | Agentes públicos 35 
São exemplos de agentes políticos os chefes do 
Poder Executivo e seus auxiliares diretos, os 
parlamentares, os magistrados, os membros do 
Ministério Público, os membros dos tribunais de contas 
e os representantes diplomáticos. 
 
SERVIDORES PÚBLICOS 
 
Conceito 
Na definição da ilustre professora DI PIETRO 
(2004, p. 433): 
 
Servidores públicos em sentido amplo, 
as pessoas físicas que prestam serviço 
ao Estado e às entidades da 
administração indireta, com vínculo 
empregatício e mediante remuneração 
paga pelos cofres públicos. 
 
Classificação 
A doutrina costuma classificar os servidores 
públicos em 03 (três) grupos que são: servidores 
estatutários, empregados públicos e servidores 
temporários. 
 
Servidor Estatutário 
São os servidores sujeitos ao regime jurídico 
previsto em lei especial, que no caso da União é a Lei 
8.112/90 (Estatuto do Servidor Civil da União). 
 
Empregados Públicos 
São os servidores contratados pelo regime 
jurídico da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). 
Nessa condição o servidor se assemelha a um 
trabalhador comum quanto às garantias e direitos, 
relativas à relação de emprego. 
 
Servidor Temporário 
São aqueles contratados por tempo determinado 
para atenderem às necessidades temporárias de 
Aula 2 | Agentes públicos 36 
excepcional interesse público, previstos no art. 37, IX 
da CRFB/88. 
 
Regime Jurídico 
A contratação de servidor público deve respeitar 
as regras relativas ao regime jurídico que pode ser o 
estatutário ou celetista. A diferença básica entre eles é 
o fato de o regime estatutário ser disciplinado por lei e 
regras vigentes ao momento da posse e que não 
podem ser alteradas pela vontade das partes, somente 
permitindo alterações advindas da edição de novas leis. 
Já no regime celetista, também conhecido como 
contratual, as partes podem de comum acordo, dentro 
dos parâmetros legais, alterar as relações contratuais, 
sem que essas alterações configurem alguma 
ilegalidade. 
 
PROVIMENTO, INVESTIDURA, CARGO E FUNÇÃO 
 
O contexto constitucional costuma empregar 
diferentes vocábulos para designar a relação entre o 
servidor e o Estado, entre estas expressões as mais 
comuns são cargo e função. Inicialmente, é relevante 
destacar que para o servidor ocupar cargo público a 
administração pública deve percorrer as seguintes 
etapas, provimento, investidura, cargo e função. 
 
Provimento 
É o fato administrativo que traduz o 
preenchimento de um cargo público. 
 
Investidura 
Definida como o conjunto de atos destinados a 
preencher de forma legítima um cargo público. A 
investidura compreende a nomeação, a posse e o 
exercício dos cargos públicos. 
 
Aula 2 | Agentes públicos 37 
Cargo 
Cargo público é, na definição de Celso Antônio 
Bandeira de Melo, apud DI PIETRO (2004, p. 438): 
 
A denominação dada a mais simples 
unidade de poderes e deveres a serem 
expressos por um agente. 
 
Função 
Nas lições de MEIRELLES (2005, p. 75): 
 
As funções são os encargos atribuídos 
aos órgãos, cargos e agentes. 
 
Nessa conceituação temos as seguintes 
conclusões, o Órgão público recebe a função, 
desempenha as atribuições de sua competência e 
repassa aos seus agentes para que possam agir dentro 
dos limites da lei. 
 
Como exemplo podemos destacar a atuação da 
Receita Federal. A Constituição confere à receita a 
competência para o desempenho da função de exercer 
a fiscalização sobre a população, essa função é 
repassada aos fiscais que realizam diretamente a 
fiscalização. É importante destacar que os fiscais não 
atuam deliberadamente, ou seja, ao seu bel prazer, 
eles estão limitados às previsões legaispara o exercício 
de suas funções. 
 
IPC 
O ingresso no quadro de servidor público, em 
regra, somente ocorre mediante concurso público 
conforme previsto no Art. 37 CRFB/88. Exceção a essas 
regras são os cargos de confiança onde ocorre a 
indicação. Exemplos os Ministros de Estado, os 
nomeados para os 1º, 2º e 3º escalões do governo, os 
assessores. 
 
