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ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
No BRA há três poderes: independentes e harmônicos entre si.
Poder Judiciário: guardião da CF, preservar valores e princípios que fundamentam o Estado Democrático de Direito, com cidadania, dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho em busca da justiça e da igualdade.
Art. 92 CF – órgãos do Poder Judiciário – com redação dada pela EC45/04.
Justiça Comum: Juízes de Direito – TJ - STJ - STF
Justiça do Trabalho: Juízes do Trabalho – TRT – TST – STF 
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A Justiça do Trabalho é uma justiça especial, com organização própria no Poder Judiciário, competente para conhecer questões trabalhistas, mas também com juízes especializados e estruturas administrativas que funcionam nos moldes jurisdicionais por força de lei que lhes confere poderes decisórios para lides trabalhistas.
VARA DO TRABALHO: são criadas por Lei Ordinária Federal, antes eram chamadas de Juntas de Conciliação e Julgamento.
Somente com um juiz – não tem mais classista.
Os juízes e funcionários ingressam por concurso.
Juízes são promovidos por antiguidade ou merecimento.
Não há divisão de entrâncias na JT.
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Art. 95 CF - Gozam das garantias de vitaliciedade (2 anos – só perdem o cargo por sentença transitada), inamovibilidade (só por 2/3 do TRT e por interesse público) e irredutibilidade de vencimentos.
As Varas do Trabalho de Rio do Sul têm competência em vinte e nove municípios. O ideal é que cada Comarca da Justiça Comum tivesse uma Vara.
Nas localidades não abrangidas por jurisdição de Vara do Trabalho, a função fica atribuída ao Juiz de Direito da Comarca (em SC isso não existe).
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO: Existem atualmente no Brasil 24 TRTs, com no mínimo 7 membros cada. Tocantins, Roraima, Amapá e Acre, não têm. SP tem dois, um na capital e outro em Campinas.
Art. 111 § 1°: PREVISÃO DE MELHOR ACESSO dos carentes à Justiça do Trabalho. (tem deslocamento de uma vara para o arquipélago de Fernando de Noronha – Justiça Itinerante.).
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SC 12ª região – 18 juízes.
São chamados de Juízes dos TRTs, mas a EC 45/04 passou a chamá-los de “desembargadores federais do trabalho”.
A nomeação é feita pelo Presidente da República.
As vagas são preenchidas por Juízes de carreira, 1/5 advogados e 1/5 representantes do MP. 
Idade: + 30 – 65 anos.
São três Turmas para julgamento e duas Seções Especializadas. 
A nova Seção Especializada 1, constituída pelo presidente, vice-presidente e mais 7 juízes, ficou encarregada de julgar os dissídios coletivos, as ações anulatórias, declaratórias, rescisórias e cautelares e os agravos regimentais.
A Seção Especializada 2 formada pelo presidente, vice-presidente e mais 8 juízes, ficou encarregada dos mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra atos de juízes de primeiro grau, bem como de agravos regimentais. Cada Turma possui 03 desembargadores.
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Compete principalmente julgar em segunda instância os processo oriundos da varas do trabalho e originalmente os mandados de segurança, as ações rescisórias, dissídios coletivos, etc.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO: situa-se em Brasília. EC 24/99 – extinguiu classista – TST passou a ter 17 dos 27 Ministros. A EC 45/04 voltou a ter 27. Na verdade deveria ser 33 como o STJ. Só no ano de 2007 completou-se o número de Ministros nomeados. Agora temos os 27.
São órgãos do TST: Tribunal Pleno, Seção Administrativa, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Seção Especializada em Dissídios Individuais (dividida em duas subseções) e Turmas (06, compostas de 3 membros cada).
São denominados Ministros.
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Sua principal função é uniformizar a jurisprudência dos TRTs.
São escolhidos entre brasileiros com + 35 e – 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação do Senado.
Art. 111-A, I e II CF – 21 Juízes dos TRTs, 3 advogados mais 10 anos de profissão e 3 MPT com mais 10 anos de profissão.
Funciona junto ao TST:
1 – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento dos Magistrados do Trabalho
2 – Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: julga as ações trabalhistas quando a matéria envolve a interpretação e aplicação da CF, expede súmulas, efetua o controle direto e indireto da constitucionalidade. Decidem os recursos extraordinários.
