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Aula_3

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Finalidade: detalhar os itens de crédito e débito que resultam da administração de negócios alheios, apurando se há ou não saldo devedor.
 Pode-se ter saldo a receber ou débito a pagar.
- A possibilidade de ser credor não exime do dever de prestar contar.
Pode ser proposta por quem tem o direito de exigir as contas (art. 915, CPC), ou por quem tem obrigação de prestá-las (art. 916, CPC).
Ação de Prestação de Contas
Artigos 914 a 919, do CPC
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O juiz aprecia não apenas os pedidos formulados pelo autor, mas também os do réu (além do pleito de improcedência dos pedidos do autor) sem a necessidade de reconvir.
Na ação de prestação de contas o Juiz pode sentenciar declarando a existência de saldo em favor do autor ou do réu, mesmo que este (réu) nada tenha pedido e não tenha apresentado contestação.
Ação da natureza dúplice 
(serve para apurar a existência de saldo em favor de qualquer das partes)
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Legitimidade: 
A pessoa que administrou ou geriu bens alheios tem a obrigação de prestar contas; aquele que teve seus bens ou interesses administrados tem o direito de exigi-las.
Interesse:
Necessidade/adequação.
a) necessidade: a parte contrária deve ter se recusado a prestar ou receber as contas.
b) adequação: acertamento de uma relação crédito/débito.
Legitimidade e interesse
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Ação de exigir contas: 
art. 94  foro do domicílio do réu
Ação de dar/prestar contas: 
art. 100, V, b)  lugar do ato ou fato.
Competência relativa: faço a arguição por meio de exceção de incompetência, mesmo prazo da contestação. 
Competência
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É bifásica.
Fase 1: discussão se o réu tem ou não obrigação de prestar contas (se não tem, processo extinto; se tem, processo segue à fase 2).
Fase 2: o réu presta as contas e o Juiz as examina (verifica se há saldo em favor de uma das partes)
Ação de exigir contas (art. 915, CPC)
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Petição inicial: art. 282 + requerimento para que o réu seja citado e compelido a prestar contas + demonstrar que o réu é obrigado a prestar contas.
O réu é citado para em CINCO dias apresentar ou contestar a ação (art. 915, caput, CPC)
Fase 1 (tem ou não obrigação o réu)
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 O réu pode:
a) prestar as contas: o autor, em 05 dias, se manifesta sobre as contas. 
Se prestar as contas, sem oferecer contestação, passa-se à 2ª fase – análise de contas.
 art. 915, §1º, CPC
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 b) não contesta e não apresenta as contas: se verossímil a alegação da inicial, a sentença é proferida, devendo o réu apresentar as contas em 48 horas  art. 915, §§ 2º e 3º, CPC, contadas do trânsito em julgado.
c) contestar e não apresentar as contas: o autor oferece réplica à contestação. Juiz designa AIJ (ponto controvertido: existência ou não da obrigação de prestar contas) ou profere a sentença.
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d) contesta e apresenta as contas: passa-se à 2ª fase – análise de contas.
e) revel: Juiz verifica se são ou não aplicáveis os efeitos da revelia. Se aplicável  JAL  sentença determinando que o réu apresente as contas.
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* Se improcedente o pedido ou extinta a ação sem resolução do mérito  fim do processo.
* Se procedente o pedido  sentença cominatória: condena o réu a uma obrigação de fazer  prestar contas ao autor no prazo de 48 horas.
Sentença que encerra a 1ª fase
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Recurso cabível: 
APELAÇÃO
Recebida no DUPLO efeito
Processo só passa à 2ª fase quando julgado o recurso
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Na 1ª fase: o sucumbente arca com as despesas  o sucumbente pode ser o autor (ação julgada improcedente) ou o réu (ação julgada procedente).
Na 2ª fase: divergência. 
O vencedor das duas fases da ação de prestação de contas tem direito à majoração da verba honorária que lhe foi deferida na primeira sentença. O limite de 20% sobre o valor da causa, ou sobre o valor da condenação, o maior deles, pode ser um prudente critério para a fixação da verba (STJ, 4ª Turma, Resp 154.925-SP, rel. Min. Ruy Rosado).
Ônus sucumbenciais
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Necessidade de trânsito em julgado da sentença que condena o réu a prestar contas  após, 2ª fase.
A intimação deve ser PESSOAL.
O réu pode ou não apresentar as contas:
a) se apresentar: art. 915, §1º, CPC 
1 – autor pode concordar com as contas, caso em que o juiz as considerará boas;
Fase 2 (intimação do réu para em 48 horas prestar contas)
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2 – pode silenciar, presumindo que houve concordância;
3 – pode impugnar, dizendo que não apresentadas na forma da lei (art. 917, CPC), que o conteúdo não é correto ou que houve omissão de itens à apuração do saldo.
Se impugnado, juiz verifica a necessidade de produção de provas  profere a sentença julgando correta ou não as contas prestadas e declara saldo em favor do autor ou do réu.
b) não apresenta: art. 915, §3º - segunda parte, CPC.
