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Aula_06 (1)

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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO POPULAR
PEDAGOGIA – TEREZA RENOU
AULA 6
Rio de Janeiro, agosto de 2011 
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Fundamentos da EJA e Educação Popular 
 
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Aula 6: Sujeitos da EJA: identidade juvenil, juventude e escola
Por que o distanciamento entre ESCOLA e JUVENTUDE? Consequencias: desconexão, desencanto mútuo entre ambas as partes, principalmente no que tange ao universo da Educação de Jovens e Adultos. Quais DESAFIOS para vencer os OBSTÁCULOS? 
Quem são esses JOVENS? 
Como ELES constroem seu “estar no mundo”? 
Como acessar o universo cognitivo e cultural da JUVENTUDE? 
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Música que fale sobre os jovens
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Vamos analisar e refletir sobre a questão da identidade juvenil Quais os desafios e as potencialidades na escolarização desses JOVENS na modalidade da EJA. 
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A JUVENTUDE, ao longo da existência humana, é conceitualmente apresentada como um período intermediário e transitório da vida do indivíduo que se revela a partir de conflitos maturacionais de natureza biológica, psicológica e social, próprios da condição juvenil que se encontram as pessoas na faixa etária de 15 a 24 anos.
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Para compreendermos o termo condição juvenil, buscaremos a contribuição teórica de Dayrell (2006, p. 3):
“(...) existe uma dupla dimensão presente quando falamos em condição juvenil. Refere-se ao modo como uma sociedade constitui e atribui significado a esse momento do ciclo da vida, no contexto de uma dimensão histórico-geracional, mas também à sua situação, ou seja, o modo como tal condição é vivida a partir dos diversos recortes referidos às diferenças sociais – classe, gênero, etnia etc”. 
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Cabe destacar que os aspectos de transitoriedade e instabilidade próprios da condição juvenil, não podem ser demarcados unicamente pelo critério de faixa etária, à medida que as experiências sociais, econômicas e culturais produzem variantes que influenciam diretamente nos processos de maturação e socialização da juventude.
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A própria questão do tempo de transitoriedade nas sociedades pode ser variada de uma realidade para outra, como nos mostra Dayrell (2006, p. 3) a partir do aporte teórico de Giddens (1991): 
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“Temos de levar em conta também que essa condição juvenil vem se construindo em um contexto de profundas transformações sócio-culturais ocorridas no mundo ocidental nas últimas décadas, fruto da ressignificação do tempo e espaço e da reflexividade, dentre outras dimensões, o que vem gerando uma nova arquitetura do social.” 
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Os condicionantes histórico-sociais que permeiam as relações sociais, revelam uma série de complexidade, desafios e conseqüências para as populações JOVENS socialmente empobrecidas nesse período transitório da condição juvenil. 
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COMO entender e problematizar a condição JUVENIL? 
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Etapa que compreende a adolescência e a juventude, marcada pela transição da infância para a vida adulta,
caracteriza-se pelo conjunto de experimentações e vivências em todos os âmbitos da vida do indivíduo. 
Nesse momento experiências diversas favorecem a maturação para a vida adulta e a inserção participativa na sociedade, através do exercício contínuo de exercer e receber influências da realidade ao redor. 
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À medida que o JOVEM aprende o exercício de reflexão, ele será instrumentalizado para uma inserção autônoma e participativa no meio social. 
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Conhecer a si, experimentar e descobrir as suas potencialidades, preferências e compreendendo o funcionamento e os mecanismos próprios da engrenagem de INCLUSÃO e EXCLUSÃO, maiores 
serão as suas probabilidades de elaboração e implementação de um PROJETO de VIDA. 
