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Apostila Qualidade da A gua

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1
CURSO: “QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: “QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: “QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: “QUALIDADE DAS ÁGUAS E
POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-
QUÍMICOS”QUÍMICOS”QUÍMICOS”QUÍMICOS”
AULA 1AULA 1AULA 1AULA 1
REVISÃO DE QUÍMICA: ÁTOMOS E MOLÉCULAS, CÁTIONS EREVISÃO DE QUÍMICA: ÁTOMOS E MOLÉCULAS, CÁTIONS EREVISÃO DE QUÍMICA: ÁTOMOS E MOLÉCULAS, CÁTIONS EREVISÃO DE QUÍMICA: ÁTOMOS E MOLÉCULAS, CÁTIONS E
ÂNIONS, FORMULAÇÃO QUÍMICA, REAÇÕES QUÍMICAS,ÂNIONS, FORMULAÇÃO QUÍMICA, REAÇÕES QUÍMICAS,ÂNIONS, FORMULAÇÃO QUÍMICA, REAÇÕES QUÍMICAS,ÂNIONS, FORMULAÇÃO QUÍMICA, REAÇÕES QUÍMICAS,
ESTUDO DAS SOLUÇÕESESTUDO DAS SOLUÇÕESESTUDO DAS SOLUÇÕESESTUDO DAS SOLUÇÕES
Prof. Dr. Roque Passos Piveli
2
AULA 1 – REVISÃO DE QUÍMICA: ÁTOMOS E MOLÉCULAS, CÁTIONS
E ÂNIONS, FORMULAÇÃO QUÍMICA, REAÇÕES QUÍMICAS,
ESTUDO DAS SOLUÇÕES
1. Introdução
Este fascículo inicial do Curso de Química Sanitária e Ambiental faz parte de um
conjunto de quatro fascículos destinados à revisão de conceitos de química básica que tenham
aplicação direta nos estudos ou programas de controle da poluição das águas. São apresentados
conceitos fundamentais associados à formulação química, como as definições de átomo, íon,
molécula, etc. e os cálculos de peso molecular, número de moles, equivalente grama, etc.
Em seguida, são apresentadas as formas de expressão da concentração das soluções
mais usualmente empregadas em saneamento e as relações entre elas. Estas noções são
fundamentais para o preparo de reagentes utilizados nas análises laboratoriais ou nos processos
unitários que compõem as estações de tratamento de água, esgotos ou de efluentes industriais.
Posteriormente, são discutidos os conceitos de diluição e mistura de soluções,
prevendo a realização de balanços de massa de poluentes, atividade cotidiana dos agentes de
controle da poluição das águas, tendo em vista a necessidade de verificação do atendimento aos
padrões de qualidade dos corpos receptores de efluentes, conforme previsto nas legislações estadual
e federal.
Reconhece-se que os conceitos aqui apresentados e discutidos são elementares,
absolutamente dispensáveis aos profissionais com formação na área de química. No entanto,
reconhece-se, por outro lado, que muitos outros profissionais, engenheiros, biólogos, etc., que
atuam na área do controle da poluição ambiental carecem de, pelo menos, de uma “desoxidação”
dos conceitos adquiridos há algum tempo e não muito bem consolidados. Por tratar-se, uma
dosagem de reagente, por exemplo, de atividade fundamental da qual depende uma sucessão de
fenômenos, estes conceitos básicos se revestem de incalculável importância.
Deve ser lembrado, contudo, que o objeto do curso é o controle da poluição das
águas, a compreensão dos fenômenos que ali ocorrem e dos parâmetros utilizados na interpretação
da qualidade da água. Procurou-se evitar aprofundamentos ou entendimentos de conceitos de
química em assuntos em que não se encontrem exemplos de aplicação direta. O objetivo desta
etapa, conforme mencionado, não é a formação de químicos e sim apenas procurar auxiliar na
viabilização de certas atividades corriqueiras de controle de poluição, por parte dos profissionais
que necessitam de atualização dos conceitos aplicados.
Finalmente, é de grande importância salientar que os conceitos de equivalente-
grama, número de equivalentes e concentração normal ou normalidade não são mais recomendados
pela IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry. Embora tenham sido mantidos
neste texto, dá-se atualmente preferência à concentração expressa em mols/litro.
2. Átomos e moléculas
O átomo, estrutura fundamental dos materiais, é constituído de prótons, nêutrons e
elétrons. Quando átomos naturais ou sintéticos, iguais ou diferentes, se combinam em proporções
variáveis, formam-se as moléculas que caracterizam as substâncias químicas.
Os prótons e os nêutrons possuem aproximadamente o mesmo peso e formam o
núcleo do átomo. Os prótons são carregados positivamente e os nêutrons não possuem carga
elétrica. A soma do número de prótons e nêutrons que constituem o núcleo de um átomo denomina-
se número de massa.
3
Os elétrons são muito mais leves que os prótons e os nêutrons e são carregados
negativamente. Dispõem-se em camadas ao redor do núcleo, constituindo no conjunto a eletrosfera.
O número máximo de camadas na eletrosfera de um átomo é sete.
Em seu estado normal o átomo é eletricamente neutro, sendo o número de prótons
igual ao de elétrons. O número de prótons ou de elétrons de um átomo denomina-se número
atômico.
Os elementos químicos são classificados em grupos ou famílias que levam em
consideração as similaridades entre as suas propriedades físicas e químicas.
Na tabela periódica, os elementos são arranjados em linhas de número atômico
crescente, de modo que sejam posicionados na mesma coluna os elementos que possuem o mesmo
número de elétrons na última camada eletrônica. Os átomos interagem entre si, recebendo, cedendo
ou compartilhando elétrons da última camada.
Quando um átomo cede e outro recebe um ou mais elétrons de forma definitiva,
caracteriza-se uma ligação iônica. Assim, os átomos passam a adquirir carga elétrica e passam a ser
chamados de íons. O átomo que perde um ou mais elétrons resulta com carga elétrica positiva e é
chamado de cátion, enquanto o que recebe passa a possuir carga elétrica negativa e é chamado de
ânion.
Exemplo: CLORO + SÓDIO → CLORETO DE SÓDIO
 Na + Cl → Na+ + Cl-
Na+ : Cátion
Cl- : Ânion
Exemplos de íons de interesse nos estudos de controle da qualidade de águas:
CÁTIONS
• FERRO: Fe+2 (íon ferroso), Fe+3 (íon férrico)
• MANGANÊS: Mn+2 (íon Manganoso), Mn+4 (íon mangânico)
• METAIS ALCALINOS: Na+ (sódio), K+ (potássio)
• METAIS ALCALINO-TERROSOS: Ca+2 (cálcio), Mg+2 (magnésio)
• METAIS PESADOS: Cr+6 (cromo hexavalente), Cr+3 (cromo trivalente), Zn+2 (zinco), Pb+2
(chumbo), Cd+2 (cádmio), Hg+2 (íon mercúrico), Ba+2 (bário), Cu+2 (cobre), Ni+2 (níquel), Sn+2
(estanho), Al+3 (alumínio).
ÂNIONS
• MONOVALENTES: HCO3- (bicarbonato), NO2- (nitrito), NO3- (nitrato), F- (fluoreto), Cl-
(cloreto), OCl- (hipoclorito) , MnO4-1 (permanganato)
• BIVALENTES: CO3-2 (carbonato), SO4-2 (sulfato), S-2 (sulfeto), CrO4-2 (cromato), Cr2O7-2
(dicromato)
• TRIVALENTE: PO4-3 (fosfato)
Quando a ligação entre dois átomos de um mesmo não metal formam pares
eletrônicos, tem-se a ligação covalente. É o caso da formação do nitrogênio gasoso (N2) a partir de
dois atómos de nitrogênio (N).
4
Quando os átomos interagem e permanecem ligados constituem as moléculas. Mas
podem apenas transformarem-se em íons, isto é, adquirirem ou cederem elétrons e permanecerem
independentes no meio, podendo formar aglomerados. A substância é dita molecular quando todas
as ligações no agrupamento de átomos são covalentes. A substância é dita iônica quando o
aglomerado de átomos tiver pelo menos uma ligação iônica ou eletrovalente.
3. Funções químicas
Chama-se função química a um conjunto de compostos que possuem propriedades
químicas semelhantes. Na química inorgânica existem as seguintes principais funções químicas:
ácidos, bases, sais e óxidos.
Segundo Arrhenius, ácido é toda espécie química (molécula ou íon) que cede prótons
(íons H+) em uma reação química, qualquer que seja o meio.
Os ácidos são neutralizados pela adição de uma base:
ÁCIDO + BASE → SAL + ÁGUA
Exemplos:
 HCl + NaOH → NaCl + H2O
H3PO4 + 3NaOH → Na3PO4 + 3H2O
H2SO4 + 2NaOH → Na2SO4 + 2H2O
Os ácidos, quando reagem com metais produzem sais metálicos e ocorre a liberação
de hidrogênio gasoso:
METAL + ÁCIDO → SAL + HIDROGÊNIO GÁS
Exemplos:
Zno + 2HCl → ZnCl2 + H2↑
Feo + H2SO4 → FeSO4 + H2↑
Reagem tambémcom óxidos metálicos produzindo sal e água:
ÁCIDO + ÓXIDO METÁLICO → SAL + ÁGUA
2HCl + ZnO → ZnCl2 + H2O
H2SO4 + FeO → FeSO4 + H2O
Os ácidos sofrem dissociação na água ou ionização, o que pode ser representado pela
seguinte equação química, a título de exemplo:
HCl + H2O → H3O+ + Cl-
Quando o grau de ionização, isto é, a relação entre o número de moléculas ionizadas
e o número total de moléculas dissolvidas, é elevado, o ácido é chamado de ácido forte. São os
casos dos ácidos clorídrico, sulfúrico e nítrico. Os ácidos orgânicos, como por exemplo o ácido
acético, H3C-COOH, ionizam-se pouco, sendo portanto fracos.
Bases, por sua vez, são compostos que possuem como ânions apenas os íons
hidroxila (OH-).
5
Exemplos: NaOH (hidróxido de sódio, soda caústica)
 Ca(OH)2 (hidróxido de cálcio, cal hidratada).
As bases de metais alcalinos (NaOH, KOH, etc.) são solúveis em água, bem como o
hidróxido de amônia (NH4OH). Os hidróxidos dos metais alcalino-terrosos (Ca(OH)2, Mg(OH)2,
etc) são pouco solúveis em água. Os hidróxidos de metais pesados (Pb(OH)2, Cd(OH)2, etc)
também são bastante insolúveis em água, constituindo-se a precipitação química de metais pesados
na forma de hidróxidos, prática comum na redução da concentração destes constituintes tóxicos de
efluentes industriais.
As bases de metais alcalinos, alcalino-terrosos e de alguns metais pesados conduzem
corrente elétrica e são neutralizadas por ácidos. Ionizam-se nas águas sob diferentes graus. As bases
de metais alcalinos e alcalinos terrosos são fortes e todas as demais são fracas.
Já os sais são compostos iônicos que possuem pelo menos um cátion diferente do
hidrogênio (H+) e pelo menos um ânion diferente da hidroxila (OH-). Como visto, são formados da
neutralização mútua entre ácidos e bases. Apresentam solubilidades na água bastante variáveis,
devendo-se consultar tabelas específicas para o conhecimento seguro.