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: é independente e autônomo. Não é órgão do Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário. É um órgão do Estado. Possui também o seu Conselho Nacional do MP. Em 19.01.2009 instalou-se a Procuradoria do Trabalho em Blumenau, na rua XV de Novembro, com um membro do MPT para atendimento de 48 municípios, incluindo Rio do Sul e região.
Fiscaliza a atuação das Cortes e zela pelos interesses da sociedade, trabalho escravo, discriminação, meio ambiente do trabalho (segurança e medicina), dos menores, incapazes, trabalhadores deficientes (garantindo que as empresas usem o percentual exigido por lei), índios, idosos, da ordem pública e do regime democrático, erradicar as falsas cooperativas e falsos autônomos. 
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Entra com ação para declaração de nulidade de cláusula de contato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole liberdades e direito dos trabalhadores. Ajuíza dissídio coletivo de greve. Muitas vezes o MPT vem participando como mediador entre sindicatos e empresas ou sindicatos e sindicatos.
Pode atuar tanto judicial quanto administrativamente e/ou como parte ou fiscal da lei.
O MPT pode instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores.
Seus integrantes são do MPU, com garantias de vitaliciedade, irredutibilidade de subsídios e inamovibilidade, estão proibidos de exercer advocacia, atividade política, etc., e o ingresso dá-se por concurso público.
Compreende uma Procuradoria-Geral do Trabalho, junto ao TST e procuradorias Regionais, atuando aos TRTs.
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DEFNSORIA PÚBLICA: EC 80 incluiu o art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º CF. São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA: criado pela EC 45/04, tem sede na capital Federal. Não integra a Justiça do Trabalho. É órgão de todo o Poder Judiciário, possuindo 15 membros.
Compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhes, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo estatuto da Magistratura. Art. 103 B, §4º CF,
ÓRGÃOS AUXILIARES: secretaria (não é cartório – não existe escrivão – é diretor de secretaria – ART. 711 CLT), oficiais de justiça (art. 721 CLT), contadoria, distribuição (art. 713 a 715 CLT).
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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Jurisdição é o poder que o juiz tem de dizer o direito nos casos concretos a ele submetidos, pois está investido desse poder pelo Estado. Não se pode conceber a existência de um juiz sem jurisdição. Consiste a competência na delimitação do poder jurisdicional.
Jurisdição e acesso à justiça: 1 – jurisdição trabalhista individual: são os tradicionais dissídios individuais; 2 – jurisdição trabalhista normativa: são os dissídios coletivos de interesses, busca-se a criação de normas trabalhistas aplicáveis às partes figurantes do dissídio coletivos e seus representados; 3 – jurisdição trabalhista metaindividual: visa a tutela preventiva e reparatória dos direitos metaindividual que são os interesses
difusos, coletivos e os individuais homogêneos. Não há a criação de normas, mas sim a aplicação de normas existentes. Estes direitos estão descritos no CDC
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A competência material é absoluta e o juiz pode se pronunciar dela de ofício, em qualquer grau de jurisdição, e a competência em razão do lugar é relativa, e por isso, prorrogável se não for arguida a incompetência.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: A competência da JT está disciplinada no art. 114 da CF. A competência da JT é mais ampla, ao estabelecer a competência para solucionar controvérsias entre TRABALHADORES e EMPREGADORES e não mais entre empregados e empregadores. Trabalhador é gênero do qual empregado é espécie, assim como a relação de trabalho é gênero da qual relação de emprego é espécie.
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FEDERALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Havendo grave violação de direitos humanos previstos nos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte poderá haver o pedido de deslocamento da ação para julgamento pela JF.
A EC 45/2004 operou diversas alterações na CF, entre as quais a federalização dos crimes contra os direitos humanos. É que nas hipóteses de violação de direitos humanos, o Procurador Geral da República, com a finalidade de fazer cumprir os tratados internacionais, pode suscitar perante o STJ, em qualquer fase do IP ou processo, incidente de deslocamento de competência para a JF.
