Buscar

Questões de Direito Penal (Crime contra Vida)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
CRIMES CONTRA AS PESSOAS
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Artigos 121 a 128
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
Artigos 130 a 136
DAS LESÕES CORPORAIS
Artigo 129 
DA RIXA 
Artigo 137
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
Artigos 146 a 154 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Artigos 138 a 145 
*
O direito existe por causa do homem
O centro do universo jurídico é o ser humano
O objeto mais relevante da tutela penal deve ser a vida
*
Homicídio Simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos
Conceito: a morte de uma pessoa causada por outra pessoa
*
Objeto Jurídico (bem protegido) : a vida
Objeto material (onde recai a conduta) : a pessoa
Homicídio Simples
*
 Dolo genérico – não exige qualquer finalidade especial, bastando a vontade de matar (animus necandi)
 Crime de ação livre – meios mecânicos, químicos, morais, direto ou indireto, por ação ou por omissão (art. 13, § 2º)
 Crime Material
 Crime instantâneo de efeitos permanentes
*
Sujeito ativo : qualquer pessoa (crime comum)
 
Sujeito passivo : qualquer pessoa (alguém)
 “alguém” – qualquer ser humano (exceto suicídio)
 Vida extra-uterina (parto)
 Prova da existência de vida (docimasia, circulação)
 Descabe análise da viabilidade do recém-nascido
*
TACRSP : “(...) a morte do feto durante o parto configura crime de homicídio, a menos que seja praticado pela própria mãe, sob influência do estado puerperal, caso em que o crime a identificar-se será infanticídio. Desde o início do parto (que se dá com o rompimento do saco aminiótico) a morte do feto constituirá homicídio” (RT 729/571)
*
TJSP : “(...) torna-se difícil admitir que alguém possa ser responsável pela morte de outrem, que se suicidou, por haver sido a sua esposa por aquele difamada” (RT 497/321)
 “Policiais que disparam revólveres na direção de automotor cujo motorista desobedece a ordem de parada, induvidosamente, assumem o risco de matar quem no veículo se encontre (...)” (RT 773/558)
*
TJSP : “Homicídio – Dolo eventual – Desclassificação para a modalidade culposa – Réu não quis o resultado morte e também não assumiu o risco de produzi-lo – Culpa consciente, também chamada de culpa com previsão, esperando o agente que o evento não ocorra (...)” (JTJ 220/315)
 “É doloso e não simplesmente culposo o procedimento de quem conduz a vítima à parte mais profunda de um açude, abandonando-a ali e provocando sua morte, por não saber nadar” (RT 443/432)
*
Morte Clínica – paralisação da função cardio-respiratória
Morte Biológica – destruição molecular
Morte Cerebral – paralisação das funções cerebrais
 * morte encefálica – 9434/97
 * melhor critério
 * embora o corpo possa vegetar, não há mais 
 condição de vida
*
A morte cerebral consiste na parada das funções neurológicas segundo critérios da inconsciência profunda sem reação a estímulos dolorosos, ausência de respiração espontânea, pupilas rígidas, pronunciada hipotermia espontânea e abolição dos reflexos.