Aula 2 | Agentes públicos 38 
REMUNERAÇÃO 
 
Inicialmente, é importante destacar que a Lei de 
Responsabilidade Fiscal impôs à administração pública 
regras relativas às despesas relacionadas com o 
pagamento de pessoal, assim sendo, a União não pode 
gastar mais de 50% da receita corrente líquida, os 
estados-membros e os municípios só podem gastar 
com pessoal 60% das suas receitas líquidas corrente. 
Essa nova perspectiva jurídica fez com que o Estado 
disciplinasse a regra do subsídio para algumas 
categorias de agentes públicos, teto salarial por 
poderes e escalonamento proporcional. 
 
a) Subsídio é a forma de remuneração única 
sem acréscimo de qualquer gratificação, 
abono, adicional, prêmio, verba de 
representação ou espécie remuneratória. O 
valor é significativo e congrega todos estes 
elementos, por este motivo não é permitida 
qualquer forma de acréscimo. É pago em 
parcela única. 
b) Teto remuneratório – Nos três poderes foi 
instituído o teto remuneratório da seguinte 
forma: no executivo, na União, o teto é o 
salário (subsídio) do Presidente da República; 
nos estados-membros é o do Governador; 
nos municípios, o do Prefeito. No Executivo 
ocorreu uma falha técnica, já que o salário do 
Prefeito ou o do Governador pode ser igual, 
ou maior, que o do Presidente. Não estão 
escalonados de forma proporcional. Nos 
Poderes Legislativo e Judiciário, ficou 
determinada a regra da proporção, como 
veremos abaixo: 
 
Aula 2 | Agentes públicos 39 
Legislativo Federal teto, Legislativo Estadual 
70% do teto do Federal e nos municípios proporção ao 
Legislativo Estadual e limitação quanto ao número de 
habitantes e a arrecadação. 
 
No Judiciário, o teto dos estados-membros é de 
90,25% dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, 
PENAS DISCIPLINARES 
 
A administração pública utiliza a expressão 
Processo Administrativo em duas situações, a primeira 
refere-se ao conjunto de papéis e documentos 
organizados em uma pasta e referentes a um dado 
assunto de interesse do servidor, da administração ou 
do particular frente a uma relação jurídica com o 
Estado. 
 
O termo processo na linguagem jurídica tem 
sentido de marcha para a frente, avanço, progresso, 
desenvolvimento. Podendo ser definido como conjunto 
de atos cujo propósito é provocar a administração 
pública com o intuito de ver anuladas ou alteradas as 
decisões ou atos administrativos que digam respeito às 
relações jurídicas em que estejam envolvidos. 
 
A segunda interpretação da expressão processo 
administrativo esta relacionada com a questão de 
natureza disciplinar. 
 
Processo Administrativo Disciplinar 
No ordenamento jurídico brasileiro, os meios de 
apuração são o processo administrativo disciplinar e a 
sindicância. 
Aula 2 | Agentes públicos 40 
A legislação prevê obrigatoriamente a realização 
de processo administrativo disciplinar nos casos que 
impliquem penas de perda de cargo para servidor 
estável, art 41 da CRFB/88. A mesma exigência é 
realizada pela Lei 8.112/90, quando as penas são 
suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação da 
aposentadoria e disponibilidade, destituição de cargo de 
comissão. Fica também prevista a instauração de 
processo administrativo disciplinar para demissão ou 
dispensa do servidor efetivo ou estável, 
comprovadamente ineficiente ou desiduoso no 
desempenho de suas funções. Art 100 do Decreto-lei nº 
200 de 25.02.67. 
 
O processo administrativo disciplinar é realizado 
por uma comissão disciplinar, cujo propósito é 
assegurar maior imparcialidade na instrução do 
processo. 
 
O processo se desenvolve nas seguintes fases: 
instauração, instrução, defesa, relatório e decisão. 
 
