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Wagner Costa Ribeiro - A ordem ambiental internacional

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____ A ordem
ambiental
internacional
Wagner Costa Ribeiro
c i o n S í Ü S ? - ^ f ta ^ rel3ÇÕes intem a-
acordos entre países. Eles nasceram da tentativa í £ ° SUrglram os P ^ i r o s 
que chegavam às terras e destruíam sua base natural™ "'^ 2 ^ de COl° n° S
falCanÇaram — A
também discutido neste cap ítilo ' t se c o n i “ m ? Tratado A ntártico - 
servação de uma área da Terra a nartir Hp gUIU p a Pn rneira vez apre- 
elaborado a partir da iniciativa de urna"da s ^ n '=? ,n tcrnacionaI' Ele foi 
Guerra F na e vigora até nossos dias O Trat i j',KArpott-'ncias do período da 
participação da o n u , muito e m L o ' ^ ! ! ! ? ^ ” fo/ cri]ado sem a 
do a tem atica am biental desde os seus nrim ' h ac,onal tenlia discuti- 
monstrado. ° S SCUS Pn m ordios, com o tam bém será de­
_____ Q crescimento da importânria rja tnmr-. • ... ______________________
nacional toi acom panhado pela onu. A tjnirV f ' ental no cenário inter­
ação, passou a em pregar parte de seus esforenc Um SCUS orSanism os de 
construir um sistem a de conservacão -imh i 6Ste fim ’ conseguindo 
des, está sendo implementado. ‘ ‘ m blental que, apesar das difículda-
h - * ®editoracontexto
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OS PR IM E IR O S A C O R D O S INTERNACIO NAIS
As p rim eiras ten tativas de se estabelecer tratados in ternacionais que 
regulassem a ação hum ana sobre o am biente rem ontam a 19001. A caça es­
portiva, am plam ente praticada na Inglaterra pelos proprietários de terras, 
foi levada às co lônias africanas. Os safáris são o m aior exem plo de com o 
esta prática foi difundida. Entretanto, os colonizadores, que não podiam ca­
çar em seu país de origem por não possuir terras, exageraram em seus no­
vos dom ínios, prom ovendo um a m atança indiscrim inada de anim ais e pás­
saros. O utro alvo dos caçadores foram os elefantes, nesse caso devido ao 
valor econôm ico do marfim . .
A C oroa inglesa reagiu realizando, em 1900, em Londres, um a reunião 
internacional, com o objetivo de discutir a caça indiscrim inada nas colônias 
africanas. Foram convidados a participar os países que possuíam terras no 
continente africano: A lem anha, Bélgica, França, Inglaterra, Itália e Portu­
gal. O resultado desse encontro foi a Convenção para a Preservação de Ani­
mais, Pássaros e Peixes da África, que visava a conter o ím peto dos caçado­
res e m anter anim ais vivos para a prática da caça no futuro. Foram 
signatários daquele docum ento Alem anha. Congo B elga (atual República 
D crhucráticã do Congo), França, Inglaterra^ Itália e Portugal2._____________
D entre as principais m edidas adotadas pela Convenção estava a elabo­
ração de um calendário para a prática da caça. Inovador, o docum ento pre­
via a proteção de animais, pássaros e peixes.
O segundo encontro internacional visando ao controle de seres vivos 
foi a C onvenção para a Proteção dos Pássaros Úteis à Agricultura. O acordo 
firm ado em 1902 por 12 países europeus protegia das espingardas de caça­
dores apenas os pássaros que, segundo o conhecim ento da época, eram úteis 
às práticas agrícolas transportando sementes. Cabe destacar que a Inglaterra 
se recusou a participar do acordo.
Os resultados não foram satisfatórios. Poucos países respeitaram as de­
term inações contidas nos docum entos formulados e assinados. Isso levou a 
um a outra iniciativa da Inglaterra, que convocou os países que mantinham 
colônias na Á frica para um novo encontro internacional, que ocorreu em 
Londres em 1933. Dessa vez, os resultados foram mais animadores, já que se 
-conseguiu, pela prim eira vez, elaborar um documento que alm ejava preser­
var não os anim ais individualmente, mas a fauna e a flora em-seu coniunto. 
à C onvenção para a Preservação da Fauna e da Flora em seu Estado Natural 
foi assinada pelas potências européias que mantinham territórios na África e 
procurou estabelecer m ecanism os de preservação de am bientes naturais na 
forma de parques, conforme o modelo adotado nos Estados Unidos.
O I Congresso Internacional para a Proteção da Natureza, realizado em 
Paris em 1923, foi outro m omento considerado de destaque3. Na ocasião, a
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preservação am biental fo i d iscutida. A lém desse encon tro , vários outros 
ocorreram , gerando um grande núm ero de docum entos, m as sem que se 
chegasse a bons resultados práticos. A simples decisão de evitar o exterm í­
nio de seres vivos não era suficiente para conter os seres hum anos. Porém, 
um alento emergiu por oçasião do Tratado A ntártico. F inalm ente, um am­
biente natural foi preservado com o resultado de um a reunião internacional. 
Não se pode negar que esse docum ento inaugurou, por sua im portância, a 
discussão referente às relações internacionais e ao am biente no período da 
Guerra Fria.
O TRATADO ANTÁRTICO
O Tratado A ntártico será analisado a partir da perspectiva da G uerra 
Fria. Veremos como as superpotências conseguiram entrar no grupo de paí­
ses que discutem o futuro do continente gelado, m arginalizando a Argentina 
e o Chile - os principais países que reivindicavam a soberania sobre o terri­
tório da Antártida. A lém disso, apresentaremos alguns princípios que foram 
utilizados gara susten tar a reiv infliÕagSo-territorini de vários países por 
aquela porção do planeta.
Os onas, povo indígena que vivia no extrem o sul da A m érica do Sul e 
na ilha chamada Terra do Fogo4, costum avam fazer incursões na Antártida, 
conform e indicam vários registros. Como eles viviam em um a área perten­
cente aos territórios do C hile e da Argentina, esses países re iv ind icaram o 
controle territorial da A ntártida, utilizando como argum ento o princípio da 
precedência de ocupação. M as esse argumento, certamente o mais em prega­
do nas disputas territoriais, de nada valeu para o Chile ou para a A rgentina, 
que aceitaram a pressão das forças hegemônicas na época da G uerra Fria.
Em 1948, o Chile já cedia às pressões dos Estados Unidos e apresenta­
va a Declaração Escudero, na qual propunha um a pausa de cinco anos nas 
discussões acerca da soberania sobre a Antártida. Esse docum ento surgiu 
em meio a uma batalha de argum entos, cada qual baseado em princíp ios 
distintos, empregados p o r vários países que reivindicavam a posse territo­
rial de ao menos uma parte da Antártida:
Com base no Princípio da Proxim idade Geográfica, reivindicavam so­
berania sobre a Antártida aqueles Estados-nações que se localizavam próxi­
mos ao continente antártico. Esse princípio excluía as duas superpotências 
em ergentes do segundo pós-guerra de sua presença na A ntártida e não lo ­
grou êxito.
O Princípio da Defrontação ou dos Setores Polares foi deixado de lado 
por interferência dos países do Hem isfério Norte. E le definia a soberania a
partir da projeção d os m eridianos que tangenciassem os pontos extrem os da 
costa de países que se encontram defronte da Antártida. A partir daí, se tra­
çaria uma reta em d ireção ao centro do continente gelado, definindo a faixa 
territorial de dom ínío de um determ inado país. A proximidade dos países do 
H em isfério Sul dava a eles um a vantagem em relação aos países do H em is­
fério Norte, levando à não-aplicação deste princípio.
O utros princípios evocados nas discussões que envolveram a sobera­
nia sobre a A ntártida foram o Princípio da Exploração Econôm ica e o Prin­
cípio da Segurança. O prim eiro foi definido a partir da tradição dos países 
na exp lo ração eco n ô m ica da A ntártida. A ssim , por exem plo, a ativ idade 
pesqueira do Japão — que pesca krill e baleias na região - seria considerada 
qa- dsfiniçãe das fron teiras, fá o Principio da Segurança aplica o argum ento 
de que se deve ev itar a qualquer custo um novo conflito em escala mundial, 
em especial na A ntártida, onde as conseqüências afetariam a dinâm ica natu­
ral da Terra e teria, portanto, conseqüênciascatastróficas (Conti, 1984).
A presença das superpotências
A prim eira reunião tsUffinãeional q u t fcv r como pauta a A ntártida Foi ã 
C onferência de Paris, realizada em 1955. N aquela ocasião, Á frica do Sul, 
A rgentina, A ustrália, Bélgica, Chile, Estados Unidos, França, Inglaterra, Ja­
pão, N oruega, N ova Zelândia e u r ss reuniram -se para discutir a edificação 
de uma base científica na Antártida. Essa possibilidade já havia sido aventa­
da em 1945, mas não lograra êxito.
C om o resultado da reunião de Paris, decidiu-se pela construção da ba­
se A m undsen-S co tt pelos Estados U nidos. À outra potência da época, a 
u r s s , coube a construção da base Vostok no Pólo da Inacessibilidade. A s­
sim , quase sem pedir licença, as superpotências instalaram-se no continente 
branco. A G uerra Fria chegava à Antártida.
Com o ocorria em outras situações, a disputa entre os Estados Unidos e 
a u r s s pela soberan ia A ntártida foi d issim ulada. N esse caso, ela ganhou 
um a roupagem científica. Pouco tem po depois da reunião de Paris, o in te­
resse por novas descobertas sobre a últim a região sem fronteiras da Terra 
fo i utilizado com o argum ento para novos em preendim entos no continente 
antártico.
C om o objetivo de observar as explosoes solares que ocorreram na se­
gunda m etade da década de 1950, os estudiosos do assunto optaram por ins­
talar pontos de observação em alguns lugares da Terra, entre eles a A ntárti­
da, que foi apontada com o o m elhor local para a observação do fenôm eno. 
Para registrar seu intento, os cientistas nomearam os trabalhos com o o Ano 
G eofísico Internacional ( a g i). Os trabalhos aconteceram durante 18 meses, 
en tre 1957 e 1958.
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Por ocasião do a g i, o governo dos Estados Unidos propôs — em abril 
de 1958 - um tratado para reg u la rizar as ações antrópicas no continen te 
branco. Com o justificativa, apresentou a necessidade de realizar m ais pes­
quisas para entender melhor a dinâm ica natural naquela porção do mundo.
As negociações promovidas pelos Estados Unidos resultaram no Trata­
do Antártico, que foi firmado em 1- de dezem bro de 1959. Após ser ratifica­
do pela África do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, Estados Unidos, 
França, Inglaterra, Japão, N oruega, N ova Z elândia e u r s s , denom inados 
membros consultivos, passou a ser aplicado5, em 23 de junho de 1961.
Além dos países fundadores, foram incorporados ao T ratado Antártico 
a Alem anha Ocidental. a A lem anha Oi icirrai tna epora q pais ainda se en­
contrava dividido), o Brasil, a China, a índia, a Itália, a Polônia e o Uruguai. 
