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AULA 01: LÍNGUA, LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
AULA 01: LÍNGUA, LINGUAGEM E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Muitos momentos de nossas vidas envolvem situações em que estamos ora com pessoas muito íntimas, ora pessoas com quem temos pouca intimidade ou até com pessoas desconhecidas, não é mesmo? 
A convivência com pessoas desconhecidas exige de nós postura diferente da que temos com familiares, concorda? Isso, consequentemente, gera uma forma de falar diferenciada. 
Enfim, as situações comunicativas são enquadradas na formalidade ou na informalidade. Então, a necessidade de adquirirmos uma linguagem mais elaborada, utilizando a norma culta, se dá porque às vezes precisamos usar uma linguagem mais formal.
Entretanto, isso não quer dizer que há perda dos aspectos informais da língua, ou seja, continuaremos sempre a falar com pessoas de nossa intimidade da mesma forma. Adquirir outros modos de falar, apenas “alarga nossa capacidade de comunicação”.
Por que nos comunicamos?
Já parou para pensar que tudo para nós, seres humanos, tem de ter uma explicação? 
Isso chama a atenção para uma coisa que fazemos constantemente, mas não nos damos conta: procuramos sempre dar um sentido aos fatos, interpretar situações, interpretar o mundo e a vida.
Comunicamos nossa maneira de pensar: "Prefiro ficar com todos os defeitos que as pessoas dizem que tenho, do que fingir ser alguém que não sou.”; Defendemos ideologias: “Em vez de pensar  ‘quero fazer’, pense ‘consigo fazer’. Em vez de pensar ‘quero ser’, pense ‘posso ser’.  Pensar ‘quero’ é força de vontade, mas pensar ‘posso’ é força da convicção.” Katsumi Tokohisa; Expressamos nossos sentimentos: Eu + Você = Beijos, risadas, abraços, carinhos e amor.; Difundimos ideias: “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Friedrich Nietzcsche.
Mesmo quando buscamos dar sentido aos fatos, ponderamos a nossa maneira de falar, com base nas situações em que somos colocados(as).
Tanto no contexto formal quanto no informal, sabemos, intuitivamente, nos comportar de forma adequada, usando uma linguagem apropriada a cada situação.
Adaptar a linguagem para situações formais ou informais fazem parte de nossa realidade, embora muitas vezes não identifiquemos isso.
A língua é um produto social e cultural constituído por signos linguísticos, caracterizado por um código, e a linguagem é o veículo de expressão. 
Como vimos anteriormente, a língua também varia de acordo com o contexto de comunicação, já que não falamos sempre do mesmo modo. Sendo necessário, portanto, distinguir informalidade da linguagem vulgar ou popular.
Você sabia que o Português também é a língua oficial de outros países?
O  Português é a língua oficial de Brasil, Portugal, Moçambique, Angola e outros países. Porém, possui algumas variações, de acordo com a região em que é falado, formando o que chamamos de dialetos regionais ou geográficos.
Assim como a dança, a música, as imagens, os gráficos e os gestos, as línguas são diferentes formas de expressão ou linguagens. Uma vez que o texto é um produto social, existe uma relação intrínseca entre ele, a cultura, o momento histórico e a ideologia em que é formado.
Diferença entre língua e linguagem
Exclusivamente humana:
 Existem várias maneiras de nos cumprimentarmos, com várias falas e gestos diferentes, e sempre podemos criar mais uma. Portanto, a possibilidade de criação é infinita, conservando o mesmo significado, e isso só é possível por causa da capacidade humana que chamamos de linguagem.A interpretação dos fatos e o significado que precisamos atribuir às coisas estão relacionados à capacidade humana, exclusivamente humana, que nos permite comunicar o que estamos pensando, os nossos anseios, desejos etc. Os animais se comportam sempre da mesma forma em determinadas situações, não criam coisa alguma. Já os seres humanos, dotados de linguagem, sempre podem criar uma comunicação diferente.
Reconhecida por Lei, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) não se resume simplesmente à transposição da Língua Portuguesa em gestos, pois, assim como diversas línguas, a LIBRAS conta com diversos níveis linguísticos e itens lexicais conhecidos por sinais. Isso quer dizer que para se comunicar em LIBRAS não basta apenas conhecer sinais, é necessário conhecer também a gramática para combinar frases e estabelecer comunicação, que neste caso se dará através das combinações de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação. Por isso, a LIBRAS se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de ideias e pertencente à comunidade surda brasileira, levando em consideração também as diferenças regionais como em todas as línguas.
	
