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CONCEITO DE BOM SELVAGEM E MAL SEVAGEM

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ANTROPOLOGIA JURÍDICA 	
(terceira aula)
12/08/15
 Profa. Isanda
CARACTERIZE OS CONCEITOS DE MAU SELVAGEM E DE BOM CIVILIZADO.
“A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação” (página 40). Essa atitude acaba por excluir da sociedade aqueles que não se encaixam ao sistema. Cornelius de Pauw mostra que a separação entre o estado de natureza concebido como irremediavelmente imutável e o estado de civilização, podem ser comparados num mapa-múndi. Onde fica clara a divisão do que está ao norte e o que está ao sul. Ao norte ficaria a Europa, com toda a sua “superioridade” e ao sul, ficariam as nações “bárbaras”, com toda a sua “selvageria”. Buffon generaliza o povo do sul classificando-os como iguais, sendo todos bárbaros. Hegel afirma: “Esses povos jamais ascenderão à história e à consciência de si.” (página 45). Tudo isso faz crer que esses autores procuravam explicar os povos descobertos de forma que lhes parecia ser a mais conveniente, pois estes reduziam seres humanos a condição de coisas, de objetos, justificando a exploração desses povos como algo natural.
CARACTERIZE OS CONCEITOS DE BOM SELVAGEM E DE MAU CIVILIZADO.
Aos poucos, a visão em relação aos selvagens vai mudando, na medida em que o rousseauísmo e o Romantismo vão surgindo. Segundo o autor: “Toda a reflexão de Léry e de Montaigne no século XVI sobre os “naturais” baseia-se sobre o tema da noção de crueldade respectiva de uns e de outros, e, pela primeira vez, instaura-se uma crítica da civilização e um elogio da “ingenuidade original” do estado de natureza. Léry, entre o Tupinambás, interroga-se sobre o que se passa “aquém”, isto é, na Europa. Ele escreve, a respeito de “nossos grandes usuários”: “Eles são mais cruéis do que os selvagens dos quais estou falando”. “E Montaigne, sobre esses últimos: “Podemos portanto de fato chamá-los de bárbaros quanto às regras da razão, mas não quanto a nós mesmos que os superamos em toda sorte de barbárie”. A vida selvagem e tranquila, acaba sendo desejada pela sociedade ocidental, em detrimento da sociedade tecnológica de hoje. “Um dos refúgios fora dessa prisão mecânica da cultura é o estudo das formas primitivas da vida humana, tais como existem ainda nas sociedades longínquas do globo. A antropologia, para mim, pelo menos, era uma fuga romântica para longe de nossa cultura uniformizada”. (Malinowski, página 51).“…a partir da observação direta de um objeto distante (Léry) e da reflexão a distância sobre este objeto (Montaigne), permite a constituição progressiva, não de um saber antropológico, muito menos de uma ciência antropológica, mas sim de um saber pré-antropológico.” (página 53)
Acadêmico Mauro dos Anjos UNICEUMA DIREITO �PAGE \* MERGEFORMAT�1�

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