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Tribunal do Júri

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FAO – FACULDADES OPET
JOSIAS DE SOUZA LIMA NETO
TRIBUNAL DO JÚRI
CURITIBA
2015
JOSIAS DE SOUZA LIMA NETO
TRIBUNAL DO JÚRI
Trabalho realizado através do Núcleo de Iniciação Científica sobre o tema Tribunal do Júri, sobre a orientação do Prof. André Luiz Pontarolli, nas Faculdades OPET. 
CURITIBA
2015
1. Fichamento – Introdução Histórica – Paulo Rangel..........................................
2. Fichamento - Rito do Tribunal do Júri – Aury Lopes Júnior............................
3. Fichamento – Segunda Fase – Edilson Mougenot Bonfim..............................
TRIBUNAL DO JÚRI
Fichamento – Introdução Histórica – Paulo Rangel
Não há certeza e unanimidade na origem do Tribunal do Júri, contudo, fixaremos nosso entendimento de que o Tribunal do Júri, como conhecemos hoje, teve origem na Inglaterra, devido principalmente ao fato da influência gigantesca que este teve em nossos colonizadores, decorrentes da aliança entre Inglaterra e Portugal. 
O júri na Inglaterra era como um conjunto e medidas que lutava contra o ordálio, conhecido como o juízo de Deus, o sherfi era responsável por chamar 12 homens da vizinhança para julgarem o caso formando o pequeno júri. A acusação pública que antes era feita apenas por um funcionário, passou a ser feita então pela comunidade - onde se ocorreu o crime - nos casos de crimes graves, surgindo o grande júri, pela quantidade de jurados que nele haviam 23 pessoas), onde esses jurados deveriam decidir com base no seu conhecimento e no que os diziam, independente de provas, já que isso era de responsabilidade de outros 12 homens escolhidos da vizinhança. Esses decidiam se o réu era culpado ou inocente.
Através da edição da Carta Magna (1215), nasce a regra de julgamentos por pessoas comuns da sociedade, por seus pares, com a missão de retirar das mãos de magistrados autoritários o poder de decidir. Daí nasce também o princípio do Devido Processo Legal. Importante destacar que o tribunal do júri nasce e se desenvolve no intuito de frear a o impulso ditatorial do déspota, deixando que o ato de fazer justiça fosse feito pelo próprio povo.
Em 15 de novembro de 1889 foi declarado a Proclamação da Rébúplica, com isso o Brasil se aproxima mais dos Estados Unidos e se afasta da Inglaterra, a qual não via com bons olhos a República. Na primeira Constituição da República dos Estados Unidos do Brazil, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, o júri era colcado a secção da declaração dos direitos, tal medida fez com que protegidoa instituíção do júri, pois impedia que leis posteriores pudessem alterar sua essência, sendo que, se assim fizessem, seriam inconstitucionais. ProclamadaaRepública,o júri foi reguladopelo Decreto n° 838, de 11 de outubro de 1890, organizando a Justiça Federal e criando o júri federalcom 12 jurados, sorteados dentre 36 cidadãos do corpo de jurados estadual da comarca. A quantidade de jurados faz alusão aos Apóstulos de Cristo, nele está representada a máxima de que não há verdade diversa da decidida pelos jurados. Assim, os jurados simbolizavam a paz e a harmonia entre os homens, pois sãoos iguais decidindo o que os outros iguais quererm para a sociedade. Ainda, os jurados simbolizavam a verdade suprema e suas decisões eram soberanas. 
Foi a Constituição de 1946 quem estabeleceu o número ímpar de jurados. Na medida em que o Estado se aproximava de um Estado Democrático de Direito, a decisão do tribunal do júri passava a ser mais difícil emse tratando de condenação, era autorizado que a decisão dos jurados para condenar seja por unanimidade. Ainda,deveriam os juradosdebater a causa entre si para dar mais legitimidade e transparência à decisão. 
