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CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
1) Com relação aos crimes contra o patrimônio, indique a alternativa CORRETA:
a) O crime de extorsão não admite tentativa já que, além de ser crime formal, não exige para sua consumação a obtenção do resultado pretendido pelo agente. (falso)
É crime formal e admite tentativa quando a ação do criminoso não for seguida pela obediência forçada da vítima ou quando por circunstâncias alheias à vontade do agente o crime não atinja a sua consumação.
b) O emitente de um cheque que para não cumprir com seu pagamento subtrai o título do credor e o destrói pratica o crime de supressão de documento.
A diferença entre o crime de supressão de documento (art. 305 do CPB), o crime de Furto (art. 155 do CPB) e o crime de dano (art.163 do CPB) está no “animus” do agente. 
= Caso a vontade seja a de subtrair documento materialmente valioso, como por exemplo: um cheque assinado por Elvis Presley, o crime será de furto. 
= Se o objetivo for causar um dano material;
Exemplo: jogar um documento valioso ao mar, o crime será o previsto no art.163 do CPB (Dano). 
= Caso o intuito seja a de destruir prova de fato juridicamente relevante, nos termos do art. 305, o crime será o de Supressão de Documento
c) Agente que falsifica assinatura em cheque alheio, descontado por descuido do banco, comete o delito de estelionato, restando absorvida por este a falsidade. (CORRETO)
Em relação à falsificação da assinatura, já há antiga súmula do STJ sobre o assunto, senão vejamos: “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido” (Súmula 17 do STJ). Desta forma, o item está correto.
d) É crime de estelionato, na modalidade de fraude no pagamento, a conduta do agente de dar cheque em pagamento a dívida de jogo ou a atividade de prostituição.
A Fraude no Pagamento por Meio de Cheque está prevista no art. 171, § 2°, VI do CPB. Há tendência de considerar inexistente o crime se o cheque se destinava ao pagamento de obrigação ilícita ou torpe, como no pagamento de 
- dívida de jogo, 
- compra de drogas, 
- prostituição, etc. Item “D” errado, portanto.
2) Quanto ao crime de furto, pode-se afirmar que:
(A) se o objeto subtraído for um navio, não haverá tal delito.
(B) admite a incidência do instituto denominado “suspensão condicional do processo”, em se tratando da modalidade de furto qualificado, se houver o “arrependimento posterior”, este previsto na parte geral do Código Penal.
(L.9099/Art. 89). Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). 
(C) o emprego de chave falsa é uma causa de aumento das penas.
(É uma qualificadora.)
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
(D) o rompimento de obstáculo à subtração da coisa é uma agravante genérica. (Qualificadora)
- rompimento de obstáculo;
- escalada ou destreza;
- com emprego de chave falsa;
- mediante concurso de duas ou mais pessoas;
(E) se o criminoso for primário ou de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la, ou aplicar somente a pena de multa. (e é) – artigo 155§2º
3) João e Maria resolveram, de comum acordo, subtrair computadores de uma das agências do Banco Central. Maria era funcionária do banco e se aproveitaram dessa vantagem para adentrar na agência com sua chave particular. Juntos e sem serem notados, os meliantes procederam com êxito na subtração dos computadores. Dada a hipótese aventada, assinale a alternativa correta:
O particular deve ter consciência e vontade (dolo) em relação ao agente do tipo, ou seja, deve saber que esse possui a condição de funcionário público. Caso contrário, transforma-se em responsabilidade objetiva, o que é proibido.
Funcionário público: se o agente se valer da facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário responderá pelo crime de peculato furto; caso contrário responde pelo crime de furto.
A) João e Maria responderão pelo crime de peculato-furto.
B) Como João não é funcionário público, para fins penais, este responderá por furto, enquanto Maria responderá por peculato.
C) João e Maria, ambos responderão por furto qualificado pelo concurso de dois agentes e pelo abuso de confiança.
D) João e Maria cometeram roubo, pois violaram o Banco Central, patrimônio público nacional.
E) João responderá pelo crime de condescendência criminosa e Maria pelo crime de peculato-roubo.
4) Sobre os crimes contra o patrimônio, considere as seguintes afirmativas:
1. A diferença básica entre o crime de furto e o crime de roubo está no emprego da violência: no furto há a subtração sem violência ou grave ameaça, enquanto que no crime de roubo o sujeito ativo se utiliza desse expediente para subtrair a coisa.
2. O crime de extorsão mediante seqüestro, previsto no artigo 159 do Código Penal, consuma-se com o simples arrebatamento da vítima, não sendo necessário o recebimento do valor do resgate.
3. Crianças de tenra idade e doentes mentais não podem figurar como sujeitos passivos do crime de estelionato.
sujeito passivo é incapaz de discernimento, teremos o abuso de incapaz (art.173 CP
4. É isento de pena quem comete crime contra o patrimônio em prejuízo de irmão, tio ou sobrinho.
Artigo 181, CP (cônjuge, ascendente e descendente)
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: 
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
5) José enfiou a mão no bolso de Pedro para subtrair-lhe a carteira. Pedro percebeu a ação do punguista e segurou-lhe a mão, tendo este sido imediatamente preso por policiais que estavam nas imediações. José responderá por tentativa de furto:
O furto qualificado o é assim chamado devido ao modo de execução dodelito, que facilita a sua consumação. No furto comum (ou simples), a pena é de reclusão de 1 a 4 anos, e multa. Ao furto qualificado é aplicada pena de 2 a 8 anos, e multa. A seguir estão os casos de furto qualificado elencados no código:
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
a) qualificado pelo abuso de confiança.
b) qualificado pela destreza.
c) qualificado pelo artifício.
d) simples.
e) qualificado pela fraude.
6 São considerados crimes contra o patrimônio:
(A) homicídio (art. 121 do Código Penal), furto (art. 155 do Código Penal) e seqüestro e cárcere privado (art. 148 do Código Penal).
(B) roubo (art. 157 do Código Penal), furto (art. 155 do Código Penal) e seqüestro e cárcere privado (art. 148 do Código Penal).
(C) roubo (art. 157 do Código Penal), furto (art. 155 do Código Penal) e extorsão mediante seqüestro (art. 159 do Código Penal).
(D) estelionato (art. 171 do Código Penal), furto (art. 155 do Código Penal) e seqüestro e cárcere privado (art. 148 do Código Penal).
(E) dano (art. 163 do Código Penal), violação de domicílio (art. 151 do Código Penal) e furto (art. 155 do Código Penal).
Furto - subtração de coisa alheia móvel
Roubo - subtração de coisa alheia móvel mediante violência
Latrocínio - roubo seguido de morte. (Trata-se de crime contra o patrimônio porque a motivação do crime é a subtração imediata do patrimônio da vítima)
Receptação - receptar algo ou produtos roubados
Dano - danificação dolosa de coisa alheia
Extorsão - quando se constrange alguém com o intuito de receber vantagem econômica indevida.
Extorsão mediante seqüestro - sequestrar pessoa com o fim de obter vantagem como condição do resgate.
Estelionato - obter para si vantagem ilícita por meio de erro ou ardil.
Violação de direito autoral - uso não autorizado de obra alheia
Violação do direito de marca - violar patente ou desenho industrial
7) Considerando as alternativas abaixo, é ERRADO afirmar que: 
A ( ) É admissível a receptação de receptação, exceto se adquirida de terceiro de boa-fé.
É perfeitamente possível a receptação da receptação, se o agente adquire, recebe, transporta, conduz ou oculta, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de outra receptação. Item “A” correto.
B ( ) O crime de extorsão mediante seqüestro consuma-se no momento em que a privação da liberdade da vítima se completa.
O crime de extorsão mediante seqüestro, previsto no art. 159 do CPB, é um crime formal, que se consuma no momento em que a vítima é privada de sua liberdade ambulatória. O recebimento do resgate é mero exaurimento do crime. Item “B” correto.
C ( ) O agente que, para roubar o caixa, invade mercearia matando seu proprietário e mais dois empregados, fugindo em seguida com res furtiva, responde por um único latrocínio, sendo a pluralidade de vítimas circunstância avaliada na dosimetria da pena.
Quando várias vítimas são mortas em um único episódio de latrocínio (unidade da ação delituosa), onde há uma única subtração patrimonial, considera-se a ocorrência de crime único, atuando a pluralidade de mortes como agravante judicial na determinação da pena. Item “C” correto.
D ( ) A apropriação indébita de coisa furtada não é possível ainda que desconheça o agente sua origem.
A apropriação de coisa furtada, com ciência da origem ilícita, constitui receptação. Se o agente não sabia, nem podia saber, sobre a origem criminosa, o crime será de apropriação indébita. Isto significa que a ilicitude da posse dever ser observada também sob o aspecto subjetivo (Führer). Item “D” errado.
8) Com relação aos crimes contra o patrimônio, julgue os próximos itens:
I. Considere a seguinte situação hipotética. Vanessa encontrou uma jóia que Jiana há muito tempo havia perdido, resolvendo não mais devolver a jóia. Nessa, situação, Vanessa praticou crime de furto qualificado pela destreza.
(art.169,II,CP) – Apropriação de coisa achada
II. Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio alugou seu carro, durante o mês que estaria viajando de férias, a seu amigo Carlos. Ao retornar de viagem e após o término do contrato, Lúcio tentou reaver o carro, mas Carlos recusou-se a devolvê-lo. Indignado com a situação, Lúcio dirigiu-se à casa de Carlos e subtraiu, utilizando sua chave-reserva, o próprio carro de volta. Nessa situação, não há crime de furto, tendo em vista que a coisa não é alheia.
