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Profª Franciane Hasse
francianehasse@unidavi.edu.br
Direito Processual Civil V
Procedimentos Especiais
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AÇÃO
É o instrumento jurídico-processual utilizado pelo pretensor, para exigir do Estado, através do Poder Judiciário e do órgão jurisdicional competente e, por intermédio da ação judicial correspondente, a tutela jurisdicional, específica, que dá o exato amparo a uma pretensão inerente a um direito subjetivo determinado, seja este individual ou coletivo, de caráter público ou privado – Prof. Arno Schlichting.
  É exercível, mesmo, às vezes, para as pessoas que não tem razão alguma.
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LIDE
É conflito judicial de interesse
 Pretensão resistida
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JURISDIÇÃO
É o direito delegado ao Estado de resolver os conflitos.
Elimina a possibilidade de que as diferenças estabelecidas entre particulares sejam resolvidas através da justiça privada.
 
  Direito de ação
Exceção: legítima defesa e desforço pessoal imediato (art. 1.210, §1º, CC)
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CONTENCIOSA 
* Existe o conflito judicial de interesses entre as pessoas. 
* Identificação: PARTES. 
VOLUNTÁRIA
* Normalmente não existe conflito de interesses. 
* Identificação: INTERESSADOS.
Jurisdição é dividida em:
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PROCESSO
- são normas, diretrizes a serem seguidas para alcançar 
determinados objetivos. 
- deriva do latim procedere, que significa caminhar para frente. 
 - Então, processo: é a sucessão progressiva de atos tendentes
 à solução dos conflitos, sendo o meio (método) utilizado 
pelo Estado na solução das lides. 
 É o instrumento utilizado pela jurisdição, para solução dos 
conflitos de interesse
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TIPOS DE PROCESSO
* Processo de conhecimento: visa obter o reconhecimento jurídico do direito alegado através do proferimento de uma sentença.
* Processo de execução: visa a satisfação do direito reconhecido no título executivo judicial ou extrajudicial
* Processo cautelar: visa garantir o resultado útil de um processo. Pode ser preparatória (antes da ação principal) ou incidental (durante o processo).
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PROCEDIMENTO
 É o modo pelo qual o processo anda
Forma pela qual o processo caminha
COMUM
a) Ordinário
b) Sumário
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DEMAIS PROCEDIMENTOS
* EXECUTIVO
* CAUTELAR
* ESPECIAL
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LEMBRETE:
O processo não se confunde com o procedimento!!
Processo: compreende as relações jurídicas que se estabelecem entre os sujeitos nele envolvidos e a forma pela qual os atos processuais sucedem-se aos outros.
Procedimento: encadeamento dos atos processuais. É a interligação dos atos praticados no processo.
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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
REGULADO PELO LIVRO IV, DO CPC
1) Especial de jurisdição contenciosa – artigos 890 a 1.102-C do CPC // existência de litígio // sentença de mérito
2) Especial de jurisdição voluntária – artigos 1.103 a 1.210 // não há litígio // sentença meramente homologatória  sem mérito
3) Especial não-codificado (leis extravagantes) (Ex.: mandado de segurança, ação de despejo, lei de alimentos).
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Disciplina a prática de atos processuais em ações específicas sem a observância das regras do procedimento comum (salvo exceções).
Nem sempre é resolvida em menor espaço de tempo  complexidade da investigação de fatos  ampla instrução probatória.
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 Tem natureza cognitiva – deveria ser analisado antes dos processos de execução e cautelares.
 São identificados por exclusão. (identificar as ações no procedimento especial)
 Admitem a concessão de liminar. 
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Razão do PE*: natureza instrumental do processo .
  intenção do legislador: instrumento de jurisdição mais útil.
Não é um fim, é um instrumento para a postulação do direito.
Leva em consideração o direito material discutido, a proteção jurídica que a lei lhe atribui.