Quando o sal é formado por um ácido fraco ou uma base fraca, sofre hidrólise na
água, de acordo com:
SAL + ÁGUA → BASE + ÁCIDO
Exemplo: AlCl3 + 3H2O → Al(OH)3 + 3HCl
Óxidos são compostos binários formados por um elemento químico qualquer e pelo
oxigênio. Os óxidos de metais são geralmente iônicos. Exemplo: CaO, Al2O3. Os óxidos de não-
metais e semi-metais são moleculares. Exemplo: CO2, NO, SO2.
3. Oxidação e Redução
Nas reações anteriormente mencionadas não ocorrem modificações nos números de
oxidação (valência) dos elementos químicos participantes. Por outro lado, existem reações em que
essas mudanças ocorrem. A oxidação consiste, essencialmente, no aumento do número de oxidação
ou perda de elétrons, e redução significa redução no número de oxidação ou ganho de elétrons. Por
tratar-se de um problema de transferência de elétrons, sempre que um elemento é oxidado, um outro
é reduzido. Não há oxidação sem redução. A substância que contém o elemento que é oxidado é
chamada agente redutor, uma vez que é responsável pela redução do outro elemento. De forma
inversa, uma substância que causa aumento de valência é chamada agente oxidante e contém o
elemento que é reduzido.
Exemplos:
Cu + 2H2SO4 = CuSO4 + SO2 + 2H2O
 Nox: 0 6 2 6 4
Elemento oxidado: Cu
Elemento reduzido: S
Agente oxidante: H2SO4
Agente redutor: Cu
6
H2S + I2 = S + 2H+ + 2I-
 Nox: 1 -2 0 0 -1
Elemento oxidado: S
Elemento reduzido: I
Agente oxidante: I2
Agente redutor: H2S
 2Fe+3 + H2SO3 + H2O = 2Fe+2 + SO4-2 + 4H+
Elemento oxidado: S
Elemento reduzido: Fe
Agente oxidante: Fe+3
Agente redutor: H2SO3
 MnO4- + 5Fe+2 + 8H+ = Mn+2 + 5Fe+3 + 4H2O
Elemento oxidado: Fe
Elemento reduzido: Mn
Agente oxidante: MnO4-
Agente redutor: Fe+2
Muitas são as aplicações das reações de óxido–redução empregadas no campo do
controle da poluição das águas. Por um lado, existem análises laboratoriais para a quantificação de
certos constituintes na água que recorrem a esta técnica e, por outro, existem diversos processos
físico-químicos de tratamento de águas para abastecimento e residuárias à base de oxidação e
redução. No campo das análises laboratoriais, são bastante conhecidas as reações de óxido–redução
que ocorrem nas determinações de concentração de oxigênio dissolvido (OD) e demanda química
de oxigênio (DQO). No método químico para a determinação de OD emprega-se a iodometria, em
que o oxigênio dissolvido na água é primeiramente fixado na forma de óxido de manganês (MnO2),
que participa da reação de óxido-redução de “deslocamento” de iodo. Nesta reação, enquanto o
manganês se reduz de tetra para bivalente positivo, o iodeto (estado de oxidação –1) oxida-se à
forma molecular (estado de oxidação zero), sendo que a quantidade de iodo molecular liberado é
proporcional à concentração de oxigênio dissolvido da amostra. Posteriormente, o iodo liberado é
quantificado através de nova reação de óxido – redução, em que se emprega o tiossulfato de sódio
como titulante. Também na análise de DQO, em primeiro lugar a matéria orgânica presente na
amostra é oxidada pelo dicromato de potássio, K2Cr2O7. Nesta reação, enquanto a matéria orgânica
se oxida, o cromo se reduz de hexa para trivalente. Na parte final da análise, o excesso de dicromato
não consumido é reduzido através de reação com sulfato ferroso amoniacal. Estas reações serão
mostradas no capítulo referente à determinação dos níveis de concentração de matéria orgânica em
águas. No campo do tratamento de águas e efluentes são inúmeras as aplicações de agentes
oxidantes como cloro, ozônio, peróxido de hidrogênio, etc., para a oxidação de ferro, sulfeto,
cianeto, fenol, dentre outros íons e moléculas poluentes das águas. Também processos de redução
podem ser empregados, como é o caso da redução de cromo hexavalente à forma trivalente, antes de
sua precipitação na forma de hidróxido. Agentes redutores como o metabissulfito de sódio ou o
sulfato ferroso são comumente empregados.
7
5. Formas de expressão da quantidade de soluto:
Antes da proposição das formas de se expressar a concentração de uma solução, é
necessária a revisão das seguintes definições:
A. Peso molecular de um composto: é o resultado da somatória dos pesos atômicos dos elementos
que o compõem multiplicados pelo número de vezes em que se apresentam na fórmula
química. É expresso em gramas, relativas ao isótopo 12 do carbono.
ex: Cálculo do peso molecular do Carbonato de Cálcio, CaCO3. Pesos atômicos: Ca:40g
C:12g O:16g
P.M. (CaCO3) = 40 + 12 + 3 x 16 = 100g
B. Número de moles de um composto. É a relação entre a massa do composto e seu peso molecular.
ex: Calcular o número de moles de CaCO3 presentes em 1,0g do composto.
n de moles
massa
peso molecular
moles! = = =
10
100
0 01
.
,
C. Equivalente-grama de um composto. É a relação entre seu peso molecular e o número “ν” que
representa a sua “valência” ou reatividade.
valores de ν:
ácidos: número de hidrogênios ionizáveis
ex: ácido clorídrico, HCl ν = 1
 ácido sulfúrico, H2SO4 ν = 2
 ácido nítrico, HNO3 ν = 1
 ácido acético, H3C-COOH ν = 1
 ácido oxálico, H2C2O4 ν = 2
bases: Número de hidroxilas ionizáveis
ex: hidróxido de sódio, NaOH ν = 1
 hidróxido de cálcio, Ca(OH)2 ν = 2
 hidróxido de amônia, NH4OH ν = 1
sais: valência total do cátion ou do ânion
ex: cloreto de sódio, NaCl ν = 1
 cloreto de cálcio, CaCl2 ν = 2
 carbonato de sódio, Na2CO3 ν = 2
D. Número de equivalentes-grama de um composto. É a relação entre sua massa e seu equivalente
grama.
ex: Quantos equivalentes-grama existem em 10g de Ácido Sulfúrico, H2SO4
n de equivalentesgrama
massa
Eq grama
eq! − = = =
.
, .
10
98
2
0 204
8
6. Exercícios Resolvidos – Composição Química
1. Quantos átomos grama de hidrogênio e oxigênio existem em 100 g de água?
Solução:
Peso Molecular (M) da água: (2x1) + (16x1) = 18 g
Se em 18 g de água tem-se duas gramas de hidrogênio, em 100 g ter-se-á (2 . 100) /
18 = 11,1 g de hidrogênio.
2. Um composto apresentou em sua análise 75% de carbono e 25% de hidrogênio. Qual é a sua
fórmula empírica?
Solução:
Pode ser escrito que:
xC + yH = CxHy
12x y = 12x + y (pois C = 12 g e H = 1 g ) (massas atômicas)
Relações de massa entre o hidrogênio e o composto formado:
y - 12x + y
25 - 100
Portanto, y = 0,25 (12x + y) e portanto y = 4x. Para x = 1 , y = 4 e o composto é o CH4.
3. Qual o peso molecular da dextrose, C6H12O6 ?
Solução:
Peso molecular (M) = (6x12) + (1x12) + (6x16) = 180 g
4. Quais dos compostos possui a maior porcentagem de nitrogênio, Ca(NO3)2, Ca(CN)2 ou
(NH4)2SO4 ?
Solução:
a. Ca(NO3)2
a.1. Peso molecular (M) = (40x1) + (14x2 ) + (16x6) = 164 g
a.2. % N = (14x2).100 / 164 = 17,07 %
b. Ca(CN)2
b.1. Peso molecular (M) = (40x1) + (12x2) + (14x2) = 92 g
b.2. % N = (14x2).100 / 92 = 30,4 %
c. (NH4)2SO4
c.1. Peso molecular (M) = (2x14) + (8x1) + (1x32) + (4x16) = 132 g
c.2. % N = (2x14).100 / 132 = 21,2 %
9
Portanto, o cianeto de cálcio apresenta o maior teor de nitrogênio.
5. Calcular a massa de 1 mol de cloro, 5 moles de HCl e 10 moles de MgSO4.
Solução:
a. l mol Cl2 = 1x2x35,5 = 71 g
b. 5 moles HCl = 5x(1 + 35,5) = 182,5 g
c. 10 moles MgSO4 = 10x(24 + 32 + 16x4) = 1200 g
6. Calcular a porcentagem de CaO encontrada no CaCO3.
Solução:
a. Peso molecular do CaCO3 = (40 + 12 + 3x16) = 100 g
b. Peso molecular do CaO = 40 + 16 = 56 g
c. % CaO = 100 x (56 / 100) = 56%
7. Uma galvanoplastia produz efluentes líquidos com as seguintes características:
Vazão: 20 m3/d
Cobre: 5 mg/L
Níquel: 10 mg/L
Zinco: 12mg/L
Quantos equivalentes iônicos de metais pesados são descarregados por dia?
Solução:
a. Cálculo dos equivalentes grama:
ECu+2 = 58 / 2 = 29 g
ENi+2 = 56 / 2 = 28 g
EZn+2 = 60 / 2 = 30 g
b. Cálculo das concentrações normais:
N = C / E
Cobre: N = 0,005 g/L / 29 g = 1,72.10-4 eq / L = 0,172 meq / L
Níquel: N = 0,010 g/L / 28 g = 3,57.10-4 eq / L = 0,357 meq / L
Zinco: N = 0,012 g/L / 30 g = 4,00.10-4 eq / L = 0,400 meq /L
c. Cálculo do número total de mili-equivalentes metálicos presentes no efluente:
Total = 0,172 + 0,357 + 0,400 = 0,929 meq / L
d. Cálculo do número de equivalentes descarregados por dia:
0,929 meq / L x 20.000 L / dia = 18.580 meq / dia ou 18,58 eq / dia
10
7. Exercícios propostos – composição química
1. Qual é o símbolo e a carga elétrica do: íon de sódio, íon de cobre I, íon de ferro III, íon de níquel
e íon de chumbo II?
2. Indique os símbolos dos elementos:
Elemento Símbolo Elemento Símbolo
Cálcio Oxigênio
Magnésio Sódio
Prata Potássio
Cloro Manganês
Flúor Enxofre
Carbono Nitrogênio
Hidrogênio Ferro
Zinco Cobre
Silício Alumínio
Fósforo Mercúrio
3. Preencher os espaços em branco:
Elemento Ca O H U Cl
Número atômico 1 92 17
Massa atômica 16 238 35
Número de prótons 20 0
Número de nêutrons 20
Número de elétrons 8
4. Dê os símbolos e as cargas elétricas dos seguintes íons:
Íon Símbolo e carga Ion Símbolo e carga
Carbonato Permanganato
Bicarbonato Hipoclorito
Sulfato Sulfito
Sulfeto Tiossulfato
Amoníaco Nitrito
Dicromato Nitrato
5. Dê nome aos compostos:
Composto Nome Composto Nome
NH3 HNO3
CO H2S
H2SO4 H3PO4
6. Quantos átomos existem exatamente em 12 g de carbono?
7. Que nome é dado a esse número?
8. Que nome é dado para a quantidade de substâncias que tem esse número de partículas?
11
9. Se o número de oxidação para o hidrogênio é +1 e para o oxigênio é –2, determine o número
de oxidação dos elementos ou radicais nos seguintes compostos:
Composto Número de oxidação Composto Número de oxidação
HNO3 NO3
H2SO4 SO4
H3PO4 PO4
Fe2O3 Fe
CO2 C
10. Escreva as fórmulas dos seguintes compostos:
Composto Fórmula
Cloreto de Sódio
Sulfato de Alumínio
Hidróxido de Cálcio
Ácido Clorídrico
Óxido de Ferro III
11. Calcular a porcentagem de ferro no Fe2(SO4)3.
12. Calcular a porcentagem de alumínio no Al2O3.
13. Calcular a porcentagem de cloro no cloro-platinato de potássio, K2PtCl6.
14. Deseja-se dosar fósforo em uma estação de tratamento de efluentes industriais de tal forma a
manter nos despejos uma relação DBO:P igual a 100:1. O composto a ser utilizado apresenta 52
% de P2O5 em massa. Sabendo-se que a vazão dos efluentes é de 500 m3/h e que a DBO é igual
a 1.000 mg/L, qual será o consumo diário do produto?