(artigo. 345, CP)
III. Considere a seguinte situação hipotética. Lauro, com intenção de roubar, apontou um revólver para Patrícia, que estava passando de bicicleta no local, exigindo que ela parasse e anunciando o assalto. Patrícia, no entanto, não parou, motivo pelo qual Lauro desferiu dois tiros, vindo a tirar-lhe a vida. Em seguida, vendo que populares se aproximavam do local, Lauro fugiu, sem levar qualquer bem de Patrícia. Nessa situação, Lauro responderá por latrocínio tentado.
(art.157) – latrocício
IV. No crime de extorsão mediante seqüestro, o tipo penal consiste em seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Com relação à vantagem, pacificou-se a doutrina no sentido de que pode ser ela lícita ou ilícita, econômica ou de qualquer outra natureza.
(Art. 159, CP) - Para configurar o tipo, portanto, não necessariamente a vantagem tem que ser econômica. A disposição é clara ao afirmar que "qualquer vantagem" basta para caracterizar a extorsão.
V. O crime de apropriação indébita previdenciária é crime próprio, isto é, apenas a pessoa responsável pelo repasse à previdência social do montante recolhido dos contribuintes a título de contribuição previdenciária pode ser sujeito ativo.
(artigo 168, CP)
Estão corretos:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) II, IV e V.
9) Quem influi para que terceiro de má-fé adquira produto de crime, pratica: (artigo 180, cpb)
a) receptação própria;
b) receptação imprópria;
c) receptação privilegiada;
d) receptação culposa;
e) participação em receptação.
Gabarito: A
A questão é interessante, pois pode levar o candidato mais descuidado a eleger como correta o tipo de estelionato. Contudo, uma das formas de receptação, prevista na parte final do caput do artigo 180 do CPB, trata-se da conduta de quem influi para que terceiro de boa-fé adquira, receba ou oculte coisa que sabe ser produto de crime (receptação imprópria). Ora, se o agente A influi para que B, de má-fé, compre um DVD pirata, o primeiro será partícipe do crime de receptação praticado por B. No caso do crime de receptação, não terá boa-fé quem não sabe e nem deve saber da origem ilícita do bem. Quem auxilia, instiga ou induz alguém adquirir um produto de origem criminosa, estará participando do crime de receptação própria. Resposta, letra “A”.
10 ) Em uma loja de roupas femininas, Fulana pede para experimentar uma blusa e, enquanto distrai a vendedora, desviando a sua atenção para outra cliente, guarda a peça em sua bolsa, fugindo em seguida. Trata-se da hipótese de (Delegado de Polícia/PCDF/NCE/2005):
a) furto qualificado mediante destreza;
b) furto qualificado mediante fraude;
c) apropriação indébita;
d) estelionato;
e) fraude ao comércio.
Gabarito: B
Estelionato X furto com fraude X apropriação indébita
Primeiro exemplo: (furto com fraude)
 Ana, ao ver um anúncio no jornal, procura Beto para comprar-lhe uma motocicleta. Após fazer alguns questionamentos a este, Ana solicita uma volta no quarteirão para realizar um teste no veículo. Ao assumir o guidão da motocicleta, toma rumo ignorado e foge com o bem. O caso trata-se de furto com fraude, apropriação indébitaou estelionato?
Dica:No furto com fraude, ou a vítima é mantida em erro para entregar o bem, contudo mantendo a vigilância sobre o mesmo, momento em que há a subtração; ou o autor desvia a atenção da vítima com um engodo, subtraindo-lhe posteriormente o bem.
Segundo exemplo: Apropriação indébita)
Ana, colega de faculdade de Beto, pede a este sua motocicleta, pois pretende visitar uma tia que mora em Ceilândia-DF. Após dois dias, vende o bem para pagar dívidas pessoais. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Dica: Na apropriação indébita, o bem vem ao poder do autor legalmente. Este, somente após, inverte a propriedade, agindo como se fosse dono do objeto, vendendo-o, alugando-o, emprestando-o etc.;
Terceiro exemplo: (estelionato)
Ana comparece a um lava-a-jato, afirmando falsamente ao funcionário que o veículo “X”, que acabara de ser lavado, seria de sua propriedade. Após pagar pelo serviço, foge com o veículo. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Dica: No estelionato, o autor mantém a vítima em erro para que esta lhe entregue o bem “ com ânimo definitivo”, isso quer dizer, que a vítima entrega o bem e tira sua vigilância sobre este.
Atenção: Ocorrendo de a vítima ser enganada a entregar o bem, mas continuando a manter vigilância sobre o mesmo, ou seja, entregou-o provisoriamente. Nesse caso, estaremos falando de furto com fraude e não de estelionato, caso haja a posterior subtração.
11) Fulano pede a Beltrano, seu amigo de longa data, que guarde em sua casa um computador de sua propriedade, até que volte de uma viagem que fará para a Europa. Dias após ter recebido o aparelho de boa-fé, quando Fulano já se encontrava no passeio, como se fosse seu, Beltrano vende o computador para terceira pessoa. A conduta de Beltrano se amolda à prática de:
a) receptação;
b) receptação qualificada;
c) furto;
d) apropriação indébita;
e) estelionato.
Gabarito: D (artigo 168CPB) - A entrega da coisa pelo proprietário ao agente é lícita. Antecede ao crime, que ocorre somente quando o sujeito ativo inverte o título da posse legitimamente conferida.
11) (UFPR_ESCRIVÃO_POLÍCIA CIVIL_PR_2007) Sobre os crimes contra o patrimônio, considere as seguintes afirmativas:
1. É isento de pena quem comete furto em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade conjugal. (certo)
2. O crime de extorsão mediante seqüestro consuma-se com a entrega da vantagem exigida como condição ou preço do resgate. (errado)
3. Aquele que dolosamente adquire, recebe, transporta ou oculta, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, pratica o crime de receptação. (artigo 190, CPB) (CERTO)
4. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. (CERTO)
STF Súmula nº 554 - 
    O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
 13) Paulo constrangeu Antônio, mediante ameaça de seqüestro e morte de seu filho, a emitir um cheque, sacar dinheiro do banco e depositar em sua conta corrente. Paulo cometeu crime de:
a) roubo relâmpago.
b) extorsão.
c) extorsão mediante seqüestro.
d) extorsão indireta.
e) roubo impróprio.
Gabarito: C
O crime de extorsão mediante seqüestro está previsto no art. 159 do Código Penal, e sem sua forma fundamental será punido com reclusão, de oito a quinze anos, quem "seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate".
Se o seqüestro durar mais de vinte e quatro horas, se o seqüestrado for menor de dezoito anos, ou se o crime for cometido por bando ou quadrilha, a pena de reclusão será de doze a vinte anos.
Se do fato resultar lesão corporal de natureza grave a pena de reclusão será de dezesseis a vinte e quatro anos, e se resultar em morte, de vinte e quatro a trinta anos.
14) Durante o almoço dominical da família Silva, José da Silva pede a seu tio, com quem não coabita, Manoel da Silva, que lhe empreste algum dinheiro para comprar roupas novas. Segundo José da Silva, as meninas andam dizendo que ele só veste as mesmas camisas e calças e isso tem prejudicado suas conquistas amorosas. Manoel da Silva repreende seu sobrinho José dizendo que ele precisa amadurecer, pois tem vinte anos, mas comporta-se como um adolescente ainda. No mesmo dia, José subtrai R$ 15,00 (quinze reais) e o talão de cheques de seu tio Manoel com intuito de adquirir roupas novas para si. Quando chega o sábado seguinte, José vai até o banco para sacar o dinheiro necessário à aquisição de uma camisa e uma bermuda, preenchendo o cheque corretamente e imitando com perfeição a assinatura de seu tio. Ocorre que Manoel percebera o desaparecimento do talão de cheques e comunicara o banco, razão pela qual o caixa se recusa a aceitar o cheque apresentado por José. Qual(is) crime(s) praticou José da Silva?
(A) Não praticou crime algum.
(B) Furto consumado e estelionato tentado.
(C) Furto e estelionato consumados.
(D) Apenas estelionato.
(E) Apenas furto.
- "obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."
 15) Sobre os crimes contra o patrimônio, considere as seguintes afirmativas:
Para a configuração do crime de furto é imprescindível a presença do elemento subjetivo diverso do dolo "para si ou para outrem". Nossa lei penal comum não tipifica o furto de uso. (falso)
O furto de uso tem requisitos específicos, como a devolução da res em sua integralidade, no lugar de onde foi retirada e em curto espaço de tempo.
II. O crime de extorsão é crime material, que se consuma com a obtenção da vantagem indevida. (falso)
É crime formal (súmula 96 STJ)
III. Há crime de latrocínio tentado quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.
IV. É isento de pena quem comete apropriação indébita em prejuízo do cônjuge na constância da sociedade conjugal.
Art. 181 do CP - É isentode penaquem cometequalquer dos crimes previstos neste título, em prejuízode cônjuge, na constânciada sociedade conjugalde ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, civil ou natural
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas II, II e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
16) No tocante aos crimes contra o patrimônio, é correto afirmar que
(A) a ação penal é sempre pública condicionada se o delito for praticado contra ascendente.
