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01CasosConcretos Aula 01-10 NarrativaJuridica CCJ0009

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica: Profª. Rosilene Cunha Tavares
CASOS CONCRETOS
CREVELINO PEREIRA FRANÇA FILHO
	
CAMPOS DOS GOYTACAZES, 2012.
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
CASOS CONCRETOS AULA 01
Sabemos que uma das expectativas dos estudantes do Curso de Direito é iniciar, quanto antes, a produção das principais peças processuais, em especial a petição inicial. As disciplinas Teoria e Prática da Narrativa Jurídica (segundo período), Teoria e Prática da Argumentação Jurídica (terceiro período) e Teoria e Prática da Redação Jurídica (quarto período) pretendem, juntas e progressivamente, ajudar você a desenvolver todas as habilidades e competências necessárias à consecução dessa tarefa, em especial: a) organização das ideias; b) seleção e combinação de informações; c) produção convincente dos argumentos; d) identificação das características estruturais de cada peça; e) redação em conformidade com a norma culta da língua etc.
Para isso, é necessário, em primeiro lugar, identificar a macroestrutura linguística da peça, bem como os requisitos impostos pelo art. 282 do CPC.
No mesmo sentido, vejamos quais os requisitos exigidos, por exemplo, para a sentença.
Esses dois documentos – bem como outros – mostram-nos que há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a narrativa dos fatos importantes da lide, a fundamentação de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de pedido, decisão etc.
Não importa se a narrativa dos fatos será denominada “dos fatos” (petição inicial) ou “relatório” (sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, neste momento, nomear a parte argumentativa como “do direito” (petição inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, nesta primeira aula, como já dissemos, que o estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, uma estrutura regular: narrar, fundamentar e pedir.
Essa estrutura não existe sem motivação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, chamada Teoria Tridimensional do Direito, do jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito compõe-se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim:
E como a universidade pensou as disciplinas de Português Jurídico diante dessa perspectiva? Adiante, uma síntese do que se pretende em cada matéria. Em Teoria e Prática da Narrativa Jurídica (segundo período), serão estudadas com profundidade todas as questões relativas à produção do texto narrativo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a adequada solução da lide.
Teoria e Prática da Argumentação Jurídica (terceiro período) terá como objeto principal de estudo a Teoria da Argumentação, segundo a proposta de Chaïm Perelman, oportunidade em que as técnicas e estratégias para a produção do texto jurídico-argumentativo e a respectiva aplicação da norma serão minuciosamente analisadas. Por meio dos tipos de argumento, e todos os demais recursos linguísticos e discursivos disponíveis ao profissional do direito, o aluno será estimulado a defender as teses que julgar adequadas.
Por fim, em Teoria e Prática da Redação Jurídica (quarto período), não mais produziremos isoladamente as partes narrativa ou argumentativa, mas uma peça inteira. Elegemos o parecer técnico-formal especialmente porque não será necessária capacidade postulatória para redigi-lo, ou seja, mesmo não sendo ainda advogado, em princípio, já se pode produzir esse documento com validade processual.
Motivado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão.
Caso concreto 1
O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio.
É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto.
Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela beijou a criança e jogo-o para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu.
Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal [1] no momento em que matou o próprio filho.
Caso concreto 2
Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana.
Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu-se mal e foi para casa.
Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente.
Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto.
Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal.
Questão
a) Vimos que, em ambos os casos, as acusadas praticaram o mesmo fato (conduta), qual seja, “matar alguém”. Entretanto, o Código Penal prevê diversos tipos penais para essa conduta, a depender das circunstâncias como o fato foi praticado. Produza uma tabela como a do exemplo abaixo. Indique, pelo menos, cinco artigos.
b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos.
c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo.
[1] “Puerpério” e “estado puerperal” são coisas diferentes. Puerpério é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez. Em outras palavras, é o espaço de tempo variável que vai do desprendimento da placenta até a involução total do organismo materno às suas condições anteriores ao processo de gestação (40 a 50 dias). Puerpério vem de puer (criança) e parere (parir). Importante frisar que o puerpério não quer significar que dele deva surgir uma perturbação psíquica.
O estado puerperal é um momento de influência poruma situação específica pós-parto, interessando somente alguns dias após o parto (há aqueles que entendem que só pode durar por algumas horas após o parto e outros que entendem que poderia perdurar por um mês – divergência doutrinária). A medicina-legal tenta provar se a mulher era física ou psiquicamente normal, durante toda a sua vida, ou se a reação ocorreu somente naquele momento. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_puerperal>. Acesso em: 09 de março de 2008.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
RESPOSTAS AULA 01
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
CASOS CONCRETOS AULA 02
No Direito, é de grande relevância o que se denomina tipologia textual: narração, descrição, dissertação. O que torna essa questão de natureza textual importante para o direito é sua utilização na produção de peças processuais como a petição inicial, apresenta diferentes tipos de texto, a um só tempo. Para melhor compreender essa afirmação, observe o esquema da petição inicial e perceba como essa peça pertence a um tipo textual híbrido do discurso jurídico, o que exige do profissional do direito o domínio pleno desse conteúdo.
INSERIR AQUI O ANEXO 1
Questão 1
Identifique a tipologia textual predominante em cada um dos fragmentos listados e justifique sua resposta com elementos do próprio texto.
Fragmento 1
O apelado moveu Ação de Execução por Quantia Cert eam face dos ora apelantes, fundando-se na existência de um contrato de locação firmado com Antônio Claudio (autos em apenso).
Em tal ação, consta uma planilha de débitos em que se encontram discriminados os valores supostamente devidos pelos apelantes, planilha essa que será adiante questionada.
Existem relevantes pontos que não podem ser deixados à margem da apreciação deste D. Juízo:
O apelado é possuidor do contrato de locação acima aludido. Tal contrato, que teve à época de sua assinatura os apelantes como garantidores, foi celebrado por prazo determinado, iniciado em 11/01/2007 e findo e 11/01/2008.
Durante o prazo de vigência do referido contrato, os aluguéis e demais encargos da locação vinham sendo quitados pontualmente pelo locatário, sempre sob a vigilância de perto dos fiadores, ora apelantes, que sempre foram diligentes em acompanhar o cumprimento de uma obrigação pela qual respondiam solidariamente.
(Disponível em: http://www.uj.com.br/publicacoes/pecas/1427/APELACAO. Acesso em: 10 de dezembro de 2010)
Fragmento 2
O "rol familiar" constante da Lex Fundamentalis brasileira não é exaustivo. O legislador se limitou a citar expressamente as hipóteses mais usuais, como a família monoparental e a união estável entre homem e mulher. Todavia, a tônica da proteção não se encontra mais no matrimônio, mas sim na família. O afeto terminou por ser inserido no âmbito de proteção jurídica. Como afirma Zeno Veloso, "num único dispositivo o constituinte espancou séculos de hipocrisia e preconceito".
Dessa forma, mais uma vez, deve-se dizer que o panorama constitucional não deve ser tido como taxativo, mas sim exemplificativo. Assim, o caput do art. 226 da Carta Magna brasileira deve ser vislumbrado como cláusula geral de inclusão, devendo-se impedir a exclusão de qualquer entidade que ateste os pressupostos de ostensibilidade, estabilidade e afetividade.
Para além disso, o Direito das Famílias possui o escopo primordial de proteger toda e qualquer família. As uniões homoafetivas, para além de não serem proibidas no ordenamento brasileiro, estão consagradas dentro do conceito de entidade familiar, por lei infraconstitucional.
(Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/17988/a-guarda-compartilhada-e-as-familias-homoafetivas). Acesso em: 10 de dezembro de 2010.
Fragmento 3
Uma pessoa trafegava com sua moto em alta velocidade por uma avenida, a mais ou menos 100 km/h. Essa avenida fica dentro de um bairro movimentado e cheio de sinais. O condutor estava drogado e totalmente alcoolizado, sem qualquer condição de discernir e reagir a eventos que ocorressem na pista.
(Disponível em: http://forum.jus.uol.com.br/42825/acidente-de-moto-urgente/. Acesso em: 10 de dezembro de 2010).
Fragmento 4
"De acordo com a inicial de acusação, ao amanhecer, o grupo passou pela parada de ônibus onde dormia a vítima. Deliberaram atear-lhe fogo, para o que adquiriram dois litros de combustível em um posto de abastecimento. Retornaram ao local e enquanto Eron e Gutemberg despejavam líquido inflamável sobre a vítima, os demais atearam fogo, evadindo-se a seguir”.