15. Completar a seguinte tabela:
Fórmula Nome Cátion Ânion Peso (g) molecular Equivalente grama (g)
NaOH Hidróxido de Sódio Na+ (OH)- 40 40
NH4OH
Na2CO3
NaHCO3
CaCO3
Ca(HCO3)2
MgCO3
Mg(HCO3)2
Al (OH)3
Fe(OH)3
Pb(OH)2
Cd(OH)2
FeCl3
FeSO4
FeS
Na2S
Na2SO4
NaCl
12
BaCl2
BaSO4
CaSO4
NaClO
Ca(ClO)2
AgCl
K2Cr2O7
K2CrO4
Na2S2O3
Na2S2O5
KMnO4
KCl
H2O2
8. Estudo das Soluções Aquosas
Os estudos de caracterização da qualidade das águas normalmente envolvem o
conhecimento dos graus em que as substâncias encontram-se disseminadas nas massas líquidas e
das formas de expressão das suas proporções quantitativas.
Nas determinações laboratoriais, por exemplo, há a necessidade do preparo de
reagentes em concentrações pré-estabelecidas, de proceder-se a diluições e misturas e de se valer
dos princípios da estequiometria para o conhecimento final de certas propriedades de uma amostra
de água. Estes problemas podem ser extrapolados para situações em escala ampliada, como por
exemplo as dosagens de soluções durante o tratamento de águas para abastecimento e residuárias.
Outro uso clássico dos conceitos aqui apresentados refere-se ao cálculo dos efeitos de lançamento
de despejos sobre os corpos receptores, objetivando a observação do atendimento aos padrões de
qualidade destes.
8.1. Soluções verdadeiras de sólidos em líquidos
As soluções verdadeiras são aquelas em que uma substância (soluto) encontra-se
disseminada na fase líquida (solvente), formando um sistema homogêneo e unifásico.
Os diversos tipos de partículas que se encontram na água podem ser classificados de
acordo com seus tamanhos, dos quais resultam propriedades importantes sob o ponto de vista do
tratamento de água. Na figura 1.1. apresenta-se o esquema geral de classificação do sistema de
partículas.
Figura 1 - Classificação e faixas de tamanho das partículas presentes na água
13
Nas soluções verdadeiras, a fase sólida é constituída de íons ou moléculas muito
pequenas, inferiores a 1nm. São praticamente cargas elétricas dispersas no meio, uma vez que a
relação área superficial/volume é muito elevada.
No tratamento de águas para abastecimento, as partículas em solução verdadeira
(dissolvidas) são as mais difíceis de serem separadas. Contaminantes químicos como metais
pesados e pesticidas não são removidos no tratamento convencional utilizado pelos municípios.
Para a remoção destes sólidos dissolvidos na água são necessários processos à base de troca-iônica,
osmose reversa, ultrafiltração, entre outros, que são muito sofisticados e caros, inviabilizando o uso
da água quimicamente contaminada para uso público. A eliminação desses resíduos deve ser feita
prioritariamente na fonte (indústrias), isto é, durante a fase de tratamento de água residuária
industrial, antes de sofrer diluição no corpo receptor.
Já as partículas presentes em estado coloidal apresentam maior facilidade na
remoção do que as anteriores, representando o limite da capacidade dasestações de tratamento de
águas municipais. Este estado coloidal é formado por partículas resultantes da decomposição de
vegetais e das descargas de certos efluentes industriais. Apresentam também relações área
superficial/volume elevadas e manifestam cargas elétricas superficiais que originam campos
eletrostáticos ao redor das partículas. Esta estabilidade das partículas coloidais na água pode, no
entanto, ser reduzida mediante a introdução de coagulantes e produtos auxiliares, na fase inicial do
tratamento da água.
No outro extremo da classificação do sistema de partículas encontram-se os sólidos
em suspensão. São partículas de diâmetros superiores a 100 mµ, removíveis por sedimentação
simples.
8.2. Formas de expressão da concentração das soluções
Existem diversas formas de se expressar as proporções entre soluto e solvente e
soluto e solução. A transformação de uma forma em outra consiste em necessidade constante nos
problemas relativos às dosagens de soluções.
a. Concentração “propriamente dita”, C: é a relação entre a massa do soluto e o volume da
solução. Unidades: mg/L, g/L, Kg/m 
b. Concentração molar ou “molaridade”, M: É a relação entre o número de moles do soluto e o
volume da solução. Unidade: moles/L = “molar”
c. Concentração normal ou “normalidade”, N: É a relação entre o número de equivalentes-grama do
soluto e o volume da solução. Unidades: eq/L = “normal” ou meq/L (milésimos de
equivalentes por litro).
d. Título ou porcentagem em peso, τ : É a relação entre a massa do soluto e a massa da solução,
expressa em porcentagem.
8.3. Relações entre as diversas formas de expressão da concentração de uma solução
 Pode ser facilmente demonstrado, a partir das definições de número de moles e de número de
equivalentes-grama que:
.).( )()/()/( MPMC mgsolutolitromolesLmg x=
14
e que:
( / ) ( ./ ) ( )mg L equiv litro soluto mgC N Egx=
São comuns também as expressões de concentrações de partículas na água através de
“partes por milhão” (ppm) e “partes por bilhão” (ppb). Deve ser lembrado que estas expressões são
relações massa/massa e quando se estabelecem equivalências entre mg/L e ppm, levam-se em
consideração que a densidade da solução “água” é igual a 1, o que é bastante razoável.
Definindo-se densidade de uma solução como sendo a relação entre sua massa e seu
volume, pode-se estabelecer as correspondências entre o título da solução e as demais formas de
expressão, que relacionam as quantidades de soluto com os volumes de solução:
Pode ser escrito que:
C
d
=
τ .
100
onde C é a concentração em g/L ou mg/L;
τ é o título da solução em %;
d é a densidade da solução; g/mL, mg/L, etc...
Esta relação é útil, por exemplo, para o preparo de soluções ácidas. Nos rótulos dos
ácidos p.a., aparecem as seguintes inscrições:
Ácido Sulfúrico : H2SO4 p.a. densidade: 1,84g/mL
 título: 96,5 - 98%
Ácido Clorídrico: HCl p.a. densidade: 1,19 g/mL
 título: 36 - 38%
Ácido Nítrico : HNO3 p.a. densidade: 1,40 g/mL
 título: 65%
Para se saber a correspondência em g/L de uma solução, por exemplo, de ácido
clorídrico a 37%, temos:
C
x
g mL ou g L= =
37 119
100
0 44 440
.
, / /
a concentração normal correspondente será de:
N
g L
N= + =
440
35 5 1
1
12
/
( , )
15
8.4 Exercícios resolvidos – concentração das soluções
a) Dissolveu-se 3 g de ácido acético, H3C – COOH, em 2,0 L de água. Qual a concentração da
solução resultante em mg/L, molar e normal?
Solução:
a. Concentração em mg/L:
C = m1 / V3 , onde:
C = Concentração da solução, em mg/L
m1 = massa do soluto. m1 = 3 g = 3.000 mg
V3 = Volume da solução, em L. V3 = 2,0 L
C = 3.000 / 2,0 = 1.500 mg/L
b. Concentração molar:
b.1. Peso molecular do ácido acético (M1):
M1 = (4x1) + (12x2) + (16x2) = 60 g
b.2. Número de moles (n1) presentes em 3 g do ácido:
n1 = m1 / M1 = 3,0 / 60 = 0,05 moles
b.3. Concentração Molar (M):
M = n1 / V3 = 0,05 / 2 = 0,025 moles / L = 0,025 M
c. Concentração normal:
c.1. Equivalente grama do ácido acético (E1):
E1 = M1 / v
V = 1 (número de hidrogênios ionizáveis)
E1 = 60 / 1 = 60 g
c.2. Número de equivalentes grama (ne1) em 3 g do ácido:
ne1 = m1 / E1 = 3 / 60 = 0,05 eq.
c.3. Concentração normal (N):
N = ne1 / V3 = 0,05 / 2,0 = 0,025 N
Nota: quando v = 1, o peso molecular do soluto é igual ao seu equivalente grama e o valor da
concentração molar coincide com o da concentração normal.
b) Qual é a massa de carbonato de sódio, Na2CO3, necessária para o preparo de 500 ml de solução
0,02 N?
Solução:
a. Peso molecular do composto (M1):
M1 = (23x2) + (12x1) + (16x3) = 106 g
b. Equivalente grama (E1):
E1 = M1 / v , onde v = 2. Portanto: E1 = 106 / 2 = 53 g
c. Concentração da solução (C ):
C = N x E1. Portanto, C = 0,02 x 53 = 1,06 g /L ou 1060 mg / L
16
d. Cálculo da massa (m1):
C = m1 / V3. Portanto, m1 = C x V3. Mas V3 = 500 mL = 0,5 L.
Portanto, m1 = 1060 x 0,5 = 530 mg
Nota: O Carbonato de Sódio é um padrão primário utilizado na padronização de ácidos.
c) Calcular a concentração em g / L, molar e normal de uma solução de ácido sulfúrico, H2SO4,
cujo título é τ = 96 % e cuja densidade é d = 1,84 g / mL.
Solução:
a. Concentração (C) , em g / L:
C = (τ x d) / 100
C = ( 96 x 1,84 ) / 100 = 1,766 g / mL = 1766 g / L
b. Concentração molar ( M ):
b.1. Peso molecular do ácido (M1):
M1 = ( 2x1 ) + ( 32x1) + ( 16x4 ) = 98 g
b.2. Concentração molar (M):
M = C / M1 = 1766 / 98 = 18 M
c. Concentração normal (N):
c.1. Equivalente grama do ácido:
E1 = M1 / v = 98 / 2 = 49 g
c.2. Concentração normal:
N = C / E1 = 1766 / 49 = 36 N
8.4. Exercícios propostos – concentração das soluções
1. Calcular as massas necessárias de soluto para o preparo das seguintes soluções:
a. 500 mL de Na2SO4 0,01 N
b. 250 mL de AgNO3 0,0141 M
c. 1000 mL de Ca(OH)2 50 g / L
2. Completar a seguinte tabela:
ConcentraçãoSoluto Massa Soluto
(mg)
Vol. Solução
(mL) mg / L Mol/L=M Eq/L=N
Al2(SO4)3.18H2O 40.000 2.000
FeSO4.7H2O 10.000 5.000
NaOH 600 1.000
BaCl2 25 250
3. Calcular a concentração em g / L, molar e normal de uma solução de ácido nítrico, cujo título é T
= 65% e cuja densidade é d = 1,40 g / mL.