O tema é polêmico e o STF, no caso do assassinato da irmã Dorothy Stang, indeferiu esse pedido de deslocamento, por entender que para haver tal deslocamento deve ficar provado que a Justiça Comum demonstra risco de não cumprir as obrigações do Brasil decorrentes dos tratados internacionais, resultante de inércia, vontade política, falta de condições das instituições. (STJ, IDC 1 – PA, 2005). 
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Durante esses dez anos o ICD foi utilizado cinco vezes pelo STJ, sendo que em duas oportunidades houve o deslocamento de competência, levando-se sempre em conta a necessidade da presença de três requisitos essenciais: (a) grave violação a direitos humanos; (b) risco de responsabilização internacional pelo descumprimento de obrigações derivadas de tratados internacionais, e, (c) notória incapacidade das instâncias e autoridades locais em oferecer respostas efetivas.
No ICD n. 02, se deferiu o pedido, em grave ocorrência, envolvendo homicídio de vereador, reconhecido como defensor dos Direitos Humanos e autor de inúmeras denúncias contra a atuação de grupos de extermínio na fronteira dos Estados da Paraíba e Pernambuco.
Da mesma maneira, no IDC nº 05, em 13 de agosto de 2014, também envolvendo o Direito à Vida e o Pacto de São José da Costa Rica, o STJ entendeu presentes os requisitos necessários e deslocou para a Justiça Federal a investigação de grupos de extermínio que atuam no interior de Pernambuco, e na hipótese haviam assassinado um promotor de justiça. 
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Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:  
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
A relação de emprego é a definida nos arts. 2º e 3º da CL (subordinação, dependência econômica, pessoalidade, etc.). 
REPRESENTAÇÃO COMERCIAL: o conflito de competência nº 88418/07 disse que a empresa de representação comercial deve pleitear seus direitos na justiça comum.
RURAIS E DOMÉSTICOS: têm alguns direitos previstos na CF e sua discussão cabe a JT.
TRABALHADORES TEMPORÁRIOS: no máximo três meses prestando serviços ao tomador de serviço ou cliente. As controvérsias entre o trabalhador autônomo e qualquer uma das duas empresas serão julgadas pela JT. As controvérsias entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora do serviço é da justiça comum.
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ESTRANGEIROS: diante das inúmeras controvérsias existentes, houve por bem o TST cancelar a Súmula 207, procurando, com isso, resolver as polêmicas.
Na minha visão, com o cancelamento da referida súmula, o TST aponta no sentido de entender ser aplicável a legislação brasileira aos empregados contratados no Brasil e transferidos para o exterior. Já para os casos de empregados brasileiros contratados diretamente por empresas estrangeiras para trabalhar no exterior se aplicaria o princípio da territorialidade ou, ainda, em casos de altos empregados, que buscam ocupar altos cargos no exterior, seria possível negociar em quais condições (leia-se, leis) seriam contratados.
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TRABALHADOR AVULSO: é a pessoa física que presta serviços a várias empresas que necessitam de mão-de-obra, arregimentados por seu sindicato ou órgão gestor, que cobram os valores pela prestação de serviço da empresa tomadora do serviço. Aos avulsos têm relação de trabalho, mas não relação de emprego. Não são empregados, mas sim trabalhadores. Assim a competência é da JT. Art. 643 CLT.
TRABALHADOR EVENTUAL: não possui direitos trabalhistas, pois o art. 3º CLT fala em habitualidade, mas pleiteará seus direitos da JT.
EMPREITEIRO, OPERÁRIO, ARTÍFICE (pequeno artesão) é da JT, pelo art. 652 da CLT. A empreitada não se confunde com a relação de emprego. 
EMPREGADOS DE EMPRESAS PÚBLICAS, DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E DE SUAS SUBSIDIÁRIAS: enquanto não houver lei especial, são regulamentados pela CLT e a competência é da JT.
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FUNCIONÁRIOS DE FUNDAÇÕES E AUTARQUIAS DE DIREITO PÚBLICO se forem celetista a competência é da JT. É da competência da justiça comum a ação de servidor estadual decorrente de direito estatutário. A Associação dos Juízes Federais ajuizou ação direta de inconstitucionalidade para discutir a matéria. O Ministro Nelson Jobim suspendeu, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF.
