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Apostila Constitucional s.exer atualizada EC 88

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Curso completo de Direito Constitucional
Professora. Sabrina Araújo Feitoza Fernandes Rocha
Atualizada até a EC n° 88 de 07/05/2015.
Esta apostila não é de autoria pessoal, pois foi produzida através das obras de doutrinadores constitucionalistas, dentre eles Ivo Dantas, J. J. Gomes Canotilho, José Afonso da Silva, Paulo Bonavides, Celso D. de Albuquerque Mello, Luís Roberto Barroso, Walber de Moura Agra, Reis Friede, Michel Temer, André Ramos Tavares, Sérgio Bermudes, Nelson Oscar de Souza, Alexandre de Moraes, Nelson Nery Costa/Geraldo Magela Alves, Nagib Slaibi Filho, Sylvio Motta & William Douglas, Henrique Savonitti Miranda e tomou por base a apostila do Prof. Marcos Flávio, com os devidos acréscimos pessoais.
PONTO 1 – TEORIA GERAL DO ESTADO E DA CONSTITUIÇÃO
		Faz-se premente ao estudioso deste ramo do direito, noções prévias do Estado e seus elementos indispensáveis, para uma boa apreensão dos conteúdos do Direito Constitucional.
 
- Conceito de Estado
1.1 -Corresponde à organização de um povo, localizado estavelmente sobre um território, sob o comando de um único poder. O Estado da idade contemporânea tem como principal característica o fato de ser um ente político com um governo institucionalizado, ou seja, politicamente organizado.
 1.2 - É uma sociedade política, organizada juridicamente, com o objetivo de alcançar o bem comum.
 1.3 - O Estado é uma sociedade política, organizada juridicamente, com o objetivo de alcançar o bem comum.
	
Costuma-se definir Estado como sociedade politicamente organizada. Fica mais fácil entender o Estado a partir do conhecimento dos elementos que o compõe. Desta forma, Estado é um ente constituído de um povo (elemento sociológico) organizado sobre um território (elemento físico), sob o comando de um governo soberano (elemento político – Poder), para fins de defesa, ordem e bem-estar. 
- Elementos constitutivos do Estado: Povo - Território - Governo Soberano (a soberania é uma característica deste elemento, que se bifurca em dois tipos: soberania interna e soberania externa)
		Há divergência entre autores sobre os elementos constitutivos do Estado. A maioria opta pelos três elementos acima. Quanto aos elementos povo e território há quase unanimidade. Existe alguma variação sobre o terceiro: é citada soberania, governo, poder soberano, poder estatal. Contudo optamos pelo governo soberano pois nada valeria se houvesse o Poder e ele não pudesse se impor dentro da sua circunscrição. Assim, a soberania é uma característica indispensável do elemento Poder.
. Povo: é o conjunto de pessoas unidas ao Estado pelo vínculo jurídico da nacionalidade. São, no caso do Brasil, os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados, que estudaremos adiante. A força de um Estado se faz pelo número de seus integrantes.
. Território: é o elemento físico, compreende o espaço terrestre, que se estende ao subsolo; o mar territorial (doze milhas marítimas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental, art. 1º e 2º da lei 8.617, de 4-1-1993); o espaço aéreo (coluna de ar sobrejacente aos espaços terrestre e mar territorial); a zona econômica exclusiva (faixa das 12 as 200 milhas marítimas, nesta o Brasil exerce direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento para fins econômicos, arts. 5º e 6º, lei 8.617/93); e as aeronaves e as embarcações brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que se encontrem (art. 5º, §1º do Código Penal). Embaixadas, consulados e qualquer lugar onde as leis brasileiras devam ser observadas e aplicadas. Segundo Hans Kelsen o território corresponde ao âmbito de validez da ordem jurídica. 
. Governo Soberano: é o elemento político, caracterizado pelo poder que permite aos Estados conduzirem-se na escolha de seus destinos segundo a vontade de seu povo de maneira suprema na ordem interna e independente (em pé de igualdade) frente aos demais Estados. É derivada da autodeterminação dos povos. Há alguns autores que denominam este terceiro elemento de Soberania; outros Poder soberano, como já esclarecido acima, o que importa é a possibilidade de impor regras de condutas internas em prol do coletivo e ser respeitado pelos outros Estados soberanos. 
- O Estado e suas funções
		O Poder é manifestação da soberania. Tem razão Michel Temer ao dizer que se equivocam os que utilizam a expressão "tripartição dos poderes". É que o poder tem por características a unidade, a indivisibilidade e a indelegalibilidade. A distinção que existe é entre funções e entre os órgãos que desempenham tais funções.
		A vontade estatal ou governamental, segundo a teoria clássica sistematizada por Montesquieu, manifesta-se através dos Poderes do Estado. O princípio da separação dos poderes foi inicialmente concretizado na Constituição dos Estados Unidos de 1787. Tornou-se com a Revolução Francesa um dogma constitucional, a ponto da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em um de seus artigos, declarar que não teria constituição a sociedade que não assegurasse a separação de poderes e os Direitos do Cidadão. Montesquieu, pensador Francês, em sua obra “O Espírito das Leis” (em 1748) expõe a técnica da separação de poderes. O inovador princípio da separação dos poderes exerceu influência e ainda exerce sobre o moderno Estado de Direito, como princípio constitucional de maior importância em oposição ao antigo regime absolutista. OBS: Vale ressaltar que a ideia não foi dele, pois desde Aristóteles e depois Look, que este pensamento vinha sendo amadurecido. Montesquieu apenas sistematizou e se consagrou pela obra já citada.
Atualmente, essa teoria seria melhor denominada de separação das funções do Estado. As FUNÇÕES se constituem em especialização de tarefas governamentais à vista de sua natureza. Sua finalidade é limitar e controlar (uns pelos outros) o funcionamento do Poder. É o chamado mecanismo de freios e contrapesos (pode aparecer na prova: sistema de checks and balances). A partir da aplicação dos princípios gerais que regem a concepção do sistema de freios e contrapesos na Constituição da República, não é possível deduzir controles entre os poderes que não estejam expressos no texto constitucional.
Funções típicas (precípua) X Funções atípicas (secundária)
	Órgão/Funções
	TÌPICA
	ATÌPICA
	LEGISLATIVO
	LEGISLAR e FISCALIZAR
	JULGAR
ADMINISTRAR
	EXECUTIVO
	 ADMINISTRAR
	JULGAR
LEGISLAR
	JUDICIÁRIO
	JULGAR
	ADMINISTRAR
LEGISLAR
								 				
							
		Legislar e Fiscalizar constituem funções típicas do Poder Legislativo. A Constituição brasileira prevê detalhadamente a elaboração de leis através do processo legislativo (arts. 59 a 69) e de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (arts. 70 a 75). As funções atípicas do Poder Legislativo são administrar (art. 51, IV; 52, XIII) e julgar (art. 52, I e II).
		A Função Jurisdicional ou Jurisdição (dizer o direito) visa aplicar a lei ao caso concreto para solucionar litígios (conflitos de interesse caracterizados por pretensão resistida), impondo a validade do ordenamento jurídico de forma coativa, mediante provocação da parte interessada, sempre que os interessados não cumpram a lei espontaneamente. Compete ao Poder Judiciário. As funções atípicas deste Poder são as de administrar (art. 96, I, c, f) e legislar (art. 96, I , a).
		A Função Administrativa, típica do Poder Executivo, diz respeito à realização de atos concretos voltados a satisfação das necessidades coletivas, tais como a gestão ordinária dos serviços públicos de interesse da coletividade. Dito de forma mais completa por José Afonso da Silva (Curso. pág. 112) o Poder executivo exerce a função executiva, que engloba as chefia de governo, de estado, de defesa e de assistência judiciária. A função de governo e a função administrativa está relacionada com atribuições políticas, co-legislativas, de decisão. as atividades de intervenção, fomento, polícia administrativae serviço público. A função de chefia de Estado é desempenhada pelo Presidente da República sempre que houver necessidade de relacionamento entre Estados Soberanos. A chefia de Defesa se estabelece por ser o Presidente o chefe supremo das Forças Armadas Nacionais. Quanto a última chefia, de Assistência Judiciária, só até a autonomia total das Defensorias Públicas, encarregadas de exercerem este trabalho. Legislar constitui função atípica deste Poder (art. 62 e 68). Outra função atípica do Executivo é a jurisdicional, quando julga seus servidores nos processos administrativos disciplinares, por exemplo.
Obs: fazer observação sobre o controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário.
- Formas de Estado
Simples : ..................................... Estado Unitário
Compostos:..................................Confederação e Estado Federal 
		Os Estados, quanto a sua formação, classificam-se em simples e compostos, tal distinção surge “em função do grau de centralização e descentralização do poder político". 
 	 