Fases do processo administrativo 
disciplinar 
 
a) O processo se inicia com o despacho da 
autoridade competente, determinando a 
instauração, assim que tomar ciência de 
alguma irregularidade; 
b) Determinada a instauração e após sua 
autuação, o processo é encaminhado para a 
comissão disciplinar para a elaboração da 
portaria em que irá constar o nome do 
servidor ou servidores envolvidos, a infração 
de que são acusados, devendo fazer a 
descrição minuciosa dos fatos e a indicação 
dos dispositivos legais que foram infringidos. 
Aula 2 | Agentes públicos 41 
OBS.: caso a infração cometida constitua um 
ilícito penal, deve a comissão informar a autoridade 
policial, para que tome as providências cabíveis e 
fornecer todos os elementos constantes no processo. 
 
c) Por estar revestida do princípio da ampla 
defesa e do contraditório, os acusados são 
formalmente informados do processo e 
convocados para apresentarem as suas 
defesas. Terminadas as alegações de todas as 
partes é elaborado um relatório. 
d) A última etapa é a decisão, nesta a 
autoridade poderá acolher a sugestão da 
comissão, deverá fundamentar sua decisão. A 
autoridade deverá proceder a uma análise 
completa do processo a fim de observar ou 
sanar possíveis nulidades. Concluído o 
processo, este poderá concluir pela absolvição 
do servidor ou pela aplicação da penalidade. 
Na segunda hipótese, é possível pedido de 
reconsideração diretamente à autoridade e os 
recursos cabíveis à autoridade 
hierarquicamente superior. 
 
Das penalidades 
Os servidores públicos estão sujeitos às 
seguintes penalidades: advertência, suspensão, 
demissão, cassação da aposentadoria, destituição do 
cargo em comissão e destituição da função 
comissionada. 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
Através das lições de PAULA/ALEXANDRINO 
(2006, p. 438) 
 
 
Aula 2 | Agentes públicos 42 
a Constituição Federal de 1988 atribuiu 
expressamente a titularidade para a 
prestação de serviços públicos, 
estabelecendo que esta pode ser feita 
diretamente ou mediante execução 
indireta, neste último caso por meio de 
concessão ou permissão (delegação), 
sendo obrigatório licitação prévia para 
ambas as formas de delegação. 
 
Conceito, princípios, classificação e requisitos 
 
a) Conceito: 
 
É uma atividade pública administrativa 
da satisfação compete das 
necessidades individuais ou 
transindividuais, materiais ou 
imateriais, vinculadas diretamente a 
um direito fundamental, destinadas a 
pessoas indeterminadas e executadas 
sob regime de direito público. 
MARSAL FILHO (2005 p. 478) 
 
Assim é possível entender serviço público como 
uma atividade, onde está presente a atuação humana 
de caráter permanente e sistemática. De caráter 
público, embora admita a concessão da atividade ao 
particular. De aspecto meramente administrativo, cujo 
propósito é servir a sociedade. Produzindo tanto 
satisfação pessoal como transindividual. Vinculado 
diretamente a um direito fundamental, destinado a 
pessoas indeterminadas e executados sob regime de 
direito público. 
 
b) Princípios: os serviços públicos são 
comprometidos com os seguintes princípios, 
o da continuidade dos serviços públicos, o da 
mutabilidade do regime jurídico e o da 
igualdade dos usuários. 
 
Continuidade do serviço público, por este 
princípio, os serviços públicos não estão sujeitos à 
vontade dogovernante A ou governante B, mas sim às 
Aula 2 | Agentes públicos 43 
regras estabelecidas no contrato de prestação dos 
referidos serviços públicos. 
 
Mutabilidade do regime jurídico, por este 
princípio, é possível a autorização para mudança no 
regime de execução para melhor atender ao interesse 
público. 
 
Igualdade entre os usuários, desde que satisfaça 
as condições legais, os serviços públicos devem ser 
prestados sem qualquer distinção de caráter pessoal. 
 
c) Classificação: 
 
Divergem os autores sobre a classificação dos 
serviços públicos. Seguindo as lições de CARVALHO 
FILHO (2010), temos: Serviços delegáveis ou 
indelegáveis, administrativos e de utilidade pública, 
coletivos e singulares e sociais e econômicos. 
 