Todos esses países participaram com o m em bros consultivos. A nos mais tar­
de, outros países foram aceitos, porém sem o status de m em bros consulti­
vos. São eles: Áustria, Bulgária, C oréia do Norte, Coréia do Sul, Cuba, D i­
nam arca, Equador, Espanha, F in lând ia , G récia, Holanda, H ungria , Nova 
Guiné, Papua, Peru, Romênia, Tchecoslováquia (antes de seu desdobram en­
to em Eslováquia e República Tcheca) e Suécia.
C om o Tratado Antártico, estabeleceu-se im ^rtâm hin científico entre 
asU ases instaladas na A ntártida. D eixada de lado a polêm ica da definição 
de fronteiras nacionais no continente gelado, a ocupação foi direcionada pa­
ra a produção de conhecim ento, instalando-se a infra-estru tura necessária 
para tal intento. A troca de inform ações científicas procurava garantir um a 
“diplom acia Antártica”, ao m esm o tem po que não se discutiam questões de 
ordem territorial ou de aproveitam ento dos “recursos” a serem identificados 
e estudados cooperativamente.
A Antártida representa um dos casos que justificam a discussão da ques­
tão da soberania envolvendo a tem ática am biental durante a G uerra Fria. Ao 
abrir mão, mesmo que temporariamente, da reivindicação da soberania terri­
torial sobre a Antártida, o Chile iniciava um a ação que agradava sobremanei­
ra os Estados Unidos. A Declaração Escudero representou uma abertura para 
que se iniciassem conversações sobre a ocupação daquela parte do mundo por 
países que não tinham argumentos para reivindicar soberania territorial sobre 
qualquer porção daquele ambiente natural. A capacidade de produzir conheci­
mento a partir de bases científicas instaladas na Antártida passou^a ser a medi­
da para integrar-se aas países que tiveram od ire ito de ocupa 1^
Esse precedente pode com plicar a questão da soberania sobre a A ntár­
tida. Tanto a A rgentina quanto o Chile, que tinham razões h istó ricas para 
reivindicar a posse da Antártida, recuaram diante das superpotências e abri­
ram uma possibilidade de os países que se encontram lá reiv indicarem d i­
reitos territoriais. O último prazo para se iniciar a exploração científica aca­
bou em 1991, quando, em um a reunião dos países envolvidos no Tratado 
Antártico que aconteceu em M adri, decidiu-se pela m anutenção das regras
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vigentes, sem perm itir, porém, o ingresso de novos países até mesmo para a 
realização de pesquisas. Na verdade, adiou-se a discussão referente à sobe­
rania do continente branco.
A segurança am biental, tem a recorrente quando se trata de preservação 
am biental e que será discutida mais adiante, tem na A ntártida sua expressão 
máxima. Conform e relata o cientista político Villa (1994), as conseqüências 
de um a exploração econôm ica sem conhecim ento da dinâm ica natural são 
im previsíveis, po d en d o afetar todo o planeta. Esse é outro im portante as­
pecto a ser considerado quando se analisa a Antártida.
A EM ER G ÊN C IA DA TEM ÁTICA AM BIENTAL NA ONU
A presentarem os aqui a ONU, destacando alguns de seus m ecanism os 
internos de decisão e de ação. A lém disso, discorrerem os sobre o surgim en­
to da preocupação em seus organism os com a temática ambiental.
A s im agens dos horrores praticados durante a Segunda G uerra M up 
dial ( 1939 iâáSJ: difflndidas jjof fotografias dns-campos de concentração 
e de cidades destruídas - abalaram a opinião pública internacional. Era pre­
c iso estabelecer m ecanism os que ev itassem a repetição daquelas cenas. 
A lém disso, um a nova ordem internacional que contem plasse as aspirações 
das duas superpo tências em ergentes do conflito — os E stados U nidos e a 
u r s s — tinha de ser construída.
N esse contexto, foi criada a o n u , organismo que tem por objetivo cen ­
tral a m anutenção da paz mundial. Sua história, porém, com eça antes de 24 
de outubro de 1945, data da assinatura do protocolo que a estabeleceu. Esse 
organism o in ternacional passou a coordenar a m aior parte das in iciativas 
que resultaram na ordem ambiental internacional.
A pesar do descrédito inicial — resultado principalm ente da experiência 
da L iga das N ações (1919-1939), que não conseguiu im pedir a eclosão da 
Segunda G uerra M undial - , os países aliados reuniram-se, em plena guerra, 
para discutir a necessidade de instituir um organismo internacional que pu­
desse regular as tensões mundiais. Em 12 de junho de 1941, assinaram um a 
declaração na qual se com prom etiam a trabalhar em conjunto tanto em p e ­
río d o s d e paz q u an to de guerra. Pouco m ais de um mês depois, em 14 de 
agosto, surgia a Carta do Atlântico, por meio da qual o presidente dos Esta­
dos Unidos, Franklin Roosevelt, e W inston Churchill, então prim eiro m inis­
tro da Inglaterra, estabeleceram o princípio da cooperação internacional pe­
la paz e pela segurança no planeta.
Em 1 - de jan e iro de 1942, 26 países aliados assinaram a D eclaração 
das N ações U nidas, em Washington, Estados Unidos. Nesse documento, foi
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em pregada pela prim eira vez a expressão N ações U nidas, que v iria a ser 
usada anos mais tarde para designar a ONU. Por meio dele, os países reforça­
vam a intenção de estabelecer um organism o que instituísse procedim entos 
que viabilizassema paz. Em 30 de outubro de 1943, dando prosseguim ento 
à idéia de articular países para garantir a paz e a segurança m undiais, a C hi­
na, os Estados U nidos, o R eino U nido e a União Soviética assinaram em 
M oscou, u r ss , outro com prom isso que reforçava aquela intenção.
Menos de dois anos depois, durante a Conferência de Yalta - realizada 
na Crim éia — antiga URSS — em fevereiro de 1945, Roosevelt, Churchill e Jo- 
seph Stalin, então secretário geral do Partido Com unista da u r s s . anuncia­
ram ao m undo sua_decisã»-dc c riai1 umxrorganfzaçãõ 3e países voltada para 
a busca da paz. Entre 25 de abril e 25 de junho daquele ano, cinqüenta paí­
ses reuniram -se na Conferência de São Francisco, em São Francisco, Esta­
dos Unidos, e estabeleceram a criação da o n u .
Inicialmente, a ONU operou por interm édio de comissões econôm icas e 
program as especiais desenvolvidos por suas agências. As prim eiras agên­
cias tinham caráter regional, com o a C om issão Econôm ica para a A m érica 
L atina e o Caribe (Cepal). E las desenvolviam estudos que visavam a m e­
lhorar as condições de " ida da pcpu lação da fegtão-em que atuavam , mas 
foram muito criticadas devido ao fato de suas propostas não conseguirem 
m udar o cenário de desigualdade social presente em muitos países.
Os program as patrocinados pela o n u são variados e podem ser vo lta­
dos para a educação de crianças, para a conservação do am biente, para os 
d ireitos das m inorias, para a m elhor d istribu ição de alim entos no m undo 
com o objetivo de elim inar a fom e, entre outros. Para cada um desses pro­
gram as é definida um a sede, na qual trabalham técnicos e são realizadas as 
reuniões de especialistas de todas as partes do mundo.
A lém de com issões econôm icas regionais, a ONU conta com agências 
que estão voltadas para temas específicos, com o a saúde e o trabalho, o que 
resultou em uma grande estrutura, acusada de ineficiente e de servir apenas 
com o provedora de empregos para técnicos de vários países, em especial os 
países periféricos.
O Conselho de Segurança é o principal órgão da ONU. Ao contrário dos 
dem ais órgãos, que apenas recom endam aos governos que sigam suas 
orientações, as decisões aprovadas pelos m em bros do Conselho têm de ser 
im plem entadas pelos países signatários da Carta das Nações Unidas., q u e é 
assinada por eles quando ingressam na ONU. Dos mais de 180 países que fa ­
zem parte desse organismo internacional, som ente 15 participam do C onse­
lho de Segurança, sendo que dez são escolhidos pela A ssem bléia G eral a 
cada dois anos. Os demais países são a China, os Estados Unidos, a França, 
o Reino Unido e a Rússia ( u r ss na época de sua criação), que são os m em ­
bros permanentes. Apenas esses cinco países têm o poder de vetar qualquer 
decisão do Conselho. Esse instrum ento foi usado tanto pelos Estados U ni-
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dos quanto pela então u r s s durante a G uerra Fria, o que acabou po r enfra­
quecer as decisões do Conselho de Segurança. Para um a medida ser aprova­
da, são necessários no m ínim o nove votos.
O grande papel do C onselho de Segurança é d iscu tir e posicionar-se 
sobre conflitos entre países. Entre as decisões que podem ser tom adas en­
contram -se a intervenção das Tropas de Paz da o n u em áreas beligerantes e 
o em bargo econôm ico, no qual os países-m em bro são proibidos de m anter 
relações com erciais com o país que sofre a sanção. Além disso, são atribui­
ções do Conselho de Segurança, o estabelecim ento de acordos de paz e de­
cretação de zonas livres de conflito m ilitar entre países em guerra, além da 
aprovação do ingresso de novos países. C om o este é o órgão m ais im por­
tan te da-ONtf,--muitos países desejam participar dele. Para tal, rn iclãíam um 
m ovim ento que tem com o objetivo alterar a sua com posição, aum entando- 
se o total fixo de participantes, além de retirar o poder de veto dos m em bros 
perm anentes. O Brasil integra esse grupo de países.
O utra esfera de decisão da o n u é a A ssem bléia Geral, que ocorre 
anualm ente e conta com a participação de representantes de todos os países- 
m em bro. Nela, um novo país é reconhecido e aceito como membro a partir 
da indicação do C onselho e são tom adas decisões com o a escolha da sede 
de-c o n ^ ê n^ias-tem Étlcã^ põf exem plo, A pesar de contar com m aie i parti­
c ipação de países que o C onselho, as decisões tom adas pela A ssem bléia 
acabam tendo m enor impacto do que as da outra instância de decisão.
A ONU realiza C onferências internacionais para diversos assuntos, se­
gundo deliberação de sua Assembléia Geral e/ou sugestão de um organismo 
ou program a m ultilateral. Nelas são estabelecidas declarações, nas quais as 
partes declaram princípios sobre os tem as em bora não estejam obrigadas a 
cum pri-los, e tam bém Convenções Internacionais que passam a regular as 
ações entre as partes. As Partes Signatárias são aquelas que ingressaram no 
período em que o docum ento estava disponível para assinatura antes de en­
trar em vigor. Para que um a convenção possa ser aplicada, é necessário que 
um determ inado núm ero de partes a ratifiquem . Este número é definido pa­
ra cada docum ento. D epois que um docum ento passa a valer, novas partes 
podem aderir a ele. Q uando ocorre o ingresso, um a parte concorda com os 
term os definidos anteriorm ente, desde que a legislação nacional não obri­
gue o país a subm eter o documento ao Congresso. Nesse caso, além de ade- 
n r, a parte deve ratifícá-lo, pois ele não terá valor tanto in tern a m ente, qu an tn
peran te às dem ais integrantes da C onvenção Inlernacionaèr 3-m esm o pode— 
ocorrer com um a Parte Signatária.
