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Geografia
NÍVIA BORBA / SÍLVIO VIÉGAS
Noções de Cartografia
Orientação .................................................................. 3
Coordenadas Geográficas......................................... 4
Fusos Horários ........................................................... 6
Fusos Horários do Brasil ............................................ 7
As Estações do Ano .................................................. 8
Representação Cartográfica ...................................... 9
Escala ...................................................................... 12
A Representação dos Aspectos Físicos
e Humanos nos Mapas ............................................ 13
Documentação Cartográfica .................................... 15
O Ambiente Físico
Coluna Geológica .................................................... 17
A Estrutura da Terra ................................................. 18
Deriva Continental e Tectônica das Placas .............. 19
Agentes Formadores do Relevo ............................. 21
Forças ou Agentes Modeladores do Relevo ........... 24
As Unidades Estruturais do Globo ........................... 26
As Formas de Relevo .............................................. 27
O Relevo Brasileiro .................................................. 27
Solos ........................................................................ 30
Clima - Elementos e Fatores ................................... 31
A Pressão Atmosférica ............................................ 33
O Ciclo Hidrológico .................................................. 34
Massas de Ar ........................................................... 35
Classificação Climática Geral .................................. 36
Climas do Brasil ....................................................... 39
Domínios Morfoclimáticos do Brasil ......................42
Vegetação ................................................................ 42
Vegetação do Brasil ................................................. 45
Hidrografia - Oceanos .............................................. 48
Correntes Marítimas................................................. 50
A Poluição dos Oceanos ......................................... 51
Elementos da Rede Hidrográfica ............................. 52
Os Rios Brasileiros .................................................. 53
A
 re
pr
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Anotações
Tecnologia ITAPECURSOS
3 cor preto
33333Geografia - M1
NOÇÕES DE CARTOGRAFIA
ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Outros nomes dos pontos cardeais
NORTE � Setentrional e boreal
SUL � Meridional e austral
LESTE � Oriental e nascente
OESTE � Ocidental e poente
O estudo da Rosa-dos-Ventos, relacionado dentro
do mapa, tem sentido estático. Veja agora a
localização no espaço vivido pelo homem.
Cardeal em latim significa principal.
ORIENTAÇÃO
O conceito mais apropriado de orientação é direção,
rumo, cada uma das orientações que são marcadas
pela Rosa-dos-Ventos.
O homem, para se deslocar sobre a superfície da
Terra, tomou por base o nascer e o pôr do sol, criando
os pontos de orientação.
O conceito de orientação está associado à
determinação da posição do elemento no espaço
geográfico e sua relação com os pontos cardeais,
colaterais e subcolaterais. Veja o desenho da Rosa-
dos-Ventos, também chamada Rosa-dos-Rumos.
A Rosa-dos-Ventos
A rosa-dos-ventos é a representação gráfica dos
principais pontos de orientação. É assim chamada
por indicar as diversas direções que o vento pode
tomar.
CARDEAIS
NORTE = N
SUL = S
LESTE = E
OESTE = W
COLATERAIS
NOROESTE = NW
NORDESTE = NE
SUDOESTE = SW
SUDESTE = SE
SUBCOLATERAIS
Nor-nordeste = NNE
Nor-noroeste = NNW
Su-sudeste = SSE
Su-sudoeste = SSW
Es-nordeste = ENE
Es-sudeste = ESE
Oes-sudoeste = WSW
Oes-noroeste = WNW
Devido à influência que o Sol exerce sobre a Terra,
o homem passou a observar a sua aparente marcha
pelo espaço, fixando a atenção na direção em que
ele aparecia diariamente no horizonte. A partir de
suas observações, este ponto ficou conhecido como
leste, e o ponto em que ele se põe, como oeste.
Estendendo a mão direita para o leste e a esquerda
para o oeste, encontramos mais dois pontos de orien-
tação: o norte, à nossa frente, e o sul, às nossas costas.
Outros meios de orientação
Até o século XIII, utilizava-se a orientação astronômica
simples, através da localização e posição dos astros,
como o Sol, as estrelas, as constelações e a Lua.
Não podemos esquecer:
1º) A Terra tem um eixo inclinado de 23° e 27’.
2º) As estações do ano significam diferentes
posições dos hemisférios.
Estes dois fatos dificultam a localização pelas
estrelas, astros ou constelações.
Sol
Rotação da Terra Movimento aparente do Sol
W E W E
A localização na vida
Rotação da Terra
sentido oeste para leste
Movimento aparente do Sol
leste para oeste
Veja agora os desenhos:
Orientação pelo Sol
Tecnologia ITAPECURSOS
4 cor preto
44444 Geografia - M1
A orientação pelas estrelas é distinta nos dois
hemisférios. Assim como o Sol durante o dia, elas
parecem deslocar-se de leste para oeste. No
hemisfério norte, apenas a ESTRELA POLAR parece
estar fixa, pois encontra-se quase diretamente acima
do pólo norte. Portanto, para se determinar a direção
do pólo norte, basta traçar uma linha imaginária per-
pendicular da Estrela Polar à Terra. No hemisfério
sul não existe qualquer estrela que indique a posição
do pólo sul. A orientação do CRUZEIRO DO SUL,
devido à sua forma peculiar, é utilizada para a orien-
tação e indicação do pólo sul. Para determinar a
direção do pólo sul, basta prolongar quatro vezes o
braço maior da cruz e, então, traçar uma linha imagi-
nária, perpendicular à linha do horizonte, até a Terra.
A bússola
Do século XIII ao século XV, acontece a invenção e o predomínio da BÚSSOLA, um prático e eficiente instrumento de
orientação inventado pelos chineses, que permite traçar o rumo em qualquer momento de uma viagem. Constitui-se de
uma agulha imantada que gira sobre um eixo vertical, em um fundo constituído de um mostrador, como a Rosa-dos-Ventos,
com 360° de circunferência (BÚSSOLAS MODERNAS). A agulha imantada da bússola não aponta o norte geográfico, mas
sim o pólo magnético da Terra. É necessário, então, fazer uma correção na direção apontada pela bússola, denominada
declinação magnética, que é o ângulo formado pela distância entre o pólo Norte da Terra e o pólo magnético, indicado pela
agulha da bússola.
Veja nos desenhos os pólos magnéticos e os pólos geográficos.
 Pólo Sul
ESTRELA
POLAR
Pólo
Norte
Cruzeiro do Sul
MAGALHÃES
Pólo Sul
COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Utilizando os paralelos e os meridianos podemos, por meio da latitude e da longitude, determinar a posição
exata de um ponto qualquer na Terra.
Paralelos
Paralelos são círculos imaginários que atravessam a Terra, paralelamente ao equador, nos dois hemisférios.
Diminuem de tamanho à medida que se afastam do equador, até se transformarem em um ponto nospólos, a 90º.
Entre os paralelos existem dois círculos mais importantes em cada hemisfério, que são:
Hemisfério Norte: Trópico de Câncer, a aproximadamente 23º27’ do equador; e o Círculo Polar Ártico,
distante aproximadamente 66º30’ do equador.
Hemisfério Sul: Trópico de Capricórnio e Círculo Polar Antártico, ambos apresentando a mesma distância
aproximada do equador que os seus correspondentes do hemisfério norte.
Pólo Geográfico Pólo Magnético
Pólo Geográfico
Pólo Magnético
Círculo Polar Ártico
 Trópico de Câncer
 Equador
 Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Tecnologia ITAPECURSOS
5 cor preto
55555Geografia - M1
Latitude
É a distância em graus de qualquer ponto da superfície
terrestre em relação ao equador. Pode ser definida como
o ângulo que a vertical desse lugar forma com o plano do
Equador.
A latitude pode ser norte ou sul e variar de 0° a 90°. Cada
grau divide-se em 60 minutos e cada minuto em 60
segundos.
Meridianos
Meridianos são semicircunferências imaginárias traçadas
na Terra de pólo a pólo, possuindo a mesma extensão,
sendo 180° a leste e 180° a oeste de Greenwich.
Longitude
É a distância em graus entre um ponto da superfície
terrestre e o Meridiano Inicial, ou de Greenwich.
A longitude pode ser ocidental ou oriental, variando de 0°
a 180° em cada um.
Através dos paralelos e dos meridianos determinam-se
LATITUDE e LONGITUDE e, conseqüentemente, a posição
exata de um ponto qualquer da superfície terrestre. A latitude
e a longitude constituem as COORDENADAS
GEOGRÁFICAS.
O Brasil e as Coordenadas Geográficas
Posição do Brasil no Planisfério
AMÉRICA
DO NORTE
EUROPA
ÁSIA
AMÉRICA
CENTRAL
ÁFRICA
BRASIL
AMÉRICA
DO SUL
OCEANIA
ANTÁRTIDA
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
CÍRCULO POLAR ÁRTICO
EQUADOR OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
TRÓPICO DE
CÂNCER
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO
M
E
R
ID
IA
N
O
 D
E
 G
R
E
E
N
W
IC
H
0 3067 6134 9201
 km
 Escala
Equador
Trópico de Capricórnio
Arroio Chuí
33°45’09” Lat S














Posição
Geográfica do
Brasil
Aproximadamente, a loca-
lização das coordenadas
brasileiras é entre os paralelos
5°N e 33°S entre os meridianos
34°W a 73°W, sendo atraves-
sado pelo Equador, que corta
a cidade de Macapá e pelo
Trópico de Capricórnio, que
corta a cidade de São Paulo.
Sa. De
Contamana
73°59’32” Long W







PN
PS
Cabo Branco
(Ponta do Seixas)
34°45’54” Long W
Sa. Do Caburaí
5°16’19” Lat N







Tecnologia ITAPECURSOS
6 cor preto
66666 Geografia - M1
Sabendo a localização e a hora de uma cidade, você irá somar se o pedido for a leste ou subtrair se for a
oeste. Vamos aos exemplos:
• Na cidade x a 120° E, são 5 horas. Qual a hora na cidade 45° W?