17
8.5. Diluição e mistura de soluções de mesmo soluto
Estes conceitos são importantes tanto para o preparo de reagentes em laboratório
como para estudos ambientais, como por exemplo a determinação das características de um rio ou
lago após sofrer as descargas de esgotos ou das águas de um córrego poluído, visando o
atendimento aos seus padrões de qualidade.
8.5.1. Diluição de soluções
Este procedimento é importante em laboratório para o preparo de soluções padrão
(diluídas) a partir de soluções estoque (concentradas), utilizadas em operações analíticas como
titulações, ou em determinações instrumentais como as espectrofotométricas ou cromatográficas.
A diluição de uma solução é feita utilizando-se, basicamente, um balão volumétrico
de volume igual ao da solução diluída desejada. O volume da solução estoque a ser transferido para
o balão é calculado, devendo-se escolher uma pipeta de volume compatível. Após esta operação,
basta completar o volume útil do balão com água destilada ou desionizada, dependendo do caso.
O princípio fundamental da diluição é o de que a quantidade de soluto da solução
estoque (pipeta), expressa em massa, número de moles ou de equivalentes-grama, é a mesma da
solução diluída (balão volumétrico). Assim, recorrendo-se às definições de concentração,
molaridade e normalidade, podem ser deduzidas as seguintes expressões que são utilizadas nos
cálculos de diluições:
CA.VA = CB.VB
MA.VA = MB.VB
NA.VA = NB.VB
onde: índice A: solução estoque
índice B: solução diluída
C: concentração da solução em mg/L ou g/L
N: normalidade da solução
M: molaridade da solução
8.5.2. Misturade soluções
O princípio básico da mistura é que a quantidade de soluto da solução final é igual à
soma das quantidades de soluto das soluções iniciais. Expressando-se a quantidade do soluto em
massa, por exemplo, pode ser escrito que:
M
A A B B
A B
C C V C VV V onde=
+
+
, :
índices A e B: soluções iniciais
índice M: solução final (mistura)
C: concentração em mg/L ou g/L
18
Generalizando-se para a mistura de n soluções de mesmo soluto, temos:
M
i
i
n
i
i
i
nC
CV
V
= =
=
∑
∑
1
1
Existem várias aplicações do conceito de mistura em estudo de qualidade das águas,
como as dosagens de produtos químicos em ETAs ou cálculo dos efeitos do lançamento de esgotos
sanitários e efluentes industriais nos corpos receptores. Nestes casos, tratam-se de misturas
contínuas e para o cálculo da concentração final, os volumes devem ser substituídos por vazões.
Assim, teremos:
M
i
i
n
i
ii
nC
C Q
Q
= =
=
∑
∑
1
1
Isto porque, na realidade, o cálculo de uma mistura é um balanço pontual de massa.
Este balanço deve incluir as descargas (massa por unidade de tempo) dos diversos constituintes
considerados à entrada e à saída do ponto de mistura. O produto entre vazão e concentração
representa este fluxo de massa por unidade de tempo.
8.6. Exercícios resolvidos – Diluição e mistura de soluções
1. Em uma casa de química de uma estação de tratamento de água, deseja-se dosar cal hidratada,
Ca(OH)2, de forma a resultar em uma concentração de 20 mg/L na água. A estação trata 200 L/s
de água.
Qual o volume necessário de tanques de preparo e qual a capacidade do sistema de dosagem?
Solução:
A. Concentração da suspensão da Ca(OH)2 no tanque de preparo:
Será considerado o preparo da suspensão com τ = 20%.
A densidade da suspensão é d = 1,2 g/mL. A concentração resultante será de:
C
x d
x g mL mg L= = = =
τ
100
0 20 1 2 2 4 240000, , , / /
B. Cálculo da vazão necessária da suspensão:
Pelo princípio da mistura: Q1C1 + Q2C2 = (Q1 + Q2).C3, onde:
Q1 - vazão de água da ETA = 200 L/s
C1 = Concentração de Ca(OH)2 na água bruta C1 = 0
Q2 = Vazão necessária de suspensão de Ca(OH)2
C2 = Concentração da suspensão de Ca(OH)2 = 240.000 mg/L
C3 = Dosagem de Ca(OH)2 = 20 mg/L
∴ 200 x 0 + Q2 x 240.000 = (200 + Q2) x 20
∴ Q2 = 0,0167 L/s ou 1,0 L/min
19
C. volume útil dos tanques de preparo:
Considerando-se o emprego de dois tanques de preparo operando
alternadamente a cada 24 horas, o volume de cada tanque será:
V L s x s
dia
L ou m= =0 0167 86400 1443 1 443 3, / ,
Comentário: O volume útil do tanque, na prática, deverá ser acrescido de 10% para o acúmulo de
insolúveis. O dosador de suspensão de cal normalmente empregado é o rotativo de canecas. Fazem
parte ainda do projeto do tanque: o material a ser utilizado, o equipamento de mistura, o cocho de
dissolução da cal hidratada, as tubulações e acessórios, etc..
2. Um córrego poluído de vazão igual a 5 L/s, DBO igual a 50 mg/L, concentração de oxigênio
dissolvido igual a 2 mg/L e temperatura de 26°C, descarrega suas águas em rio de vazão igual a
45 L/s, DBO igual a 5 mg/L, oxigênio dissolvido igual a 6,5 mg/L e temperatura de 20°C.
Supondo-se que a 50m a jusante a mistura já tenha sido completada, quais as características das
águas do rio nesse ponto?
Solução:
A) Cálculo da DBO da mistura
MISTURA
RIO RIO CÓR CÓR
RIO CÓR
Q DBO Q DBO
Q Q
x x
=
+
+
. .
.
∴ =
+
+MISTURADBO
x x
mg L
45 5 5 50
45 5
9 5, /
B) Cálculo do oxigênio dissolvido da mistura:
MISTURA
RIO RIO CÓR CÓR
RIO CÓR
O D
Q O D Q O D
Q Q
x x
mg L. . . . . .. .
.
, /=
+
+
= 6 05
C) Cálculo da temperatura da mistura:
MISTURA
RIO RIO CÓR CÓR
RIO CÓR
oT
Q T Q T
Q Q
x x
C=
+
+
=. .
.
,20 6
20
3. Em uma cidade, são reservadas para o abastecimento público conjuntamente águas de três
procedências:
- Estação de Tratamento de Água: vazão: 20L/s
pH : 8,0
- Poço Artesiano: vazão: 5L/s
pH : 9,0
- Fonte com Cloração: vazão: 5L/s
pH : 6,0
Calcular o valor do pH das águas distribuídas.
Solução:
Considerando-se o conceito de pH, a ser definido posteriormente: pH = - log [H+], pode ser
calculada a concentração hidrogeniônica [H+] = 10-pH da mistura, através de:
[ ]
[ ] [ ] [ ]
+
+ + +
=
+ +
+ +
H
Q H Q H Q H
Q Q QMIST
ETA ETA poç o poç o fonte fonte
ETA poç o fonte
x x x
[ ]∴ = + ++ + =
+
− − −
−H MIST
x x x x20 10 5 10 5 10
20 5 5
1 735 10
8 9 6
6,
( )∴ = − =−pH xMIST log( , ) ,1 735 10 6 76
6
4. Delinear o procedimento para se determinar a vazão de um rio em um ponto de difícil acesso
para a medição direta, através do lançamento de uma solução de cloreto de sódio.
Solução:
Deverá ser preparada a solução de cloreto de sódio concentrada (salmoura) e lançada continuamente
nas águas do rio. Conhecendo-se a vazão de lançamento da solução e sua concentração e medindo-
se as concentrações de cloreto nas águas do rio antes do ponto de lançamento e após a ocorrência da
mistura completa, pode-se calcular a vazão do rio através de:
Q1C1 + Q2C2 = (Q1 + Q2).C3, onde:
Q1 = Vazão do rio, a ser determinada
C1 = Concentração de cloretos nas águas do rio, a montante do ponto de lançamento em mgCl-/L
Q2 = Vazão da solução concentrada de NaCl
C2 = Concentração da solução de NaCl, em mgCl-/L
C3 = Concentração de cloretos nas águas do rio, a jusante do ponto de lançamento, em mgCl-/L
Nota: Esta técnica foi substituída pelo uso de traçadores radioativos, que podem ser detectados em
concentrações bem mais baixas.
5. Os efluentes líquidos de uma indústria de celulose apresentam as seguintes características:
Vazão média: 1800m3/h
Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO5,20°C = 300mg/L
Cor: 2.000mg/L (Pt)
Temperatura: 60°C
21
Oxigênio Dissolvido: 0 mg/L
pH = 4,5
Estes efluentes serão descarregados em um rio classe II, que apresenta as seguintes características:
Vazão mínima: 100 m3/s
Demanda Bioquímica de Oxigênio DBO5,20°C: 4mg/L
Cor: 15mg/L Pt
Temperatura: 22°C
Oxigênio Dissolvido: 5,5 mg/L
pH: 7,0
Exigências para o lançamento:
- padrões de emissão:
. DBO5,20°C: inferior a 60mg/L ou 80% de remoção
. Temperatura: inferior a 40°C, elevação inferior à 3°C
. pH: entre 5,0 e 9,0
- padrões das águas classe II:
. DBO5,20°C: inferior à 5,0mg/L
. Cor: inferior à 75mg/L
. Oxigênio Dissolvido: superior a 5,0mg/L
. pH: entre 6 e 8
Determinar os graus de tratamento necessários para que o lançamento seja permitido.
Solução:
A) Verificação dos padrões de emissão:
A.1. DBO5,20°C
Para a obtenção de uma DBO5,20°C inferior à 60mg/L, a eficiência necessária de tratamento será
E x=
−
=
300 60
300
100 80%.
Normalmente são empregados processos biológicos aeróbios como os sistemas de
lodos ativados e lagoas aeradas mecanicamente seguidas de lagoas de decantação para o tratamento,
resultando em eficiências na remoção de DBO superiores a 90%.
A.2. Temperatura
Para que a elevação de temperatura das águas do rio (∆T ) não seja superior à 3°C, a temperatura
máxima dos efluentes industriais poderá ser calculada através de:
∆ =
+
+
T x Q T x Q
Q Q
RIO RIO EFL EFL
RIO EFL
∆T = Elevação máxima, 3°C
TRIO: Temperatura das águas do rio à montante do lançamento
QRIO: Vazão mínima do rio
TEFL: Temperatura dos efluentes industriais
22
QEFL: Vazão média dos efluentes industriais (1.800m3/h=0,5m3/s)
3
22 100 0 5
100 0 5
22=
+
+
−
x xEFLT ,
,
∴ TEFL = 625°C
Assim, a temperatura máxima dos efluentes industriais não poderá ser superior à
40°C, para atendimento ao padrão de emissão. No entanto, o próprio tratamento biológico exige
temperaturas inferiores a 40°C para facilitar a dissolução do oxigênio na água.
A.3. pH
O pH dos efluentesnão atende aos padrões de emissão, mas o tratamento biológico por si só exige
pH próximo a 7,0.
B) Verificação dos requisitos da Classe II:
B.1. DBO5,20°C
Para que a DBO das águas do rio não ultrapasse 5mg/L, a DBO máxima dos efluentes industriais
pode ser calculada através de:
QRIO x DBORIO + QEFL x QEFL= (QRIO + QEFL) x DBOCLASSE 2, onde:
QRIO = vazão mínima do rio = 100m3/s
DBORIO=DBO5,20 das águas do rio à montante do lançamento=4mg/L
QEFL = vazão média dos efluentes industriais = 0,5m3/s
DBOEFL = DBO5,20°C máxima dos efluentes industriais
DBOCLASSEII = DBO5,20°C máxima permitida para rio classe (5mg/L)
Assim:
100 x 4 + 0,5 x DBOEFL = (100 + 0,5) x 5
∴ DBOEFL = 205 mg/L
Portanto a eficiência necessária será de 80%, para atender ao padrão de emissão.
