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Efrain Maciel e Silva VIII Ciclo de Seminários Formação Docente: avanços, desafios e perspectivas atuais Realização: Programa de Educação Tutorial – PET Pedagogia UNESP/Araraquara Slides do minicursoministrado em 18 de setembro de 2014 das 14h às17h30min Gravação do curso em vídeo disponível em http://youtu.be/f28R9OEo6xw Introdução à psicologia histórico‐cultural A recepção de Vigotski no Brasil O desenvolvimento psicológico O ensino e a aprendizagem Pedagogia histórico‐crítica A unidade teórica entre pedagogia histórico‐crítica e psicologia histórico‐cultural A formação humana está diretamente relacionada ao que diferencia os seres humanos dos demais seres vivos. É especificamente na capacidade humana de transformar intencionalmente a natureza (trabalho) que criamos a cultura e as condições de superar dialeticamente as barreiras das necessidades biológicas. Suprida tais necessidades básicas, criamos novas necessidades, as quais vão se complexificando cada vez mais no desenvolvimento histórico do gênero humano, formando um todo articulado que chamamos de sociedade. O acúmulo histórico‐genérico da cultura criou uma necessidade social de transmissão do conhecimento e, é através da apropriação individual do gênero humano, que os seres humanos, enquanto espécie, superam suas condições naturais e se humanizam num processo de enriquecimento histórico‐cultural. Vigotski Leontiev Luria 17/11/1896 05/02/1903 16/06/1902 11/06/1934 21/01/1979 14/08/1977 37 anos 75 anos 75 anos Ле˅ Сеˏёːˑ˅ˋч Выˆˑ˕˔ˍˋˌ (em russo) Lev SemenovitchVigotski (transliterado) Vigotski – do russo para o português Vygotsky – do inglês para o português Vygotski – do espanhol para o português Wygotski – do alemão para o português Devido à diferença do alfabeto russo para o nosso, as traduções do nome desse autor tem sido feitas de diferentes formas. Princípios da neurociência estabelecidos na teoria dos reflexos condicionados (Pavlov, 1849‐1936). Diferenciação entre biológico e social (salto ontológico ou desenvolvimento filogenético e ontogenético). A aprendizagem determina o desenvolvimento (Vigotski x Piaget). Vigotski e o "aprender a aprender": crítica às apropriações neoliberais e pós‐modernas da teoria vigotskiana (2000) Newton Duarte Resumo/mutilação dos livros “A Formação Social da Mente” e “Pensamento e Linguagem” (traduzidos do inglês para o português). Afastamento do pensamento de Leontiev. Aproximação da PHC do construtivismo (socioconstrutivismo). Escola americana Marta Kohl de Oliveira (professora da USP) e César Coll (Espanhol) – PCNs e Referencial Curricular Nacional p/ Educação Infantil 383 páginas (*Tomo III) 168 páginas 1984 x 1995 496 páginas (*Tomo II) 135 páginas 1987 x 2001 Claramente “Não estamos perante um texto de autoria do próprio Vigotski mas sim de um texto que reflete muito mais o pensamento de alguns intérpretes. E esses dois livros, a despeito das recentes traduções para o português de partes das Obras Escolhidas, constituem a fonte principal para boa parte daqueles que se apresentam como estudiosos de Vigotski no Brasil. Esses estudiosos parecem não considerar problemática a atitude dos mencionados pesquisadores norte‐americanos.” (DUARTE, 2000). “Ao confrontar com os textos originais em russo, pode‐se afirmar, com tranquilidade, que os escritos que estão neles não pertencem à pena de Lev Semionovitch. E quando digo que as enormes alterações foram feitas de forma deliberada comprovo com palavras dos próprios organizadores que não escondem que adequaram, tentaram tornar mais claro e menos repetitivo o texto de Vigotski. Em resumo, não deixaram Vigotski falar por si mesmo, quiseram falar por ele, filtraram o que Vigotski quis dizer...” (PRESTES, 2010). A zona de desenvolvimento iminente revela o que a criança pode desenvolver, não significa que irá obrigatoriamente desenvolver. O desenvolvimento deve ser produzido pelo par mais desenvolvido (professor). O que a criança faz sozinha é o nível de desenvolvimento atual. O grau de domínio dos conceitos cotidianos demonstram o nível de desenvolvimento atual da criança e o grau de domínio dos conceitos científicos demonstra a zona de desenvolvimento iminente. Ao ensino escolar cumpre a tarefa de humanização dos indivíduos. A humanização do psiquismo identifica‐se com a superação das funções psíquicas elementares em direção às funções psíquicas superiores. A formação de conceitos é a base sobre a qual o psiquismo se desenvolve e a educação escolar se realiza. Signo