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DIREITO E REGIMES ABSOLUTISTAS

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DIREITO E REGIMES ABSOLUTISTAS
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EUROPA – SÉC. XVIII
REGIMES ABSOLUTISTAS
A medida em que os governos dos reinos foram se tornando centralizados, formaram-se os Estados Modernos, onde o rei tinha sob seu comando um exército permanente e não mais formado com os exércitos dos outros senhores feudais, como ocorria na Idade Média;
Havia também um sistema burocrático que permitia o maior controle da arrecadação de impostos e um sistema de justiça unificado.
REGIMES ABSOLUTISTAS
Processos que auxiliaram a centralização do poder:
Renascimento do Direito Romano
Surgimento das Universidades
Aparecimento de Juristas com formação em Direito Romano
O Direito Romano foi a mais poderosa arma intelectual disponível para a integração territorial e centralização administração dos reinos
REGIMES ABSOLUTISTAS
Maquiavel, em sua obra “O Príncipe”, ensinou o governante a conquistar o poder e a mantê-lo.
Thomas Hobbes, em sua obra “Leviatã”, argumenta que antes do surgimento do Estado, os homens viviam em estado de guerra. Para evitar a destruição total, teriam feito um pacto através do qual um deles passaria a governar evitando a desordem e a matança indiscriminada entre eles. O poder do rei seria o resultado deste pacto.
Para Hobbes, a lei tem como fonte a vontade do rei, é o comando de uma pessoa cuja decisão constitui uma razão suficiente para obedecer-lhe.
REGIMES ABSOLUTISTAS
A teoria mais utilizada pelos monarcas absolutistas para justificar o seu poder foi dada por Bossuet, autor de “Política Extraída da Sagrada Escritura”, onde afirma que a autoridade do rei é sagrada, pois emana de Deus.
É a teoria do “Poder Divino do Rei”, não devendo ser questionado, caso contrário, seria um pecado tal discussão.
Assim, todos acreditavam que o rei era rei porque era a vontade de Deus.
REGIMES ABSOLUTISTAS
Luís XIV, o “Rei Sol”, o maior representantes do chamado Antigo Regime, é famoso por ter dito a frase: “O Estado sou Eu”.
Governou a França de 1661 a 1715, seu reinado foi um exemplo de centralização de poder.
Regime Absolutista
Luís XIV, através de seu Conselho de Justiça, fez uma Reforma unindo a Ordenação Civil de 1667 à Ordenação Criminal de 1670, formando o Código Luís.
Todos os tribunais foram reunidos ao do rei, foi criado o cargo de Tenente da Polícia, que, posteriormente, passou a ser chamado de Tenente-Geral de Polícia, sendo o responsável pelo julgamento, em última instância dos mendigos, vagabundos, vadios etc., em caso de flagrante delito.
Embora não houvesse pena de prisão, as prisões francesas viviam superlotadas, ocupadas por aqueles, que mesmo cometendo pequenos delitos, lá ficavam detidos por longos períodos sem julgamento.
As prisões também eram efetuadas por ordem do rei (ordens régias), e somente outra ordem régia para se obter a soltura, e como não havia prazo de detenção nestas ordens, o prisioneiro poderia ficar preso por um longo período.
As condições dos prisioneiros eram abomináveis, eram mal alimentados, sobreviviam de coletas de donativos feitas em seu benefício, como também as condições de higiene eram assustadoras, a ponto dos juízes nem irem lá nas prisões para inspecioná-las.
CRÍTICAS AO ABSOLUTISMO
No séc. XVIII, uma parte da intelectualidade da Europa reagiu ao Absolutismo Monárquico e essa reação teve o nome de Iluminismo ou Época das Luzes, que tinha por característica uma confiança absoluta no progresso e na razão que desafiou a autoridade e incentivou o livre pensamento como meio de alcançar o objetivo principal dos iluministas: a felicidade humana.
Essa confiança no progresso podia ser sentida nos avanços científicos e tecnológicos em diversas áreas da Ciência: física, química, botânica, geologia, cartografia, etc.