		O Estado Unitário se caracteriza por não apresentar descentralização do poder político, que se concentra em uma única pessoa jurídica nacional. Por consequência, possui somente uma única ordem jurídica central, que se aplica em todo o território nacional. Possui um centro de poder que se estende por todo o território e sobre toda a população e controla todas as coletividades regionais e locais. São exemplos, entre outros: França, Inglaterra, Chile, Uruguai e Paraguai. 
		No Estado Unitário poderá haver descentralização (são os estados descentralizados ou regionais), no entanto, esta não se perfaz com autonomia política, através de uma repartição de competências estabelecida na Constituição, mas através de outorga legal e, portanto, por lei poderá ser revogada. 
RESUMINDO: Estado Unitário Centralizado, inexiste, em sua organização interna, qualquer tipo de repartição. Nos dias atuais está em extinção. Estado Unitário Descentralizado: há efetiva repartição de atribuições entre a parte centralizada e a descentralizada, realizada através da outorga das normas às comunas, departamentos etc. Ex: França e Itália.
		O Estado Federal é, por definição, aquele onde estão asseguradas, pela Constituição, autonomia político-administrativa às partes descentralizadas (Estados-Membros, Províncias, Territórios etc). É reputada pela quase unanimidade dos autores, como a forma mais moderna de Estado. São exemplos atuais praticamente todos os Estados americanos, como, Estados Unidos, Brasil, entre outros, além de alguns europeus como Alemanha.
OBS: a Federação Brasileira é a única nação que inclui os Municípios e o Distrito Federal como entes federados. 
		
		A origem do Estado Federal moderno, tal como o conhecemos na atualidade, é tipicamente norte-americana. Surgiu nos Estados Unidos, com a Constituição de 1787. 
		No Estado Federal há que se distinguir soberania de autonomia e seus respectivos titulares. O Estado Federal é o todo, dotado de personalidade jurídica de Direito Público Internacional, é o único titular da soberania como pessoa reconhecida pelo Direito Internacional. A União é a entidade federal formada pela reunião das partes componentes, constituindo pessoa jurídica de Direito Público interno. Os Estados-membros são entidades federativas componentes, dotadas de autonomia e também de personalidade de Direito Público interno. Os Municípios e o Distrito Federal, também possuem autonomia e são também pessoas jurídicas de Direito Público interno.
		O Brasil, após a proclamação da Independência (1822), adotou como forma de governo a monarquia e, enquanto forma de Estado, o Estado Unitário. O império do Brasil não possuía descentralização política, apenas descentralização administrativa, (Seu território foi dividido em províncias, cuja estrutura foi consolidada na Constituição de 1824). A realidade histórica da República e do Federalismo tem por origem a derrubada da monarquia, em 15 de novembro de 1889. Adotou-se então como forma de governo a República e como forma de Estado o Estado Federal. Toda esta mudança de estrutura foi definitivamente consolidada com a Constituição de 1891.
		A Confederação é formada através de diversos Estados Soberanos colocados uns ao lado de outros, decorrente de um tratado internacional. Na Confederação os Estados mantêm soberania. Talvez por isto, Michel Temer não considera a Confederação como forma de Estado, haja vista que se “assenta em tratado internacional entre Estados soberanos (que não abdicam de sua soberania) e não em Constituição”. As 13 colônias americanas, logo após a conquista da independência da Inglaterra em 1776, formaram uma Confederação, que não mais existe. Outro exemplo seria a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
- Formas de governo		
Forma de governo diz respeito ao especial modo como se alcança o Poder e nele permanece. Pode ser definida como a maneira pela qual se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Contemporaneamente, entretanto, deve-se ressaltar que a acepção básica das formas de governo é apenas um gênero a comportar como espécie o sistema e o regime de governo.
Segundo Aristóteles, existem formas puras e impuras de governo
	FORMAS PURAS
	FORMAS IMPURAS
	MONARQUIA (Governo de um só)
	Tirania
	ARISTOCRACIA (Governo de um grupo)
	Oligarquia
	DEMOCRACIA (Governo de todos)
	Demagogia
Para os autores de forma geral, são divididas em:
Monarquia: hereditariedade (consanguinidade) Ex: Inglaterra, Espanha e Japão 
	 		 vitaliciedade
Natureza: governo de um só, de acordo com as leis que ele mesmo elabora;
Princípio: sentimento de honra, amor às distinções e culto às prerrogativas.
República: eletividade (eleições livres) Ex: Brasil, Estados Unidos, Portugal
 	 Temporariedade 
Natureza: soberania nas mãos do povo;
Princípio: virtude traduzida em amor à Pátria, igualdade e compreensão dos direitos e deveres.
- Sistemas de governo
Sistema de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo.
PARLAMENTARISMO: 
chefia dual do Poder Executivo : há um chefe de Estado e há um chefe de Governo(primeiro ministro).
a permanência do chefe de governo depende da confiança do Poder Legislativo. 
	A esta segunda característica a doutrina denomina de responsabilidade política. No parlamentarismo a chefia de governo é exercida pelo primeiro Ministro. 
		O Parlamentarismo foi uma lenta criação da história política da Inglaterra, onde surgiu em 1688 e, a partir desta data, passou a ser adotado por outros países da Europa.
		Este sistema de governo, segundo muitos estudiosos, é o mais perfeito, pois baseia-se num sistema representativo, havendo paralelamente o exercício pleno da soberania nacional. Funda-se, assim, na existência de partidos compactamente organizados, tendo como representantes homens que lutam pela vontade soberana do povo. A vontade do povo se faz de forma tão presente, que tal sistema é denominado governo de opinião. O povo é valorizado e tem uma participação constante nos atos do governo. Apresenta os três poderes clássicos (Executivo, Legislativo e Judiciário) acrescido do Poder Moderador, representado pelo Rei (em caso de Estado Monárquico) ou pelo Presidente da República (em caso de Estado Republicano) 
		No Brasil, o Parlamentarismo foi empregado durante o Segundo reinado, sendo, posteriormente, abolido em 1889 pela Proclamação da República, através da qual o sistema presidencialista foi implantado. Em 1961, com a renúncia de Jânio Quadros, tivemos o regresso do Parlamentarismo, sendo que, em 1963, o Presidencialismo ressurge como sistema de governo. 
Obs: A Constituinte de 88 deixou ao povo brasileiro a oportunidade de escolher a forma e o regime de governo, com a regra posta no ADCT, art. 2º, que reza:
“No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá,através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País”.
PRESIDENCIALISMO
Características:
- chefia singular do Poder Executivo: o Presidente é ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe de Governo
- permanência do Presidente independe da confiança do Poder Legislativo.
		O Presidencialismo foi idealizado pelos norte-americanos na Convenção da Filadélfia, e passou a constar na Constituição Federal de 1787. No Brasil, no entanto, ele só passou a viger em 1889.
 	No presidencialismo o Presidente da República exercerá o cargo por período fixo, não necessita da maioria parlamentar para manter-se no cargo. O Poder Legislativo só poderá afastar um Presidente da República no caso do cometimento de crime de responsabilidade ou de crime comum. Para quem tiver interessado nas regras constitucionais para se afastar o Presidente poderá encontrá-las nos artigos 85 e 86; 51, I, e 52, I, parágrafo único. 
- Regime político: democrático e ditatorial (totalitário)
democrático – há participação do povo no processo político
ditatorial ou Totalitário– não há a livre participação do povo no processo político, as eleições não são livres, 
CF/88 Art. 1º -----------------------------------------------------------------
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
	A nossa Constituição realça e traduz a democracia representativa sem desprezar os instrumentos da democracia direta pelo que origina uma forma de democracia denominada mista ou semidireta. 
	Democracia direta é a forma inicial da democracia, tal como praticada na antiga Grécia. A participação dos cidadãos nas decisões políticas era exercida pessoalmente sem intermediários (em espaço público se reuniam, debatiam e decidiam o assunto em pauta). Atualmente, é de impossível realização, já que conta com o povo exercendo o poder diretamente, sem mandatário.
Democracia Indireta pode ser:
	- Democracia representativa, onde o povo elege seus representantes.
 - Democracia Cesarista, onde o governo indica seus representantes, cabendo ao povo confirmá-los ou não no poder por referendum
	A expressão “diretamente” deve ser entendida à luz do art. 14, incisos I a III, onde se encontra os instrumentos modernos da democracia direta, quais sejam: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa (art. 2º, da lei 9.709/98). 
O plebiscito é a convocação prévia ao ato legislativo ou administrativo a ser realizado, cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou rejeitar o que lhe tenha sido submetido (art. 2, §1º, da lei 9.709/98).
O referendo é a convocação posterior ao ato legislativo ou administrativo que se tenha realizado, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição (art. 2º, §2º, da lei 9.709/98).
A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos (3/10 = 0,3) por cento dos eleitores de cada um deles (art. 13 da lei 9.709/98 e CF, art. 61, § 2º). OBS: fazer um comentário sobre a iniciativa popular e a ação popular na perspectiva de democracia direta.
		Em resumo, a nossa CF/88 consagra a democracia representativa sem desprezar os instrumentos da democracia direta (plebiscito, referendo, iniciativa popular) pelo que origina uma forma de democracia mista ou semidireta. 
		Todos estes conhecimentos prévios são basilares para compreensão do Estado Brasileiro que adotou o modelo federalista.
- Características do Estado Federal
		A doutrina aponta como características da existência de Estado Federal: 
Existência de uma Constituição como base jurídica do Estado que assegure autonomia das entidades federadas através de uma repartição constitucional de competências a Lei Fundamental representa a aliança firmada pelas entidades integrantes do Estado Federal, o qual se origina da própria Constituição e lhe dá vida e existência soberana.
		O Estado Federal surge de uma Constituição. A Constituição, como Lei Fundamental, representa, no Estado Federal, o pacto ou a aliança firmada pelas entidades que o integram. A Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, deu origem ao Estado Federal Brasileiro atual. Logo no preâmbulo consta: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático (...)”. O artigo 1º, de forma definitiva sela o pacto ao afirmar: “A República Federativa do Brasil, é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”.
	 No Estado Federal, como união de coletividades políticas autônomas, existem vários centros decisórios. O artigo 18 da nossa Constituição afirma: “A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”.
		
