Buscar

resumo_9_279_1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

XXII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 
14 a 18 de outubro de 2013 
Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade 
dos seus autores 
 
1- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
2- Médico Veterinário Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais 
3- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
4- Médica Veterinária Residente em Diagnóstico por Imagem em pequenos animais - Universidade Federal de Lavras 
5- Professor do Setor de Diagnóstico por Imagem – Universidade Federal de Lavras 
 
 
 INTOXICAÇÃO POR METAL EM AVE DA ESPÉCIE PIONUS MAXIMILIANI – RELATO 
DE CASO 
 
LETÍCIA ATHAYDE REBELLO CARVALHO1; RODRIGO MARTINS PIMENTEL DA SILVA²; 
VÂNIA CHAVES DE FIGUEIREDO3; VALÉRIA SILVA DE PODESTÁ4; ANTONIO CARLOS 
LACRETA JÚNIOR5; 
 
Resumo: As aves possuem características anatomofisiológicas que as tornam mais sensíveis aos 
quadros de intoxicação. A intoxicação por metal é considerada grave e tem alto impacto clínico nas 
aves. A adaptação de espécies silvestres ao ambiente doméstico, associado à curiosidade e grande 
atividade dos psitacídeos, aumentam as chances de ingestão de corpo estranho e intoxicações. O 
presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de intoxicação por corpo estranho metálico e a 
evolução do quadro clínico em um animal da espécie Pionus maximiliani. 
 
Palavras chave: Intoxicação por metal, corpo estranho, Pionus maximiliani. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A ocorrência de intoxicação em aves mantidas em cativeiro é relativamente freqüente 
e as principais causas são ingestão, inalação ou absorção percutânea de substâncias tóxicas, 
além de administração inadequada de medicamentos (GODOY, 2007). A intoxicação por 
metal é um problema grave que afeta tanto as populações de aves selvagens quanto as de 
cativeiro (WOERPEL, 1982; LABONDE, 1995). O maior contato entre o homem e o animal 
silvestre propicia a maior ocorrência de intoxicação devico ao contato com produtos que 
apresentem maior risco. O melhor método de diagnosticar as intoxicações em animais 
silvestres é saber um histórico detalhado, pois os sinais clínicos normalmente sugerem uma 
grande variedade de agentes causais(CUBAS et al. 2007).. 
As aves são mais sensíveis a intoxicações em relação aos répteis e mamíferos, pois 
possuem um sistema respiratório altamente eficiente que dispersa mais rapidamente as 
partículas e gases tóxicos inalados (GODOY, 2007). 
A alta taxa metabólica também contribui para a rápida distribuição do agente tóxico, e 
o baixo teor de gordura corporal não favorece o acúmulo da toxina no tecido adiposo, como 
consequência, o agente tóxico se dispersa mais rapidamente. Por serem animais de pequeno 
porte, mesmo a ingestão de baixas concentrações de agentes tóxicos já é altamente danosa 
(GODOY, 2007). 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
As aves são mais sensíveis a intoxicações em relação aos répteis e mamíferos, pois 
possuem um sistema respiratório altamente eficiente que dispersa mais rapidamente as 
partículas e gases tóxicos inalados (GODOY, 2007). A alta taxa metabólica também contribui 
para a rápida distribuição do agente tóxico, e o baixo teor de gordura corporal não favorece o 
acúmulo da toxina no tecido adiposo, como consequência, o agente tóxico se dispersa mais 
rapidamente. Por serem animais de pequeno porte, mesmo a ingestão de baixas concentrações 
de agentes tóxicos já é altamente danosa (GODOY, 2007). 
As toxicoses por chumbo e zinco são causas comumente reconhecidas de intoxicação 
em psitacídeos de estimação, de zoológico e aves aquáticas. (DEGERNES, 1995). A 
XXII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 
14 a 18 de outubro de 2013 
Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade 
dos seus autores 
 
1- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
2- Médico Veterinário Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais 
3- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
4- Médica Veterinária Residente em Diagnóstico por Imagem em pequenos animais - Universidade Federal de Lavras 
5- Professor do Setor de Diagnóstico por Imagem – Universidade Federal de Lavras 
 