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CARRANO e PEREGRINO (2005) destacam que a questão dos diferentes níveis de possibilidades de experimentação da condição juvenil ainda está atrelada às condições econômico-sociais dos indivíduos, em que a chamada moratória social – no sentido apresentado por MARGULIS (1996), referindo-se ao espaço de tempo que as instituições sociais oferecem a juventude, permitindo-lhes a experimentação e o alcance da maturidade social sem a imposição de exigências e responsabilidades – é profundamente distinguida pela categoria de classe social dos indivíduos:
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“O que afirmamos aqui é que sociedades desiguais permitem desiguais condições de exercício da condição juvenil, através da mobilização restrita de redes institucionais que garantam tais experimentações. No Brasil são muitas as evidências que o reconhecimento e a garantia de expressão da condição juvenil dependem da classe ou grupo social ao que pertença.” (CARRANO e PEREGRINO, 2005, p. 2) 
 
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A constatação de que a condição juvenil tende a ser delineada pelos condicionantes histórico-sociais que permeiam as estruturas da sociedade nos remete a refletir os processos de educação apurando como que, de fato, a escola lida com as demandas próprias presentes na identidade juvenil. 
“Nesse sentido, cabe questionar em que medida a escola "faz" a juventude, privilegiando a reflexão sobre as tensões e ambigüidades vivenciadas pelo jovem, ao se constituir como aluno num cotidiano escolar que não leva em conta a sua condição juvenil.” (DAYRELL, 2007, p. 02)
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A juventude carrega consigo para a escola uma explosão de conflitos e contradições, que são frutos de uma sociedade excludente e que imprimirão profundas marcas em seu curso escolar, impondo novos desafios para a escola, principalmente às destinadas aos jovens e adultos. 
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Outro desafio para escola é o de reconhecer as nuances e os aspectos da condição juvenil presentes no aluno, compreendendo sua amplitude de diversidade e heterogeneidade e os processos de maturação bio-psicosocial próprios dessa etapa da vida. 
Criar condições que favoreçam os JOVENS a desenvolverem suas aptidões, capacidades e habilidades de forma a instrumentalizá-los para o enfrentamento dos desafios a eles impostos, minimizando o grau de vulnerabilidade e fortalecendo-os na construção de um projeto de vida que viabilize uma inserção madura, autônoma, participativa e produtiva na vida adulta. 
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Sabemos que as escolas de EJA recebem como alunos e alunas uma juventude com histórias e experiências de vidas diversificadas: vida profissional, histórico escolar, ritmo de aprendizagem, estrutura de pensamento, origens, etnias, idades, crenças etc. No entanto a riqueza desse universo, marcado pela diversidade e pluralidade, não é reconhecida e valorizada no ambiente escolar.
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Protagonistas de histórias reais e ricos em experiências, a juventude da EJA chega à escola com o imaginário social constituído, trazendo uma visão de mundo influenciada por seus traços culturais de origem e por sua vivência social, familiar e profissional. Na verdade, a proximidade que os une é a condição econômico-social: ser jovem, adulto e com baixa escolaridade em uma sociedade cujo código escrito ocupa lugar de prestígio e poder. 
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São ALUNOS, que trazem consigo uma experiência escolar de INSUCESSO e FRACASSO, por vários motivos evadiram e abandonaram a escola. O reingresso na escola é uma opção que requer coragem e ousadia.
Ao tomar a decisão do retorno, ele assume por declarar para toda a sociedade a sua condição de pouca escolaridade , num desafio que às vezes se constrói num processo de IDAS e VINDAS inúmeros condicionantes e atores: 
família, patrões, instabilidade no emprego, desemprego, miséria, horários de trabalho, condições de acesso, distancia entre casa e escola. 
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A educação escolar AINDA nem sempre é concebida como um instrumento de transformação das desigualdades latentes na sociedade. Muitas PRÁTICAS escolares legitimam a exclusão, a baixa auto-estima nos alunos e consolida a história de fracasso que ELE já carrega. 
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Como que se constroi a engrenagem em que o aluno se CULPABILIZA pela sua “condição de fracasso”? COMO reverter esse quadro? Quais são as consequencias? Como mudar a visão preconceituosa e estigmatizada que ELE carrega? Como reagir? 