Repartição Constitucional de Competências a essência do Estado Federal está na descentralização política, significando repartição da capacidade de edição de normas jurídicas, com cada esfera de poder controlando as condutas de seus agentes públicos e dos cidadãos de determinada comunidade. A Constituição confere à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competências privativa, exclusiva, comum, concorrente, residual e delegada.
A razão de ser do Estado Federal, como já vimos, reside na descentralização política, que significa repartição constitucional da capacidade de emissão de normas jurídicas, para que cada esfera de poder possa controlar as condutas dos agentes públicos e dos cidadãos em determinada comunidade jurídica. Assim, a Constituição distribui à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, diversas competências que estudaremos nos artigos 21 ao 32.
Autonomia das Entidades Federadas cada esfera, entre os diversos centros decisórios, conserva a capacidade suficiente para, mediante regras jurídicas próprias, autogerir seus negócios internos ou organizar os assuntos que lhes forem delegados., tudo conforme o Princípio hermenêutico da simetria constitucional.
Participação da vontade dos Estados-membros nas decisões Nacionais reflete-se na existência de um Poder Legislativo bicameral, isto é, o Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados, composta pelos representantes do povo, e pelo Senado Federal, composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, estes enquanto pessoas jurídicas de direito público interno (3 Senadores para cada Estado e para o Distrito Federal).
Rigidez Constitucional refere-se à maior dificuldade para alteração do Texto Magno, exprimindo-se em limitações expressas e implícitas. Estabeleceu-se um procedimento mais rígido no processo de apreciação de emenda à Constituição do que de qualquer outra lei do país. Tomará por base os princípios hermenêuticos constitucionais que estudaremos adiante.
Impossibilidade de desligamento (secessão) Exatamente em razão de a soberania ser atributo do Estado Federal e não dos Estados-membros é que estes não poderão se retirar do pacto federativo, pois não possuem mais soberania que legitime uma decisão separatista. A Constituição prevê união indissolúvel logo em seu artigo 1º. Proíbe a extinção da Federação (art. 60, § 4º) ao afirmar que não será objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a abolir a forma federativa de Estado, na primeira das cláusulas pétreas. Prevê como primeira hipótese de intervenção federal nos Estados e no Distrito Federal para “manter a integridade nacional”. (art. 34, inciso I) Resumindo: aspartes não podem separar-se do todo.
Existência de um órgão constitucional supremo incumbido também do controle da constitucionalidade das leis decorre da rigidez da Constituição e da Supremacia da Constituição em relação às demais leis. O controle se dará: 1) no exame de um caso concreto, em que todo juiz pode exercê-lo (controle difuso de constitucionalidade); 2) por declaração de inconstitucionalidade de lei em tese pelo STF (controle concentrado de constitucionalidade). 
7 - Constitucionalismo
		O Direito Constitucional surgiu junto com a própria noção de Estado e particularmente quando este se organizou política e juridicamente através de uma Constituição, passando a sujeitar-se às próprias leis por ele editadas, transformando o poder arbitrário original em poder discricionário (que se caracteriza pela existência efetiva de ampla margem de escolha e opção para o governo) e vinculado (onde praticamente inexistem opções para o governo, em face da solução imposta pela lei).
		Com o advento do Estado Contemporâneo, o binômio poder-dever passou a integrar a própria essência do Estado, ao lado do cidadão, titular de direitos, cabendo exatamente ao Direito Constitucional (e também ao Direito Administrativo) a busca do equilíbrio harmônico entre os deveres do Estado de um lado e os direitos do cidadão, do outro.	
	
A sua origem formal está ligada às Constituições escritas com dois traços marcantes:
organização do Estado
limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais
8 - Conceito de CONSTITUIÇÃO 
Lato sensu é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organização, formação.
Juridicamente – deve ser entendida como lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estrutura do Estado. 
Pode-se definir a Constituição como lei fundamental da sociedade.
Constituição, em termos efetivos, representa a organização jurídico-política fundamental do Estado concernente a um conjunto de regras relativas à forma de Estado (no caso brasileiro, o federalismo) o Sistema Político, - incluindo a forma de governo ( no nosso caso a república) e o sistema de governo ( no caso brasileiro o presidencialismo) -, ao regime político (entre nós a democracia indireta representativa), à aquisição e ao exercício do poder, ao estabelecimento dos órgãos para o efetivo exercício do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) e aos limites de sua ação (competências e restrições ao exercício do poder estatal).
9- Conceito de Direito Constitucional 
		