B.2. Cor
Para que a cor das águas do rio não ultrapasse a 75mg/L, a cor máxima dos efluentes industriais
pode ser calculada através de:
QRIO x CORRIO + QEFL x COR EFL= (QRIO + QEFL) x CORCLASSEII
onde:
QRIO = vazão mínima do rio: 100m3/s
CORRIO = cor das águas do rio, a montante do ponto de lançamento: 15 mg/L Pt
QEFL = vazão média dos efluentes industriais 0,5m3/s
COREFL = cor máxima a ser apresentada pelos efluentes industriais
CORCLASSEII = cor máxima permitida para as águas de Classe II (75 mg/L)
23
Assim:
100 x 15 + 0,5 x COREFL = (100 + 0,5) x 75
∴ COREFL = 12075 mg/L
Lançando-se os efluentes com cor = 2000 mg Pt/L, a cor da mistura será:
COR
x x
mg LMIST = =
100 0 5 2000
100 5
25
,
,
/ 100x15 + 0,5x200
B.3. Oxigênio Dissolvido
Para que a concentração de oxigênio dissolvido nas águas do rio não seja inferior a 5,0 mg/L, a
concentração mínima de oxigênio dissolvido nos efluentes industriais pode ser calculada através de:
QRIO x ODRIO + QEFL x ODEFL = (QRIO + QEFL) x ODCLASSEII
Onde:
QRIO = vazão mínima do rio = 10m3/s
ODRIO = Oxigênio dissolvido nas águas do rio à montante do ponto de lançamento = 5,5 mg/L
QEFL = vazão média dos efluentes industriais = 0,5m3/s
ODEFL = oxigênio dissolvido mínimo nos efluentes industriais
ODCLASSEII = oxigênio dissolvido mínimo para rios Classe II
Assim:
100 x 5,5 + 0,5 x ODEFL = (100 + 0,5) x 5
∴ ODEFL = -95 (impossível)
Lançando-se os efluentes com OD = 0, o OD da mistura será OD
x
mg LMIST =
+
=
100 5 5 0
100 5
5 47
,
,
, / .
No entanto os efluentes dos sistemas de tratamento aeróbios apresentam O.D. na faixa de 1 a
2mg/L, pelo menos.
Para que o pH das águas do rio não caia abaixo de 6, o pH mínimo dos efluentes industriais (pHEFL)
pode ser calculado através de:
QRIO[H+]RIO + QEFL[H+]EFL = (QRIO + QEFL) x [H+]CLASSE II
Assim:
100 x 10-7 + 0,5 x [H+]EFL = (100 + 0,5) x 10-6
∴ [H+]EFL = 18 x 10-4 ⇒ pHEFL = 3,74
Lançando-se os efluentes com pH = 4,5, após a mistura teremos:
( )H x x x pHMIST MIST
+
− −
−=
+
= ⇒ =
100 10 0 5 10
11005
2 57 10 6 59
7 4 5
7,
.
, ,
,
No entanto, para o próprio processo biológico de tratamento é necessária a neutralização da acidez
dos despejos.
24
8.7. Exercício Proposto – diluição e mistura de soluções
Deseja-se verificar a possibilidade de lançamento em rio classe 2 de um despejo industrial cujas
características são:
Vazão: 450 m3/h
DBO: 2.500 mg/L
Temperatura: 60oC
pH: 4,5
Cor: 1.200 U.C.
Oxigênio dissolvido: zero
O rio, a montante do lançamento em questão, apresenta as seguintes características:
Vazão: 10 m3/s
DBO: 3,5 mg/L
Temperatura: 21oC
pH: 6,5
Cor: 30 U.C.
Oxigênio Dissolvido: 5,5 mg/L
Os limites impostos pela legislação para rios classe 2, são:
DBO: menor que 5 mg/L
Temperatura: Variação menor que 3oC
pH: entre 5 e 9
Cor: menor que 75 U.C.
Oxigênio dissolvido: maior que 5 mg/L.
Pergunta-se: Qual (is) parâmetro (s) deverá (ão) ser modificado(s) e com que redução (ões)
percentual (is)?
8.8. Titulação de soluções - Princípio de Equivalência
A titulação é uma operação bastante utilizada nas análises da qualidade química das
águas. Além do uso na padronização de reagentes, diversos parâmetros podem ser determinados
através de titulação tais como acidez e alcalinidade (titulação de neutralização ácido-base), dureza
(titulação de complexação) e oxigênio dissolvido (titulação de óxido-redução).
As análises através de titulação são muito úteis em pequenos laboratórios onde o uso
de instrumentação mais sofisticada não é possível.
O princípio fundamental da titulometria é o de que o número de equivalentes-grama
do soluto transferidos da solução titulante é igual ao número de equivalentes-grama do soluto da
solução problema (amostra). Isto porque as reações se processam de equivalente para equivalente.
Deste princípio decorre a equação fundamental da titulometria:
NA . VA = NB . VB, onde:
NA = Concentração normal da solução problema
VA = Volume utilizado da solução problema
NB = Concentração normal da solução titulante
VB = Volume gasto da solução titulante
25
A titulação é realizada transferindo-se para um frasco Erlenmeyer certo volume da
solução a ser padronizada. A solução titulante é transferida através de Becker e funil para uma
bureta. A reação se desenvolve dispensando-se gradativamente o conteúdo da bureta no
Erlenmeyer, sob mistura manual ou eletromagnética. O ponto final da reação (ponto de
equivalência) é evidenciado mediante o emprego da solução indicadora adequada que altera sua
coloração ou forma precipitado quando a reação se completa, sem interferir em seu curso. Pode
também ser indicado por instrumentos tais como potenciômetros, como é o caso das titulações de
neutralização ácido-base controladas através de pHmetros.
8.8.1. Exercícios resolvidos – Titulação das soluções
1. Delinear o procedimento completo para a determinação da acidez de uma amostra de água
através de titulação com solução de NaOH 0,02 N.
Solução:
A) Preparo da solução estoque de NaOH
Será considerado o preparo de 1 litro de solução estoque a 0,15N. Esta solução poderá ser
utilizada também para outras análises.
A.1. Massa de NaOH a ser pesada:
N = 0,15 N
V = 1 L
C N Eq g x g LSOLUTO= =
+ +
=. . ,
( )
/0 15
23 16 1
1
6
Portanto deverão ser pesadas 6g de NaOH.
A.2. Procedimento: O hidróxido de sódio deverá ser pesado em balança analítica e pré-
dissolvido em água desionizada utilizando-se um Becker e um bastão de vidro. Em
seguida deverá ser transferida para um balão volumétrico de 1 litro que terá seu volume
completado com água desionizada. Após a homogeneização, a solução deverá ser
transferida para um frasco de reagentes de 1 litro, devidamente etiquetado.
B) Preparo da solução de NaOH 0,02N
B.1. Diluição da solução de NaOH 0,15N
A solução preparada deverá ser diluida para aproximadamente 0,02 N, que será utilizada
na análise.
B.1.1. Cálculo do volume necessário da solução de NaOH 0,15N, para o preparo de solução
aproximadamente 0,02N:
- volume de solução a ser preparada: 500 ml (adotado)
NA.VA = NBVB
0,15 x VA = 0,02 x 500 mL
V
x
mLA = =
0 02 500
0 15
66 7
,
,
,
B.1.2. Procedimento: 67mL da solução 0,15N deverão ser pipetados no balão volumétrico de
500mL que terá seu volume completado com água desionizada. A solução preparada
deverá ser em seguida padronizada antes do uso na análise da amostra de água.
26
B.1.3. Padronização da solução de NaOH aproximadamente 0,02N
B.1.3.1. Preparo da solução de ácido oxálico 0,02N
O ácido oxálico é um padrão primário normalmente utilizado na padronização de bases.
Apresenta-se no estado sólido. Fórmula química: C2O4H2.2H2O (peso molecular = 126g;
equivalente-grama = 63g).
* volume de solução de ácido oxálico 0,02N a ser preparada (adotado: 1000 mL)
* massa de ácido oxálico a ser dissolvida:
C = N.Eq.g ⇒C = 0,02 x 63 = 1,26 g/L,
Como será preparado 1L de solução, a massa a ser pesada é de 1,26g.
* procedimento: O ácidooxálico deverá ser pesado em balança analítica e pré-dissolvido
em água desionizada utilizando-se um Becker e bastão de vidro. Em seguida deverá ser
transferido para o balão volumétrico de 1000 mL, utilizando-se funil. O balão deverá ter
o seu volume completado com água desionizada, sob agitação. A solução preparada
deverá ser transferida para o frasco de reagentes etiquetado.
B.1.3.2. Titulação da solução de NaOH ~ 0,02N
* procedimento: 2,5 mL da solução de NaOH a ser titulada deverão ser transferidos para
o erlenmeyer, conjuntamente com a solução indicadora (fenolftaleína em álcool). A
bureta deverá ser preenchida com a solução de ácido oxálico 0,02N. O ponto final de
reação é indicado pelo desaparecimento da coloração rosa da solução no Erlenmeyer. O
volume gasto de solução de ácido oxálico deverá ser anotado e a normalidade real
calculada através de A
B B
A
N N VN
x
= . A solução de NaOH padronizada deverá ser
transferida para o frasco de reagente etiquetado. (CORRIGIR A FÓRMULA)
C) Determinação da acidez da amostra de água
Será visto posteriormente que a acidez da água é sua capacidade de neutralizar uma
base forte, devido à presença de gás carbônico dissolvido, ácidos orgânicos (ex: ácido acético),
ácidos minerais (ex: ácidos clorídrico, sulfúrico e nítrico). A determinação da acidez da água é feita
titulando-se a amostra com solução de NaOH 0,02N. A fenolftaleína pode ser usada como solução
indicadora para a obtenção da acidez total e o alaranjado de metila para a determinação da acidez
devida a ácidos fortes.
A titulação deve ser desenvolvida da mesma forma que as anteriores, calculando-se a
normalidade da amostra através de A
B B
A
N N VV
x
= . Para se expressar os resultados de acidez em
mg/L, há a necessidade de se definir um soluto de referência para o uso de seu equivalente-grama
para o cálculo da concentração de ácidos em mg/L. Isto porque a acidez da água é provocada por
uma mistura desconhecida de solutos. O soluto de referência utilizado é o carbonato de cálcio,
CaCO3, que tem equivalente-grama igual à 50g ou 50.000mg (peso molecular igual a 100g). Deve
ficar claro que apesar de o resultado da acidez da água ser expresso em mg/L de CaCO3, isto não
significa que seja este o composto produtor da acidez, o que, neste caso, nem seria possível.
Quando se tem a solução de NaOH exatamente 0,02N e se utilizam 100 mL da
amostra de água, a acidez pode ser calculada através de:
27
acidez mg L CaCO
x
x xGASTO NaOH GASTO DE NaOH
V V( / )
,
.3
0 02
100
50 000 10= =
Ou seja, para o cálculo da acidez em mg/L de CaCO3, basta multiplicar o valor lido
na bureta por dez.