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	As marcas que a escola imprime no aluno jovem e adulto são, definitivamente, complexas e acentuadas. A experiência escolar pregressa do aluno jovem e adulto, quase sempre é marcada pelo insucesso, fracasso e exclusão. Para o ALUNO JOVEM experimentando recomeço e o resgate do processo de aprendizagem formal, os significados e sentidos extraídos desse experimento devem ser cuidadosamente construídos e sedimentados na relação pedagógica. 
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A ESCOLA tem responsabilidade em discutar sua AÇÃO PEDAGÓGICA e sua verdadeira intencionalidade.
“O descompasso entre a cultura escolar e a cultura social vem evidenciando o caráter monocultural da educação, em que a escola “terminou por criar uma cultura escolar padronizada, ritualística, formal, pouco dinâmica, que enfatiza processos de mera transferência de conhecimento” (Candau, 2000).
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Há ainda escolas que apresentam uma gritante dificuldade em se ORGANIZAR a partir da realidade sociocultural e das características dos seus ALUNOS. Questões como Identidade e Alteridade, devidas as transformações advindas do modelo atual de Sociedade globalizada, se apresentam também como uma séria problemática.
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“Neste processo crescente de exclusão, que assume novas caras e dimensões no continente, os mais afetados são os “outros”, os diferentes, os que não dominam os códigos da modernidade, não tem acesso ao processo de globalização (...), pertencem a etnias historicamente subjugadas e silenciadas, questionam os estereótipos de gênero presente nas nossas sociedades, lutam diariamente pela sobrevivência e pelos direitos humanos básicos que lhes são negados.” (Candau, 2000, p. 47) 
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	 Candau e Leite (2006) apontam que a educação intercultural, cuja perspectiva não pretende romper com a pedagogia crítica, mas sim atualizá-la a partir do atual cenário de mudanças e transformações na sociedade, contribuindo para o enfrentamento das questões que a diferença deflagra no cotidiano pedagógico. 
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	 “A interculturalidade orienta processos que têm por base o reconhecimento do direito à diferença e a luta contra todas as formas de discriminação e desigualdade social. Tenta promover relações dialógicas e igualitárias entre pessoas e grupos que pertencem a universos culturais diferentes, trabalhando os conflitos inerentes a esta realidade.” (Candau, 2003, em Candau e Leite, 2006, p. 129)
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Diante de tanta DIVERSIDADE, a PRÁTICA EDUCATIVA, ao contrário de massificar sua ação pedagógica negando a identidade e alteridade do aluno adulto, 
AÇÃO: mapear os diferentes saberes para traduzir em aprendizagem para TODOS os SUJEITOS envolvidos no processo de ENSINAR e APRENDER
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 Dessa forma o aluno JOVEM estabelece uma relação dialética e dialógica com a realidade, da qual extrai seu conhecimento. 
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Reconhecer e interagir com esse conhecimento se constitui como ferramenta indispensável para os educadores que se dizem comprometidos com uma prática transformadora e de qualidade. 
É preciso ter DIGNIDADE para Ensinar e Aprender com a identidade do outro e com as diferenças impressas em sua alteridade. 
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O QUE NÃO PODE FALTAR NO COTIDIANO DA ESCOLA:
 reflexão do fazer pedagógico e no interior da escola, envolvendo o imaginário social de todo o universo escolar.
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EDUCAR para aplicação e construção de um CURRICULO MULTICULTURAL, pautado no fortalecimento da IDENTIDADE e no reconhecimento da alteridade e DIVERSIDADE,
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contemplando uma PRÁTICA EDUCATIVA DOCENTE que seja subjetiva e singular à realidade apresentada pelos alunos, em especial os JOVENS. 
O conhecimento da realidade dos EDUCANDOS, 
O fomento a construção coletiva e a articulação entre VIDA, CULTURA e ESCOLA.
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