Na tentativa de melhor estudar o tema, vamos 
analisar cada item da classificação: 
 
 Serviços delegáveis ou indelegáveis – 
delegáveis são aqueles serviços que podem 
ser realizados tanto pelo Estado como pelo 
particular. Indelegáveis são aqueles que só 
podem ser realizados pelo Estado. Exemplo: 
emissão de moeda, fiscalização; 
 Serviços Administrativos e de utilidade 
pública – os administrativos são os 
executados para compor melhor a 
organização do próprio Estado. Os de 
utilidade pública são os destinados 
diretamente ao indivíduos, com o propósito 
de melhorar as suas condições de vida. 
Exemplo: educação, saúde; 
Aula 2 | Agentes públicos 44 
 Serviços Coletivos e Singulares – Coletivos 
são aqueles segmentos indeterminados de 
indivíduos, sob o critério estabelecido pela 
administração, diante das limitações 
orçamentárias. Exemplo: programa asfalto 
liso da prefeitura do Rio de Janeiro. 
Singulares são os prestados aos indivíduos de 
forma individualizada, onde é possível 
determinar o beneficiário isoladamente. 
Exemplo: uso de linha telefônica; 
 Serviços Sociais e Econômicos – Sociais são 
os destinados a atender as necessidades 
básicas da população, é importante ressaltar, 
como bem explica CARVALHO FILHO (2010 p. 
300), que a carência é maior que a 
disponibilidade de recursos, o que torna o 
serviço deficitário. Exemplo: assistência 
hospitalar, educacional, apoio à população ou 
às regiões menos favorecidas. Econômicos 
são aqueles que, embora classificados como 
públicos, proporcionam ao prestador 
recebimento de vantagens econômicas. 
Exemplo: cobrança de pedágio, serviço 
postal. 
 
REGULAMENTO E CONTROLE 
 
a) Regulamento – Para que os serviços públicos 
possam ser executados, é necessário que 
exista uma estrutura normativa que os 
regulamente. Lembrando que a atividade 
pública só pode ser realizada através das 
bases da estrutura jurídica que são as leis, os 
decretos, regulamentos, resoluções e outros 
atos regulamentares. A regulamentação dos 
serviços públicos cabe à organização que 
possui competência para prestá-lo. 
Aula 2 | Agentes públicos 45 
b) Controle – O controle é exercido por quem 
detém a titularidade para instituí-lo. O 
controle poderá ser interno ou externo. 
Interno quando o próprio órgão da 
administração realiza o serviço e fiscaliza. 
Externo quando a administração procede a 
fiscalização em particulares que prestam 
serviços públicos. 
 
TAXAS E TARIFAS 
 
É necessário antes de definir taxa e tarifa 
esclarecer que as duas remuneram serviços públicos, 
porém com naturezas distintas. A cobrança da taxa é 
compulsória (obrigatória) frente ao seu interesse 
relevante para a sociedade. Exemplo: a taxa de lixo, 
toda sociedade necessita do serviço de coleta domiciliar 
de lixo, por questão de higiene e saúde pública. A tarifa 
é cobrada por um serviço facultativo, ou seja, o 
contribuinte pode optar em pagar ou abrir mão dos 
serviços disponibilizados, sem que isso cause 
problemas para a sociedade. Exemplo: tarifa telefônica. 
Não utilizar o telefone não prejudica a coletividade. 
 
Outras distinções: a taxa é serviço típico de 
Estado, já a tarifa pode ser delegada ao particular. Na 
taxa, os serviços são postos à disposição ou fornecidos 
diretamente sem necessidade de solicitação por parte 
do contribuinte. Os serviços remunerados por tarifas 
são solicitados pelos contribuintes. Na taxa, o uso é 
efetivo ou potencial, ou seja, posta à disposição. 
Exemplo: serviço dos bombeiros, ninguém paga a taxa 
de incêndio destinada ao corpo de bombeiros para 
sofrer um acidente e ser resgatado ou para ser 
atendido em caso de incêndio. O pagamento ocorre por 
ter estes serviços à disposição quando necessário. No 
caso das tarifas, o uso é efetivo, somente é pago o que 
foi utilizado. 
Aula 2 | Agentes públicos 46 
a) Taxa – definição: a taxa é a prestação 
pecuniária imposta, legalmente, pelo Estado, 
em razão de serviços públicos prestados aos 
administrados. O grande mestre Aliomar 
Baleeiro, por sua vez, define: 
 
Taxa como o tributo cobrado de 
alguém que se utiliza de serviço 
público especial e divisível, de caráter 
administrativo ou jurisdicional, ou o 
tem a sua disposição, e ainda quando 
provoca, em seu benefício ou por ato 
seu, despesa especial dos cofres 
públicos. 
 
b) Tarifa – definição: é a forma de remuneração 
paga pelo usuário por utilizar um serviço 
público divisível e específico, regido pelo 
regime contratual de direito público. É a 
contraprestação pecuniária. Tarifa deve ser 
entendida como receita do particular. 
 