*
Lei 9.434/97
Art. 3º. “A retirada post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedido de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina
Sem exame – eutanásia
*
Crime material -> resultado
Exame necroscópico -> exame de corpo de delito direto
Art. 162 do CPP -> 6 horas
Homicídio Simples
*
Homicídio Simples
Ponto determinante : verificar a intenção do agente
 Matar – art. 121 
 Lesionar – art. 129 § 3º
 Estuprar – art. 213 c/c art. 223, PU
 Roubar – art. 157, § 3º
 Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258 
 Cometer crime ambiental – Lei 9605/98 – art. 58, III
*
Homicídio Simples
Intenção (elemento subjetivo) x possibilidade
Crime impossível (art. 17) x desclassificação
Dar um tiro em um cadáver
Art. 211 CP
Art 15 - 10.826/03
*
Homicídio Simples
Cotejo entre
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz (art.15)
X
Tentativa (art. 14, II)
Flamengo x rato
*
TJSP: “Tendo a possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo voluntariamente, não age o acusado com animus necandi, que é requisito essencial da tentativa de homicídio” (RT 566/304)
 “(...) Acusado que apenas desferiu um tiro na vítima, embora estivesse seu revólver plenamente municiado. Desistência voluntária. Desclassificação para o delito de lesões corporais” (RT 527/335)
 “Disparando várias vezes o revólver contra a vítima, só não a atingindo devido a erro de pontaria, comete o acusado, em tese, homicídio tentado! (RT 571/326)
*
Crime monossubjetivo ou de concurso eventual
Homicídio simples e a Lei de Crimes Hediondos
*
HOMICÍDIO EM CONCURSO DE PESSOAS:
Autor: aquele que realiza o verbo da figura típica (teoria restritiva)
Teoria do domínio do fato: autor (controle final da situação até a consumação)
Tipos de autoria:
Coautoria X Participação (Art. 29,CP)
*
Autoria colateral: desígnios autônomos, sem liame subjetivo;
Autoria Incerta
Autoria Mediata: longa manus;
 Concurso em crime culposo? 
Participação mediante omissão em homicídio?
Participação posterior à consumação?
*
Omissão de Socorro (art. 135)
Participação mediante omissão em crime de homicídio 
 (art 121) c/c (art 13,II)
*
Caso de diminuição de pena 
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Individualização da pena
*
“motivo de relevante valor social” 
Interesse coletivo, anseio social (matar traidor da pátria)
“ou moral”
Motivo nobre, aprovado pela moralidade média (eutanásia)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Critério objetivo
*
“ou sob o domínio de violenta emoção”
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Art. 28 CP
*
“logo em seguida”
Estado de ânimo caracterizado pelo calor do momento
Relação de imediatidade
Busca evitar a vingança
Variação somática contemporânea
Emoção e não paixão
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
*
“a injusta provocação da vítima”
Critério objetivo
Sem motivo razoável, injustificável, antijurídica
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
*
“Por motivo de relevante valor moral, o projeto entende significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela moral prática, como, por exemplo, a compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima (caso de homicídio eutanásico)” (RJTJESP 41/346)
O fato da vítima ter atropelado e matado o filho do réu não caracteriza a hipótese do homicídio privilegiado se agiu de modo refletido e, deliberadamente, armou-se de revólver ao procurar o desafeto, sabendo previamente onde e quando encontrá-lo” (RT 776/562)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
*
TACRSP: “O valor social ou moral do motivo do crime é de ser apreciado não segundo a opinião ou ponto de vista do agente, mas com critérios objetivos, segundo a consciência ética-social geral ou senso comum” (RT 417/101)
TJMG: “(...) questão passional, tão só, não pode ser alegada para a redução da pena” (RT 775/656)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
*
TJSP: “O homicídio privilegiado exige, para a sua caracterização, três condições expressamente determinadas por lei: provocação injusta da vítima; emoção violenta do agente e reação logo em seguida à injusta provocação. A morte imposta pela vítima, pelo acusado, tempo depois do rompimento justificado do namoro, não se insere em tais disposições, para reconhecimento do homicídio privilegiado” (RT, 622/268)
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
*
STJ: “Admite-se a figura do homicídio privilegiado-qualificado, sendo fundamental, no particular, a natureza das circunstâncias. Não há incompatibilidade entre circunstâncias subjetivas e objetivas, pelo que o motivo de relevante valor moral não constitui empeço a que incida a qualificadora da surpresa” (RT 680/406). No mesmo sentido STF, HC 71.147-2/RS
STF: “Há incompatibilidade no reconhecimento simultâneo do motivo fútil e do estado de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima – dois elementos estritamente subjetivos e de coexistência inadmissível” (RT, 585/420)
*
Homicídio qualificado-privilegiado não é crime hediondo
Circunstâncias subjetivas (privilegiadoras) são preponderantes
*
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência 
Homicídio eutanásico com veneno
Pai que mata estuprador da filha por asfixia
*
JURISPRUDÊNCIA
Homicídio qualificado-privilegiado
*
CESPE – JUIZ – BA – 2005
146 - De acordo com o posicionamento do STJ, não há incompatibilidade, em tese, na coexistência de qualificadora objetiva do crime de homicídio, como, por exemplo, a forma de executá-lo — à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido — com a sua forma privilegiada — impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
*
Não cabe ao juiz na fase de pronúncia fazer menção ao privilégio – soberania dos jurados
Quesitos da defesa devem preceder os da acusação – STF – Súmula 162
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO e TRIBUNAL DO JÚRI
*
        § 2° Se o homicídio é cometido: 
(...)
