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AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO
AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO
Na aula anterior falamos sobre os contextos formais e informais na linguagem e nesta aula vamos tratar da forma como construímos os textos de acordo com cada situação. 
Por que precisamos falar sobre isso? 
Devemos estudar este assunto simplesmente porque não nos expressamos de uma forma única, não é mesmo? Se precisamos nos adequar a cada situação, consequentemente nosso discurso também deve se adequar.
No vídeo anterior, você assistiu a uma entrevista que surpreendeu pela total inadequação entre o que é perguntado e o que é respondido. E, para evitar situações como essa, devemos dominar o conteúdo que será trabalhado nesta aula.
A língua varia de acordo com a situação, com a idade do falante, com a formalidade ou informalidade do encontro, com as pessoas envolvidas etc. 
Enfim, possuímos diversos contextos em que a língua se acomoda. Esse fenômeno é chamado de Variação Linguística. Entretanto, mesmo que haja variação, sempre será necessário que os elementos da língua estejam ordenados e relacionados de forma a haver textualidade.
Veja alguns enunciados:
	“Causado embora então o gato alienável disponibilidade.”: Temos uma sequência de palavras que são legítimas na língua, pois conhecemos cada uma delas. No entanto, agrupadas da forma como estão, não apresentam uma sequência lógica, compreensível.
	“A repercussão daquela situação foi muito grande, ainda que houvesse cuidado em desmentir o fato.”: Nesta frase, as palavras legítimas na língua estão agrupadas de forma a comunicar uma mensagem compreensível. Diferente do que aconteceu no exemplo anterior.
	“A casa é.”: Este exemplo apresenta uma ideia incompleta, já que não é possível entender o que se quer dizer sobre a casa.
	“Silêncio!”: Apesar de ter somente uma palavra, a frase comunica uma ideia completa.
Temos um texto toda vez que apresentamos uma ideia completa, mesmo que isso seja feito através de uma única palavra. 
Percebemos com isso que um texto não é uma questão de quantidade de palavras, mas, sim, de comunicação, da capacidade de passar uma mensagem que possa ser entendida pelo interlocutor ou pelo leitor.
Para que um texto tenha sentido, é preciso que ele tenha Coerência e Coesão.
	
COESÃO TEXTUAL
Fala-se de coesão (junção) quando temos palavras, expressões, isto é, conexões colocadas estrategicamente ao lado de outras para produzirem a sequência da mensagem com sentido. Há diferentes tipos de coesão, que são responsáveis pela chamada “tessitura do texto”.
Veja um exemplo: Pai, depois da aula, vou à casa do Roberto pegar o meu casaco, porque hoje ele me avisou que o deixei lá.  
-A palavra porque estabelece uma noção de causa. No texto, ela explicará o motivo da filha ir à casa do colega.
-Já as palavras ele, o e lá, ligam as duas partes do texto por se tratarem de referentes. Assim, a palavra ele se refere a Roberto, o se refere a casaco e lá se refere a casa.
*Em alguns casos, a substituição de expressões por seus referentes fica impossibilitada, pois pode causar incompreensão ou até mesmo erro conceitual. Veja um exemplo:
O que são células-tronco? 
Fabiano Accorsi
São células encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal, por exemplo. Ao contrário das demais células do organismo, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação celular, e por isso podem dar origem a diferentes tecidos no organismo. Além disso, as células-tronco têm a capacidade de autorreplicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.  
E então? Após ler o texto, conseguiu pensar em algum referente para as palavras células, celular ou células-tronco? Complicado, não é mesmo?
Coesões Referenciais: Constroem a textualidade porque se referem ao(s) mesmo(s) referente(s), sem fazer repetições. Essa é uma forma que a língua nos oferece para falarmos de um mesmo assunto/ser várias vezes, com diferentes denominações. Isso evita que nosso texto seja cansativo e que nosso leitor não tenha a impressão de que já leu aquela informação.
Aprofundando o assunto
Enunciado
 é a expressão de 
uma  ideia
, um sentimento, uma informação ou qualquer outro tipo de manifestação feita por meio de palavras. O ato de expressar-se é chamado de enunciação.
 