		“O direito Constitucional vem a ser um estudo fundamentalmente voltado para a compreensão do texto jurídico singularíssimo denominado Constituição” (Celso Ribeiro Bastos). Traçar um paralelo com TGE.			
		“Ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado” (José Afonso da Silva). Para simplificar: ramo do Direito Público que estuda a Constituição.			
10- Objeto do Direito Constitucional
	O objeto de estudo do Direito Constitucional “é constituído pelas normas fundamentais do Estado, isto é, pelas normas relativas à estrutura do Estado, forma de governo, modo de aquisição e exercício do poder, estabelecimento de seus órgãos, limites de sua atuação, direitos fundamentais do homem e respectivas garantias e regras básicas de ordem econômica e social” (José Afonso da Silva). 	
	Simplificando: o objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição.
11 - Constituição: origens e perspectivas 
11.1 - ORIGENS DAS CONSTITUIÇÕES
	O surgimento das constituições, como já demonstrado acima, está ligado ao constitucionalismo, movimento que se originou da luta pela liberdade diante de governos absolutistas e por um conjunto mínimo de preceitos asseguradores da tripartição das funções estatais (executiva, legislativa e judiciária) e dos direitos individuais a serem respeitados não só pelos governos, mas também pelos demais cidadãos. O marco histórico está ligado às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos, em 1787, após o curto período em que adotou a forma de Estado conhecida por Confederação, em seguida a independência obtida da Inglaterra pelas 13 colônias. Bem como a Constituição da França, de 1791, após a Revolução Francesa. 
11.2 - PERSPECTIVAS DOUTRINÁRIAS DE CONSTITUIÇÃO
Sentido sociológico, sentido político e sentido jurídico 
Sentido sociológico – construído por Ferdinand Lassale, em sua obra "Que é uma Constituição?", para ele a constituição deve ser a soma dos “fatores reais de poder que vigoram num país, sendo esta a constituição real e efetiva”. Esses fatores são de ordem econômica, política, militar, religiosa, sindical, etc. Quando a Constituição escrita se distancia da Constituição efetiva não passa de “uma folha de papel”. Neste caso prevalecerá sempre a vontade daqueles que titularizam o Poder, pois este não deriva da “folha de papel”, da Constituição escrita, mas dos fatores reais de poder vigentes na sociedade. 
Sentido político – proposto por Carl Schmitt, em sua obra “Teoria da Constituição”, para ele a Constituição é fruto de uma decisão política fundamental. Assim é conteúdo próprio da Constituição o que diga respeito à forma de Estado, à forma de Governo, aos órgãos do Poder e à declaração dos direitos individuais. Tudo o mais, embora possa estar escrito na Constituição, é lei constitucional. Assim percebemos: o que para Carl Schmitt é conteúdo próprio da Constituição podemos chamar de norma materialmente constitucional, o mais que assumiu forma constitucional, porque inserido na Constituição, é norma formalmente constitucional, e poderia ser tratado na legislação infraconstitucional . 
Sentido jurídico – defendido por Hans Kelsen, em seu livro "Teoria pura do Direito", a constituição é considerada norma pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão à fundamentação sociológica, política ou filosófica. Para Válber de Moura Agra “A Constituição é vista por Kelsen como o substrato validante de normas infraconstitucionais. Ela tem a função de estruturar um ordenamento de forma lógica e sistêmica, evitando antinomias que fragilizariam sua eficácia. Ele vê o ordenamento jurídico como um sistema hierarquizado, em que cada norma inferior é validada por uma norma superior, até chegar na norma básica que é a Constituição” (Fraudes à Constituição: um atentado ao poder reformador, Porto Alegre, Sérgio Antonio Fabris Editor, 2000, 1ª edição pág. 43). Todo o trabalho de Kelsen foi no sentido de mostrar que o Direito é uma ciência autônoma, que dispõe de métodos próprios, portanto, “pura”. Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico-jurídico e no jurídico-positivo. No sentido jurídico-positivo equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas. No conceito lógico-jurídico a constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, e aí assume o papel de fechamento do sistema.
Perspectiva da Constituição segundo Konrad Hesse
Força normativa da Constituição –. Para Konrad Hesse a Constituição não reproduz apenas o estado das coisas ela também é capaz de modificar, de transformar a sociedade. É o próprio Konrad Hesse em sua obra “A força normativa da Constituição” que afirma: “A norma Constitucional não tem existência autônoma em face da realidade, (por isto precisa ter sintonia com a realidade social, econômica e política). A sua essência reside na sua vigência, ou seja, a situação por ela regulada pretende ser concretizada na realidade (sedimentando-se no dia a dia do comportamento dos cidadãos) Essa pretensão de eficácia não pode ser separada das condições históricas de sua realização, que estão, de diferentes formas numa relação de interdependência, criando regras próprias que não podem ser desconsideradas. Concluindo, pode-se afirmarque a Constituição converter-se-á em força ativa se fizerem-se presentes, na consciência geral – particularmente, na consciência dos principais responsáveis pela ordem constitucional – não só a vontade de poder, mas também a vontade da Constituição Federal”. (As explicações entre parênteses e os grifos não são do original).
Konrad Hesse x Ferdinand Lassale:
	Para Lassale a Constituição é escrava das forças sociais (fatores reais de poder), fora disso, ou seja, quando não espelhar a composição das forças sociais dominantes, não terá eficácia transformando-se em uma mera folha de papel. 
	Para konrad Hesse há uma relação de interdependência com os condicionantes resultantes dos fatores históricos políticos e sociais, mas a Constituição não é uma mera auxiliar das forças sociais, mas possuem componentes que uma vez vigentes poderão converter-se numa força ativa de transformação da sociedade. 
Perspectiva da Constituição segundo Karl Loewenstein
Karl Loewenstein em sua obra Teoria de Constituição, doutrina que a função primeira da Constituição é traçar o cenário da disputa pelo poder, por meio de normas que tratem da limitação dos poderes através de uma repartição constitucional de competências, utilizando-se de mecanismos de equilíbrio por meio de um sistema de freios e contrapesos (Cheks and balances) originado do direito americano. 
Assim, Karl Loewenstein classifica as Constituições partindo da eficácia normativa reguladora do processo de disputa de poder em: 
Constituições normativas – são aquelas que são efetivamente obedecidas pelos detentores do poder e por todas as parcelas da população, e que estabeleçam normas que regulem a atuação dos partidos políticos, a aquisição e o exercício dos poderes estabelecendo seus respectivos limites. Como exemplo de Constituição normativa temos a nossa Constituição de 1988.
Constituições nominativas – são aquelas que não são efetivamente obedecidas. Não possuem força normativa, pois, representam textos que não são consentâneos com a realidade fática ou que tornaram-se obsoletos face as mudanças na sociedade;
Constituições semânticas – também conhecidas por “constituições de fachada” são aquelas confeccionadas para legitimar os detentores do poder político. Estando longe de limitar a concentração de poder, ao contrário, estabelecem um procedimento que, ao invés da alternância, representam um instrumento de perpetuação das classes dominantes. Como exemplo de Constituição semântica tivemos a nossa Constituição de 1937.
	