O artigo 182, por sua vez, torna a ação pública de iniciativa pública incondicionada, que é a regra nos crimes contra o patrimônio, em ação pública de iniciativa pública condicionada à representação, caso o crime contra o patrimônio seja cometido em prejuízo: do cônjuge, consensual ou judicialmente separado; de irmão, legítimo ou ilegítimo; de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
(B) o arrependimento posterior é incabível no crime de extorsão.
O arrependimento posterior atinge não só os crimes contra o patrimônio, como todos os demais em que ocorra prejuízo material à vítima (ex: peculato doloso).
(C) nenhum deles admite a modalidade culposa. (peculato culposo – artigo 312, CPB)
(D) a ação penal é sempre privada no crime de dano. (art.165)
(E) a majorante do furto noturno é aplicável àsfiguras qualificadas do delito.
Agrava a pena
PARTE ESPECIAL – PROFESSOR LÚCIO VALENTE
Com relação aos crimes contra o patrimônio, indique a alternativa CORRETA (DELEGADO DE POLÍCIA DA PCMG/2007).
A ( ) O crime de extorsão não admite tentativa já que, além de ser crime formal, não exige
para sua consumação a obtenção do resultado pretendido pelo agente.
B ( ) O emitente de um cheque que para não cumprir com seu pagamento subtrai o título do credor e o destrói pratica o crime de supressão de documento.
C ( ) Agente que falsifica assinatura em cheque alheio, descontado por descuido do banco, comete o delito de estelionato, restando absorvida por este a falsidade.
D ( ) É crime de estelionato, na modalidade de fraude no pagamento, a conduta do agente de dar cheque em pagamento a dívida de jogo ou a atividade de prostituição.
EXPLICAÇÃO
A despeito de ser crime formal, a extorsão admite a modalidade tentada, quando a ameaça não chegar ao destino ou quando a ação do criminoso não for seguida pela obediência forçada da vítima, por circunstâncias alheias à vontade do agente. Explica Führer ( FÜHRER, Roberto Ernesto Maximiliano e FÜHRER, Cláudio Américo Maximilianus. Código Penal Comentado, editora Malheiros, pág. 404) que para a extorsão não basta a ameaça ou violência, sendo necessária a atividade da vítima e indiferente o recebimento da vantagem econômica. Item “A” errado, portanto. 
A questão apresentada no item “B” já foi abordada da mesma forma em um concurso para Magistratura, nos seguintes termos: 
 O emitente de um cheque, para não cumprir com o pagamento nele estampado, subtrai do credor o título e o destrói. Cometeu o emitente o crime de:
(A)furto simples.
(B) apropriação indébita.
(C) supressão de documento.
(D) exercício arbitrário das próprias razões.
A banca examinadora do concurso para Magistratura considerou correta a resposta como sendo “Supressão de Documento”, o que demonstraria que o item ora analisado correto. Contudo, o gabarito traz como correto o item “C” (Estelionato). Vamos analisar:
O tipo de Supressão de Documento, previsto no artigo 305 do CPB, traz as condutas daquele que destrói, suprime ou oculta, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor. Bom, explica a doutrina que a diferença entre o crime de supressão de documento (art. 305 do CPB), o crime de Furto (art. 155 do CPB) e o crime de dano (art.163 do CPB) está no “animus” do agente. Caso a vontade seja a de subtrair documento materialmente valioso, como um cheque assinado por Elvis Presley, o crime será de furto. Se o objetivo for causar um dano material (jogar um documento valioso ao mar) o crime será o previsto no art.163 do CPB (Dano). Caso o intuito seja a de destruir prova de fato juridicamente relevante, nos termos do art. 305, o crime será o de Supressão de Documento. Cito, ainda, precedente jurisprudencial o qual informa que cometeria o crime em questão o agente que inutiliza cheque, riscando sua assinatura (RT 599/328). Assim, considero o item “B” correto, apesar de o examinador tê-lo considerado incorreto. Saliente-se que não houve anulação da questão.
Quanto ao item “C”, a sentença descreve exatamente um crime de estelionato, conforme previsto no art. 171 do CPB. Em relação à falsificação da assinatura, já há antiga súmula do STJ sobre o assunto, senão vejamos: “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido” (Súmula 17 do STJ). Desta forma, o item está correto.
A Fraude no Pagamento por Meio de Cheque está prevista no art. 171, § 2°, VI do CPB. Há tendência de considerar inexistente o crime se o cheque se destinava ao pagamento de obrigação ilícita ou torpe, como no pagamento de dívida de jogo, compra de drogas, prostituição, etc. Item “D” errado, portanto.
Considerando as alternativas abaixo, é ERRADO afirmar que (DELEGADO DE POLÍCIA/PCMG/2007):
A ( ) É admissível a receptação de receptação, exceto se adquirida de terceiro de boa-fé.
B ( ) O crime de extorsão mediante seqüestro consuma-se no momento em que a privação
da liberdade da vítima se completa.
C ( ) O agente que, para roubar o caixa, invade mercearia matando seu proprietário e mais dois empregados, fugindo em seguida com res furtiva, responde por um único latrocínio, sendo a pluralidade de vítimas circunstância avaliada na dosimetria da pena.
D ( ) A apropriação indébita de coisa furtada não é possível ainda que desconheça o agente sua origem.
EXPLICAÇÃO
É perfeitamente possível a receptação da receptação, se o agente adquire, recebe, transporta, conduz ou oculta, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de outra receptação. Item “A” correto.
O crime de extorsão mediante seqüestro, previsto no art. 159 do CPB, é um crime formal, que se consuma no momento em que a vítima é privada de sua liberdade ambulatória. O recebimento do resgate é mero exaurimento do crime. Item “B” correto.
Quando várias vítimas são mortas em um único episódio de latrocínio (unidade da ação delituosa), onde há uma única subtração patrimonial, considera-se a ocorrência de crime único, atuando a pluralidade de mortes como agravante judicial na determinação da pena. Item “C” correto.
A apropriação de coisa furtada, com ciência da origem ilícita, constitui receptação. Se o agente não sabia, nem podia saber, sobre a origem criminosa, o crime será de apropriação indébita. Isto significa que a ilicitude da posse dever ser observada também sob o aspecto subjetivo (Führer). Item “D” errado.
Quem influi para que terceiro de má-fé adquira produto de crime, pratica (Delegado de Polícia/PCDF/NCE/2005):
a) receptação própria;
b) receptação imprópria;
c) receptação privilegiada;
d) receptação culposa;
e) participação em receptação.
EXPLICAÇÃO
A questão é interessante, pois pode levar o candidato mais descuidado a eleger como correta o tipo de estelionato. Contudo, uma das formas de receptação, prevista na parte final do caput do artigo 180 do CPB, trata-se da conduta de quem influi para que terceiro de boa-fé adquira, receba ou oculte coisa que sabe ser produto de crime (receptação imprópria). Ora, se o agente A influi para que B, de má-fé, compre um DVD pirata, o primeiro será partícipe do crime de receptação praticado por B. No caso do crime de receptação, não terá boa-fé quem não sabe e nem deve saber da origem ilícita do bem. Quem auxilia, instiga ou induz alguém adquirir um produto de origem criminosa, estará participando do crime de receptação própria. Resposta, letra “A”.
Em uma loja de roupas femininas, Fulana pede para experimentar uma blusa e, enquanto distrai a vendedora, desviando a sua atenção para outra cliente, guarda a peça em sua bolsa, fugindo em seguida. Trata-se da hipótese de (Delegado de Polícia/PCDF/NCE/2005):
a) furto qualificado mediante destreza;
b) furto qualificado mediante fraude;
c) apropriação indébita;
d) estelionato;
e) fraude ao comércio.
EXPLICAÇÃO
Esta questão aborda um tema de grande dificuldade por parte dos alunos, qual seja, a diferenciação entre os crimes de estelionato, furto com fraude e apropriação indébita. Antes de analisarmos a presente questão, permita-nos apresentar outras situações que demonstram esse entrave.
Primeiro exemplo: Ana, ao ver um anúncio no jornal, procura Beto para comprar-lhe a motocicleta. Após fazer alguns questionamentos a este, Ana solicita uma volta no quarteirão para realizar um teste no veículo. Ao assumir o guidão da motocicleta, toma rumo ignorado e foge com o bem. O caso trata-se de furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Segundo exemplo: Ana, colega de faculdade de Beto, pede a este sua motocicleta, pois pretende visitar uma tia que mora em Ceilândia-DF. Após dois dias, vende o bem para pagar dívidas pessoais. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Terceiro exemplo: Ana comparecea um lava-a-jato, afirmando falsamente ao funcionário que o veículo “X”, que acabara de ser lavado, seria de sua propriedade. Após pagar pelo serviço, foge com o veículo. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Quarto exemplo: Ana solicita ao frentista do posto de gasolina que este encha o tanque de seu veículo. Após descuido do funcionário, foge sem realizar o pagamento.
