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* CRIMES CONTRA AS PESSOAS DOS CRIMES CONTRA A VIDA Artigos 121 a 128 DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE Artigos 130 a 136 DAS LESÕES CORPORAIS Artigo 129 DA RIXA Artigo 137 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL Artigos 146 a 154 DOS CRIMES CONTRA A HONRA Artigos 138 a 145 * O direito existe por causa do homem O centro do universo jurídico é o ser humano O objeto mais relevante da tutela penal deve ser a vida * Homicídio Simples Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos Conceito: a morte de uma pessoa causada por outra pessoa * Objeto Jurídico (bem protegido) : a vida Objeto material (onde recai a conduta) : a pessoa Homicídio Simples * Dolo genérico – não exige qualquer finalidade especial, bastando a vontade de matar (animus necandi) Crime de ação livre – meios mecânicos, químicos, morais, direto ou indireto, por ação ou por omissão (art. 13, § 2º) Crime Material Crime instantâneo de efeitos permanentes * Sujeito ativo : qualquer pessoa (crime comum) Sujeito passivo : qualquer pessoa (alguém) “alguém” – qualquer ser humano (exceto suicídio) Vida extra-uterina (parto) Prova da existência de vida (docimasia, circulação) Descabe análise da viabilidade do recém-nascido * TACRSP : “(...) a morte do feto durante o parto configura crime de homicídio, a menos que seja praticado pela própria mãe, sob influência do estado puerperal, caso em que o crime a identificar-se será infanticídio. Desde o início do parto (que se dá com o rompimento do saco aminiótico) a morte do feto constituirá homicídio” (RT 729/571) * TJSP : “(...) torna-se difícil admitir que alguém possa ser responsável pela morte de outrem, que se suicidou, por haver sido a sua esposa por aquele difamada” (RT 497/321) “Policiais que disparam revólveres na direção de automotor cujo motorista desobedece a ordem de parada, induvidosamente, assumem o risco de matar quem no veículo se encontre (...)” (RT 773/558) * TJSP : “Homicídio – Dolo eventual – Desclassificação para a modalidade culposa – Réu não quis o resultado morte e também não assumiu o risco de produzi-lo – Culpa consciente, também chamada de culpa com previsão, esperando o agente que o evento não ocorra (...)” (JTJ 220/315) “É doloso e não simplesmente culposo o procedimento de quem conduz a vítima à parte mais profunda de um açude, abandonando-a ali e provocando sua morte, por não saber nadar” (RT 443/432) * Morte Clínica – paralisação da função cardio-respiratória Morte Biológica – destruição molecular Morte Cerebral – paralisação das funções cerebrais * morte encefálica – 9434/97 * melhor critério * embora o corpo possa vegetar, não há mais condição de vida * A morte cerebral consiste na parada das funções neurológicas segundo critérios da inconsciência profunda sem reação a estímulos dolorosos, ausência de respiração espontânea, pupilas rígidas, pronunciada hipotermia espontânea e abolição dos reflexos. * Lei 9.434/97 Art. 3º. “A retirada post mortem de tecidos, órgãos e partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedido de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina Sem exame – eutanásia * Crime material -> resultado Exame necroscópico -> exame de corpo de delito direto Art. 162 do CPP -> 6 horas Homicídio Simples * Homicídio Simples Ponto determinante : verificar a intenção do agente Matar – art. 121 Lesionar – art. 129 § 3º Estuprar – art. 213 c/c art. 223, PU Roubar – art. 157, § 3º Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258 Cometer crime ambiental – Lei 9605/98 – art. 58, III * Homicídio Simples Intenção (elemento subjetivo) x possibilidade Crime impossível (art. 17) x desclassificação Dar um tiro em um cadáver Art. 211 CP Art 15 - 10.826/03 * Homicídio Simples Cotejo entre Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz (art.15) X Tentativa (art. 14, II) Flamengo x rato * TJSP: “Tendo a possibilidade de persistir na agressão, mas dela desistindo voluntariamente, não