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Referência Bibliográfica: VOLPI, Marina Tazón. A formação de professores de língua estrangeira frente aos novos enfoques de sua função docente. In: LEFFA, Vilson José (Org.). O professor de línguas estrangeiras: construindo a profissão. Pelotas: EDUCAT, 2008. p. 133-141. Palavras-Chave: Função docente; Processo de ensino; Mudança. O texto A formação de professores de língua estrangeira frente aos novos enfoques de sua função docente, de Matina Tazón Volpi, aborda o ensino e a educação de acordo com as perceptivas da função do docente. De acordo com a autora, a sociedade está passando por rápidas e drásticas mudanças em todos os âmbitos, e essas transformações têm redundado em um amplo questionamento quanto ao processo educativo como um todo, mas principalmente no que diz respeito à função do professor. Vemos, aqui, que o cenário educacional passou por mudanças nos últimos tempos e, não só atingiu o processo educativo, como também o próprio professor. Sabe-se, atualmente, que o professor não deve ser apenas o detentor e reprodutor de conhecimento, mas tem o papel de transpor o conhecimento científico para os alunos de forma criativa e não apenas tradicional, onde não existe nenhuma aplicabilidade ou reflexão sobre o que está sendo ensinado. O professor e os alunos tem o papel de dar sentido ao que estão aprendendo. Volpi afirma que estudiosos aludiram essa mudança docente de acordo com as próprias alterações impostas pela nova realidade cultural e social. Ainda citando os autores Globe e Porter (1980), a função docente limitava-se à transmissão de um conhecimento supostamente finito e imutável, pressupondo que o objetivo da educação e da aprendizagem é meramente acumular um elenco de conhecimentos provenientes da simples memorização. Infelizmente, por muitas décadas, esse sistema mecânico e tradicional foi adotado pelos docentes, tornando o ato de ensinar e o processo de educação algo único, inflexível e irrefutável. Levando em consideração essas mudanças sobre a função do docente, ao entrar no âmbito do ensino de língua estrangeira, vemos que não há muitas diferenças do modo antigo de ensino e educação. Antigamente, o professor limitava-se a aplicação de um método ou da utilização de materiais didáticos que eram previamente elaborados e fazia o papel de mero instrutor – nas palavras da autora – passando informações teóricas muitas vezes desconhecidas pelo próprio docente e considerado o único responsável pelo processo de ensino, tornando o aluno um agente passivo. O processo de ensino deve ser mútuo, para ensinar é preciso mais de um. O ensino é a troca de conhecimentos, por isso não deve considerar o aluno como um papel em branco e, o professor, o lápis que escreverá nesse papel. É isso que a nova perspectiva da função docente tenta combater. Volpi diz que o conhecimento, por ser multifacetado, representa um permanente desafio às suas crenças e convicções: de que o ser humano está em constante processo de aprendizagem e, consequentemente, a sua responsabilidade não se limita à transmissão de informações, mas deve atender as funções sociais mais abrangentes. O texto trata, também, dando mais espaço à questão da mudança docente, sobre a diagnose e o diálogo. A diagnose redunda-se no estabelecimento de ideias e metas a serem alcançadas, mediante a constatação das reais condições da sociedade, ou seja, em termos biológicos, identifica pontos relativos a determinado assunto, levando em consideração a natureza, a razão, o grau e o contexto. Após a diagnose, temos o diálogo, postura que implica em coparticipantes no processo – os alunos – manifestando=se, assim, uma nova função docente: a de negociados de objetivos e procedimentos. De acordo com as definições de diagnose e diálogo trazidas no texto de Volpi, pode-se entender que o professor, ao conhecer e analisar os alunos ou a classe como um todo, como se fossem uma comunidade, implica num diálogo, onde professor e aluno tratarão de manifestar suas preferências dentro do processo de ensino. Essa atitude implica diretamente na nova função do professor abordada desde o início. Ele se tornará um facilitador de aprendizagem do aluno. Para os fins avaliativos, repensa-se a função docente com base na diagnose. Aqui, o docente precisará dominar técnicas especiais, além da habilidade psicológica para não apenas avaliar os estudantes, mas sim orientá-los da melhor maneira na prática auto avaliativa sincera. O professor necessita aprender (ou adquirir de acordo com a prática) técnicas e habilidades psicológicas que o prepararão para lidar – ou tentar – com a subjetividade do aluno. Isso se deve à prática de auto avaliação, onde não só o docente avalia, mas também os próprios alunos. Isso leva a reflexão e produção de sentidos sobre o que foi feito dentro da sala de aula. O texto segue apresentando outras funções do docente do ponto de vista linguístico, personalógico, pedagógico etc. O que fica claro em todo o texto é que a realidade do professor é outra porque a realidade do processo de ensino na sociedade atual é outra. É importantíssimo considerar a diagnose e o diálogo para qualquer função do docente, pois ela é a ponte para o acordo entre as duas partes envolvidas no processo de ensino aprendizagem, tanto em língua materna como em língua estrangeira.
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