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Pretensão do legislador: adequar o procedimento à tutela que se deseja, de acordo com a lesão que o direito material sofre.
Tenta-se distanciar o procedimento especial do comum.
 Todos os processos que a lei não atribua procedimento especial obedece o procedimento comum.
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Ocorre quando: a) existir omissão legislativa no PE; b) a aplicação não afrontar a essência do PE.
 Artigo 272, parágrafo único, CPC.
Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou sumário.
Parágrafo único. O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas disposições que lhes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.
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E para os recursos?!?
Desde que NÃO exista previsão legal em sentido contrário, adotam-se as regras do 
procedimento comum. 
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 Algumas ações iniciam pelo procedimento especial e após assumem o rito ordinário. (ex. 903 CPC)
Ex.: Ações possessórias de menos de ano e dia (posse nova)  o Juiz defere a liminar ou designa audiência de justificação  após há (ou não) o deferimento da liminar e o cumprimento do mandado possessório  posteriormente a ação assume o rito ordinário.
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Conclusão: a ação por vezes tem início e é encerrada mediante a exclusiva aplicação de regras do procedimento especial.
Outras vezes tem início por esse rito, assumindo a dinâmica do procedimento ordinário a partir de determinado momento, mostrando-se as regras que disciplinam a dinâmica do procedimento especial como insuficientes para reger a prática de todos os atos do processo, reclamando a aplicação subsidiária das normas do procedimento geral.
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REQUISITOS
Materiais: a pretensão deve estar situada no direito material. Não comprovado o direito material tem-se a improcedência do pedido. (ex. ação de alimentos)
Processuais: ausência dos pressupostos de constituição¹ e desenvolvimento válido e regular² do processo  extinção do processo sem resolução do mérito. 
¹ são, a princípio: petição inicial, jurisdição, citação e a capacidade postulatória.
² preenchimento dos requisitos da petição inicial, citação válida, competência do juízo.
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ERRO DE FORMA DO PROCESSO.
Cabe ao Juiz adequá-lo, desde que exista a possibilidade.
 Artigo 250, do CPC
Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à defesa.
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 Espécies de depósito:
1) Depósito voluntário (contratual): art. 627 a 646, CC. Provém de um contrato. É em regra gratuito, mas pode ser oneroso (art. 628, CC)
2) Depósito necessário (não contratual): art. 647 a 652, CC. Pode ter origem de uma obrigação legal ou situação especial (incêndio, inundação, calamidade...)
3) Depósito judicial: feito no curso do processo.
 Classificação: regular (coisa infungível) e irregular (coisa fungível)
Ação de Depósito
Artigos 901 a 906, do CPC (procedimento especial)
 ** CC: art. 627 a 652 (direito material)
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É determinado pelo juiz para preservar bem litigioso ou que tenha sido objeto de apreensão judicial. 
O depositário não fica com a posse direta do bem, apenas com a mera detenção.
É ato judicial não contratual, de direito público.
O bem é restituído quando da determinação do juiz.
Depósito Judicial
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Não pode o depositário requerer ação possessória se for perturbado na posse, pode pedir ao juiz medidas para lhe garantir o exercício da função.
Não há necessidade de ingressar com ação de depósito contra depositário judicial; basta requerer ao juiz que determine a expedição de mandado para a entrega do bem  Não cabe mais prisão.
 Cabe: ação de depósito contratual ou necessário.
* Marinoni diz que cabe ação para depósito necessário (não contratual).. Marcus Vinicius
afirma que deverá socorrer-se das vias ordinárias. Ex.: possessórias.
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Era uma das poucas hipóteses de admissão de prisão civil.
Em 12/2008 o STF (RE 466.343) decidiu, por maioria dos votos, pela proibição da prisão civil do depositário infiel – Súmula Vinculante 25.