Q uando a ONU foi criada, estavam entre as suas primeiras ações as que 
v isavam a m in im izar os aspectos capazes de desencadear conflitos entre 
países, com o a falta de alimento ou o acesso a recursos naturais. Para o pri­
m eiro caso, foi instituída, em 1945, a fa o — (Food and Agriculture Organi- 
zation) - O rganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultu-
Ó‘nU I g i ™ a m a' 0 e " lb“ “ daS diStUSSfcS - « « l » *>
s i S S *
ve a indicação da pesquisa dc solos e florestas tropicais com o auxílio para o
desenvolvim ento do pequeno p rodutor rins - ----------— ----- - J?----- -
exploração dos recursos vegetais sem a degradação do solo e a am eaca à re
B d u c a t a u l . S c tew M c and 
C : / , ' r Sal" “ 'Ça" das Na'.f c . Unidas p a r . a Educação 
fn a m b ie „ « ' ações relacionada
A U N ESC O
^ Un“ C° ’ apresentando um histórico de sua atn
Çã° voltados para os temas ambientais e com entar as visões de ciência e de
teem ea que predom inaram na im plem entação de suas propostas Além dic
S t “ “ sR‘r u T T r in ,e™acio "aisaçao. a ín sc c u r (United Nations Scientific Conference on the Conserva 
Uon and U tih .ation o f Resources) - Conferência das Nações Unidas para a
£ 3 3 * 2 ? ' dos R“ ursos; * Conferencia * <• a
Fundada em 1946 e tendo como sede Paris Franca ,, r r, - , - 
decada de 1970 , (, principal organismo da o n u a abordar a questão a ib ie n -
t r V o s T a Í e r r n ^ r o aePr0T Ver ° Íntercâm bl° «en tífico e tecnológlco en­tre os países-membro e implementar program as de educação a Unesco nas
-ou a encam inhar as dem andas de organism os m istos - com postos no r
estados, grupos pnvados e o n g s - apoiando financeiram ente as in tóativas
60
d a iu p n 6 (International Union for the Protection o f Nature) - União Interna­
cional para Proteção da Natureza - um a das mais antigas organizações con- 
servacionistas do m undo, criada em 1948 em Fontainebleau, França.
O conservacionism o é um a das vertentes do am bientalism o. Seus se ­
guidores atuam na busca do uso racional dos elem entos dos ambientes natu­
rais da Terra. Em basadosno conhecim ento científico e tecnológico dos sis­
tem as naturais, e les defendem um a apropriação hum ana cautelosa dos 
recursos naturais, que respeite a capacidade de reprodução e/ou reposição 
natural das fontes dos recursos.
Os preservacionistas, por seu turno, radicalizam , propondo a intocabi- 
lidade dos sistem as naturais. Essa vertente do am bientalism o tem consegui­
do, pui exem plo, im plan tar reservas ecológicas, defendendo Í r e ü r ã 3 a 3 ã 
população que nelas vive, com o ribeirinhos e indígenas e a m oratória da 
pesca da baleia. O argum ento preservacionista sustenta-se com m aior facili­
dade quando existe a am eaça de extinção de um a espécie. A ação preserva­
cionista em relação a um a espécie am eaçada de extinção representa a possi­
b ilidade de m an tê-la no conjunto de seres vivos do planeta. As prim eiras 
entidades preservacionistas surgiram nos Estados Unidos. Elas foram orga­
nizadas com o objetivo de instalar parques nacionais que abrigassem fauna, 
flora-ou-aTe m esm o Tõeafc-áè^
A Conferência das Nações Unidas para a Conservação e 
Utilização dos Recursos
A prim eira açao voltada para o tem ário am biental de destaque da
Estados u Z Z Cm C° m 3 rCaIlZaÇã° da u n sc c u r , em Lake Success, 
stados Unidos, que contou com a participação de 49 países. C om o se po­
d ia esperar, a grande ausente foi a u r s s . Naqueles tempos, um encontro en-
im Dress^HSUPerP° tenClaS ” ° tem tório de Qualquer um a delas poderia dar a im pressão de que o pais visitante capitulava ante o outro.
A U nesco em conjunto com a f a o , a w h u (W orld H ealth O rganiza- 
t i i íü k q u_qms_ .(.O rganização M undi^l-do-Saúde j 'ho.,r rv,r,, ■ „ 1 . ------------------- /,-e-a-eiT (JuiernaTíonaTLa-
O rgam zation ou Organização Internacional do Trabalho), financiou a 
reunião que, segundo M ccorm ick (1992), teve um papel inovador quanto ao 
encam inham ento das discussões am bientais em escala internacional.
j dentre os resultados da u n s c c u r , podem os citar um diagnóstico da si- 
tuaçao am biental que tratava dos seguintes aspectos:
[...] a crescente pressão sobre os recursos; a interdependência de recursos- uma análi-
- daS carencias ^ ti£aj j e._alHI?ggt '^JlQIêgtas,_anúnai^^xombustfveKj--e-deseftVot-
tone, em W yom ing, Estados Unidos, foi o prim eiro a ser criado segundo es­
sa orientação.
Esta vertente tem sustentado, entretanto, ações mais radicais, com o o 
cham ado terro rism o ecológico, que passou a a tuar a partir da década de 
1990. Os ativistas passaram à ação direta, destruindo plantações de organis­
m os geneticam ente m odificados (o g m ) e explodindo bombas em ícones da 
sociedade de consum o, como as redes internacionais de alim entos. M uitos 
preservacionistas afastaram -se da sociedade de consumo, fugindo do m un­
do urbano e constitu indo com unidades alternativas, im pulsionados pelo 
m ovim ento da contra-cultura. Porém , à m edida que os estudos indicavam 
que os problem as am bientais - com o as m udanças clim áticas ou o buraco 
na cam ada de ozônio — têm escala internacional, eles perceberam que não 
estavam abrigados em seus refúgios e que tam bém poderiam sofrer as con­
seqüências daqueles problem as, m esm o habitando locais distantes dos 
grandes centros urbanos. Os terroristas verdes - tam bém chamados pela li- 
tej5tura.de ecologistas radicais ou profundos - passaram a agir contra aque­
les que consideram os maiores responsáveis pela degradação ambiertUTl do— 
planeta.
E evidente que a Unesco não apóia as iniciativas dos ecologistas pro­
fundos. Suas ações, com o veremos a seguir, em basam -se no conservacio­
nismo.
62
. . " — : recurses-poi-mero J c Icuuulogia aplicada; técnicas de recursos edu­
cacionais para paifees subdesenvolvidos; e o desenvolvim ento integrado de bacias 
hidrograficas (Mccormick, 1992:52-53). oacias
cõ .s N^ ) Se tm ha a exPectatlva de elaborar durante a u n sc c u r recom enda-
te de fs S T paises-membro da ONU- Buscava-se criar um am bien­
te de discussão acadêm ica que pudesse indicar a direção a ser seguida pelos
atores internacionais, dotando-os de um racionalism o conservacionista em- 
basado no conhecim ento científico disponível até aquele m om ento A pre- 
a COm° norteadora das diretrizes e políticas ambientais é uma 
sobre ” ™ bie„,eaSSar“ ‘ w
A Conferência da Biosfera
Foram necessanas quase duas décadas para que outra reunião in terna
c.O [,ar,mpoj , a a !e M 5 1 E 3 E respe,,» » , t ó S a r t i e n t, l o c o ^ “ a 
teve lagar em Pa™ . em 1968, reunindo 64 palses. 14 organizações intenre- 
vem am entais e 13 o n g s . A ssim com o na reunião anterior, um conjunto de
E S t * ' ? 7 UneSC° ’ ONU’ FAO’ OMS’ IUCN e o International 
B iolog cal Piogram m e7 - d 1Spom bilizou recursos para financiar a Confe-
rencia Intergovernam ental de Especialistas sobre as Bases Científicas para 
Uso e Conservaçao Racionais dos R ecursos da B iosfera, conhecida 
dialmente como Conferência da Biosfera. mun-
63
ín aquele encontro , ioram discutidos os im pactos am bientais causados 
na b iosfera pela ação hum ana. O discurso cientificista dom inou a reunião, 
na qual os tem as sociais e políticos ficaram em segundo plano. Seu produto 
m ais im portante foi o program a in terdiscip linar O H om em e a B iosfera8 - 
c riado em 1970 - que procurou reunir estudiosos dos sistem as naturais, a 
fim de estudarem as conseqüências das dem andas econôm icas em tais am ­
bientes.
O s m em bros da Unesco deveriam criar com itês nacionais que coorde­
nariam os trabalhos em cada país e propor temas de pesquisa. E m seguida, 
foi criado um C om itê de Coordenação9, que definiu os objetivos do progra­
ma, listados abaixo:
a) Identificar e valorizar as mudanças na biosfera que resultem da atividade humana, 
e os efeitos dessas mudanças sobre o homem.
b) Estudar e comparar a estrutura, o funcionamento e a dinâmica dos ecossistemas na­
turais, modificados e protegidos.
c) Estudar e com parar a estrutura, o funcionamento e a dinâm ica dos ecossistem as 
“ naturais” e os processos socioeconômicos, especialmente o impacto das mudanças 
nas populações humanas e modelos de colonização desses sistemas.
d) Desenvolver sistemas e meios para medir as mudanças qualitativas e quantitativas 
no ambiente para estabelecer critérios científicos que sirvam de base Dara uma_2estãa
rsnrirmal HnsJrgHTiü-nr ni in r i i i in rlHinrffi a proteção aa natnreza e para o estabeleci 
mento de fatores de qualidade ambiental.
e) Ajudar a obter uma maior coerência global na investigação ambiental mediante:
1 . O estabelecim ento de métodos comparáveis, compatíveis e normatizados, para a 
aquisição e o processamento de dados ambientais;
2. A promoção de intercâmbio e transferência de conhecimentos sobre problemas am­
bientais.
f) Promover o desenvolvimento e aplicação da simulação e outras técnicas para a ela­
boração de ferramentas de gestão ambiental.
g) Promover a educação ambiental em seu mais amplo sentido por meio de:
1. Desenvolvimento de material de base, incluindo livros e complementos de ensino, 
para os program as educativos em todos os níveis;
2. Promoção do treinamento de especialistas das disciplinas apropriadas;
3. Acentuação da natureza interdisciplinar dos problemas ambientais;
4. Estímulo ao conhecim ento global dos problemas ambientais através de meios pú­
blicos e outros meios de informação;
5. Promoção da idéia da realização pessoal do homem e sua associação com a nature­
za e de sua responsabilidade para com a mesma (Batisse, 1973).