 120° E 165° 15° 24 horas = 1 dia (Veja, voltamos 1 dia)
 45° W 11 horas 11 horas diferença
 165° A diferença entre as cidades é de 11 horas 13 horas
A hora de 120° não era 5. Então vamos somar 5 a 13 horas e acharemos 18 horas. Resposta: 18 horas do
dia anterior.
Vamos conferir
45° 30° 15° 0° 15° 30° 45° 60° 75° 90° 105° 120°
18 19 20 21 22 23 24 1 2 3 4 5
W E
+ -
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h h
FUSOS HORÁRIOS
Existem diversas maneiras de se medir o tempo:
tempo solar verdadeiro, tempo solar médio, tempo
civil ou pelos fusos horários.
A velocidade das comunicações acabou impondo a
necessidade de unificação da hora em todo o
mundo. Foram criados, então, os sistemas de fusos
horários, propostos em 1884, na Conferência de
Washington.
O conceito de tempo civil (ou hora civil) passou a
ser utilizado desde 1º de janeiro de 1925, a partir
de sua adoção pelos astrônomos. A duração do
tempo civil é de 24 horas, e a contagem é feita de 0
a 24 horas.
A rotação da Terra é feita de oeste para leste,
enquanto a direção do movimento aparente do Sol
é de leste para oeste. Para realizar o movimento de
rotação, isto é, para dar uma volta em torno da
circunferência equatorial, gastam-se 24 horas. Dessa
maneira, temos:
360° = circunferência da Terra 360° 24h
24 horas = duração de um dia 15°
A partir deste exemplo, faça outros.
Ao dividirmos a circunferência da Terra por uma
rotação, encontraremos 15°. Cada intervalo de
15°, nos meridianos, será equivalente a 1 hora,
sendo chamado de fuso horário. Todos os lugares
situados no interior do mesmo fuso horário
possuem a mesma hora: é a chamada hora
legal, diferente da hora verdadeira (ou local),
determinada pelo movimento aparente do Sol.
Para calcular a hora, convencionou-se que o
fuso horário inicial, isto é, o fuso a partir do qual
a hora começaria a ser contada, seria o fuso
que passa por Greenwich. A hora determinada
por este fuso horário recebeu o nome de hora
GMT.
O fuso horário de Greenwich é formado pela
soma de 7,5° a leste e 7,5° a oeste de 0°
(Meridiano Inicial, ou de Greenwich).
2 - Quando as duas localizações se encontrarem num mesmo hemisfério (leste para leste ou oeste para
oeste), deve-se subtrair as longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo:
 Localidade x = 135° E
 Localidade y = 45° E
135° 90° 15°
 45° 6 horas
 90° A diferença entre x e y será de 6 horas.
-
Para resolver problemas comuns relacionados aos fusos horários, lembre-se de que:
1 - Quando as duas localizações se encontrarem em hemisférios diferentes (oeste para leste ou vice-versa),
deve-se somar as longitudes e dividir o resultado por 15°. Veja o exemplo:
 Localidade x = 30° longitude Leste
 Localidade y = 105° longitude Oeste
 30° 135° 15°
105° 9 horas
135°
+
(15° = 1 hora)
A diferença entre x e y será de 9 horas.
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7 cor preto
77777Geografia - M1
Fusos horários
 Fuso horário
Países com horário oficial diferente daquele correspondente ao seu fuso horário
A linha internacional da data
Para se marcarem as horas, o meridiano de Greenwich é tomado como
referência. A hora oficial GMT (Greenwich Meridian Time) considerada é a que
corresponde às 12 horas (meio-dia). Assim, o meridiano correspondente a 180°
de longitude representa o tempo de 24 horas, e corresponde à linha na qual se
faz a mudança de data, de um dia para outro: é a linha internacional de mudança
de data.
A linha internacional da data atravessa o oceano Pacífico, apresentando
vários desvios, para não passar por nenhum lugar habitado. Passa pelo Estreito
de Bering, pelo leste da Península de Kamtchatka, entre as ilhas Aleutas e Samoa,
e daí prossegue até o pólo sul. Se um viajante cruzar essa linha no sentido
oeste-leste, deve acrescentar um dia; se cruzá-la no sentido leste-oeste, deve
subtrair um dia.
Observar que o meridiano de 180° não coincide com a linha internacional
de Mudança de Data, por convenção internacional.
FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL
LONDRES
(12h)
Considerando as ilhas
oceânicas, o Brasil possui
quatro fusos horários.
Há um limite prático e um teórico
dos fusos horários. Os limites
práticos foram criados no Brasil
para padronizar as horas em
algumas áreas. O Brasil possui
quatro fusos horários e três
horas diferentes dentro do seu
território. Para entender melhor,
veja o mapa de fusos brasileiros.
Linha Internacional de Data R
E
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P.
Tecnologia ITAPECURSOS
8 cor preto
88888 Geografia - M1
AS ESTAÇÕES DO ANO
As estações do ano ocorrem devido ao movimento de translação.
TRANSLAÇÃO: É o movimento que a Terra faz em torno do Sol, descrevendo uma órbita elíptica. Quatro
posições destacam-se nesse movimento. Observe, no desenho, que os pontos 2 e 4 representam o momento
em que a Terra terá a mesma luminosidade nos dois hemisférios: são os EQUINÓCIOS, de outono ou
primavera. Agora, observe que nas posições 1 e 3 os hemisférios da Terra receberão luminosidade diferente:
são os SOLSTÍCIOS, de verão ou de inverno.
O 1º fuso horário do Brasil está atrasado duas
horas em relação à hora de Greenwich.
O 2º fuso horário, atrasado três horas em relação
a Greenwich, constitui a hora legal do Brasil (hora
de Brasília). Nele se encontra a maioria dos estados
brasileiros. Observe que parte do 1º fuso passou
para o 2º, formando limite prático.
O 3º fuso horário está atrasado quatro horas em
relação a Londres e uma hora em relação a Brasília.
O 4º fuso horário apresenta atraso de cinco horas
em relação a Greenwich e duas horas em relação a
Brasília. Apenas o Acre e o extremo-oeste do
Amazonas encontram-se nesse fuso horário.
Horário de Verão
Aproveitando-se da claridade maior dos raios solares, o Brasil adianta seu relógio em uma hora.
É o chamado horário de verão (um pouco antes do verão oficial, outubro).
Porém, deve-se lembrar que esse recurso não é utilizado em todo o território, pois quanto mais
próximo do Equador, maior será a igualdade dos dias durante o ano.
Observe o desenho e suas numerações.
21 junho, hemisfério norte.
Solstício. Este hemisfério
receberá maiores radiações
solares, seus dias serão mais
longos e suas noites mais curtas.
21 março e 23 setembro, nos
dois hemisférios.
Equinócios. Os raios solares
atingirão os dois hemisférios
com a mesma intensidade, e os
dias e as noites serão iguais.
21 dezembro, hemisfério sul.
Solstício. Este hemisfério
receberá maiores radiações
solares; seus dias serão mais
longos e suas noites mais curtas.
Nº 1 Nº 2 e 4 Nº 3
Nº do H.N. H.S. Nº do
desenho desenho
1 21 junho Verão 21 dezembro 3
2 23 setembro Outono 21 março 4
3 21 dezembro Inverno 21 junho 1
4 21 março Primavera 23 setembro 2
Tecnologia ITAPECURSOS
9 cor preto
99999Geografia - M1
REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
Existem duas formas de representar graficamente a Terra: o globo e o mapa.
O globo terrestre é a melhor forma de se representar a Terra, a que mais se aproxima da realidade, apesar de
não ser a mais utilizada.
Suas vantagens são:
1) Sendo esférico, dá uma idéia bastante real;
2) Mostra todos os continentes, seus oceanos;
3) Permite a localização correta das principais linhas imaginárias;
4) Possibilita a simulação dos movimentos da Terra;
5) Apresenta as distâncias em latitudes e longitudes com exatidão;
6) As distâncias serão mais exatas, pois não haverá distorções das projeções.
O mapa nada mais é do que uma superfície plana na qual a Terra é total ou parcialmente representada. É
mais utilizado devido à praticidade de manuseio e transporte, além de conter indicações mais completas e
minuciosas que o globo.
A linguagem do mapa é cartográfica, precisa de métodos científicos mais adequados para melhor representar
a Terra. A cartografia ocupa-se em analisar e desenhar os mapas e as cartas topográficas de maneira mais
adequada à sua utilização.
Os mapas podem ser:
1 - Temáticos: destinam-se ao estudo específico de determinados temas, como Geologia, Demografia.
2 - Especiais: atendem a um público específico, de profissionais que têm no mapa um instrumento de
trabalho. Geralmente são mapas em grande escala.
3 - Gerais: quando atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas em pequena escala.
O estudo das Projeções Cartográficas
A maior dificuldade em cartografia é transferir o que existe numa superfície curva, que é a Terra, para uma
superfície plana, que é o mapa. Só podemos conseguir essa transferência, essa passagem, de maneira
imperfeita, infiel, com algumas alterações. O problema das projeções cartográficas exige, portanto, uma
grande dose de imaginação.
Todo mapa é um processo de alteração da superfície terrestre. Esta
distorção será maior quanto maior for a área cartografada.
Tipos de Projeções Cartográficas
O desenvolvimento de uma esfera
Ao tentarmos desenvolver uma esfera (ou parte de uma esfera) sobre um plano, observamos que os limites
externos de sua superfície são os mais sacrificados, apresentando maiores alterações, enquanto que o
centro da mesma não apresentará deformações. Portanto, o centro de uma projeção é a parte – que pode ser
um ponto ou uma linha (um paralelo ou um meridiano) – em verdadeira grandeza, sem alterações de escala.
Como a esfera não se desenvolve sobre o plano, utilizamos superfícies intermediárias que tenham a propriedade
de se desenvolver. Temos, então, que procurar figuras semelhantes à esfera, que sejam passíveis de
desenvolvimento.
O cilindro, o cone e o plano constituem esses tipos de figuras.