Três qualificadoras foram descritas na denúncia: o motivo torpe porque os denunciados teriam agido para se divertir com a cena de um ser humano em chamas, o meio cruel, em virtude de ter sido a morte provocada por fogo e uso de recurso que impossibilitasse a defesa da vítima, que foi atacada enquanto dormia.
A inicial, que foi recebida por despacho de 28 de abril de 1997, veio acompanhada do inquérito policial instaurado na 1ª Delegacia Policial. Do caderno informativo constam, de relevantes, o auto de prisão em flagrante de fls. 08/22, os boletins de vida pregressa de fls. 43 a 45 e o relatório final de fls. 131/134.
Posteriormente vieram aos autos o laudo cadavérico de fls. 146 e seguintes, o laudo de exame de local e de veículo de fls. 172/185, o exame em substância combustível de fls. 186/191, o termo de restituição de fls. 247 e a continuação do laudo cadavérico, que está a fls. 509.
O Ministério Público requereu a prisão preventiva dos indiciados. A prisão em flagrante foi relaxada, não configurada a hipótese de quase flagrância, por não ter havido perseguição, tendo sido os réus localizados em virtude de diligências policiais. [...]
(Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/16291/-ocaso-do-indio-pataxo-queimado-em-brasilia. Acesso em: 10 de dezembro de 2010)
Fragmento 5
O Assédio moral, ou seja, a exposição prolongada e repetitiva do trabalhador a situações humilhantes e vexatórias no trabalho, atenta contra a sua dignidade e integridade psíquica ou física. De modo que é indenizável, no plano patrimonial e moral, além de permitir a resolução do contrato ("rescisão indireta"), o afastamento por doença de trabalho e, por fim, quando relacionado à demissão ou dispensa do obreiro, a sua reintegração no emprego por nulidade absoluta do ato jurídico.
(Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/14748/assedi-omoral-e-seus-efeitos-juridicos. Acesso em: 10 de dezembro de 2010)
Fragmento 6
Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra "assédio" significa "insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém". [...]
Segundo a médica Margarida Barreto, médica do trabalho e ginecologista, assédio moral no trabalho é "a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego".
(Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/7767/identificando-o-assedio-moral-no-trabalho. Acesso em: 10 de dezembro de 2010).
Questão 2
Acesse o sitedo STJ e transcreva trecho de um voto em que a narração está a serviço da argumentação e outro em que a descrição está a serviço da narração.
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
RESPOSTAS AULA 02
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
CASOS CONCRETOS AULA 03
Como vimos anteriormente, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro lugar, narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa pela análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale dizer que essa narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da peça que se pretende redigir.
Pode-se entender, portanto, que valorizar ou não palavras e expressões merece atenção acurada, pois poderá influenciar na compreensão e persuasão do auditório. [1] Essa valoração das informações depende dos mecanismos de controle social que influenciam a compreensão do fato jurídico.
É preciso lembrar que são diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no discurso jurídico são idênticas no formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de cada um.
Para o exercício desta semana, recorremos a um trecho de importante romance da literatura jurídica – Em segredo de Justiça [2] – cujo enredo versa sobre o possível assédio sexual praticado por um conhecido advogado carioca contra sua jovem secretária. Sugerimos a leitura do livro.
Leiamos a narrativa extraída desse romance.
1- A autora, conforme se verifica de sua própria qualificação, detém o grau de bacharel em administração de empresas.
2- Esse diploma foi conquistado não sem esforço, melhor se diria até, com grande sacrifício. Órfã de pai aos nove anos de idade, mais velha de três irmãs, teve a autora muito cedo que começar a trabalhar, para ajudar sua mãe no orçamento doméstico; ainda adolescente, menor de idade, aceitava pequenas tarefas remuneradas, posando para comerciais de televisão, ocasionalmente desempenhando pequenos papéis dramáticos em telenovelas.
3 - Terminado o curso colegial, procurou e encontrou emprego estável, indo trabalhar como secretária em conhecida empresa industrial.
4- Foi progredindo em suas funções e logo, mercê de seu esforço e competência, já atendia a um dos mais graduados diretores da empresa.
5- Trabalhava há algum tempo, quando, desejosa de ter formação superior, ingressou, após passar no concurso vestibular, na faculdade de administração.
6- Foram mais quatro anos e meio de luta árdua e a autora, trabalhando durante o dia e estudando. à noite, conseguiu finalmente o ambicionado diploma.
7- Faltava-lhe agora trabalhar na profissão que escolhera e para a qual se capacitara. Era, porém, uma opção difícil. Como secretária, era uma profissional experiente, tendo atingido o topo da carreira; como administradora, tinha um diploma de curso superior completo, mas nenhuma experiência.
Onde quer que fosse trabalhar, provavelmente deveria começar com uma remuneração inferior àquela que auferia na empresa industrial.
8- Uma tarde, a autora foi procurada por seu então chefe, Sr. Horácio de Melo Alencar, que lhe perguntou se ela gostaria de ir trabalhar como administradora em um escritório de advocacia, por um salário igual ao que então percebia como secretária.
9- A autora, de início, manifestou surpresa, chegando a duvidar do que julgava ser tanta sorte. O Sr. Alencar, porém, tranquilizou-a: tinha um amigo - o Sr. Ranulfo Azevedo - homem sério, advogado conceituado, que procurava justamente uma administradora profissional para seu escritório de advocacia.
10- Como se tratava de firma ainda pequena, não fazia questão o Sr. Ranulfo de um ou de uma profissional experiente: queria alguém que tivesse um diploma, bom senso, disposição para trabalhar, e, sobretudo, vontade de crescer junto com a organização.
11- Lembra-se a autora de que, já naquela ocasião, comentara com o Sr. Alencar que “pobre quando vê muita esmola, desconfia" e que estava achando a oportunidade “boa demais para ser verdade”.
12- O Sr. Alencar disse, contudo, que já tinha conversado a respeito com o Sr. Ranulfo e que tinha sido, aliás, o próprio Sr. Ranulfo o primeiro a dizer que estava procurando alguém para administrar seu escritório e que se manifestara entusiasmado, ao saber que ela, autora, a secretária de seu amigo Alencar, tinha recentemente se formado em administração.
13- O ex-chefe da autora chegou até a acrescentar que fora o próprio Sr. Ranulfo que, ao mesmo tempo em que elogiava os atributos físicos da autora, perguntara quanto ela ganhava e pedira permissão ao Sr. Alencar para convidá-la para trabalhar com ele, Ranulfo.
14- Por aí já se vê, desde o primeiro momento, quais fossem as intenções do réu, misturando indevidamente, como qualificações para preencher o cargo vago em sua empresa, dotes de beleza física e aptidões profissionais.
15- Permite-se a autora, nesse passo, a bem da precisão da narrativa dos fatos, transcrever a expressão exata que teria sido usada pelo réu: de fato, segundo o Sr. Alencar, seu amigo Ranulfo teria dito: “_ você quer me dizer que sua secretária é formada em administração? Mas ela é 'gostosa demais'! Você ia ficar muito chateado se eu convidasse ela para trabalhar comigo?"
16- A frase desrespeitosa foi transmitida ipsis litteris à autora pelo Sr. Alencar. A autora, porém, infelizmente, não a tomou devidamente em conta.
17- A oportunidade que se apresentava era excepcional: atendia rigorosamente àquilo com que a autora vinha sonhando, desde que ingressara na faculdade. O réu, além disso, era amigo de longa data do Sr. Alencar, um profissional conhecido, muito bem sucedido na profissão, tinha reputação de homem sério. Usara por certo apenas por troça, "de brincadeira”, em conversa com um amigo, a expressão chula, mas certamente, em seu escritório, jamais ousaria ultrapassar os limites do respeito e da conveniência.
18- Assim pensando, e encorajada por seu chefe, a autora aceitou a oferta e, em fevereiro de 1990, foi contratada para o cargo de gerente administrativa da firma: "Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo".
19- Os primeiros meses foram gratificantes. A autora dedicava-se com afinco às tarefas que lhe eram cometidas. Sua posição era especialmente delicada, cabendo-lhe gerenciar um grupo que incluía profissionais de nível superior, sobre os quais não tinha qualquer ascendência hierárquica.
