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* Finalidade: detalhar os itens de crédito e débito que resultam da administração de negócios alheios, apurando se há ou não saldo devedor. Pode-se ter saldo a receber ou débito a pagar. - A possibilidade de ser credor não exime do dever de prestar contar. Pode ser proposta por quem tem o direito de exigir as contas (art. 915, CPC), ou por quem tem obrigação de prestá-las (art. 916, CPC). Ação de Prestação de Contas Artigos 914 a 919, do CPC * O juiz aprecia não apenas os pedidos formulados pelo autor, mas também os do réu (além do pleito de improcedência dos pedidos do autor) sem a necessidade de reconvir. Na ação de prestação de contas o Juiz pode sentenciar declarando a existência de saldo em favor do autor ou do réu, mesmo que este (réu) nada tenha pedido e não tenha apresentado contestação. Ação da natureza dúplice (serve para apurar a existência de saldo em favor de qualquer das partes) * Legitimidade: A pessoa que administrou ou geriu bens alheios tem a obrigação de prestar contas; aquele que teve seus bens ou interesses administrados tem o direito de exigi-las. Interesse: Necessidade/adequação. a) necessidade: a parte contrária deve ter se recusado a prestar ou receber as contas. b) adequação: acertamento de uma relação crédito/débito. Legitimidade e interesse * Ação de exigir contas: art. 94 foro do domicílio do réu Ação de dar/prestar contas: art. 100, V, b) lugar do ato ou fato. Competência relativa: faço a arguição por meio de exceção de incompetência, mesmo prazo da contestação. Competência * É bifásica. Fase 1: discussão se o réu tem ou não obrigação de prestar contas (se não tem, processo extinto; se tem, processo segue à fase 2). Fase 2: o réu presta as contas e o Juiz as examina (verifica se há saldo em favor de uma das partes) Ação de exigir contas (art. 915, CPC) * Petição inicial: art. 282 + requerimento para que o réu seja citado e compelido a prestar contas + demonstrar que o réu é obrigado a prestar contas. O réu é citado para em CINCO dias apresentar ou contestar a ação (art. 915, caput, CPC) Fase 1 (tem ou não obrigação o réu) * O réu pode: a) prestar as contas: o autor, em 05 dias, se manifesta sobre as contas. Se prestar as contas, sem oferecer contestação, passa-se à 2ª fase – análise de contas. art. 915, §1º, CPC * b) não contesta e não apresenta as contas: se verossímil a alegação da inicial, a sentença é proferida, devendo o réu apresentar as contas em 48 horas art. 915, §§ 2º e 3º, CPC, contadas do trânsito em julgado. c) contestar e não apresentar as contas: o autor oferece réplica à contestação. Juiz designa AIJ (ponto controvertido: existência ou não da obrigação de prestar contas) ou profere a sentença. * d) contesta e apresenta as contas: passa-se à 2ª fase – análise de contas. e) revel: Juiz verifica se são ou não aplicáveis os efeitos da revelia. Se aplicável JAL sentença determinando que o réu apresente as contas. * * Se improcedente o pedido ou extinta a ação sem resolução do mérito fim do processo. * Se procedente o pedido sentença cominatória: condena o réu a uma obrigação de fazer prestar contas ao autor no prazo de 48 horas. Sentença que encerra a 1ª fase * Recurso cabível: APELAÇÃO Recebida no DUPLO efeito Processo só passa à 2ª fase quando julgado o recurso * Na 1ª fase: o sucumbente arca com as despesas o sucumbente pode ser o autor (ação julgada improcedente) ou o réu (ação julgada procedente). Na 2ª fase: divergência. O vencedor das duas fases da ação de prestação de contas tem direito à majoração da verba honorária que lhe foi deferida na primeira sentença. O limite de 20% sobre o valor da causa, ou sobre o valor da condenação, o maior deles, pode ser um prudente critério para a fixação da verba (STJ, 4ª Turma, Resp 154.925-SP, rel. Min. Ruy Rosado). Ônus sucumbenciais * Necessidade de trânsito em julgado da sentença que condena o réu a prestar contas após, 2ª fase. A intimação deve ser PESSOAL. O réu pode ou não apresentar as contas: a) se apresentar: art. 915, §1º, CPC 1 – autor pode concordar com as contas, caso em que o juiz as considerará boas; Fase 2 (intimação do réu para em 48 horas prestar contas) * 2 – pode silenciar, presumindo que houve concordância; 3 – pode impugnar, dizendo que não apresentadas na forma da lei (art. 917, CPC), que o conteúdo não é correto ou que houve omissão de itens à apuração do saldo. Se impugnado, juiz verifica a necessidade de produção de provas profere a sentença julgando correta ou não as contas prestadas e declara saldo em favor do autor ou do réu. b) não apresenta: art. 915, §3º - segunda parte, CPC. * Recurso cabível: APELAÇÃO Recebida no efeito