é a imagem cerebral do objeto dotada de significação (veremos em seguida com mais detalhes). Superação dos pseudoconceitos e o pensamento por complexos. Conceitos cotidianos e de senso comum não incidem sobre o desenvolvimento psíquico da mesma maneira que os conceitos científicos. Reconhecimento de que os homens não nascem “humanos” e, ao mesmo tempo, postula a humanização como produto histórico‐social, quer do ponto de vista filogenético ou ontogenético. Na qualidade de produto histórico é que ela se coloca na dependência da atividade vital humana (trabalho) determinante de um tipo especial de intercâmbio entre o homem e a natureza. Graças a ele, a unidade entre mãos, cérebro e linguagem conduziu o aperfeiçoamento anátomo‐fisiológico do córtex cerebral e, consequentemente, a transformação do ser orgânico em ser social (salto ontológico). A humanidade não “nasce” nas pessoas a partir delas mesmas, mas resulta da humanidade objetivada e disponibilizada às suas apropriações e, coadunando‐se a esse fato, tanto a psicologia histórico‐cultural quanto a pedagogia histórico‐ crítica voltam‐se à análise das condições objetivas que, em uma sociedade de classes, reservam condições desiguais de humanização para diferentes indivíduos. Na condição de produto histórico e por decorrência das rupturas com os determinantes naturais, ocorre o salto qualitativo que transforma a atividade vital humana em atividade produtora de objetivações. É em unidade com essa complexificação que o psiquismo humano supera um curso de formação determinado pela evolução biológica. É a imagem cerebral do objeto dotada de significação e representada pela mediação da palavra. Ele designa a imagem dotada de certa significação que, do ponto de vista mental (abstrato), torna‐se capaz de ocupar o lugar do objeto. Os signos são meios auxiliares para a solução de tarefas psicológicas e, analogamente às ferramentas ou instrumentos técnicos de trabalho, exigem adaptação do comportamento a eles, do que resulta a transformação psíquica estrutural que promovem. Com isso, Vigotski afirmou que o real significado do papel do signo na conduta humana só pode ser encontrado na função instrumental que assume, na direção que confere ao ato realizado. O ato mediado por signos, isto é, o ato instrumental, introduz profundas mudanças no comportamento humano, posto que entre a resposta da pessoa e o estímulo do ambiente se interpõe o novo elemento designado signo. O signo, então, opera como um estímulo de segunda ordem que, retroagindo sobre as funções psíquicas, transforma suas expressões espontâneas em expressões volitivas. As operações que atendem aos estímulos de segunda ordem conferem novos atributos às funções psíquicas, e por meio deles o psiquismo humano adquire um funcionamento qualitativamente superior e liberto tanto dos determinismos biológicos quanto do contexto imediato de ação. Ao analisar o papel dos signos, Vigotski afirmou a existência de modos qualitativamente distintos de funcionamento psíquico. Um modo, advindo de condições biológicas, naturais; e outro, produzido em condições sociais de vida ede educação. Às funções psíquicas consubstanciadas no primeiro modo, adjetivou como funções psíquicas elementares, primitivas e, às funções instituintes do segundo modo como funções psíquicas superiores. As primeiras, decorrentes do processo de evolução e comuns aos homens e aos animais superiores; as segundas, produtos da evolução histórica e especificamente humanas, ou seja, conquistas do desenvolvimento do ser social. O desenvolvimento psicológico só pode ser compreendido em seu movimento, na dinâmica que o institui como revolução e evolução. Isto é, como um processo não linear, no qual ocorrem rupturas, transformações profundas e saltos bruscos em direção a rumos qualitativamente mais evoluídos. No pensamento vigotskiano, revolução e evolução se integram e marcam não apenas a história do desenvolvimento social da humanidade como também a história cultural dos indivíduos. A peculiaridade fundamental desse processo reside no entrelaçamento e nas contradições instaladas entre dois processos: o cultural e o biológico. Considerando que as possibilidades do desenvolvimento não se realizam automaticamente por conta de um enraizamento biológico mas como resultado da superação das contradições entre formas primitivas e formas culturalmente desenvolvidas de comportamento, do ponto de vista psicológico, a educação se identifica com a geração dessas contradições, cuja base estrutural não é outra senão