20- Mas a autora: parecia vencer o desafio: organizou novas rotinas, mudou a decoração do ambiente, pôs em dia e modernizou a cobrança de honorários aos clientes, imaginou e implantou métodos modernos e eficientes de administração.
21- Em verdade, a despeito de sua pouca idade, a autora logo se impôs no ambiente de trabalho, ganhando o respeito e a consideração das cerca de trinta pessoas que trabalhavam na firma, entre advogados, estagiários, secretárias e funcionários.
22- O próprio réu, de início, parecia encantado, mais com a competência profissional que com os alegados atributos físicos da autora, comportando-se geralmente de forma respeitosa, formal, quase cerimoniosa.
23- A seriedade do réu, contudo, era apenas hipócrita máscara, atrás da qual seescondia um verdadeiro e imoral sátiro, um autêntico maníaco sexual.
24- Essa faceta começou a ficar clara em uma ocasião muito marcante.
25- Ao final de junho, o Escritório de Advocacia Ranulfo Azevedo organizou, como fazia todos os anos, uma convenção em um hotel fora da cidade.
26- Era reunião de dois dias, congregando advogados e estagiários e respectivas famílias. Saíam todos do escritório em uma sexta-feira à tarde, em um ônibus fretado. Durante todo o dia de sábado e na manhã de domingo os advogados e estagiários debatiam temas profissionais, ligados à gestão do escritório ou a assuntos propriamente jurídicos. As noites de sexta-feira e de sábado, porém, eram puramente sociais, dedicadas à confraternização.
27- A autora foi convidada para o seminário. De início, teve dúvidas em aceitar o convite. Sabia que era a primeira vez que alguém, não diretamente ligado às atividades profissionais da firma, participava de uma convenção daquele tipo. Finalmente, face à insistência do réu, se-sentindo honrada, aceitou.
28- Não levou, porém, acompanhante. Nem a autora, nem o réu, cuja esposa estava, na ocasião, ao que foi dito, em viagem ao exterior.
29- Na noite de sexta-feira houve de fato uma grande confraternização. Todos conversavam animadamente; o jantar foi agradável e havia muita amizade e alegria. Mas nada de anormal ou grave aconteceu e, por volta das onze horas da noite, já todos estavam recolhidos.
30- Aconteceu, isto sim, na noite de sábado. Nessa noite, após o jantar, um conjunto tocava música de dança. Sem acompanhante, o réu tirou a autora várias vezes para dançar. À medida que a noite se desenvolvia, cada vez mais procurava o réu a proximidade corporal com a autora.
31- Os outros casais aos poucos iam se recolhendo aos respectivos aposentos até que, cerca de uma hora da madrugada, só restavam dançando autora e réu, este último, a essa altura, completamente embriagado.
32- Tocado pelo álcool, o réu perdeu o controle de si mesmo e começou a tentar seduzir a autora, com palavras eloquentes, carregadas de sensualidade imoral.
33- A autora, é claro, resistiu sempre, até que, finalmente, desvencilhou-se do réu e saiu andando apressadamente até seu quarto.
34- O réu, porém, seguiu-a e, com o pé, impediu-a de trancar a porta, dizendo cruamente, em alto e bom som: "-Esta noite eu vou dormir aqui com você".
35- O constrangimento era total e invencível. No silencioso hotel de fim de semana, todos estavam recolhidos. O réu, completamente embriagado, deixava desenganadamente claras suas lascivas intenções. Somente com grande escândalo, do qual todos os demais hóspedes do hotel e, principalmente, os profissionais integrantes do escritório por certo tomariam conhecimento, poderia a autora ter resistido a suas lúbricas investidas.
36- Não restou à autora senão aceder e passar a noite com o réu. Enojada, vencendo a repugnância, por várias vezes permitiu que ele a possuísse, sempre para evitar o escândalo.
37- Manhã bem cedo, retirou-se o réu para seu próprio quarto e, algumas horas depois, de cara lavada, como se nada tivesse acontecido, presidia a reunião da manhã de domingo.
38- A autora cuidava que todo aquele pesadelo não duraria mais que uma noite e que, novamente sóbrio, o réu se desculparia ou, pelo menos, tentaria fingir que nada tinha acontecido.
39- De fato, foi assim que procedeu o réu durante todo o domingo, no hotel, e na viagem de volta.
40- Na segunda-feira a autora apresentou-se ao trabalho, ainda desconfiada, mas pronta a iniciar esforço consciente para relegar o episódio- a merecido esquecimento. O emprego ainda era um bom emprego; a autora precisava dele; agora mais que nunca, pois sua mãe, já idosa, estava prestes a submeter-se a uma delicada intervenção cirúrgica. O réu, até ali, tinha sido um bom patrão. Tudo afinal não passara de uma noite de bebedeira.
41- Ao final do expediente, porém, o réu chamou a autora, dizendo que precisava conversar com ela e oferecendo uma carona. Cuidando, ingenuamente, que receberia o tão esperado pedido de desculpas, a autora aceitou o convite.
42- Mais uma vez, porém, para sua desgraça, enganou-se. O réu desejava, isto sim, reiterar que apreciara imenso a noite passada com ela, que insistia em chamar “uma noite de amor"; que não tinha deixado de pensar nela um só minuto e que queria repetir a experiência.
43- Agora não havia mais a desculpa da embriaguez. O réu estava sóbrio e sua voz, firme, decidida; simplesmente, com estarrecedor cinismo e despudor, convidava a autora a ser sua amante fixa, a ter “um caso" com ele.
44- A autora não sabia o que. fazer: aceitar não podia; não queria envolver-se com o réu, um homem casado e, ao que se dizia, bem casado; por outro lado, estava implícito no convite que a recusa significaria para a autora a demissão do emprego.
45- Procurou a autora, em desespero, ganhar tempo. Pediu uma semana para pensar, ao que o réu, surpreendentemente, respondeu que esperaria... "_ ...porque tinha certeza que ela ia ser 'boazinha' e aceitar sua proposta".
46- Durante uma semana, o réu nada disse. Manteve-se discreto, absolutamente frio, com o cinismo impávido e arrogante do conquistador profissional.
47- Não deixou, porém, de sinalizar, indireta e ofensivamente, as vantagens que adviriam para a autora de aceitar suas propostas indecorosas; interessou-se mais por seu trabalho, sugeriu a contratação de um auxiliar para suas funções, acenou com a perspectiva de um aumento de seus vencimentos.
48- Passada a semana de prazo, voltou o réu novamente à carga de modo direto: perto do final do expediente, como sete dias antes, ofereceu à autora uma carona, que esta não teve como recusar.
49- Conversavam no trajeto; a autora, hesitante, relutante, com medo de negar, sentindo-se coagida, ameaçada de perder o emprego. O réu, gentil, polido, falsamente sedutor, mas deixando clara a opção: ou a autora se transformava em sua amante fixa ou teria que procurar rapidamente um novo emprego.
50- A autora, nervosa, entretida na conversa difícil, não observava para onde estavam se dirigindo. De repente, em uma curva, o réu saiu com o carro da estrada e entrou em um motel, pedindo imediatamente a chave da suíte presidencial.
51- Novamente o constrangimento; novamente o envolvimento, as insinuações, a criação de situações sem saída. E novamente a autora é forçada a aceder aos caprichos sexuais do réu.
52- Formava-se assim uma situação irreversível. Autora e réu, agora, eram amantes. Não havia como voltar atrás.
53- Irremediavelmente enredada pelo patrão, era agora prostituída, obrigada a entregar seu corpo para não perder o emprego. Nada mais restava agora à autora senão manter as aparências e associar-se ao réu no negregando esforço de manter desconhecido o espúrio conúbio.
54- A relação, vivida às ocultas, durou alguns meses. A autora, porém, sofria muito; não saía mais de casa. Sua condição de amante fixa de um homem casado, ainda por cima seu patrão, tornava-a uma pessoa amarga, dissimulada.
55- O único lugar que frequentava, além do trabalho, era o motel, sempre o mesmo, uma ou duas vezes por semana pelo menos, ao final do expediente. De vez em quando, quando o réu tinha o pretexto de alguma viagem, exigia que a autora o acompanhasse ou que, antes ou depois, passasse com ele uma noite inteira, o que a obrigava a inventar mentiras constrangedoras para sua velha mãe, com quem ainda morava.