Tudo parecia concorrer para um avanço infinito do que era possível o homem descobrir e fazer.
Esses homens eram herdeiros do Renascimento e da Revolução Científica do século XVII.
Do ponto de vista político, os Iluministas, partindo do individualismo, propunham uma cidadania centrada na liberdade e na defesa burguesa da propriedade.
Os Iluministas
As ideias iluministas
Pensamentos políticos Iluministas
A cidadania para os iluministas significaria a igualdade diante da lei; essa igualdade, como um direito natural, só seria realizada quando reconhecida como um direito positivo, garantido por um corpo de leis e pela força do Estado.
Essas leis seriam feitas pelos cidadãos, ou seus representantes, porque só através da vontade do povo, como fundamento da Nação, poderia conferir legitimidade ao poder político.
Para atingir esses objetivos, o Estado não poderia seguir o modelo do Antigo Regime pautado no Absolutismo Monárquico.
Surge a proposta de solução para esse problema com Montesquieu: os três poderes: LEGISLATIVO, EXECUTIVO e JUDICIÁRIO.
Montesquieu baseou-se na ideia do Contrato Social de Rousseau para a viabilização do Estado como produto representativo da Vontade Nacional.
Era o retorno da DEMOCRACIA como forma de governo, dando a verdadeira soberania ao povo.
Pensamentos Iluministas no Direito
Além de Rousseau, outro pensador se voltou para as leis a serem implantadas a partir desse novo Estado: Cesare Beccaria.
Beccaria, italiano e advogado de formação, traduziu para a área jurídica o que os iluministas sonhavam para o mundo.
Não é possível pensar em Estado de Direito sem Beccaria, nem o direito penal moderno nem a noção de direitos individuais sem sentir a presença desse italiano.
Essas ideias de Beccaria surgiram durante o tempo em que ficou nas masmorras por ordem de seu pai porque esse não queria que ele se casasse com uma determinada jovem.
Aos 25 anos ele escreveu a obra que o marcou para sempre: “Dos Delitos e das Penas”, onde ele registrou soluções práticas que se tornaram bases do direito penal, a partir da concepção do Pacto Social, apresentou saídas para as injustiças do sistema penal de sua época.
IDEIAS ILUMINISTAS NO MUNDO MODERNO
O Iluminismo ocorreu durante o século XVII na Europa e objetivava propor uma organização social pela razão, frente o contexto religioso que imperava no mundo europeu desde o início da Idade Média.
Nessa situação, a população tornou-se consciente de seus direitos e percebeu que a Igreja, sobretudo a Católica, não era tão benéfica e tão ética com os compromissos sociais, como falsamente a instituição pregava durante longos doze séculos até então.
A partir de então, uma corrente ideológica emerge na Europa, propondo que a razão é a melhor forma de se administrar a sociedade, combatendo a desigualdade econômica e segregação social que se apresentava a sociedade na época.
A justiça a partir de Beccaria
Até então todo o sistema funcionava partindo do pressuposto de que o indivíduo desde que acusado era culpado e era massacrado pela tortura, não tendo como provar sua inocência.
Beccaria propôs as seguintes ideias do que hoje conhecemos como Direitos Individuais:
Leis e penas seriam fruto da necessidade do próprio convívio social;
As penas deveriam existir por necessidade e teriam por medida o dano provocado pelo ato delituoso à Nação e não a sede de vingança da vítima ou de seus parentes;
A finalidade da pena deveria ser a proteção da Sociedade e não a desforra, o desagravo, deveria visar desencorajar outros de cometerem delitos;
As penas deveria ser proporcionais aos delitos, um crime mais ofensivo à sociedade deveria ter maior pena do que um que cause menor dano.
A pena deve ser medida pela culpabilidade do autor, por isso diz-se que a culpabilidade é a medida da pena.
Para Beccaria é primordial que haja a previsão da pena; dessa forma, crime e pena somente devem existir caso haja a previsão legal anterior: é o Princípio da Legalidade ou Princípio da Anterioridade da Lei. 