As projeções cartográficas costumam ser reunidas em três tipos básicos: cilíndricas; cônicas e plano
tangente ou azimutal.
Tecnologia ITAPECURSOS
10 cor preto
1010101010 Geografia - M1
Projeção Cônica
Na projeção cônica, a esfera projeta-se a partir do Equador, tangenciando de um dos paralelos. São observadas
as seguintes conseqüências:
1) A única linha de verdadeira grandeza é o paralelo de tangência.
2) O pólo é projetado, graças à forma própria do cone.
3) Os meridianos projetados se cruzam no pólo, semelhantemente ao que acontece na esfera.
4) As linhas traçadas na esfera são projetadas para a superfície cônica de desenvolvimento a partir de um
certo ponto do interior da esfera.
Observe a projeção cônica: os países que
apresentam maiores distorções são aqueles
localizados próximos ao Equador.
Este tipo de projeção é ótima para representar
mapas regionais, onde aparecem apenas pequenas
partes da superfície terrestre.
Projeção Cônica
Projeção Cilíndrica
Em uma projeção cilíndrica, observam-se as seguintes conseqüências:
1) Apenas o Equador tangencia a superfície.
2) As áreas próximas aos pólos e mesmo os pólos não têm possibilidade de serem projetados na superfície
cilíndrica.
3) Os demais paralelos projetados não conservam as medidas originais, guardando iguais comprimentos em
relação ao Equador.
4) O Equador é a única linha projetada que conserva a dimensão original.
5) As linhas traçadas na esfera são transferidas para a superfície cilíndrica de desenvolvimento, através de
projeções partidas do centro da esfera.
A projeção cilíndrica, também conhecida como
Projeção de Mercátor, apresenta os paralelos e os
meridianos cruzando-se em ângulos de 90° e é
bastante utilizada na navegação e na confecção de
mapas-múndi.
Os países localizados nas mais altas latitudes
apresentam-se bastante deformados, ao contrário
daqueles situados ao longo ou próximo da linha do
Equador, que apresentam pequenas alterações.
Projeção Cilíndrica
Projeção Plano ou Azimutal
Na projeção plano ou azimutal, as linhas traçadas na esfera são projetadas no plano, partidas de um certo
ponto do interior da esfera, a partir do pólo. São observadas as seguintes conseqüências:
1) Os meridianos, irradiando-se do pólo, são
projetados em linha reta.
2) À medida que se afastam do ponto de tangência
– o pólo – o espaçamento e as dimensões dos
paralelos e dos meridianos crescem rapidamente.
3) O pólo, ponto em que a esfera é tangente, é
projetado no centro do plano.
4) Os paralelos são arcos de círculos concêntricos,
como na esfera terrestre.Projeção Azimutal
A projeção azimutal destina-se a representar as regiões polares e suas proximidades.
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Uma projeção fora dos padrões
Projeção de Peters
O alemão Arno Peters (nascido 1916) apresenta um mapa que valoriza o Terceiro Mundo.
A principal qualidade deste planisfério é que cada cm2 dentro do formato 113 x 72 cm representa exatamente
63.550 Km2. Assim, as regiões temperadas do planeta não aparecem maiores do que as outras, como ocorre
nos mapas tradicionais. Outra boa qualidade é que a linha do Equador está eqüidistante dos pólos e todas as
regiões terrestres aparecem representadas.
Esta projeção também facilita uma compreensão mais real da relação entre os tamanhos dos países.
A projeção de Peters não é uma projeção conforme. É uma projeção cilíndrica da área igual. Isso significa
que as áreas dos continentes e países aparecem em escala igual, conservando suas dimensões relativas.
Faça você uma análise deste mapa e retire algumas conclusões.
COPILADO DOS LIVROS:
TIBÚRCIO, J. ARNALDO E COIMBRA, P. GEOGRAFIA. UMA ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO - HARBRA E
MAGNOLI, D. E ARAÚJO, R. A NOVA GEOGRAFIA - MODERNA.
Classificação das Projeções Cartográficas
As projeções cartográficas devem cumprir determinadas condições, objetivando a construção do mapa ideal.
1º) Conformidade - manter a verdadeira forma das áreas a serem representadas.
2º) Equivalência - manter inalteradas as dimensões relativas das áreas cartografadas.
3º) Eqüidistância - manter a constância das relações entre as distâncias dos pontos representados e as
distâncias dos seus correspondentes.
As projeções cartográficas podem ser classificadas:
a) Conformes: não deformam os ângulos, não deformando pequenas áreas. Os paralelos e os meridianos
se interceptam em ângulos retos.
b) Equivalentes: têm a propriedade de não deformar as áreas, conservando, quanto à área, uma relação
constante com as suas correspondentes na superfície da Terra. Para conseguir a equivalência de
áreas, a forma será sacrificada, sendo deformada.
c) Eqüidistantes: não apresentam deformações lineares, isto é, os comprimentos são representados em
escala uniforme.
d) Azimutais: resolvem apenas um problema, aquele que nem uma projeção equivalente nem uma projeção
conforme soluciona: o de cartografar as direções da superfície terrestre. Destinam-se, invariavelmente,
a mapas especiais construídos para fins náuticos ou aeronáuticos.
e) Afiláticas: também conhecidas como arbitrárias, não possuem nenhuma das propriedades dos outros
tipos de projeções.
Na projeção de Peters, países e continentes
recuperam suas verdadeiras proporções,
distorcidas por Mercátor.
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ESCALA
O mapa é uma relação de lugares e toda a representação mantém uma certa relação de tamanho (proporção)
com o objeto representado.
Existem duas maneiras de se indicar as proporções entre o mapa e o mundo real, porém, antes, vamos
guardar a frase abaixo:
Escala é relação especial de equivalência entre as medidas reais do terreno e a sua representação
reduzida no mapa.
As escalas podem ser:
Numérica ou Gráfica
Escala numérica
Usa-se por convenção 1 centímetro e o número seguinte quantas vezes o espaço foi reduzido.
Por exemplo:
Em um mapa cuja escala é de 1:100 000 (lê-se um por cem mil), a medida de 1 cm no mapa equivale a
100 000 cm no terreno.
Escala Numérica: quando a relação é expressa em números. É representada por uma fração.
Ex.: 1:100 000 ou 000100
1
 ou 1/ 100 000
Escala gráfica
É uma linha graduada na qual as marcas que indicam a distância estão escritas com os valores observados
no terreno. Nesta escala não é necessário que o tamanho do segmento seja equivalente a 1 cm.
Por exemplo:
Você percebeu que no primeiro exemplo 2cm correspondem a 20Km e, no segundo exemplo, 0,5mm é igual a 5 Km.
Veja agora o exemplo abaixo:
se precisar passar esta escala para a numérica?Km0 1 2
 ou
quilômetros
0 10 20
0 5 10 15 20
quilômetros
 = 2 cm = 2 Km, ou seja
1 cm = 1 Km = 1:100 000
Por que cinco zeros?
A escala usa o sistema métrico decimal.
Km0 1 2
1 cm
10 cm = decímetro
100 cm = 1 metro
1 dam = 10 metros
10 dam = 100 metros = 1 hectômetro
10 hm = 1000 metros = 1 quilômetro.
A escala numérica ainda pode ser:
Simples:
Dupla:
Ou seja, tanto no sistema gráfico como no
numérico, o mapa desenhado foi reduzido 100.000
vezes.
0 100 200 km
0 50 100 150 200 Km
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Relação entre os diferentes tipos de escala
Não existe uma escala melhor que outra. A escolha é determinada segundo os seguintes itens:
• finalidade do mapa
• conveniência da escala
Devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala; ou seja, quanto
maior for a escala, maior será a riqueza de detalhes.
Existem três grupos principais para as escalas, dependendo de sua finalidade.
 Escala Pequena Escala Média Escala Grande
1:20 a 1:20 000 usada em
plantas residenciais e projetos
arquitetônicos maiores.
Entre 1:25 000 a 1:250 000
usada para a confecção de
mapas topográficos.
Acima de 1:250 000
usada em mapas e Atlas
Geográficos e Globo.
Cálculo de escala
Na utilização de mapas, surgem algumas dificuldades
com relação a três elementos:
– a medida no terreno, ou distância real (D);
– a medida no mapa, ou distância gráfica (d);
– o denominador da escala (E).
Conhecendo-se dois desses elementos, o terceiro
será conhecido através de cálculos simples,
utilizando-se as seguintes fórmulas:
1 - Distância real D D = E x D
2 - Distância no mapa d = D ÷ E
3 - Conhecer a escala E = D/d
D
E . d
Veja:
Redução de Escala numérica
Por exemplo: 1 5 000 000, quanto vale 1 cm?
1:5 000 000
 cm
 dm
 m
 dam
 hm
Veja este exemplo:
1:5 750 000
 cm
 dm
 m
dam
ou seja
1 cm = 50 Km
1 cm = 57 Km e 500 m
ou 57,5 Km.
A REPRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS FÍSICOS E
HUMANOS NOS MAPAS
A representação dos diversos aspectos físicos e humanos nos mapas pode ser feita por meio de vários
processos: graduação de cores, linhas, hachuras, sombreamento e sinais gráficos. Para facilitar seu manuseio,
todo mapa deve conter uma legenda, que explica o significado dos símbolos utilizados.
As cores utilizadas são determinadas por convenções:
a) altimétricas • hipsométricas • batimétricas
hipsométricas batimétricas
terras submersas
tons em azul.
A cor azul é usada da cor
clara à mais escura,
indicando profundidades
maiores.
terras emersas
tons de verde - até 200m
tons de amarelo - 200 a 500m
tons de laranja - 500 a 2.000m
tons de marrom - + 2.000m
branco - + 4.000m
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b) Planimétricas
Quando são usadas para representar aspectos localizados na superfície terrestre, cores básicas. Exs.:
Vermelho ��correntes marinhas, estradas rodoviárias.
Azul � aspectos relacionados a água.
Preto � cidades, vilas, limites, etc.
Verde � vegetação, cultivos.