Quinto exemplo: Ana, após tomar emprestado um livro na biblioteca da faculdade, o vende para pagar uma conta atrasada. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Sexto exemplo: Ana, dentro da biblioteca da faculdade, retira um livro da prateleira e sai do local com bem, vendendo-o a Beto logo após. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Sétimo exemplo: trata-se de um fato verídico, no qual tivemos a oportunidade de atuar. Ana comparece a uma casa de shows em um horário em que só estava Beto, responsável pela limpeza do local. Ana, identificando-se como DJ, diz a Beto que está no lugar a mando do patrão deste, dono do estabelecimento, o qual teria solicitado àquela o reparo da aparelhagem de som. Ana, para provar a Beto que dizia a verdade, simula uma conversa ao celular com o patrão de Beto. Esse, acreditando que segue uma ordem do patrão, entrega o bem a Ana, que desaparece do local. Furto com fraude, apropriação indébita ou estelionato?
Bom, podemos perceber que nos dá sempre uma sensação de insegurança ao escolher por um ou outro tipo penal, isso porque, às vezes, a diferença entre eles é muito tênue no caso concreto. Tenho ensinado aos meus alunos alguns “macetes” que ajudam a resolver grande parte dessas dúvidas.
1ª Dica: No furto há sempre subtração do bem, não havendo entrega deliberada do mesmo pela vítima com ânimo definitivo;
2ª Dica: No estelionato, o autor mantém a vítima em erro para que esta lhe entregue o bem “ com ânimo definitivo”, isso quer dizer, que a vítima entrega o bem e tira sua vigilância sobre este. Pode ocorrer de a vítima ser enganada a entregar o bem, mas continua mantendo vigilância sobre o mesmo, ou seja, entregou-o provisoriamente. Neste caso, estamos falando de furto com fraude e não de estelionato, caso haja a posterior subtração.
3ª Dica: Na apropriação indébita, o bem vem ao poder do autor legalmente. Este, somente após, inverte a propriedade, agindo como se fosse dono do objeto, vendendo-o, alugando-o, emprestando-o etc.;
4ª Dica:No furto com fraude, ou a vítima é mantida em erro para entregar o bem, contudo mantendo a vigilância sobre o mesmo, momento em que há a subtração; ou o autor desvia a atenção da vítima com um engodo, subtraindo-lhe posteriormente o bem.
No primeiro exemplo, Beto entrega a motocicleta a Ana, mas apenas provisoriamente, ou seja, continua vigilante quanto à sua propriedade. Ana, ao tomar rumo ignorado, subtrai o bem, praticando furto com fraude. Veja esse precedente do STJ: 
Segundo entendimento desta Corte, para fins de pagamento de seguro, ocorre furto mediante fraude, e não estelionato, o agente que, a pretexto de testar veículo posto à venda, o subtrai (v.g.REsp 226.222/RJ, DJ 17/12/99, HC 8.179-GO, DJ de 17.5.99).
No segundo exemplo, Ana recebe legalmente o bem como empréstimo, agindo como dona após a entrega. Caso nítido de Apropriação indébita.
No terceiro exemplo, Ana mantém o funcionário em erro, fazendo com que este lhe entregue o bem, retirando-lhe a vigilância sobre o mesmo. Não há subtração, ocorrendo, no caso, crime de estelionato.
No quarto exemplo, apesar de opiniões em contrário, entendemos haver estelionato. Isso porque, segundo pensamos, quando o frentista coloca o combustível no veículo, o faz com ânimo definitivo. Quanto mais nos dias de hoje, onde a maioria dos veículos tem dispositivos que impedem a retirada do combustível. Não há subtração, segundo pensamos. 
No quinto exemplo, Ana toma legalmente o livro emprestado, dispondo do mesmo com se fosse seu após o empréstimo. Apropriação indébita.
No sexto exemplo há claramente o crime de furto, sendo que a posterior venda do livro é mero exaurimento do delito. Caso Beto tenha adquirido o livro de má-fé, poderá ter cometido o crime de receptação.
No sétimo exemplo, há estelionato, pois a vítima foi mantida em erro, entregando o bem, retirando sua vigilância do mesmo logo após. 
Quanto à questão analisada, trata-se de furto com fraude, letra “B”, uma vez que o autor retira, mediante ardil, a vigilância da vítima para realizar a subtração. 
Veja alguns julgados sobre o assunto:
TACRSP: "A fraude utilizada no furto qualificado distingue-se daquela aplicada no estelionato, na medida em que, no primeiro, há discordância expressa ou presumida do titular do direito patrimonial em relação à conduta do agente, enquanto que, no último, o consentimento da vítima constitui peça que é parte integrante da própria figura delituosa" (RJDTACRIM28/124-5).
TACRSP: "No estelionato o lesado entrega livremente a coisa ao acusado, ao passo que, no furto mediante fraude esta é apenas meio para a retirada daquela"(RT540/324).
TACRSP: "Configura furto qualificado por fraude e não estelionato a conduta do agente que, prontificando-se a ajudar a vítima a efetuar operação em caixa eletrônico, subtrai seu numerário sem que esta perceba, vez que no delito do art. 171 do CP, o ardil precede a obtenção da vantagem ilícita e é fator causal para a entrega de valor pela vítima ao estelionatário, pois sua vontade encontra-se viciada pelo expediente fraudulento" (RJDTACRIM 26/118).
STF: "Ambos são crimes dolosos, materiais, em que o lesado é atingido no mesmo bem juridicamente tutelado: o patrimônio. A tipicidade é que é diversa, no estelionato o dolo está no antecedente, e na apropriação indébita o dolo é subseqüente à posse" (RTJ 83/287).
STF: "Apropriação indébita e estelionato. Se os artifícios contábeis fraudulentos foram posteriores à posse do dinheiro e visavam a encobrir a apropriação deste em detrimento do patrão, mantendo-o enganado, o crime é do art. 168, § 1°, III c/c o art. 51, § 2° e não o estelionato do art. 171" (RTJ 73/86).
TACRSP: "Comete apropriação indébita e não estelionato o funcionário de agência bancária que, tendo sob guarda, em virtude de exercer funções de confiança, as quantias depositadas nas contas-correntes dos clientes, disso se aproveita para sacá-las em seu próprio benefício, embora para ocultar essas práticas, também falsificasse, após os desvios, os lançamentos contábeis pertinentes" (RJDTACRIM 32/97).
TACRSP: "Consumado o crime de apropriação indébita, não se transmuda em estelionato pelo simples fato de o meliante, objetivando manter o delito encoberto, lançar mão de artifício enganoso" (JTACRIM 32/970).
 Fulano pede a Beltrano, seu amigo de longa data, que guarde em sua casa um computador de sua propriedade, até que volte de uma viagem que fará para a Europa. Dias após ter recebido o aparelho de boa-fé, quando Fulano já se encontrava no passeio, como se fosse seu, Beltrano vende o computador para terceira pessoa. A conduta de Beltrano se amolda à prática de (Idem):
a) receptação;
b) receptação qualificada;
c) furto;
d) apropriação indébita;
e) estelionato.
EXPLICAÇÃO
No caso apresentado, Beltrano recebeu licitamente o bem, para que este ficasse na sua posse e cuidado. Após, houve por parte desse a quebra de confiança estabelecida com Fulano. A definição está contida no art. 168 do CPB: “é a apropriação de coisa alheia móvel de que tem a posse ou detenção”. O delito não traduz violação da posse material do dono. É que a coisa não é subtraída, como ocorre nos crimes de furto e roubo. E também a coisa não é obtida fraudulentamente pelo agente, de modo a configurar o delito de estelionato, previsto no art. 171 do Cód. Penal. O sujeito passivo, a vítima, entrega a coisa voluntariamente. A entrega da coisa pelo proprietário ao agente é lícita. Antecede ao crime, que ocorre somente quando o sujeito ativo inverte o título da posse legitimamente conferida. A doutrina enumeraos elementos básicos do delito para sua caracterização (Eliane Alfradique, artigo publicado em www.direitonet.com.br):
posse ou detenção anterior ou precedente;
coisa alheia móvel, como objeto material;
a apropriação da coisa pelo sujeito ativo;
o elemento subjetivo (dolo genérico e específico (especial fim de agir).
Assim, a resposta correta para a questão é a letra “D”.
O médico está autorizado a praticar o aborto com conhecimento da gestante ou de seu representante legal (artigo 128, inciso II, do Código Penal), quando a gestante for vítima de estupro (Idem):
a) após convencido de que tal circunstância tenha ocorrido;
b) após o registro do fato na Delegacia de Polícia;
c) após o oferecimento da Denúncia contra o autor do fato;
d) após a condenação do autor do fato;
e) após a condenação transitada em julgado em face do autor do fato.
EXPLICAÇÃO
A lei não faz nenhuma exigência, além do consentimento da vítima ou de seu representante legal. Incube ao médico a verificação da violência sexual que justifique a manobra. Resposta letra “A”.
Durante revista pessoal em Beltrano, policiais encontram, em sua carteira, uma via de sua Certidão de Nascimento que, quando levada à perícia, foi constatado tratar-se de documento falso. Nesse caso, tal conduta se amolda à figura típica de (Idem):
a) uso de documento falso;
b) falsificação de documento particular;
c) falsificação de documento público;
d) falsa identidade;
e) a conduta é atípica.
EXPLICAÇÃO
Há grande controvérsia sobre se a conduta de exigir um documento falso por exigência da autoridade constitui o crime de uso. É o caso da polícia de trânsito que intima o motorista a exibir sua CNH. A corrente majoritária tem admitido a configuração deste crime na hipótese citada, pois, de uma forma ou de outra, há efetivo uso. Porém, o simples encontro de documento falso durante uma revista não basta para o preenchimento do tipo (FÜHRER, Roberto Ernesto Maximiliano e FÜHRER, Cláudio Américo Maximilianus. Código Penal Comentado, editora Malheiros, pág. 836). Resposta correta, portanto, letra “E”.