FUNCIONÁRIOS DOS TABELIONATOS: seus funcionários são empregados privados, sendo competente a JT e não a Corregedoria de Justiça.
ATLETA PROFISSIONAL: é de competência da JT. Somente nos casos de disciplina e de competições esportivas é que se deve esgotar a via administrativa da Justiça Desportiva (Lei 29 da Lei 6.354/76).
MEDICOS CONVENIADOS E PLANOS DE SAÚDE: TST no RR-1485-76.2010.5.09.0012, em 2013, disse ser da JT.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS/AUTÔNOMOS: O primeiro entendimento foi de que os profissionais liberais que forem pessoas físicas podiam executar seus honorários na JT, mas se forem pessoas jurídicas há controvérsia, entendendo a maioria ser competência da justiça comum, mas esse entendimento não é pacífico. Os conflitos de competências nsº 74.958 SC 2006/0253376-0 e 88138/2007, dizem que a justiça comum é competente para resolver conflito na execução de honorários advocatícios e não da justiça do trabalho.
Com relação ao contrato de advogado há entendimento segundo o qual o mandato é uma relação de trabalho, mas é possível, também, interpretá-lo como uma outorga de poderes. E não uma relação de trabalho. Há controvérsias.
Mesmo que o tomador de serviço esteja amparado pelo CDC, o prestador de serviço pode cobrar pelos seus serviços da JT. Dallazen, fala da relação bifronte (trabalho e consumo), podendo desencadear uma relação de trabalho. O professor Calvet, por exemplo, entende que se a relação se estabeleceu na esfera do consumo. 
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Em dezembro de 2007 foi editado o Enunciado nº 23 e 64 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho que diz: 
23. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO. A Justiça do Trabalho é competente para julgar ações de cobrança de honorários advocatícios, desde que ajuizada por advogado na condição de pessoa natural, eis que o labor do advogado não é prestado em relação de consumo, em virtude de lei e de particularidades próprias, e ainda que o fosse, porque a relação consumeirista não afasta, por si só, o conceito de trabalho abarcado pelo artigo 114 da CF.
64. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO POR PESSOA
FÍSICA. RELAÇÃO DE CONSUMO SUBJACENTE IRRELEVÂNCIA. Havendo prestação de serviços por pessoa física a outrem, seja a que título for, há relação de trabalho incidindo a competência da Justiça do Trabalho para os litígios dela oriundos (CF, art. 114, I), não importando qual o direito material que será utilizado na solução da lide (CLT, CDC, CC etc.).
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Já o TRT 12 disse:
24ª proposta Autora: VERA MARISA VIEIRA RAMOS Ementa: INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. RELAÇÃO DE CONSUMO. O deslocamento da competência da relação de consumo para a Justiça do Trabalho importa na subversão dos princípios norteadores da Justiça Especializada, redundando na inversão da relação de hipossuficiência existente na relação de trabalho, onde aquele que "vende" sua força de trabalho (com ou sem vínculo de emprego) é a parte mais fraca da relação, e - por isso mesmo - não pode ser identificado com a figura do "fornecedor", inerente à relação de consumo.”
25ª proposta – NATUREZA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO ADVOGADO Autor: SÉRGIO MURILO AGOSTINHO Ementa: HONORÁRIOS DE PROFISSIONAL LIBERAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A Justiça do Trabalho é incompetente para julgar as ações de cobrança de honorários de profissional liberal ante a existência da relação de consumo.”
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Súmula 363 STJ: Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal contra cliente.
COMPLEMENTAÇÃO APOSENTADORIA: a empresa é quem paga o benefício e o desconta do salário do empregado. Logo é competência da JT dirimir tal controvérsia. A matéria discutida não é salarial, mas de aposentadoria. Entretanto, está é decorrente do contrato e trabalho mantido entre empregado e empregador. O conflito de competência nº 85111/07 disse que é da justiça comum.
ACIDENTE DO TRABALHO: considerou-se que a JT é INCOMPETENTE para julgar acidente do trabalho, desde sempre. O art. 643, §2º da CLT e a Súmula 15 do STJ dizem que é da Justiça Comum, mas ambas anteriores à EC 45/04. A EC 45/04 fala em relação de trabalho no inciso I, há muita controvérsia na matéria.