Símbolos convencionais
Legendas
A linguagem do mapa baseia-se no uso correto dos símbolos. Qualquer símbolo representado precisa de
quatro itens principais.
1 - Apresentar uniformidade.
2 - Facilitar a compreensão.
3 - Apresentar-se com fácil leitura.
4 - Apresentar-se preciso.
Isolinhas
As isolinhas unem pontos de igual valor, relacionados ao que está sendo representado, e recebem nomes
diferentes, dependendo do aspecto que foi cartografado.
Isoieta: linha que une os dois pontos de igual precipitação.
Isóbata: linhaque une os pontos de igual profundidade, abaixo do nível do mar.
Isóbara: linha que une pontos de igual pressão atmosférica.
Isoterma: linha que une os locais de igual temperatura.
Isoípsa: linha que une os pontos de igual altitude, acima do nível do mar.
Isoígra: linha que une pontos de igual unidade atmosférica.
Isócrona: linha que une pontos de horas iguais.
Curvas de nível
São linhas traçadas num mapa que unem os
pontos do relevo de uma mesma altitude (isoípsa).
Sabendo-se as altitudes do relevo, é possível
representá-lo. Veja o desenho: sua escala
vertical é de 2mm, isto é, cada 2mm no desenho
da elevação significa 10 metros de altitude.
Observe, também, que as cotas entre as isoípsas
representam a mesma altitude, ou seja, 10 metros.
Volte a observar o desenho. �
A diferença de nível entre duas curvas é quase
sempre a mesma. Se duas curvas se aproximam,
é sinal de que o declive (inclinação do terreno) é
maior; caso se afastem, o declive é mais suave,
menos abrupto.
RETIRADO DO LIVRO NOÇÕES BÁSICAS DE GEOGRAFIA
GERAL E DO BRASIL - MELHEM ADAS - ED. MODERNA.
CONSTRUÇÃO DE UM PERFIL TOPOGRÁFICO
OU DE CURVAS DE NÍVEL
160
1
5
0
1
4
0
12
0
13
0
B
B’
A
180
170
160
150
140
130
120
110
100
175m
m
e
tr
o
s
A’
10
0
11
0
103m
170
175cm
2mm = 10m
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DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA
Fotografia aérea
A palavra aerofotogrametria vem de aero + fotografia + metro. É uma técnica de fotografia
aérea, de partes da superfície da Terra, cujas imagens, impressas em papel fotográfico, permitem
a elaboração de mapas.
PROF. MELHEM ADAS
A aerofotogrametria é “a ciência ou a arte da obtenção de medições fidedignas por meio da fotografia.”
Predomina hoje na produção cartográfica, não atendendo apenas aos cartógrafos, mas também a uma
extensa série de técnicos ou especialistas que se utilizam da cartografia no desempenho de suas funções,
como: engenheiros, urbanistas, militares, geólogos, geógrafos, oceanógrafos, meteorologistas, agrônomos,
entre outros tantos.
A fotografia aérea resulta de um grande número de
especificações, normas e cuidados relativos aos
seguintes pontos:
1 - As condições atmosféricas para o vôo.
2 - A lente e a câmara utilizada.
3 - O filme utilizado.
A fotografia aérea pode ser classificada por:
1 - Cores, dando preferência ao preto e branco.
2 - Sistema ótico, em simples ou múltiplos.
3 - Verticalização ou posição oblíqua da câmara
fotográfica.
Itens importantes para analisar fotografia aérea
Nas fotos aéreas, os vários tons da cor cinza representam os elementos da paisagem:
– cinza escuro: estradas pavimentadas; – cinza bem escuro: vegetação;
– cinza claro: estradas não-pavimentadas; – aparência espelhada: água.
– branco: areia;
• A textura (maior ou menor variação da tonalidade) constitui um importante indicador de como se localiza o
solo na agricultura.
• Os diversos tipos, tamanhos e densidades das estradas são facilmente reconhecíveis em uma fotografia
aérea, sendo bastante útil nos estudos urbanos e nos transportes.
• As condições atmosféricas são primordiais para a execução de um vôo. Há regiões em que é possível
encontrar condições satisfatórias durante vários meses do ano; outras, entretanto, raramente favorecem
esse tipo de trabalho, estando quase sempre cobertas de nuvens.
• A posição do Sol é outro fator de grande importância para não prejudicar detalhes importantes: o excesso
de sombras e o Sol a pino são prejudiciais para a obtenção de fotos adequadas à correta fotointerpretação
e utilização técnica dos dados fotografados.
A fotointerpretação consiste na análise dos dados apreendidos numa fotografia aérea, com o propósito de
identificá-los, descobrir detalhes, analisá-los e estabelecer suas inter-relações.
As fotos aéreas trazem a escala indicada na foto. Na ausência de escala, esta é deduzida, sabendo-se a
altura do vôo e a distância focal da câmara.
Sensoriamento remoto
O conjunto de diversas técnicas (tecnologia espacial, o acesso global do planeta, a eletrônica, a
telecomunicação, o tratamento das informações) para estudar a Terra, tanto na parte continental quanto na
oceânica e atmosfera, sem o contato direto com elas, denomina-se sensoriamento remoto.
(TIBÚRCIO, J. ARNALDO, COIMBRA, PEDRO. ANÁLISE DO ESPAÇO GEOGRÁFICO. PÁG. 275 - ED. HARBRA).
Os sensores são capazes de coletar energia proveniente do objeto e convertê-la em sinal passível de ser
registrado. A transferência de dados do objeto para o sensor é feita através de energia.
O sensoriamento remoto, aplicado ao estudo da superfície terrestre, fornece a possibilidade da obtenção de
informações de grande importância na utilização efetiva e na conservação dos recursos naturais.
Remoto se refere à questão de posição no espaço ou no tempo, sendo, portanto, relativo.
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1616161616 Geografia - M1
1º) Avaliação de recursos hídricos
Pode ser feita através do estudo dos
componentes do ciclo hidrológico e de suas
relações, avaliando as taxas de movimentação
da água, a sua quantidade e qualidade no inte-
rior de cada subsistema do ciclo hidrológico.
Ex.: • recursos marítimos de pesca, usados em
grande escala pelos navios japoneses.
• controle de descargas contendo solventes
químicos.
• distribuição da umidade, etc.
2º) Aplicações em Geografia
Análise e monitoramento do uso da terra.
Exs.: • classificação e conservação do uso do solo.
• estimativas de safras agrícolas.
• exploração dos recursos minerais e energéticos.
• confecção de cartas geográficas (cartografia).
3º) Aplicação no controle ambiental
• Mapeamento climático.
• Estudos das atuações de massas de ar (um
bom exemplo, El Niño).
• Controle da poluição na baixa atmosfera.
• Controle da questão da camada de ozônio, etc.
4º) Outros
• Geomorfologia ambiental.
• Controle da vida animal silvestre.
• Atualização de crescimento das áreas urbanas.
• Monitoramento das usinas nucleares em caso
de acidentes.
• Desmatamentos e grandes queimadas.
• Controle de tráfego urbano
• Etc.
Principais aplicações
As estações receptoras terrestres
As imagens captadas pelos satélites são convertidas
em sinais eletromagnéticos, armazenados em fitas
e, depois, irradiados de volta a uma estação terrestre
ou retransmitidos por outro satélite ou, ainda,
transmitidos diretamente para uma estação terrestre.
Existe, no Brasil, uma estação de recepção,
implantada em Cuiabá, que opera desde 1973. A
localidade foi escolhida por tratar-se do centro
geográfico da América do Sul. Os dados são
recebidos através de uma antena parabólica e
gravados em fitas magnéticas de alta densidade.
Depois, são enviadas, através de vôos comerciais,
para o laboratório em São Paulo. O laboratório de
processamento de imagens tem a função de
transformar os dados em imagens compatíveis com o
computador, sendo enviados, então, para os usuários.
Aspectos legais
Há a necessidade de regulamentar juridicamente as atividades de teledetecção espacial, pois o satélite não
ajusta sua órbita às fronteiras nacionais, adquirindo imagens de todo o globo.
O Tratado das Atividades de Exploração do Espaço, de 1967, ajustou alguns pontos, como a liberdade de
exploração e uso do espaço exterior, sem possibilidade de apropriação por nenhum Estado. O ESPAÇO
EXTERIOR é definido como patrimônio comum da humanidade.
No Congresso UNISPACE’82, em Viena, ficou expresso o desejo de alguns países em desenvolvimento de
controlar a distribuição das imagens obtidas sobre o seu território. Atualmente, as posturas dos diversos
países são muito variadas. Em 1986, foi aprovado um projeto de princípios pela ONU, do qual consta:
1º - A teledetecção se realizará em proveito e interesse de todos os países.
2º- Respeitar-se-á o princípio da soberania plena e permanente dos Estados sobre sua própria riqueza e
recursos naturais.
3º - Promover-se-á a cooperação internacional sobre recepção, interpretação e arquivo de dados.
4º - Os USA devem informar ao Secretário Geral das Nações Unidas os programas de teledetecção.
5º - Os Estados devem ser informados caso estejam ameaçados por fenômenos prejudiciais para seu meio
ambiente.
O AMBIENTE FÍSICO
O saber geográfico é muito antigo. É
reconhecido desde as sociedades primitivas. Desen-
volveu-se na medida em que o homem ampliava seus
conhecimentos e a sua percepção do espaço. No século
XIX, na Alemanha, surge a ciência denominada Geografia.
São os estudos geográficos que permitem a você
interpretar o mundo em que vive, principalmente em
tempos de globalização.
O ambiente físico é a base, a sustentação de
todos os outros fatos que se desenrolam no nível
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COLUNA GEOLÓGICA - A BASE DOS ESTUDOS DA GEOGRAFIA FÍSICA
Durante milhares de anos, os homens têm-se
preocupado em estabelecer a idade da Terra. Intensas
investigações têm sido feitas ao longo do tempo. No
entanto, há apenas 40 anos os geólogos dispõem de
recursos técnicos para uma datação mais aproximada
da idade da Terra: entre 4,5 e 5 bilhões de anos.