No crime de resistência (artigo 329, do Código Penal – Opor-se a execução de ato legal), a elementar “ato legal”, significa que a prisão deve ser (Idem):
a) formalmente legal, ainda que injusta;
b) justa e formalmente legal;
c) justa, formal e materialmente legal;
d) materialmente legal;
e) materialmente legal, ainda que injusta.
EXPLICAÇÃO
No crime em comento, o elemento objetivo/normativo “ato legal” é o ato material e formalmente legal, embora possa ser injusto na visão do autor. Resposta letra “A”.
Funcionário público que, como perito oficial, mediante suborno, elabora laudo ideologicamente falso, pratica:
a) prevaricação;
b) falsidade ideológica;
c) falsa perícia;
d) corrupção passiva;
e) extorsão.
EXPLICAÇÃO
Existe precedente jurisprudencial no sentido de que as corrupções passiva e ativa são crimes meios absorvidos pelo crime fim de falso (RT 653/358). No entanto, a banca considerou correta a letra “D”. Entendemos que a melhor alternativa seria a letra “B”, falsidade ideológica. Inclusive, conforme parágrafo único do art. 299, há uma aumento de pena caso o agente seja funcionário público.
Exatamente essa mesmíssima questão apareceu no concurso para Delegado de Santa Catarina de 2006, senão vejamos:
(Delegado de Polícia Civil de Santa Catarina – 22/01/2006) O funcionário público que, como perito oficial, mediante suborno, elabora laudo ideologicamente falso, pratica:
a) corrupção passiva.
b) prevaricação.
c) falsidade ideológica.
d) falsa perícia.
O gabarito preliminar da prova (www.acafe.org.br) apresentou como correta a alternativa “A” (corrupção passiva). Após os recursos, foi alterada para a letra “D” (falsa perícia). Interessante que neste concurso a banca examinadora analisa os recursos e apresenta parecer sobre o questionamento, o que deixa o concurso justo e transparente. Veja a decisão da banca:
ASSOCIAÇÃO CATARINENSE DAS FUNDAÇÕES EDUCACIONAIS - ACAFE
PARECER RECURSO RECLAMAÇÃO DE QUESTÃO
CONCURSO PÚBLICO EDITAL N0 004/2005
CARGO: DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO
NÍVEL: SUPERIOR
DISCIPLINA: Direito Penal / Direito Processual Penal / Legislação Complementar
QUESTÃO: 18
PARECER DA BANCA:
Assiste razão ao recurso que aponta a alternativa correta como sendo a prevista na letra D, qual seja, “Falsa Perícia”.
Portanto, é necessária a alteração do gabarito apontando como resposta correta a prevista na letra D.
DECISÃO
Altera o gabarito para a alternativa D.
Bom, parece que ninguém se entende, não é mesmo? O fato é que ocorre um conflito aparentes de normas, existindo vários posicionamentos a respeitos. Questões assim devem ser cobradas em provas escritas, subjetivas e não em questões objetivas.
Veja que para FÜHRER, se o perito intérprete ou contador for oficial (funcionário público no exercício das funções) o crime praticado, no caso, será o de corrupção passiva. Caso o perto seja nomeado pelo juiz, o caso será de falsa perícia.
Continuamos com o entendimento que o caso é de falsidade ideológica, uma vez que a corrupção resta absorvida.
Tendo ocorrido crime de homicídio nos limites da circunscrição de um delegado de polícia, este se recusou a instaurar o respectivo inquérito policial sem apresentar justificativas para sua atitude. Nessa situação, o delegado praticou crime de prevaricação.(Delegado de Polícia Federal/CESPE/2004)
EXPLICAÇÃO
No crime de prevaricação, previsto no art.319 do CPB (também conhecido como “autocorrupção”), o funcionário público trai o seu dever legal de agir por interesse ou sentimento pessoal. Este último elemento do tipo (interesse ou sentimento pessoal, o qual é um elemento normativo) deve ficar plenamente demonstrado, sob pena de o agente só responder administrativamente por sua falta. A questão informa apenas que o delegado não apresentou justificativa para seu ato, o que não demonstra que agiu para satisfazer interesse próprio ou sentimento pessoal. Se, por exemplo, deixou de instaurar IP por desleixo, desídia, deve apenas responder administrativamente por sua conduta. De outra forma, se não o instaurou por amizade ao suspeito, deve responder pelo crime. Assim, aconselha a doutrina que se proceda a uma análise caso a caso. O item, para a banca examinadora, está correto. Entretanto, pelo que explicamos, entendemos que o item está incorreto.
Túlio constrangeu Wagner, mediante emprego de arma de fogo, a assinar e lhe entregar dois cheques seus, um no valor de R$ 1.000,00 e outro no valor de R$ 2.500,00. Nessa situação, Túlio praticou crime de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo (Delegado de Polícia Federal/CESPE/2004).
A presente questão aborda a, às vezes, difícil diferenciação entre os crimes de roubo e o de extorsão.
Führer aponta oito critérios para a diferenciação:
 O objeto do roubo é sempre uma coisa móvel; na extorsão a vantagem indevida pode ser tanto móvel como imóvel;
 No roubo a ameaça é de mal imediato, iminente; na extorsão o mal prometido pode ser futuro;
 No roubo a subtração é imediata; na extorsão o proveito é geralmente diferido no tempo (Carrara);
 Na extorsão é para obrigá-la a fazer ou não fazer; no roubo a ameaça serve para neutralizar a vítima (tirar do caminho);
No roubo não importa a atitude da vítima; na extorsão ela faz parte do tipo, pois é necessária sua colaboração (embora forçada);
 No roubo a vítima é completamente dominada; na extorsão resta-lhe alguma opção.; 
 No roubo a vítima está visivelmente coagida; na extorsão ela está aparentemente livre;
 O roubo comporta violência ou ameaça; na extorsão a violência é um meio auxiliar da ameaça.
No caso analisado, cotejando os critérios apresentados, fica claro que se trata de crime de extorsão e não de roubo. Item incorreto.
Analise as afirmações a seguir (Delegado de Polícia de Santa Catarina/ACAFE/2006). 
l Quem induz um alienado mental, desprovido de discernimento, a se suicidar não comete o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, mas o crime de homicídio. 
ll No crime de homicídio, será torpe o motivo se for daqueles insignificantes, sem importância, totalmente desproporcional em relação ao crime. 
lll No crime de perigo para a vida ou para a saúde de outrem, o perigo deverá ser concreto. 
lV Só responderá pelo crime de omissão de socorro o agente que, antes da conduta omissiva, haja assumido o dever legal de impedir o resultado. 
Todas as afirmações corretas estão na alternativa: 
 A I - IV B I - III C II - Ill D III - IV 
EXPLICAÇÃO
Item I: No crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (art. 122 do CPB) é necessário que a vítima tenha possibilidade de discernimento o suficiente para saber o que faz, de outra forma o crime será o de homicídio, funcionando a vítima como instrumento nas mãos do indutor. Item correto.
Item II: O motivo torpe é aquele considerado repugnante, como matar os pais para ficar com a herança. Não se confunde com o motivo fútil, que é a aquele desproporcional, como matar alguém por ter olhado para sua esposa. Item II incorreto.
Item III: O crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, art. 132 do CPB, é sempre de perigo concreto, que exige prova que vítima determinada passou por risco de lesão ou de morte. Exemplo: mãe, usuária de drogas, que deixa os filhos menores expostos à inalação de produto entorpecente (RT 753/625).
Aproveitando a oportunidade, cabem aqui algumas considerações sobre o tipo do art. 132 do CPB:
a) A vítima deve ser determinada, caso seja indeterminada, poderá ser outro crime, como os previstos nos artigos 259 a 285;
b) se mais de uma pessoa for exposta a perigo, o crime será único;
c) Caso ocorra condução perigosa de veículos, considerar os artigos 306, 308, 309 e 310 do CTB (Lei 9.503/97)
d) No caso de disparo de arma de fogo em lugar habitado, suas adjacências, em via pública ou em sua direção, configurar-se-á crime previsto no art. 15 da Lei 10.826/03; caracterizar-se-á, contudo, o crime do art. 132 o disparo em direção à vítima, sem intenção de atingi-la, desde que o fato não se dê em lugar habitado, em suas adjacências, na via pública ou em sua direção.
d) há precedente jurisprudencial que considera configurado o crime do art. 132 a recusa dos pais ou responsáveis em permitir a necessária transfusão de sangue para o filho menor, por razões religiosas ou filosóficas (RT 647/302)
Item IV: as condutas omissivas podem ser:
a) omissiva própria ou pura: quando a própria norma descreve um não fazer. Exemplo: Omissão de Socorro.
b) comissiva por omissão: quando o tipo descreve uma ação, todavia, o agente alcança o resultado por um não fazer, uma omissão. Exemplo: a mãe que mata o filho por inanição.
Neste último, a omissão só será penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incube a quem: a) tenha por lei a obrigação de cuidado, proteção e vigilância; b) de outra forma assumiu o risco de produzir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da produção do resultado (art. 13, § 2ª do CPB).
Não existe, portanto, nos crimes omissivos próprios o dever de agir para pessoas determinadas, estando incorreto.