2. Em um acidente, 200 litros de ácido sulfúrico concentrado, H2SO4 18M, foram descarregados
em um lago de 1.7x107 litros de volume, cujas águas apresentavam pH = 7,0. Sabendo-se que os
peixes do lago sobrevivem apenas em águas com pH > 5, verificar se ocorrerá mortandade de
peixes. Em caso afirmativo, determinar a massa de cal virgem necessária para que as águas do
lago retornem às condições anteriores.
Obs: H SO H SOM M2 4 4
22
18 36
⇔ ++
A) Cálculo do novo pH das águas do lago:
[ ]
[ ] [ ]
+
+ +
=
+
+H
V H V H
V VMIST
LAGO LAGO
LAGO
H SO H SO
H SO
.
2 4 2 4
2 4
[ ]∴ = ++
+
−
H MIST
x x x
x
1 7 10 10 200 36
1 7 10 200
7 7
7
,
,
[ ]+ −= ⇒ =H pHmist MISTx4 0 10 4 04, ,
B) Cálculo da massa necessária de CaO
CaO + H2SO4 → CaSO4 + H2O
56g ↔ 98g
mH2SO4 = 18 moles/L x 200L x 98 g/mol = 352800g = 352,8Kg
∴ = =m x KgCaO 352 8
56
98
201 6, ,
3. Um curso de água tem um espelho de largura média igual a 2m. Neste curso de água é lançada
através de uma indústria de refrigerantes, uma vazão de 1L/s de uma solução de soda cáustica
de concentração igual a 40g/L. Na seção do lançamento o rio apresenta uma vazão de 155 L/s e
um nível de concentração de CO2 de 5 mg/L. Se admitirmos que a taxa de reintrodução de CO2
a jusante do lançamento é de 2 mg/s.m2 de espelho, pergunta-se:
A) A que distância toda a soda estará neutralizada?
B) Qual será o consumo de solução de ácido clorídrico, título igual a 36,2% e densidade
1,15g/mL, necessário para que toda a soda seja neutralizada antes de atingir o rio?
C) Qual será a elevação da concentração de cloreto nas águas do rio, se a medida de neutralizar
a soda for adotada?
Solução:
A) Cálculo da distância (L) em que toda a soda estará neutralizada pelo CO2 das águas do rio:
28
A.1. Descarga de CO2 nas águas do rio (D’CO2)
D’ CO2 = 0.005g/L x 155L/s = 0,775 g/s
A.2. Parcela da solução de NaOH neutralizada no ponto de lançamento (D’NaOH):
Através da equação da reação de neutralização:
CO2 + 2NaOH → Na2CO3 + H2O
44g ↔ 80g
podemos concluir que:
44g - 80g
0,775g/s - D’NaOH
′ = =D NaOH
x
g s
0 775 80
44
1 41
,
, /
A.3. Parcela de NaOH a ser neutralizada ao longo do rio (D’’NaOH):
D’’NaOH = DNaOH - D’NaOH = 40 - 1,41 ≅ 38,6 g/s
A.4. Descarga de CO2 necessária para neutralizar a parcela remanescente de NaOH
( )2COD" :
Novamente, através da equação da reação de neutralização, podemos escrever que:
" , , / /D CO
x
g s ou mg s
2
38 6 44
80
21 23 21230= =
A.5. Cálculo da distância (L):
A descarga necessária "D CO2 é igual ao produto entre a taxa de reintrodução de CO2 e a
área de espelho de água até o ponto de neutralização.
Largura do espelho de água: 2m
Comprimento até a neutralização: L
Área até a neutralização: 2L
∴ "D CO2 = 21230 mg/s = 2 mg/s.m
2 x 2L → L = 5307,5m
B) Consumo de Ácido Clorídrico
B.1. Concentração da solução de HCl, em g/L:
C
x d x
g cm g L= = = =
τ
100
36 2 115
100
0 416 4163
, ,
, / /
B.2. Consumo de HCl:
Através da equação da reação de neutralização:
HCl + NaOH → NaCl + H2O
36,5g - 40g
29
Podemos concluir que a descarga de HCl (DHCl)
36 5 40
40
,
/
g g
D g sHCl
−
−




∴ =−D g sCl 36 5, /
e a vazão (QHCl) necessária será:
HCl
HClQ DC
g s
g L
L s ou L hora= = =
36 5
416
0 08774 787 72
, /
/
, / , /
C) Elevação da concentração de cloreto nas águas do rio:
Através da equação da reação de neutralização:
HCl + NaOH → NaCl + H2O
36,5 35,5g
Podemos concluir que a descarga de cloretos (Dcl-) será:
36 5 35 5
36 5
, ,
, /
g g
g s DCl
−
−



 −
∴ =D g sCL 35 5, /
e a concentração de cloretos (CCl-) será:
ClC DQ
Cl
RIO
g L ou mg L−
−
= =
+ +
=
35 5
155 1 0 0877
0 228 228
,
( , )
, / /
4. Uma indústria lança uma vazão de 0,2L/s de uma solução contendo ácido acético em um rio. A
solução apresenta uma concentração de 0,2g/L. Qual o consumo anual de oxigênio das águas do rio,
sabendo-se que a equação da reação de decomposição é:
H3C - COOH + 2O2 → 2CO2 + 2H2O
 60g ↔ 64g
Solução:
a. Descarga de ácido acético (DAAC):
DAAC = 0,2 x 0,2 = 0,04g/s
b. Descarga de O2 necessária para a decomposição:
60 64
0 04
g g
g s DAAC
−
−



 , /
30
∴ = =AACD
X
g s
0 04 64
60
0 0427
,
, /
C. Consumo anual de O2 = 0,0427g/s x 365 x 86400 = 1345,5Kg
8.8.2. Exercícios propostos – titulação das soluções
1. Quantos moles de ácido sulfúrico são neutralizados por 4 equivalentes de hidróxido de sódio?
(Resposta: 2 moles)
2. Tem-se 0,98 g de ácido sulfúrico em 1 L de solução. Qual é a concentração molar? Qual é a
concentração normal? (Resposta: 0,01 M ; 0,02 N)
3. Tem-se 3,7 g de hidróxido de cálcio em 5 L de solução. Qual é a concentração molar? Qual é a
concentração normal? (resposta: 0,01 M ; 0,02 N)
4. (a) Quantos equivalentes de hidróxido de bário existem em 200 mL de uma solução 0,1 N? (b)
Quantos moles? (c) Quantos equivalentes de ácido clorídrico são necessários para a sua
neutralização? (d) Quantas gramas? (Resposta:(a )0,02 ; (b) 0,01 ; (c) 0,02 ; (d) 0,73 g)
5. Se 10 mL de certa solução de ácido sulfúrico neutralizou 20 mL de uma solução 1 N de
hidróxido de potássio, qual é a sua concentração em (a) equivalentes por litro (b) moles por litro
(c) gramas por litro? (Resposta: (a) 2 N ; (b) 1 M ; (c) 98 g/L)
6. Se 25 mL de um ácido 0,2 N neutralizou uma base, quantos equivalentes de base existiam?
Quantas gramas de base existiam se ela fosse (a) hidróxido de sódio; (b) hidróxido de cálcio?
(Resposta: 0,005 ; (a) 0,2 g ; (b) 0,185 g)
7. Se 10 mL de hidróxido de amônia N / 5 neutralizam 20 mL de ácido sulfúrico, qual a
concentração deste? (Resposta: 0,1 N)
8. Quantos mL de ácido 0,2 N são necessários para neutralizar 25 mL de alcalinidade 0,25 N?
(Resposta: 62,5 mL)
9. Quantos mL de solução 0,2 M de HCl neutralizam 0,02 moles de: (a) KOH; (b) Ba(OH)2, cada
um dissolvido em 500 mL de água? (Resposta: (a) 100 ; (b) 200 )
10. (a) Quantos equivalentes de ácido oxálico, H2C2O4, são necessários para neutralizar 1
equivalente de KOH? (b) quantos moles de ácido oxálico por mol de KOH? (c) Quantas
gramas? (Resposta: (a) 1 eq. ; (b) 0,5 moles ; (c) 0,8 g)
31
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GENDA, A. “ÁTOMO”. Apostila da disciplina “Química Sanitária I” do Curso de Saúde Pública
para Graduados. Faculdade de Saúde Pública – USP, 1972.
2. HILDEBRAND, J.H., “Principles of Chemistry”. The Macmillan Company, New York, 4th ed.
1940.
3. KATO, M.T. Notas de aula da disciplina “Qualidade da Água, do Ar e do Solo”, Escola de
Engenharia Mauá, 1983.
4. MAHAN, B. H., “UNIVERSITY CHEMISTRY”. Addison–Wesley Publishing Company, Inc.,
2nd ed., 1972.
5. MOORE, W.J., “Physical Chemistry”. Prentice-Hall, Inc., 2nd ed. 1955.
6. PIVELI, R. P. “Qualidade da Água”. Apostila do Curso de Especialização em Engenharia em
Saúde Pública e Ambiental da Fac. Saúde Pública – USP, 1996.
7. POVINELLI, J. Notas de aula da disciplina “Técnicas Experimentais em Saneamento
Ambiental”. Escola de Engenharia de São Carlos, 1979.