A datação radioativa das rochas permite
avaliar a idade da Terra, tanto a partir de análises
de rochas que compõem o manto terrestre ou através
de comparação com resultados das mesmas análises
aplicadas em fragmentos de meteoritos vindos dos
espaço.
humano e econômico, sua distribuição e suas relações.
Compreender a Geografia Física permite entender os
variados aspectos que fazem parte do seu dia-a-dia.
A Geografia utiliza-se dos conhecimentos
desenvolvidos por outras ciências.
A Geografia Física busca o apoio na Geologia para
explicar a base dos fenômenos físicos que ocorrem na Terra.
A Geologia (geo = terra; logos = palavra,
pensamento, ciência), como ciência, procura decifrar
a história geral da Terra, desde o momento em que se
formaram as rochas até o presente.
Os conhecimentos relativos à geologia avan-
çaram bastante, principalmente neste último século,
muito embora alguns problemas ainda se encontrem
sem respostas conclusivas e definidas, como a origem
do Universo e da Terra. Entretanto, a necessidade dos
produtos da terra, o conhecimento e o trabalho de
pesquisa sobre a crosta terrestre, nos seus mais
variados aspectos, vêm aumentando, e os conhe-
cimentos advindos dessas necessidades práticas
propiciaram o aumento paralelo dos conhecimentos
científicos sobre o planeta. Assim é que a necessidade
do petróleo, do carvão mineral, dos minérios metálicos
e não-metálicos exige o conhecimento pormenorizado
dos processos de sua formação, do tipo de rochas
relacionadas a eles, da época de sua formação e, ainda,
a avaliação correta da quantidade provável existente de
cada um deles.
Veja a Escala ou Coluna Geológica:
ESCALA GEOLÓGICA DO TEMPO
F
an
er
oz
ói
co
C
rip
to
zó
ic
o
Cenozóica
Mesozóica
ou
Secundária
Paleozóica
ou
Primária
Pré-
Cambriana
ou
Primitiva
Duração
Aproximada
em Anos
± 1 milhão
± 69 milhões
± 200 milhões
± 600 milhões
± 4 bilhões
Períodos
Quaternário
Terciário
Cretáceo
Jurássico
Triássico
Permiano
Carbonífero
Devoniano
Siluriano
Ordoviciano
Cambriano
Proterozóico
Arqueozóico
Características
Principais
no Mundo
• Lagos glaciais
• Configuração dos atuais continentes
• Surgimento dos mamíferos
• Formação das grandes cadeias de
montanhas atuais
• Grandes répteis (dinossauros, etc.)
• Separação dos continentes: Deriva
Continental
• Intensas erupções vulcânicas
• Formação calcária
• Formação dos oceanos e mares
• Surgimento da vida animal e vegetal
• Soterramento de grandes florestas
(que deram origem ao carvão mineral.)
• Intenso metamorfismo, com a formação
de jazidas de minerais metálicos
• Formação da crosta terrestre primitiva
• Rochas magmáticas intrusivas ou
cristalinas
Características no Brasil
• Formação das bacias quaternárias
(Pantanal e Amazônica) e
sedimentares terciárias (Central e
Costeira).
• Atividade vulcânica e formação de
ilhas vulcânicas (Arquipélago de
Fernando de Noronha, Trindade,
Penedos de São Pedro e São
Paulo e outras.)
• Formação de bacias sedimentares
mesozóicas do Meio-Norte e do
Recôncavo.
• Derrames basálticos na Região Sul
(formação do planalto arenito basáltico).
• Formação do petróleo.
• Formação dos jazimentos car-
boníferos do sul do país.
• Formação das bacias sedimen-
tares paleozóicas do São Fran-
cisco e do Paraná.
• Formação das serras do Mar e da
Mantiqueira
• Formação das jazidas minerais
metálicas
• Formação dos escudos cristalinos
- Brasileiro e Guiano
Eras
Tabela Geológica Simplificada adaptada pelos autores
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1818181818 Geografia - M1
Ao analisar as colunas geológicas você deve ter percebido que há poucas informações sobre a era de
maior duração.
Isso se deve em primeiro lugar à ausência de seres vivos durante essa era, uma vez que a Terra estava se
formando. Portanto, não há fósseis do criptozóico. Também a permanente transformação pela qual todas as rochas
passam, através do ciclo petrológico, não permitiu a preservação de rochas do início da constituição do planeta.
Para melhor compreender, analise a representação didática da duração das eras geológicas abaixo:
1 - Pré-Cambriano � 75% 2 - Paleozóico � 16% 3 - Mesozóico � 7% 4 - Cenozóico � 2%
A ESTRUTURA DA TERRA
A Terra é formada por três camadas principais:
70 milhões 4
250 milhões 3
600 milhões 2
± 4 bilhões de
anos 1
FANEROZÓICO 25%
2 3 4
1
Criptozóico 75%
± 4,5 bilhões
de anos, idade
aproximada da
crosta terrestre
era Cenozóica







era Quaternária
era Terciária
Mesozóica ou
era Secundária
Paleozóica ou
era Primária
Pré-Cambriano
ou era primitiva
4,5 bilhões de
anos representam
a idade
aproximada da
crosta terrestre
As camadas da Terra são separadas por descon-
tinuidades, ou até são percebidas diferenças de
densidade e composição do material componente
das diferentes camadas. Veja a figura:
50 a 60 Km
± 3.000 Km
± 5.000 Km
Silício e
alumínio
Silício e
magnésio
Ferro e
níquel
1%
65%
34%
Camada Espessura Constituição % massa da
 Terra
1 - Crosta ou Litosfera
(SIAL)
2 - Manto ou Camada
Intermediária
(SIMA)
3 - Núcleo dividido em
3.a - Núcleo Externo
 (fluido)
3.b - Núcleo Interno
 (sólido)
3b
3a
2
1
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1919191919Geografia - M1
A DERIVA CONTINENTAL E A TECTÔNICA DE PLACAS
3 - Há 135 milhões de anos
(início do Cretáceo)
2 - Há 180 milhões de
anos (início do Jurássico)
1 - Há 225 milhões de
anos (fim do Permeano)
5 - Hoje (Atlas 2000, 1994)4 - Há 65 milhões de anos
(início do Terciário)
FONTE: SENE, EUSTÁQUIO E MOREIRA, J. CARLOS.
GEOGRAFIA, ED. SCIPIONE.
Tectônica de Placas
A distribuição das terras emersas e os
acontecimentos geológicos no globo terrestre só muito
recentemente tiveram uma explicação plausível.
Os estudos que ficaram conhecidos como Teoria
da Deriva Continental foram elaborados pelo geólogo
e paleoclimatologista alemão Alfred Lothar Wegener.
Seus estudos foram publicados em 1915 e se mostraram
muito audaciosos para a época.
A Teoria da Deriva Continental estava baseada
na hipótese de que todas as terras emersas da Terra
haviam constituído uma única massa continental à qual
Wegener denominou Pangéia (Pan - única; géia - terra). A
Pangéia estava circundada pelo oceano deThétys.
Há cerca de 200 milhões de anos, a Pangéia
começou a se separar. Inicialmente, dividiu-se em dois
grandes blocos; a Laurásia e a Gondwana. A partir
de então, a Laurásia subdividiu-se nas porções
continentais da América do Norte, Groenlândia e
Eurásia. A Gondwana sofreu maiores repartições,
subdividindo-se em: América do Sul, África, Índia,
Austrália e Antártida.
Wegener apresentava como provas da sua teoria
vários fatos, como a similaridade das unidades de relevo
das costas oriental e ocidental do Brasil e da África; o
encaixe dos litorais brasileiro e africano; a presença de
lesmas de jardim de mesma espécie em Nova York e em
Londres; indicativos de mesmo paleoclima na África e no
Brasil.
Wegener falece em 1931, na Groenlândia,
enquanto buscava novas comprovações de sua hipótese.
A teoria da Deriva Continental foi retomada a
partir da 2ª Guerra Mundial, quando o uso do sonar
permitiu o mapeamento do fundo do oceano.
Estes estudos liderados pelos cientistas Maurice
Ewing e Harry Hess começaram com o detalhamento
da Dorsal do Atlântico, uma imensa cordilheira com
mais de 70.000 Km de extensão.
A observação da cordilheira Meso-Atlântica
possibilitou a constatação de que o assoalho oceânico
era jovem, se comparado às terras emersas, datando
no máximo de 150 milhões de anos atrás.
A Teoria da Tectônica de Placas veio
comprovar a teoria da Deriva Continental.
A Tectônica de Placas, através dos movimentos
das placas provocados pelas correntes de convecção do
interior do planeta, explicaria os terremotos, os
vulcanismos, as cadeias dobradas, o surgimento de ilhas
oceânicas.
Veja as figuras abaixo:
Deriva dos continentes
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2020202020 Geografia - M1
Essa teoria considera que a massa continental
está dividida em seis grandes placas, sendo que os limites
dos continentes não coincidem com os das placas. O
deslocamento horizontal dessas placas provoca, em seus
limites externos, a ocorrência de várias deformações e
fenômenos, como o surgimento de dobramentos, falhas,
vulcanismos e terremotos. Essas áreas geologicamente
instáveis da crosta terrestre (Andes, Rochosas, Himalaia,
dentre outras) nada mais são do que os locais onde
ocorrem as colisões ou os seccionamentos das placas.
São vários os movimentos das placas tectônicas.
Quando ocorre o deslocamento chamado convergente,
o fundo do oceano abate-se, voltando para o interior
da Terra. As áreas em que isso acontece são deno-
minadas zonas de subducção, onde ocorrem violentos
tremores de terra e intensa atividade vulcânica. Também
são encontradas nessas áreas grandes fossas subma-
rinas, que atingem milhares de metros de profundidade.
Fronteira construtiva:
rocha fundida que sobe da
astenosfera e forma nova
litosfera nas cordilheiras
oceânicas.