Fundamentos: proteção aos direitos humanos, ratificação de tratados internacionais (Pacto de São José de Costa Rica, proibia a prisão civil por dívidas, salvo de natureza alimentar)
Outros meios de coerção: art. 461, §§ 1º a 6º, do CPC.
Prisão civil do depositário infiel
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Instrumento jurídico-processual de que se utiliza o autor para reivindicar a entrega forçada de coisa que se constitui objeto de contrato de depósito anteriormente formalizado entre as partes.
Se presta apenas para a entrega de coisa infungível ** divergência doutrinária/jurisprudencial
O que é ação de depósito??
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** Doutrina:
“Ora, sendo ‘ação de depósito’ dirigida à obtenção da restituição da coisa depositada, apenas no depósito regular, em que o depositário está obrigado a entregar a coisa cuja guarda lhe foi confiada, será adequada a utilização da ‘ação de depósito’. Faltará, pois, interesse de agir (por falta de interesse-adequação) àquele que ajuizar ‘ação de depósito’ para obter a restituição, pelo depositário, de coisas fungíveis. Adequado será, na hipótese, ajuizar ‘ação de cobrança’, já que o depósito irregular é regido pelas mesmas leis do mútuo” (CÂMARA, Alexandre Freitas. 2004, v. III, p. 336)
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Se o depósito recair sobre coisa infungível (depósito regular), o depositário deve restituir a própria coisa. Ex.: obra de arte.
Se o depósito recair sobre coisa fungível (depósito irregular), o depositário deve entregar o bem na mesma quantidade, na mesma qualidade e no mesmo gênero da coisa recebida. Ex.: dinheiro
* Jurisprudência:
Julgados do TJSC: possibilidade ação de depósito para entrega de coisa fungível (ex.: arroz e trigo)
Julgado do TJRS: impossibilidade (ex.: arroz e CDB)
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Tem por objeto a restituição de coisa depositada (art. 901, CPC).
Tem natureza cognitiva, seu pedido é condenatório. 
Natureza contratual:
É ação bifásica:
Fase 1: são investigados os fatos que interligam as partes em litígio, para definir se firmaram contrato de depósito; se a coisa foi ou não entregue ao depositário; se este negou-se em devolver a coisa. Se a recusa é ou não justa.
Fase 2: o magistrado executa a providência. (art. 902, I, II do CPC)
Procedimento
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Peculiaridades: 
a) o réu é citado para em CINCO dias entregar o bem; 
b) em caso de procedência do pedido não há necessidade de execução, sendo o réu compelido a entregar a coisa ou o equivalente. 
No demais, segue a regra do procedimento ordinário.
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Legitimidade ativa: depositante ou o seu sucessor.
Legitimidade passiva: depositário tido por infiel.
* Legitimidade
* Competência
- Domicílio do réu: art. 94, CPC.
- Foro de eleição: art. 111, CPC.
Competência relativa
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Preenche os requisitos do 282 e 283, CPC
O autor deve juntar prova literal do depósito (deve ser escrito e não verbal): contrato/documento que evidencie a existência (vide Marinoni – afirma não ser obrigatória apresentação de prova literal).
Deve-se apresentar a estimativa do valor da coisa
Petição inicial
Pedidos: citação do réu para entregar a coisa em CINCO dias, depositá-la em juízo ou apresentar resposta. NÃO se tem c/c com perdas e danos, ritos diferentes.
Valor da causa: é o da coisa dada em depósito.
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O réu poderá:
i) entregar a coisa e reconhecer o pedido  processo extinto COM resolução do mérito  réu condenado ao pagamento das custas e honorários advocatícios.
ii) depositar a coisa em juízo: só se justifica quando o autor não a quiser de volta, deve ser recolhida em depósito público, ou quando o réu tiver direito de retenção sobre ela. O depósito não equivale ao reconhecimento do pedido, é apenas “garantia” para o réu; só tem sentido quando o réu pretende defender-se da ação.