        Pena - reclusão, de doze a trinta anos.        
HOMICÍDIO QUALIFICADO
 Maior periculosidade do agente
 Causa especial de majoração da pena
>> Crime Hediondo
*
I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............);
HOMICÍDIO QUALIFICADO
 Dinheiro ou qualquer outra vantagem
 Paga é prévia; promessa é posterior
 Concurso necessário 
 Art. 29 e 30 do CP – Teoria Unitária ou Monista
 Exceção pluralista e o Tribunal do Juri (soberania)
*
I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............);
HOMICÍDIO QUALIFICADO
STF:”Homicídio qualificado: a comissão do homicídio mediante paga, sendo elementar do tipo qualificado, é circunstância que não atinge exclusivamente o accipiens, mas também o solvens ou qualquer outro co-autor:precedentes” (RT 722/578)
*
I - (........) ou por outro motivo torpe;
HOMICÍDIO QUALIFICADO
 Vil, repugnante, amoral (inveja, rivalidade, usura)
 Ciúme não é considerado motivo torpe
 Vingança – depende do que a originou
*
I - (........) ou por outro motivo torpe;
HOMICÍDIO QUALIFICADO
STJ: “(......) a vingança, por si só, sem outras circunstâncias, não caracteriza o motivo torpe” (RSTJ 142/467)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
II - por motivo fútil; 
 matar por motivo de pequena importância
 ausência de prova do motivo não é motivo fútil
 ciúme não é considerado motivo fútil
 vingança – depende do que a originou
 não se adimite motivação torpe e fútil
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
II - por motivo fútil; 
STF:”(...) é fútil o motivo insignificante, mesquinho, manifestamente desproporcional em relação ao resultado e que, ao mesmo tempo, demonstra insensibilidade moral do agente” (RT 467/450)
STJ: “(...) a reação do réu a agressões verbais e físicas da vítima não caracteriza, por si só, a qualificadora do motivo fútil, prevista no artigo 121, § 2º, II, do CP” (RT 787/564)
STJ: “(...) a não-identificação concreta de motivo não pode ser reconhecida como fútil” (RSTJ 157/545)
TJMG:”(...) é inaceitável que o motivo fútil e o motivo torpe coexistam para um único crime” (RT 614/291)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de veneno, (..........); 
 venefício 
 tem que ser inoculado sem que a vítima perceba (cruel)
 exige-se prova pericial toxicológica
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), fogo, explosivo, (......); 
 Verificar a intenção do agente
 Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258
 O dano gerado é absorvido
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), asfixia, (......); 
Impedimento da função respiratória
 mecânica
 - esganadura
 - estrangulamento
 - enforcamento
 - sufocação
 - afogamento / soterramento
 - imprensamento
 tóxica
 - uso de gás
 - confinamento 
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........), tortura, (......); 
 Sujeita a vítima a graves e inúteis sofrimentos
 Deve ser aplicada antes da morte (concurso 211 CP)
 Diferença do tipo com a Lei 9.455/97 (intenção)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........) ou outro meio insidioso ou cruel (......); 
 insidioso – armadilha ou fraude (sabotagem)
TJSC:”Emprego de meio cruel. Vítima faleceu em consequência de agressão, pontapés e pisoteamento dos acusados” (RT 532/340)
TJSP: “Não se pode afirmar ser meio cruel empregado no homicídio o disparo de tiros à queima-roupa (....)” (JTJ 252/425)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
III - com emprego de (........) ou de que possa resultar perigo comum; 
 metralhar alguém em meio a uma multidão
 promover um desabamento para matar alguém