 
Síndrome de sobrecarga de ferro ou doença de armazenamento de ferro causa a morte em 
numerosas espécies de aves de cativeiro. (RUPIPER & READ, 1996; GODOY, 2007). 
Embora a toxicidade do cobre tenha sido amplamente ignorada como uma possível 
causa de intoxicação em cativeiro de populações aviária, esta foi identificada como uma fonte 
de doença em aves aquáticas e aves em geral (SHIVANANDAPPA ET AL., 1983; 
WINTERFIELD & HENDERSON, 1975). A intoxicação por chumbo ou alumínio é 
relativamente comum devido a possibilidade de gaiolas e viveiros serem confeccionados com 
materiais galvanizados, que possuem alta concentração de chumbo e zinco (GODOY, 2007). 
Freqüentemente observa-se em gaiolas de aves de estimação, objetos que servem para 
brincar ou distrair, como espelhos, correntes de metal, sinos e outros objetos de plástico. 
Esses “brinquedos” podem ser perigosos para a saúde do animal, caso ocorra a ingestão de 
pequenos fragmentos de metal ou plástico (WERTHER, 2008). Os psitacídeos são bastante 
propensos a intoxicações por serem curiosos e ativos (GODOY, 2007). Portanto, a 
intoxicação por chumbo é mais comum nessa família devido a sua tendência a mastigar e 
destruir materiais (RUPLEY, 1997). 
Algumas aves possuem ainda o hábito de mastigar ou comer o jornal usado em 
gaiolas, o que leva à intoxicação, pois a tinta do jornal é rica em metais pesados, 
principalmente chumbo. A informação sobre o material da gaiola e seu estado de conservação 
é importante, pois a ave pode ter o hábito de lamber, bicar, podendo intoxicar-se com metais 
pesados, como zinco, chumbo, níquel (WERTHER, 2008). 
Os sinais clínicos de intoxicação por chumbo incluem letargia, depressão, anorexia, 
fraqueza, regurgitação, asas caídas, poliuria, diarreia, emagrecimento, ataxia, torcicolo, 
tremores de cabeça, andar em círculos, paresia, paralisia, cegueira, convulsão e morte 
(GODOY, 2007). O opistótono não deve ser confundido com comportamento de repouso nas 
aves que, ao dormirem, viram a cabeça para trás e guardam o bico entre as asas. (WERTHER, 
2008) 
O melhor método de diagnosticar as intoxicações em animais silvestres é saber um 
histórico detalhado, pois os sinais clínicos normalmente sugerem uma grande variedade de 
agentes causais. Radiografias podem ajudar determinando a presença de objetos metálicos no 
trato gastrointestinal, entretanto a confirmação ocorre pela quantificação dos metais no sangue 
ou tecidos, ou pela atividade de enzimas (CUBAS et al. 2007). 
Biópsias de órgãos, particularmente do fígado, fornece a medida mais informativa de 
concentrações de metais no corpo inteiro, mas este procedimento não é recomendado no 
pássaro gravemente doente. Embora uma única amostra de biópsia guiada por endoscopia 
pode ser medida para as concentrações de metal, estas amostras menores são mais suscetíveis 
a erros de medição, particularmente de desidratação. (HUNTER & WOBESER, 1980; 
DONELEY, 1992) 
A toxicidade de metais pode ser alterada por deficiência ou excesso de nutrientes. Pela 
deficiência podem aumentar a toxicidade de metais. Por exemplo: dieta baixa em cálcio, zinco 
e ferro aumentam a absorção e toxicidade do chumbo (OSWEILER, 1998). 
 
RELATO DE CASO 
 
 Uma ave da espécie Pionus maximiliani, de nome popular Maritaca, com aproximadamente 1 
ano de idade e 140 gramas de peso foi atendido com o seguinte quadro clínico: inapetência; apatia; 
emese há 3 dias; síncopes; fezes enegrecidas; e fraqueza nos membros posteriores. A proprietária 
informou que a alimentação do animal era baseadaem sementes de girassol e ocasionalmente, frutas. 
XXII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 
14 a 18 de outubro de 2013 
Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade 
dos seus autores 
 
1- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
2- Médico Veterinário Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais 
3- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
4- Médica Veterinária Residente em Diagnóstico por Imagem em pequenos animais - Universidade Federal de Lavras 
5- Professor do Setor de Diagnóstico por Imagem – Universidade Federal de Lavras 
 