D estacam os os itens d, e , f e g acim a citados. No prim eiro, a ciência 
em erge com o_provedora da solução para os problemas ambientais. A racio­
nalidade seria o elem ento central na busca de alternativas de desenvo lv i­
m ento que perm itissem a proteção do ambiente natural. Acreditando que o 
conhecim ento científico poderia resolver os problemas da espécie humana, 
os c ien tistas envo lv eram -se na investigação da natureza, buscando criar 
um a nova m edida para a ação antrópica na Terra. Essa medida passaria pelo 
conhecim ento da dinâm ica de um sistem a natural, gerando teorias e tecno-
64
I
logias que em basariam a instrum entalização dos recursos naturais. T o rna­
das tam bém um recurso para a reprodução am pliada do cap ita l (S an tos, 
1996), a ciência e a tecnologia serviram com o legitimadoras da exploração 
dos ambientes naturais, isto é, foram transform adas em um a ideologia (Ha- 
berm as, 1989) que em basaria outro tipo de am bientalism o, o ecocapitalis- 
m o, expressão cunhada por Bosquet e G orz (1978) e reafirm ada pelo fran­
cês D upuy (1980). Para os seguidores de tal vertente do am bientalism o, a 
ciência e a técnica podem trazer a redenção para os problemas hum anos, as­
sim com o podem m over a reprodução do capital - se transform adas em seu 
bem mais valioso, o saber-fazer, que é com ercializado, inclusive o saber-fa- 
_zeLambiental ou eeelogieam eate eerreto, co im rele teriTsldò chamado!
Com o decorrência dessas visões sobre a ciência, a técnica e o am bienta­
lism o, surge o capitalism o verde, que, em vez de preconizar alterações nos 
m odos de produção que geram impactos, devastação ambiental e problem as 
de saúde, atua na direção de propor soluções técnicas para os problem as de­
correntes da produção industrial em larga escala, abrindo, na verdade, novas 
oportunidades para a reprodução do capital. D entre os novos negócios e 
oportunidades estão a venda de filtros de ar, de equipamentos para retenção e 
de tratam ento de dejetos industriais e dom iciliares, sofisticados s istem as der 
tratam ento de esgotos entre inúmeros outros, com o os que ficaram expostos 
em São Paulo na Feira de Produtos T ecnológicos para o M eio A m biente - 
que ocorreu em paralelo à realização da c n u m a d no Rio de Janeiro, em 
1992. O grande número de expositores dessa feira internacional já apontava 
que esse ramo do capitalismo estava em franco desenvolvimento.
O espírito científico — que m arcou a c iência moderna desde seu início
— tem na concepção de progresso um a de suas referências fundam entais. 
E la é adm itida com o constituinte do m odo de ser da espécie humana. C om ­
b inada com um a visão teleológica que baliza as ações hum anas, gera um 
falso fatalismo: o de que o ser hum ano contem porâneo sem pre d isporá de 
novos conhecimentos para encam inhar as questões que se lhes apresentam 
na vida. Ontem o m otor à explosão, hoje a b io tecnologia e a e le trôn ica e 
am anhã será um novo dia [...]
Suprir as necessidades por meio do conhecim ento científico e tecnoló­
gico passa a ser palavra de ordem, um a das m áxim as da civilização ociden­
tal. Assim, conhecer o ambiente natural significa nutrir ainda mais a espécie 
hum ana de informações, possibilitando o acúm ulo de conhecimeníõTTO es­
toque de informação necessário para a resolução dos problemas, que são re ­
criados constantem ente, apresentando outra roupagem . A teleologia da e s ­
pécie hum ana im buída do espírito m oderno estaria contida neste ato: c riar 
problem as, reproduzindo as soluções de m odo a problematizá-las.
Assim, a “natureza” ou, como preferim os, o ambiente natural (Ribeiro, 
1991) foi delim itado pela espécie hum ana, na cosm ologia m oderna, com o 
exterior aos seres humanos, criando a idéia de um recurso disponível. M as
65
essa delm ição teve, para citar apenas um exem plo, uma outra concepção na 
G récia A ntiga. N aquele período da civ ilização ocidental, a “natureza” era 
apreendida com o um todo que continha e articulava tudo, inclusive a espé­
cie humana, com o já discutiram vários autores (Casini, 1979; Collinpw ood 
1986; Leff, 1986; Gonçalves, 1989; Vesentini, 1989; e Ponting, 1994).
Ao longo da tra je tó ria da espécie hum ana pertencente à c iv ilização 
ocidental, o entendim ento do am biente modificou-se. Em nossos dias, ele é 
m arcado pelo dom ínio científico-tecnológico alcançado e, principalm ente 
por um sistem a de valores que com põem a sociedade de consumo de massa.’ 
Esse modo de o lhar o am biente foi em pregado em todas as reuniões interna­
cionais organizadas pela o n u .
_ A concepção-de natureza hegemOmca a dêfm e peTaTogTca de acum ula­
ção do capital. N esse sentido, a natureza não existe com o coisa prim eira, 
essência das coisas e dos seres que com põem a Terra; ela é reproduzida nà 
form a de am biente natural, exterior à vida hum ana e dotada de atributos de 
o rdem geom orfo lógica, vegetal, m ineral, dependendo do enfoque que se 
deseje dar. Porém , a essas características são atribuídos valores de troca e 
de uso, com o indicam Altvater (1995) e M oraes e Costa (1987) - os últimos 
discutindo o espaço geográfico.
"JT tenrezeA1" -seTTõbjeii vo de norm alizar a colcia e-a disponibili­
dade de dados am bientais com o vital para a com paração das distintas situa­
ções encontradas nos países-m em bro. É evidente que as premissas científi­
cas adotadas vieram dos países centrais, mais avançados no conhecim ento 
dos ambientes naturais e que acabaram tendo sua visão de ciência e de natu­
reza predom inando em relação à dos demais integrantes do sistema interna­
cional.
O ite m /d e s ta c a a possibilidade de se aplicar m odelos explicativos à 
gestão am biental. Tal iniciativa passou a ser m uito em pregada tanto na re­
cuperação de áreas degradadas, com o objetivo de reconstituir a vegetação 
nativa, por exem plo, quanto na projeção de cenários para as m udanças c li­
m áticas globais. E m que pesem as inúm eras críticas feitas à aplicação de 
m odelos m atem áticos à form ulação de po líticas públicas, com o as que 
apontam para um enquadram ento da realidade em um sistema pré-concebi- 
do, eles continuam sendo am plam ente utilizados.
N o último item destacado, a educação am biental é entendida com o ba­
se para o desenvolvimento de um a com preensão dos problemas am bientais 
a_pattir de um a abordagem m teFdisciphnar. E ste é um dos aáfcrntõs m ais 
destacados pela Unesco, que realizou três reuniões internacionais sobre ele. 
Tais reuniões serão abordadas mais adiante.
O utro item a ser com entado refere-se ao que previa o treinam ento de 
especialistas das disciplinas que trabalham com a tem ática am biental C o­
mo decorrência, surgiram vários program as de capacitação de pessoal que 
foram inicialm ente financiados pelo Banco M undial e depois pelo p n u m a ,
66
Tratava-se d e ín ! 'h / m i 'T de c' x ta isas :lreas lk‘ amhieníc natural.
çâo ° ° de desenv° i ,e r na
ta do am hifn/p P - ~ Preservaci°nista e/ou conservacionis-
trata da ^ o se
consumismo. praticam um modo de vida pautado pelo
produção d em a is doprogram a ° Homem e a Biosfera era prom over a 
ca ,” cniinecim ento sobre a biosfera, catalisando a contribui-
o PCl° S PafSeS~m cnibro da ONU- É interessante
do m undocom o criicriõ p S a " g ^ tOU 08 grandes don,í,,i<,s f e t a i s
mnrppn “ — *F-as-pes quis asrrovl.nrv o I ük iãs à
cias A ssim f o r a m f H t? ° S daHaÇá° hum ana no am biente e suas decorrên- 
trooicais e s u btroni! * ^ abordava™ as form ações f lo re s ta i,
se la n e ! m ontanhosas e em ilhas, ou seia. t r a t a v a , d ­a*; * %£ -
a m b S ^ n S S r ^ T ^ - '° T ° bjetivos do P^grama a conservação de
dos d* : r r de - ^ c a i,a a •estradas e renresas) miii - engenharia no ambiente (principalm ente 
o estudo I S ’ - Utll,ZaÇa° da CnerS,a elétrica nos ambientes urbanos
tes produzidos. ^ aS’ ° S eMudos cstavam dm gidos para os am bien-
cham adas Reservas d ^ B i n t f ^ p f° gran?a ° Horne™ e a B iosfera foram as 
das pelos países m em h H PreservaÇao am biental distribuí-apontar áreas que fossem 
C° “ e s I T qUe fOSSC e HUdada a dÍntoÜC» natin-a l n^clas presente. P° “ 
comitê d e ^
telewILltfoS 6 Z queape?as detêm reservas naturais, ao m enos as
várias d ° — ■ « servas da Rincf^ro Pr°gram as de cooperaçao. Estim a-se que as Re-
vegetais da Terra. ^ 90%h ***
» » » parte delas « I a “" í " » * * P" * * * 
mantê-las por falta de recureos P en fen co s , que nao conseguem
67
Vp-e a C o pferência da Biosfera, um a scrir. rir—?-------- —......... ,-,T.................... " l u ‘ » a n . u n iu s c n r . n r im m i/ w m ^ m a n T i in ': .^ 2“SSnse d is c n , : ;- n teg rar a ordem am biental internacional. A seguir abordarem os
d e h p o Í S í n t e r f 8, “ f *1* 10 “ “ 3 C onvenÇão sobre Zonas Úmidas 
Brasil i;5 n Internacional, que m erece destaque pelo envolvim ento do 
Brasil já que nosso pais está sob a in fluência do clim a tropical ú m id o 7 
portanto, sujeito as determ inações desta convenção.