Opção correta, letra “B”.
Diodata, solteira, nascida aos 15/12/1969, mediante grave ameaça, materializada pelo uso de arma de fogo, constrange José à conjunção carnal, obrigando-o a ingerir um comprimido de estimulante sexual. A conduta de Diodata é (Delegado de Polícia/MS/FAPEC /2006)
A) Prevista no art. 213 do CP – Estupro. 
B) Prevista no art. 146 do CP – Constrangimento ilegal. 
C) Prevista no art. 216-A do CP – Assédio Sexual. 
D) Atípica. 
E) Prevista no art. 214 do CP – Atentado violento ao pudor. 
EXPLICAÇÃO
O tipo do art. 213 descreve a conduta de quem constrange mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. Note que quem pode ser constrangido é só a mulher, pois o tipo penal deixa isso bem claro. 
Caso um homem ou uma mulher seja constrangido a ato libidinoso diverso da conjunção carnal, não haverá adequação típica no art. 213 e nem, tampouco, no art. 214 (Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal). Ato libidinoso diverso da conjunção carnal seria qualquer outro ato, que não o coito vagínico e sempre realizado com o intuito de satisfação da libido. Ex.: (coito anal, oral, introdução dos dedos na vagina ou ânus, mordidas, sugadas nos mamilos, beijos lascivos etc.). Vale lembrar, também, que coito vagínico significa a completa ou incompleta introdução do pênis na vagina, com ou sem ejaculação.
No caso apresentado, o homem é constrangido ao coito vagínico, o que não pode nunca ser estupro, pois este crime não admite o homem como vítima. Caso o ato libidinoso fosse qualquer outro, poderíamos falar no crime de atentado violento ao pudor. A única hipótese que nos resta é o tipo do art.146. Item correto, letra “B”.
José está desempregado, doente e sua família passa por necessidades financeiras agudas. É casado com uma belíssima mulher, de nome Ana, que o ama muito. João, o vizinho, interessado em manter relacionamento amoroso com Ana, e percebendo que ela ama muito José, passa a induzir José ao suicídio, fazendo nascer em sua mente a idéia de suicidar-se. Para tanto João invoca a péssima situação financeira de José. Após fazer nascer em José a idéia do suicídio, João passa a instigá-lo ao suicídio, incentivando a idéia mórbida pré-existente. Por fim, e passando do auxílio moral para o auxílio material, João empresta uma corda para que José ceife a própria vida. José dirige-se a um bosque, amarra a corda em um galho alto, sobe em um banquinho e passa a movimentar-se, visando derrubar o banquinho. Ocorre que pelo declive do terreno o banquinho não cai. João, que estava à espreita observando a ação de José, apanha um galho e empurra um dos pés do banquinho, fazendo com que este tombe. José morre asfixiado. Estabelecida essa verdade no inquérito policial, caberá ao Delegado de Polícia indiciar João (Delegado de Polícia/MS/FAPEC/2006):
: 
A) Por infração ao art. 122 do CP, na modalidade auxiliar ao suicídio, com aumento de pena pelo motivo egoístico. 
B) Por infração ao art. 122 do CP, na modalidade instigar ao suicídio, com aumento de pena pelo motivo egoístico. 
C) Por infração ao art. 122 do CP, na modalidade induzir ao suicídio, com aumento de pena pelo motivo egoístico. 
D) Por infração ao art. 121 § 2º I do CP, homicídio doloso qualificado pelo motivo torpe. 
E) Por infração ao art. 122 do CP, por três crimes, nas modalidades induzir, instigar e auxiliar ao suicídio, com aumento de pena pelo motivo egoístico.
 EXPLICAÇÃO
O tipo do art. 122 descreve a seguinte conduta: “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça”.
No caso analisado, o João além de induzir, instigar e prestar auxilio, também realiza atos executórios de homicídio ao empurrar o banquinho e que está a vítima. Neste caso, deverá responder pelo homicídio qualificado, conforme o disposto na assertiva “D”. 
José mantém na garagem de sua casa um bar. Não adquiriu alvará público, por ser somente um comércio familiar, onde vende cachaça, cerveja e eventualmente churrasquinho. Todos os sábados José promove no bar uma “noite de pagode”, ocasião em que conjuntos de pagode apresentam-se até o raiar do dia seguinte. O alto volume das músicas executadas no local perturba o sossego de todos os moradores de casas vizinhas. José, com sua conduta, comete: 
A) Conduta atípica. 
B) Um dos crimes previstos no Título XI – Capítulo II do CP – Dos crimes praticados por particular contra a administração em geral. 
C) A contravenção penal prevista no art. 42 do Decreto-lei 3688/41. 
D) A contravençãopenal prevista no art. 42 do Decreto-lei 3688/41 c/c um dos crimes previstos no Título IX do CP – Dos crimes contra a paz pública. 
E) Um dos crimes previstos no Título IX do CP – Dos crimes contra a paz pública. 
EXPLICAÇÃO
Os crimes previstos no Titulo IX do CP – Dos crimes contra a paz publica contem os seguintes tipos: Incitação ao crime (art. 286), Apologia ao crime ou criminoso (art. 287), Quadrilha ou Bando (art. 288). 
A conduta de Jose encontra melhor adequação típica no artigo 42 da Lei de Contravenções Penais (Decreto-lei 3699-41), que diz: Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios. Note que esse tipo não se confunde com o do art. 65 da mesma lei (Molestar alguém ou perturbar-lhe a tranqüilidade por acinte ou motivo reprovável). Resposta correta, letra C.
 Considere a seguinte situação hipotética.
Francisco, imputável, realizou uma compra de produtos alimentícios em um supermercado e, desprovido de fundos suficientes no momento da compra, efetuou o pagamento com um cheque de sua titularidade para apresentação futura, quando imaginou poder cobrir o déficit. Apresentado o título ao banco na data acordada, não houve compensação por insuficiente provisão de fundos. Nessa situação, o entendimento doutrinário e a
jurisprudência dominantes é no sentido de que, não tendo havido fraude do emitente, não se configura o crime de emissão de cheques sem fundos (estelionato).
EXPLICAÇÃO
Correto. O delito de Fraude no Pagamento por Meio de Cheque (art. 171, § 2°, VI do CPB) consiste na emissão de cheque sem suficiente provisão de fundos ou na frustração na promessa de pagamento. De acordo com a Lei do Cheque (L.7357⁄85), referido título de crédito é pagável a vista. Considera-se não escrita qualquer menção em contrário. Assim, a doutrina e jurisprudência que qualquer desnaturamento nas características deste título o transforma em um outro (nota promissória, letra de cambio). Na questão analisada, o fato resta atípico, então, por dois motivos. Primeiro, porque Francisco não agiu com dolo, e o tipo não prevê a modalidade culposa. Segundo porque, o cheque pré-datado, o cheque caução, cheque dado em garantia, etc. são cheques desnaturados, porque, por definição, cheque é uma ordem de pagamento a vista, conforme já dissemos. Desta forma, há entendimento manso e pacífico nos tribunais que a emissão do título nestas condições é atípica.
Aproveitamos para mencionar o teor da sumula 554 do STF que determina que se o emitente efetuar o pagamento respectivo após a apresentação, mas antes do recebimento da denúncia, fica obstada a ação penal. A doutrina denomina tal possibilidade de arrependimento supereficaz.
Considere a seguinte situação hipotética.
Fernando, Cláudio e Maria, penalmente imputáveis, associaram-se com Geraldo, de 17 anos de idade, com o fim de cometer estelionato. Alugaram um apartamento e adquiriram os equipamentos necessários à prática delituosa, chegando, em conluio, à concretização de um único crime. Nessa situação, o grupo, com exceção do adolescente, responderá apenas pelo crime de estelionato, não se caracterizando o delito de quadrilha ou bando, em face da necessidade de associação de, no mínimo, quatro pessoas para a tipificação desse delito, todas penalmente imputáveis ((Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
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EXPLICAÇÃO
Realmente, não há que se falar, no caso, em crime de quadrilha ou bando, uma vez que a reunião do grupo foi para prática de um único crime, sendo que o tipo do art.288 do CPB exige o fim específico do grupo de cometer crimes indeterminados (não contravenções), mesmo que em continuidade delitiva. Ocorre que item afirma que os integrantes da quadrilha devem ser no mínimo quatro (o que é verdade), todos penalmente imputáveis (o que é errado). Neste número, ensina a doutrina, podem ser considerados os inimputáveis e mesmo aquelas concorrentes não identificados (bastaria a comprovação de participação de, no mínimo, quatro pessoas). Item Errado, portanto.
Observe, perseverante candidato, que a nova Lei de Drogas ( L. 11.343⁄06) tipifica uma associação criminosa relativamente estável, de duas ou mais pessoas (e não quatro), com o objetivo de praticar, reiteradamente ou não, os crimes dos arts. 33, caput e §1°, e art. 34 daquela lei (tráfico e fabricação ilícita de drogas).
O roubo nada mais é do que um furto associado a outras figuras típicas, como as originárias do emprego de violência ou grave ameaça (Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
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EXPLICAÇÃO
O crime é dito complexo quando há a fusão de duas ou mais figuras típicas. Ex.: roubo (que une os tipos de ameaça ou violência com furto); latrocínio (roubo mais morte). Para o STF, o estupro seria crime complexo. L.F. Gomes discorda, pois argumenta que neste crime não haveria fusão de dois delitos. O conceito de crime complexo é importante para identificar o tipo de ação penal cabível. O art. 101 do CPB preconiza que quando a lei considera como elemento ou circunstancia do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação aquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder mediante iniciativa do Ministério Público. Item verdadeiro, portanto.