A justiça a partir de Beccaria
Beccaria também propõe outro Princípio: o Princípio do Princípio da Justiça, que é o da Igualdade, ou seja, não se mediriam as penas pela origem do réu (nobre ou plebeu), mas pelo dano público causado;
Beccaria também afirma que pior que uma má interpretação da lei pelos juízes está a obscuridade das leis;
Beccariatambém cita que penas cruéis não eram garantia de alcançar os objetivos das leis e penas; 
Para ele, a pena deveria ser aplicada o mais rápido possível para que a justiça e a utilidade sejam alcançadas;
Ele era contra a pena de morte, só existindo dois motivos para se utilizarem dela: se o indivíduo, mesmo privado de sua liberdade, for uma ameaça à segurança nacional, ou se a existência do sujeito puder levar a uma revolução perigosa para a forma de governo estabelecida;
A justiça a partir de Beccaria
Beccaria também expôs sua ideia sobre o processo legal, pois naquela época se conviviam com processos penais duros, cruéis e estúpidos, cercados de derramamento de sangue, dores e injustiça;
Ele colocou-se contra a tortura no processo como meio de obtenção de prova, de confissão; seria um meio injusto, ferindo um princípio de justiça, humanidade e proteção individual que, se não utilizado, inverte de forma imoral o papel da JUSTIÇA e do processo.
Esse princípio é o chamado IN DUBIO PRO REO, que indica que o indivíduo só pode ser considerado culpado após ser provada a sua culpa e após ser condenado;
No século XVIII e durante a Idade Moderna e Média, o princípio usual era o IN DUBIO PRO SOCIETATE, ou seja, em havendo qualquer possibilidade de o réu ser culpado, este deveria ser condenado como forma de proteção à sociedade.
A justiça a partir de Beccaria
Para condenação de um indivíduo de forma justa e conservando o princípio da presunção da inocência, Beccaria indica os tipos de provas e analisa-os de forma a apontar quais seriam as provas eficazes para uma condenação baseada no pricípio da justiça.
Beccaria propõe que as provas sejam boas se forem independentes umas das outras, podem ser ruins quando há indícios que somente se provam entre si: são as provas PERFEITAS e as IMPERFEITAS;
Destaca ainda que, as provas imperfeitas pelas quais o réu pode justificar-se e não o faça a contento se tornam perfeitas;
Prova testemunhal é para Beccaria um ponto importante que deve constar objetivamente na legislação; para ele, uma só testemunha não é suficiente, além do que uma questão importante é a credibilidade da testemunha.
Beccaria é leitura obrigatória para todos os estudantes de Direito até hoje.
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EFEITOS NO MUNDO MODERNO
É importante considerar que o movimento Iluminismo influenciou fortemente a Revolução Francesa, a Confidencia Mineira no Brasil e a Independência das Colônias Inglesas na América do Norte.
Durante o Iluminismo, é merecido destaque ao século XVIII, o Século das Luzes, por sua contribuição imensurável as ideias iluministas que objetivavam, como por exemplo, igualdade, fraternidade e liberdade, que foram as palavras chaves da Revolução Francesa.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA - 1789
REVOLUÇÃO AMERICANA
Independência dos EUA
A Independência das treze colônias inglesas da América do Norte foi um movimento de grande importância, pois foi o primeiro movimento de emancipação que alcançou resultado efetivo, sendo considerada como uma das Revoluções Burguesas do século XVIII. Neste século, vários movimentos caracterizaram a ascensão da burguesia, apoiada nos ideais liberais do Iluminismo. 
O ideal iluminista expandiu-se não só pela Europa, mas teve repercussões na América e no caso dos "EUA", foram as ideias de John Locke que encontraram maior eco na sociedade. Locke fora participante da Revolução Gloriosa na Inglaterra (1688-1689), ponto de partida para o Liberalismo do século XVIII, onde se originaram as ideias da existência de Leis naturais do contrato entre governantes e governados, da autonomia entre os poderes de Estado, do Direito à revolta e outras, consideradas pontos básicos da liberdade humana. 