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O acidente do trabalho é originário da existência de contrato de trabalho. Quando a questão envolver benefício previdenciário proveniente de acidente do trabalho, postulado perante o INSS, a competência será da justiça comum. Mas no dia 29.06.2005 o TST ao julgar o Conflito de Competência 7.204-1 que alcança os processos em andamento na justiça comum, desde que pendentes de julgamento de mérito pacificou o entendimento de que a justiça do trabalho é competente para dirimir as controvérsias relativas à acidente de trabalho. Decisões posteriores, do mesmo STF, ampliaram essa compreensão para as demandas ajuizadas pelos herdeiros e sucessores do trabalhador morto em razão e acidente ou doença ocupacional (cf. CC 7545-SC, relator ministro Eros Grau, julgamento em 4 de junho de 2009).
Há decisões judiciais que não seguem essas diretrizes, onde se no processo já teve decisão na justiça comum, o processo nela deve continuar até o fim. (STF, CC 7.204). Agora sumula 367 “ a competência estabelecida pela EC45/04 não alcança os processos já sentenciados.
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STF - SÚMULA VINCULANTE N. 22/2009 - A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional n. 45/04.
Em caso de acidente de trabalho, quando a ação é ajuizada por herdeiro o entendimento da jurisprudência majoritária é de que a competência é da justiça comum, mas editou-se o enunciado nº 36 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho que diz:
36. ACIDENTE DO TRABALHO. COMPETÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA POR HERDEIRO, DEPENDENTE OU SUCESSOR. Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar ação de indenização por acidente de trabalho, mesmo quando ajuizada pelo herdeiro, dependente ou sucessor, inclusive em relação aos danos em ricochete.
O novo entendimento do STF impõe o imediato cancelamento da súmula 15 do STJ que fala que a competência é a da justiça comum.
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Cancelada em 21.09.2009 a súmula 366 STJ que dizia que cabia à Justiça comum o julgamento de ação de indenização por danos morais e materiais proposta por viúva e filho de empregado falecido devido a acidente de trabalho. 
Súmula nº 392 TST (nova redação de 13.12.2013): DANO MORAL E MATERIAL. RELAÇÃO DE TRABALHO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Nos termos do art. 114, inc. VI, da Constituição da República, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas.
TRT 12ª - 42ª Proposta Autor: ACIR ALFREDO HACK Ementa: ACIDENTE DE TRABALHO - MORTE DO TRABALHADOR - AÇÃO AJUIZADA POR HERDEIRO, DEPENDENTE OU SUCESSOR - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Compete à Justiça do Trabalho apreciar e julgar ação de indenização por acidente de trabalho, mesmo quando ajuizada pelo herdeiro, dependente ou sucessor, inclusive em relação aos danos morais e patrimoniais próprios.
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FALSO TESTEMUNHO, a Justiça Federal é competente para processar crime de falso testemunho no processo trabalhista.
FALÊNCIA: Enunciado nº 8 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. SUCESSÃO NA FALÊNCIA OU RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Compete à Justiça do Trabalho - e não à Justiça Comum Estadual - dirimir controvérsia acerca da existência de sucessão entre o falido ou o recuperando e a entidade que adquira total ou parcialmente suas unidades de produção.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: Enunciado da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho. 63. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. PROCEDIMENTO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. LIBERAÇÃO DO FGTS E PAGAMENTO DO SEGURO-DESEMPREGO. Compete à Justiça do Trabalho, em procedimento de jurisdição voluntária, apreciar pedido de expedição de alvará para liberação do FGTS e de ordem judicial para pagamento do seguro-desemprego, ainda que figurem como interessados os dependentes de ex-empregado falecido.
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PREVIDENCIA COMPLEMENTAR PRIVADA: Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em 20.02.2013 que cabe à Justiça Comum julgar processos decorrentes de contrato de previdência complementar privada. A decisão ocorreu nos Recursos Extraordinários (REs) 586453 e 583050, de autoria da Fundação Petrobrás de Seguridade Social (Petros) e do Banco Santander Banespa S/A, respectivamente. A matéria teve repercussão geral reconhecida e, portanto, passa a valer para todos os processos semelhantes que tramitam nas diversas instâncias do Poder Judiciário.