A Conferência de Ram sar
c n I VCnÇa^- u° br eI"°naS t-fmidas de Importância Internacional - espe
Ram sar (V.; Kí lS^ rT K^ ld a c om o Convenção de
em Ramsar r f r ^ Ç destaque da Unesco. Ela ocorreu em 1971
em Ramsar, Ira, edchmu, em seu Artigo I, zonas úmidas como sendo as
S £ S S 3=S S =S S =
que consiste t r a S T ’ ° ^ tCm° S assistido> e
teresses de cada parte, ora obtendo v a n t rabaIho’ e a Predominância de in­
d o internacional ora o b t e n S í S ^ S H ^ “ ais * < * * ao cená- 
A lem do realism o po lítico elem entos h ^ P° tencias hegemônicas. 
global podem ser identificados nó objetivo centra?T * ^ lnterdePendência 
reconhecimento da im portância das áreas úmH conven?ão, qual seja o 
aquaticas e o fato de que estas não r c s p e ^ Í ^ 3 reProduÇã° das aves 
gram e em estratégias de cooperação ? ^ qUand° m i'
intem ,”S asPectos scrvem para ilnsh-,. „ entIe a& partes­
. c |(>„a .nao P °de ser enq.,aHra43_em: ; l ‘at_° uC <*uc a ordem ambiental
Jo e s internacionais contem porâneas a coninT'."''^' teorias das feJa-
dos pela controvérsia científica amparam intp C temas, entremea-
sas, indicando que as análises devem s n e ^ Z f ^ ^ allanÇas as mais diver- 
M ais um aspecto a ser comentado- ^ dlngldas a cada caso. 
cou a cargo da uicn, conform e foi defin iH ’C positárla da convenção fi-
be a uma ONO a função * ^ d e „ í os í a b ^ h o ? ^ * » u -
reumOes ordinárias da C onferência ~ « '
nao m aiores que três anos” (São P aulo ^ +qq- ' ‘" ^ tanles em intervalos
Internacional p f ™ G u ^ p n í ^ de ImPortância
participantes foi m antido, com o ressaltam os ° PnnC 1P10 da soberania dos 
final do período da bipolaridade assistíam os e tan to ’ antes m esm o do 
integrante da ordem am biental internacional " 6S ha de um a ONG com o
1 l l ' ' H
Pássaros ,r. , ÓÕfetlV0 Cf ntral P ^ te g e ro s ãnffiientes em que vivem os 
pássaros eco log icam ente dependentes das zonas úm idas” . Para que isISSO
Hí*™ ' T ~ , cuniratante indicou áreas d e seu território aue afen 
dtam as cond.çoes descrita , „o Artigo L da convenção. « 2 3
f r b‘e,,KS e a « P lo rá -lo s dentro de lim ites que „T a f e t a s s e ^ 
a reprodução das aves aquáticas (Artigo 3).
e m ~ - “- - g d<.StaC arq“ ° « * « ” »' c o n h e c e u ,u e “as a .e s aouáticas.
graçoes penodicas, podem atravessar fronteiras e nort into Hp 
f r c^nsiderada.s com o um recurso internacional”, P ’•^c o “ i - • internacional , mas permitia às nar
raCIOnaldaP°P“M «m igranted caves aoS,i™ s"em sc,i 
tem,ono. desde que ela não afetasse a reprodução das espécies
d , aP“ I ° . í eVa,,B ^ " n i n a d o pela convenção fo i , '
A s Conferências sobre
[ a manutenção
forme indica H Z T ^ defmÍdaS para a c°nservacão, con-rorme indica o Artigo 2. Esse artigo possibilita a alegação de soberania rnn
* P° SS,yCIS m vestidas das partes no território nacional de um a das n a r te s 
com o ob jetivo de m anter as áreas úmidas nerm ile “nn m / ’
resse nacional n, enfe a n „ . ,r .... ‘:n i 6 perm ite Por motIV° de lnte- 
(S ãoP qu l. IT) rmlar - ^ t n n s , r ',3 Inim es das zonas unudas”
Educação Am biental
prim eira delas ocorreu em B e lg r a d f a u ,„ ,‘rt ' cduca( ^ am biental. A 
m e de Encontro de B elgrado “S ê f b ? S " " “í " 1 ' ' “ * e n „
qual destacamos os seguintes term os: 3 C arta de BeISrado, da
R a m s t r ^ n c ^ n T a T ^ ° tCXt° flnal da Convenção deR am sar encontra-se em basado na tradição do realism o político. Apesar de
reconhecer um objetivo comum as partes, a convenção mantém a soberania
As desigualdades cntrc pobres e r
c.a?dePq ?eT o rd em ^ ^ ° S aCOrdantes‘ Esta é ™ das evidên­cias de que a ordem ambiental internacional é com plexa e permeada de inte-
68
M ^ e n u ,d ete^ ^ d-^ ^ { | ^ ^ ^ _ cre^ Hde^ gvit^
embora causadas por um número r e M v a ^ t " n ^ Essas “ "^çõ es
manidade. t! amente pequeno de países, afetam toda a hu ’
[ - ] Nos necessitamos de uma nova ética Plnhsi . •
comportamentos para indivíduos e sociedades n„ ■ c C“ Ca QUe Prom ova atitudes e 
humanidade dentro da biosfera; que reconher* ‘ ^ consonantes com o lugar da
plexas e dinâmicas relações entre a hum anidade'r“ P° nda COm sensibilidade às com- 
danças stgmficattvas devem ocorrer em t,-dav a s . n j |u re /a - e en're os povos. Mu- 
po de desenvolvimento racional n„~ Ç?es do mundo Para assegurar o ti-1 racionat que será orientado por essa nova idéia global
69
dos recursos da-p ' ; ~ -------*«« u.oinuui^dO cquuauva
l rra, e atender mais as necessidades dos povos (IN: Dias, 1992: 65)
ra v , S : : fren,e’ a edu,caçã0 am biental é apontada com o a alternativa pa­ra viabilizar o preconizado acima:
[~ J Governantes e planejadores podem ordenar mudanças, e novas abordagens de de 
senvo vimento podem melhorar as condições do mundo, mas tudo isso se c o n s ^ . i r í
r “ emrUJ d eS,de CT tPraZ° Sf a juventude nâ0 recet>er um novo tipo de educacão r 1 
h Ph C° n X‘° qUC d6Vem Ser lanÇadas as fundações para um programa m un'
1 de educaçao Ambiental que possa tornar possível o desenvolvim ento de novos
C Val° reS G aÜtUdeS’ ^ d° * melhoria “ alidade am­biental e, efetivamente, a elevação da qualidade de vida para í
-I W>- « i F
N O TA S
futuras (IN- Dias i as gerações presentes e
o domínio territoria/que o pápado^ossuía de alSunias espécies. Dado
nhando alguma relevância, o que c o n t r i b u i u Z L e v i t a r a T - T ° ** ^ aCabou ^ 
vo de caçadas. Nos escritos sagrados encontram 1 1 extinção de especies que eram al-
pecie hum ana na Terra quanto para a proteção d as ripJUSU 1í?aÜVas tanto Para ° domínio da es- 
cabena ao homem reinar no planeta, já que é o único " ™ aS de VÍda' No Primeiro caso. 
teger animais decorreu do reconhecimento de n X se'nd i**'<e a D eus- A decisão de pro- 
rm n^no w*n----------■ . . c im en to de que eles tambem têm direito à vida Do contrá
ParaDuma — - i*6" 3.criado’ «gum entavam os~q'
da ^£rej a em* relação ao
p u n h a m a sobrevivência dos
ambientalismo
animais.
Etn 1977 em Tbilisi (Geórgia), ocorreu a Prim eira C onferência Inter- 
governam ental em Educação Am biental. Dessa reunião surgiram os pnncí-
(n te dScn5 l 0-T THblental aSerem aplicados den treos quais identificam os 
re a a ,a ' - Peda8óê ica envolvendo o estudante em sua
re .iidace, e um a atençao particular deverá ser dada à com preensão das re­
m eto a m b iL te aS e 'Ul o desenvolvhllento socioeconômico e a melhoria do
rt* ^ r Cam v-lst^-^P^S'bllkar-dOS-ednr,1nrlnc r , ......
d ia n te a o s im passes am bientais. T a m b é m se propunha uma prática ampla 
a escolar’ vo,tada “a — - * > * “ * - 
Passados dez anos da Conferência de Tbilise, realizou-se, em um a ini-
S uc^ T Í UnC~C A d °KPNUMA 6 ^ ^ ° C ° ^ eSSO ^H ternaciom d 
S r e ventn™aÇ' ° A m bientais’ em M oscou ( ^ s s ia ) , em agosto de 
p T A ’u Sairam 25 estrategias internacionais para ações no cam­
po da Educaçao Am biental para a década de 1990” (IN: Dias, 1992: 89)
te rn ad o n a lCT tUl° ’ “ tudam o! as.Primeiras etapas da ordem am biental in-
Antártir- 1 pesar a lnoperancia dos prim eiros docum entos, o Tratado 
A ntártico alcançou seus objetivos.
O problem a surge quando analisam os a o n u . Das prim eiras decisões - 
com o os program as de conservação de solos - a t é as reuniões õ r g S z a d a s 
pela Unesco, pouco se avançou. Na verdade, a tem ática am biental nhará 
escopo institucional na o n u o m en te após a reunião de Estocolm o
Ram ^ r; ^ . a° ^ f K w . ^ c ° nfCTê"c ia d ‘ Bi<” f^ ^ c ° ^ n ç ã i r a ^
4 A ü h a T c ar t T etaÇã0 d6Ste Perí0d° ’ VCr Hobsbawn (1995) locahzada no extremo sul da América dr> <5„i „ .
gueiras avistadas pelos navegadores que chegavam De l t f 6 n° me deVld° às inúmeras (o- Canr»7-nii ^ 10 0 1%^ .____ . . gavam pelo <xeano a noite.’ Capozoli (1991) apresenta uma d e t a l h a d a d e s c r i r ã n ' “ " U' ‘C'
Antártico. Expoe também as trajetórias ^ p r i ^ S 0- - ^ - - ” **880 ^ CulmÍnou no ^ a d oprecisa.
6 A
A MtPN foi criada com o objetivo de contribuir 
de órgãos governamentais
viajantes, em uma narrativa agradável <
' e nao-goveniamentais A m .n i cor r r a_çí° da rida na ^ a p** da
rucN e atua em vários países do ; fm ptm ernando 1^ ° “ ^ a
) projetos conservacionis
ram n ' organizadas para tratar da educaçao ambiental, envolvê:
s X ~ S h ní? ^ T gUr am daf à P°PulaÇão m undial visibilidade sobre a questão ambiental. Alem disso se pautaram em temas que, apesar de
afetar diretam ente a vida humana, não indicavam riscos na escala que os estu­
dos ambientais vao tom ar publica nas décadas de 1980 e 1990 Pode-se afir 
mar, entretanto, que elas foram a base que permitiu a realização da Conferên- 
ia sobre o M eio Ambiente Humano que ocorreu em Estocolmo em 1972
--- ...... ..■iviiifliiHM.ii n n ifin í Y_ ■ . 1-T.T . . -------- ’ 1 n-jfi
hoje uma das maisirifluentes e Ituantes oreanízacõp s a" dNf uml ReTources (TUCN), até
dos e os divulga por intermédio de revistas e allj-, v li i ' mundo, que realiza estu-
° Utr° ° rgâ° mÍsto destinado a gerar fundos nai-a Pm “ ° gFande Púb,ico- A lém da 
Wíldlife Found (wwf), criado em 1960. Embora concebido |’r0bletnas amb*entais foi o World 
passou a concorrer com ela, desenvolvendo prou-ios nr.mri r Jtr‘" r recursos Pani a íucn, ele 
dores doadores ricos espalhados pelo mundo. a t w h “ nha ^ SeUS mantene-
s países do mundo, fi
* ■»“ P«— Oo . « - - r
■sobre os sistemas naturais e registrar as t L s f o r m n c ^ ! ^ pr° düZlr inf°nnação
açao humana, em especial devido aos grandes acidente ^ ? ° S Sofnam em decorrência da 
erramamento de petróleo nos oceanos, a deposição dp e '-°I'',Slc°s, como a chuva ácida, o 
Um dos aspectos positivos da atuação do mp oue se mant F“ ados em cursos d ’água etc.
pesquisadores de vários países do mundo Além disso 0^™ ' ^ ° , 4’ fol 0 intercàmt>io entre
bre ambientes até então pouco e s t u d a d o s í o q u e c ^ t r S f dlVCrSaS PUblica?ões so-
cientifico de processos naturais pouco conhecidos Durant K ' ° aVanço do c°nhecim ento 
contou com o apoio da Unesco, que o intesrou »„ n ' ^ Paite SUa existência, o ibp
8 Não sena possível imaginar em nL sôs dfas ° Ê * BÍOS^
ou qualquer organismo vinculado a ela com este iitufo^r*3, lnternacional Promovido pela ONU
programa induz a pensar.