1 - divergente
Fronteira destrutiva: nas zonas
de subducção, a litosfera oce-
ânica é forçada para baixo da
litosfera continental, penetrando
na astenosfera com ângulo de
aproximadamente 45°.
2 - convergente
Fronteira conservativa: nas falhas de
transformação, as placas deslizam
umas ao lado das outras e a litosfera
não é criada nem destruída.
3 - tangencial
Placas Placas
Astenosfera Litosfera
Litosfera
Rocha
fundida sobe
pela fenda
Vulcão
Astenosfera
Crosta
Oceânica
Litosfera
Litosfera
Rocha
fundida
sobe pela
fenda
Placas
Cordilheira
Oceânica
Folha de
transformação
Astenosfera
Crosta Oceânica
Litosfera
Rocha fundida
Crosta Oceânica
FONTE: ENCICLOPÉDIA COMPACTA GUINESS. PUBLICADA PELA REVISTA ISTO É - 12/04/95
Lembre-se:
I - Zona de subducção � mergulho de uma placa oceânica sob uma placa continental.
II - Zona de obducção � mergulho de uma placa continental sob outra placa continental.
III - Zona de agregação � região de divergência de placas permitindo a saída de material magmático.
O deslocamento tangencial entre as placas
provoca intensos tremores de terra quando se dá o
movimento. É observado na costa ocidental dos Estados
Unidos, onde a Placa do Pacífico se desloca para noro-
este. Esta área é denominada Falha de Santo André.
As forças que impulsionam as placas são
denominadas correntes convectivas, e não se localizam
na crosta, e sim no manto inferior. As correntes
convectivas ocorrem em função dos diferentes padrões
de aquecimento entre as camadas da Terra, isto é, a
subida de matérias quentes do manto para a crosta
(correntes ascendentes) e a descida de rochas
resfriadas da crosta para o manto (correntes
descendentes).
Assim, observando um mapa-múndi físico,
poderemos constatar que a distribuição das cordilheiras
e das áreas vulcânicas não é caótica ou puramente
casual; ao contrário, obedece a uma lógica geológica.
As fronteiras entre as placas
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21 cor preto
2121212121Geografia - M1
O Círculo de Fogo do Pacífico
Europa Ásia
África Fujiyama
Kracatoa
Austrália
Kilauea
Maunaloa
América
do
Norte
América
do Sul
Groenlândia
Região de maior sismicidade da Terra, onde se concentram 95% dos vulcões ativos do mundo. Também é a
região onde se concentram a maioria dos terremotos resultantes do movimento convergente das placas
tectônicas.
AGENTES FORMADORES DO RELEVO
O relevo terrestre é resultado da ação de duas forças ou agentes:
- forças construtoras ou internas
- forças modeladoras ou externas
Forças ou Agentes Construtores do Relevo
1- Tectonismo
Movimentos lentos, mais ou menos prolongados que ocorrem na crosta terrestre, resultado da ação das
forças internas do planeta.
Existem duas formas de Tectonismo: epirogênese e orogênese.
a) Epirogênese � movimentos verticais da crosta terrestre, provocando soerguimentos e rebaixamentos
de partes da litosfera.
b) Orogênese � deslocamentos de grande intensidade da crosta terrestre. São capazes de gerar
cadeias montanhosas, provocando dobramentos ou falhamentos.
Os dobramentos ocorrem quando a orogênese atua em rochas de boa plasticidade.
Os falhamentos ocorrem quando a ação da orogênese se dá sobre um substrato rochoso muito solidificado.
Observe a figura:
Dobramentos
Escarpas
Vale Montes
Anticlinal Anticlinal Rochas resistentes
São exemplos de cadeias dobradas: sistema Montanhas Rochosas - Andes (no Continente americano);
cadeia dos Alpes (na Europa); os Atlas (na África); o Cáucaso e o Himaláia (na Ásia).
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22 cor preto
2222222222 Geografia - M1
Esquema geral de um dobramento
Falhamentos
depressão da
crosta
Erosão
maciços continentais
depósito de
sedimentos
transporte de
sedimentos
pressão
pressões verticais
pressão horizontal
dobramentos Era Cenozóica
subida do magma
1 2
3 4
5 6
Pilar tectônico
(horst)
Linha de
falha
Fossa tectônica
(graben)
No Brasil, a origem das Serras do Mar e da
Mantiqueira está ligada a um processo de
falhamentos e fraturamentos do embasamento
cristalino, ocorrido em eras geológicas remotas.
2- Vulcanismo
Trata-se do estudo dos processos e eventos que possibilitam e provocam a ascensão do magma à superfície
terrestre.
b) Câmara magmática � parte inferior e interna
onde há a acumulação de material magmático.
Nessa área ocorre o aumento de pressão que
provoca a subida do magma.
c) Chaminé � Trata-se de um canal principal
e vários canais secundários que permitem a
saída do magma.
d) Cratera � Trata-se da parte superior da
chaminé que sofreu alargamento, provocado
pelas explosões.
Partes de uma estrutura vulcânica:
a) Cone vulcânico � edifício estrutural, construído
a partir da ação das forças internas quando da
erupção do material magmático. Os terrenos, sob
pressão, são arqueados, podendo alcançar
grandes alturas. Veja os exemplos:
- Etna � 3.280m
- Popocatepetl � 5.560m
- Chimborazo� 6.300m
As ilhas vulcânicas atingem grandes
profundidades: a ilha vulcânica do Havaí emerge
até 4200m sob o mar, porém sua base encontra-
se a 5.000m de profundidade.
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23 cor preto
2323232323Geografia - M1
3- Abalos Sísmicos
São provocados por movimentos que ocorrem no
interior da crosta. São causados por:
1- desmoronamentos internos � quando há a
dissolução das rochas pela ação da água
subterrânea ou pela acomodação de
sedimentos. São de baixa intensidade.
2- explosões vulcânicas e acomodação das áreas
de saída do magma. São restritos às áreas de
ocorrência e de baixa intensidade.
3- tectônica de placas � resultado de grandes
abalos, ligados à movimentação das placas
tectônicas. Podem propagar-se por grandes
áreas e apresentam grande intensidade.
Quando ocorrem no oceano, recebem o nome de maremoto. No Japão são conhecidos como “Tsunamis”.
As áreas de maior incidência de terremotos coincidem com a região de colisão das placas tectônicas.
Quando sua intensidade é elevada, provocam verdadeiras catástrofes. Veja os maiores terremotos:
1755 � um quarto da população de Lisboa morreu (60.000 pessoas).
1906 � São Francisco, na Califórnia (USA); causou o rompimento do encanamento de gás, provocando
 incêndios na cidade.
1923 � Tóquio e Yokohama; morreram 150.000 pessoas.
1972 � Manágua é quase totalmente destruída; morreram 10.000 pessoas.
1985 � Cidade do México - morreram milhares de pessoas.
1995 � Kobe - violento terremoto destrói a cidade, causando milhares de mortes.
Cratera
Cone vulcânico
Chaminé
VULCÃO
Nuvem de
gases tóxicos
Bombas e
cinzas
vulcânicas
Câmara
Magmática
Distribuição geográfica das zonas
sísmicas e vulcânicas
Zonas sísmicas
Principais vulcões
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24 cor preto
2424242424 Geografia - M1
Agentes modeladores do relevo
1- Intemperismo
Constitui o conjunto de processos operantes
na superfície terrestre que ocasionam a
decomposição dos minerais das rochas, graças à
ação de agentes atmosféricos e biológicos.
O fator principal da desintegração é a
variação de temperatura, que provoca dilatação e
contração heterogêneas, atividades em presença de
água e temperaturas inferiores a 0° (congelação).
Raízes, cristalização de sais, hidratação, dentre
outros, também provocam desintegração mecânica.
Os fatores da decomposição química são a água,
os agentes biológicos e seus produtos orgânicos. A
forma do Intemperismo depende muito do clima. Em
clima quente e úmido (tropical), predomina o
Intemperismo Químico; em clima seco e quente
(árido) e frio (nevoso), predomina o Intemperismo
Mecânico. Em clima úmido temperado, os dois tipos
se contrabalançam.
2- Erosão
a) Águas Correntes
- Os rios -
Trabalho de erosão executado pelos rios, através
do turbilhonamento das suas águas.
Os rios escavam seus leitos e suas margens,
transportam o material desagregado e o depositam
no mar ou nas suas margens, dando origem às
planícies fluviais.
- As enxurradas -
As águas das chuvas podem provocar danos maiores
ou menores ao solo, dependendo da existência ou
não de cobertura vegetal, da maior ou menor
declividade do terreno, da natureza das rochas e
da intensidade das chuvas.
b) Erosão glacial
As geleiras executam o trabalho de erosão e
acumulação de sedimentos.
Em seu trabalho erosivo, aplainam o relevo. For-
mam vales profundos quando descem entre
montanhas. Esses vales deram origem aos fiordes
da Escandinávia.
Muitos lagos foram formados pela ação das geleiras,
como os do norte do Canadá, da Finlândia e norte
da Rússia.
c) Erosão marinha
As ondas, as marés e as correntes marinhas
trabalham continuamente, em conjunto, ora
destruindo as rochas, ora acumulando sedimentos,
formando o litoral dos continentes.
São formas de relevo litorâneo originado do trabalho
do mar:
• erosão - falésias e barreiras.
• acumulação - praias, restingas, enseadas, lagunas.
d) Erosão eólica
Trabalho executado pela ação do vento sobre a
superfície da terra.
O vento não tem, sozinho, o poder da erosão. Isso
ocorre porque o vento transporta partículas de areia
que, ao se chocarem com as rochas, provocam o
seu desgaste. A intensidade do trabalho erosivo
depende da constituição da rocha.
O vento também executa o trabalho de acumulação,
dele resultando solos férteis, como o loess, e as
dunas, móveis ou fixas.
Rochas
As rochas são compostas por diversos elementos minerais. Dentre os principais elementos, os óxidos, sílica,
alumina compõem 72% de todas as rochas. Os outros 26% são representados pelo ferro, sódio, potássio,
magnésio.