age o acusado com animus necandi, que é requisito essencial da tentativa de homicídio” (RT 566/304) “(...) Acusado que apenas desferiu um tiro na vítima, embora estivesse seu revólver plenamente municiado. Desistência voluntária. Desclassificação para o delito de lesões corporais” (RT 527/335) “Disparando várias vezes o revólver contra a vítima, só não a atingindo devido a erro de pontaria, comete o acusado, em tese, homicídio tentado! (RT 571/326) * Crime monossubjetivo ou de concurso eventual Homicídio simples e a Lei de Crimes Hediondos * HOMICÍDIO EM CONCURSO DE PESSOAS: Autor: aquele que realiza o verbo da figura típica (teoria restritiva) Teoria do domínio do fato: autor (controle final da situação até a consumação) Tipos de autoria: Coautoria X Participação (Art. 29,CP) * Autoria colateral: desígnios autônomos, sem liame subjetivo; Autoria Incerta Autoria Mediata: longa manus; Concurso em crime culposo? Participação mediante omissão em homicídio? Participação posterior à consumação? * Omissão de Socorro (art. 135) Participação mediante omissão em crime de homicídio (art 121) c/c (art 13,II) * Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Individualização da pena * “motivo de relevante valor social” Interesse coletivo, anseio social (matar traidor da pátria) “ou moral” Motivo nobre, aprovado pela moralidade média (eutanásia) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Critério objetivo * “ou sob o domínio de violenta emoção” HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 28 CP * “logo em seguida” Estado de ânimo caracterizado pelo calor do momento Relação de imediatidade Busca evitar a vingança Variação somática contemporânea Emoção e não paixão HOMICÍDIO PRIVILEGIADO * “a injusta provocação da vítima” Critério objetivo Sem motivo razoável, injustificável, antijurídica HOMICÍDIO PRIVILEGIADO * “Por motivo de relevante valor moral, o projeto entende significar o motivo que, em si mesmo, é aprovado pela moral prática, como, por exemplo, a compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima (caso de homicídio eutanásico)” (RJTJESP 41/346) O fato da vítima ter atropelado e matado o filho do réu não caracteriza a hipótese do homicídio privilegiado se agiu de modo refletido e, deliberadamente, armou-se de revólver ao procurar o desafeto, sabendo previamente onde e quando encontrá-lo” (RT 776/562) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO * TACRSP: “O valor social ou moral do motivo do crime é de ser apreciado não segundo a opinião ou ponto de vista do agente, mas com critérios objetivos, segundo a consciência ética-social geral ou senso comum” (RT 417/101) TJMG: “(...) questão passional, tão só, não pode ser alegada para a redução da pena” (RT 775/656) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO * TJSP: “O homicídio privilegiado exige, para a sua caracterização, três condições expressamente determinadas por lei: provocação injusta da vítima; emoção violenta do agente e reação logo em seguida à injusta provocação. A morte imposta pela vítima, pelo acusado, tempo depois do rompimento justificado do namoro, não se insere em tais disposições, para reconhecimento do homicídio privilegiado” (RT, 622/268) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO * STJ: “Admite-se a figura do homicídio privilegiado-qualificado, sendo fundamental, no particular, a natureza das circunstâncias. Não há incompatibilidade entre circunstâncias subjetivas e objetivas, pelo que o motivo de relevante valor moral não constitui empeço a que incida a qualificadora da surpresa” (RT 680/406). No mesmo sentido STF, HC 71.147-2/RS STF: “Há incompatibilidade no reconhecimento simultâneo do motivo fútil e do estado de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima – dois elementos estritamente subjetivos e de coexistência inadmissível” (RT, 585/420) * Homicídio qualificado-privilegiado não é crime hediondo Circunstâncias subjetivas (privilegiadoras) são preponderantes * Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência Homicídio eutanásico com veneno Pai que mata estuprador da filha por asfixia * JURISPRUDÊNCIA Homicídio qualificado-privilegiado * CESPE – JUIZ – BA – 2005 146 - De acordo com o posicionamento do STJ, não há incompatibilidade, em tese, na coexistência de qualificadora objetiva do crime de homicídio, como, por exemplo, a forma de executá-lo — à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido — com a sua forma privilegiada — impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. * Não cabe ao juiz na fase de pronúncia fazer menção ao privilégio – soberania dos jurados Quesitos da defesa devem preceder os da acusação – STF – Súmula 162 HOMICÍDIO PRIVILEGIADO e TRIBUNAL DO JÚRI * § 2° Se o homicídio é cometido: (...) Pena - reclusão, de doze a trinta anos. HOMICÍDIO QUALIFICADO Maior periculosidade do agente Causa especial de majoração da pena >> Crime Hediondo * I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............); HOMICÍDIO QUALIFICADO Dinheiro ou qualquer outra vantagem Paga é prévia; promessa é posterior Concurso necessário Art. 29 e 30 do CP – Teoria Unitária ou Monista Exceção pluralista e o Tribunal do Juri (soberania) * I - mediante paga ou promessa de recompensa, (.............); HOMICÍDIO QUALIFICADO STF:”Homicídio qualificado: a comissão do homicídio mediante paga, sendo elementar do tipo qualificado, é circunstância que não atinge exclusivamente o accipiens, mas também o solvens ou qualquer outro co-autor:precedentes” (RT 722/578) * I - (........) ou por outro motivo torpe; HOMICÍDIO QUALIFICADO Vil, repugnante, amoral (inveja, rivalidade, usura) Ciúme não é considerado motivo torpe Vingança – depende do que a originou * I - (........) ou por outro motivo torpe; HOMICÍDIO QUALIFICADO STJ: “(......) a vingança, por si só, sem outras circunstâncias, não caracteriza o motivo torpe” (RSTJ 142/467) * HOMICÍDIO QUALIFICADO II - por motivo fútil; matar por motivo de pequena importância ausência de prova do motivo não é motivo fútil ciúme não é considerado motivo fútil vingança – depende do que a originou não se adimite motivação torpe e fútil * HOMICÍDIO QUALIFICADO II - por motivo fútil; STF:”(...) é fútil o motivo insignificante, mesquinho, manifestamente desproporcional em relação ao resultado e que, ao mesmo tempo, demonstra insensibilidade moral do agente” (RT 467/450) STJ: “(...) a reação do réu a agressões verbais e físicas da vítima não caracteriza, por si só, a qualificadora do motivo fútil, prevista no artigo 121, § 2º, II, do CP” (RT 787/564) STJ: “(...) a não-identificação concreta de motivo não pode ser reconhecida como fútil” (RSTJ 157/545) TJMG:”(...) é inaceitável que o motivo fútil e o motivo torpe coexistam para um único crime” (RT 614/291) * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de veneno, (..........); venefício tem que ser inoculado sem que a vítima perceba (cruel) exige-se prova pericial toxicológica * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), fogo, explosivo, (......); Verificar a intenção do agente Incendiar/Explodir – art. 251 c/c art. 258 O dano gerado é absorvido * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), asfixia, (......); Impedimento da função respiratória mecânica - esganadura - estrangulamento - enforcamento - sufocação - afogamento / soterramento - imprensamento tóxica - uso de gás - confinamento * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........), tortura, (......); Sujeita a vítima a graves e inúteis sofrimentos Deve ser aplicada antes da morte (concurso 211 CP) Diferença do tipo com a Lei 9.455/97 (intenção) * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........) ou outro meio insidioso ou cruel (......); insidioso – armadilha ou fraude (sabotagem) TJSC:”Emprego de meio cruel. Vítima faleceu em consequência de agressão, pontapés e pisoteamento dos acusados” (RT 532/340) TJSP: “Não se pode afirmar ser meio cruel empregado no homicídio o disparo de tiros à queima-roupa (....)” (JTJ 252/425) * HOMICÍDIO QUALIFICADO III - com emprego de (........) ou de que possa resultar perigo comum; metralhar alguém em meio a uma multidão promover um desabamento para matar alguém TJSP: “Se os agentes para consumarem o homicídio disparam diversas vezes na rua, atingindo traseuntes, fica caracterizada a qualificadora prevista no artigo 121, § 2º, III, do CP, pois resultou perigo comum” (RT 771/583) * HOMICÍDIO QUALIFICADO IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; Traição – confiança Emboscada – tocaia Dissimulação – engano (material ou moral) – fotógrafo do parque Outro recurso – surpresa (tiro pelas costas) ** mero emprego de arma de fogo não caracteriza * HOMICÍDIO QUALIFICADO TJSP: “Homicídio durante o amplexo sexual: traição caracterizada” (RT 458/337) TJMG: “Desavença anterior: inexistência de traição” (RT 521/463) TJAL: “Tiro na nuca de maneira sorrateira e inesperada: qualificadora caracterizada” (RT 791/640) TJMG:” Premeditação não é qualificadora” (RT 534/396) * HOMICÍDIO QUALIFICADO V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: * HOMICÍDIO QUALIFICADO Matar parente não qualifica – agravante genérica A premeditação não configura agravante * HOMICÍDIO CULPOSO Artigo 121, § 3º - Se o homicídio é culposo: Pena – detenção, de um a três anos. Não queria causar a morte nem assumiu o risco de produzi-la Agiu com imprudência, negligência ou imperícia Não existe compensação de culpas no direito penal * HOMICÍDIO CULPOSO Artigo 121,§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. * PERDÃO JUDICIAL Artigo 121,§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Somente na sentença Não precisa ser aceito Natureza jurídica – Declaratória da extinção da punibilidade Súmula 18 do STJ * PERDÃO JUDICIAL Súmula 18 (STJ): “ A sentença concessiva do perdão judicial tem natureza declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório” Não há obrigação de reparar o dano Não há reincidência Não ocorrerá o lançamento do nome do réu no rol dos culpados * TAMG:”Age com imprudência e incide na sanção penal quem, a pretexto de proteger viveiro de pássaros, em lugar acessível a vizinhos, amigos e crianças, faz instalação elétrica que, ao simples e desprevinido contato com a tela, ocasiona a morte de uma delas” (RT 444/421) TAMG:”Caracteriza-se defesa legítima quando ofendículo instalado no interior de propriedade causa a morte de terceiro que propositava agir dolosamente contra o patrimônio alheio” (RT 659/303) * Crimes de trânsito e dolo eventual * Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Parágrafo único - A pena é duplicada: Aumento de pena I - se o crime é praticado por motivo egoístico; II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. * Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Também chamado de participação em suicídio A lei não pune quem tenta o suicídio * Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Três modalidades : Induzir – dar a idéia Instigar – reforçar a intenção existente Auxiliar – colaborar materialmente (acessória) * caso do médio – dispositivo pacientes terminais * se há fraude ocorre o homicídio * Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Tipicidade - o crime apenas ocorre se efetivamente a vítima morre ou há lesão grave. Este crime não admite tentativa * Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio Prática de mais de um verbo do tipo – único delito Instigação genérica (livro) – atípico Relação de causalidade Seriedade – (não há modalidade culposa – brincadeira) Capacidade de discernimento Pacto de morte / Roleta Russa PU – motivo egoístico – alguma vantagem PU – II - diminuída * Infanticídio Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. * Infanticídio Crime autônomo – pena abrandada – política criminal Estado Puerperal – perturbação psíquica momentânea (deve ser provada) Prevalece em caso de dúvida * Infanticídio O parto inicia-se com a dilatação do colo do útero e termina com a expulsão do feto (nascimento) Durante – na ocasião do parto Logo após – relação de imediatismo Tem que ser o próprio filho * Infanticídio (crime próprio) Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. * Infanticídio Sujeito passivo : filho nascente ou recém-nascido Sujeito ativo : mãe da vítima (há casos de concurso) 1 – mãe age (mata) sozinha 2 - a mãe age (mata) com auxílio de outra pessoa 3 - a mãe age (sozinha) estimulada por outrem 4 - outra pessoa age (sozinha) estimulado pela mãe * Infanticídio Tentativa – é possível Não há previsão de modalidade culposa - atípico Art. 18 - Diz-se o crime: (........) Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. * Infanticídio TACRSP: “Infanticídio. Delito não configurado. Falta prova segura de que o feto tenha nascido com vida.......necessidade de comprovar a materialidade do infanticídio” (RT 554/363) TJES: “Inexistindo nos autos a prova de que a mãe quis ou assumiu o risco da morte do filho, não se configura o crime de infanticídio, em qualquer de suas formas, eis que inexiste para a espécie a forma culposa” (RTJE 55/255) * Aborto – interrupção da gravidez com consequente morte do produto da concepção O início da gravidez ocorre com a fecundação Apenas se pode cogitar um aborto quando uma mulher está grávida Quebrar um tubo de ensaio com um óvulo fertilizado in vitro não é crime de aborto ABORTO * Classificação : Natural Acidental Criminoso – arts 124 a 127 Legal ou permitido – art 128 ABORTO * Objetividade Jurídica : a vida do feto Não é necessário que a morte do feto ocorra no ventre da gestante (manobra abortiva prévia) ABORTO * Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos. * Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento Auto-aborto e consentimento para aborto – crimes próprios – sujeito ativo – gestante. Se a gestante consente e a manobra não se inicia por fato alheio a sua vontade – atípico – atos preparatórios; Caso se inicie - tentativa * Aborto provocado por terceiro Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de três a dez anos. Fraude Grave ameaça contra a gestante Violência (dissentimento real) * GÊMEOS Se o agente souber – crime formal * Aborto provocado por terceiro Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de um a quatro anos. Consentimento válido Durante toda a manobra abortiva * Aborto provocado por terceiro Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência Dissentimento presumido * Forma qualificada Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Causa especial de aumento de pena Só é aplicado nas forma tipificadas do 125 e 126 Preterdoloso Somente se aplica ao terceiro (auto-lesão impunível) * Se o agente quer matar a mulher e não sabe da gravidez – homicídio (apenas) Se ele sabe que a mulher está grávida – homicídio e aborto (dolo eventual) Se ele quer a morte e o aborto – homicídio e aborto (concurso material) * Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. * Aborto necessário – dois requisitos Praticado por médico Não haver outro meio para salvar a vida da gestante (não precisa ser atual) Feito por enfermeira (risco atual?) * Aborto sentimental ou humanitário – três requisitos Praticado por médico Consentimento estupro Feito por enfermeira (risco atual?) Precisa condenação ? Medico enganado – 340 CP Atentado violento ao pudor / Posse sexual mediante fraude * Aborto Eugenésico Não é aceito no nosso ordenamento jurídico, mesmo que justificado na atipicidade (artigo 3º da Lei 9434/97) – anencefalia – como na inexigibilidade de conduta diversa Aborto Social * TACRSP: ”Inexiste no Direito Penal Brasileiro a figura do aborto culposo. Assim, indispensável à configuração do delito é ter o agente atuado dolosamente” (JTACRIM 32/179) “O delito de aborto provocado pela gestante não deixa de existir pelo fato de haver sido o feto retirado com vida de seu ventre. É irrelevante que a morte ocorra no ventre materno ou depois da prematura expulsão provocada” (RT 590/361) *
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