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Recurso cabível: 
APELAÇÃO
Recebida no efeito SUSPENSIVO.
Sentença (eficácia condenatória) – 2ª fase
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Aquele que deve contas, quer prestá-las, mas a parte contrária não as aceita.
Motivo: prestação indevida; fora do prazo; divergência de conteúdo ou do valor apurado.
Apenas uma fase
Ação de dar/prestar contas (art. 916, CPC)
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Petição inicial: art. 282 + autor indica a razão que deve contas ao réu + contas e documentos necessários (art. 917, CPC)
O réu é citado para em CINCO dias ACEITAR as contas ou contestar a ação (art. 916, caput, CPC)
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 O réu pode:
a) aceitar: processo extinto COM resolução do mérito;
b) revel: aplicação art. 330, CPC (julgamento antecipado da lide);
c) oferecer contestação: impugna as contas apresentadas ou nega a existência de relação jurídica com o autor.
Impugnação das contas: o réu deve demonstrar o erro do autor; não pode ser impugnação genérica. 
Oferecida a contestação  rito ordinário
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Forma mercantil: todos os lançamentos devem ser apresentados de forma discriminada e em ordem cronológica, devendo haver a coluna referente às despesas e às receitas.
Unido às contas, o apresentante anexa documentos que justificam receitas e despesas; deve juntar recibos, o adversário pode impugnar o conteúdo.
 Dispensa dos documentos: art. 915, §3º, 2ª parte, CPC
Forma de apresentação das contas
 Art. 917, CPC
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 Art. 919, CPC: a prestação de contas é apresentada em apenso aos autos principais.
Determinação do Juiz ou MP: não haverá ação autônoma, é incidente apenso. As contas não serão julgadas por sentença, é decisão interlocutória. Não há distribuição.
A pedido de um dos interessados: ajuiza-se ação autônoma de prestação de contas; é distribuída por dependência. O procedimento adotado é o do art. 915, CPC. Há sentença.
Prestação de contas por dependência
Quando há inventário
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Conceito de posse (possuidor):  Art. 1.196 CC
Ações Possessórias - PROVA
Artigos 920 a 933, do CPC
** CC: art. 1.196 a 1.237 
São ações possessórias (interditos possessórios):
a) a reintegração de posse (esbulho¹); 
b) a manutenção de posse (turbação²); 
c) o interdito proibitório (ameaça³);
¹ quando a vítima é desapossada do bem. (Tomaram todo o imóvel)
² já existem atos concretos de agressão, a vítima ainda não foi desapossada. (Quando estão na iminência de entrar)
³ ainda não há atos concretos de agressão à posse. Não se consumou.
Zona cinzenta
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Classificação da posse:
 
Posse direta X Posse indireta  art. 1.197, CC
* Posse direta: aquele que recebe a coisa.
* Posse indireta: aquele que entrega a coisa.
Boa-fé X Má-fé  art. 1.201,CC
Sabe que a coisa foi obtida injustamente.
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Posse justa X Posse injusta  art. 1200,CC
- violenta: emprego de força ou grave ameaça para haver a coisa;
- clandestina: obtenção às ocultas, às escondidas;
- precária: quando alguém recebe determinada coisa com obrigação de restitui-la e não o faz.
 É do autor o ônus da prova de que a posse do réu é injusta.
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Proteção possessória
 
Autotutela X Heterotutela
Autotutela  art. 1.210, §1º, CC (não preciso de intervenção de terceiro)
a) legítima defesa da posse: a posse está sendo agredida ou está na iminência de ser.
b) desforço imediato: o possuidor já perdeu a posse. A intervenção do possuidor deve ser feita logo.
Heterotutela  ajuizamento das ações possessórias (preciso da intervenção de terceiro – Estado)
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Fungibilidade – art. 920, CPC
O direito material não fornece critérios para distinguir, com segurança, atos de turbação, ameaça e esbulho.
Direito processual: princípio da fungibilidade.
A fungibilidade cabe apenas entre as ações possessórias (reintegração/manutenção/interdito proibitório). 
Não deverá existir erro grosseiro para que se tenha a fungibilidade.
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Cumulação de demandas – art. 921, CPC (quando preciso formular pedidos)
A cumulação não é automática, sequer implícita, é preciso formulação de pedido (incisos art. 921) expresso na inicial.
E se quiser cumular com outros pedidos 
(ex.: rescisão contratual)?
Pode, mas o rito a ser seguido é o ordinário e não se tem liminar
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O juiz aprecia não apenas os pedidos formulados pelo autor, mas também os do réu (além do pleito de improcedência dos pedidos do autor) sem a necessidade de reconvir.
O réu deverá formular seus pedidos de natureza possessória na própria contestação, inclusive aqueles do art. 921, CPC.
O réu NÃO pode requerer liminar na contestação.
O réu pode reconvir, desde que não sejam pedidos de natureza possessória ou os do art. 921, CPC. Ex.: rescisão contrato.