9 l is te ----- -
e e nâo de gênero, como o nome dado ao’
Ch, l e; A u s t r á H a , Brasil, 
Nova Zelândia, Países Baixos, Reino Unido ReDÚhÍ,> ^ k r ‘a’ pã° ’ M alásia, Nigéria, 
Alemanha, Romênia, Suécia, Tthecoslováquú. Uganda e ürss ' " ’ RePÚbllca Federal da
A C O N F E R Ê N C I A D E E S T O C O L M O '
em que ela fo i> ,rganizadaT ™ T O 0 c °n tex to 
crescim ento zero, proposto n o rH „ f,V i() 2 U®n c ia r a m ’ C° m ° ° d o 
abordaremos os principais aspectos d í ^ n S ' m a (CR)‘ T a®bém 
poluição do ar e do crescim entoV o Z lr , C O nferência: o controle da 
féricos. to populacional, em especial nos países peri-
ração de E stoco lnw ™ P lS o d ^ A ç ã ^ è T p C° ncluSÕ?s’ A ta c a n d o a Decla- 
o M eio Am biente ou United Nations F n ' r ° g ra m a as N ações Unidas para 
qual fazem os uu, b<Ua„” „ ! apom ândo 1 3 “ " ' 'a m n “ (PNUMA> d » 
das ale a década de 1980. Depois desi» ,r . , ;i a ^ i n T c S i ' “ desenvoIvi- 
do pnum a confundem -se com as rP„ n ^ “ iniciativas m ais relevantes 
nos próximos capítulos. &S m ternacionais que serão vistas
A CONFERÊNCIA D È ^ S T Õ c Õ r i u õ ----------- — ------ ----------------
u J z : * * * * " ^
de .968 que surgiu a idéia d e " i ^ u m
formas de controlar a poluição do ' u~ encontro de países para criar 
bientais que mais i S Í * * ’ " ' * « • * ~ 
Assembléia Geral da ONU. a indicaçfc * 
ano. Na mesma reunião, definiu-se o a n o i w o dezem bro daquele
6 ° 3110 de 1972 P a« sua realização. Estava
73
nasctíiiiiu & Conferencia que m arcou o am bientalism o in ternacional e que 
inaugurava um novo ciclo nos estudos das relações internacionais.
A prim eira grande conferência da o n u convocada especialm ente para a 
discussão de problem as ambientais ocorreu em Estocolmo, Suécia, e foi de­
nominada C onferência sobre M eio Am biente Humano. Para organizá-la, foi 
constituída um a Com issão Preparatória da qual o Brasil participou por indi­
cação da A ssem bléia G eral1. Esse grupo, com posto por 27 países,
[...] realizou quatro sessões. A primeira ocupou-se com a parte operativa e com a deft- 
nição de com o os estados-membro deveriam atuar; na segunda, foi adotada a agenda 
provisória e decidida a natureza do documento a ser assinado em 1972; coube à
terceira sessão exam inar o progresso verificado na apreciação dos temas substantivos 
e apresenta? <» est*>v<> da 1 >erlamç;u > »> Meio”Ambieate; a quarta sessão, realiza­
da em m arço de 1972, ocupou-se da parte funcional da conferência, inclusive dos as­
pectos financeiros” (Nascimento e Silva, 1995:26).
A pesar da m obilização alcançada pela C om issão Preparatória, outros 
eventos exerceram m aior influência sobre a C onferência de Estocolm o. A 
divulgação do relatório do Clube de Rom a foi um deles, como veremos.
O utro even to fo i a M esa R edonda de E specialistas em D esenvolv i­
m ento e M eio A m biente2, realizada em Foune^, Suíça, e n te 4 e 12 de ju n h o 
d e t9 7 T Surgiu nãqueTa reunião um a das teses discutidas em Estocolmo: o 
estabelecim ento de m edidas diferentes para países centrais e países periféri­
cos que continua sendo empregado, com o m ostram as negociações relacio­
nadas às m udanças clim áticas globais. Além disso, como verem os no capí­
tulo “A C onferência das N ações U nidas para o M eio A m biente e o 
D esenvolvim ento” , em Founex foram lançadas as bases do conceito de de­
senvolvim ento sustentável.
A decisão da Assembléia Geral da o n u em realizar a Conferência de Es­
tocolm o decorreu da necessidade de discutir temas ambientais que poderiam 
gerar conflitos internacionais. Esse assunto reuniu em Estocolm o “ 113 paí­
ses, 19 órgãos intergovem am entais e 400 outras organizações intragovema- 
m entais e não-govem am entais” (M ccorm ick, 1992:105). Os núm eros indi­
cam a inclusão da temática ambiental na pauta dos países. Porém, apenas dois 
chefes de Estado com pareceram à reunião: O laf Palm e e Indira Gandhi, re­
presentando respectivamente a Suécia e a índia. A temática ambiental só en­
traria na agenda de políticos vinte anos mais tarde, quando da realização da 
cnum ab . na qual registrou se uma presença marcante de chefes de listado.
Alem dã poluição atm osférica, foram tratadas a poluição da água e a 
do solo provenientes da industrialização, que avançava nos paísesaté então 
fo ra do circuito da econom ia internacional. N este aspecto, o objetivo foi 
elaborar estratégias para conter a poluição em suas várias manifestações.
Outro tem a abordado pelos participantes da Conferência de Estocolm o 
foi a pressão que o crescimento dem ográfico exerce sobre os recursos natu-
74
rais da Terra. O fim das reservas de petróleo, ponto central quando se abor­
da esse problem a, era um fato já conhecido que só foi m assificado com a 
crise, em 1973. Nesse contexto, propostas de se lim itar o contro le popula­
cional e o crescim ento econôm ico de países periféricos fo ram apreciadas, 
resultando em um intenso debate entre os zeristas e os desenvolvimentistas.
Vejamos com mais vagar o tratam ento dado a estes tem as na Conferên­
cia de Estocolm o.
A poluição atmosférica
Ao longo do processo de industrialização, principalm ente na Europa, 
c ientistas com eçaram a observar a p resença de elem entos quím icos em 
plantas. Isso despertava a curiosidade e levava ao questionam ento das de­
corrências deste fato. Entretanto, a associação da poluição atm osférica3 ao 
surgim ento e/ou agravam ento de problem as respiratórios na população só 
foi confirm ada em 1930, quando por cinco dias consecutivos um a imensa e 
espessa nuvem de poluentes cobriu o vale do Rio M euse na Bélgica, então 
-umar área industria lizada.- Qs hospitais Fogistiaiam úaquétff período um 
grande aum ento de casos de internação e consultas de pessoas com proble­
mas relacionados ao aparelho respiratório. Suspeitando de que havia algu­
ma relação entre a fumaça que recobria a área e o quadro de saúde da popu­
lação, as autoridades resolveram suspender a produção industrial até que a 
nuvem poluidora se dispersasse. A m elhoria das condições do ar foi paulati­
na e refletiu na redução das consultas aos serviços de saúde. A partir de en­
tão, passou-se a associar a em issão de resíduos industriais a problem as de 
saúde pública, em especial ao agravam ento de doenças do aparelho respira­
tório na população afetada pelos resíduos.
O alerta ocorrido na Bélgica não foi suficiente para que m edidas mais 
austeras fossem adotadas no sentido de controlar a poluição atmosférica. O 
drama vivido naquele país repetiu-se em cidades de outros países industriali­
zados como, por exemplo, em Londres, em 1952. N aquela ocasião, o lança­
mento de material particulado e de gases tom ou o ar da cidade extremamen­
te poluído. Durante quatro dias, os hospitais foram ocupados pela população 
que reclam ava de problemas no aparelho respiratório. Na sem ana seguinte, 
entretanto, viria o pior. Cerca de quatro mil mortes aclmã da médiaToram re­
gistradas, todas relacionadas a doenças no aparelho respiratório.
Esse quadro levou à adoção de m edidas que buscavam conter a polui­
ção e evitar que ela atingisse outros países, com o ocorreu em 1979, ano em 
que foi assinada a Convenção sobre Poluição Transfronteiriça; em 1985, ano 
da Convenção de Viena para a Proteção da Cam ada de O zônio; e em 1987, 
ano em que foi firm ado o Protocolo de M ontreal sobre as Substâncias que 
Esgotam a Cam ada de Ozônio. Tais encontros serão abordados mais adiante.
D e c l a r l r ^ Z T ^ * pm^ ' eiJ lã da PoluiÇão foi abordado em dois itens da 
clarai:ao d a s N açoes U nidas sobre o M eio A m biente: proclam ações e
nH n ?'*’ dOCUmento fínal que continha 26 princípios e que fo ^ u b sc rito 
pelos países participantes. Os dois itens são:
6 Deve-se pôr fim à descarga de substâncias tóxicas
çao de calor e-m quantidades ou concentrações tais que possam ser neutralizadas pelo 
tueio ambiente, de modo a evitarem-s-“ ^ ~ -------- • - - ^
ou de outras matérias e a libera-
" eCeSSá" a à ^ - ' — a para ,„ d a a p „p u ,açil„ do
va sozinho nessa em preitada Ídéias’ mas não esta"
M assachusets Institu te o f Technology P ° t0maC e o
rt „„ , --------" _se danos graves e irreparáveis aos ecossistemas
e ser apoiada a justa luta de todos os povos contra a poluição
a d ° t a r t0 d aS “ m e d Íd a S P ° SSÍVeiS P a r a im ? e d l r a P o lu i r ã o d o , mares por substancias que possam por em perigo a saúde do homem, prejudicar os re-
rsos vivos e a vida mannha, causar danos às possibilidades recreativas ou interferir 
outros usos legítimos do mar_(/JV.- Nascimento P Silva. 1995:163).
Ciou sobrem aneira as d i s c u s ^ ^ I X Í S s ^ e m e T e c f 'f ^ ^
cia de Estocolm o Tr,,,Z ’ sPecial as 9ue ocorreram 
ra o crescimento (M eadows, 1973)5 publicação Os limites pa-
durante a Conferênci;
fazer as projeçõÜsq”úe su ílonuvam ' ' ^ ' 10 « “ Pregado para se
m a ic lo . imperfeito? sup“! s í ^ M c ado C° nClusões « » ■ M » .