Definição
Mineral � elemento ou composto químico encontrado naturalmente na crosta terrestre.
Rocha � agregado natural formado por um ou mais minerais.
FORÇAS OU AGENTES MODELADORES DO RELEVO
Constituídas por elementos externos que, atuando sobre a crosta terrestre, modelam o relevo.
Sua ação compreende três fases:
- erosão - transporte - deposição
(LEINZ, VIKTOR E LEONARDOS, OTHON HENRY. GLOSSÁRIO GEOLÓGICO. CIA. EDITORA NACIONAL. SP).
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2525252525Geografia - M1
Tipos de rochas
As rochas estão agrupadas em três tipos: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
Rochas Magmáticas ou Ígneas � constituídas
através da consolidação do magma. Quanto à
origem, são consideradas rochas de origem
primária, pois delas se originam as rochas
sedimentares e as metamórficas.
As rochas magmáticas se subdividem em:
1. Intrusivas: sofreram lenta solidificação do magma;
apresentam cristais macroscópicos.
Ex.: granito, diorito, gabro, sienito.
2. Extrusivas: sofreram um resfriamento rápido do
magma durante o vulcanismo, por isso apresentam
cristais microscópicos.
Ex.: basalto.
3. Hipoabissais: o resfriamento do material magmá-
tico se deu a pequena profundidade da crosta,
representando um estágio intermediário na
subdivisão das rochas magmáticas.
Ex.: diabásio, riólito, obsidiana.
Rochas Sedimentares � originadas da destruição
erosiva de qualquer tipo de rocha preexistente e
posterior deposição e litificação do material erodido.
Representam 5% do volume da crosta terrestre,
tendo grande importância econômica: petróleo,
carvão mineral, gás natural.
São necessárias as seguintes etapas para a
formação das rochas sedimentares:
1. intemperismo � conjunto de
processos que ocasionam a
decomposição dos minerais das
rochas devido à ação dos agentes
climáticos.
2. transporte � trata-se do traslado
do material erodido até uma área
deprimida, através da ação dos
elementos do clima, como a água e
o vento, que transportam esses
materiais a longas distâncias até
uma bacia de sedimentação.
As rochas sedimentares podem ser:
Detríticas: quando formadas a partir de fragmentos
de rochas preexistentes de tamanhos variados.
Químicas: formadas pela precipitação de solutos
ou evaporação da água: sal, calcita.
Orgânicas: constituídas através do acúmulo de
restos de organismos vegetais e animais: carvão,
calcário, betume.
Rochas Metamórficas � Formadas a partir da
transformação de rochas preexistentes (ígneas,
sedimentares ou metamórficas). Esta transformação
acontece a partir de modificações na constituição
mineralógica, na estrutura e na textura da rocha.
Esta transformação acontece através da ação dos
agentes: Tempo, Pressão e Temperatura.
Exs.: granito � gnaisse; calcário � mármore;
argila � ardósia; arenito � quartzito.
Exemplos:
Magmáticas
Sedimentares
Metamórficas
3. deposição � os materiais erodidos são
depositados em áreas deprimidas,
geralmente fundos de mares e
oceanos.
4. litificação � após o depósito dos materiais
erodidos, sob a ação do tempo e da pressão, os
sedimentos transformam-se em rochas
sedimentares, através do processo de litificação.Intrusivas: granito, sienito, diorito, gabro
Extrusivas: basalto, riólito, diabásio,
 obsidiana.
Clásticas: argilito, arenito, tilito, varvito,
 areia (detríticas)
Orgânicas: calcário, dolomito, carvão mineral
Químicas: sal-gema, estalactite, estalagmite
mármore, gnaisse, quartizito, ardósia





















NAKATA, Hirome e COELHO, M. Amorin. Geo. Geral. Ed. Moderna
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2626262626 Geografia - M1
1 - Os escudos
Os escudos antigos sofreram a ação de vários
fenômenos geológicos, entre eles o
rejuvenescimento, que é a tomada da erosão nas
formas de relevo já trabalhadas anteriormente,
como o rejuvenescimento causado por
falhamento.
Constituem a porção mais rígida da crosta,
formada por rochas ígneas de consolidação
intrusiva geralmente datadas de épocas
geológicas remotas ou do material sedimentar
dobrado em épocas geológicas paleozóica ou
anteriores, arrasado, metamorfizado e
incorporado aos escudos de antiga consolidação.
As áreas de escudos antigos são também
denominadas de maciços antigos.
O relevo dos maciços antigos é de planaltos
relativamente pouco elevados - menos de 2.000
metros.
São exemplos dos escudos antigos: o escudo
Canadense, o das Guianas, o Brasileiro, os es-
cudos Africanos, da Escandinávia, o escudo
ocidental Australiano, o do Decan (na Índia), as
montanhas dos Apalaches, o maciço Central Francês.
Nos escudos pré-cambrianos, são encontrados
minerais metálicos como ferro, manganês, ouro,
bauxita, sendo, portanto, áreas de grande
aproveitamento econômico.
Nos escudos paleozóicos, encontram-se os
minerais não metálicos.
2- As bacias sedimentares
São depressões do terreno preenchidas por
fragmentos minerais de rochas erodidas e por
sedimentos orgânicos.
Os detritos, ou sedimentos, podem ser de
diferentes origens: fluvial, marinha, glacial,
eólica, lacustre e vulcânica. O processo de
deposição desses sedimentos ocorreu em
diferentes eras geológicas: Paleozóica,
Mesozóica e Cenozóica. Ainda nos dias atuais
ocorre o processo de sedimentação, como no
Pantanal Mato-grossense, quando o Rio Paraguai
transborda, depositando sedimentos nas áreas
inundadas. Possuem uma espessura média de
alguns milhares de metros e, geralmente, estrutura
horizontal ou suavemente inclinada.
No caso de soterramento de antigos ambientes
aquáticos, ricos em plâncton, é possível encontrar
petróleo. Já no caso do soterramento de antigas
florestas, há possibilidade de ocorrência de
carvão mineral. As principais reservas petrolíferas
e carboníferas do planeta datam, respecti-
vamente, das eras Mesozóica e Paleozóica.
Assim, as bacias sedimentares são importantes
províncias onde podem ocorrer combustíveis
fósseis de origem orgânica: petróleo, carvão mi-
neral e xisto betuminoso.
3- As cadeias dobradas recentes
As cadeias dobradas recentes foram formadas
pelos movimentos entre as placas tectônicas, em
várias épocas da história geológica: a
acumulação de sedimentos próxima aos
continentes provoca um rebaixamento na crosta.
Como esse fenômeno é relativamente recente
na história geológica do planeta - fim do
Mesozóico e início do Cenozóico -, recebe a
denominação de dobramento moderno.
As cadeias dobradas apresentam elevadas alti-
tudes e grande instabilidade tectônica . Acham-
se pouco desgastadas pelos agentes modeladores
do relevo, apresentando cumes pontiagudos e
vertentes íngremes.
As unidades estruturais do Brasil
Geologicamente, o Brasil é muito antigo, apresentando maciços antigos e bacias sedimentares.
Por localizar-se no interior da Placa Sul-americana, não apresenta cadeias dobradas.
Em seu território existe uma calma tectônica, com ausência de terremotos e vulcanismos.
Escudos: abrangem 36% da superfície territorial do país, sendo 32% de formações arqueozóicas, formando
o “embasamento cristalino” e 4% de Proterozóicas, formando as ocorrências de recursos minerais, como
minério de ferro e manganês.
Bacias sedimentares: abrangem 64% do território brasileiro e estão representadas pelas grandes bacias,
como a Amazônica, Meio-norte, Paraíba e São Francisco.
AS UNIDADES ESTRUTURAIS DO GLOBO
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27 cor preto
2727272727Geografia - M1
DEPRESSÕES
Relativas
0m Nível do mar
Absolutas
AS FORMAS DE RELEVO
As formas do relevo da Terra são:
1- Planaltos
Superfície mais ou menos plana, delimitada por escarpas, onde o processo de erosão é maior do que o
processo de sedimentação. Existem planaltos cristalinos e planaltos sedimentares.
2- Planícies
Superfícies mais ou menos planas, onde o processo de sedimentação é atual, superando largamente o
processo de erosão.
Os terrenos de uma planície são de natureza sedimentar. Existem dois tipos principais de planície: costeiras,
situadas no litoral, e continentais, situadas no interior dos continentes, como a planície Amazônica. As
planícies continentais podem ser lacustres, formadas por lagos, ou fluviais, construídas por depósitos fluviais.
A noção de planície não deve estar vinculada à noção de altitude e sim à noção de processo de formação
(deposição de sedimentos), pois existem algumas, inclusive, situadas a mais de 1.000 metros de altitude,
como é o caso das planícies de montanhas.
3- Montanhas
São elevações naturais do terreno, que podem ser de diversas origens: montanhas de dobramentos,
montanhas de falhamentos, montanhas vulcânicas, montanhas de erosão.
4- Depressões
São áreas ou porções do relevo situadas abaixo do nível do mar, ou abaixo do nível das regiões que lhes
são próximas. Podem ser: absoluta, quando está abaixo do nível do mar, por exemplo, Mar Morto, a
392 metros abaixo do nível do mar, e Mar Cáspio, a 26 metros abaixo do nível do mar, e relativa, quando
está abaixo do nível das terras que lhe estão próximas, por exemplo, Depressão Periférica Paulista,
compreendida entre o Planalto Oriental, ou Cristalino, e o Planalto Sedimentar, ou Ocidental, no Estado de
São Paulo. Enquanto as terras de depressão periférica paulista estão em altitudes inferiores a 500 metros,
os planaltos que a circundam estão acima dessas altitudes.
O RELEVO BRASILEIRO
A principal característica do relevo brasileiro é a sua baixa altimetria. Em linhas gerais, temos:
• As terras de baixa altitude - entre 0 e 200 metros - abrangem 41% do território brasileiro. São as
planícies e os baixos platôs, localizados principalmente na Amazônia, no Pantanal do Brasil Central e
nas baixadas. Ex.: Planície Amazônica, Planície do Pantanal e Planícies Costeiras.