Natureza dúplice – art. 922, CPC
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Procedimento especial e ordinário – art. 924, CPC
Conta-se da “agressão” - exceção art. 1.224 CC:
* posse nova (ano e dia): procedimento especial – concessão de liminar
* posse velha (mais de ano e dia): procedimento ordinário – tutela antecipada (requisitos do art. 273, CPC)
  Se valor da causa for inferior a 60 s.m. o rito é sumário.
** Art. 1.223 e 1.224, CC – perda da posse
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Da caução na liminar - art. 925, CC
A caução funciona como contracautela
A prova da insuficiência financeira do autor é do réu. É prova documental e não testemunhal. Juiz não fixa caução de ofício.
O requerimento de caução pelo réu pode ser feita a qualquer tempo, mesmo em grau de recurso.
A caução será prestada nos termos do art. 826, CPC e deverá ser de valor que assegure o réu de possíveis prejuízos em razão do cumprimento da liminar. Se a caução não for prestada (em 5 dias), a coisa litigiosa ficará depositada.
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Procedimento especial
Competência (posse nova ou velha): 
a) Coisa imóvel: art. 95, CPC
Foro da situação da coisa (competência absoluta).
b) Coisa móvel: art. 94, CPC
 Foro de domicílio do réu.
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Legitimidade: Dispensa outorga uxória  art. 10, §2º, CPC (assinatura do cônjuge)
Ativa:
A ação deve ser ajuizada pelo possuidor da coisa que tenha sido esbulhado, turbado ou ameaçado na posse.
Passiva:
Em face de quem perpetrou o esbulho/turbação/ameaça. 
Pessoa jurídica e Fazenda Pública: observar art. 928, § único, CPC
E se tiver transferido a coisa a terceiros?
Se forem de boa-fé não pode  art. 1.212, CC.
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E se forem vários réus?
Serão nomeados aqueles que forem possíveis de serem identificados
E se não for possível a identificação?
O pólo passivo será ocupado genericamente por todos os invasores que estiverem ocupando indevidamente o bem, sem a necessidade de nome ou qualificação.
E como o oficial de justiça faz a citação neste caso?
Cita aqueles que estiverem ocupando indevidamente o bem. Se não for possível, a citação é feita por Edital. Não comparecendo os réus, é nomeado curador especial.
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Petição inicial:
* art. 282, CPC 
* descrever com precisão a posse e os atos pelos quais ela se manifesta
* indicar o bem que é objeto do litígio, sua localização e dimensões
* fornecer todos os dados a respeito da agressão da posse
* Indicar as datas em que ocorreram as ofensas à posse
* formular pedido com as suas especificações
 Valor da causa: valor do bem que está postulando
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Liminar:
Não tem natureza cautelar. 
Independe de prova de prejuízo irreparável ou de existência de dano iminente.
Demonstrar apenas o exposto no art. 927, CPC
É concedida inaudita altera parte
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Audiência de Justificação:
Finalidade: dar oportunidade ao autor para demonstrar que preenche os requisitos da liminar.
Continua sendo a liminar concedida inaudita altera parte  o réu ainda não se defendeu. 
Os réus obrigatoriamente deverão ser citados para a audiência de justificação, sob pena de redesignação da audiência. Réu não arrola testemunhas; só formula perguntas para às do autor. Pode apresentar documentos que demonstrem impossibilidade da concessão de liminar.
Pedido expresso na petição inicial (divergência doutrinária)
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A decisão liminar
Da decisão liminar cabe Agravo de Instrumento e 
não Agravo Retido.
A liminar pode ser revogada após a apresentação da contestação se o réu tenha trazido elementos novos, pedindo a revogação da liminar.
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Da resposta do réu 
(contestação, exceções e reconvenção – salvo hipótese já vista)
Depois da liminar o procedimento é ordinário.
Prazo da resposta: 15 dias
a) Se liminar concedida sem AJ: prazo corre da juntada aos autos do mandado de citação.
b) Se AJ e liminar na audiência: corre da data da audiência
c) Se liminar concedida depois da AJ: prazo flui da data em que for intimado da liminar.
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Sentença e execução
Se procedente o pedido: Juiz condena o réu ao cumprimento de uma obrigação de coisa certa (no caso de reintegração de posse) ou condena-o a deixar de turbar ou ameaçar a posse.
Sentença executiva lato sensu.
Trânsito em julgado  expede-se mandado de cumprimento do que ficou decidido.
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Interdito proibitório – peculiaridades.
Houve apenas ameaça e não ato concreto de agressão à posse.
Caráter cominatório: impõe ao réu uma obrigação de não fazer. Forma de tutela inibitória, preventiva.
Pedido do autor: o autor deve descrever com clareza em que consistem as ameaças  art. 932, CPC 
Procedimento do interdito proibitório  art. 933, CPC
Aplica-se o princípio da fungibilidade.
Finalidade da liminar: fixação de multa.
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- Se o réu não apresentar em 48 horas, o autor deverá apresentar impugnação em 10 dias; depois disso o réu não pode mais apresentar as contas;
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Nas duas fases não pode ultrapassar o limite de 20% dos honorários sucumbenciais
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- Os interditos possessórios são gênero e as demais ações são espécies;
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