12 - Classificação das Constituições
Quanto à forma: escrita e não escrita
Quanto ao modo de elaboração: dogmáticas e históricas 
Quanto à extensão e finalidade: analíticas e sintéticas
Quanto à origem: promulgadas, outorgadas e cesaristas
Quanto à estabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis e semirrígidas
Quanto ao conteúdo: materiais e formais
	Vejamos cada uma delas para um melhor esclarecimento
Quanto à forma:
Escrita – codificada e sistematizada em um único texto solenemente estabelecido e emanado de um Poder Constituinte.
Não-escrita – conjunto de usos, costumes, jurisprudência documentos esparsos não codificados, reconhecidos pela sociedade como estruturadores Exemplo: Constituição da Inglaterra e a de Israel. Conhecida também como constituição costumeira o consuetudinária.
Quanto ao modo (processo) de elaboração:
Dogmática – surge como resultado da aplicação racional, em certo momento, de determinados princípios políticos (dogmas). Constituições escritas, populares (promulgadas) ou outorgadas.
Histórica – se forma lentamente no tempo através de vagarosa sedimentação na consciência popular. Resulta de lenta evolução histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. Conhecidas também como constituição costumeira, constituição não-escrita. 
Quanto à extensão:
Sintética - prevê somente princípios e normas que regulam a forma de Estado e de Governo, estruturação dos Poderes, limites aos Poderes por meio de direitos e garantias individuais fundamentais. É típica de países que possuam ampla estabilidade política e socioeconômica. Conhecidas também como: constituição garantia, constituição material. 
Analítica – é abrangente regulando inúmeros aspectos que não constam de uma Constituição sintética. A exemplo de: orçamento; saúde, previdência e assistência social; educação, cultura e desporto; ciência e tecnologia; comunicação social; meio ambiente; família, criança, adolescente e idoso; índios etc. A intenção é dar estabilidade jurídica ao fazer constar na Constituição certos direitos que caso estivessem apenas na legislação infraconstitucional poderiam ser facilmente modificados. É típica de países com fortes instabilidades políticas e socioeconômicas. Outros nomes: constituição formal, constituição dirigente. 
Quanto à origem:
Promulgada - surge através do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte composta de representantes do povo eleitos com a finalidade de sua elaboração. Conhecidas como: democráticas ou populares. 
Outorgada - são impostas por um regime autoritário sem a participação popular. 
Quanto ao processo de reforma, à estabilidade ou alterabilidade:
Rígida – é a constituição que só pode ser alterada através de processo legislativo especial, dificultoso e solene (como a nossa), distinto do que é estabelecido para elaboração das leis ordinárias. 
Flexível – é a constituição que permite ser modificada pelo mesmo processo legislativo para a elaboração das leis ordinárias. Modifica-se a Constituição como se modifica qualquer outra lei. O mesmo que Constituição Plástica.
Semirrígida - Possui parte rígida e outra flexível. Para sofrer modificação, uma parte do seu texto exige processo dificultoso, enquanto outra parte pode ser modificada pelo processo legislativo ordinário. Serve de exemplo a Constituição brasileira de 1824, que em seu art. 178 dizia: “É só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos e Individuais dos cidadãos; tudo o que não é constitucional pode ser alterado, sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias”. Não esqueçam: a nossa Constituição de 1824 foi à única semirrígida.
Quanto ao conteúdo, a essência ou ao objeto:
Material – são as matérias que tratam da forma de organização política do Estado. Diz respeito ao conteúdo do próprio conceito de Constituição. É a essência do Estado com todos os seus traços marcantes. Alguns autores costumam alegar que as regras matérias seriam as cláusulas pétreas (art. 60, §4º). Contudo, a doutrina moderna especifica que todos os preceitos constitucionais que tenham pertinência temática com elas, também estariam abrangidas dentro desta realidade material.
Formal – estariam elencadas dentro desta realidade todas as matérias que foram trazidas para dentro de Constituição, mas não fazem parte da essência Constitucional, como por exemplo o Desporto, a tecnologia etc.
A nossa Constituição de 1988 é: ESCRITA; ANALÍTICA, DOGMÁTICA; PROMULGADA; RÍGIDA 
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES: Constituição Programática e Constituição Dirigente
Programáticas: São aquelas que contêm numerosas normas definidoras de programas de ação e linhas de orientação. Tema atualmente bastante solicitado nos concursos é o que trata de norma programática. Pelo fato de a nossa Constituição estar incompleta, ou seja, com um excessivo número de normas de eficácia limitada é também classificada como Constituição programática. A partir do conceito de norma programática chega-se a conclusão de que a Constituição da República Federativa do Brasil é também uma Constituição Dirigente. 
Constituição Dirigente é aquela que, predominantemente, apresenta em seu corpo normas programáticas. 
Normas programáticas são aquelas que não podem ser aplicadas de imediato porque dependem de programas a serem desenvolvidosno futuro. Estas normas são dirigidas principalmente, mas não exclusivamente, aos legisladores. É citado como exemplo:
O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social (CF, art. 217, § 3º); 
O Estado promoverá o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas (CF, art. 218, caput); 
A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos ente os entes federados (CF, art. 39, § 2º); 
AS CONSTITUIÇÕES E SUAS CLASSIFICAÇÕES
	
	
	 Classificação quanto a
	Constituições
	Ano de Promulgação
	Forma de Estado
	Forma de Governo
	Forma
	Modo de elaboração
	Extensão
	Origem
	Estabilidade ou alterabilidade
	1ª.
	1824
	Unitário
	Monarquia
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Outorgada
	Semi-rígida
	2ª.
	1891
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Sintética
	Promulgada
	Rígida
	3ª.
	1934
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Promulgada
	Rígida
	4ª.
	1937
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Outorgada
	Rígida
	5ª.
	1946
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Promulgada
	Rígida
	6ª.
	1967
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Outorgada
	Rígida
	7ª.
	1988
	Federal
	República
	Escrita
	Dogmática
	Analítica
	Promulgada
	Rígida
 
13 - PODER CONSTITUINTE
Aquele que cria, põe em vigor, altera, ou mesmo constitui normas jurídicas de valor constitucional.
13.1 - FINS – participar da criação e distribuição das competências supremas do Estado, por meio do regramento constitucional.
13.2 - PRODUTO – A Constituição é o produto ou resultado desse poder; quer seja no momento de sua elaboração, quer seja em sua reforma.
13.3 - TITULARIDADE DO PODER CONSTITUINTE – Nos Estados democráticos é o povo, através da soberania popular, pois somente o povo é legitimado para determinar, por si ou por seus representantes o estabelecimento de uma constituição. Caso advenha de outra fonte (um ditador, por ex.) é porque ocorreu a usurpação.
	Pela titularidade pertencer ao povo, o Poder Constituinte é permanente, não se esgota em um único ato do seu exercício, visto que o povo não perde o direito de querer e de mudar a sua vontade. Elaborada a Constituição pelo Poder Constituinte, permanece ele em estado de LATÊNCIA, no seu assento natural, que é o povo.
		A teoria sobre o Poder Constituinte advém do pensador francês Sieyès, elaborada nos momentos que antecederam a Revolução Francesa, em sua obra "que é o Terceiro Estado". Deste doutrinador partiu também a “descoberta da distinção entre poder constituinte e poderes constituídos. 
		Discute-se, na doutrina, quem seja o titular do Poder Constituinte, para uns é o povo, para outros a nação. O que de fato importa é que o Poder Constituinte Originário se manifesta pela eleição de uma Assembleia Constituinte ou por uma revolução. Tem o poder de destituir o governo anterior e tem a capacidade de constituir um novo governo. Contém força normativa para editar normas jurídicas sem que nisto seja limitado pela normatividade anterior. Daí porque, para o positivismo jurídico, o poder constituinte originário não tem natureza jurídica, por ser um poder de fato, não de direito, embora traga em si o gérmen da ordem jurídica. 
13.4 - EXERCÍCIO DO PODER CONSTITUINTE 
Por Outorga – através de ato unilateral do governante
Por Assembleia Nacional Constituinte- que é a forma típica do exercício do Poder Constituinte, em que o povo, seu legítimo titular, democraticamente, outorga poderes a seus representantes especialmente eleitos para elaboração da Constituição.
13.5 - ESPÉCIESDE PODER CONSTITUINTE 
Poder Constituinte ORIGINÁRIO – também denominado genuíno, primário, ou de primeiro grau, cria inicialmente a ordem jurídica.
CARACTERÍSTICAS – inicial, permanente, absoluto, soberano, ilimitado, incondicionado e inalienável.
Poder Constituinte DERIVADO – também denominado reformador, secundário, instituído, constituído, de reforma, ou de segundo grau, se destina a modificar a Constituição Federal, segundo suas próprias regras.
CARACTERÍSTICAS – derivado, subordinado, limitado ou condicionado.
FINALIDADE – se adaptar as novas necessidades sociais
Poder Constituinte DECORRENTE – Atribuído aos Estados-Membros para se auto-organizarem, mediante a elaboração de suas constituições estaduais, desde que respeitadas às regras limitativas impostas pela Constituição Federal.
13.6 - LIMITAÇÕES AO PODER REFORMADOR
 Materiais ou substanciais – Cláusulas Pétreas
 Art. 60, § 4º, núcleo intangível
EXPRESSAS
 Circunstanciais ou temporais - Art. 60, § 1º
 Formais ou procedimentais – Art. 60, I, II, III,
 §§ 2º, 3º, 5º - referente ao Processo
 Legislativo. 
OBS: O limite temporal já foi exercido através do art. 3º do ADCT, com as Emendas de Revisão, em número de 06 (seis).
 - Suspensão do próprio processo de reforma, 
 ou seja das limitações expressas.
 - A titularidade do poder Constituinte 
 originário, pois uma reforma não pode mudar
IMPLÍCITAS o titular do poder que criou o próprio poder de
 reforma.
 - A titularidade do poder derivado, seria um
 despautério que o legislador ordinário 
 estabelecesse novo titular de um poder 
 derivado estabelecido pelo Poder Originário.
14- Mutação Constitucional
Tem sido tema de algumas questões o conceito de mutação constitucional. Trata-se de mecanismo de mudança da Constituição sem necessidade de utilização de emendas ou revisão, tudo, diga-se de passagem, sem ferir a forma consagrada pelo Poder Constituinte. Em verdade mutação constitucional é um método de interpretação da Constituição também conhecido por método evolutivo. Ocorre pelo fato de que algumas palavras na Constituição dão margem a vários significados, em razão de mudanças históricas, políticas e sociais comportam novos sentidos e significados a exemplo de “notável saber jurídico”, “reputação ilibada”, “costumes”. Percebam que são termos ambíguos e que comportam vários e mutáveis significados. Significados que evoluem com o correr dos tempos. Assim ao adotar este método o intérprete da Constituição (o intérprete pode ser o Juiz, o doutrinador, o aplicador da lei ou o próprio legislador), usará o significado não apenas da época em que foi elaborada (1987 a 1988), bem como o dos dias de hoje em que estiver sendo aplicada. 
	