a atividade mediada por signos. Na qualidade de “ferramentas psíquicas”, o que são, afinal, os signos? São ideias, representações abstratas que refratam, na palavra, a realidade para além de sua captação sensorial empírica, conferindo‐lhe significação. Portanto, os signos são fenômenos supraindividuais, elaborados socialmente à vista de tornar a imagem sensorial (abstrata) do objeto representativa de sua inteligibilidade concreta. Por isso, na condição de instrumentos sociais por excelência, precisam ser aprendidos, demandam ensino. Vigotski constatou cinco tipos principais de complexos, a saber: complexo associativo, por coleção, por cadeia, complexos difusos e pseudoconceitos. Ao longo dessas cinco subfases, as relações captadas entre os objetos e fenômenos vão conquistando maior objetividade. Com isso, o grande avanço em relação ao sincretismo reside no fato que as generalizações criadas pelo pensamento da criança ultrapassam a exclusividade das esferas do pensamento visual e prático, resultando de conexões inferidas por ela a partir de relações que se desdobram de outras relações. Os pseudoconceitos caracterizam a última subfase do pensamento por complexos. Eles são formados por generalizações que em sua aparência externa assemelham‐se aos conceitos propriamente ditos, mas, na essência, ainda refletem a dinâmica própria dos complexos. Para Vigotski eles representam a forma mais ampla do pensamento em complexos, na qual o próprio complexo equivale funcionalmente ao conceito. Com isso, na comunicação verbal, a diferença entre o complexo e o conceito se mostra tênue ou, até mesmo, aparentemente inexistente. Para Vigotski e demais estudiosos da psicologia histórico‐cultural, o pensamento abstrato (ou lógico‐discursivo) representa o pensamento na exata acepção do termo, uma vez que ao ultrapassar a esfera das ações práticas e das imagens sensoriais torna possível a apreensão dos fenômenos para além das aparências, isto é, em sua essencialidade concreta como síntese de múltiplas relações. O percurso que avança do pensamento sincrético ao pensamento abstrato não resulta de determinantes naturalmente disponibilizados pela herança biológica nem por critérios cronológicos, mas da qualidade das mediações que ancoram a relação sujeito‐objeto, da natureza dos vínculos entre o indivíduo e suas condições de vida e de educação. O percurso descrito ultrapassa as especificidades da infância e adolescência, podendo caracterizar, inclusive, o pensamento de adultos privados de condições culturais de desenvolvimento. Destaque‐se, pois, que o pensamento abstrato resulta das apropriações das objetivações simbólicas e carecem de transmissão pelo par mais desenvolvido. Os conceitos científicos formam‐se na tensão problematizadora de uma vasta gama de atividades que colocam o pensamento em curso, daí que o seu ensino não se identifique com ações casuais e assistemáticas, mas com ações didáticas específicas. A formação dos conceitos científicos exige e se articula a uma série de funções psíquicas, a exemplo da percepção complexa, da atenção voluntária, da memória lógica e, sobretudo das operações lógicas do raciocínio, isto é, da da análise, síntese, comparação, generalização e abstração. Todas as funções psicológicas superiores, ou seja, aquelas que funções mais desenvolvidas que só existem no ser humano, ocorrem em dois momentos no decurso do desenvolvimento da criança: Funções interpsíquicas: aquelas funções estabelecidas nas relações sociais, nas atividades coletivas, na convivência social. Funções intrapsíquicas: aquelas funções interiorizadas pelo indivíduo, atividades individuais que se tornam propriedades internas do pensamento. O desenvolvimento psicológico para Vigotski se dá: Externo interno Relações sociais processos mentais internos A aprendizagem da criança começa antes da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar nunca parte do zero. Toda a aprendizagem da criança na escola tem uma pré‐história. Engendra a possibilidade de desenvolvimento (tensão entre natural e social). Ou seja, é a atividade na qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico. Fase Sistema criança‐ adulto social Sistema criança‐ objeto social Primeira infância comunicação emocional direta atividade objetal manipulatória Infância jogo de papéis (na idade pré‐escolar) atividade de estudo (na idade escolar) Adolescência comunicação íntima pessoal atividade profissional e de estudo Vigotski destacou que diante de processos tão complexos, não pode ser simples o processo