Podemos dizer que linguagem é uma faculdade (capacidade) que permite exercitar a comunicação, latente ou em ação. Já a língua refere-se a um conjunto de palavras e expressões usado por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).
	Se você ainda estiver pensando no caso dos animais, refletindo se eles se comunicam de alguma maneira ― não como nós, mas se comunicam ―, vale reforçar que a grande questão é que não podemos afirmar que eles tenham linguagem, pois esta é exclusiva do ser humano. O que os animais têm são formas de comunicação. Pesquisas científicas já catalogaram, em chimpanzés, cerca de 100 sinais diferentes para expressar medo, fome, alegria etc. Mas são formas pontuais, limitadas, específicas.
Você deve estar se perguntando...
... Se a linguagem é uma capacidade humana, por que todos nós não falamos a mesma língua? 
Tente responder à seguinte questão: por que uma criança de família chinesa, que nasce na França, por exemplo, fala francês e também chinês?
Aqui chegamos a um ponto essencial: a língua é uma construção social e corresponde à cultura, história e sociedade de um determinado povo, de uma determinada nação. 
No caso das crianças chinesas, ela fala as duas línguas porque tem contato com as duas culturas. Em casa, por exemplo, a criança fala chinês com os familiares, já na rua e nos demais meios sociais, principalmente na escola, ela fala o idioma francês.
Linguagem, língua... mas e na prática?
A atividade de comunicação que fazemos todos os dias, aparentemente sem muito esforço, não é tão simples assim. Antes da fala sair de sua boca, você pensa, elabora o que quer comunicar, depois procura palavras e construções adequadas na língua para que essa fala possa ser entendida pelos outros.
A linguagem é uma capacidade humana e a língua uma espécie de “contrato” entre as pessoas em uma sociedade e é por ser uma capacidade humana que os analfabetos conseguem se comunicar, mesmo sem saber ler e escrever. Isso quer dizer que, para haver comunicação, basta o indivíduo “acionar” a capacidade mental (linguagem) e articular o código social (língua).
	
Dissemos que a linguagem está relacionada à interpretação do mundo, à nossa capacidade de atribuir significado às coisas, à natureza, aos anseios, certo? Ela representa, portanto, qualquer forma de comunicação, daí temos a linguagem dos sinais como as das placas de trânsito, indicação de gênero nas portas dos banheiros, a linguagem das cores, a linguagem do corpo, dentre outras. Essa linguagem é chamada de não verbal.
Exemplo trânsito: PLACA: “PEDAGIO 1KM – PASSAGEM LIVRE” - No caso dessa placa, especificamente, estamos lidando apenas com a escrita. Logo, entramos no contexto verbal (contexto que utiliza a escrita ou a fala para estabelecer a comunicação). Esse contexto possibilita nossa comunicação pelas regras de uma língua. Isso permite uma fala adequada que resultará em entendimento caso o interlocutor compartilhe as referências necessárias para compreender o significado.
Como vimos, a comunicação prevê que os usuários da língua utilizem construções adequadas para que a mensagem possa ser devidamente compreendida. 
- Qual dessas frases não transmite uma comunicação eficiente?
	[ ] Varreu com a vassoura.
	[x] Com varreu vassoura a.
	A frase “Com varreuvassoura a” é a que não comunica, porque não está estruturada de acordo com as regras da língua.  Estas regras internas de combinação de uma língua permitem a compreensão ou não de um comunicado, sendo reconhecidas por qualquer falante de uma mesma língua.
- E no caso abaixo, qual das opções transmite uma comunicação eficiente?
	[x] A gente não vai ao clube.
	[ ] A gente não vamos ao clube.
As hesitações, interrupções na continuidade, são comuns na fala.	A frase “A gente não vamos ao clube” até é capaz de comunicar a mensagem, porque está com os elementos ordenados de forma adequada. Porém, apresenta um erro de concordância, o que a torna inadequada à chamada língua padrão.
Vejamos agora uma transcrição de um texto oral: 
As repetições são uma forma de reforçar, ou de mostrar que o falante está escolhendo as palavras.“(...) na minha opinião... o Presidencialismo já teve muitas chances de melhorar... eh... eh... mais de cem anos... cem anos já... né?  E... até hoje não melhorou... sempre... sempre... os presidentes nas suas campanhas ficam falando que vão fazer isso... vão fazer aquilo... aí sempre... chega sempre lá na hora...” (Projeto Discurso & Gramática ― UFRJ ― dados da língua falada)
Note que transcrever um discurso falado tentando ser fiel à fala é problemático, pois é necessário marcar as pausas próprias dessa modalidade, evidenciando as repetições.
Na escrita, a realidade é diferente, lidamos com outro contexto: faz-se uma comunicação e a pessoa não está presente, daí a possibilidade de haver comunicação sem contar a distância. 
Essa possibilidade requer comportamentos diferentes da modalidade da fala, justamente porque a pessoa não está presente. Tudo deve ser comunicado da forma mais clara possível, pois o leitor não tem outros recursos para entender a mensagem.
Para aprofundar essa discussão, leia o capítulo 2, “Oralidade e Escrita”, do livro Gramática – texto: análise e construção de sentido, de Maria Luiza M. Abaurre e Marcela Pontara, presente em seu material didático.
RESUMINDO...
	Estudamos nesta aula a linguagem com finalidades comunicativas ― como informar, expressar ideias, opiniões ou simplesmente manter o contato com o interlocutor ―, e vimos que existe uma relação entre a linguagem, suas funções e o contexto em que se realiza, formando o objetivo, o veículo, o público alvo e a situação social.
Ler o anexo: “Processo comunicativo e funções de linguagem”.

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