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Instituto de Matemática - IM / UFRJ Prova Final Cálculo Diferencial e Integral IV - MAC 248 11/06/2014 Questão 1 : (2:5 pontos) Seja f (x) = ln(x+ 1): Determine: a) (1:2 ponto) A série de Taylor desta função em torno de a = 0: Solução: Método 1: Utilizar a de nição de série de Taylor. Temos que: f(x) = 1X n=0 f (n)(0) n! xn: (1) B Seja n = 0: Então, f(0) = ln 1 = 0; B Seja n = 1: Então, f 0(x) = 1 x+ 1 =) f 0(0) = 1; B Seja n = 2: Então, f 00(x) = � 1 (x+ 1)2 =) f 00(0) = �1; B Seja n = 3: Então, f (3)x) = 2 (x+ 1)3 =) f (3)(0) = 2 = 2!; B Seja n = 4: Então, f (4)x) = � 2 � 3 (x+ 1)4 =) f (4)(0) = �2 � 3 = 3! B Seja n = 5: Então, f (5)x) = 2 � 3 � 4 (x+ 1)5 =) f (5)(0) = 2 � 3 � 4 = 4! Das igualdades acima conclui-se que: f (n)(0) = (�1)n�1(n� 1)!;8n = 1; 2; 3; ::: (2) Substituindo (2) em (1) obtemos que: f(x) = 1X n=1 (�1)n�1(n� 1)! n! xn =) f(x) = 1X n=1 (�1)n�1 n xn: (3) b) (1:3 ponto) O raio e o intervalo de convergência da série obtida no item a): Solução: B Cálculo de R: Temos que: cn = (�1)n�1 n =) cn+1 = (�1) n n+ 1 : Das igualdades acima obtemos que: 1 R = lim n!1 ���� cncn+1 ���� =) R = limn!1n+ 1n =) R = 1: (4) B Determinar o intervalo de convergência. De (4) obtemos que em princípio o intervalo de convergência é dada por (�1; 1): A seguir testaremos os extremos do intervalo. � Seja x = 1: Então: f(1) = 1X n=1 (�1)n�1 n : (5) (i) A série dada por (5) é alternada; (ii) A sequencia un = 1 n é decrescente; (iii) lim n!1un = limn!1 1 n = 0: De (i)+(ii)+(iii) segue por Leibniz que a série 1X n=1 (�1)n�1 n é convergente. � Seja x = �1: Então: f(�1) = 1X n=1 (�1)n�1(�1)n n = � 1X n=1 1 n : (6) Como p = 1; a série dada por (6) é divergente. Logo, o intervalo de convergência da série é dada por (�1; 1]: Método 2: Utilizar o resultado da série geométrica. Temos que: 1 1 + t = 1X n=0 (�1)ntn; jtj < 1 = R: (7) De (7) obtemos que:Z x 0 1 1 + t = 1X n=0 (�1)n Z x 0 tndt =) [ln(1 + t)] x 0 = 1X n=0 (�1)n n+ 1 � tn+1 �x 0 =) ln(1 + x) = 1X n=0 (�1)n n+ 1 xn+1; jxj < 1 = R: (8) 2 Questão 2 : (2:5 pontos) Considere a seguinte equação diferencial: x(x� 1)y00(x) + 3y0(x)� 2y(x) = 0; x 2 (0;1): a) (0:6 ponto) Prove que x = 0 é um ponto singular regular. Solução: Temos que: �������� p(x) = Q(x) P (x) = 3 x(x� 1) ; q(x) = R(x) P (x) = � 2 x(x� 1) ; não estão de nidas em x = 0: Logo, 0 é um ponto singular. b) (0:6 ponto) Prove que as raízes da equação inidicial são r1= 4 e r2 = 0: Sugestão: F (r) = r(r � 1) + p0r + q0 = 0: Solução: Temos que: �������� xp(x) = 3x x(x� 1) =) xp(x) = 3 x� 1 =) limx!0xp(x) = �3 = p0; x2q(x) = � 2x 2 x(x� 1) =) x 2q(x) = � 2x x� 1 =) limx!0x 2q(x) = 0 = q0. (9) Como ambos os limites dados em (9)1 e (9)2 são nitos então x = 