de instrução escolar que de fato vise esse desenvolvimento. O professor, ao assumir o caminho da simplificação do ensino, não conseguirá nada além de assimilação de palavras, culminando em um verbalismo que meramente simula a internalização de conceitos perpetuando o pensamento por pseudoconceitos. Vigotski defendeu vigorosamente que é o ensino que promove desenvolvimento, destacando, inclusive, que a qualidade do primeiro condiciona o segundo. Essa premissa encontra o mais absoluto eco na pedagogia histórico‐crítica, que põe em relevo as características da atividade educativa escolar, a dialética entre a forma e o conteúdo que deva pautar o ensino tendo em vista a promoção de um tipo especial de aprendizagem, qual seja, aquela que se identifica com o máximo desenvolvimento do psiquismo dos indivíduos. A pedagogia histórico‐crítica contém, em sua interioridade, um sólido fundamento psicológico, coerentemente edificado por uma concepção histórico‐cultural de homem, de sociedade e da natureza educativa que pauta a relação entre ambos por meio da atividade vital humana, isto é, por meio do trabalho. E ambas estão fundamentadas na teoria social de Marx (materialismo histórico‐dialético). (MARTINS, 2013). ‐Alunos do doutorado da PUC‐SP (1979) ‐ Publicação do livro Escola e Democracia (1983) ‐Nome PHC (1984) *Não dialética ou revolucionária ‐ Publicação do livro PHC primeiras aproximações (1991) Esta nova proposta pedagógica teve sua primeira tentativa de sistematização no artigo “‘Escola e democracia: para além da teoria da curvatura da vara’, publicado no número 3 da Revista da ANDE, em 1982, que em 1983, veio a integrar o livro Escola edemocracia” (SAVIANI, 2010, p. 420). Este livro, que hoje se constitui como um clássico da educação brasileira, “pode ser lido como o manifesto de lançamento de uma nova teoria pedagógica, uma teoria crítica não reprodutivista ou, como foi nomeada no ano seguinte após seu lançamento, pedagogia histórico‐crítica, proposta em 1984” (SAVIANI, 2010, p. 420‐421). “[...] o que eu quero traduzir com a expressão pedagogia histórico‐crítica é o empenho em compreender a questão educacional com base no desenvolvimento histórico objetivo. Portanto, a concepção pressuposta nesta visão da pedagogia histórico‐crítica é o materialismo histórico, ou seja, a compreensão da história a partir do desenvolvimento material, da determinação das condições materiais da existência humana”. (SAVIANI, 2011, p. 76). Por essa razão é que se colocava a necessidade latente de uma perspectiva que superasse por incorporação as teorias precedentes, ou seja, as correntes não‐críticas e críticas reprodutivistas em educação, sem deixar de lado o caráter contraditório e dialético da sociedade. Durante toda a década de 1980 foram publicados diversos artigos que em seu conjunto constituíram o livro, publicado em 1991. Os artigos reunidos neste livro “constituíam uma primeira aproximação ao significado da pedagogia histórico‐crítica, já que estava em curso o processo de elaboração dessa corrente pedagógica com a contribuição de diferentes estudiosos” (SAVIANI, 2010, p. 421). É neste livro que Saviani publica o principal artigo sobre os fundamentos filosóficos da pedagogia histórico‐ crítica. O artigo teve com título “Sobre a natureza e especificidade da educação”, e é nele que encontramos as elaborações fundamentais a esta teoria pedagógica. Neste artigo Saviani esclarece qual é a especificidade da educação e por que os indivíduos da espécie humana devem ser educados, se apropriando da cultura historicamente acumulada pelo conjunto da humanidade, para que se tornem de fato humanos. [...] a natureza humana não é dada ao homem, mas é por ele produzida sobre a base da natureza biofísica. Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da espécie humana para que eles se tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo. (SAVIANI, 2011, p. 13, grifo nosso). O trabalho educativo alcança sua finalidade quando cada indivíduo singular se apropria da humanidade produzida histórica e coletivamente, quando o indivíduo se apropria dos elementos culturais necessários à sua formação como ser humano, necessários à sua humanização. Portanto, a referência fundamental é justamente o quanto o gênero humano conseguiu se desenvolver ao longo do processo histórico de sua objetivação. Está implícita a esse conceito a dialética entre objetivação e apropriação. (DUARTE, 1998, p. 112‐113). Momentos que a constituem: Prática social Problematização / instrumentalização / catarse