32
Questões de múltipla escolha – Aula 1
1. Em qual das seguintes alternativas são listados apenas íons que se apresentam na forma
monovalente:
a) Sódio, cálcio, cloreto
b) Sódio, potássio, nitrato
c) Cálcio, bicarbonato, nitrito
d) Magnésio, carbonato, permanganato
e) Potássio, magnésio, cloreto
2. Em qual das seguintes alternativas são listados íons que se apresentam na forma bivalente:
a) Cálcio, sulfato, hipoclorito
b) Alumínio, magnésio, sulfeto
c) Cálcio, ferro, bicarbonato
d) Potássio, cálcio, fosfato
e) Sódio, magnésio, sulfato
3. Quantos moles de glicina, CH2(NH2)COOH, estão presentes em 10g do composto: (dadas as
massas atômicas: C : 12g; H: 1g; N: 14g; O: 16g)
a) 0,133
b) 0,750
c) 0,112
d) 0,890
e) 75
4. Quantas gramas de enxofre estão presentes em 0,01 mols de metabissulfito de sódio, Na2S2O5:
(dadas as massas atômicas: Na: 23g; S: 32g; O: 16g)
a) 0,03
b) 121,60
c) 1,90
d) 0,64
e) 0,32
5. Onde se tem maior massa de nitrogênio: (Dadas as massas atômicas: N: 14g; C: 12g; H: 1g; O:
16g; P: 31g; Na: 23g)
a) 500 g de uréia, CO(NH2)2
b) 1500 g de fosfato monoamônio, NH4(H2PO4)
c) 1000g de glicina, CH2(NH2)COOH
d) 2000 g de nitrato de sódio, NaNO3
e) 400 g de hidróxido de amônio, NH4OH
6. As porcentagens de ferro no FeCl3, Fe2(SO4)3 e FeSO4.7H2O são, respectivamente:(Dadas as
massas atômicas: Fe: 56g; Cl: 35,5 g; S: 32g; O: 16g; H: 1g)
a) 52,6; 38,8 e 36,8
b) 52,6; 14,0 e 25,2
c) 65,5; 72,0 e 25,2
d) 34,5; 14,0 e 36,8
e) 34,5; 28,0 e 20,1
33
7. Deseja-se dosar fósforo em uma estação de tratamento de efluentes industriais de forma a
perfazer uma relação DQO:P igual a 350:1. O composto a ser utilizado apresenta 52% em P2O5
em massa. Sabendo-se que a vazão de efluentes é de 150 m3/h e que a DQO dos efluentes é de
600 mg/L, o consumo diário do produto será:(Dadas as massas atômicas: P: 31g; O:16g)
a) 16,8Kg
b) 148,3 Kg
c) 62,7 Kg
d) 2,44 Kg
e) 27,2 Kg
8. Dissolveu-se 250g de sulfato de alumínio comercial, Al2(SO4)3.14,3H2O (90% de pureza) em
2m3 de água. A concentração de alumínio na solução final será de: (Dadas as massas atômicas:
Al:27g S:32g; O:16g; H:1g)
a) 112,50g/L
b) 84,72g/L
c) 66,32g/L
d) 31,63g/L
e) 10,13g/L
9. A massa de cal virgem, CaO, 90% de pureza no produto comercial, necessária para o preparo
de 500 L de solução de cal hidratada, Ca(OH)2, 50 mg/L, será:(Dadas as massas atômicas: Ca:40g;
O:16g; H:1g) RESPOSTA CERTA 21g
a) 36,7g
b) 42,8g
c) 56,5g
d) 67,9g
e) 71,2g
10. A massa de hidróxido de sódio, NaOH, necessária para o preparo de 200 mL de solução 0,025
mols/L é: (Dadas as massas atômicas: Na:23g; O:16g; H:1g)
a) 50mg
b) 100mg
c) 150mg
d) 200mg
e) 250mg
11. A concentração em g/L e mols/L de uma solução de ácido clorídrico, HCl, título τ = 37% e
densidade d= 1.19g/mL é: (Dadas as massas atômicas: H:1g; Cl:35,5g)
a) 0,440g/L ou 0,012 mols/L
b) 4,403g/L ou 0,121 mols/L
c) 44,03g/L ou 1,206 mols/L
d) 440,3g/L ou 12,063 mols/L
e) 440300g/L ou 12063 mols/L
12. Em uma estação de tratamento de água deseja-se dosar cloreto férrico, FeCl3, de forma a
resultar em uma concentração de 30 mg/L na água. A vazão de água é de 100 L/s. A vazão de
solução a 2% a ser adicionada à água será de: CERTO:540,8
a) 15 L/h
b) 28 L/h
c) 162 L/h
d) 204 L/h
e) 383 L/h
34
13. Um curtume lança seus efluentes sem tratamento em um rio. Dados:
Parâmetro Efluentes Rio
DBO5,20 (mg/L) 2.500 3
OD (mg/L) zero 6,0
Vazão 10 m3/h 20 m3/s
A elevação da DBO e a redução na concentração de oxigênio dissolvido (OD) serão,
respectivamente (em mg/L):
RESPOSTA CERTA 0,35 E ZERO
a) 1,25 e 4,25
b) 4,25 e 3,25
c) 0,35 e 3,00
d) 3,35 e 3,00
e) 1,25 e 3,00
14. Os efluentes de uma indústria têxtil apresentam as seguintes características:
• Vazão: 600 m3/h
• DBO5,20: 500 mg/L
• Cor: 6000 U.C.
• Temperatura: 80oC
Esses efluentes são lançados continuamente em um rio classe 2, que apresenta as seguintes
características:
• Vazão mínima (Q7,10): 15 m3/s
• DBO5,20 : 4 mg/L
• Cor: 15 mg/L (Pt)
• Temperatura: 19oC
Exigências para o lançamento:
a) Padrões de emissão:
• DBO5,20: inferior a 60 mg/L ou 80% de remoção
• Temperatura: inferior a 40oC
b) Padrões para águas classe 2:
• DBO5,20: inferior a 5 mg/L
• Cor: inferior a 75 mgPt/L
• Temperatura: variação inferior a 3oC
Para o enquadramento às exigências da legislação, os valores máximos de DBO5,20, cor e
temperatura dos efluentes a serem lançados são, respectivamente:
a) 95 mg/L, 5475 UC e 40oC
b) 60 mg/L, 75 UC e 36oC
c) 60 mg/L, 5475 UC e 36oC
d) 500 mg/L, 75 UC e 40oC
e) 60 mg/L, 500 UC e 36oC
35
15. Na caracterização de um efluente industrial foram obtidos os seguintes resultados:
Amostra 1 2 3 4 5
pH 5,5 5,9 8,0 6,3 7,3
O valor médio do pH dos efluentes é de:
a) 6,6
b) 6,0
c) 6,8
d) 6,4
e) 7,2
16. Quantos mols de hidróxido de sódio, NaOH, são necessários para neutralizar 10 mols de ácido
fosfórico, H3PO4? (Dadas as massas atômicas: Na:23g; O:16g; H:1g; P:31g)
a) 10
b) 120
c) 1200
d) 1
e) 30
17. Qual a concentração molar de uma solução contendo 2,3g de ácido clorídrico, HCl, em 1L de
água? (Dadas as massas atômicas: H:1g; Cl:35,5g)
a) 0,23
b) 0,12
c) 0,04
d) 0,063
e) 0,01
18. Tem-se 0,141g de hidróxido de alumínio, Al(OH)3 dissolvidos em 4 L de água. A concentração
de alumínio será: (Dadas as massas atômicas: Al:27g; O:16g: H:1g)
a) 35,2 mg/L
b) 12,2 mg/L
c) 18,7 mg/L
d) 9,5 mg/L
e) 4,1 mg/L
19. Quantos mols de hidróxido de magnésio, Mg(OH)2 existem em 500 mL de uma solução a 15
mg/L? (Dadas as massas atômicas: Mg:24g; O:16g; H:1g)
a) 0,129
b) 0,259 x 10-2
c) 0,259
d) 0,259 x 10-4
e) 1,29 x 10-4
20. Se 15 mL de uma solução de ácido clorídrico, HCl, neutralizaram 25 ml de uma solução 1M de
hidróxido de potássio, KOH, então sua concentração é:
36
a) 60,8 g/L
b) 30,4 g/Lc) 15,2 g/L
d) 7,6 g/L
e) 3,8 g/L
21. Se 25 mL de um ácido 0,02 N foram consumidos para neutralizar uma base, quantas
miligramas da base existiam se ela fosse hidróxido de sódio, NaOH, e hidróxido de cálcio,
Ca(OH)2, respectivamente?
a) 10,0 e 10,0
b) 10,0 e 18,5
c) 20,0 e 37,0
d) 20,0 e 18,5
e) 18,5 e 18,5
22. Se 8 mL de solução de hidróxido de amônio, NH4OH 0,5M neutralizaram 50 mL de solução de
ácido sulfúrico, H2SO4, a concentração deste (em g/L) é: (Dadas as massas atômicas: N:14g;
H:1g; O:16g; S:32g)
RESPOSTA CERTA 3,92 g/L
a) 0,48
b) 0,96
c) 1,92
d) 3,84
e) 7,68
23. Quantas gramas de ácido oxálico, H2C2O4, são necessários para neutralizar 2 mols de hidróxido
de sódio, NaOH? (Dadas as massas atômicas: Na:23g; O:16g; H:1g; C:12g)
a) 90
b) 45
c) 180
d) 80
f) 40
QUADRO DE RESPOSTAS – AULA 1
Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
B
C
D
E
Valor 0.4 0.3 0.3 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
Nº 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
A
B
C
D
E
Valor 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
37
CURSO: "QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: "QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: "QUALIDADE DAS ÁGUAS ECURSO: "QUALIDADE DAS ÁGUAS E
POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-POLUIÇÃO: ASPECTOS FÍSICO-
QUÍMICOS"QUÍMICOS"QUÍMICOS"QUÍMICOS"
AULA 2AULA 2AULA 2AULA 2
REVISÃO DE QUÍMICA: CINÉTICA E EQUILÍBRIO QUÍMICOREVISÃO DE QUÍMICA: CINÉTICA E EQUILÍBRIO QUÍMICOREVISÃO DE QUÍMICA: CINÉTICA E EQUILÍBRIO QUÍMICOREVISÃO DE QUÍMICA: CINÉTICA E EQUILÍBRIO QUÍMICO
APLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADEAPLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADEAPLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADEAPLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
DAS ÁGUASDAS ÁGUASDAS ÁGUASDAS ÁGUAS
Prof. Dr Roque Passos Piveli
38
AULA 2 – REVISÃO DE QUÍMICA: CINÉTICA E EQUILÍBRIO QUÍMICO
APLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
DAS ÁGUAS
1. Cinética Química
1.1. Considerações iniciais
A cinética química é o estudo da velocidade das reações. A identificação das leis que
regem as variações das concentrações das várias espécies químicas em função do tempo é
particularmente importante nos sistemas onde ocorrem reações lentas. No campo do saneamento
básico e ambiental, são várias as aplicações nos estudos sobre o tratamento de águas para
abastecimento: cinética da floculação, cinética da redução do índice de coliformes através da
cloração; nos estudos sobre o tratamento de esgotos: cinética da biodegradação de esgotos sanitários
e de efluentes industriais, cinética da remoção de outros poluentes; nos estudos de controle da
poluição das águas naturais: cinética de remoção de DBO e de outros constituintes.
1.2. Conceito
As concentrações das diversas espécies químicas que tomam parte de uma reação,
variam com o tempo. A temperatura, a pressão, a presença de catalisadores, são fatores que alteram
a velocidade da reação.
Em geral, podemos escrever para a reação A→B +C:
[ ] [ ] [ ]
ν
∂
∂
∂
∂
∂
∂
=
−
=
+
=
+A
t
B
t
C
t
Em um caso mais geral, a velocidade relativa de variação da concentração de cada
espécie é influenciada pelo coeficiente estequiométrico da equação química. Por exemplo, na
equação: NH O NO H4 2 332 4
+ − ++ → + , o íon hidrogênio está sendo formado quatro vezes mais
depressa do que a amônia está desaparecendo. Assim, o valor numérico da velocidade depende de
ser expressa em termos de amônia, oxigênio, nitrato ou hidrogênio. Por isso, as pesquisas
demonstram que a velocidade global da reação química pode ser definida através das relações entre
as variações das concentrações em função do tempo e os coeficientes estequiométricos. Assim, para
o sistema:
aA + bB → cC + dD, podemos escrever:
[ ] [ ] [ ] [ ]
ν
∂
∂
∂
∂
∂
∂
∂
∂
=
−
=
−
=
+
=
+1 1 1 1
a
A
t b
B
t c
C
t d
D
t
Para cada reação, a determinação experimental das concentrações em função do
tempo permite traduzir completamente sua evolução.
1.3. Reações irreversíveis
São aquelas que se completam, levando a uma completa transformação dos
reagentes em produtos: ex: NaOH + HCl → NaCl + H2O.
Quanto à duração, as reações podem ser classificadas em:
1) Instantâneas: apresentam durações da ordem de micro-segundos. São reações iônicas, algumas
inclusive são explosivas. ex: AgNO3 + Cl- → AgCl + NO3
− .
39
2) Momentâneas: apresentam durações entre milésimos de segundos e segundos. São reações de
óxido-redução. ex: Mn(OH)2 + 1/2 O2 → MnO2 + H2O.
3) Lentas: apresentam durações da ordem de minutos ou mais. Geralmente são reações moleculares
(orgânicas). ex:
(S) + (E) → (S) (E) → (P) + (E)
Esta equação representa a metabolização de um substrato (S) através das enzimas (E)
produzidas pelos microrganismos, formando um complexo intermediário e, posteriormente, os
produtos (P), ocorrendo também a regeneração da enzima.
1.4. Ocorrência das reações
Para que uma reação se verifique, é necessário:
a)Afinidade entre os reagentes
Este conceito está ligado ao conceito de espontaneidade da termodinâmica química.