 Ao expressarmos nossas ideias, podemos organizá-las em torno de um verbo, criando um enunciado oracional. 
 Já o enunciado não oracional é a expressão que se realiza sem o auxílio do verbo.
 Suponhamos que alguém esteja em uma situação de grande aflição, necessitando de auxílio imediato. Essa pessoa pode manifestar seu pedido de duas formas:
• com um enunciado oracional (“Eu preciso de 
socorro!”
); ou
• com um enunciado não oracional (“
Socorro!”
)
 Ambos comunicam com bastante eficiência a intenção do emissor, certo?
 Observe, porém, que, no primeiro exemplo, o pedido se organizou em torno do verbo “precisar”; enquanto, no segundo, não há verbo.	Texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor. Mas esse entrelaçamento não deve ser feito de qualquer jeito, pois um texto, para possibilitar o entendimento, deve ser claro, concorda? Essa qualidade está relacionada diretamente aos elementos coesivos, responsáveis por promover a ligação entre as partes. Veja agora os dois tipos básicos de coesão:
COERÊNCIA TEXTUAL
	Você já ouviu alguém dizer que as informações de um texto estavam incoerentes? Ou até mesmo que uma pessoa era incoerente? Pois é, isso acontece quando não conseguimos estabelecer coerência entre as partes de um texto. Deste modo, cada uma dessas partes acaba apresentando informações que são opostas, contraditórias, gerando incompreensão. 
	Observe a frase retirada de uma faixa de restaurante, por exemplo: “Aberto todos os dias e Domingos”. Até onde sabemos, domingo é um dia. Então, por que colocaram essa informação separada? Será que a loja abre em todos os dias úteis da semana, não abre no sábado e volta a abrir no domingo? Será que apenas queriam enfatizar que a loja abre inclusive no domingo? Não ficou claro, concorda?
	Veja outro exemplo, agora de um texto, que também apresenta problemas em relação à coerência textual.
	Leia-o com atenção e clique no destaque para ver a explicação: “A estrutura da administração pública é dividida em direta e indireta. A administração pública direta é exercida por órgãos subordinados entre os entes gestores, porque a indireta é exercida por pessoas jurídicas criadas por lei vinculadas ao ente gestor.
“Vou 
vê
-
la
¹
! Esta é a minha primeira exclamação da 
manhã
²
, quando acordo e meus olhos procuram 
alegremente
³
 o sol. ‘Vou 
vê
-
la
¹
!’
 E, durante o 
dia inteiro
²
, não tenho outro 
desejo
³
. E tudo, tudo mergulho nessa 
perspectiva
³
.”
  (Os sofrimentos do jovem 
Werther
, Goethe)
Leia o texto abaixo:
Observe que a coerência é mantida pelos seguintes elementos: 
	1 - O objeto de quem se fala;
	2 - O tempo;
	3 - O estado emocional do sujeito que fala.
Como leitores, precisamos, muitas vezes, acionar o nosso conhecimento de mundo para completar uma mensagem e construir um texto.
É o que acontece, por exemplo, quando lemos mensagens que buscam a economia da linguagem, como no caso das comunicações via internet, ou quando procuramos atribuir significado a textos poéticos.
	Como acabamos de ver, uma das formas de se garantir que um grupo de palavras seja denominado texto é a presença de recursos linguísticos e semânticos (como a coesão e a coerência).
	Entretanto, nossa leitura vai além, já que temos necessidade de recorrer ao nosso conhecimento (experiência de vida, senso comum, formação acadêmica etc.) para que um texto faça sentido, signifique alguma coisa. 
	Já não basta mais garantirmos que as palavras sejam reconhecidas e quea sequência de palavras esteja encadeada de forma coesa e coerente. É preciso recorrer a outros recursos para se ler um texto. Esse é o caso, por exemplo, do recurso de Hipertexto!
HIPERTEXTO
	Quando linkamos duas coisas estamos fazendo uma ponte, não é mesmo? Ou melhor, é mais do que uma ponte, trata-se de uma associação. Durante a leitura, mesmo sem perceber, costumamos fazer muitas associações. 
	Veja um exemplo:
Você consegue interpretar o significado desta placa?
	Você pode até não ter pensado de que se trata de uma sinalização que indica passagem de nível sem barreira, mas certamente identificou que se trata de uma placa de sinalização de trânsito, não é mesmo? 
	Isso foi possível, pois você fez uma associação com as placas de trânsito que já viu nas ruas. O formato e a cor foram linkados imediatamente com as informações que você já tinha.
	Hipertexto pode ser entendido como uma espécie de conexão em que as informações podem ser lidas em diferentes sequências. O leitor segue vários caminhos para desvendar/desdobrar a mensagem. No mundo contemporâneo, por exemplo, os hipertextos se tornaram uma forma de interatividade, fundamental para que possamos compreender e organizar a enorme quantidade de informações a que somos expostos diariamente.
Exemplos:
	
Após analisar tantos exemplos, é possível dizer que o hipertexto é um dispositivo cognitivo, no sentido de que no instante da leitura podemos fazer associações, passando a outras fontes de informação (como os gráficos e caixas de destaque).
O hipertexto traz para a leitura:
	O hipertexto, portanto, se constrói a partir da associação de uma imagem ou informações relacionadas a um texto considerado pelo receptor da mensagem. 
	Deste modo, mais do que um texto tradicional, construído a partir de palavras impressas, o hipertexto exige a participação do leitor.
CONCLUSÃO DA AULA 2
Concluímos que tanto a coesão quanto a coerência são aspectos fundamentais que constituem um texto, pois, do contrário, sem a existência deles, a unidade necessária não será mantida e não teremos o texto propriamente dito.
É graças à coesão, por exemplo, que conseguimos compreender um texto com mais facilidade. Se, quando lermos, identificarmos os chamados elos coesivos, que nos remetem a formar a sequência de ideias e as mensagens que vão construindo o sentido do texto, conseguiremos entender a mensagem com muita mais clareza e rapidez.
Outro aspecto importante visto nesta aula é o entendimento do conceito de hipertexto, elemento cada vez mais comum nos textos e bastante presente como forma de hiperlink.

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