Na década de 30,nasce a chamada Revolução de 1930, iniciando a o reinado de Vargas, e é nesse ambiente político que ingressa a Constituição de 1934,onde é mantida a instituiçao do júri, sendo contudo, constada dentro do capítulo do Poder Judiciário e não mais na declaração de direitos do cidadão. Nesssa época nasce uma acsensão de ideias totalitárias e totalitárias, ganhando força na Europa. Getúlio Vargas sente-se autorizado pela ordem mundial a realizar o mesmo no Brasil, instituindo, assim, a ditadura brasileira. Um Estado Novo se inicia em 10 de novembro de 1937, com Getúlio anunciando uma nova fase política no país. 
Diatdura e júri são são institutos que se repelem, assim, com a Constituição de 1937, sequer foi citado o Tribunal do Júri, o que leva alguns autores a sustentar que ele havia sido extinto. Contudo, em 1938,foi promulgado o Decreto-Lein° 167, o qual regulava a instituição do júri. Nele, o veredito dos jurados deixava de ser soberando, admitiu-se, então, a apelação da decisão dos jurados que houvesse injustiça da decisão por sua completa divergência com as provas exixtetes nos autos ou produzidas em plenário, podendo o Tribunal de Apelação reforma-la. Com o Estado Novo, o júri passou a ter sete jurados no Conselho de Sentença e a escolha passou a ser pessoalpelojuiz dentre pessoas que integravam as elites. Também, os jurados não mais podiam comunicar-se entre si, facilitando, assim, uma decisão desfavorável ao réu, pois a causa não mais era discutida na sala secreta. 
Fichamento - Rito do Tribunal do Júri – Aury Lopes Júnior
O procedimento do tribunal do Júri está dividido em duas partes, os chamados instrução preliminar e julgamento em plenário. Portanto, trata-se de um procedimento bifásico. Cabe colocar que a instrução preliminar não deve ser confundida com a investigação preliminar, a qual possui o inquérito policial como principal ferramenta. A instrução preliminar inicia-se com o recebimento da denúncia e vai até a decisão de pronúncia. Já a segunda fase inicia-se com a decisão de pronúncia e termina com a decisão dos jurados realizada em plenário no Tribunal do Júri.
Essas duas fases se estabelece na decisão tomada pelo juiz presidente do júri, logo, o juiz de direito (ou federal) titular daquela vara. Tal decisão pode ser de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária ou desclassificação. Nela o juiz decide se encaminha ou não aquele caso para o Tribunal do Júri. 
Após o inquérito policial o MP formulará a denúncia e caberá ao juiz recebê-la ou rejeitá-la. Caso receba, o juiz citará o acusado para que apresente defesa prévia, no prazo de 10 dias. Nela a defesa formulará as suas preliminares, bem como arrolará testemunhas postular suas provas. Tal defesa é obrigatória, sob pena e nulidade. Após, será aberto vista ao Ministério Público para que se manifeste sobre a resposta do réu. Em seguida, será determinada data para a audiência de instrução, onde serão ouvidas as testemunhas e produzidas às provas postuladas pelas partes. Na audiência, será inquirida, primeiramente, a vítima (se possível), as testemunhas arroladas pela acusação e, após, as da defesa. A seguir, será ouvido, também, o perito, quando for necessário ou requerido pelas partes com antecedência mínima de 10 dias (art. 159, §5°, I e II, CPP). Encerrada a instrução, será realizado o interrogatório do acusado. Ainda, encerrada a audiência de instrução, poderá haver a mutatio libelli, conforme preleciona o art. 384, CPP. Se houve a mutatio será dada nova vista a defesa para que responda a esta nova imputação, sendo que, querendo, poderá arrolar mais 3 testemunhas e será imprescindível a realização de novo interrogatório do réu (art. 384, §2°, CPP). Se não for o caso de mutatio libelli, a instrução será encerrada e será aberto os debateis orais, sendo que este poderá ser substituído por memoriais, após, o juiz prolatará a sentença na audiência, ou em até 10 dias (art. 411, §9°, CPP). 
Na sentença, são quatro as decisões que o juiz presidente poderá tomar. E são: a pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e desclassificação. 