• As terras de altitudes médias - entre 200 e 1.200 metros - abrangem 58,5% do território brasileiro.
Dessas terras, 37% estão na faixa hiposométrica de 200 a 500 metros (são as altitudes predominantes).
As terras de altitudes médias abrangem os planaltos e as serras.
• As áreas culminantes, apresentando altitudes superiores a 1.200 metros, representam apenas 0,5% do
território brasileiro. Concentram-se, principalmente, na região Norte do país, no Planalto das Guianas.
Percebe-se que o território brasileiro possui um relevo de altitudes baixas. Tal fato facilita a circulação das
massas de ar, assim como também a circulação viária, uma vez que a construção de rodovias - principal
via de transporte de nosso país - e de ferrovias não exige grandes investimentos em obras de alto valor
monetário, como pontes, túneis, viadutos.
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28 cor preto
2828282828 Geografia - M1
1 - Os escudos ou maciços antigos no Brasil
Correspondem a aproximadamente 37% do total da área territorial brasileira. Estão divididos em duas
grandes porções: a) o Escudo das Guianas; b) o Escudo Brasileiro. As formações arqueozóicas do
território brasileiro constituem cerca de 32% dos terrenos Pré-Cambrianos.Os afloramentos das formações arqueozóicas, as de maior antigüidade geológica, formam o “embasamento
cristalino”, composto de várias rochas, entre elas o granito e o gnaisse, mármores e quartzitos.
No fim do Arqueozóico, o território foi afetado, dando origem às serras do Mar e da Mantiqueira.
As formações proterozóicas ocupam apenas 4% do território brasileiro. Possuem grande importância
econômica, pois aí se localizam importantes recursos minerais. É o caso do minério de ferro e manganês,
em Minas Gerais, Mato Grosso, Amapá e Pará; do ouro, em Minas Gerais; das pedras preciosas e
semipreciosas, do Espinhaço e da Chapada Diamantina, do níquel, em Minas Gerais; da cassiterita, em Rondônia.
No final do Proterozóico, ocorreu um movimento diastrófico no território brasileiro que deu origem à serra
do Espinhaço, em Minas Gerais e à chapada Diamantina, na Bahia. Os dobramentos que deram origem
às serras de Paranapiacaba, no Paraná, e dos Pirineus, em Goiás, ocorreram na era Paleozóica, no Siluriano.
Os terrenos arqueozóicos e proterozóicos brasileiros, de idade geológica muito antiga, já se encontram
bastante erodidos e desgastados, apresentando montanhas e planaltos de altitudes modestas.
2 - As bacias sedimentares
Ocupam a maior porção do território brasileiro, com sua área calculada em mais de 5,5 milhões de
quilômetros quadrados, correspondendo a aproximadamente 64% do território. Estão agrupadas em bacias
de grande e de pequena extensão.
São bacias sedimentares de grande extensão: Amazônica, do Meio-norte (abrange Maranhão e Piauí), do
Paraná (abrange grande porção da Região Sul e oeste do estado de São Paulo), Sanfranciscana e a do
Pantanal Mato-Grossense.
São bacias sedimentares de pequena extensão: a do Recôncavo-Tucano (produtora de petróleo), as
costeiras e as de compartimento de planalto (formações sedimentares que se alojaram em compartimentos
de planalto), como a bacia sedimentar de Curitiba, de Taubaté, de Resende, de São Paulo.
Quanto à idade geológica, as bacias sedimentares brasileiras são do Paleozóico e do Mesozóico, em sua
maioria. A bacia Amazônica, a do Pantanal e as bacias costeiras são do Cenozóico.
Apresentam-se em camadas horizontais ou sub-horizontais, evidenciando ausência de movimentos
tectônicos importantes da crosta terrestre em tempos geológicos remotos. No fim do Mesozóico, ocorreram
movimentos, dando origem a fraturas. Através delas, deu-se o escoamento das lavas básicas, recobrindo
grandes porções do sul do território brasileiro, originando os basaltos, os diabásios e diversos diques,
que, consolidados, formaram várias quedas d’água nos rios do centro-sul do país.
A decomposição do basalto e do diabásio deu origem a solos de boa fertilidade, as terras roxas, encontradas
no planalto Meridional.
O vulcanismo atingiu também a região de Poços de Caldas e Araxá, em Minas Gerais.
Quanto aos recursos minerais das bacias sedimentares, os principais são o carvão mineral e o petróleo.
Os principais depósitos de carvão mineral no Brasil localizam-se no sul do país, na bacia sedimentar do
Paraná, destacando-se o Estado de Santa Catarina como principal produtor nacional. Entretanto, as
bacias sedimentares brasileiras não apresentam, até o momento, grandes depósitos petrolíferos, embora
a produção interna tenha aumentado nas últimas décadas.
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2929292929Geografia - M1
Estrutura geológica do Brasil
Quadro Hipsométrico do Relevo Brasileiro
Classes de intervalos Superfície
Participação Total em %altitudimétricos aproximada
percentual(em m) (em km2)
Terras baixas 0-100 2.050.318 24,1 41,0
100-200 1.439.235 16,9
Planaltos e serras 200-500 3.151.615 37,0 58,5
500-800 1.249.906 14,7
800-1.200 574.624 6,8
Áreas culminantes mais de1.200 46.267 0,5 0,5
Total Brasil 8.511.965 100,0 100,0
FONTE: IBGE, ATLAS DO BRASIL, 1966.
O mapa de relevo do Brasil sofreu grandes modificações a partir das pesquisas do professor Jurandyr Ross,
da USP, que durante um longo tempo trabalhou no projeto Radambrasil, executando uma cobertura
aerofotogramétrica do território nacional.
O resultado deste trabalho foi apresentado sob a forma de um mapa detalhado do relevo brasileiro no qual são
observadas alterações significativas:
• a extensão das áreas de planícies foram reduzidas significativamente;
• os planaltos e serras foram redimensionados em suas repartições, recebendo nomenclaturas mais adequadas
à sua localização geográfica;
• são identificadas grandes áreas deprimidas - as depressões - resultado do extremo desgaste sofrido pelo
relevo brasileiro.
ESBOÇO DA ESTRUTURA GEOLÓGICA DO BRASIL
EMBASAMENTO CRISTALINO
 I - Escudo das Guianas
II - Escudo Brasileiro
A - Sul-Amazônico
B - São Luís
C - Atlântico
D - Luís Alves
E - Rio da Prata
 F - Nordeste
G - Sudeste
H - Araguaia - Tocantins
I - Sul-Rio-Grandense
J - Paraguai
L - Gurupi
BACIAS SEDIMENTARES
1 - Amazônia
2 - Meio-Norte
3 - São Francisco
4 - Paraná
5 - Pantanal
6 - Central
7 - Recôncavo Tucano
8 - Litorânea 0 230 Km
SURINAME
GUIANA
VENEZUELA
EQUADOR
PERU
BOLÍVIA
PARAGUAI
C
H
IL
E
ARGENTINA
OCEANO
ATLÂNTICO
COLÔMBIA
GUIANA
FRANCESA
URUGUAI
J
5
4
6
1 A
1
I
1
2
B
L
F
8
7
8
G
I
E
D
II
3
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30 cor preto
3030303030 Geografia - M1
CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ATLÂNTICO
FONTE: ROSS, JURANDYR. RELEVO BRASILEIRO: UMA NOVA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO IN: REVISTA DO DEPARTAMENTO
DE GEOGRAFIA DA USP, N. 4, SÃO PAULO, 1992.
Planaltos
1 - Planalto da Amazônia Oriental
2 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba
3 - Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná
4 - Planalto e Chapada dos Parecis
5 - Planaltos Residuais Norte-Amazônicos
6 - Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
7 - Planaltos e Serras do Atlântico-Leste-Sudeste
8 - Planaltos e Serras de Goiás-Minas
9 - Serras Residuais do Alto Paraguai
10 - Planalto da Borborema
11 - Planalto Sul-Rio-Grandense
Depressões
12 - Depressão da Amazônia Ocidental
13 - Depressão Marginal Norte-Amazônica
14 - Depressão Marginal Sul-Amazônica
15 - Depressão do Araguaia
16 - Depressão Cuiabana
17 - Depressão do Alto Paraguai-Guaporé
18 - Depressão do Miranda
19 - Depressão Sertaneja e do São Francisco
20 - Depressão do Tocantins
21 - Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná
22 - Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense
Planícies
23 - Planície do Rio Amazonas
24 - Planície do Rio Araguaia
25 - Planície e Pantanal do Rio Guaporé
26 - Planície e Pantanal Mato-Grossense
27 - Planície da Lagoa dos Patos e Mirim
28 - Planície e Tabuleiros Litorâneos
Observe, com bastante atenção, o novo mapa do relevo brasileiro e os cortes topográficos apresentados pelo
prof. Jurandyr Ross.
0 230 Km
SOLOS
Solo é a camada superficial da crosta terrestre alterada pela ação dos agentes do intemperismo.
Uma rocha qualquer, sofrendo intemperismo, transforma-se em solo. Porém, um solo incompleto.
O ar, a água, vegetais e animais, junto com os fragmentos de rocha intemperizada, constituem, então, o solo
propriamente dito.
Um solo bem desenvolvido apresenta-se subdividido em horizontes: quanto mais maduro for o solo, mais
desenvolvidos serão seus horizontes.
Veja a figura: A matéria orgânica, fornecida pela fauna e pela flora
decompostas, encontra-se concentrada apenas na
camada superior do solo. Essa camada é chamada
de horizonte A, o mais importante para a agricultura,
dada a sua fertilidade. Logo abaixo, com espessura
variável de acordo com o clima, responsável pela
intensidade e velocidade da decomposição da rocha,
encontramos rocha intemperizada, ar e água, que
formam o horizonte B. Em seguida, encontramos
rocha em processo de decomposição - horizonte C -
e, finalmente,

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