Esses 
Iuicão m aríprincípios serviram para a criação de norm as de controle da
afirm am que é e inacabado”, os autores da obra
bate ,nhrp ? f f m;ssao de poluentes pelas indústrias, retomando o de
S urgia tamhó ° Ü° f nas grandes aglom erações urbano-industriais 
S ' , , " ° V° 6 lucratlvo negó« o : a produção de filtros e den d p u u u ^ a u uc ín iros e ae ma-
o n l i ; COntr° le dos efluentes industriais, reafirm ando o ecocapitalism o 
an tenoem ente discutido. 1 K J
.N.9 ^ r~ ~PÍ° 6’ a-a$sertlya “deve sce apoiada frtttste-luüi
mos, é o único Pel° ^ «abe-
po, com um horizonte de tempo maior aJ . . e" a,nCntc Sloba! ™ seu esco-que tnnta anos e que jncjuj
b Ht
p o v o s contra a põlüiçao^expressa uma leitura baseada na teoria da interde 
C < ^ S n c ia ° d e Pp >I, 1C7 S ‘™ ^ poluiÇão- Seg undo ° * x to final da 
uma bandeira con ^ m *110 “ “ * POlU,Ç5° ^ S“
v o l v i m f n ^ f 0 da P° luif l° tam bém é d a tad a de m aneira geral, sem o en­
volv im ento de seus produtores diretos. A recom endação é “pôr fim à des­
sem se cite "CíaS toxlcas ou de outras m atérias e a liberação de calor” , 
luidor Nn r ° S walSeS, resP °nsavels Pela geração e em issão de m aterial po-
to no texfn fíSO|“a PO|U' i a° : ‘(r ,<)S ° S paiSeS m ereceram ° mesmo tratamen- 
se ratm d ^ distinção entre os países vai aparecer quando
c u n ^ o Í p ^ S r ^ 3 d 'SPOn,bÍIÍdadC d° S rCCUrS° S MtUraÍS e ° —
1 vanaveis importan-
i —t uiuiui innca <
iiidepcndentes^nías com o^leniem ostlinllm ^os0 ,^,,1" £ £ 5 * ° " á° com o « & ■ £ «
do real (Meadows, 1973:18). mteraçao, tal e como são no raun-
cada f XP° “ ” d a ' S * ■
trabalho redigiu o seguinte diagnóstico: ^ ° S resultados> 0 grupo de
U m vez que a produção industrial está c, 
somente a 2%, poderia á crescendo a 7 %-----“ <• -/o, puuena parecer que os ciclos ™ c,v ' ' j 3° an° 6 a P °PulaÇão cresce
constituíssem motivo de regozijo. Uma simples é f reaI‘mentaÇão dominantes 
mento sugeriria que o padrão m aterial de vida da nonn^ ^ de cresci­
dos próximos 14 anos. Tal conclusão, contudo mu? ^ ^ 0 '" UndÍiil d°brará dentr° 
cita de que a crescente produção industrial do mu H ' ‘nClU1 3 suPosiÇã° implí- 
entre todos os cidadãos. A falácia dessa s u p o s ic ã o w r i^ equ“ aüvamente distribuída 
nam as taxas de crescimento econômico n e r c a n i ^ 7 aVaI'ada qUando se exa™ - 
vidualmente. A m aior parte do crescimento nTh , l a.IgUmas naf ões tomadas indi- 
ocorrendo nos países já industrializados, nos ^ i ‘ a t * ” T " * 0 •" J CStá realmente 
çao e relativamente baixa (Meadows, 1973 37 ) ^ crescimento da popula-
Populaç,ao versus recursos naturais?
A lé m d a poluição du ar, o crescimento JopiüaciQnaLacaboiUnteiferin-
S é a t d l M Z ° T 601 EstocoImo- Baseadl)s em uma releitura das 
m a o Q n e Ü Í q,UC ,° CresCÍmento Populacional ocorre em escala 
sun a m o ra Produção de alim entos, o que levaria à lu ta por alim ento, al
co n sid e ra íd o Pr0r n ° C° ntr° Ie P°Pulacional. Eles argumentavam que,
Uni do ■T n ~ ° param etro 0 esül° de vida da população dos Estados
Unidos, os recursos naturais da Terra seriaminsuficientes para prover a ba-
76
Para eles, este fato confirm a 
pobre ganha filhos” . a máxima: “O rico tom a-se mai s
Enr
nco e o
vez de analisaiia^ra-zQ e^^e-kv-anrai
mo a transferência de recursos'nara n n “ ConcentraÇão de riqueza, co- 
cros ou de royal.ies, e les aerêdU am T * dfV‘d a * to-
equdíbrio entre o crescim ento populacional e™? 1 deco' Ie u da P c ^ a *
nuição do segundo indicador resultou d; m ih , m ortalÍdade- A dimi- 
população, em especial da que vivia nas c i d a d í ^ C° ndlÇÕes de vida da 
A alternativa sugerida para elinfinar essa dtstorção é lacônica:
77
n ua t e t e d a m a » o dcscquilfbim resultante:
natalidade, p a r a que ela se i .n a te à 3 ^ de
que esta ú ltim a tome a subir (Meadows, 1973:156). de’ mals baixa' ou delxar
im p l tm lS a d T ^ m T a í Z f P 0 ,' tÍCaS ^ " « g r á f ic a s que foram
- i S ^ w « K 5a a a i
d e u r í ã s * " ' ' s l t a c l m o ° ^ “ “ ' « « " d a ç õ e s .
Sns sr "“r *—*»*>«»-
sencíal para a iniciação de n n v ^ maneiras d c n e ™ f ” d° S hmÍteS é eS“
fundamental do com^ rtament“ ™ arlo e Z , T 3 ^ 
ciedade contemporânea [..] P ^ U v‘n ' de ‘«da a estrutura da so-
Istamo», mais ci 
vel tão alto 
deve forçar» fw v U>ui um b
Reconhecemos que o equilíbrio mundial .somem,- nnri.rf
•> '«vencidos de que a pressão demográfica no mundo já atingiu um ní-fi^ -síasssMssstssssssr
:< <mai u ma rea i i rtarte naco
tanto em termos absolutoTIom ^ « T T * ™ Uma meIh° ra sub“ aL 
das; e afirmamos que es T ' 35 " aÇOeS econo™ ^ m e n te desenvolvi-
global [ ] progresso so pode ser alcançado por meio de uma estratégia
ttspÊKSKíssírasr " e,° fapo” *
desenvolvimento econômico d e iodas as nações do muwfe.Ser a um congelamento do status quo de
emitida palas nações ricas, ela s e r i ^ ^ í l ^ - f , 68511 ProPos^ o fosse 
obtenção de um estado harmonioso e ' ■ -- neocolomalismo. A
gico deve constituir \ > e global de equilíbrio econômico, social e ecoló-UmH aventura ^oniunlíi ,, . _
benefício para todos (Meadows, “ convlcÇao comum, com
cla ra cã » /fa* V 1 d es^as conclusoes aparece nos princípios 15 e 16 Ha n
' a seguir:
15
T b« eflcteS sociais, econômicos e ambientais nara tnH, Ç ^
am-ind..„da>r. u& p ,u jetos destinados à dom inga,
maximo
A *£5B respeito. dêVt n 901
_____ :_i---------------** n » ra#i .In________
concentraç^^ex^essiv^is a(denLirost'nienl° demográfico o) ou as
m” n b K ^ ^
78
m o ^co n d en ação do colonial,s-
Ç o, ou seja, do controle populacional -m ' " ecessidade de planifica- 
e tratado de form a ainda m íis e x t ^ t a noT * ^ Este último P°nto 
possib ilidade de in troduzir políticás dem n f J SegUIn,e- que reconhece a 
e/ou areas densam ente povoadas. gráficas para equ ilib rar vazios
cos, com o o número de h a b E e s ^ u m í á 001^ 2 ***** d° critérios técni- 
exercer sobre os recursos naturaTs qUe Possa v ir asg" sm“d° * "Zxttjszissz;.
Crescimento versus desenvolvimento
reun ião ^ discussões n a
m lado tínham os os que advogavam em fav &rt esf nvoIvim entista. D e
sc b ai:ra(. (- > - ^ tnTC[Tnx-
“ SOSTTão-renováveis; do O U t n r ^ ^ H ^ e ^ s u m i d ^ e ™ 
desenvo lv im ento” trazido pela indústria es que reiv ind icavam o
ticipáção 2 W 2 : , s ONGs. A par-
am bientalism o, deixando claro que as trmda cou novos rum os para o
m o ao longo dos anos 1970 merecem ser m ° COn?das no am bientalis- 
t„ij Ate 3 Conferência de Estocolmo , , p- “ ^ nm anallsadas.
S ™ qAUe, . f nhavam A ta q u e mundial L S ! ^ d? am bie"-
c ifism o A luta do m ovim ento a m b í lm mC,pientes e focadas no pa 
para o desarmamento das superpotências a in te rn ac io n a l estava voltadí 
f Z £ , G uena Fria’ m °m ento histórico ^ í ° ^ V,f ta que se vivia o a„
tos bélicos com capacidade e ^ “d e ^ ^ des-v o Iv id o s a r te f^ 
tru m am o planeta. Não foram T 0ucaS r , ” qf ’ 56 empregados’ des- 
entidades ambientahsTas contra ^ p r ^ d cS ” anÍfestaÇtíes P^hUcàs de
F t.u ue armas nucleares.Outro
d e sp m a v ^ a atençJIbcia,
era o tem or de que ocorresse internacional
nas que processavam o urânio para le ía r fadlaçao ru,c|ear em usi-
T h re e M ile s í s l m i , „ « < * - ? *
ocorridos em 1979 e dp r h ! ’ P ensilvam a,
, esse medo não era in fu n d a d o ™ ^ /’ ÜCrânia’ em 1986, 
Com a ense do petróleo: n^la jme;ra ° j -^St6 cenario m udou em 
publico a ,déia da escas!ez de » •>— .
E stados Unidos, ______ _ ^
confirm ârâm que esse medo
79
O üi ros g ru p o s am bientalistas, porém , am param -se no preservacionis- 
mo para propor um a ação radical: o abandono do m odo de vida urbano-in- 
dustrial. Pertencentes a essa corrente tem os a cham ada ecologia profunda 
ou radical, que possu i seguidores nos Estados Unidos e na Europa. Com o já 
dissem os, m uitos ativistas desses grupos têm o m esm o partido para a ação 
direta, in terv indo , por exem plo, em áreas de cultivo de m aterial transgêni- 
co. C om o p assa r do tem po, eles perceberam que não bastava abandonar a 
cidade e o m o d o de vida urbano-industrial. A poluição do ar e da água, as 
m udanças clim áticas globais ou mesm o a possibilidade de contágio por or­
gan ism os gene ticam en te m odificados rouba-lhes o paraíso . E ra preciso 
agir. Com o resultado, assistim os, já na década de 1990, a cenas de terroris- 
m o-ecológteo n as quais am bientalistas detonam bom bas em redes de aff1 
mentos de países centrais ou invadem e destroem plantações de organismos 
geneticam ente m odificados. O pacifism o é deixado de lado quando a pala­
vra de ordem é a m anutenção de um estilo de vida.