56- Mas não paravam aí os sofrimentos. Também por um outro particular a situação era cruel: além de seus sonhos profissionais, a autora evidentemente tinha também sonhos como mulher, os sonhos de toda moça: ter uma relação afetiva normal, sólida, casar-se, gerar e criar os próprios filhos.
57- Aos poucos esses sonhos iam se frustrando. Como poderia ela, sentindo-se como se sentia, uma prostituta, entregando-se a práticas sexuais com um homem que não amava, conseguir desenvolver um outro tipo de relação, mais puro e mais saudável?
58- Um dia, porém, apesar de tudo,a autora apaixonou-se por um rapaz solteiro, um jovem médico, dois anos mais velho que ela, que conheceu na festa de casamento de sua irmã.
59- Sua paixão, para sua felicidade ou desgraça, foi correspondida e logo iniciava ela, cheia de esperanças, um namoro saudável.
60- Estava, porém, carregada de culpas. Não podia continuar nem mais um minuto levando uma vida dupla: amando com pureza o jovem médico, ao mesmo tempo em que mantinha com o patrão uma relação adúltera e pecaminosa. O rompimento com o réu, nas circunstâncias, tornou-se inevitável.
61- O réu, porém, inconformado, insistia, prometia, ameaçava, gritava; chegou mesmo, certa vez, a agredir fisicamente a autora.
62- Finalmente, deixou-a ir. Mas, no dia seguinte, como era de se esperar, a autora estava demitida.
63- Não parou aí a baixeza do réu. Vingativo, contou ao namorado da autora o caso que tivera com ela, mostrou-lhe, inclusive, fotografias suas em posições obscenas.
64- A mãe da autora, por sua vez, mal recuperada da cirurgia a que se submetera, não resistiu à sucessão de crises emocionais da filha e faleceu pouco depois.
65- A própria autora adoeceu seriamente. Não conseguia arranjar emprego; tinha vergonha. O réu, pessoa conhecida e influente na sociedade, cuja separação recente era assunto das crônicas de intrigas, provavelmente denegrira seu nome.
66- Poderia a autora alongar-se ainda, por páginas e páginas no relato de seus tormentos. Não o faz. Não é preciso. V. Exa. saberá, com sua sensibilidade de magistrado, avaliar com precisão quão duros foram esses tempos de tormento e humilhação que o comportamento reprovável do réu causou à autora.
[1] Barros, Orlando Mara. Comunicação & Oratória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001, p. 138.
[2] LACERDA, Gabriel. Em segredo de justiça. Rio de Janeiro: Xenon, 1995, p. 10-20.
Questões
A) Resuma, em até cinco linhas, qual a versão narrada pela parte autora.
B) Identifique na transcrição desse segmento, pelo menos três informações que a parte ré não teria narrado. Justifique por quê.
C) Identifique pelo menos dois recursos linguísticos que visem a valorar os fatos a favor da parte autora.
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Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
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RESPOSTAS AULA 03
A) Mulher de origem humilde, órfã de pai, formou-se com seu próprio esforço. Mesmo desconfiada com os galanteios, aceitou o novo emprego, demonstrando sua capacidade profissional. Confraternização deu origem a relação espúria, consentida por receio de escândalo, esperança de retratação do réu e medo de perder o emprego que a permitia cuidar da saúde de sua mãe. Ao encontrar o amor verdadeiro tenta se desvencilhar da relação doentia, que ao terminar entre agressões, deixa-a vilipendiada, sem emprego e mais uma vez órfã, indo buscar reparação na justiça.	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		
	
	
	
	
	
	
	
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RESPOSTAS AULA 04 (novo)
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CASO CONCRETO AULA 05 - 53505
Só Questão 1 - Leia a ementa do julgado abaixo (Relator: Ministro Celso de Mello - Ag. Reg. no Recurso Extraordinário 477.554 Minas Gerais), e parafraseie, em texto corrido, na forma de parágrafo, essas ideias em até cinco linhas. Contemple de forma concisa todo o conteúdo presente na ementa.
UNIÃO CIVIL ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO – alta relevância social e jurídico-constitucional da questão pertinente às uniões homoafetivas - legitimidade constitucional do reconhecimento e qualificação da união estável homoafetiva como entidade familiar: posição consagrada na jurisprudência do supremo tribunal federal (ADPF 132/RJ e ADi 4.277/DF) – o afeto como valor jurídico impregnado de natureza constitucional: a valorização desse novo paradigma como núcleo conformador do conceito de família - o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito e expressão de uma ideia-força que deriva do princípio da essencial dignidade da pessoa humana – alguns precedentes do supremo tribunal federal e da suprema corte americana sobre o direito fundamental à busca da felicidade - princípios de yogyakarta (2006): direito de qualquer pessoa de constituir família, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero - direito do companheiro, na união estável homoafetiva, à percepção do benefício da pensão por morte de seu parceiro, desde que observados os requisitos do art. 1.723 do código civil - a força normativa dos princípios constitucionais e o fortalecimento da jurisdição constitucional: elementos que compõem o marco doutrinário que confere suporte teórico ao neoconstitucionalismo - recurso de agravo improvido.
RESPOSTA AULA 05 - 53505
Só Questão 1
A ementa do julgado no Recurso Extraordinário 477.554 de Minas Gerais, conforme relatada pelo Ministro Celso de Mello, trata da relevância e legitimidade constitucional do reconhecimento e qualificação da união estável homoafetiva como entidade familiar, consoante jurisprudência no STF, que afirma a importância do afeto ser valorado juridicamente como novo paradigma do conceito de família em face do direito à busca da felicidade e do princípio da dignidade da pessoa humana, com base no direito comparado, de qualquer pessoa de constituir família, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero e do direito do companheiro ao benefício da pensão por morte de seu parceiro, observados os requisitos do art. 1.723 CC, salienta a força dos princípios constitucionais e confere suporte teórico ao neoconstitucionalismo, itens que servem de base de sustentação pra não prover o recurso de agravo impetrado.
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CASO CONCRETO AULA 06 – 53506
Questão 1 - Num relato pessoal, interessa ao narrador não apenas contar os fatos, mas justificá-los. No mundo jurídico, entretanto, muitas vezes, é preciso narrar os fatos de forma objetiva, sem justificá-las. Ao redigir um parecer, por exemplo, o narrador deve relatar os fatos de forma objetiva antes de apresentar seu opinamento técnico-jurídico na fundamentação.
Antes de iniciar seu relato, o narrador deve selecionar o quê narrar, pois é necessário garantir a relevância do que é narrado. Logo, o primeiro passo para a elaboração de uma boa narrativa é selecionar os fatos a serem relatados.
Leia o caso concreto que segue e sublinhe todas as informações que precisam ser observadas em uma narrativa imparcial. Em seguida, liste, em tópicos, todas essas informações que devem ser usadas no relatório.
Caso concreto
SÃO PAULO - O Conselho Tutelar de Santa Bárbara d'Oeste, cidade a 135 quilômetros de São Paulo, investiga o caso de um adolescente de 14 anos que aparece em vídeos do Youtube amarrado a uma árvore e gritando, pedindo por socorro. A denúncia chegoupor um email, recebido na quarta-feira pelos conselheiros da cidade. O menor foi localizado e confirmou o caso de bullying.
Pelo menos dez adolescentes, com idades entre 11 e 17 anos, são suspeitos de atacar o estudante, que relatou que as agressões eram constantes.
O conselheiro Robério Xavier Bonfim conta que os agressores foram identificados e chamados no Conselho Tutelar, onde compareceram acompanhados dos pais e negaram a autoria dos vídeos.
- Eles não revelam quem fez as publicações, mas os pais dos menores se comprometeram que os vídeos seriam retirados do ar e de fato, foram deletados algumas horas depois da conversa no Conselho - conta Bonfim.
O menor, vítima de bullying, estudava na mesma escola dos agressores, a Escola Estadual Jorge Calil Assad Sallim. Depois do início das investigações do Conselho Tutelar, o menor foi transferido de escola, para evitar que novas agressões pudessem acontecer.
As informações levantadas pelo Conselho Tutelar foram encaminhadas para a Delegacia de Defesa da Mulher da cidade, onde foi registrado um boletim de ocorrência na semana passada. Paralelamente às investigações da Polícia Civil, devem correr as apurações do Ministério Público de Santa Bárbara d'Oeste, que deve receber até o fim da tarde desta sexta-feira os documentos e informações levantadas pelo Conselho Tutelar.
A promotora da Infância e da Juventude, Daniela Reis Pastorello, vai assumir as investigações do caso.
O Conselho Tutelar explica que os dois órgãos foram acionados para agilizar as investigações sobre os ataques publicados na internet.
Recorra às fontes, se julgar pertinente.
LEI N.º 5.089 de 6 de outubro de 2009
Dispõe sobre a inclusão de medidas de conscientização, prevenção e combate ao Bullying escolar no projeto pedagógico elaborado pelas escolas públicas do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências.
Art. 1° As escolas públicas da educação básica do Município do Rio de Janeiro deverão incluir em seu projeto pedagógico medidas de conscientização, prevenção e combate ao Bullying escolar.
Parágrafo único. A Educação Básica é composta pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Art. 2° Entende-se por Bullying a prática de atos de violência física ou psicológica, de modo intencional e repetitivo, exercida por individuo ou grupos de indivíduos, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidar, agredir, causar dor, angústia ou humilhação à vitima.
Parágrafo único. São exemplos de Bullying acarretar a exclusão social: subtrair coisa alheia para humilhar; perseguir; discriminar; amedrontar; destroçar pertences; instigar atos violentos, inclusive utilizando-se de meios tecnológicos.
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RESPOSTA AULA 06 – 53506
Questão 1 -
Trata-se de caso de bullying escolar, envolvendo menores e, divulgado em vídeos no Youtube, fato denunciado ao conselho Tutelar por email.
A vítima identificada, estudante, menor com 14 anos e os suspeitos, dez menores com idade entre 11 e 17 anos, estudantes da mesma escola.
O fato ocorreu em Santa Bárbara d'Oeste-SP, com alunos da Escola Estadual Jorge Calil Assad Sallim. No vídeo em questão se vê o estudante amarrado, gritando e pedindo por socorro. Ao ser localizado, o menor confirmou o caso de bullying e as constantes agressões anteriores.
O conselheiro Robério Xavier Bonfim convocou os suspeitos, que acompanhados de seus pais, negaram a autoria dos vídeos, não revelaram quem os publicou na rede, mas conforme o compromisso assumido pelos pais dos menores, foram deletados horas depois. Para evitar novas agressões, a vítima de bullying, foi transferido de escola.
O Conselho Tutelar encaminhou as informações para a Delegacia de Defesa da Mulher da cidade, onde foi registrado um boletim de ocorrência, sendo as investigações do caso assumidas pela promotora da Infância e da Juventude, Daniela Reis Pastorello. Também foi acionado o Ministério Público de Santa Bárbara d'Oeste de maneira agilizar as investigações sobre os ataques publicados na internet.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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Colunista Maria Ester queimada e filho preso por suspeita de tentativa de homicídio – 21/08/2012
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O delegado adjunto da 134ª DP, Rodrigo Maia, disse que a colunista social Maria Ester Balbi, de 62 anos, teria sido vítima de tentativa de homicídio praticada pelo próprio filho, Luiz Fernando Balbi, de 30 anos, que negou o fato à polícia, alegando que as queimaduras sofridas pela mãe nesta terça-feira foram acidentais. A informação foi passada por volta das 20h, logo após o delegado ouvir a médica do Emergência em Casa, que fez o primeiro atendimento da vítima, quando ela ainda estava acordada. A colunista deu entrada no Hospital Ferreira Machado, por volta das 15h30 desta terça-feira, com queimaduras no corpo.
Segundo o delegado, a versão do filho da colunista, de que os ferimentos teriam sido ocasionados por um acidente, foi confrontada pelo o que teria sido dito pela vítima quando era resgatada da sua residência, que fica na rua Marcílio Martins, no IPS. No momento do ocorrido, ela estaria acompanhada do filho, que falou em depoimento ao delegado que socorreu a mãe.
De acordo com a assessoria de imprensa do HFM, a jornalista teve 54% do corpo queimados, com ferimentos de 1º, 2º e 3º. Ainda segundo a assessoria, foram atingidos o rosto, pescoço, braço esquerdo, tórax e dorso. O hospital informou também que a colunista passou por cirurgia para a retirada da pele queimada e foi feita a assepsia. A paciente, segundo a assessoria, ficou internada na Unidade de Paciente Grave (UPG) respirando com ajuda de aparelhos, sendo seu estado de saúde grave, já que ela é paciente renal e teria feito uma hemodiálise recentemente. Ainda durante a noite ela foi transferida para o Hospital Doutor Beda, onde informações não foram passadas.
O filho foi encaminhado até a 134ª DP para prestar esclarecimentos. Acompanhado de um advogado, ele relatou à equipe de reportagem da Folha que ajudava a mãe na limpeza de um cateter na perna, que era feito com álcool, quando esbarrou em um cinzeiro, derrubando um cigarro, o que teria provocado o princípio de incêndio no colchão. Ele relatou ainda que imediatamente ligou o chuveiro e a socorreu, logo em seguida chamou por uma ambulância. Luiz Fernando ainda mostrou a vermelhidão que teria sido provocado por queimaduras nas duas mãos que, segundo ele, teria sido causadas no momento do socorro.
De acordo com o delegado adjunto da 134ª DP, Rodrigo Maia, o filho repetiu a versão contada aos jornalistas no depoimento. Ainda segundo o delegado, uma equipe foi até o hospital para ouvir a colunista, mas por estar entubada e sedada não foi possível ouvir a sua versão sobre o ocorrido. Com o depoimento da médica, relatando o descaso do filho na hora do socorro e o depoimento da colunista feito a profissional de que Luiz Fernando teria feito propositalmente, o delegado decidiu pedir a prisão sob suspeita de tentativa de homicídio. A perícia da Polícia Técnica foi até o imóvel da colunista para mais provas. Luiz Fernando foiaté o local explicar a sua versão. Ele será encaminhado para exame de corpo de delito e depois volta à delegacia, de onde será levado, segundo o delegado, para a Casa de Custódia na manhã desta quarta-feira. 
Disponível em: < http://www.fmanha.com.br/geral/colunista-maria-ester-queimada-e-filho-preso-por-suspeita-de-tentativa-de-homicidio>. Acesso em 05/09/2012.
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Morre a colunista social Maria Ester Balbi – 02/09/2012
Familiares, amigos, colegas e ex-colegas de trabalho e representantes de lideranças políticas foram se despedir ontem às 16h30, no Cemitério do Caju, da colunista social Maria Ester Balbi. Ela morreu, na parte da manhã, aos 62 anos. Maria Ester, que teve 54% do corpo queimado, estava internada há 12 dias e na tarde da última sexta-feira, a equipe médica do Hospital Geral Doutor Beda divulgou que o seu estado de saúde havia piorado. Às 9h20 de ontem, a colunista teve falência múltipla dos órgãos e infecção generalizada.
Na tarde de ontem, o médico intensivista do Dr. Beda, Afonso Celso Faria, encaminhou o boletim da paciente, informando que a mesma teria apresentado um grave quadro de infecções no trato respiratório e urinário, além de distúrbio de coagulação com sangramento digestivo e impossibilidade de nutrição adequada pela via digestiva. O quadro em que Maria Ester se encontrava até a noite de ontem, de acordo com o relatório assinado pelo médico, era de risco de vida iminente.
Durante o velório na capela mortuária da Santa Casa, que durou aproximadamente uma hora, amigos rezaram uma prece e pediram que Maria Ester sempre fosse lembrada com alegria, como nas festas que frequentava. Ela foi enterrada na sepultura da família, no Cemitério do Caju, com uma salva de palmas.
Amigos como o fotógrafo Vilson Correia, lamentaram a morte de Maria Ester. “A gente perde um pedaço da gente. Ela marcou uma época no colunismo social de Campos”, disse. Já a advogada Marinaide Mothé, disse que foi amiga da colunista nos momentos de carência do ser humano. “Não participei da vida glamurosa dela, mas sempre fiz questão de estar presente em seus momentos mais difíceis”, contou. O comerciante Kid Soares é outro que lamentou a morte da Maria Ester: “Ela tinha uma personalidade forte, e deixou sua marca nesta vida”, declarou.
De acordo com o Hospital Doutor Beda, a colunista Maria Ester estava sedada e respirava por aparelhos e dependia de medicação específica para o controle da pressão arterial, além de curativos para as queimaduras. Em conformidade com o que foi planejado desde o início do tratamento, ela vinha sendo submetida a hemodiálise diariamente. 
Ulli Marques e João Noronha
Disponível em: < http://www.fmanha.com.br/geral/morre-a-colunista-social-maria-ester-balbi>. Acesso em 05/09/2012
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Teoria e Prática na Narrativa Jurídica
Profª. Rosilene Cunha Tavares
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CASO CONCRETO AULA 07 – 53507
CASO CONCRETO - Famílias velam corpos trocados em hospital estadual de Saracuruna.
O Globo, 21 de abril de 2009, p. 16.
Francisca Constantina de Souza, de 49 anos, e Helena dos Santos, de 51 anos, morreram, no último domingo, no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Caxias.
Comunicadas, as duas famílias prepararam os enterros. Mas os corpos foram trocados. Na funerária, em Itaguaí, Daniele Moura, de 25 anos, descobriu que a mulher que estava no caixão não era sua mãe, Francisca. No Cemitério de Queimados, a família Santos velava Francisca acreditando se tratar de Helena.
Apenas no início da tarde de ontem, o filho de Helena, Elias Santos, de 30 anos, soube da reclamação da família de Francisca. Ele já estava desconfiado. De acordo com os amigos, Helena era evangélica e não pintava as unhas ou fazia as sobrancelhas.
- É uma verdadeira bagunça - disse Elias. 
Uma foto do corpo de Francisca, enviada por celular para a família dela, acabou com a dúvida. A filha Daniele lamentou o absurdo da situação:
- Outras pessoas estão fazendo o velório da minha mãe. Olhem o que fizeram com as nossas famílias.
Helena, mãe de cinco filhos, que foi atropelada, foi levada para o Hospital de Saracuruna e morreu no domingo. Francisca foi internada no dia 28 de março com aneurisma cerebral. Também na manhã de domingo, o hospital avisou a família sobre sua morte. O engenheiro químico Daniel de Moura Barbosa, de 54 anos, ex-marido de Francisca, reconheceu o corpo, mas disse ter sido pressionado por funcionários do hospital a dizer que se tratava da ex-mulher.
Segundo o advogado Ricardo Felipe Meira de Carvalho, a família de Francisca vai denunciar o fato ao Ministério Público e mover uma ação por danos morais e materiais contra o estado.
Questão 1
Considere que informações juridicamente importantes são aquelas que precisam constar na narrativa da peça porque a lei, a doutrina e/ou a jurisprudência consideram essas informações como importantes.
Assim, realize uma pesquisa e indique as fontes principiológicas, legais, doutrinárias e jurisprudenciais que contribuam para a percepção de quais informações são juridicamente importantes para a solução da lide.
Questão 2
Produza uma narrativa simples – em texto corrido, adequadamente dividido em parágrafos – para o caso concreto com a exposição cronológica dos fatos.
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RESPOSTA AULA 07 – 53507
Questão 2
Trata-se do caso de erro administrativo decorrente da troca de corpos de pacientes falecidos no mesmo dia, ocorrido no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro.
Tal fato envolve Francisca Constantina de Souza, de 49 anos, internada com aneurisma cerebral no dia 28 de março de 2009, Helena dos Santos, de 51 anos, mãe de cinco filhos, que foi atropelada, familiares e a equipe administrativa do citado Hospital.
A administração do Hospital informou na manhã de domingo a morte de ambas aos respectivos familiares, que comunicados prepararam os enterros. Compareceu para identificar o corpo de Francisca, seu ex-marido, o engenheiro químico Daniel de Moura Barbosa, de 54 anos, que afirma ter sido pressionado por funcionários do hospital a dizer que se tratava da ex-mulher.
O erro administrativo foi descoberto por Daniele Moura, de 25 anos, ao verificar que o corpo no caixão na funerária, em Itaguaí, não era sua mãe Francisca.
No Cemitério de Queimados, a família Santos velava o corpo de Francisca acreditando se tratar de Helena, que somente no início da tarde anterior, soube da reclamação da família de Francisca.
Elias Santos, de 30 anos, filho de Helena, já estava desconfiado. De acordo com os amigos, Helena era evangélica e não pintava as unhas ou fazia as sobrancelhas.
- É uma verdadeira bagunça - disse Elias. 
Uma foto do corpo de Francisca, enviada por celular para a família dela, acabou com a dúvida. A filha Daniele lamentou o absurdo da situação:
- Outras pessoas estão fazendo o velório da minha mãe. Olhem o que fizeram com as nossas famílias.
O advogado Ricardo Felipe Meira de Carvalho afirmou que a família de Francisca vai denunciar o fato ao Ministério Público e mover uma ação por danos morais e materiais contra o estado.
Esta notícia foi veiculada no jornal O Globo em 21 de abril de 2009, p. 16.
Eis o relatório.
Observações: 	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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CASO CONCRETO AULA 08 – 53508
O relatório é um tipo de narrativa em que os fatos mais importantes de uma situação de conflito devem ser cronologicamenteorganizados, sem interpretá-los (ausência de valoração); apenas informá-los na lide ou demanda processual.
Segundo De Plácido (2006, p.1192), relatório, designa a exposição ou a narração acerca de um fato ou de vários fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos relevantes.
QUESTÃO: Leia atentamente o caso concreto e produza um relatório. Observe todas as orientações acumuladas ao longo do semestre.
CASO CONCRETO – Numa festa de estudantes de psicologia no Clube Israelita Brasileiro, em Copacabana (RJ), um universitário posou para fotos exibindo um dos mais fortes símbolos do nazismo, uma suástica tatuada na perna. Era 13 de dezembro de 2011. A imagem foi parar na internet. A pedido da Federação Israelita do Rio, a polícia deu início a uma investigação e prendeu ontem o estudante de publicidade Luiz Vinícius, de 23 anos, que vai responder em liberdade por crime de discriminação e preconceito, com pena de dois a cinco anos de prisão. Outras duas pessoas ligadas a ele, Diego, de 23, e um estudante de administração de 17 anos também foram detidos.
O crime chocou a comunidade judaica. O Clube Israelita foi fundado no século passado por imigrantes judeus. O delegado titular da 12ª DP (Copacabana), Antenor Martins, disse que os três fazem parte de um grupo neonazista e que outras pessoas são investigadas: — Ele era o cabeça. Tinha uma tatuagem gigante da suástica. Na sua casa, achamos farto material sobre o nazismo e a Gestapo (polícia secreta de Hitler). Em depoimento, ele disse que era adepto do nazismo, do fascismo e do integralismo.
Com mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram na casa de Luiz Vinícius, no Grajaú, revistas alusivas ao nazismo e conteúdo antissemita. O computador do rapaz foi apreendido. Foram encontradas fotos em que ele aparece com a mão em riste como se fizesse a saudação nazista. Luiz Vinícius disse na delegacia que era grande admirador de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler. Segundo o delegado, o acusado declarou que estudava o assunto em sua monografia. Na delegacia, o próprio pai do rapaz teria ficado chocado ao tomar ciência das acusações.
Os outros dois detidos trocavam informações sobre o tema com Luiz Vinícius por meio de um site de relacionamentos. O adulto responderá pelo mesmo crime. Os policiais ainda estudam como será conduzido o inquérito em relação ao menor. Pelo menos mais duas pessoas ainda são investigadas. Ontem também foram cumpridos mandados de busca em endereços na Tijuca e em Copacabana.
O delegado pretende que grupo seja enquadrado na Lei n. 7716/89 que trata de crimes de discriminação ou preconceito contra raças, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Um os incisos diz que é crime fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos que utilizem a cruz suástica.
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 19/09/2012
Profª. Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel: (22) 9955-3618
RESPOSTA AULA 08 – 53508
Questão 1
Trata-se de caso de discriminação ou preconceito contra raças, cor, etnia, religião ou procedência nacional ocorrido em 13 de dezembro de 2011, numa festa de estudantes de psicologia no Clube Israelita Brasileiro, em Copacabana (RJ), envolvendo o estudante de publicidade Luiz Vinícius, de 23 anos, Diego, de 23, um estudante de administração de 17 anos e a Federação Israelita do Rio de Janeiro.
O estudante posou para fotos exibindo um dos mais fortes símbolos do nazismo, uma suástica tatuada na perna, imagem que foi parar na internet e que a pedido da Federação Israelita deu início a uma investigação policial que prendeu o publicitário, que vai responder em liberdade por crime de discriminação e preconceito, com pena de dois a cinco anos de prisão.
Com mandado de busca e apreensão, os policiais encontraram na casa de Luiz Vinícius, no Grajaú, revistas alusivas ao nazismo e conteúdo antissemita. O computador do rapaz foi apreendido e neste, foram encontradas fotos em que ele aparece com a mão em riste como se fizesse a saudação nazista. Luiz Vinícius disse na delegacia que era grande admirador de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler. Segundo o delegado, o acusado declarou que estudava o assunto em sua monografia. Na delegacia, o próprio pai do rapaz teria ficado chocado ao tomar ciência das acusações.
Antenor Martins, delegado titular da 12ª DP (Copacabana), disse que os três fazem parte de um grupo neonazista e que outras pessoas serão investigadas: — Ele era “o cabeça”. Tinha uma tatuagem gigante da suástica. Na sua casa, achamos farto material sobre o nazismo e a Gestapo (polícia secreta de Hitler). Em depoimento, ele disse que era adepto do nazismo, do fascismo e do integralismo. O acusado declarou que estudava o assunto em sua monografia.
Os outros dois detidos trocavam informações sobre o tema com Luiz Vinícius por meio de um site de relacionamentos. O adulto responderá pelo mesmo crime. Os policiais ainda estudam como será conduzido o inquérito em relação ao menor. Pelo menos mais duas pessoas ainda são investigadas. Também foram cumpridos mandados de busca em endereços na Tijuca e em Copacabana.
O delegado pretende que grupo seja enquadrado na Lei n. 7716/89 que trata de crimes de discriminação ou preconceito contra raças, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Um os incisos diz que é crime fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos que utilizem a cruz suástica.
Eis o relatório.
Observações:
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 10/10/2012
Prof.ª Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618
CASO CONCRETO AULA 09 – 53509
MÃE É PRESA POR DEIXAR BEBÊ TRANCADO DENTRO DO CARRO PARA VER SHOW EM SP
SÃO PAULO. Uma mãe deixou a filha de um ano trancada dentro do carro em um estacionamento e foi ver a apresentação do grupo de pagode Exaltasamba na casa de shows Porto Alcobaça, na em Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo. A menina permaneceu duas horas trancada. Um manobreiro ouviu o choro da criança, de madrugada, e pediu ajuda à polícia.
Kátia de Paula Torres, 25 anos, foi detida uma hora depois e pode perder a guarda da filha, Maria Fernanda Torres. A menina estava dormindo no banco traseiro de um Tempra azul, quando o veículo foi deixado no estacionamento às 23h30min. Kátia seguiu para ver o show com um casal de amigos, enquanto o manobreiro Bruno Rafael de Souza estacionava o veículo.
A criança não foi vista por Souza porque dormia e tinha um cobertor sobre ela. Por volta da 1h30min, o manobrista ouviu o choro da criança. Ele se aproximou do carro e encontrou a menina de pé sobre o banco.
A mãe da criança afirmou que a menina costuma dormir a noite inteira e deixou ao lado da cadeirinha do bebê um dispositivo denominado “babá eletrônica”, que permite ouvir qualquer som emitido pela criança a distância. Afirma que não ouviu o choro da filha porque o dispositivo recém-comprado apresentou defeito. (O Globo, 25/10/2006).
TEXTOS DE APOIO
Código Penal
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Relevância da omissão
§ 2° - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Decreto-lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
Art. 27,§ 2° - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5°. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
 
Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 
Art. 5° - Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Art. 24 - A perda e a suspensão do pátrio poder serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 10/10/2012
Prof.ª Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618
RESPOSTA CASO CONCRETO AULA 09 – 53509
Questão 2
Tendo em vista que o polo ativo do processo (autor - MP), em Ação Penal Pública, pretende a condenação do polo passivo (ré - mãe da criança) pela prática de um crime, produza a narrativa jurídica valorada de acusação, com respeito a todas as orientações dadas ao longo do semestre.
Trata-se de caso de omissão do devido cuidado entre Kátia de Paula Torres, 25 anos, mãe relapsa e sua filha Maria Fernanda Torres, menor absolutamente incapaz, ocorrido no estacionamento da casa de shows Porto Alcobaça, na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, no dia 22 de outubro de 2006, sábado, às 23h30min.
Conforme consternado depoimento do manobrista Bruno Rafael de Souza, a indiciada Katia, deixou sua filha, ainda bebê, dormindo no interior do veículo, para se divertir com amigos na apresentação do grupo de pagode Exaltasamba. A mãe desnaturada ocultou a filha com um cobertor, para que o manobrista não fosse capaz de perceber a presença da criança no veículo.
A menor abandonada acordou por volta da 1h30min e assustada levantou-se e começou a chorar desesperadamente, quando foi encontrada de pé sobre o banco, trancada dentro do veículo, um Tempra azul, por um manobreiro que acionou a polícia.
Kátia foi detida uma hora depois, somente ao término do show. Tentou se eximir da atitude dolosa, ao afirmar que a menina costumava dormir a noite inteira e que deixou uma “babá eletrônica” ao lado do bebê, para que fosse alertada, caso acordasse.
O Ministério Público dentro de suas atribuições legais e em Ação Penal Pública pediu a condenação da ré por crime de omissão o que acarretará a perda ou a suspensão do pátrio poder sobre a filha.
Eis o relatório.
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 17/10/2012
Prof.ª Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618
CASO CONCRETO AULA 10 – 53495
De acordo com o art. 300 do CPC: “compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir” (grifos inexistentes no original).
Pela leitura gramatical do dispositivo legal, percebe-se que a contestação é a peça que comporta quase toda a defesa do réu. É nesse instrumento que o réu deve rebater todos os argumentos do autor, demonstrando, claramente, a impossibilidade de sucesso da demanda.
Vale dizer ainda que, na contestação, o réu poderá se manifestar sobre aspectos formais e materiais. Os argumentos de origem formal se relacionam à ausência de algum tipo de formalidade processual exigida pela lei, e que não fora observada pelo autor em sua peça inicial.
Essas falhas, dependendo da sua natureza e gravidade, podem ocasionar fim do processo antes mesmo de o magistrado apreciar o conteúdo do direito pretendido. A imperfeição apontada pelo réu retiraria do autor a possibilidade de seguir adiante, ou retardaria o procedimento até que fosse sanada a imperfeição. Essa é a chamada defesa indireta, quando se consegue procrastinar o processo.
Já os aspectos materiais se relacionam ao conteúdo de fato ou ao direito que o autor reivindica o próprio mérito da causa. É a chamada defesa direta ou de mérito, na qual o réu ataca o fato gerador do direito do autor, ou as consequências jurídicas que o autor pretende. 
O princípio da concentração (ou princípio da eventualidade) determina que o réu deve, de uma só vez, em uma única peça – na contestação – alegar toda a matéria de defesa, tanto processual, quanto de mérito.
Não há possibilidade, como no Processo Penal, de aguardar um momento mais propício para expor as teses de defesa. No Processo Civil é necessário que o réu apresente de forma concentrada todas as matérias de defesa que serão utilizadas na própria contestação.
Diante dessa breve explicação, não é prudente que o réu desconsidere o poder que tem a sua contestação para a defesa, pois esse é o momento oportuno para que ele possa bloquear a intenção autoral, sob pena de não poder mais se socorrer de determinados argumentos de defesa que não foram alegados tempestivamente. Observe que nem tratamos da revelia... (Adaptado a partir de www.jurisway.org.br)
 Apresentamos esse breve referencial teórico para esclarecer o mínimo necessário à compreensão da contestação, porém ressalvamos que somente nos interessam, nesta oportunidade, as questões relativas à narrativa da resposta. Não enfrentaremos as alegações de matéria processual, tampouco as de discussão teórico-doutrinária quanto ao assunto em discussão. 
Leia o texto que segue.
Magistrado, que estava em veículo sem placa, alega ter sido desacatado. AUTOMÓVEL DE JUIZ foi rebocado porque estava circulando sem placa.
Uma agente de trânsito recebeu voz de prisão do juiz João Carlos de Souza Correa, titular da 1ª Vara de Búzios, que alegou ter sido desacatado por ela, depois de ser parado numa blitz da Operação Lei Seca, na Lagoa, durante a madrugada de ontem.