15- Princípio da hierarquia das normas jurídicas
		O princípio hierárquico das normas jurídicas ensina que as normas legais se sobrelevam umas às outras, formando uma figura cujo formato assemelha-se ao de uma pirâmide. O que significa dizer que a criação de uma norma jurídica é determinada por outra. A Constituição se encontra no pico da pirâmide, representa o ápice do ordenamento jurídico de maneira que o conteúdo de todas as leis lhe deve obediência material e formal. Deriva daí o Princípio da Supremacia Constitucional.
		Uma coisa é bom que fique logo clara: não existe hierarquia entre leis federais, leis estaduais e, no caso do Brasil, leis municipais e lei do Distrito Federal, o que de fato existe são campos específicos de atuação, que iremos tratar ao estudarmos o capítulo relativo a repartiçãoconstitucional de competências.
16 - HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL – o objetivo cinge-se ao estudo e a sistematização dos processos aplicáveis no âmbito da Constituição para determinar, sobretudo, o sentido e o real alcance das normas constitucionais de conteúdo político-jurídico. A hermenêutica é a ciência que fornece a técnica e, acima de tudo, os princípios basilares segundo os quais o operador do Direito poderá apreender o verdadeiro sentido (jurídico-político) da norma constitucional sub examen.
Para se interpretar corretamente os preceitos constitucionais deve-se considerar os princípios hermenêuticos norteadores:
Princípio da Supremacia Constitucional – A Constituição está no ápice do ordenamento jurídico nacional e nenhuma norma jurídica pode contrariá-la material ou formalmente, sob pena de advir uma inconstitucionalidade (ineficácia jurídica extrínseca);
Princípio da Imperatividade da Norma Constitucional – A norma Constitucional é imperativa, de ordem pública e emana da vontade popular.
Princípio da Taxatividade da Norma Constitucional – Uma norma constitucional deve sempre ser interpretada taxativamente não se admitindo uma interpretação extensiva e análoga (fora do contexto constitucional). Limita o âmbito de incidência da norma constitucional à vontade expressa do legislador constituinte.
Princípio da Simetria Constitucional – É o princípio federativo que exige uma relação simétrica entre os institutos jurídicos postos na Constituição Federal, com as Constituições dos Estados-Membros e Leis Orgânicas Municipais e Distrital. Este exercício será realizado através do Poder Deriva Decorrente posto no art. 11 e seus parágrafo único do ADCT.
Princípio da Presunção da Constitucionalidade das normas infraconstitucionais – Há uma presunção iuris tantum (relativa) de que toda lei é constitucional até prova em contrário, ou seja, até que o Poder Judiciário, exercendo o controle típico constitucional (eficácia jurídica), a declare expressamente inconstitucional (ineficaz juridicamente).
TIPOS DE INTERPRETAÇÕES: autêntica (legal), judicial, doutrinária, gramatical (literal ou filológica), racional (lógica), sistemática ou holística, histórica, teleológica(sociológica).
17 - APLICAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL NO TEMPO
Recepção, Repristinação e a Desconstitucionalização
17.1- Teoria da desconstitucionalização
Antes de qualquer coisa, cumpre esclarecer que a teoria da desconstitucionalização não é aceita pelo ordenamento jurídico brasileiro. De acordo com esta teoria as normas da Constituição anterior, compatíveis com a nova Constituição, continuam válidas e em vigor, embora com status infraconstitucional (perdem o status de Constituição e passam a valer como leis ordinárias). 
OBS: alguns doutrinadores retratam o fenômeno da desconstitucionalização no sentido sociológico, ou seja, se as normas constitucionais não são efetivadas, elas se desconstitucionalizam por perderem a sua força determinante. Professor Dr. Ivo Dantas, dentre outros, adotam esta teoria e dão como exemplo o art. 192 da Constituição Federal que teve seus caput modificado e seus incisos, alíneas e parágrafos revogados.
17.2- Princípio ou teoria da recepção
	Dificilmente uma nova ordem constitucional significará um rompimento integral e absoluto com o passado. Desta maneira, toda a legislação ordinária, federal, estadual e municipal que não seja incompatível com a nova Carta conserva sua eficácia, é o que nos demonstra o princípio da continuidade da ordem jurídica. Se fosse diferente, haveria um enorme vazio infraconstitucional até que o legislador pudesse recriar inteiramente todas as leis anteriores. 
	A TEORIA DA RECEPÇÃO é um processo pelo qual a nova Constituição recebe as leis já existentes oriundas da ordem jurídica anterior, se o conteúdo das mesmas forem com ela compatíveis (compatibilidade material), evitando o trabalho quase impossível de se elaborar toda a legislação infraconstitucional novamente.
Toda a legislação infraconstitucional, produzida anteriormente ao advento de uma nova ordem constitucional (e que seja perfeitamente compatível com a mesma), é recepcionada pela nova Constituição, continuando, por princípio de economia e segurança, a viger no âmbito próprio de sua atuação ordinária. Ocorre, contudo, que excepcionalmente, a lei anterior pode ganhar nova roupagem normativa. 
	
	Com o advento de nova constituição, todas as leis anteriores perdem seu antigo fundamento de validade (a antiga Constituição) para ganhar novo fundamento (a nova Constituição). Ao serem recebidas, as leis ganham a forma que a nova Constituição atribuir as matérias de que elas tratam. Apenas materialmente elas pertencem ao velho ordenamento jurídico; formalmente são todas do novo ordenamento jurídico. Assim, leis anteriores tidas por formalmente ordinárias podem passar a ter conteúdo e eficácia de leis complementares; decretos-lei podem passar a ter natureza de leis ordinárias. 
- Estudo de um caso de teoria da recepção: O Código Tributário Nacional
		A lei 5.172, de 25 de outubro de 1966, dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de Direito Tributário aplicáveis a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Na realidade, a referida lei tramitou e foi aprovada como lei ordinária porque a Constituição de 1946 não contemplava a espécie normativa lei complementar. A Constituição de 1988 fixa a competência da lei complementar para estabelecer normas gerais em matéria tributária (CF/88, art. 146, III). O princípio ou teoria da recepção fez com que a lei 5.172/66 fosse recepcionada no que o seu conteúdo for compatível com a CF/88 e teve o condão de lhe proporcionar nova roupagem 
Em resumo: O Código Tributário Nacional, lei n. 5.172/66, é lei formalmente ordinária no nascedouro, entretanto, face à teoria da recepção, tem “eficácia de Lei Complementar”. Assim, só por Lei complementar poderá ser modificada, a partir de 1988.
– Teoria da repristinação
No ordenamento jurídico brasileiro, uma norma revogada não volta a ter vigência automática com a posterior revogação da norma que a revogou (repristinação tácita), salvo se houver expressa previsão neste sentido (repristinação expressa), conforme determina a Lei de introdução ao Código Civil.
Todavia, há casos em que ocorre um fenômeno semelhante, denominado de efeito repristinatório tácito. Por exemplo: a lei 9.868/99, no seu artigo 11, §2º, determina que a concessão de medida cautelar em sede de ADIn, por suspender a vigência da lei questionada, “torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário”.
O mesmo ocorre quando o STF profere uma decisão definitiva de mérito declarando, com eficácia vinculante e efeito retroativo (ex tunc), a inconstitucionalidade de uma lei. Nesta hipótese, a lei anterior que havia sido revogada pela lei declarada inconstitucional poderá voltar a ser aplicada, caso esta seja a solução mais razoável.
- Classificação das normas constitucionais quanto à Eficácia
	