TJSP: “Se os agentes para consumarem o homicídio disparam diversas vezes na rua, atingindo traseuntes, fica caracterizada a qualificadora prevista no artigo 121, § 2º, III, do CP, pois resultou perigo comum” (RT 771/583)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; 
 Traição – confiança
 Emboscada – tocaia
 Dissimulação – engano (material ou moral) – fotógrafo do parque
 Outro recurso – surpresa (tiro pelas costas)
** mero emprego de arma de fogo não caracteriza
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
TJSP: “Homicídio durante o amplexo sexual: traição caracterizada” (RT 458/337)
TJMG: “Desavença anterior: inexistência de traição” (RT 521/463)
TJAL: “Tiro na nuca de maneira sorrateira e inesperada: qualificadora caracterizada” (RT 791/640)
TJMG:” Premeditação não é qualificadora” (RT 534/396)
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:       
*
HOMICÍDIO QUALIFICADO
 Matar parente não qualifica – agravante genérica
 A premeditação não configura agravante
*
HOMICÍDIO CULPOSO
Artigo 121, § 3º - Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.
Não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la
Agiu com imprudência, negligência ou imperícia
Não existe compensação de culpas no direito penal
*
HOMICÍDIO CULPOSO
Artigo 121,§ 4º
No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
*
PERDÃO JUDICIAL
Artigo 121,§ 5º
Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
 Somente na sentença
 Não precisa ser aceito 
 Natureza jurídica – Declaratória da extinção da punibilidade
 Súmula 18 do STJ
*
PERDÃO JUDICIAL
Súmula 18 (STJ): “ A sentença concessiva do perdão judicial tem natureza declaratória
da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”
 Não há obrigação de reparar o dano
 Não há reincidência
 Não ocorrerá o lançamento do nome do réu no rol dos culpados
*
TAMG:”Age com imprudência e incide na sanção penal quem, a pretexto de proteger viveiro de pássaros, em lugar acessível a vizinhos, amigos e crianças, faz instalação elétrica que, ao simples e desprevinido contato com a tela, ocasiona a morte de uma delas” (RT 444/421)
TAMG:”Caracteriza-se defesa legítima quando ofendículo instalado no interior de propriedade causa a morte de terceiro que propositava agir dolosamente contra o patrimônio alheio” (RT 659/303)
*
Crimes de trânsito e dolo eventual
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
        Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
        Parágrafo único - A pena é duplicada:
        Aumento de pena
        I - se o crime é praticado por motivo egoístico; 
        II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
 Também chamado de participação em suicídio
 A lei não pune quem tenta o suicídio
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Três modalidades :
 Induzir – dar a idéia
 Instigar – reforçar a intenção existente
 Auxiliar – colaborar materialmente (acessória)
 * caso do médio – dispositivo pacientes terminais
 * se há fraude ocorre o homicídio
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
Tipicidade - o crime apenas ocorre se efetivamente a vítima morre ou há lesão grave.
Este crime não admite tentativa
*
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio 
 Prática de mais de um verbo do tipo – único delito
 Instigação genérica (livro) – atípico
 Relação de causalidade
 Seriedade – (não há modalidade culposa – brincadeira)
 Capacidade de discernimento
 Pacto de morte / Roleta Russa
 PU – motivo egoístico – alguma vantagem
 PU – II - diminuída
*
        Infanticídio
        Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
        Pena - detenção, de dois a seis anos.