Declaração de Direitos do Bom Povo da Virgínia – 16/06/1776
A Virgínia foi a primeira colônia a declarar-se independente, quando seus representantes redigiram o documento que representou um marco para a Liberdade Individual como conceito, sendo o primeiro documento escrito com valor jurídico a coroar muitos dos ideais iluministas.
Em seus artigos, é citado que todos os homens são igualmente livres e independentes, tendo direito de gozar a vida e a liberdade com os meios de adquirir e possuir a propriedade e buscar e obter felicidade e segurança; todo o poder é inerente ao povo e dele procede; indica a responsabilidade do Governo e aponta a possibilidade de revolta contra um governo não adequado a estas responsabilidade, subordinando o Governo ao povo; são proibidos privilégios e nega a possibilidade de hereditariedade nos cargos públicos; indica a separação dos poderes do Estado, instituindo a Democracia representativa com a eleição periódica dos representantes do povo, etc;
Ainda cabe destacar que há artigos que garantem a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa, embora indique que o modelo de religião a ser seguido é o cristão, monoteísta.
Declaração de Independência dos EUA – 04 /07/1776
O lançamento de taxas sobre a importação de vários produtos, entre os quais açúcar e chá, fez estalar a revolta em 16 de Dezembro de 1773. Nesse dia um grupo de colonos, disfarçados de indígenas, assaltaram três navios britânicos no porto de Boston atirando o carregamento de chá ao mar. Este episódio ficou conhecido como Boston Tea Party e marcou o início da revolta.
As ações militares entre ingleses e os colonos americanos começam em março de 1775. No decorrer do conflito (batalha de Lexington, batalha de Concord e batalha de Bunker Hill), os representantes das colônias reuniram-se no segundo Congresso da Filadélfia (1775) e Thomas Jefferson, democrata de ideias avançadas, redigiu a Declaração da Independência dos Estados Unidos, promulgada em 4 de Julho de 1776, dando um passo irreversível. Procede à constituição de um exército, cujo comando é confiado ao fazendeiro George Washington.
A EQUITY E A COMMON LAW NOS EUA
Embora filiado ao Direito inglês, o sistema norte-americano tem uma diferença substancial: a organização política e constitucional exerce influência sobre o direito, o que não ocorre no Direito Inglês;
A escala hierárquica das normas nos EUA é estabelecida em ordem decrescente da força de sua obrigatoriedade: Constituição Federal, Leis e Atos Federais, Constituições Estaduais e Atos Estaduais e, por último, leis e atos municipais.
Entretanto, a Common Law não é totalmente descartada, a tradição manteve-se de tal maneira que os Estados obtiveram a atribuição da competência para declarar esse direito por via judicial ou promulgá-lo, por via legislativa.
Já a Equity, como na Inglaterra, aos poucos, tornou-se um corpo específico de direito positivo, com conteúdo próprio. As matérias disciplinadas por ela são: patrimônio, trusts, hipotecas, cessão de direitos, proteção de direitos e bens de incapazes, administração de bens do espólio nas sucessões, sub-rogação pessoal, casos de caducidade de direitos e de penas convencionais, casos fortuitos.
Common Law e Equity : direito forjado por precedentes e não por legislação estabelecida por legisladores especificamente; a Common Law nasceu como a lei comum a todos os ingleses, surgiu no século XIII e a Equity nasceu da necessidade criada pela própria limitação da Common Law , eram regras de jurisdição especial formadas no Tribunal de Chancelaria através de recursos (jurisprudência).
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REVOLUÇÃO FRANCESA
REVOLUÇÃO FRANCESA 
- 14/07/1789
Queda da Bastilha
Em 14 de julho de 1789, o povo, cansado de sofrer nas mãos da nobreza e do Clero, invadiu a prisão e libertou os prisioneiros. O acontecimento não obteve importância histórica pela quantidade de presos libertados (apenas 8), mas pela representação que teve o fato de uma instituição do governo, protegida por soldados armados, ter sucumbido a pressão da população, o que demonstrava o poder que ela possuía.