SEGURO DE VIDA EM GRUPO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COMPETÊNCIA MATERIAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO. Originando-se a causa de pedir e o pedido de indenização de seguro de vida em grupo em contrato de seguro estipulado pelo empregador aos seus empregados, ainda que se tenha a seguradora contratada como garantidora imediata de eventual indenização, a hipótese se insere na competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a controvérsia, nos termos do 114, inc. IX, da CF. Ac. 1ª T. Proc. RO 0003256-86.2012.5.12.0028. Unânime, 19.11.13. Rel.: Juíza Águeda Maria Lavorato Pereira. Disp. TRT-SC/DOE 24.01.14. Data de Publ. 27.01.14. 
 
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II as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
Súmula 189 TST: a JT é competente para declarar a abusividade ou não da greve.
Se a greve for do setor público, aplica-se o inciso I, onde há liminar da ADI 3395 onde não se pode fazer interpretação do inciso para servidores públicos. Então greve de servidor público continua no justiça comum, federal ou estadual.
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STF - SÚMULA VINCULANTE N. 23/2009 - A Justiça do Trabalho é competente para processar e
julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
A súmula 222 STJ diz que a competência é da justiça comum para julgar ações envolvendo contribuição sindical. Mas a súmula é anterior à EC 45/04, vai ter que ser modificada sua redação.
Enunciado nº 24 da 1ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho: 24. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. CONFLITOS INTER E INTRA-SINDICAIS. Os conflitos inter e intra-sindicais, inclusive os que envolvam sindicatos de servidores públicos (estatutários e empregados públicos), são da competência da Justiça do Trabalho.
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IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
A competência criminal da JT atualmente possui 3 correntes:
1º aceita a competência criminal (Marcelo José Ferlin) – não pode haver decisão conflitante entre juízo trabalhista e criminal, por isto o trabalhista analisa tudo.
2º rejeita a competência porque a JT não está preparada para tal atribuição; os juízes trabalhistas não tem conhecimento profundo em matéria penal; não se pode descaracterizar a competência ampliando demais o rol do art. 114 CF; o STF está julgando a favor da JF os casos de crime de redução à condição análoga a escravo; o art. 109 CF federaliza os crimes contra os direitos humanos, etc.
3º admite, desde que haja lei ordinária regulamentando o art. 114, IV CF, pois haveria sérios problemas em situações como os crimes dolosos contra a vida decorrentes da relação de emprego, por exemplo, tendo em vista que a competência é do tribunal do júri. 
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V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
Existe uma corrente que entende que a competência é da JT e outra que é da Justiça Comum. Mas a Súmula 392 do TST entende que a JT é competente para dirimir controvérsia relativa a dano moral, quando decorrer da relação de trabalho. 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
A competência é da justiça do trabalho usando a LEF (cuidar com os prazos que são diferentes e a JT faz errado) e de forma subsidiária a CLT e o CPC. Mas o inciso não dá competência para a JT para analisar multas aplicadas pelos órgãos de fiscalização da profissão, como OAB, CREA, etc. 
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VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
Súmula Vinculante 53 terá a seguinte redação: “A competência da Justiça do Trabalho prevista no artigo 114, inciso VIII, da Constituição Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados”.
Enunciado 74. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS A TERCEIROS. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A competência da Justiça do Trabalho para a execução de contribuições à Seguridade Social (CF, art. 114, § 3º) nas ações declaratórias, condenatórias ou homologatórias de acordo cinge-se às contribuições previstas no art. 195, inciso I, alínea "a" e inciso II, da Constituição, e seus acréscimos moratórios. Não se insere, pois, em tal competência, a cobrança de "contribuições para terceiros", como as destinadas ao "sistema S" e "salário-educação", por não se constituírem em contribuições vertidas para o sistema de Seguridade Social.