Considere a seguinte situação hipotética (Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
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Márcio, funcionário público, concorreu culposamente para o crime de peculato praticado por outrem. Processado criminalmente, foi condenado a cumprir pena de seis meses de detenção. Todavia, após a sentença condenatória de primeiro grau, no curso da apelação, reparou o dano causado. Nessa situação, não se opera a extinção da punibilidade, pois a reparação do dano por Márcio ocorreu após a sentença condenatória. 
EXPLICAÇÃO
Errado. O § 2° do art. 312 do CPB dispõe que, no peculato culposo, a reparação do dano se precede a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade, se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Sobre o peculato culposo, o § 2° prevê um crime culposo escravo, porquanto depende do peculato doloso praticado ou tentado por outra pessoa. Aqui, o funcionário age de forma imprudente (ex. coloca a jóia sobre o balcão de atendimento), negligente (esquece a porta do cofre destrancada) ou imperita (ex. não vigia a coisa com a devida precisão) e assim, possibilita que outrem pratique o furto, apropriação ou peculato.
Considere a seguinte situação hipotética (Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
Francisco, imputável, acercou-se de uma mulher e a constrangeu, mediante violência, à prática de conjunção carnal, deflorando-a. Em razão do emprego da violência, a mulher experimentou, ainda, lesões leves, devidamente constatadas em laudo pericial. Nessa situação, Francisco irá responder pelo crime de estupro em concurso formal com o delito de lesões corporais. 
EXPLICAÇÃO
Errado. Nos crime de Estupro (213) e Atentado Violento ao Pudor (214), as vias de fato e as lesões corporais leves são absorvidas pelo crime de estupro, mas se ocorrerem lesões graves ou morte, o crime passa a ser qualificado (art. 223).
Interessante discussão trata da possibilidade de tentativa de estupro, uma vez que as manobras lascivas preparatórias já configurariam o crime de Atentado Violento ao Pudor. A doutrina nacional, majoritariamente, considera que o claro intento de conjunção carnal e a não introdução do membro viril ou ocorrendo simples contato supercial dos órgãos genitais, seria mera tentativa de estupro.
O Código Penal brasileiro permite três formas de abortamento legal: o denominado aborto terapêutico, empregado para salvar a vida da gestante; o aborto eugênico, permitido para impedir a continuação da gravidez de fetos ou embriões com graves anomalias; e o aborto humanitário, empregado no caso de estupro (Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
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EXPLICAÇÃO
Errado. Conforme o art. 128 do CPB, não se pune o aborto praticado por médico ( e por analogia em bonam partem por parteira) se não há outro meio para salvar a vida da gestante(necessário ou terapêutico), e se a gravidez resulta de estupro, desde que precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal (aborto sentimental ou Humanitário). A recomendação psiquiátrica por doença mental e a má formação fetal não autorizam a cessação da gravidez. 
Considere a seguinte situação hipotética (Delegado de Polícia/PCTO/CESPE/2008).
João entregou a Manoel certa quantia em dinheiro para que, em prazo determinado, a entregasse a uma terceira pessoa. Ao fim do prazo, Manoel se apossou do montante, tendo se utilizado do dinheiro para gastos pessoais. Nessa situação, a conduta de Manoel caracteriza o crime de apropriação indébita.
EXPLICAÇÃO
 
Verdade. O artigo 168 do CPB tipifica a conduta de quem se apropria de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção, apenando com reclusão de uma a quatro anos. Foi justamente esta a conduta de Manoel ao inverter o ânimo em relação à coisa. Não podemos falar em furto, uma vez que não houve subtração.
		Observe que se o agente é funcionário público e recebeu a coisa em razão do cargo: art. 312; apropriação de contribuições previdenciárias: art. 168-A; apropriação de contribuição sindical é apropriação indébita (art. 545, parágrafo único da CLT).
Sobre os crimes contra o patrimônio, considere as seguintes afirmativas (Delegado de Polícia/PCPR/2008): 
1. Para a configuração do crime de furto é imprescindível a presença do elemento subjetivo diverso do dolo "para si ou para outrem". Nossa lei penal comum não tipifica o furto de uso. 
2. O crime de extorsão é crime material, que se consuma com a obtenção da vantagem indevida. 
3. Há crime de latrocínio tentado quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima. 
4. É isento de pena quem comete apropriação indébita em prejuízo do cônjuge na constância da sociedade conjugal. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. 
e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
Item 1, correto. Conforme explica Führer (Código Penal Comentado, Ed. Malheiros), o crime de furto exige, além do dolo de subtrair, o dolo específico consistente na vontade do agente se apossar ou de se apropriar de coisa alheia (animus rem sibi habendi). Ou seja, é necessário que pratique a conduta para ter ou possuir a coisa alheia para si ou para outra pessoa. Pouco importa haver, ou não, intenção de lucro. Em princípio, não se caracteriza o furto quando o agente pretende apenas utilizar a coisa por curto período (furto de uso), se ficar evidente o propósito de devolvê-la intacta. Na subtração de veículos os tribunais entendem inexistir furto de uso quando o mesmo é abandonado em local distante, ou danificado, ou sem a reposição do combustível consumido.
Item 2, falso. Já ficou pacificado na doutrina (Hungria, Fragoso, Damásio, Capez, Delmanto) o entendimento de que a extorsão é crime formal e se consuma com a conduta forçada da vítima, havendo ou não recebimento da vantagem econômica indevida e lesão patrimonial (v. Súmula 96 do STJ). Observe que, apesar de a extorsão ser crime formal, admite-se a tentativa quando, p.ex., a ameaça não chega ao destino ou quando a ação típica não for seguida pela obediência forçada da vítima, por circunstâncias alheias à vontade do agente. Vejamos julgado do STJ neste sentido: 
 RECURSO ESPECIAL. CRIME DE EXTORSÃO. CRIME FORMAL QUE ADMITE TENTATIVA.
NA HIPOTESE DOS AUTOS, AS VITIMAS SUBMETIDAS A AMEAÇA DE MAL INJUSTO E GRAVE CONTRA SUA FILHA MENOR E SOBRINHOS, POR PARTE DOS REUS,
ENTREGARAM-LHE UM PACOTE, QUE ACREDITARAM SER DINHEIRO, QUANDO FORAM PRESOS POR POLICIAIS CIVIS, EM DISFARCE. E O CASO TIPICO, EMBOR EXCEPCIONAL, DE TENTATIVA DE EXTORSÃO, CRIME DE NATUREZA FORMAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, PARA DESCLASSIFICAR O DELITO NA SUAFORMA TENTADA, COM REDUÇÃO DA PENA. (REsp 16123 / RJ RECURSO ESPECIAL 1991/0022013-2).
Item 3, falso. O STF, após anos de discussão doutrinária e jurisprudencial, acabou por solidificar seu entendimento, através da Súmula 610: “ Há crime de latrocínio quando o homicídio de se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. 
No crime de latrocínio podemos vislumbrar as seguintes possibilidades: 1) morte tentada + subtração tentada = tentativa de latrocínio; 2) morte tentada + subtração consumada = tentativa de latrocínio; 3) morte consumada + subtração tentada = latrocínio consumado; 4) morte consumada + subtração consumada = latrocínio consumado.
Item 4, verdadeiro. O art. 181 do CPB trás hipóteses de escusas absolutórias ou imunidades penais, onde se exclui a punibilidade (fica isento de pena) quem comete crime contra o patrimônio (exceto roubo, extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa) em prejuízo do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; de ascendente ou descendente. Observe que ao art. 183, II, determina que a escusa não alcança o co-autor ou partícipe do crime.
A alternativa que melhor responde a questão é a letra D.
Sobre os crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral, considere as seguintes afirmativas (Delegado de Polícia/PCPR/2008): 
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1. Por se tratar de delito de mera atividade, a concussão se consuma com a simples exigência da vantagem indevida. A obtenção dessa vantagem constitui exaurimento do crime. 
2. O peculato é crime próprio no tocante ao sujeito ativo; indispensável a qualificação de funcionário público. É inadmissível o concurso de pessoas estranhas ao serviço público. 
3. O tipo descrito no artigo 318 do Código Penal (facilitação de contrabando ou descaminho) admite tentativa quando se tratar de conduta comissiva. 
4. Incide no crime previsto no artigo 321 do Código Penal (Advocacia administrativa) o agente que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração púbica, valendo-se da qualidade de funcionário. 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras. 
e) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 
EXPLICAÇÃO
O tipo do art. 316, do CPB (Concussão), por ser um crime formal, consuma-se com a simples exigência, mesmo sem o recebimento da vantagem, que é mero exaurimento. Item 1, verdadeiro.
Item 2, falso. O peculato é um crime próprio, só podendo ser cometido por funcionário público (intraneu). O particular (extraneus), contudo, pode ser co-autor ou partícipe dos crimes funcionais, pois a condição de funcionário público é elementar do tipo.
Item 3, verdadeiro. Admite-se na forma ativa (comissiva), vez que não existe possibilidade lógica de tentativa na conduta omissiva.