REVOLUÇÃO FRANCESA
Sob o lema: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, os revolucionários seguiram tomando o poder e guilhotinando os adversários, entre eles o rei Luís XVI e a sua família que, diferente da maioria dos nobres franceses não conseguiram fugir do país. Além disso, os revolucionáriosreduziram o poder da igreja, distribuindo as terras que lhes pertencia e mostrando que era possível entregar o poder nas mãos do povo.
É claro que, como primeira experiência, o sistema republicano francês não durou muito. Foram onze anos afetados pela pressão estrangeira e pelas discordâncias entre os próprios revolucionários.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM
Em agosto de 1789, a Assembleia Constituinte eliminou os direitos feudais e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que concedia direitos ao 3º Estado até então reservados apenas para a nobreza e clero, e garantia a maior participação política dos cidadãos franceses.
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM
No primeiro artigo já cita que os homens nascem e são livres e iguais em direitos;
Invoca também a fonte do poder e o objetivo de governos, sendo direitos naturais e imprescritíveis do homem: a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão;
A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo; o direito de um termina onde se inicia o direito do outro;
A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários; ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir;
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM
Nessa Declaração encontramos muitas das ideias propostas por Beccaria: princípio da legalidade, princípio da necessidade das leis, princípio IN DUBIO PRO REO;
Consta também o direito da liberdade de opinião; destacando que ninguém pode ser molestado por suas opiniões, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei; todo cidadão pode falar, escrever, imprimir livremente, respondendo pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
A Declaração explicita a necessidade de impostos por causa da manutenção de uma força pública e de uma administração capaz de manter os direitos dos cidadãos. E lembra que a sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Revolução Francesa
Constituiu-se, aliás, a Revolução Francesa, no século XVIII, num divisor de águas na história da humanidade.
Os ideais libertários e a efervescência cultural, artística, social, filosófica, política, etc. revisaram consciências inspirando transformações. 
Passou a prevalecer uma supervalorização do homem (individualismo, liberalismo) e uma, consequente, limitação ao poder de interferência estatal. Ou seja, floresceu o Estado de Direito.
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
NAPOLEÃO BONAPARTE
A Revolução Francesa (de 1789 a 1799), foi a oportunidade perfeita para Bonaparte alcançar seu objetivo maior. Tornou-se general aos 27 anos, saindo-se vitorioso em várias batalhas na Itália e Áustria.
 
Sua estratégia era fazer com que seus soldados se considerassem invencíveis. No ano de 1798 ele seguiu em embarcação para o Egito, com o propósito de tirar os britânicos do percurso às Índias.
 
Ele foi muito bem quisto por seus soldados e por grande parte do povo francês. Seu poder foi absoluto após ter sido nomeado cônsul.
 
Em 18/05/1804, Napoleão finalmente tornou-se imperador, adotando o nome de NAPOLEÃO I. Com total poder nas mãos, ele formulou uma nova forma de governo e também novas leis. Sua reforma legal, o Código Napoleônico, teve uma grande influência na legislação de vários países.
NAPOLEÃO BONAPARTE
Visando atingir e derrotar os ingleses, Bonaparte ordenou um Bloqueio Continental que tinha por objetivo proibir o comércio com a Inglaterra. Essa situação de ameaça levou à fuga de D. João VI de Portugal para o Brasil. 
No ano de 1812, o general francês atacou à Rússia, porém, ao contrário de seus outros confrontos, este foi um completo fracasso. Após sair de Moscou, o povo alemão decidiu lutar para reconquistarsua liberdade. 
Após ser derrotado, Napoleão foi obrigado a buscar exílio na ilha de Elba; contudo, fugiu desta região, em 1815, retornando à França com seu exército e iniciando seu governo de Cem Dias na França.
Após ser derrotado novamente pelos ingleses na Batalha de Waterloo é enviado para o exílio na ilha de Santa Helena, local de seu falecimento em 5 de maio de 1821.
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
O Código Napoleônico, originalmente chamado de Code Civil des Français, foi o código civil francês outorgado por Napoleão I e que entrou em vigor a 21 de março de 1804.
O Código Napoleônico propriamente dito aborda somente questões de direito civil, como o registro civil ou a propriedade enquanto que outros códigos, que foram posteriormente publicados, abordaram o direito penal, direito processual penal e o direito comercial.