*
        Infanticídio
 Crime autônomo – pena abrandada – política criminal
 Estado Puerperal – perturbação psíquica momentânea (deve ser provada)
 Prevalece em caso de dúvida
*
        Infanticídio
 O parto inicia-se com a dilatação do colo do útero e termina com a expulsão do feto (nascimento)
 Durante – na ocasião do parto
 Logo após – relação de imediatismo 
Tem que ser o próprio filho
*
  Infanticídio
(crime próprio)
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
*
        Infanticídio
 Sujeito passivo : filho nascente ou recém-nascido
 Sujeito ativo : mãe da vítima (há casos de concurso)
1 – mãe age (mata) sozinha
2 - a mãe age (mata) com auxílio de outra pessoa
3 - a mãe age (sozinha) estimulada por outrem
4 - outra pessoa age (sozinha) estimulado pela mãe
*
        Infanticídio
 Tentativa – é possível
 Não há previsão de modalidade culposa - atípico
        Art. 18 - Diz-se o crime: 
(........)
        Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. 
*
     Infanticídio
TACRSP: “Infanticídio. Delito não configurado. Falta prova segura de que o feto tenha nascido com vida.......necessidade de comprovar a materialidade do infanticídio” (RT 554/363)
TJES: “Inexistindo nos autos a prova de que a mãe quis ou assumiu o risco da morte do filho, não se configura o crime de infanticídio, em qualquer de suas formas, eis que inexiste para a espécie a forma culposa” (RTJE 55/255)
       
*
 Aborto – interrupção da gravidez com consequente morte do produto da concepção
 O início da gravidez ocorre com a fecundação
 Apenas se pode cogitar um aborto quando uma mulher está grávida
 Quebrar um tubo de ensaio com um óvulo fertilizado in vitro não é crime de aborto
ABORTO
*
 Classificação :
Natural
Acidental
Criminoso – arts 124 a 127
Legal ou permitido – art 128
ABORTO
*
Objetividade Jurídica : a vida do feto
Não é necessário que a morte do feto ocorra no ventre da gestante (manobra abortiva prévia)
ABORTO
*
        Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
  Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
        Pena - detenção, de um a três anos. 
*
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Auto-aborto e consentimento para aborto – crimes próprios – sujeito ativo – gestante.
Se a gestante consente e a manobra não se inicia por fato alheio a sua vontade – atípico – atos preparatórios;
Caso se inicie - tentativa
*
        Aborto provocado por terceiro
        Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Fraude
Grave ameaça contra a gestante
Violência
(dissentimento real)
*
GÊMEOS
Se o agente souber – crime formal
*
        Aborto provocado por terceiro
                Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
Consentimento válido
Durante toda a manobra abortiva
*
        Aborto provocado por terceiro
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Dissentimento presumido
*
        Forma qualificada
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
Causa especial de aumento de pena
Só é aplicado nas forma tipificadas do 125 e 126
Preterdoloso
Somente se aplica ao terceiro (auto-lesão impunível) 
*
Se o agente quer matar a mulher e não sabe da gravidez – homicídio (apenas)
Se ele sabe que a mulher está grávida – homicídio e aborto (dolo eventual)
Se ele quer a morte e o aborto – homicídio e aborto (concurso material)
*
        Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
        Aborto necessário
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
*
 Aborto necessário – dois requisitos
Praticado por médico
Não haver outro meio para salvar a vida da gestante (não precisa ser atual)
Feito por enfermeira (risco atual?)
*
 Aborto sentimental ou humanitário – três requisitos
Praticado por médico
Consentimento
estupro
Feito por enfermeira (risco atual?)
Precisa condenação ?
Medico enganado – 340 CP
Atentado violento ao pudor / Posse sexual mediante fraude
*
Aborto Eugenésico 
Não é aceito no nosso ordenamento jurídico, mesmo que justificado na atipicidade (artigo 3º da Lei 9434/97) – anencefalia – como na inexigibilidade
de conduta diversa
Aborto Social 
*
TACRSP: ”Inexiste no Direito Penal Brasileiro a figura do aborto culposo. Assim, indispensável à configuração do delito é ter o agente atuado dolosamente” (JTACRIM 32/179)
 “O delito de aborto provocado pela gestante não deixa de existir pelo fato de haver sido o feto retirado com vida de seu ventre. É irrelevante que a morte ocorra no ventre materno ou depois da prematura expulsão provocada” (RT 590/361)
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais