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Aula 006 Parecer Técnico Jurídico 2 Redação Jurídica

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REDAÇÃO JURÍDICA: AULA 6
Características da Narrativa Jurídica
PROFESSORA: MARIA GENI DE A. FORTUNATO
CARACTERÍSTICAS DA NARRATIVA JURÍDICA:
EM UMA NARRATIVA JURÍDICA, NEM TODOS OS FATOS OU EVENTOS ENVOLVIDOS NO CASO CONCRETO DEVEM SER SELECIONADOS PARA COMPOR O RELATO.
SELEÇÃO DOS FATOS MAIS IMPORTANTES PARA A ELUCIDAÇÃO OU EXPLICAÇÃO DO FATO PRINCIPAL .
 FATO GERADOR DA SITUAÇÃO DE CONFLITO.
NARRATIVA JURÍDICA:
NECESSÁRIO SE FAZ TAMBÉM ORGANIZAR CRONOLOGICAMENTE AS INFORMAÇÕES SELECIONADAS, POIS A LINEARIDADE EVIDENCIA, PARA O LEITOR, O ENCADEAMENTO LÓGICO ENTRE OS ACONTECIMENTOS, O QUE É CRUCIAL PARA ESTABELECER OS NEXOS DE CAUSALIDADE E ALCANÇAR TAMBÉM MAIOR CLAREZA TEXTUAL.
TEMPO:
É um elemento fundamental na caracterização da narração. É a sucessão de eventos no tempo que denuncia a existência de um enredo a ser contado. Uma série de adjuntos adverbiais pode ser observada na narração da peça inicial.
MARCAS TEMPORAIS UTILIZADAS NA NARRAÇÃO:
EM RELAÇÃO AO MOMENTO DA FALA
EM RELAÇÃO AO MARCO TEMPORAL
PRESENTE
Agora
Hoje
Neste momento
Nesta altura
Então
No mesmo dia
PASSADO
Há pouco
Ontem
Anteontem
Há semanas
Há meses
No mês passado
No ano passado
Na véspera
No dia anterior
No mês anterior
Um ano atrás
Uma semana antes
Um mês antes
Por várias vezes
FUTURO
Daqui a pouco
Logo
Amanhã
Depois de amanhã
Em dois meses
Duas semanas
No próximo dia
No dia seguinte
Uma semana depois
Um ano depois
Um dia depois
Daí uma(s) hora(s)
Daí um (ns) dia(s)
NARRATIVA SIMPLES
NARRATIVA VALORADA
É UMA NARRATIVASEM O COMPROMISSO DE REPRESENTAR QUALQUER DAS PARTES. DEVE APRESENTAR TODO E QUALQUER FATO IMPORTANTE PARA A COMPREENSÃO DA LIDE, DEFORMA IMPARCIAL.
É UMA NARRATIVAMARCADA PELO COMPROMISSO DE EXPOR OS FATOS DE ACORDO COM A VERSÃO DA PARTE QUE SE REPRESENTA EM JUÍZO. POR ESSA RAZÃO,APRESENTA O PEDIDO (PRETENSÃO DA PARTE AUTORA) ERECORRE A MODALIZADORES.
O QUÊ ?
O QUÊ ?
QUEM (ATIVO E PASSIVO) ?
QUEM (ATIVO E PASSIVO) ?
ONDE ?
ONDE ?
QUANDO ?
QUANDO ?
COMO ?
COMO ?
POR QUÊ ?
POR QUÊ ?
INICIA-SE POR “TRATA-SE DE QUESTÃO SOBRE...”
INICIA-SE POR “FULANO AJUIZOU AÇÃO DE... EM FACE DE BELTRANO, NA QUAL PLEITEIA...”
MODALIZAÇÃO NA LINGUAGEM JURÍDICA:
A MODALIZAÇÃO CONSISTE NA ATITUDE DO FALANTE EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO OBJETIVO DE SUA FALA.
UM DOS ELEMENTOS DISCURSIVOS MAIS EMPREGADOS NA MODALIZAÇÃO CONSISTE NA CONVENIENTE SELEÇÃO LEXICAL.
VOCÁBULOS POSITIVOS, NEUTROS OU NEGATIVOS: 
 Ex. COMPOR/ ESCREVER/RABISCAR
 CIDADÃO/ RÉU/ ASSASSINO
POLIFONIA:
A polifonia (PARÁFRASE ou CITAÇÃO) é um recurso que deve ser usado apropriadamente e sem exageros.
 CITAÇÃO: “menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.” (NBR-10520, 2002, p.1). 
Usa-se citação para: 
 Dar credibilidade ao trabalho científico; 
 Fornecer informações a respeito dos trabalhos desenvolvidos na área de pesquisa ;
 Fornecer exemplos de pontos de vista semelhantes ou divergentes sobre o assunto objeto de sua pesquisa .
TIPOS DE POLIFONIA:
Citação Direta 
“É a transcrição ou cópia de um parágrafo, uma frase ou uma expressão, usando exatamente as mesmas palavras usadas pelo autor do trabalho consultado. Nesse caso, repete-se palavra por palavra e estas devem vir, obrigatoriamente entre “aspas duplas”, ou com destaque gráfico, seguidas da indicação da fonte consultada.” 
 Citação Indireta ou Paráfrase 
É a transcrição das idéias de um autor usando suas próprias palavras. Ao contrário da citação direta, a citação indireta deve ser encorajada pois é a maneira que o pesquisador tem de ler, compreender e gerar conhecimento a partir do conhecimento de outros autores. 
Ao parecerista cabe compreender a totalidade dos eventos relevantes ocorridos e selecionar tudo quanto possa orientar uma opinião técnica, justa, fundamentada.
Em outras palavras, é função de um parecerista apreciar com cautela todas as informações recebidas e conjugá-las em uma narrativa imparcial que auxiliará na compreensão do conflito jurídico.
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Questão
Leia o caso concreto que segue e produza um relatório jurídico adequado a um parecer em grau de recurso, ou seja, um parecer que instrua o pedido de reforma da sentença.
 (Narrativa simples e imparcial)
CASO CONCRETO:
Juiz manda soltar grávida que tentou furtar xampu
Um juiz de Goiás aplicou o princípio da insignificância (não positivado no ordenamento jurídico) e mandou soltar mulher que furtou xampu de supermercado. "Tanto no aspecto jurídico quando no social não se depreende que a prisão da indiciada seja recomendada", afirmou em seu despacho o juiz Wilson Safatle, que considerou tratar-se de crime de bagatela e mandou expedir o alvará de soltura da mulher.
A doméstica Regina Rocha de Carvalho foi presa em flagrante no sábado (21/1), quando tentava furtar um xampu do supermercado Bom Preço, de Goiânia. A tentativa de furto foi notada pelo proprietário do estabelecimento. Segundo ele, Regina pegou alguns produtos, pelos quais pagou devidamente, mas guardou na blusa um xampu, que custa R$ 3,75. Surpreendida, Regina foi detida e encaminhada à delegacia, onde foi presa.
O juiz observou que, ao depor, a mulher confessou o crime e se disse arrependida. Também levou em consideração o fato de tratar-se de pessoa que possui apenas o primeiro ano primário, estar desempregada, grávida e ser responsável pela mãe, que é cega. Além disso não tinha antecedentes criminais. Ele acrescentou que o supermercado não sofreu maiores prejuízos já que recuperou o xampu.
Processo 2006.002.610.20
Revista Consultor Jurídico, 24 de janeiro de 2006

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