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SÚMULA Nº 454 COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE OFÍCIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL REFERENTE AO SEGURO DE ACIDENTE DE TRABALHO (SAT). ARTS. 114, VIII, E 195, I, A, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 414 da SBDI-1) Compete à Justiça do Trabalho a execução, de ofício, da contribuição referente ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT), que tem natureza de contribuição para a seguridade social (arts. 114, VIII, e 195, I, a, da CF), pois se destina ao financiamento de benefícios relativos à incapacidade do empregado decorrente de infortúnio no trabalho (arts. 11 e 22 da Lei nº 8.212/1991).
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IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
Os incisos I e IX do art. 114 da CF são contraditórios. Se a JT é competente para analisar questões relativas a relações de trabalho, não há necessidade de lei para estabelecer a competência para outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho. O inciso IX não é autoaplicável. Necessita de lei ordinária para explicitar quais são as outras controvérsias .
Existe o projeto de lei 6542/2005, que acrescenta a alínea “f” ao art. 652 CLT para acrescentar na JT a competência comissões representante comercial, parceria agrícola, pesqueira, honorários, corretagem, leiloeiros, cooperativas, assédio moral, etc. este projeto de lei pretende deixar claro que tais situações são de competência da JT, mas será que o inciso I do art. 114 CF já não fez isso, por ser relação de trabalho????
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§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do  Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
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Com relação aos processos que tramitavam na justiça comum e tiveram a competência modificada para a justiça do trabalho temos: art. 87 CPC: “determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.”
Assim, muitos processos saíram na justiça comum e passaram para a justiça do trabalho. Os atos já praticados na jurisdição de origem não são renovados, porque a lei é irretroativa.
 Há decisões judiciais que não seguem essas diretrizes, onde se no processo já teve decisão na justiça comum, o processo nela deve continuar até o fim. (STF, CC 7.204).
Além disso, pode haver problemas de prescrição. Se quando da propositura da ação na justiça comum o prazo de prescrição foi observado e essa fase processual já está consumada, a Justiça do Trabalho não pode retroagir para considerá-lo prescrito pelo prazo de dois anos.
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COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR: Não se observa que a ação deve ser proposta no domicílio do réu, a regra é a do local da prestação dos serviços.
Local da prestação do serviço: art. 651 da CLT – ação deve ser proposta no último local de prestação de serviço do empregado, ainda que o empregado tenha sido contratado em outra localidade ou no estrangeiro. 
Caso o empregado tenha prestado serviços em vários local sucessivamente, o último é que será competente para o julgamento.
1ª Exceção a regra geral: Viajante: art. 651, § 1º da CLT – vara onde agência ou filial da empresa e na falta a vara da localidade em que o empregado tenha domicílio ou na mais próxima.
2ª Exceção: Empregado brasileiro trabalhando no estrangeiro: ação deverá ser proposta onde o empregador tenha sede no Brasil ou também onde o empregado for contratado antes de ir para o exterior. – art. 651, § 2º CLT. Se o brasileiro foi trabalhar no exterior a lei do direito material será a estrangeira, mas a competência no descumprimento vai ser brasileira.
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3ª Exceção – Atividade fora do lugar do contrato: art. 651, § 3º CLT – em se tratando de empregador que promova a realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro de celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. 
No processo do trabalho não se admite foro de eleição, pois os princípios trabalhistas dizem para se facilitar o acesso do trabalhador à justiça.
O juízo prevento na JT é aquele que mostra a menor numeração na distribuição da ação.
COMPETÊNCIA FUNCIONAL: distribuição de atribuição aos diversos órgãos que compõem a JT: Varas do Trabalho, TRTs e TST. Varas do Trabalho: art. 652 e 653 CLT. TRT: art. 678 CLT. Presidente TRT: art. 682 CLT.
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Dissídios coletivos: se o conflito coletivo estiver dentro da competência de um só TRT, este será o competente para conhecer do dissídio coletivo. Ao contrário, se a controvérsia der-se em território de competência de mais de um TRT, a competência passará a ser do TST.
TST: Lei 7701/88, compete principalmente uniformizar a jurisprudência: julga RR, RO e AI das decisões dos TRTs, dissídios coletivos de natureza nacional, tais como bancários, aeroviários, petroleiros, mandados de seguranças e ações rescisórias, etc.
Conflito de Competência: art. 803 a 810 CLT.

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