Resposta do réu
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iii) consignar o valor da coisa em dinheiro: não é alternativa em favor do depositário. Só será cabível quando a coisa estiver deteriorada ou perdida e não houver mais possibilidade de restituição. – Não indeniza: art. 642, CC.
 Situação diversa ocorre se o depósito for de alienação fiduciária – bem dado como garantia de uma dívida em dinheiro. O devedor exonera-se com a restituição da coisa ou do equivalente em dinheiro, não podendo haver recusa no recebimento da quantia.
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iv) contestar. Matérias para arguir: art. 902, §2º CPC.  Admite reconvenção e exceção.
Pode alegar a nulidade e a falsidade material ou ideológica do título (prova literal do depósito); perda ou deterioração da coisa em virtude de caso fortuito ou força maior (art. 642, CC); poderá invocar o direito de retenção por benfeitorias (art. 644, CC).
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Se o réu contestar, a ação assume o 
rito ordinário 
 art. 903, CPC
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 Artigos 904 e 906, CPC
Na sentença, o juiz determina que após o trânsito em julgado seja expedido mandado de entrega da coisa ou equivalente, em 24 horas.
Se não for possível a restituição (culpa depositário), na sentença, o juiz indica o valor do equivalente em dinheiro. 
Se não restar frutífero o mandado de entrega, executa-se a sentença – art. 475-J, CPC e não execução por quantia certa.
Da sentença (executiva lato sensu)
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Alienação fiduciária: ocorre quando alguém, em garantia de uma dívida, transfere ao credor a propriedade resolúvel de um bem, ficando (o devedor) com a posse direta.
Se não houver o pagamento da dívida, o credor pode requerer a busca e apreensão do bem (DL 911/69).
Se o bem não for encontrado ou não estiver na posse do devedor, poderá requerer-se, nos mesmos autos, a conversão da busca e apreensão em depósito. O réu deverá ser CITADO nesta fase já que os pedidos são diferentes.
Ação de depósito de bens dados em alienação fiduciária
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Petição
Inicial
Citação
do Réu
REVEL
Entrega
a coisa
Deposita
a coisa
Consigna
o valor
Contestação
JAL
Sentença
Mandado para
entrega
Autor aceita
Autor recusa
Sentença
Prod. Provas
Não contesta
Contesta
Contesta
Não contesta
JAL
Sentença
Provas
Autor aceita
Autor recusa
Sentença
Provas
Provas
Sentença
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Se não tiver conflito de interesse não tem lide, não há pretensão resistida;
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Ordinário:
Petição inicial – Citação – Resposta (contestação, reconvenção) – Réplica – Audiência art. 331 CPC – Se necessário Audiência de Inst. Julg. (oitiva das partes, das testemunhas, perito) – Alegações finais – Sentença; 
Sumário:
Petição inicial – citação – Audiência para conciliação, se não obtida deverá o réu apresentar sua resposta em audiência – se conciliada o juiz irá homologar de imediato e se encerra os autos, ou após a resposta será apresentado réplica na própria audiência, mas ocorre prazo para apresentar depois – Audiência de Inst. Julg. (oitiva das partes, das testemunhas, perito) – Alegações finais – Sentença;
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Tudo o que não estiver no CPC, estará no procedimento especial seguindo o rito comum ordinário;
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*PE: procedimento especial;
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Audiência de justificação: quando as provas que estão nas ações possessórias não são suficientes para a comprovação de esbulho, turbação. Aí o magistrado designa esta audiência para um “explicação” do acontecido. 
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Dentro das ações possessórias, existe o principio da fungibilidade, quando há uma adequação, um reaproveitamento de alguns atos para outro processo.
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Infungível: não pode ser substituída. Deve ser entregue a mesma coisa que foi depositada.
Fungível: deve obedecer a quantidade, qualidade e o gênero que foi recebido.
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Exceção de incompetência: em razao do território, tem o mesmo prazo da contestação.
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