A pronúncia consiste no acolhimento provisório da pretensão acusatória pelo juiz e determina que oréu seja submetido ao julgamento no Tribunal do Júri. Trata-se de uma decisão interlocutória mista, que não põe fim ao processo, encerra tão somente a primeira fase oque significa que poderá ser atacada por um recurso em sentido estrito, previsto no art. 581, IV, CPP. A pronuncia reveste-se de extremo valor, pois limita as acusações a serem deduzidas em plenário, ou seja, nela deve constar a narração do fato criminoso e as eventuais circunstâncias qualificadoras e causas de aumento constantes na denúncia. 
A decisão de pronúncia é extremamente peculiar, nela não deve o juiz condenar previamente o acusado, mesmo porque o legitimado a assim fazer são os jurados. O juiz deve se limitar, segundo o art. 413, §1°, CPP, a indicar a existência de materialidade do delito e a existência de indícios suficientes de autoria. Logo, não pode o juiz afirmar a autoria ou materialidade do delito, sob pena de induzir ao prejulgamento por parte dos jurados. 
Tais fatos se dão para que se possa buscar assegurar a máxima originalidade do julgamento feito pelos jurados, para que decidam com independência, minimizando a influência dos argumentos e juízos de valor realizados pelo juiz presidente.
A decisão de impronúncia é terminativa, ou seja, põe fim ao processo, encerrando-o sem julgamento do mérito, sendo cabível recurso de apelação (art. 593, II, CPP) e está previsto no artigo 414, CPP.
A impronúncia é proferida quando não houver elementos suficientes que corroborem para a materialidade e autoria do delito, a qual seria capaz de pronunciar o réu. Assim, pode-se dizer que a impronúncia encontra-se em posição oposta a pronúncia. Esta decisão terminativa encerra o processo sem julgamento do mérito, mas não produz coisa julgada material, pois o processo pode ser reaberto a qualquer tempo, até a extinção da punibilidade, desde que surjam novas provas. Esta decisão não significa que o réu esteja absolvidodas acusação, pois, em que pese não ter sido submetido a julgamento em plenário, não está completamente livre das imputações. Isto se dá pela previsão contida no parágrafo único do art. 414, a qual aduz que o processo poderá ser reaberto a qualquer tempo, até a extinção da punibilidade, caso surjam provas novas. Assim, a impronúncia gera um estado de pendência, incerteza e insegurança processual, pois o denunciado não está livre e nem condenado. Logo, pode voltar a ser processado pelo mesmo fato a qualquer tempo. 
Por sua vez, a absolvição sumária, prevista no artigo 415 do CPP, é uma verdadeira sentença, pois põe fim ao processo com análise de mérito e será impugnada por recurso de apelação. Neste caso, não há inexistência de provas, ao contrário, há provas suficientes, contudo, tais provas corroboram a inexistência do fato ou que o réu não é o autor do delito. Não se trata de dúvida, mas de certeza, certeza de que o réu não é culpado. Assim asseveram os dois primeiros incisos do mencionado artigo. 
Já no terceiro inciso indica que o acusado poderá ser absolvido sumariamente quando o fato for atípico, ou seja, quando o fato narrado não constituir infração penal. E, quando o fato estiver amparado por algumas das causas de excludentes de ilicitude ou da culpabilidade (artigo 23,CP), o fundamento para a absolvição sumária está no inciso quarto. 
Fichamento – Segunda Fase – Edilson Mougenot Bonfim
Com a preclusão da decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri para que se inicie a preparação do processo para o julgamento em plenário. Ocorrendo a chamada preclusão pro judicato, tem início a segunda fase do procedimento do Júri, no julgamento da causa.
Recebidos os autos, o juiz presidente determinará que se intimem o Ministério Público ou o querelante e o defensor para, em 5 dias, oferecerem O rol de testemunhas, no máximo 5, que deporão em plenário, podendo ser juntados documentos e requeridas diligências.
Intimação das partes.  Intimação editalícia de réu pronunciado. Designada data para julgamento, as partes, o ofendido e as testemunhas e os peritos serão intimadas para comparecimento a sessão plenária.