		No Brasil a classificação mais aceita pela doutrina e pela Jurisprudência, inclusive adotada pelo Supremo Tribunal Federal-STF, pertence a José Afonso da Silva. Este autor classifica as normas constitucionais em: normas de eficácia plena, normas de eficácia contida e normas de eficácia limitada.
Normas de eficácia plena - são aquelas que têm aplicabilidade imediata e integral. Produzem efeitos diretos, dispensando legislação complementar que lhes dê efetividade. São bastante em si, não necessitam da intermediação do legislador infraconstitucional. Ex: O artigo 37, III da CF/88 : “o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez por igual período”. Todos os remédios constitucionais.
Normas de eficácia contida - são aquelas que têm aplicabilidade imediata e integral, mas estão sujeitas a restrições por parte do legislador infraconstitucional. São normas em que o legislador constituinte regulou suficientemente os interessesrelativos a determinada matéria mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do Poder Púbico, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados. Por exemplo: CF/88, art. 5º, XIII - “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Art. 5º, LVIII, “o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. O raciocínio é o seguinte: enquanto as leis não forem produzidas é totalmente livre o exercício de qualquer trabalho ofício ou profissão; bem como não será permitida a identificação criminal daquele que tiver identificação civil. Ao ser editada tal lei, ela poderá conter, reduzir, restringir a eficácia deste dispositivo. Normas de eficácia contida estão presentes no art. 5º, incisos VII, XXXII, entre outras, etc.
Normas de eficácia limitada - são aquelas que não têm aplicabilidade imediata. Sua aplicabilidade é mediata ou indireta porque dependentes de legislação ou outra providência para poderem produzir efeitos. José Afonso da Silva entende que há dois tipos de normas de eficácia limitada, são elas as de princípio institutivo e as de caráter programático: a) as de princípio institutivo ou organizativo. Estas normas contém o início ou esquema de determinado órgão, entidade ou instituição, deixando a efetiva criação, estruturação ou formação para a lei complementar ou ordinária. Exemplo: “Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União (CF, art. 134, parágrafo único).b) as de princípio programático (que são as tais normas programáticas). Estas são normas através das quais o constituinte, em vez de regular direta e imediatamente determinados interesses, limitou-se a traçar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como programas das respectivas atividades, visando à realização dos fins sociais do Estado. Exemplo: “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei” (CF, art. 7º, XX)”; “a lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados...” (CF, art.173, §4º); “A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais” (CF, art. 215, §3º); “ O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais” (CF, art. 215).; “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica” (CF, art. 37, VII). Não pensem que as normas programáticas são um “fogo morto” ou “mera carta de intenções”. Ao contrário, elas são dotadas de eficácia jurídica e exigem a vinculação dos poderes públicos à sua realização. O que podemos, com certeza, afirmar é que a norma programática não dispõe de aplicabilidade imediata. Na verdade, se trata de um indicativo, um programa de ação política, ao qual se encontra adstrito o legislador infraconstitucional. Este, no entanto, não pode dispor de forma contrária ao espírito da norma programática.
Chamo atenção para esclarecer que apesar da doutrina determinar esta classificação nos moldes acima dispostos, não concordo e passo a explicar:
 Norma Constitucional de eficácia absoluta - são aquelas quem além de possuírem eficácia imediata, sem depender de regulamentação para produção dos seus efeitos, fazem parte das cláusulas pétreas;
Norma Constitucional de eficácia plena – são as normas que produzem efeitos sem a necessidade de regulamentação por parte do legislador infraconstitucional, sendo consideradas auto-executáveis. Ex: art.5º, XVII, da CF.
Norma Constitucional de eficácia limitada – são as que só terão eficácia imediata quando forem regulamentadas. Ex: art. 153, VII, da CF. Enquanto não for editada a lei complementar que estabeleça como será cobrado o imposto sobre grandes fortunas, não será permitida à União a cobrança do respectivo tributo.
Norma Constitucional de eficácia programática – são aquelas que estabelecem planos, metas, objetivos, que devem ser alcançados. Para que estas normas tenham eficácia urge que os Poderes Estatais tomem atitudes que possam concretizá-las, realizando, assim, os fins de interesse público consagrados na Carta Magna. Ex: todo artigo 3º da CF.
 CRÍTICA: não concordo como os autores que colocam as regras programáticas dentro da classificação de eficácia limitada, pois estas necessitam de uma normatização posterior para serem usufruídas, enquanto que as programáticas só precisam de programas de governo para serem alcançadas. 
Resumindo:
Normas de EFICÁCIA PLENA ou ABSOLUTA são aquelas que, independente de qualquer condição, por serem completas e definidas quanto à hipótese e à disposição, são auto-aplicáveis. Desde a entrada em vigor da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos essenciais. (Ex: Art. 5º, LXXII CF)
Normas de EFICÁCIA LIMITADA são aquelas que não são auto-aplicáveis considerando a necessidade de posterior regulamentação (por serem incompletas). Têm aplicabilidade indireta, mediata e reduzida, porque somente incidem totalmente sobre esses interesses, após uma normatividade ulterior que lhes desenvolva a aplicabilidade. (Ex: Art. 7º, I CF)
Normas de EFICÁCIA CONTIDA são aquelas que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos à determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência do poder público ou órgãos regulamentares. (Ex: Art. 5º, XIII CF)
Norma de EFEICÁCIA PROGRAMÁTICA são aquelas que estabelecem planos, metas, objetivos, que devem ser alcançados. Para que estas normas tenham eficácia urge que os Poderes Estatais tomem atitudes que possam concretizá-las, realizando, assim, os fins de interesse público consagrados na Carta Magna. Ex: todo artigo 3º da CF.
PONTO 2 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
2.1 - Fundamentos do Estado Brasileiro:
CF/88 Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
SOBERANIA – poder político supremo e independente, não estando limitado a nenhum outro na ordem interna e está em pé de igualdade com os poderes supremos dos outros povos. É a capacidade de editar suas próprias normas.
CIDADANIA – um direito fundamental das pessoas que se exterioriza através de um status. Participação política do indivíduo nos negócios do Estado.
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta na autodeterminação consciente e responsável da própria vida, concedida através dos direitos e garantias fundamentais.
OS VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA – é através do trabalho que o homem se dignifica e ajuda no crescimento do país.
PLURALISMO POLÍTICO – uma garantia para a liberdade de convicções filosóficas e políticas e possibilitando a participação popular nos destinos políticos do país. As diversidades e as liberdades devem ser amplamente respeitadas.
Quando no caput se utiliza a expressão: “Estado Democrático de Direito”, significa a imposição de posturas democráticas no trato com as coisas públicas.
2.2 - Regime Político Democrático
CF/88 Art. 1º Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
	Ao afirmar que “todo poder emana do povo” o parágrafo destaca o fundamento do regime político democrático. O exercício do poder dar-se-á por meio de “representantes eleitos” (democracia representativa), ou “diretamente nos termos desta Constituição” (democracia direta). Os instrumentos da democraciadireta se encontram no capítulo dos direitos políticos (art. 14, I a III), são o plebiscito, o referendum e a iniciativa popular. Este é o Princípio democrático.
2.3 – Separação dos Poderes
CF/88 Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
 
O Estado brasileiro adota, por este artigo 2º, o princípio fundamental da separação e harmonia entre os poderes. Historicamente, este tema ganhou contornos definitivos na Europa a partir das ideias de Montesquieu. Deixou para trás o Absolutismo até então vigente. Vamos estudar mais adiante, que não se trata de propriamente de uma separação de Poderes. Melhor seria denominá-la de especializações de funções do Estado. Isto porque a os Poderes decorrem da soberania do Estado, cujas características são a unidade a indivisibilidade e indelegabilidade. 
2.4 – Objetivos Fundamentais
 