 
Durante o exame físico, o paciente apresentava penas arrepiadas e a asa direita com penas cortadas. 
Realizou-se exame radiográfico de corpo inteiro nos posicionamentos ventrodorsal e laterolateral, bem 
como exame de fezes. Foi detectado três corpos estranhos pequenos, radiopacos, de opacidade metal, 
na região dos intestinos, levando à suspeita de intoxicação por metal. Após o achado radiográfico, a 
proprietária relatou a possibilidade de o animal ter ingerido uma corrente de metal desconhecido. 
 Em relação ao tratamento, prescreveu-se Sulfametoxazol 400mg/5ml (via oral, 0,1ml a cada 
12 horas, durante 7 dias) e Metiolin 3 ml ao dia, adicionado à alimentação. Recomendações 
nutricionais também foram feitas: disponibilizar a ração para psitacídeos, oferecer frutas três vezes por 
semana (com exceção de frutas cítricas) e fornecer uma mistura de sementes, de preferência sem 
semente de girassol, três vezes por semana. Após algumas horas, o proprietário retornou ao HV, pois o 
animal apresentava opistótono, episódios de síncope em intervalos menores, convulsões, e fraqueza. 
Mediante o quadro clínico realizou-se fuidoterapia com NaCl 0,9% , 5ml, via subcutânea e 
dexametasona 2mg/ml, intramuscular. 
 No dia seguinte, o animal obteve melhora significativa, apresentando apetite normal e apenas 
dois episódios convulsivos. Segundo a proprietária, houve evacuação do objeto metálico. Aplicou-se 
nova dose de dexametasona 2mg/ml, intramuscular. Entretanto, o quadro evoluiu para óbito horas 
depois. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 As espécies silvestres, de modo geral, não estão condicionadas a viver em ambientes 
domésticos. Sendo assim, o contato contínuo com o ser humano e o ambiente doméstico e urbano 
podem contribuir para a formação de um sério fator de risco à saúde desses animais, tal como a 
ingestão de corpos estranhos, causada principalmente pelo comportamento de curiosidade atribuído 
aos psitacídeos. 
O animal em questão tinha uma alimentação desbalanceada, baseada somente em semente de 
girassol. Esse padrão de alimentação, de acordo com a Osweiler, (1998), pode gerar um quadro de 
deficiência de nutrientes, o que, por sua vez, pode contribuir para o aumento da toxicidade dos metais, 
acelerando assim a evolução do quadro. 
O fato do objeto metálico ser de composição desconhecida dificultou o tratamento específico, 
o qual envolveria uma possível quelação do metal de acordo com Osweiler (1998). Tal procedimento 
facilitaria a excreção da substância tóxica, diminuindo os danos causados pela mesma. Portanto, tendo 
em vista este quadro, foi feito apenas o tratamento sintomático. 
 
CONCLUSÃO 
 
 O contato entre o animal selvagem e o ambiente doméstico propiciou a ingestão do corpo 
estranho, ao contrário, na natureza essa ocorrência seria menos provável.. Adicionalmente, verificou-
se que a falta de conhecimento do proprietário acerca do padrão de alimentação dessa ave contribuiu 
para o quadro clínico de deficiência nutricional e manifestação de doença metabólica. A ausência de 
informações precisas sobre a composição do metal ingerido pelo animal impossibilitou a elaboração 
de um tratamento mais específico que poderia ser decisivo no sucesso da terapia. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
DEGERNES, L. A. Toxicities in waterfowl. Semin Avian Exotic Pet Med. 4:15–22. 1995. 
DONELEY, R. Zinc toxicity in caged and aviary birds— ‘‘new wire disease.’’ Aust Vet Pract. 22:6–11. 1992. 
GODOY, S. N.; Psittaciformes. In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens. 1 
ed. São Paulo: Roca, 2007. cap. 16, p. 210-221. 
XXII CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 
14 a 18 de outubro de 2013 
Todas as informações contidas neste trabalho, desde sua formatação até a exposição dos resultados, são de exclusiva responsabilidade 
dos seus autores 
 
1- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
2- Médico Veterinário Residente em Clínica Médica de Pequenos Animais 
3- Mestranda em Ciências Veterinárias – Universidade Federal de Lavras 
4- Médica Veterinária Residente em Diagnóstico por Imagem em pequenos animais - Universidade Federal de Lavras 
5- Professor do Setor de Diagnóstico por Imagem – Universidade Federal de Lavras 
 
 
HENDERSON, B. M.; WINTERFIELD, R. W.; Acute Copper Toxicosis in the Canada Goose. Avian Dis. 19:385– 387. 
1975. 
HUNTER, B.; WOBESER, G. Encephalopathy and peripheral neuropathy in lead-poisoned mallard ducks. Avian Dis. 
24:169–178. 1980. 
LABONDE, J. Toxicity in pet avian patients. Semin Avian Exotic Pet Med. 4:23–31. 1995. 
OSWEILER, G. D. Toxicologia veterinária. Ed. Artes Médicas. Iowa State University Ames, Iowa. 1998. 
RUPIPER, D. J.; READ, D. H. Hemochromatosis in a hawkheaded parrot (Deroptyus acciptrinus). J Avian Med Surg. 
10:24–27. 1996. 
RUPLEY, A. E. Manual de clínica aviária. Ed. Roca: Texas College Station. 1999. 
SHIVANANDAPPA, T.; KRISHNAKUMARI, M. K.; MAJUMDER, S. K. Testicular atrophy in Gallus domesticus fed 
acute doses of copper fungicides. Poult Sci. 62:405– 408. 1983. 
WERTHER, K.; Semiologia de animais silvestres. In: FEITOSA, F. L. F. Semiologia Veterinária, a Arte do Diagnóstico. 2 
ed. São Paulo: Roca, 2008. cap. 15. p. 655-718. 
WOERPEL, R. W.; ROSSKOPF, W. J. Heavy-metal intoxication in caged birds—part I. Compend Cont Educ Pract Vet. 
4:729–736. 1982. 
ZOOK, B. C.; SAUER, R. M.; GARNER, F.M. Lead poisoning in captive wild animals. Wildl Dis. 8:264–272. 1972.

Outros materiais