SUSPENSIVO. Sentença (eficácia condenatória) – 2ª fase * Aquele que deve contas, quer prestá-las, mas a parte contrária não as aceita. Motivo: prestação indevida; fora do prazo; divergência de conteúdo ou do valor apurado. Apenas uma fase Ação de dar/prestar contas (art. 916, CPC) * Petição inicial: art. 282 + autor indica a razão que deve contas ao réu + contas e documentos necessários (art. 917, CPC) O réu é citado para em CINCO dias ACEITAR as contas ou contestar a ação (art. 916, caput, CPC) * O réu pode: a) aceitar: processo extinto COM resolução do mérito; b) revel: aplicação art. 330, CPC (julgamento antecipado da lide); c) oferecer contestação: impugna as contas apresentadas ou nega a existência de relação jurídica com o autor. Impugnação das contas: o réu deve demonstrar o erro do autor; não pode ser impugnação genérica. Oferecida a contestação rito ordinário * Forma mercantil: todos os lançamentos devem ser apresentados de forma discriminada e em ordem cronológica, devendo haver a coluna referente às despesas e às receitas. Unido às contas, o apresentante anexa documentos que justificam receitas e despesas; deve juntar recibos, o adversário pode impugnar o conteúdo. Dispensa dos documentos: art. 915, §3º, 2ª parte, CPC Forma de apresentação das contas Art. 917, CPC * Art. 919, CPC: a prestação de contas é apresentada em apenso aos autos principais. Determinação do Juiz ou MP: não haverá ação autônoma, é incidente apenso. As contas não serão julgadas por sentença, é decisão interlocutória. Não há distribuição. A pedido de um dos interessados: ajuiza-se ação autônoma de prestação de contas; é distribuída por dependência. O procedimento adotado é o do art. 915, CPC. Há sentença. Prestação de contas por dependência Quando há inventário * Conceito de posse (possuidor): Art. 1.196 CC Ações Possessórias - PROVA Artigos 920 a 933, do CPC ** CC: art. 1.196 a 1.237 São ações possessórias (interditos possessórios): a) a reintegração de posse (esbulho¹); b) a manutenção de posse (turbação²); c) o interdito proibitório (ameaça³); ¹ quando a vítima é desapossada do bem. (Tomaram todo o imóvel) ² já existem atos concretos de agressão, a vítima ainda não foi desapossada. (Quando estão na iminência de entrar) ³ ainda não há atos concretos de agressão à posse. Não se consumou. Zona cinzenta * Classificação da posse: Posse direta X Posse indireta art. 1.197, CC * Posse direta: aquele que recebe a coisa. * Posse indireta: aquele que entrega a coisa. Boa-fé X Má-fé art. 1.201,CC Sabe que a coisa foi obtida injustamente. * Posse justa X Posse injusta art. 1200,CC - violenta: emprego de força ou grave ameaça para haver a coisa; - clandestina: obtenção às ocultas, às escondidas; - precária: quando alguém recebe determinada coisa com obrigação de restitui-la e não o faz. É do autor o ônus da prova de que a posse do réu é injusta. * Proteção possessória Autotutela X Heterotutela Autotutela art. 1.210, §1º, CC (não preciso de intervenção de terceiro) a) legítima defesa da posse: a posse está sendo agredida ou está na iminência de ser. b) desforço imediato: o possuidor já perdeu a posse. A intervenção do possuidor deve ser feita logo. Heterotutela ajuizamento das ações possessórias (preciso da intervenção de terceiro – Estado) * Fungibilidade – art. 920, CPC O direito material não fornece critérios para distinguir, com segurança, atos de turbação, ameaça e esbulho. Direito processual: princípio da fungibilidade. A fungibilidade cabe apenas entre as ações possessórias (reintegração/manutenção/interdito proibitório). Não deverá existir erro grosseiro para que se tenha a fungibilidade. * Cumulação de demandas – art. 921, CPC (quando preciso formular pedidos) A cumulação não é automática, sequer implícita, é preciso formulação de pedido (incisos art. 921) expresso na inicial. E se quiser cumular com outros pedidos (ex.: rescisão contratual)? Pode, mas o rito a ser seguido é o ordinário e não se tem liminar * O juiz aprecia não apenas os pedidos formulados pelo autor, mas também os do réu (além do pleito de improcedência dos pedidos do autor) sem a necessidade de reconvir. O réu deverá formular seus pedidos de natureza possessória na própria contestação, inclusive aqueles do art. 921, CPC. O réu NÃO pode requerer liminar na contestação. O réu pode reconvir, desde que não sejam pedidos de natureza possessória ou os do art. 921, CPC. Ex.: rescisão contrato. Natureza dúplice – art. 922, CPC * Procedimento especial e ordinário – art. 924, CPC Conta-se da “agressão” - exceção art. 1.224 CC: * posse nova (ano e dia): procedimento especial – concessão de liminar * posse velha (mais de ano e dia): procedimento ordinário – tutela antecipada (requisitos do art. 273, CPC) Se valor da causa for inferior a 60 s.m. o rito é sumário. ** Art. 1.223 e 1.224, CC – perda da posse * Da caução na liminar - art. 925, CC A caução funciona como contracautela A prova da insuficiência financeira do autor é do réu. É prova documental e não testemunhal. Juiz não fixa caução de ofício. O requerimento de caução pelo réu pode ser feita a qualquer tempo, mesmo em grau de recurso. A caução será prestada nos termos do art. 826, CPC e deverá ser de valor que assegure o réu de possíveis prejuízos em razão do cumprimento da liminar. Se a caução não for prestada (em 5 dias), a coisa litigiosa ficará depositada. * Procedimento especial Competência (posse nova ou velha): a) Coisa imóvel: art. 95, CPC Foro da situação da coisa (competência absoluta). b) Coisa móvel: art. 94, CPC Foro de domicílio do réu. * Legitimidade: Dispensa outorga uxória art. 10, §2º, CPC (assinatura do cônjuge) Ativa: A ação deve ser ajuizada pelo possuidor da coisa que tenha sido esbulhado, turbado ou ameaçado na posse. Passiva: Em face de quem perpetrou o esbulho/turbação/ameaça. Pessoa jurídica e Fazenda Pública: observar art. 928, § único, CPC E se tiver transferido a coisa a terceiros? Se forem de boa-fé não pode art. 1.212, CC. * E se forem vários réus? Serão nomeados aqueles que forem possíveis de serem identificados E se não for possível a identificação? O pólo passivo será ocupado genericamente por todos os invasores que estiverem ocupando indevidamente o bem, sem a necessidade de nome ou qualificação. E como o oficial de justiça faz a citação neste caso? Cita aqueles que estiverem ocupando indevidamente o bem. Se não for possível, a citação é feita por Edital. Não comparecendo os réus, é nomeado curador especial. * Petição inicial: * art. 282, CPC * descrever com precisão a posse e os atos pelos quais ela se manifesta * indicar o bem que é objeto do litígio, sua localização e dimensões * fornecer todos os dados a respeito da agressão da posse * Indicar as datas em que ocorreram as ofensas à posse * formular pedido com as suas especificações Valor da causa: valor do bem que está postulando * Liminar: Não tem natureza cautelar. Independe de prova de prejuízo irreparável ou de existência de dano iminente. Demonstrar apenas o exposto no art. 927, CPC É concedida inaudita altera parte * Audiência de Justificação: Finalidade: dar oportunidade ao autor para demonstrar que preenche os requisitos da liminar. Continua sendo a liminar concedida inaudita altera parte o réu ainda não se defendeu. Os réus obrigatoriamente deverão ser citados para a audiência de justificação, sob pena de redesignação da audiência. Réu não arrola testemunhas; só formula perguntas para às do autor. Pode apresentar documentos que demonstrem impossibilidade da concessão de liminar. Pedido expresso na petição inicial (divergência doutrinária) * A decisão liminar Da decisão liminar cabe Agravo de Instrumento e não Agravo Retido. A liminar pode ser revogada após a apresentação da contestação se o réu tenha trazido elementos novos, pedindo a revogação da liminar. * Da resposta do réu (contestação, exceções e reconvenção – salvo hipótese já vista) Depois da liminar o procedimento é ordinário. Prazo da resposta: 15 dias a) Se liminar concedida sem AJ: prazo corre da juntada aos autos do mandado de citação. b) Se AJ e liminar na audiência: corre da data da audiência c) Se liminar concedida depois da AJ: prazo flui da data em que for intimado da liminar. * Sentença e execução Se procedente o pedido: Juiz condena o réu ao cumprimento de uma obrigação de coisa certa (no caso de reintegração de posse) ou condena-o a deixar de turbar ou ameaçar a posse. Sentença executiva lato sensu. Trânsito em julgado expede-se mandado de cumprimento do que ficou decidido. * Interdito proibitório – peculiaridades. Houve apenas ameaça e não ato concreto de agressão à posse. Caráter cominatório: impõe ao réu uma obrigação de não fazer. Forma de tutela inibitória, preventiva. Pedido do autor: o autor deve descrever com clareza em que consistem as ameaças art. 932, CPC Procedimento do interdito proibitório art. 933, CPC Aplica-se o princípio da fungibilidade. Finalidade da liminar: fixação de multa. * * * * * * * - Se o réu não apresentar em 48 horas, o autor deverá apresentar impugnação em 10 dias; depois disso o réu não pode mais apresentar as contas; * * * * Nas duas fases não pode ultrapassar o limite de 20% dos honorários sucumbenciais * * * * * * * * * - Os interditos possessórios são gênero e as demais ações são espécies; - * * * * * * * * * * * * * * * *
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