Item 4, verdadeiro, conforme a letra do tipo do art. 321.
A alternativa que melhor responde a questão é a letra D.
JUSRISPRUDÊNCIA SUPER ATUALIZADA 
Art. 213
Consumação – 
Para a consumação do delito de estupro impõe-se a comprovação da existência do constrangimento da vítima ao relacionamento sexual. (TJMG, ACR 1.0470.07.040969-8/001, 5ª câmara criminal, Rel. Maria Celeste Porto, pub. 17/05/2008).
Tentativa – 
A alegada impotência sexual do réu, não comprovada por perícia médica, não afasta a tipicidade do delito de tentativa de estupro, ainda mais em se considerando a possibilidade de uma inviabilidade relativa e não absoluta de ocorrência do coito vaginal. Comprovado o intento do réu de estuprar a vítima e a interrupção da execução criminosa por ação de terceiros, é inviável a desclassificação pretendida para o delito de importunação ofensiva ao pudor. Por ausência de previsão legal,o estupro tentado mediante violência presumida não é crime hediondo. (TJMG, ACR 1.0692.06.000328-6/001, 5ª câmara criminal, Rel. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO, pub. 05/04/2008).
Crime hediondo – 
Os crimes de estupro e atentado violento ao pudor são considerados hediondos, ainda que praticados em sua forma simples. Precedentes do STF e do STJ. (STJ, HC 85777/SP, 5T., Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, pub. DJ 05.05.2008 p. 1).
Síndrome da mulher Potifar – 
A palavra da vítima nos crimes sexuais merece relevância ímpar para a aferição de um juízo de condenação, especialmente quando vem corroborada pelo restante da prova, como ocorreu na hipótese dos autos. A ausência de comprovação robusta da materialidade dos fatos pela via pericial não descaracteriza a força probatória coligida nos autos, a qual incrimina o réu. (TJSE, ACR 0159/2007, Rel. DES. NETÔNIO BEZERRA MACHADO , julg. 28/04/2008).
'Quando o delito sexual for cometido contra vítima pobre, que não possa suportar as despesas do processo, sem privar-se dos recursos necessários à sua subsistência e de sua família, havendo representação (§ 2º), cabe ao Ministério Público ajuizar a ação penal. Não há necessidade de produção de provas para comprovar a miserabilidade, bastando a declaração da vítima, no contexto da representação, acompanhada da notoriedade do fato' (Guilherme de Souza Nucci).- De qualquer forma, não cabe olvidar: 'Caracteriza-se a violência real não apenas nas situações em que se verificam lesões corporais, mas sempre que é empregada força física contra a vítima, cerceando-lhe a liberdade de agir, segundo a sua vontade. Demonstrado o uso de força física para contrapor-se à resistência da vítima, resta evidenciado o emprego de violência real, a ação penal é pública incondicionada, nos termos da orientação da Súmula n. 608 - STF' (STF).- 'Nos crimes sexuais, a palavra da vítima, quando em harmonia com os demais elementos de certeza dos autos, reveste-se de valor probante e autoriza a conclusão quanto à autoria e às circunstâncias do crime. Precedente' (STF).- 'Se não desmentida, se não se revela ostensivamente mentirosa ou contrariada, o que cumpre é aceitá-la, sem dúvida. Pois, na verdade, não se compreende ponha-se a vítima a, inescrupulosamente, incriminar alguém, atribuindo-lhe falsa autoria, sem que razões se vislumbrem para tanto' (RT 718/389). (TJMG, ACR 1.0487.03.004380-5/001, 2ª câmara criminal, Rel. BEATRIZ PINHEIRO CAIRES, pub. 04/06/2008).
A palavra da vítima, em sede de crime de estupro, ou atentado violento ao pudor, em regra, é elemento de convicção de alta importância, levando-se em conta que estes crimes, geralmente, não tem testemunhas, ou deixam vestígios (Precedentes). (STJ, HC 98093/SC, T5, Rel. Ministro Felix Fischer, pub. DJ 12.05.2008 p. 1).
É firme a jurisprudência deste Supremo Tribunal no sentido de que o eventual consentimento da ofendida, menor de 14 anos, para a conjunção carnal e mesmo sua experiência anterior não elidem a presunção de violência, para a caracterização do estupro. Precedentes. (STF, HC 93263/RS, 1T, Rel. Min. Cármen Lúcia, pub. 11/04/2008).
Consoante jurisprudência consolidada nesta Corte e no Supremo Tribunal Federal, quando o estupro, além de ter sido praticado contra vítima menor de 14 anos, foi consumado mediante violência real, não constitui ilegalidade a aplicação da majoração prevista no art. 9o. da Lei dos Crimes Hediondos, independentemente do não reconhecimento das qualificadoras previstas no art. 223 do CPB na sentença. O conceito de violência real integra o próprio tipo penal de estupro, sendo diversa a forma qualificada (art. 223 do CPB), porque da violência resulta lesão corporal de natureza grave. (STJ, HC 90660/PB, T5, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, pub. DJ 17.03.2008 p. 1).
Ação penal – 
Em se tratando de estupro ou atentado violento ao pudor cometido com abuso de pátrio poder, procede-se mediante ação penal pública incondicionada, não havendo falar, em casos tais, em decadência do direito de representação da vítima. Inteligência do artigo 225, parágrafo 1º, inciso II, do Código Penal. (STJ, HC 69198/SP, T6, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, pub. DJ 22.04.2008 p. 1).
Concurso entre o estupro e o atentado – 
Inexiste continuidade delitiva entre os crimes de atentado violento ao pudor e estupro, por serem de espécies distintas e demandarem o preenchimento de requisitos subjetivos e objetivos diversos. Precedentes do STJ. (STJ, HC 85034/SP, T5, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, pub. DJ 17.12.2007 p. 254).
Constituem-se os crimes de estupro e atentado violento ao pudor, ainda que perpetrados em suas formas simples ou com violência presumida, crimes hediondos (Precedentes do Pretório Excelso e doSTJ). Se, além da conjunção carnal, é praticado outro ato de libidinagem que não se ajusta aos classificados de praeludia coiti, é de se reconhecer o concurso material entre os delitos de estupro e
de atentado violento ao pudor. A continuidade delitiva exige crimes da mesma espécie e homogeneidade de execução. (STJ, HC 76013/SP, T5, Rel. Ministro Felix Fischer, pub. DJ 15.10.2007 p. 316).
Admite-se a continuidade delitiva entre estupro e atentado violento ao pudor porquanto o art. 71 do Código Penal, ao mencionar que os delitos devem ser da mesma espécie, não quis dizer que devem ser idênticos, pois quando pretendeu esta significação o legislador penal usou a terminologia específica, como na redação dos arts. 69 e 70 do diploma penal - concurso material e formal de delitos. Delitos da mesma espécie não podem ser somente os previstos no mesmo tipo legal, pois, neste caso, seriam crimes idênticos, significado não pretendido pelo legislador ao dispor sobre a continuidade delitiva, significando aqueles que, pertencendo a um mesmo gênero, ou seja, bem jurídico tutelado, apresentam características objetivas e subjetivas semelhantes. (TJMG, ACR. 1.0024.04.304809-8/001, 5ª câmara criminal, Rel. Alexandre Victor De Carvalho, pub. 15/03/2008).
Se o acusado, com nítido dolo de estuprar a vítima e antes mesmo de que conseguisse consumar esse crime, aperta os seios da ofendida e tenta nela praticar sexo oral, e vice-versa, todavia sem conseguir, não há falar em crime autônomo de atentado violento ao pudor, pois todos os atos praticados são os típicos do crime de estupro e foram desenvolvidos em um mesmo contexto fático, devendo ser considerados, portanto, proeludia coiti. (TJMG, ACR 1.0512.02.002986-8/001, 5ª câmara criminal, Rel. Hélcio Valentim, pub. 26/04/2008).
Violência presumida – 
Em delitos contra a liberdade sexual, como o estupro, praticados, pela sua própria natureza, às escondidas, a palavra da vítima, ainda que criança ao tempo dos fatos, assume maior importância quando coerente desde o início, coadunando-se com os elementos coligidos aos autos.
Em conformidade com orientação doutrinária e jurisprudencial, nos crimes sexuais, dentre eles o estupro, sendo a vítima menor de 14 anos, resta caracterizada a violência presumida que alude a letra 'a' do art. 224, do Código Penal. (TJMG, ACR 1.0267.002923-3/001, 4ª câmara criminal, Rel. Walter Pinto Da Rocha, pub. 31/05/2008).
Na esteira da doutrina e jurisprudência dominantes, o toque superficial e fugaz em local público, sobre as vestes, nas nádegas, nos seios e na região genital da ofendida, não caracteriza a tentativa de estupro, nem mesmo o de atentado violento ao pudor, mas sim a contravenção de importunação ofensiva ao pudor, prevista no art. 61 da Lei de Contravenções Penais. (TJMG, ACR 1.0024.04.255076-4/001, 3ª câmara criminal, Rel. Antônio Armando Dos AnjoS, pub. 12/02/2008).
A presunção de violência nos crimes de estupro, por ser a mulher menor de 14 anos, é relativa, de tal sorte que, se comprovado que a conjunção carnal ocorreu porque acusado e vítima, de comum acordo e com plena consciência do que faziam, assim quiseram, sem que tenha havido qualquer violência, não há que se falar em crime

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