Caso o réu tenha sido intimado por edital da decisão de pronúncia por não ter sido encontrado, caberá intimação editalícia também para o julgamento em plenário.
O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do réu solto, do assistente ou do advogado do querelante, dês que regularmente intimado.
Desaforamento trata-se de hipótese de deslocamento da competência, prevista somente nos processos no tribunal do júri. Havendo desaforamento, será, então, o réu submetido a julgamento em comarca diversa daquela determinada pela regra da competência territorial.
Poderá haver desaforamento: seu interesse de ordem pública ou reclamar; se houver dúvida sobre a imparcialidade do Júri; se houver dúvida sobre a segurança pessoal do réu; se, em virtude do comprovado excesso de serviço, o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 meses, contados a partir da preclusão da decisão de pronúncia.
O desaforamento será decidido pelo Tribunal competente, a requerimento do Ministério Público, do querelante, do assistente de acusação, do réu ou mediante representação do juiz.
Reaforamento é o retorno do processo à comarca original, por cessarem os motivos que ensejaram o desaforamento. Não é admitido.
Da organização da pauta
O juiz competente marcará dia para o julgamento, determinando sejam intimados às partes, o ofendido, se possível, as testemunhas e os peritos - desde que haja requerimento.
Salvo motivo relevante, na ordem de julgamento dos processos terão preferência: os Réus presos; dentre os presos os mais antigos na prisão; em igualdade de condições, os que tiverem sido pronunciados há mais tempo.
Até o início da sessão, o juiz decidirá sobre os casos de isenção e dispensa de jurados, bem como pedido de adiamento de julgamento, fazendo consignar todas as deliberações em ata.
Bom dia e hora designados para reunião do Júri, o juiz declarará instalada a sessão, anunciando o processo que será submetido a julgamento, se houverem comparecido pelo menos 15 jurados. Caso contrário, fará o sorteio dos jurados suplentes tantos quantos necessários designando nova data para o julgamento.
O réu tem direito de não comparecer à sessão de julgamento. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do advogado do assistente, regularmente intimado. A falta de qualquer testemunha não será motivo para adiamento.
Não se pode obrigar uma testemunha residente em certa comarca a comparecer para depor em outra, devendo o seu depoimento ser realizado por meio de carta precatória. A testemunha que seios da causa deixar de atender à intimação será aplicada multa de 1 a 10 salários mínimos. O juiz tem a faculdade de deferir o pedido de substituição de testemunha que, devidamente intimada, não comparecer no julgamento.
O juiz advertirá conjurados de que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa.
Em caso de mais de um réu, com mais de um advogado, as recusas, caso haja acordo, poderão ser feitas por apenas um defensor. Em caso de discordância entre os defensores dos réus quanto à aceitação de determinado jurado, este automaticamente será excluído, simples possibilita a manifestação do órgão do Ministério Público.
Estouro de urna: é a impossibilidade de formação do Conselho de Sentença em função das suspeições e recusas apontadas por não se atingir o número legal (15 jurados) exigível para a instalação da sessão.
Ordem de preferência. Separação de julgamentos. Aplica-se a separação do julgamento em Plenário, em razão da não retenção do número de 7 jurados para compor o Conselho de Sentença, e também aos casos em que, havendo pluralidade de réus, imputando-se a um deles a autoria e ao outro a participação, não puderem os acusados ser julgados na mesma data.
Impossibilidade do interrogatório por videoconferência: com a nova redação do código do processo penal fica autorizada a práticade Atos processuais pelo sistema de videoconferência, como o interrogatório de réu preso, inquirição de Testemunhas presas, nem como oitiva de testemunha residente em comarca diversa.
Uso de algemas: o uso de algemas durante a sessão de julgamento somente ocorrerá se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança ou à integridade física dos presentes.
Acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, esclarecimento dos peritos e leituras de peças: Caso haja divergências sobre pontos essenciais da causa, proceder-se-á, a pedido das partes ou dos jurados, acareação entre aqueles que declinaram versões conflitantes. Poderão ainda, requerer a realização de reconhecimento de pessoas e coisas, esclarecimentos dos peritos ou leitura das peças que versem, sobre provas colhidas mediante carta precatória e cautelares, antecipadas e irrepetíveis.
Registro dos depoimentos e do interrogatório. Juntada da transcrição: os depoimentos interrogatório serão registrados por meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou qualquer técnica similar, que confira a finalidade e celeridade à colheita da prova oral. Após a degravação, a transcrição será juntada aos autos.
Debates: terminada a instrução, o promotor promoverá a acusação. Nos casos de ação privada, o promotor falar após acusador particular. Não está o promotor obrigado a sustentar acusação, sendo-lhe facultado inclusive postular a absolvição do acusado.
Finda a acusação, o defensor ter a palavra para defesa. Deverá necessariamente opor resistência à pretensão punitiva pleiteada pela acusação, sob pena de nulidade do julgamento.
O acusador poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a inquirição de qualquer das testemunhas já ouvidas em plenário. Caso o promotor não faça uso da réplica, não poderá o defensor treplicar.
A acusação e a defesa terão uma hora e meia para apresentar suas alegações. A réplica e tréplica terão a duração de uma hora cada. Havendo mais de um acusador ou defensor, deverão combinar entre si a distribuição do tempo, caso contrário caberá ao juiz fazê-lo.
Havendo mais de um réu, o tempo para a acusação e para a defesa será, acrescido de uma hora e elevado ao dobro o da réplica e tréplica.
Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tenha sido juntado aos autos com antecedência mínima de 3 dias úteis.
A qualquer momento dos debates, a acusação, a defesa ou os jurados poderão requerer ao juiz que determine ao orador que faça menção à folha dos autos onde se encontra a peça por ele lida por citada. O juiz poderá ordenar ao orador que esclareça determinado fato por ele alegado, desde que haja pedido dos jurados.
Concluídos os debates, o juiz indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se precisam de outros esclarecimentos. Ao juiz é permitido esclarecer os jurados acerca de qualquer questão de fato, mas não de direito, já que estes sua versão sobre os fatos.
Em seguida, o juiz procederá à leitura dos quesitos, indagando as partes se tem requerimento ou reclamação a fazer, constando em ata o requerimento ou reclamação não atendida. Logo após, terá início a votação dos quesitos, na sala secreta.
A duvidosa constitucionalidade do artigo 478: fonte de nulidades.
Várias são as questões a serem consideradas na análise da nova redação do artigo 478 do CPP, demandando uma análise mais profunda: "sobre a possibilidade de aludir-se as decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou a determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado"; sobre o que seja o "argumento de autoridade me dado pela lei"; sobre a inconstitucionalidade artigo (infração ao devido processo legal); sobre alusão "ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo", como causa de nulidade.
Faltou legisprudência legislador. A redação do art. 478 do CPP, por voluntariosa que seja, acaba por promover grande confusão processual a ensejar as mais disparatadas e variadas situações fomentadores de nulidade.
O papel do juiz no Júri, tal como pensando no sistema processual brasileiro, não é substancialmente ou preponderadamente intervencionista, menos de protagonista nos debates, como não é o de fiscal da lei, mas sim de atitude de intervenção subsidiária de excepcional.
O ato de algemar o acusado é legal, e a lei deve ser compreendida, permitindo a explicação e a fundamentação do porquê do ato, onde entra alguma limitação de autoridade. Enfim, sugere não só a subtração de informes valiosos para o conhecimento do julgador, como uma subversão de uma função básica e democrática do moderno processo legal, como função extraprocessual da motivação. 
A citação de um tipo processual penal “aberto" para exemplificar o que seja o argumento de autoridade, invocar em defesa de uma tese autoridade de algo ou alguém, o que se convencionou chamar de falácia genética, assim, a coisa valeria não pelo que é, mas pela crença de onde provinha. O bom argumento é confirmação de algo por alguém que realmente tem autoridade sobre o que fala. O mau argumento, por alguém que, sendo eventualmente autoridade em um tema, não o é no tema ou contexto em que é invocado.