Forma de Gestão e Direito do Consumidor 
A gestão dos serviços públicos está ligada 
diretamente com a forma de sua execução que pode 
ser direta ou indiretamente realizada pelo Estado. É 
comum encontrar a expressão serviço prestado de 
forma centralizada (diretamente pelo Estado) ou 
descentralizada (realizada pelo particular). 
 
a) Centralizados - No caso dos serviços 
centralizados, a administração pública executa 
diretamente, por meio de seus órgãos ou por 
seus agentes. Exemplos: emissão de 
passaportes, expedições de certidões; 
b) Descentralizados - São os prestados pelos 
particulares através de concessões ou 
permissões. As concessões ou permissões 
devem ser precedidas de processo licitatório 
onde deve estar presente o maior interesse 
para o Estado, ou seja, menor preço versus 
melhor qualidade dos serviços prestados. 
Aula 2 | Agentes públicos 47 
c) Intervenção na concessão – o poder público 
pode intervir na concessão de forma 
provisória quando o serviço esteja sendo 
prestado de forma inadequada. Após a 
decretação da intervenção, no prazo de 30 
dias, a administração pública deve instalar o 
processo administrativo para comprovar os 
motivos que levaram à intervenção. O 
procedimento de comprovação tem prazo de 
180 dias para conclusão ou a intervenção 
será considerada inválida. 
d) Extinção da concessão – diversos motivos 
podem acarretar a extinção da concessão, por 
este motivo não existe concessão por prazo 
indeterminado. A extinção da concessão pode 
se dar por término do contrato, encampação 
(quando o poder púbico resolve retomar o 
serviço), caducidade (ocorre quando houver 
inadimplemento ou adimplemento defeituoso 
do serviço por parte do concessionário) ou 
por rescisão. 
 
EXERCÍCIO 1 
 
A natureza do regime jurídico único dos servidores 
públicos federais é de ordem predominantemente: 
 
( A ) Privatista; 
( B ) Contratual; 
( C ) Celetista; 
( D ) Legal; 
( E ) Eletiva. 
 
Aula 2 | Agentes públicos 48 
 
EXERCÍCIO 2 
 
Na Administração Pública Federal, em termos de regime 
jurídico dos seus servidores: 
( A ) Todos são sujeitosao celetista; 
( B ) Todos são sujeitos ao estatutário; 
( C ) É optativo o celetista ou o estatutário; 
( D ) O estatutário da Lei 8.112/90 está presente nas 
autarquias da União; 
( E ) O estatutário da Lei 8.112/90 é exclusivo das 
entidades integrantes da Administração Federal. 
 
EXERCÍCIO 3 
 
A inadimplência de concessionária de serviço público, 
ensejadora de declaração da caducidade da concessão 
outorgada nos termos da Lei nº 8987, de 13 de 
fevereiro de 1995, apura-se mediante: 
( A ) Processo administrativo; 
( B ) Processo administrativo ou averiguação sumária; 
( C ) Averiguação sumária ou ação judicial; 
( D ) Ação judicial. 
 
EXERCÍCIO 4 
 
Com a Reforma Administrativa, estabeleceu-se o 
denominado teto salarial do servidor público. Este teto 
salarial impede que: 
 
( A ) O servidor federal perceba remuneração superior 
ao subsídio mensal do Presidente da República; 
( B ) O servidor acumule vencimentos com proventos; 
( C ) O servidor perceba remuneração superior ao 
subsídio mensal dos ministros do STF; 
( D ) A despesa com pessoal ativo e inativo, em cada 
uma das esferas de Governo, ultrapasse o limite 
estabelecido em lei complementar. 
Aula 2 | Agentes públicos 49 
 
EXERCÍCIO 5 
 
O servidor público estável: 
 
( A ) Poderá perder o cargo mediante processo 
administrativo em que lhe seja assegurada 
ampla defesa; 
( B ) Pode ser demitido em decorrência de 
avaliação insuficiente; 
( C ) Só pode ser demitido por decreto do Chefe 
do Poder Executivo; 
( D ) Só pode ser afastado por efeito de decisão 
judicial. 
 