0 é um ponto singular regular. c) (0:6 ponto) Determine a relação de recorrência correspondente a r1= 4: Solução: Temos que: y(x) = 1X n=0 cnx n+r =) (10) y0(x) = 1X n=0 (n+ r)cnx n+r�1 =) (11) y00(x) = 1X n=0 (n+ r)(n+ r � 1)cnxn+r�2: (12) Substituindo (10); (11) e (12) na equação diferencial obtemos: 1X n=0 (n+r)(n+r�1)cnxn+r� 1X n=0 (n+r)(n+r�1)cnxn+r�1+ 1X n=0 3(n+r)cnx n+r�1� 1X n=0 2cnx n+r = 0 =) 3 1X n=0 [(n+ r)(n+ r � 1)� 2] cnxn+r+ 1X n=0 [3(n+ r)� (n+ r)(n+ r � 1)] cnxn+r�1 = 0: (13) B Análise da série 1X n=0 [3(n+ r)� (n+ r)(n+ r � 1)] cnxn+r�1: Seja n� 1 = m: Então, se n = 0 =) m = �1: Logo: 1X n=0 [3(n+ r)� (n+ r)(n+ r � 1)] cnxn+r�1 = 1X n=�1 [3(n+ 1 + r)� (n+ 1 + r)(n+ r)] cn+1xn+r: (14) Substituindo (14) em (13) obtemos que: 1X n=0 [(n+ r)(n+ r � 1)� 2] cnxn+r+ 1X n=�1 [3(n+ 1 + r)� (n+ 1 + r)(n+ r)] cn+1xn+r =) [3r � r(r � 1)] c0xr�1+ 1X n=0 f[(n+ r)(n+ r � 1)� 2] cn + [3(n+ 1 + r)� (n+ 1 + r)(n+ r)] cn+1gxn+r = 0: Logo: [3r � r(r � 1)] c0 = 0 =) 3r � r(r � 1 =) ���� r1 = 4;r2 = 0: pois, c0 = 1; (15) cn+1 = � [(n+ r)(n+ r � 1)� 2] [n+ 1 + r] [3� (n+ r)] cn: (16) Substituindo r1 = 4 na equação (16) obtemos que: cn+1 = � (n+ 4)(n+ 3)� 2 (n+ 5)(�n� 1) cn =) cn+1 = n2 + 7n+ 10 (n+ 5)(n+ 1) cn =) cn+1 = (n+ 5)(n+ 2) (n+ 5)(n+ 1) cn =) cn+1 = (n+ 2) (n+ 1) cn;8 n = 0; 1; 2; ::: (17) 4 d) (0:7 ponto) Determine a solução linearmente independente correspondente a r1= 4: Solução: B Seja n = 0: Então, c1 = 2 1 c0 =) c1 = 2 , pois, c0 = 1; B Seja n = 1: Então, c2 = 3 2 c1 =) c2 = 3 , pois, c1 = 2; B Seja n = 2: Então, c3 = 4 3 c2 =) c3 = 4 , pois, c2 = 3; B Seja n = 3: Então, c4 = 5 4 c3 =) c4 = 5 , pois, c3 = 4: Do que foi exposto podemos a rmar que: cn = (n+ 1);8 n = 0; 1; 2; ::: (18) Da equação (18) conclui-se que: y(x) = 1X n=0 (n+ 1)xn+4: (19) Questão 3 : (2:5 pontos) Considere o seguinte problema de Sturm-Liouville: (i) (ii) (iii) ������� X 00(x) + �X(x) = 0; X 0(0) = 0; X 0(�) = 0: a) (0:7 ponto) Mostre que � < 0 é inaceitável, justi cando sua resposta. Solução: Da equação (i) obtemos que: r2 + � = 0 =) r = +�p��: (20) Considerando � = ��2 na equação (20) obtemos pela tabela que: X (x) = c1 e �x + c2 e ��x: (21) Derivando a equação (21) obtemos que: X 0 (x) = �c1 e�x � �c2 e��x: (22) Substituindo x = 0 em (22) obtemos que: X 0(0) = �c1 � �c2 (ii)= 0 =) c2 = c1: 5 Substituindo o valor de c2 em (22) resulta que: X 0 (x) = �c1 e�x � �c1 e��x: (23) Substituindo x = � em (23) obtemos que: X 0 (�) = �c1 e�� � �c1e��� (iii)= 0 =) c1 e �� = c1 e ��� =) c1 = 0; pois, � 6= 0: Substituindo o valor de c1 em (22) e sabendo que c2 = c1: resulta que: X (x) = 0 =) � < 0 é inaceitável, (24) pois, contraria a de nição de autovetor. b) (0:8 ponto) Mostre que �0 = 0 é um autovalor justi cando sua