O magistrado, que passou no teste do bafômetro, dirigia um Land Rover preto sem placa, e estava sem a carteira de habilitação no momento da abordagem. Ao verificar a data da nota fiscal do carro, a funcionária constatou que o período de 15 dias para emplacamento havia expirado e informou que o veículo seria rebocado. Segundo a agente, o juiz deu voz de prisão após ela questionar o fato de ele não saber desse prazo.
— Eu disse: “o senhor é juiz e alega desconhecer a lei?” Ele disse que eu o estava insultando e que me daria voz de prisão. Ele queria que o tenente da PM que fica na operação me prendesse. Como isso não ocorreu, ele deu avoz de prisão e queria que eu entrasse no carro da polícia. Mas me recusei e fui num carro da Lei Seca até a delegacia —- disse Luciana Tamburini, que trabalha na operação há dois anos, desde o início da Lei Seca.
Habilitação de juiz estava com a mulher dele
O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon) como desacato. Correa disse que, ao ser abordado pelos funcionários na blitz, fez o exame e apresentou a documentação do veículo:
— Minha habilitação estava na bolsa da minha mulher. Estávamos voltando de Búzios, porque foi meu plantão no sábado. Parei para comer algo e ela foi para casa, com meu documento. Depois, ela levou a carteira para mim. Sobre o emplacamento, não sabia que o prazo era tão curto. Vou cobrar do despachante, que não me alertou. Minha placa deve ser entregue nesta segunda — contou Correa. — Faltou habilidade por parte da agente. Sou um magistrado. Imagina eu, que faço Justiça, sendo injustiçado. Ela disse: “Ele é juiz, não é Deus”. Foi desacato.
Luciana confirma que disse a tal frase, mas contou que estava conversando com um colega sobre a intenção do juiz de levá-la no carro da polícia até a delegacia. Segundo Luciana, Correa cometeu outra infração ao retirar o carro retido na blitz e conduzi-lo sem habilitação até a delegacia. O juiz nega:
— O oficial da blitz permitiu que eu saísse — garantiu Correa, que já foi investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido a sentenças polêmicas proferidas por ele em processos sobre disputas fundiárias em Búzios. 
A documentação de Correa ficou com Luciana até eles chegarem à delegacia. Ela, o juiz e policiais que trabalham dando apoio à blitz da Lei Seca prestaram seus depoimentos sobre o caso e, depois de ser ouvido, Souza Correa teve seu veículo rebocado.
A agente ainda disse que vai entrar com uma representação contra o juiz, por abuso de autoridade.
— A prisão foi ilegal. Eu estava no exercício da minha função. Trabalhando em operações, já tive que me esconder de tiroteio perto de favela, vi pessoas agredirem agentes e até juiz criando caso por causa de multa. Mas nunca passei por nada parecido com isso — disse Luciana.
 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 17/10/2012
Prof.ª Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618
RESPOSTA CASO CONCRETO AULA 10 – 53495
Questão 1
Realize pesquisa legal, doutrina e jurisprudencial sobre o assunto a fim de se instrumentalizar sobre as possibilidades modalizadoras a favor do réu.
Definições para "Abuso de poder"
Abuso de poder -  1) Espécie de abuso de função. Circunstância agravante quando o crime é cometido com abuso de poder. 2) Delito que consiste no fato de a autoridade pública ordenar arbitrariamente, ou executar, medida privativa da liberdade individual de alguém, sem a observância das formalidades legais.
Presidente da Alemanha renuncia sob acusação de abuso de poder
Renata Giraldi* Repórter da Agência Brasil Brasília - O presidente da Alemanha,
Christian Wulff, de 52 anos, renunciou hoje (17) ao cargo. A decisão ocorre em...
Agência Brasil - 17 de Fevereiro de 2012
Ação por abuso de poder em audiência
A 1ª Turma do STJ não admitiu recurso do Ministério Público do RS contra ação
de indenização dirigida contra o promotor Damásio Sobiesiak, por suposto ab...
Espaço Vital - 05 de Abril de 2011
Disponível em: www.saberjuridico.com.br. Acesso em 17/10/2012.
Questão 2
Produza uma narrativa valorada a favor da parte ré. Recorra a farta modalização.
Trata-se de um suposto caso de abuso de poder que teria sido cometido por João Carlos de Souza Correa, juiz titular da 1ª Vara de Búzios contra Luciana Tamburini, agente de trânsito, ocorrido numa blitz da Operação Lei Seca, na Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, no dia 14 de outubro de 2012, durante a madrugada.
No momento da abordagem, o magistrado, que passou no teste do bafômetro, estando dessa maneira em estado de plena higidez mental, dirigia um Land Rover preto zero quilômetro, ainda por emplacar e que ao voltar de seu plantão no sábado na cidade de Búzios, parou para um lanche e infelizmente sua esposa levou para casa, na bolsa, a carteira de habilitação dele.
Ao verificar a data da nota fiscal do carro, a agente de trânsito constatou que o período de 15 dias para emplacamento havia expirado e informou que o veículo seria rebocado, provocando-o, dizendo que ele, como juiz, deveria saber os prazos legais.
Ao ser ultrajado e injustiçado, o juiz viu-se na obrigação de dar voz de prisão para essa funcionária pública irresponsável, que o insultava, ao dizer que ele era juiz, não Deus. Claramente um desacato e extrema falta de habilidade.
Na delegacia 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado como desacato, o Juiz negou que tenha cometido qualquer infração, pois, para dirigir seu veículo até à delegacia, ele solicitou autorização ao oficial da blitz.
Após o depoimento da agente, do juiz e dos policiais que trabalhavam dando apoio à blitz da Lei Seca, o veículo de Correa foi injustamente rebocado.
Eis o relatório.
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Questão 2
Produza uma narrativa valorada a favor da parte autora. Recorra a farta modalização.
Trata-se de um caso de abuso de poder perpetrado por João Carlos de Souza Correa, juiz titular da 1ª Vara de Búzios contra Luciana Tamburini, agente de trânsito, ocorrido numa blitz da Operação Lei Seca, na Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, no dia 14 de outubro de 2012, durante a madrugada.
No momento da abordagem, o magistrado, que já foi investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devido a sentenças polêmicas proferidas por ele em processos sobre disputas fundiárias em Búzios, dirigia um Land Rover preto sem placa, e estava sem a carteira de habilitação. Ao verificar a data da nota fiscal do carro, a funcionária exemplar, que estava no exercício do dever legal, constatou que o período de 15 dias para emplacamento havia expirado e informou que o veículo seria rebocado.
O juiz, alegou desconhecimento sobre o prazo para emplacamento, tentou se livrar ao responsabilizar o despachante por não o alertar sobre isso, e também afirmou não estar de posse da sua habilitação que estava com sua mulher. 
Segundo a agente, que trabalha na operação há dois anos, desde o início da Lei Seca, o juiz irritado e se sentindo injustiçado, deu voz de prisão após ela comentar com um colega na blitz o fato de ele não saber desse prazo e sobre a intenção dele de levá-la no carro da polícia até a delegacia. Luciana, afirma que Correa cometeu outra infração ao retirar o carro retido na blitz e conduzi-lo sem habilitação até a delegacia, pois a documentação dele tinha ficado com ela.
O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon) como desacato, quando o magistrado ainda tentou, acusar a funcionária pública, salientando que, ao ser abordado pelos funcionários na blitz, fez o exame e apresentou a documentação do veículo. Após o depoimento da agente, do juiz e dos policiais que trabalham dando apoio à blitz da Lei Seca, o veículo foi rebocado.
A servidora vai entrar com uma representação contra o juiz, por abuso de autoridade, haja vista a prisão ilegal, pois se encontrava no exercício de função legal..
Eis o relatório.
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Teoria e Prática na Narrativa Jurídica – 24/10/2012
Prof.ª Rosilene Cunha Tavares
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618
CASO CONCRETO AULA 11 – 53496
Como veremos a narrativa comporta uma função argumentativa, pois é da narrativa que se extraem os fatos e as provas que servem de base para que se possa inferir uma determinada valoração e, em seguida, justificá-la, mediante um tipo de argumento.
Reconhecemos a importância dessa narrativa, por exemplo, quando nos inteiramos de que o Código de Processo Civil, em seu art. 535, II estabelece que é possível embargar uma decisão de mérito quando a fundamentação omitir um ponto

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