EXERCÍCIO 6 
 
Aponte 03 (três) diferenças entre Taxa e Tarifa. 
Defina os dois institutos. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
__________________________________________ 
 
EXERCÍCIO 7 
 
Indique a classificação dos serviços públicos e escolha 
uma para explicar. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
__________________________________________ 
 
 
 
 
Aula 2 | Agentes públicos 50 
 
EXERCÍCIO 8 
 
Pesquise na internet ou na constituição da República 
Federativa do Brasil sobre as regras do teto 
remuneratório no Poder Legislativo. Após a pesquisa, 
elabore um texto com no máximo 50 palavras 
explicando as consequências para a economia do país 
quando os Deputados e Senadores resolvem aumentar 
os próprios salários. 
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________ 
 
RESUMO 
 
Vimos até agora: 
 
 Agentes Públicos: Segundo CARVALHO FILHO 
(2011, p. 537) ―a expressão agentes públicos 
tem sentido amplo. Significa o conjunto de 
pessoas que, a qualquer título, exercem uma 
função pública como prepostos do Estado. 
Essa função pode ser remunerada ou gratuita, 
definitiva ou transitória, política ou jurídica. O 
que é certo é que, quando atuam no mundo 
jurídico, tais agentes estão de alguma forma 
vinculado ao Poder Público.‖; 
 
 Classificação dos Agentes Públicos: Os 
Agentes Públicos se classificam em Agentes 
Políticos, Agentes Particulares, Servidores 
Públicos e Agentes de Fato; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 51 
 Agentes Políticos: São os componentes do 
Governo em seus primeiros escalões, para o 
exercício de atribuições constitucionais. 
Atuam com ampla liberdade funcional e 
possuem prerrogativas próprias, não estando 
sujeitos, em regra, a controle hierárquico, 
submetendo-se tão-somente aos limites 
constitucionais e legais estabelecidos. 
Exercem funções governamentais, judiciais e 
quase-judiciais, atuando com independência 
nos assuntos de sua competência. São 
remunerados por subsídio; 
 
 Servidores Públicos – Conceito: Na definição 
da ilustre professora DI PIETRO (2004, p. 
433) ―Servidores públicos em sentido amplo, 
as pessoas físicas que prestam serviço ao 
Estado e às entidades da administração 
indireta, com vínculo empregatício e mediante 
remuneração pagas pelos cofres públicos‖; 
 
 Classificação: A doutrina costuma classificar 
os servidores públicos em 03 (três) grupos 
que são: servidores estatutários, empregados 
públicos e servidores temporários; 
 
 Servidor Estatutário: São os servidores 
sujeitos ao regime jurídico previsto em lei 
especial, que no caso da União é a Lei 
8.112/90 (Estatuto do Servidor Civil da 
União); 
 
 Empregador Públicos: São os servidores 
contratados pelo regime jurídico da CLT 
(Consolidação das Leis Trabalhistas). Nessa 
condição o servidor se assemelha a um 
trabalhador comum quanto as garantias e 
direitos, relativas a relação de emprego; 
Aula 2 | Agentes públicos 52 
 Servidor Temporário: São aqueles 
contratados por tempo determinado para 
atenderem às necessidades temporárias de 
excepcional interesse público, previstos no 
art. 37, IX da CRFB/88; 
 
 Regime Jurídico: A contratação de servidor 
público deve respeitar as regras relativas ao 
regime jurídico que pode ser o estatutário ou 
celetista; 
 
 Provimento, Investidura, Cargo e Função: O 
contexto constitucional costuma empregar 
diferentes vocábulos para designar relação 
entre servidor e o Estado, dentre estas 
expressões as mais comuns são cargo e 
função. Inicialmente é relevante destacar que 
para o servidor ocupar cargo público a 
administração pública deve percorrer as 
seguintes etapas, provimento, investidura, 
cargo e função; 
 
 Provimento: É o fato administrativo que 
traduz o preenchimento de um cargo público; 
 
 Investidura: Definida como conjunto de atos 
destinados a preencher de forma legítima um 
cargo público. A investidura compreende a 
Nomeação, a posse e o exercício dos cargos 
público; 
 
 Cargo: Cargo público é na definição de Celso 
Antônio Bandeira de Melo, Apud DI PIETRO 
(2004, p. 438) ―a denominação dada a mais 
simples unidade de poderes e deveres a 
serem expressos por um agente‖; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 53 
 Função: Nas lições de MEIRELLES (2005, p. 
75) ―as funções são os encargos atribuídos 
aos órgãos, cargos e agentes‖. Nessa 
conceituação temos as seguintes conclusões, 
o Órgão público recebe a função desempenha 
as atribuições de sua competência e repassa 
aos seus agentes para que possam agir 
dentro dos limites da lei; 
 