resposta e determine o autovetor denotado por X0(x) correspondente. Solução: Substituindo � = 0 na equação (20) e da tabela obtemos que: X(x) = c3 + c4 x: (25) Derivando a equação (25) obtemos que: X 0(x) = c4: (26) Substituindo x = 0 em (26) obtemos que: X 0(0) = c4 (ii) = 0: Substituindo o valor de c3 em (25) resulta que: X(x) = c3 = c3 � 1: (27) Portanto, �0 = 0 é um autovalor com correspondente autovetor X0(x) = 1: c) (1:0 ponto)Mostre que � > 0 é aceitável e determine os autovetores corres- pondentes. Solução: Considerando � = �2 na equação (20) obtemos pela tabela que: X (x) = c5 cos�x+ c6 sin�x: (28) Derivando a equação (28) obtemos que: X 0(x) = �c5� sin�x+ c6� cos�x: (29) Substituindo x = 0 em (29) obtemos que: 6 X 0(0) = c6� (ii) = 0 =) c6 = 0; pois, � 6= 0: Substituindo o valor de c5 em (29) resulta que: X 0(x) = �c5� sin�x: (30) Substituindo x = � em (30) obtemos que: X 0(�) = �c5� sin�� (iii)= 0 =) sin�� = 0 =) � = n ; n = 1; 2; 3; ::: (31) pos, como desejamos obter autovetores c2 6= 0: Como � = �2 então de (31) os autovalores �n e os aotovetores Xn(x) são dados por: ����� �n = n2; n = 1; 2; 3; :::Xn(x) = cosnx; n = 1; 2; 3; ::: (32) Questão 4 : (2:5 pontos) Considere o seguinte problema de valor inicial e de fronteira: ���������������� @2u @t2 (x; t) = 4 @2u @x2 (x; t); 0 < x < �; t > 0; @u @x (0; t) = @u @x (�; t) = 0; t > 0; u(x; 0) = x = f(x); 0 < x < �; @u @t (x; 0) = x� 1 = w(x); 0 < x < �: (33) a) (0:4 ponto) Considerando que u(x; t) = X(x)T (t) prove que:����� X 00(x) + �X(x) = 0;T 00(t) + 4�T (t) = 0: Solução: Conisere que u(x; t) = X(x)T (t): Então:������� @2u @t2 (x; t) = X(x)T 000(t); @2u @x2 (x; t) = X 00(x)T (t): (34) Substituindo (34)1 e (34)2 em (33)1 obtemos que: X(x)T 00(t) = 4X 00(x)T (t) 7 X(x)T 00(t) 9X (x)T(t) = 9X 00(x)T (t) 9X (x)T (t) =) T 00(t) 4T (t) = X 00(x) X (x) = �� =) ����� X 00(x) + �X (x) = 0;T 00(t) + 4�T (t) = 0: (35) b) (0:4 ponto) Analise as condições de fronteira e conclua que X 0(0) = 0 e X 0(�) = 0; justi cando sua resposta. Solução: Temos que: u(x; t) = X(x)T (t) =) @u @x (x; t) = X 0(x)T (t): (36) Substituindo x = 0 em (36) resulta que: @u @x (0; t) = X 0(0)T (t) (33)2 = 0 =) X 0 (0) = 0; e ou T (t) = 0: Mas, se T (t) = 0 =) u (x; t) = 0; 8 t > 0: Em particular, u (x; 0) = 0; o que é um absurdo, pois, por (33)3 u (x; 0) = x: Logo: X 0(0) = 0: (37) Substituindo x = � em (36) resulta que: @u @x (�; t) = X 0(�)T (t) (33)2 = 0 =) X 0(�) = 0; e ou T (t) = 0: De forma análoga conclui-se que: X 0 (�) = 0: (38) (c) (0:6 ponto) Determine a solução de T 00(t) + 4�T (t) = 0, para: �0 = 0; �n = n 2; n = 1; 2; 3; ::: Solução: B Seja �0 = 0: Substituindo este valor em (35)2 obtemos que: T 00(t) = 0 =) T 0(t) = c7 =) T (t) = c7t+ c8: (39) 8 B Seja �n = n2: Substituindo este valor em (35)2 obtemos que: T 00(t) + 4n2T (t) = 0 =) T (t) = c9 cos 2nt+ c10 sin 2nt: (40) d) (0:3 ponto)Considerando que u (x; 0) = x = f(x) prove que devemos es- tender f de maneira par e períodica de período T = 2�: Solução: B Seja �0 = 0: Então: u0(x; t) = c4 � [c7t+ c8] =) u0(x; t) = a0 2 t+ b0 2 : (41) B Seja �n = n2: Então: un(x; t) = c5 cosnx � [c9 cos 2nt+ c10 sin 2nt] =) un(x; t) = cosnx � [c11 cos 2nt+ c12 sin 2nt] : (42) De (41) e de (42) obtemos que: u(x; t) = a0 2 t+ b0 2 + cosnx � [c11 cos 2nt+ c12 sin 2nt] : (43) Substituindo t = 0 na equação (43) obtemos que: u(x; 0) = b0 2 + c11 cosnx (33)3 = x = f(x); o que é um absurdo. Portanto, para resolver (33)1; (33)2 e (33)3 resulta que: u(x; t) = a0 2 t+ b0 2 + 1X n=1 cosnx � [an cos 2nt+ bn sin 2nt] : (44) Substituindo t = 0 na equação (44) obtemos que: u(x; 0) = b0 2 + 1X n=1 an cosnx (33)3 = x = f(x); (45) De (45) observamos que devemos estender f de maneira par e períodica de período T = 2�: e) (0:3 ponto) Considerando que @u @t (x; 0) = x�1 = w(x) prove que devemos estender w de maneira par e períodica de período T = 2�: Solução: Derivando parcialmente (44) com respeito a t resulta que: 9 @u @t (x; t) = a0 2 + 1X n=1 cosnx � [�2nan sin 2nt+ 2nbn cos 2nt] : (46) Substituindo t = 0 na equação (46) obtemos que: @u @t (x; 0) = a0 2 + 1X n=1 2nbn cosnx (33)4 = x� 1 = w(x): (47) De (47) observamos que devemos estender w de maneira par e períodica de período T = 2�: f) (0:5 ponto) Determine a solução u (x; t) do PVIF. Solução: B Cálculo de a0: Temos que: a0 = 2 � Z � 0 (x� 1)dx =) a0 = 1 � � (x� 1)2�� 0 =) a0 = 1 � � (� � 1)2 � 1� : (48) B Cálculo de b0: Temos que: b0 = 2 � Z � 0 xdx =) b0 = 1 � � x2 �� 0 =) b0 = �: (49) B Cálculo de an: Temos que: an = 2 � Z � 0 x cosnxdx =) an = 2 � � 1 n [x sinnx] � 0 + 1 n2 [cosnx] � 0 � =) an = 2 n2� [(�1)n � 1] : (50) B Cálculo de bn: Temos que: 2nbn = 2 � Z � 0 (x� 1) cosnxdx =) 10 bn = 2 n� � 1 n [(x� 1) sinnx]�0 + 1 n2 [cosnx] � 0 � =) bn = 2 n3� [(�1)n � 1] : (51) Substituindo (48); (49); (50) e (51) em (44) obtemos que: u(x; t) = 1 2� � (� � 1)2 � 1� t+� 2 + 1X n=1 cosnx� � 2 n2� [(�1)n � 1] cos 2nt+ 2 n3� [(�1)n � 1] sin 2nt � : (52) FORMULÁRIOZ b a x cos n�x L dx = L n� h x sin n�x L ib a + L2 n2�2 h cos n�x L ib aZ b a (x� 1) cos n�x L dx = L n� h (x� 1) sin n�x L ib a + L2 n2�2 h cos n�x L ib a . Tabela de EDO Linear de 2a ordem Homogênea X 00(x) + �X (x) = 0 =) r2 + � = 0 =) r = +�p��: Raízes Solução r1; r2 2 R; r1 6= r2 X (x) = c1 er1x + c2 er2x: r1; r2 2 R; r1 = r2 X (x) = c3 er1x + c4 x er1x: r1 = �+ �i; r1 = �� �i X (x) = c5 e�x cos�x+ c6 e�x sin�x: T 00(t) + 2T (t) = 0 =) T (t) = c7 cos t+ c8 sin t: 11
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