Inexiste uma hierarquia argumentativa, a ponto de se dizer que o argumento seja menos valioso que outro, ou mais reprovável que outro, quando igualáveis por falácias.
No Júri, o argumentum ad personae, o argumentum pietatis cause ou ad misericordiam, o argumentum ad baculum, o argumentum ad terrorum, o argumentum ad populum, se configuram em falácias, argumentos extralogicos, combatíveis na argumentação plenária, sem que, com isto, se possa proscrever toda variada gama argumentativa, ou dizer mesmo que seja mais danoso que outro. O direito não é ciência exata, logo, não há coo proscrever-se a argumentação, numa busca de definição ao puro “ser da coisa” como se houvesse uma só verdade clara.
Se for certo que no Júri o orador ganha protagonismo e muitas vezes se desautoriza por excessos, não menos certo é que nem o Supremo Tribunal Federal, se cobra a impassividade de uma argumentação fria, reduzida à simples obtemperação das teorias interpretativas.
A autoridade dada ao ministro reduzido à pura razão, que é o intérprete máximo da Constituição Federal, vale-se de argumentos variados que tem poder de separar cada um dos argumentos no Júri a fim de dizer o que é lógico e pode e o que é extralógico e é proibido sem ferir o direito da defesa ou da acusação.
A autoridade provém da razão, não a razão da autoridade. Ela estabelece uma relação entre a validade de uma tese e a personalidade de se autor, a reputação que lhe precede, o prestígio que lhe é inerente.
O argumento de autoridade também se insere naquilo que Schopenhauer chamava de argumentum ad verecundiam(modéstia), ou seja, aquele dirigido ao sentimento de honra, de modo que, em vez de fundamentos, da busca e prova essencial da verdade, utilizamos a autoridade, a importância ou a modéstia de alguém.
Na votação, inexistindo dúvidas a serem sanados, o juiz, os jurados, o Ministério Público, assistente, querelante, advogado, escrivão e o oficial de justiça se dirigirão à sala secreta (art. 485, caput). Caso não haja sala secreta, de acordo com o art. 486, §1°, o juiz presidente ordenará que as pessoas da assistência se retirem. Ainda, o juiz presidente advertirá da impossibilidade de intervenção na votação, determinando a retirada daquele que se prostrar inconveniente (art. 485, § 2°). 
O art. 486aduz que a votação será realizada por meio de cédulas, feitas de papel opaco e de fácil dobragem, contendo umas a palavra sim e outras a palavra não, assim, os jurados responderão a cada quesito depositando na urna a cédula correspondente a seu voto. No intuito de assegurar o sigilo, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas dos votos e as não utilizadas (art. 487).
Realizada a votação, as decisões do Júri serão tomadas por maioria de votos. Isto não significa, ao contráriodo que pode-se concluir com uma leitura precipitada do art. 483, §§ 1° e2°, que não serão revelados os votos excedentes, isso significa, tão somente, que a maioria de votos é necessária para a condenação ou absolvição. Contudo, a jurisprudência tem se manifestado no sentido de que a nova regre tornou desnecessária a apuração de todos os votos, sendo certo que, com a maioria, interrompe-se a votação. Aliás, alguns tribunais têm entendido que a revelação de todos os votos é causa de nulidade, por quebra de sigilo de votação. No entanto, outros se manifestam no sentido de que a abertura dos sete votos dos jurados não é sequer causa de nulidade, mas sim de mera irregularidade. 
A decisão dos jurados é passível de apelação se for manifestamente contrária à prova dos autos, dando ensejo a novo julgamento. A acolhida da tese da defesa ou da acusação pelo Conselho de Sentença será pelo íntimo convencimento dos jurados, respeitando-se o princípio da soberania dos veredictos. No entanto, não é permitido que uma nova segunda apelação seja interposta pelo mesmo motivo, já que acarretaria a contradição entre dois julgados, afrontando-se o art. 593, §3°, do CPP.

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