A intenção por trás do Código Napoleônico era reformar o sistema legal francês de acordo com os princípios da Revolução Francesa. Antes do Código, a França não tinha um único corpo de leis, que dependiam de costumes locais, havendo frequentemente isenções e privilégios dados por reis ou senhores feudais. Durante a Revolução, os vestígios do feudalismo foram abolidos e os vários sistemas legais tinham de dar lugar a um único código. Entretanto, devido às agitações revolucionárias a situação não caminhou até a era napoleônica.
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
Este código baseou-se em leis francesas anteriores e também no Direito Romano, tendo seguido o Código Justiniano, o Corpus Juris Civilis, dividindo o direito civil em:
a pessoa;
a propriedade;
a aquisição da propriedade.
O Código Napoleônico estrutura-se da seguinte forma:
Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em geral (artigos 1 a 6);
Livro Primeiro: Das pessoas (artigos 7 a 515);
Livro Segundo: Dos bens e das diferentes modificações da propriedade (artigos 516 a 710);
Livro Terceiro: Dos diferentes modos de adquirir a propriedade (artigo 711 a 2302)
Apesar de não ter sido o primeiro, o Código Napoleônico foi o mais influente dos códigos legais. De fato, foi adotado em diversos países sob ocupação napoleônica, formando as bases dos sistemas legais modernos da Itália, dos Países Baixos, da Bélgica, da Espanha , de Portugal e suas antigas colônias.
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
Era um código de proteção à propriedade burguesa, os sindicatos e as greves são proibidos, mas a associação de empregadores é permitida;
Reforçou o poder patriarcal, dando ao pai poder maior sobre os filhos, sendo estendido também à esposa (o marido deve proteção à esposa e a esposa obediência ao marido);
O divórcio é admitido e o adultério pode figurar entre as suas causas, sendo que o adultério feminino é causa de fato e o masculino só pode ser causa quando o marido leva a concubina para dentro do seu lar;
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
A adoção era um instituto legalizado, mas com tantos entraves, que seria mais fácil proibir;
A legitimação de filhos concebidos fora do casamento só ocorreria com o casamento de seus pais e, caso o pai já fosse casado, poderia reconhecer o filho, mas esse não teria os mesmos direitos de um filho legítimo.
CÓDIGO NAPOLEÔNICO
Outros países sofreram a influência do Código Napoleônico, como Suíça, Alemanha e Áustria. Portanto, o sistema de direito civil dos países europeus - com exceção do Reino Unido, Irlanda, Rússia e países escandinavos - foram inspirados em diferentes graus pelo Código Napoleônico, fazendo dele o maior legado de Napoleão.
O termo "Código Napoleônico" também é usado para se referir a códigos de derivados do código francês, especialmente o código civil do Quebec. 
O código civil da Luisiana também traz muitos aspectos do Código Napoleônico, embora se baseie mais no Direito Romano através de tradições do direito espanhol.
Código Napoleônico e seus efeitos no Brasil
O Código Civil Brasileiro se inspira no Código Napoleônico. Como a ideia do liberalismo demorou tocar solo brasileiro, devido à lenta propagação dos fatos que aconteciam naquela época, principalmente em termos intercontinentais, observa-se um grande espaço de tempo entre o surgimento do Code e do nosso Diploma Civil de 1916. Todavia, é evidente a influência exercida pelo primeiro sobre o segundo, mercê do inegável influxo cultural e intelectualexercido pela França sobre o Brasil, no começo do século.
A Carta Civil Francesa tem arrimo nesse liberalismo – laissez faire, laissez passaire – que se desdobraria na essência do Código Civil Brasileiro, de 1916.
Não obstante, legisladores e, mesmo os tribunais franceses, passaram a contribuir para a evolução do direito, no campo da Responsabilidade Civil.
A noção da culpa in abstracto e a distinção entre culpa deliitual e culpa contratual foram inseridas no Código de Napoleão (...). A responsabilidade civil se funda na culpa – foi a definição que partiu daí para inserir-se na legislação de todo o mundo.

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