 Remuneração: Inicialmente é importante 
destacar que a Lei de responsabilidade fiscal 
impôs a administração pública regras 
relativas as despesas relacionadas com o 
pagamento de pessoal, assim sendo, a União 
não pode gastar mais de 50% da receita 
corrente líquida, os estados membros e os 
municípios só podem gastar com pessoal 60% 
das suas receitas líquidas corrente. Essa nova 
perspectiva jurídica fez com que o Estado 
disciplinasse a regra do subsídio para 
algumas categorias de agentes públicos, teto 
salarial por Poderes e escalonamento 
proporcional.a) Subsídio / b) Teto 
remuneratório; 
 
 Processo Administrativo Disciplinar, Penas 
Disciplinares; 
 
 A administração pública utiliza a expressão 
Processo Administrativo em duas situações, a 
primeira refere-se ao conjunto de papeis e 
documentos organizados em uma pasta ereferentes a um dado assunto de interesse do 
servidor, da administração ou do particular 
frente a uma relação jurídica com o Estado; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 54 
 Processo Administrativo Disciplinar: No 
ordenamento jurídico brasileiro, os meios de 
apuração são o processo administrativo 
disciplinar e a sindicância; 
 
 O processo se desenvolve nas seguintes 
fases: instauração, instrução, defesa, 
relatório e decisão; 
 
 Fases do processo administrativo disciplinar; 
 
 O processo se inicia com o despacho da 
autoridade competente, determinando a 
instauração, assim que tomar de alguma 
irregularidade; 
 
 Determinada a instauração e após sua 
autuação o processo é encaminhado para a 
comissão disciplinar para a elaboração da 
portaria que ira constar o nome do servidor 
ou servidores envolvidos, a infração que são 
acusados, devendo fazer a descrição 
minuciosa dos fatos e a indicação dos 
dispositivos legais que foram infringidos. 
OBS: caso a infração cometida constitua um 
ilícito penal, deve a comissão informar a 
autoridade policial, para que tome as 
providências cabíveis e fornecer todos os 
elementos constantes no processo; 
 
 Por estar revestida do principio da ampla 
defesa e do contraditório os acusados são 
formalmente informados do processo e 
convocados para apresentarem as suas 
defesas. Terminadas as alegações de todas as 
partes é elaborado um relatório; 
Aula 2 | Agentes públicos 55 
 A última etapa é a decisão, nesta a 
autoridade poderá acolher a sugestão da 
comissão, deverá fundamentar sua decisão. A 
autoridade deverá proceder uma analise 
completa do processo afim de observar ou 
sanar possíveis nulidades. Concluído o 
processo este poderá concluir pala absolvição 
do servidor ou pela aplicação da penalidade. 
Na segunda hipótese é possível pedido de 
reconsideração diretamente a autoridade e os 
recursos cabíveis a autoridade 
hierarquicamente superior; 
 
 Das penalidades: Os servidores públicos estão 
sujeitos as seguintes penalidades 
advertência, suspensão, demissão, cassação 
da aposentadoria, destituição do cargo em 
comissão e destituição da função 
comissionada; 
 
 Acumulação: A idéia geral é que um servidor 
somente pode ocupar, simultaneamente, um 
único cargo público. A exceção a esta regra é 
a prevista no Art. 37, XVI – é vedada a 
acumulação remunerada de cargos públicos, 
exceto quando houver compatibilidade de 
horários, observando em qualquer caso o 
disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de 
professor; b) a de um cargo de professor com 
outro, técnico ou científico; c) a de dois 
cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 56 
 Serviços Públicos: Através das lições de 
PAULA/ALEXANDRINO (2006 p. 438) ―a 
Constituição Federal de 1988 atribuiu 
expressamente a titularidade para a 
prestação de serviços públicos, estabelecendo 
que esta pode ser feita direitamente ou 
mediante execução indireta, neste último 
caso por meio de concessão ou permissão 
(delegação), sendo obrigatório licitação prévia 
para ambas as formas de delegação‖; 
 