E m Estocolm o, as ONGs organizaram o M iljõforum (Fórum do M eio); 
que serviu de palco para suas reivindicações. N ão houve unanim idade entre 
seus participantes, pois parte deles alegava que o fórum desviava a atenção 
da opinião pública para os temas que estavam sendo tratados na reunião ofi­
cial Otrtres im aginavam e s ta r influenciando ,
vam
l as gfigsm ag K ex.crcenito prU>
s p ^ j i m p n r 10 dC G uerra F n a no t|ual as superpotências re sp e ita ­
do h lo ro assisüm ° s a m anifestação de seus satélites. Os países
fnfluên ’Cla!!Sía que lrUe8ravam o então Leste Europeu, à época área de
!nte“ c to d « S r r i f " ’™ " ’ * contra a
lal Se o ' , ' nai1 dar voto e voz;àenlão Alemanha O rien-
argum ento político era forte, tam bém é verdade que o cham ado
sa de S r ? ? regla° !Tlai<: lnclustr>alizada do bloco socialista. A recu­
ar e os lihr.,-' ■ •vrava da adesao as norm as de controle de poluição do
ar e os liberava para continuar a poluir.
zava m ^in ten ^ S rfrf n r^ent|am en,° P™ta.g°nizado pela China, que sinali-
“Ãrü7iãnTTõ ã~ - ^ r -SualnfluenGia-sobre-o -eené rit» rrrterrrarirrirat
n< OSIÇa° °,S PaiS6S pC nféncos’ m anifestou-se a favor da au to-
v itoriosae e s f T ^ ^ * ad0Çã0 de feStrÍÇÕes ambientais, tese que foi
duram enfr PnnCÍpi° 2 1 da declaraÇão. A lém disso, criticou
mo nrinc L l r e / m Ç° ? S nf 0m althusianas e 8u8er ' u que se apontasse co-
lista* protagonizada^elos países c e n t^ s ^ o ^ e ^ to d ^co iffe rên d ^^ \p esa r (fe
“ VCrSa0 nnal da D- Iara^ <>*
são sobre aqueles que decidiriam o futuro am biental do planeta.
Os grupos am bientalistas mais radicais usaram o fórum para pro tes­
ta r co n tra a p a u ta defin ida na reun ião o fic ia l, que restrin g ia bastan te a 
participação das o n g s . Elas foram proibidas de assistir às sessões, ficando 
à m argem das discussões. Esses grupos alegavam tam bém que tem as que 
d iz iam respeito à segurança am biental do p laneta não estavam presentes 
no debate.
E ste argum ento apoiava um a leitura conservadora do am bientalism o 
q u e continua influenciando parte do m ovim ento am bientalista. Para esse 
segm ento, tam béminfluenciado pelas idéias difundidas pelo Clube de R o­
m a, o m aior problem a am biental decorre do aum ento da população. Parte 
das o n g s aderiu às teses do crescim ento zero.
Os países da periferia insurgiram -se contra esse argumento, pedindo o 
desenvolvim ento, ainda que com ele viesse a poluição. U m a frase do repre­
sen tan te do B rasil na ocasião é paradigm ática deste projeto: “Venham (as 
indústrias) para o Brasil. Nós ainda hão temos poluição”7.
'çasnas-discussões ambientais.
cou e C i E e ^ s o T a d° re? l)Sm0 POlíÜCO na Conferência de Estocolm o fi- 
S o - c o n í o l í . í , S° beram a dos_Paises foi salvaguardada e venceu a tese de 
riam v i r a " em ° cm relação às políticas desenvolvim entistas que pode­
m vir a ser praticadas por cada país. Entretanto, ainda que de m aneira tí-
atores no mZ ' PartlClpaça° das ONGs’ CIUC indicava a presença de novos
^ Z h T k' ° ' ESSa Part' ciPaVao cresceu quanto ao desen­
volvimento da ordem ambiental internacional, com o veremos.
A lem da Declaraçao, a Conferência de Estocolm o gerou um Plano de
Açao que deveria ser im plem entado com o objetivo de operacionalizar os
princípios contidos na Declaração. Nele foram listadas 109 recom endações
E ‘ X r í ° d ‘ S| NaÇOeS Unldas TCKa"d° t e t T c o m ? ™
m S , de d S n a" l manejo do., recursos naturais e os im pactos'do
m odelo de desenvolvim ento no am biente “hum ano” . Talvez devido à sua 
amplitude pr,ocam ente o Plano de Ação ficou no plano das i„ t< Z 5 «
-Mas j
A ^osiçãadesenvo lv im entista saiu vencedora do embate de idéias. G a­
nharam os países periféricos, que puderam “desenvolver-se”, isto é, receber 
investim entos diretos. Mas este ganho não se deu sem conseqüências ao am­
biente. Ele corroborou a di visão internacional dos riscos técnicos do trabalho 
(W aldm ann, 1992), que consiste na propagação de subsidiárias poluidoras 
d e em presas transnacionais em países cuja legislação am biental não impõe 
restrições. Os países periféricos ficaram com a parte suja do trabalho.
;ao. para .3AcccmblcL c t Jl Est°r ° lmo f<>' a " K iieaç_s^ b teta^ erah d T O N u , da necessidadejie se criar o pnqma, S n a W if i
S Ü ambieSÍ f 5 deJ ,ab. ÍU^ Pla" ° ^ Ação. A institucionalização aa tem atica ambiental nas Naçoes Unidas ampliava-s-se.
80
81
O PR O G R A M A DAS NAÇÕES UNIDAS 
PARA O M EIO A M BIEN TE
E stabelecido em dezem bro de 1972 pela A ssem bléia Geral da o n u , o 
PNUMA p assou a funcionar em 1973. N um prim eiro m om ento, ele operava 
com o u m program a de ação voltado para a tem ática am biental e ganhou aos 
poucos u m peso institucional maior na o n u , em bora ainda não tenha o pres­
tígio de organism os com o a Unesco ou a fa o . O p n u m a tam bém coordena o 
Fundo M und ia l para o M eio A m biente - que conta com a contribuição de 
vários países filiados - sendo muitas vezes confundido com ele.
A criação do pnum a não foi fácil. Os países periféricos eram contra 
-acred itavai 11 qüe~<5le seria um instrumento utilizado para frear o desen­
volvim ento , im pondo norm as de controle am biental adotadas pelos países 
centrais. Para eles, essa seria uma m aneira de im plem entar o crescim ento 
zero, que fora derrotado em Estocolmo.
N ada disso ocorreu. O p n u m a , entretanto, nasceu esvaziado e ganhou 
força com o passar dos anos.
A prim eira discussão envolvendo o p n u m a fo i em relação à sua sede. 
Os países centrais p referiam sua instalação em um país periférico, ju stifi- 
rarrcfo queTodos os organism os da onu estavanj sediados Bm países centrais 
do H em isfério N orte e que era chegada a hora de m udar este quadro distri­
bu indo sedes pelo m undo. D esejavam , com isso, liv rar-se das m anifesta­
ções de oNGs. O s países periféricos, por outro lado, viam nessa localização 
um a am eaça ao seu próprio desenvolvim ento e im aginavam que sofreriam 
um patrulham ento em suas atividades econômicas. Para as o n g s . a localiza­
ção do p n u m a em um país fora do eixo do poder indicava o desprestígio da 
tem atica am bien tal na o n u , além, obviam ente - e isso era um argum ento 
não-confesso - do fato de ficar distante da mídia.
A pós m uita polêm ica, a sede do pn u m a foi fixada em Nairobi, Quênia. 
Era um mal com eço. Longe das atenções e dos recursos, o pn u m a ficaria re­
legado a um plano secundário. Este fato ficou evidenciado pelo tem po que 
se passou entre a determ inação de sua sede, escolhida em 1973, e a sua ins­
talação definitiva, 1 1 anos depois - apesar dos esforços de M aurice Stron<* 
seu prim eiro diretor executivo.
Para ap licar o Plano de Ação definido em Estocolm o foram criados'
• o Programa_de Avaliação A m biental Global um a rede de inforr
ções destm adas-a acomparrhar o~ dcscn vol vimênfo de programas am ­
bientais internacionais e nacionais;
• o Program a de Administração Ambiental - baseado na falta de deter­
m inação dos países em adotar m edidas de conservação ambiental, o 
p n u m a buscaria im plem entar convenções e norm as que os obrigas­
sem a atuar buscando a conservação ambiental;
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servacionistas. ' pessoal para as práticas con-
A pesar das d ificu ldades iniciais „ n r , . 
destacar-se no cenário internacional re ili/ . M" la conseê u,u a° s poucos 
m a Regional dos M ares foi o prim eiro déles" Van° S enCOntros- ° p rogra-
f.-.J reunindo 120pafses f* -» - . ,
lhados de poluição e degradaçâolKurin'-a em m''' fre“te 3 Problemas comparti-
um catalisador Uncial e, à m e d i d a ^ a®‘U
dos assumiram o financiamento e a a d im n X c ã o T ó CrCSCendo 08 PróP™ s esta-
ir : ses quc ™a -
informando a situação nacional, para que se nudess 'f Pa'S Um reIatóno
M onitoram ento G lobal do A m b ie n te Z J , f ***** m° ntar um de
19 7 ^-r:°m o parte do Earthwã tch. O SMGA
que ttcafroi i sendõ cria d a irm
ligou centenas de organizações na.-in -
James foram a FAO. who. w i |, Í0 n f ’ das *»** « mais
[ Em 1985, foi estabelecida a B a s e d e S l L l ,
(Tolba í^ 99^ 745T '^ SIS‘emaS de informaíà
impor-
bais
tais
Ia a Base de Dados de Conservação
íMi.ni^ j . :.r.„ , »-->rmaçao para Pesquisas GIo-
çao geográfica para estudos ambien-
cional de Substâncias Q uím icas p X c i í ° Reg,Stro
nacional de Referência. O prim eiro f m T " 10 6 ° SlStema Inte'-
ponam em risco o am biente a partir da contam? ^ 61110 d2S situaÇ°es que 
procurou organizar uma rede de informações ™ " dÇao clu,m ,ca e o segundo 
Se estas medidas alcançaram S u ^
hzando inform ações am bientais miinrliai centralizando e disponibi-
Umdas sobre Desertificação - que o c o m ^ e m V r ° " ferência d a s N aÇões 
meira iniciativa global do pnuma - não oh “ v ° 1977 e foi a Pri"
de ter cof*eguido elaborar urn Plano d e S l T ? 5 «^ o s . Apesa,
a falta de envolvimentõ' dos ^ ^ s ^ m ^ n ^ ! í aE:LCOmbate 3 Desertificação, 
log,co destinado , evitar o a , , t a o d o t eco-
sertificação em caráter internacional,
reunião. A maior prova disso foi a n e r e s s M .d e T » S ! n o v f
c u ístuur novamente a de-
4 , na Conferência 
'aíses Seriam ente 
ica (cd), que será
1 , , . novamente a de-
das N ações Unidas para C o m b X ^ S í T 0" M Conferência 
Afetados pela Seca e/ou Desertificacão em caçao no? 1'aíses Seriam ente 
tratada no capítulo “A ordem a m b .c L l m u a d S ^ " “ (a A
1 apos a CNUMAD”.
83
— — "Eni p a rc c n a c o m a iu c N e a WWK o P.Numa elaborou a Estratégia M un- 
•^<al para a C onservação, que tinha como objetivos centrais:
a ) M anter o s processos ecológicos essenciais [...].
b ) Preservar a diversidade genética [...].
c ) A ssegurar o aproveitam ento indefinido das espécies e dos ecossiste­
mas (Tam am es, 1985:196).
A estrategia consistiu em um am plo program a de capacitação de pes­
soal voltado

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