Prática social Entendendo que a prática educativa está contida na prática social global, e por isso, a mediação pedagógica não tem como sair da prática social. O grau de complexidade requerido nas ações dos indivíduos e a qualidade das mediações disponibilizadas para sua execução representam os condicionantes primários de todo o desenvolvimento psíquico. O que significa dizer: funções complexas não se desenvolvem na base de atividades que não as exijam a as possibilitem. Essa constatação determina uma análise acurada do “dever ser” do ensino que deva pautar a educação escolar, tarefa assumida com clareza pela pedagogia histórico‐crítica. Ao defender que cabe à educação escolar disponibilizar um tipo específico de conhecimento, a saber, os conhecimentos clássicos, essa teoria coloca em questão não apenas a natureza dos conteúdos a serem transmitidos na escola, mas também a forma pela qual ela deva se dar. Os conteúdos requeridos para tanto não se identificam com as significações de senso comum, veiculadas pela vida cotidiana e espontaneamente aprendidas. Ao postular os conhecimentos historicamente sistematizados como objeto do ensino escolar, a pedagogia histórico‐crítica está defendendo a escola como espaço privilegiado de promoção do desenvolvimento das capacidades humanas complexas, das operações lógicas do raciocínio, dos sentimentos éticos e estéticos, do autodomínio da conduta. Em suma, está defendendo o direito de que todos os indivíduos desenvolvam as funções psíquicas superiores expressas nos comportamentos complexos que a humanidade já consolidou. Ao requalificar as funções psíquicas é que a aprendizagem escolar cumpre uma de suas principais funções – incidir na personalidade dos indivíduos, haja vista que nela sintetizam‐se as propriedades culturalmente formadas que configuram a maneira de ser de cada sujeito particular. A imagem subjetiva cumpre a tarefa de orientar o sujeito, objetiva e subjetivamente, na realidade concreta, a qualidade de sua formação é um parâmetro imprescindível à atividade, isto é, aos domínios que o sujeito conquistará sobre o real representado. Tese de livre‐docência de Lígia Márcia Martins Disponível em: http://boletimef.org/biblioteca/3015 Pedagogia histórico‐crítica e psicologia histórico‐cultural (VI EBEM, 2013) Newton Duarte Lígia Márcia Mártins http://youtu.be/PHBrDQuS6KU DUARTE, N. A individualidade para‐si: contribuições a uma teoria histórico‐ crítica da formação do indivíduo. 3. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2013. DUARTE, N. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 3. ed. ver. ampl. Campinas: Autores Associados, 2001. DUARTE, N. Relações entre ontologia e epistemologia e a reflexão filosófica sobre o trabalho educativo. Perspectiva, Florianópolis, v. 16, n. 29, p. 99‐116, jan./jun. 1998. DUARTE, N. Vigotski e a pedagogia histórico‐crítica: a questão do desenvolvimento psíquico. Nuances, Presidente Prudente, v. 25, n. 1, p. 19‐29, jan./abr. 2013. DUARTE, N. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós‐modernas da teoria vigotskiana. 4. ed. 1. reimpr. Campinas: Autores Associados, 2009. FACCI, M.G.D.; TULESKI, S.C.; BARROCO, S.M.S. (Org.). Escola de Vigotski: contribuições para a psicologia e a educação. Maringá: EDUEM, 2009. MARTINS, L.M. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições à luz da psicologia histórico‐cultural e da pedagogia histórico‐ crítica. Campinas: Autores Associados, 2013. MARTINS, L.M. Os fundamentos psicológicos da pedagogia histórico‐crítica e os fundamentos pedagógicos da psicologia histórico‐cultural. Germinal, Londrina, v. 5, n. 2, p. 130‐143, dez. 2013. PRESTES, Z.R. Quando não é quase a mesma coisa: análise de traduções de Lev SemionovitchVigotski no Brasil ‐ repercussões no campo educacional. 2010. 295 f. Tese (Doutorado em Psicologia) ‐ Programa de Pós‐Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília, 2010. SAVIANI, D. Escola e democracia. Edição comemorativa. Campinas: Autores Associados, 2008. SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil. 3. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2010. SAVIANI, D. Pedagogia histórico‐crítica: primeiras aproximações. 11. ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2011. TULESKI, S. C. A relação entre texto e contexto na obra de Luria: apontamentos para uma leitura marxista. Maringá: EDUEM, 2011. TULESKI, S. C. Vigotski: a construção de uma psicologia marxista.2. ed. Maringá: EDUEM, 2008. 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