 Conceito, Princípios, Classificação e 
Requisitos: Conceito: É uma atividade pública 
administrativa da satisfação contrata das 
necessidades individuais ou transindividuais, 
materiais ou imateriais, vinculadas 
diretamente a um direito fundamental, 
destinadas a pessoas indeterminadas e 
executadas sob regime de direito público. 
Princípios: os serviços públicos são 
comprometidos com os seguintes princípios, o 
da continuidade dos serviços públicos, o da 
mutabilidade do regime jurídico e o da 
igualdade dos usuários. Classificação; 
 
 Divergem os autores sobre a classificação dos 
serviços públicos. Seguindo as lições de 
CARVALHO FILHO (2010) temos: Serviços 
delegáveis ou indelegáveis, administrativos e 
de utilidade pública, coletivos e singulares e 
sociais e econômicos; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 57 
 Na tentativa de melhor estudar o tema vamos 
analisar cada item da classificação. Serviços 
delegáveis ou indelegáveis – delegáveis são 
aqueles serviços que podem ser realizados 
tanto pelo Estado como pelo particular. 
Indelegáveis são aqueles que só podem ser 
realizados pelo Estado. Exemplo: emissão de 
moeda, fiscalização etc. Serviços 
Administrativos e de utilidade pública – os 
administrativos são os executados para 
compor melhor a organização do próprio 
Estado. Os de utilidade pública são os 
destinados diretamente aos indivíduos com o 
propósito de melhorarem as suas condições 
de vida. Exemplo educação, saúde, etc. 
Serviço Coletivos e Singulares – Coletivos são 
aqueles a seguimentos indeterminados de 
indivíduos, sob o critério estabelecido pela 
administração, diante das limitações 
orçamentárias. Serviços Sociais e Econômicos 
– Sociais são os destinados a atender as 
necessidades básicas da população; 
 
 Regulamento e Controle: Regulamento – Para 
que os serviços públicos possam ser 
executados é necessário que exista uma 
estrutura normativa que os regulamente. 
Lembrando que a atividade pública só pode 
ser realizada através das bases da estrutura 
jurídica que são as leis, os decretos, 
regulamentos, resoluções e outros atos 
regulamentares. A regulamentação dos 
serviços públicos cabe a organização que 
possui competência para prestá-lo. Controle – 
O controlo é exercido por que detém a 
titularidade para instituí-lo. O controle poderá 
ser interno ou externo. Interno quando o 
próprio órgão da administração realiza o 
Aula 2 | Agentes públicos 58 
serviço e fiscaliza. Externo quando a 
administração procede fiscalização em 
particulares que prestam serviços públicos; 
 
 Taxas e Tarifas: É necessário antes de definir 
taxa e tarifa esclarecer que as duas 
remuneram serviços públicos, porém com 
naturezas distintas; 
 
 Taxa – ―taxa como o tributo cobrado de 
alguém que se utiliza de serviço público 
especial e divisível, de caráter administrativo 
ou jurisdicional, ou o tem a sua disposição, e 
ainda quando provoca em seu benefício ou 
por ato seu, despesa especial dos cofres 
públicos‖. Aliomar Baleeiro; 
 
 Tarifa – definição é a forma de remuneração 
paga pelo usuário por utilizar um serviço 
público divisível e específico, regido pelo 
regime contratual de direito público. É a 
contraprestação pecuniária. Tarifa deve ser 
entendida como receita do particular; 
 
 Forma de Gestão e Direito do Consumidor - 
Forma de Gestão: A gestão dos serviços 
públicos esta ligada direitamente com a forma 
de sua execução que pode ser direta ou 
indiretamente realizada pelo Estado. É 
comum encontrar a expressão serviço 
prestado de forma centralizada (diretamente 
pelo Estado) ou descentralizada (realizada 
pelo particular). Centralizados / 
Descentralizados/ Intervenção na concessão / 
Extinção da concessão; 
 
Aula 2 | Agentes públicos 59 
 Direito do Consumidor: A qualidade na 
prestação dos serviços públicos esta 
protegida pelo Código de Defesa do 
Consumidor, como estabelece seu Art. 22 - 
Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, 
concessionárias, permissionárias ou sob 
qualquer outra forma de empreendimento, 
são obrigados a fornecer serviços adequados, 
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, 
contínuos; 
 
 Nos casos de descumprimento, total ou 
parcial, das obrigações referidas neste artigo, 
serão as pessoas jurídicas compelidas a 
cumpri-las e a reparar os

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