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008 Respostas Caso Concreto 109072 - Direito Civil III - CCJ0014

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Direito Civil III – CCJ0014
Prof.ª Eliani Macabu – Cel.: (22) 8116-8251 – evmacabu@hotmail.com
Crevelino Pereira França Filho – Cel.: (22) 9955-3618– crevelino.filho@hotmail.com 
008 Respostas Caso Concreto 109072
Analise a notícia adiante (Fonte: Superior Tribunal de Justiça):
[Omissis]. Decidiu a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar processo de casal de São Paulo que pretendia anular a doação de vários imóveis à filha, alegando que ela "nunca mais teve notícias de seus pais, não lhes dirigindo a palavra, ou mesmo telefonando para saber se estão passando bem, tendo, inclusive, após séria doença que acometeu o seu pai (...), deixado de comparecer ao hospital para visitá-lo (até mesmo depois desta operação), em total ignorância aos seus genitores". 
Os pais queixaram-se de ofensa ao artigo 1.183 do Código antigo (art. 557, CC/02), afirmando que os frutos e os rendimentos dos imóveis em questão cessaram, sendo-lhes negadas indiretamente fontes de alimento. Além de demonstração de abandono material e moral, devido à falta de visitação, carinho, respeito e atenção, ferindo, com isso, seus "mais frágeis sentimentos de filiação". Pleiteavam a revogação das doações feitas, restabelecendo os imóveis na propriedade dos doadores. 
Com o seguimento negado na origem, o casal entrou no STJ. O relator do processo, ministro Humberto Gomes de Barros, esclareceu que a doação, conforme dispõe o artigo 1.181 do Código Civil de 1916 (art. 555, CC/02), pode ser revogada por três modos: pelos casos comuns a todos os contratos (vícios do negócio jurídico, incapacidade absoluta, ilicitude ou impossibilidade do objeto), por ingratidão do donatário e por inexecução do encargo, no caso de doação onerosa.
De acordo com o relator, apesar de se tratar de um negócio jurídico proveniente da liberalidade do doador, a lei, principalmente em respeito à segurança jurídica, limita o arbítrio do doador em desfazer tal liberalidade. Assim, o ministro reconheceu a taxatividade das hipóteses previstas no artigo 1.183 do Código Civil de 1916 (Código Beviláqua), segundo o qual só se podem revogar por ingratidão nas seguintes situações: se o donatário atentou contra a vida do doador, se cometeu contra ele ofensa física, se o injuriou gravemente, ou o caluniou, ou se, podendo ministrar-lhes, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. 
[...]
Identifique e defina o contrato em análise.
Resposta: Trata-se de negócio jurídico contratual na modalidade doação de ascendente para descendente, presume-se adiantamento de legítima. Com a morte do doador os bens doados devem ser levados a colação sob pena de sonegação.
Trata-se de negócio jurídico contratual na modalidade doação de ascendente para descendente, no qual uma parte denominada doador, transfere por liberalidade, bens ou vantagens de seu patrimônio para outra parte, denominada donatário.
O STJ deveria ter anulado o contrato de doação em análise? Fundamente sua resposta.
Resposta: Não, pois o comportamento de se ausentar da maneira descrita, não se insere no preceituado pelo art. 557, CC.
Art. 555, CC. Com art. 557, CC.
O doador pode revogar por ingratidão a doação que fez ao donatário, pelo fato dele não ministrar alimentos ao doador, estando em condição de fazê-lo, logo provada a necessidade de quem pede os alimentos e a negativa dos alimentos par parte do donatário, está correta a atuação do Ministério Público. 
Em caso de alimentos: ver Necessidade de quem pede versus Possibilidade de quem fornecerá o que é pedido.
Questão objetiva 1 - (TJPA - Juiz Substituto - 2005) Assinale a alternativa correta quanto ao tratamento dado pelo Código Civil em matéria de doação:
a) O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Correta - Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
b) É inválida a doação feita ao nascituro, que não poderá ser aceita pelo seu representante legal.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal
c) Em qualquer hipótese, é inadmissível a doação verbal. Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular. Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
O doador pode estipular que os bens doados se revertam em favor de terceiro se o doador sobreviver ao donatário.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
• Vide art. 1.359 do CC. Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro
e) É renunciável antecipadamente o direito de revogar a doação por ingratidão do donatário. 
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Questão objetiva 2 - (TJMA - Juiz Substituto - 2008) Assinale a alternativa correta:
a) É possível a revogação da doação quando o donatário atentar contra a vida do irmão do doador. Correta – art. 558 c/c 557, I, CC.
b) Não é lícita a compra e venda entre cônjuges, ainda que em relação aos bens excluídos da comunhão.
c) A doação, por ato de transferência de bens ou vantagens de uma pessoa a outra, por liberalidade, independe de aceitação do donatário.
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
• Vide art. 9.º da Lei n. 9.434, de 4-2-1997.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
d) A doação de ascendentes a descendentes importa no adiantamento do que lhes cabe por herança, ainda que o doador expressamente designe sair de sua parte disponível.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
• Vide arts. 557 e 559 do CC.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
• Vide Enunciado n. 33 da I Jornada de Direito Civil.
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
• Vide art. 1.596 do CC.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de 1 (um) ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.

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