É uma lei fundamental da natureza que um sistema químico tende a dirigir-se a uma transformação
irreversível a partir de um estado inicial, desequilibrado, a um estado final de equilíbrio. Uma vez
que o equilíbrio tenha sido atingido, nenhuma transformação adicional ocorrerá, a menos que o
sistema seja sobrecarregado de alguma forma. Considerando-se a reação hipotética aA + bB ↔ cC
+ dD, para determinar se esta reação é possível, as substâncias A e B devem ser misturadas e as
concentrações de A e B (desaparecimento) e C e D (aparecimento) devem ser monitoradas. Se a
posição do equilíbrio desloca-se para a direita, então a reação acima é dita espontânea. Quando os
reagentes apresentam grandes quantidades de energia relativamente aos produtos, a reação ocorrerá
espontaneamente. Desta forma, uma reação espontânea é um processo em que a matéria move-se
em direção a um estado mais estável. Para se descrever o equilíbrio em termos termodinâmicos, é
necessário definir uma propriedade dos sistemas químicos, que relaciona o estudo de equilíbrio com
as concentrações das diversas espécies presentes no instante em que ele ocorre. Para a identificação
deste parâmetro, considere-se que a variação de quantidade de calor durante uma reação química é
proporcional à variação de entalpia ( )∆H . Quando uma reação libera uma grande quantidade de
calor (isto é, apresenta uma variação de entalpia grandemente negativa), é dita fortemente
exotérmica. Por outro lado, quando uma reação absorve grande quantidade de energia, é dita
endotérmica. As reações fortemente exotérmicas ocorrem espontaneamente e as fortemente
endotérmicas não. Contudo, algumas reações levemente endotérmicas ocorrem espontaneamente e
algumas reações levemente exotérmicas não. Isto implica que a variação de entalpia não pode ser
usada isoladamente para julgar a espontaneidade da reação. Tem sido notado que uma variação no
grau de desordem (variação de entropia) está envolvida na ocorrência das reações. Quando uma
dada espécie química encontra-se no estado gasoso (onde as moléculas estão altamente
desordenadas, umas em relação às outras), a entropia desta espécie é muito maior do que quando se
encontram no estado sólido (onde as moléculas estão altamente ordenadas). Para um dado estado, a
entropia depende de fatores tais como os movimentos de translação, vibração e rotação e das forças
de atração entre átomos e moléculas. A força real que governa uma reação química é uma
combinação das variações de entalpia e entropia. Esta força é chamada variação de energia livre ou
de Gibbs (∆G da reação). A expressão de ∆G que inclui entalpia e entropia pode ser derivada da
segunda lei da termodinâmica:
40
∆ ∆ ∆G H T S= − , onde:
∆G = variação de energia livre
∆H = variação de entalpia
∆ S =variação de entropia
T = temperatura absoluta
As observações experimentais mostram que o decréscimo na energia livre está
associado com reações que ocorrem espontaneamente, enquanto que uma reação com variação de
energia livre positiva ocorrerá apenas se for introduzida energia no sistema. Se ∆G > 0 a reação é
chamada endergônica. No equilíbrio: ∆G = 0.
B) Contato entre os regentes
Havendo afinidade termodinâmica entre os reagentes, o passo seguinte é o
fornecimento de energia para promover as colisões entre as partículas e, consequentemente, a
ocorrência das reações. Mas os choques deverão ocorrer com efetividade, isto é, as partículas
podem colidir e não reagirem. De acordo com o conceito de Arrhenius, as partículas que colidem
reagem somente quando apresentam uma quantidade de energia pelo menos igual a um certo nível
mínimo exigido para cada reação. Essa energia é a energia de ativação. Isto porque as reações
químicas passam por um estágio intermediário de formação de complexo ativado, cujo nível de
energia é maior do que o dos reagentes, configurando uma barreira energética contra o
desenvolvimento da reação. Assim, por exemplo, a reação da formação do ácido clorídrico a partir
do hidrogênio e do cloro, pode ser esquematizada e interpretada da seguinte forma:
 H C l H C l2 2 2+ →
 +
Nota-se a formação do complexo ativado com o nível energético E2, que é maior do
que E1.
Para que a reação ocorra é necessário introduzir-se uma quantidade de energia maior
do que ∆E E EA = −2 1. O fluxo energético que ocorre nas reações pode ser representado pelos
gráficos:
E1
E2 E3
41
1.5. Concentração ativa (atividade)
Na expressão da velocidade da reação, 
[ ]
ν
∂
∂
=
A
t
, o termo [A] deve representar as
concentrações ativas e não simplesmente as concentrações molares, isto porque, quanto mais
concentrado em íons for o meio, maior será sua força iônica ou as interações eletrostáticas que
fazem com que nem toda a quantidade de reagente introduzida para uma reação específica esteja de
fato totalmente disponível para essa finalidade. Desta forma, deverá ser introduzido o coeficiente de
atividade γ ≤ 1,0, de modo que:
[A] = γ.[C]
[A] = concentração “ativa”
[C] = concentração molar
γ = coeficiente de atividade
Para soluções não eletrolíticas e soluções eletrolíticas muito diluídas, o que é o caso
da maioria das águas utilizadas para abastecimento, γ = 1,0. Para soluções de eletrólitos com a força
iônica do meio I < 0,1M e 0 < T < 40°C, o valor de γ pode ser calculado por:
logγ = −
+






2
1AZ
I
I
, onde:
I: força iônica do meio
I = 0,5 
i
n
i iC Z
=
∑
1
2 , onde:
Ci: concentração molar da i-ésima espécie iônica
Zi: carga elétrica da i-ésima espécie iônica
Para águas com teores de sólidos dissolvidos CS < 500mg/L, a força iônica pode
também ser calculada através de: I = 2,5 x 10-5 CS
A constante A, pode ser determinada através de:
A = 1,82 x 106 (DT)-3/2, onde:
T = temperatura da solução (°K)
D = constante dielétrica da água = 78,3
Para 25°C ⇒ A = 0,51
Para soluções de eletrólitos com I < 0,005M, o coeficiente γ pode ser calculado
através de:
logγ = − 2AZ I
Exemplo: Calcular as atividades dos íons em uma solução 0,01M de CaSO4 e 0,015M de MgCl2.
42
ÍON C Z CZ2 LOG γγγγ γγγγ [A]
Ca 0,010 +2 0,04 -0,451 0,35 0,0035
SO4 0,010 -2 0,04 -0,451 0,35 0,0035
Mg 0,015 +2 0,06 -0,451 0,35 0,0053
Cl 0,030 -1 0,03 -0,113 0,77 0,0231
∑=0,17⇒I=0,5 x 0,17= 0,085 < 0,1M
Exercício Proposto:
1. Calcular as atividades dos íons em solução quando são misturadas 212,5 mg de NaNO3 com 131
mg de ZnCl2.
Resposta:
Na NO3 Zn Cl
Conc. Ativa (moles/L) 0,0045 0,0045 0,0013 0,0036
1.6. Fatores que influem na velocidade das reações
1.6.1. Concentrações dos reagentes
Aumentando-se o número de partículas, aumenta-se o número de choques. O efeito
da concentração dos reagentes pode ser analisado através da Lei de Guldberg Waage ou lei da ação
das massas: “Em um sistema homogêneo, a velocidade de uma reação é, a cada instante,
proporcional ao produto das concentrações ativas dos reagentes presentes naquele instante”. Assim,
para o sistema hipotético: aA + bB → cC + dD, podemos escrever: ν = k [A]a[B]b.
Este conceito está ligado ao conceito de ordem de uma reação com relação a
determinado reagente. A velocidade de uma reação com relação ao reagente A pode ser expressa
através de: ν = ± k [A]n, onde n é a ordem da reação e k é a constante da velocidade da reação. A
determinação das constantes k e n constitui-se em problema prático muito importante na
interpretação das transformações lentas que ocorrem nas águas naturais, como por exemplo a
decomposição biológica dos compostos orgânicos. Obtidas as constantes da reação, o fenômeno
encontra-se equacionado, podendo-se obter os valores das concentrações residuais após qualquer
intervalo de tempo.
Nos estudos em escala de laboratório para a determinação da ordem de uma reação e
da constante da velocidade, são obtidos diversos pares de valores de concentração em função do
tempo. Para que a reação seja de ordem zero, é necessário que, plotando-se os dados de
concentração em função do tempo, obtenha-se uma reta. A inclinação desta reta é a constante da
velocidade da reação. Isto pode ser demonstrado através de: 
[ ]
[ ]
∂
∂
A
t
k A= − 0, onde o sinal negativo
representa que o reagente A está desaparecendo ao longo do curso da reação.
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ] [ ]
∴ = −
= −
∴ − = ⇒ = −
∫ ∫
∂ ∂
∂ ∂
A k t
A k t
A A k t A A kt onde
A
A t
.
. [ ] [ ] ,
0 0
0 0
43
[A] = concentração do reagente A para qualquer valor de t
[A]0 = concentração inicial do reagente A
k = constante da velocidade da reação [massa/tempoxvolume]
t = tempo
Esta reação pode ser representada pelo seguinte gráfico:
Por outro lado, para que uma reação seja de primeira ordem é necessário que ao se
lançar em gráfico os dados de logaritmo natural de concentração em função do tempo, obtenha-se
uma reta. A inclinação desta reta representa a constante da velocidade da reação que tem, neste
caso, a dimensão 1/tempo ou tempo-1.
 Demonstração:
[ ]
[ ]
[ ]
[ ][ ]
[ ]
[ ]
[ ] [ ]
∂
∂
∂
∂
∂
∂
[ ]
.
ln . . ,
[ ]
.
A
t
k A
A
A
k t
A
A
k t
A
A
k t A A e
t
A
A
k t
= −
=
= −
∴ = − ⇒ =
∫∫
−
0
0
0
0
que é a equação de uma reação de primeira ordem. Da equação anterior podemos ainda escrever
que:
ln[A] - ln[A]0 = - kt ou
ln[A] = ln[A]0 - k.t, o que demonstra que ao se lançar em gráfico os valores de ln[A] contra os
valores de tempo obtém-se uma reta, cuja declividade é igual a -k. Graficamente, tem-se:
44
Por sua vez, para que uma reação seja de segunda ordem, é necessário que se obtenha
uma reta quando se lança em gráfico os valores do inverso das concentrações com o tempo, pois:
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ]
[ ][ ]
[ ]
∂
∂
∂
∂
∂
∂
A
t
k A
A
A
k t
A
A
k t
t
A
A
= −
=
= − ∫∫
2
2
2
00
.
[ ] [ ]
[ ]
[ ] [ ]
−




= − ⇒ = +
1 1 1
0 0
A
k t
A A
k t
A
A
. . . , que é a equação de uma reação de segunda ordem, que
graficamente pode ser representada através de:
Exercício proposto: Determinar a equação de uma reação de ordem 0,5.
Exemplo de aplicação: Adicionou-se glicose a um meio de cultura de microrganismos e a sua
remoção foi monitorada. Os seguintes resultados foram obtidos:
45
Tempo (minutos) Concentração de Glicose (mg/L)
0 180
5 155
12 95
22 68
31 42
40 26
Determinar a ordem da reação
Solução: construindo-se a tabela:
t [A] ln[A] 1/[A]
0 180 5,2 0,00550
5 155 5,0 0,00645
12 95 4,6 0,01050
22 68 4,2 0,01470
31 42 3,7 0,02380

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