CF/88 Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Tratam-se de objetivos fundamentais, de norte, de direção, enfim de finalidades para a ação estatal. A sua consecução, ou não, estará diretamente relacionado as políticas e programas a serem implementados e às pressões que as diversas forças exercerem sobre a formulação e execução das políticas publicas. É um artigo que substancialmente contém normas programáticas que caracterizam a constituição como dirigente, como já ressaltado. Classificam-se, quanto a eficácia da norma constitucional, em regras de eficácia limitada.
2.5 – Princípios das relações internacionais
 
CF/88 Art. 4º - A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Tratam-se, em sua maioria, de princípios do Direito Internacional Público.
Independência nacional – é princípio que representa a face externa da soberania nas relações internacionais. O Brasil em pé de igualdade com os demais Estados Soberanos.
Prevalência dos direitos humanos – os direitos humanos são alçados internacionalmente numa hierarquia superior aos demais direitos. Autorizam, em situações extremas, até a intervenção internacional (através da ONU) em Estados soberanos, a exemplo do que ocorreu recentemente na Iugoslávia. 
Autodeterminação dos povos – o povo (aquele que tem um vínculo jurídico com determinada ordem jurídica) tem direito de determinar-se de acordo com suas próprias escolhas.
Não-intervenção – princípio que está diretamente relacionado ao princípio da independência. Cada Estado poderá estabelecer suas próprias diretrizes organizacionais.
Igualdade entre os Estados – princípio também diretamente relacionado com o da independência. A Soberania deve ser entendida sob o prisma da isonomia.
Defesa da paz – como princípio, em suas relações externas, o Estado brasileiro repudia o conflito armado e busca deliberadamente uma convivência pacífica. 
Solução pacífica dos conflitos - decorrente natural da defesa da paz.
Repúdio ao terrorismo e ao racismo – deixa claro o posicionamento contrário do Brasil em relação a atos de violência praticados por grupos revolucionários radicais; e posicionamento favorável à igualdade das raças. Consubstancia-se pelo princípio da liberdade de consciência.
Cooperação entre os povos para progresso da humanidade – princípio que demonstra a disposição do Estado Brasileiro em interagir com os demais Estados em busca do progresso.
Concessão de asilo político – princípio que garante acolhida aos que buscam refúgio por motivos políticos. Baseia-se no princípio da escusa de consciência.
2.6 – Integração com os povos da América Latina
CF/88 Art. 4º Parágrafo único - A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
		Quanto ao parágrafo único do art. 4º, é preciso ter em mente que a América Latina é constituída por aqueles países do continente americano (compreende: América do sul, América central e América do norte) colonizados por povos cuja língua deriva do latim (português, espanhol, francês, italiano, entre outros). 
		Por curiosidade, desta integração econômica, política, social e cultural, de que trata o parágrafo único, estaria excluído os Estados Unidos, que têm origem anglo-saxônica. Anglo-saxão (significa inglês arcaico). 
PONTO 3 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
3.1 Natureza e eficácia das normas sobre Direitos Fundamentais – os Direitos Fundamentais do homem são situações jurídicas, objetivas e subjetivas, definidas no direito positivo, em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana. São direitos Constitucionais amparados pela supralegalidade. 
Têm aplicabilidade imediata, mas algumas regras mencionam uma lei integradora, são de eficácia limitada, de princípios programáticos e de aplicação indireta (contida). Como já estudado.
3.2 Características dos Direitos Fundamentais – 
Historicidade – são históricos como qualquer direito.
Inalienabilidade – intransferíveis, inegociáveis, pois não têm conteúdo econômico-patrimonial. Não podem ser vendidos ou permutados.
Imprescritibilidade – nunca deixam de ser exigíveis, não prescrevem.
Irrenunciabilidade – nenhuma pessoa pode abrir mão dos Direitos e Garantias de forma definitiva, sendo admitido, em alguns casos, a pura desistência. Podem até não serem exercidos, mas não se admite sejam renunciados.
Inviolabilidade – não são passíveis de violações, pois o direito de um nasce quando o direito do outro termina;
Universalidade – podem ser opostos contra todos, efeito “erga omnes”;
Efetividade – podem ser, a qualquer momento, invocados, usufruídos, independentemente da vontade alheia;
Interdependência – são independentes, porém formam um conjunto de direitos e deveres;
Complementariedade – uns completam os outros devido às garantias constitucionais. 
3.3 Classificação dos Direitos Fundamentais – temos 5 (cinco) espécies do gênero direitos e garantias fundamentais:
1º Direitos individuais e coletivos (Art. 5º);
2º Direitos sociais (Art. 6º e 193 e ss);
3º Direitos à nacionalidade (Art. 12);
4º Direitos políticos (Art. 14 a 17)
5º Direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos (Art. 17)
Os direitos e garantias fundamentais, objeto do Título II, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, compreendem os direitos e deveres individuais e coletivos (capítulo I), os direitos sociais (capítulo II), os direitos de nacionalidade (capítulo III), os direitos políticos (capítulo IV) e os partidos políticos (capítulo V).
	Na evolução dos direitos fundamentais, resultado de longo processo de construção histórica, a partir, aproximadamente, da Revolução Francesa de 1789, o qual resultou em sua inclusão nas Constituições de diversos países, entre eles o Brasil, consolidou-se a classificação deles em diferentes gerações (direitos fundamentais de primeira, segunda e terceira gerações), atendendo a uma finalidade didática, devendo-se, contudo, ressaltar que uma geração de direitos não exclui a anterior. Ao contrário, os direitos de 2ª e de 3ª geração não vieram para substituir os de 1ª geração, mas sim para se somar a eles, ampliando o rol de direitos atribuídos ao indivíduo. Portanto, as gerações de direitos não se sucederame nem se substituíram ao longo do tempo. São as seguintes as gerações de direitos fundamentais:
1ª geração – foram concebidos por volta do final do século XVIII, após a Revolução Francesa. Nessa geração incluem-se os chamados direitos civis e políticos. Correspondem ao período do Estado Liberal puro, ou seja, aquele a quem cabia apenas a prestação dos serviços tipicamente públicos, como por exemplo, os serviços de segurança pública. São direitos oponíveis ao Estado e que impõem a este uma postura de abstenção e de não-intervenção na esfera privada do cidadão. Costumam ser qualificados como direitos de liberdade. São direitos de não-intervenção estatal.
2ª geração – historicamente, foram concebidos entre o final do século XIX e o início do século XX, sob a influência da Revolução Soviética de 1917. Nessa geração incluem-se os chamados direitos sociais. Correspondem ao período do chamado Estado do Bem-Estar Social, ou seja, aquele a quem cabia, além de uma postura de não-intervenção na esfera dos direitos individuais do cidadão, a adoção de políticas públicas como instrumento de efetivação desses direitos. São direitos que impõem ao Estado um dever de prestação de serviços públicos, tais como educação e saúde. Costumam ser qualificados como direitos de igualdade. São direitos de prestação estatal.
3º geração – é a concepção mais recente de direitos fundamentais, que surgiu com a falência do modelo de Estado do Bem-Estar Social. Nessa geração estão incluídos os chamados direitos difusos, que se caracterizam por possuírem uma titularidade indeterminada ou indeterminável. Noutras palavras, são direitos que pertencem a todos, sem que seja possível quantificar a quantidade de direitos atribuída a cada indivíduo, exatamente por não se ter como identificar com precisão seus titulares. Correspondem ao período do Estado Neoliberal. Como exemplos, têm-se o direito à paz mundial, a uma saudável qualidade de vida, ao progresso e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Costumam ser qualificados como direitos de solidariedade ou de fraternidade. 
Resumindo:
Direitos de 1ª Geração – direitos civis e políticos = individuais e políticos, as liberdades clássicas, negativas e formais.
Direitos de 2ª Geração – direitos econômicos e culturais – liberdades positivas, reais e concretas.
Direitos de 3ª Geração – direitos ligados ao princípio da solidariedade – direito de solidariedade ou fraternidade.
Manoel Gonçalves Filho : 1ª Ger. Liberdade; 2ª Ger. Igualdade; 3ª Ger. Fraternidade = lema da Revolução Francesa.
Há autores que admitem ainda a existência de uma 4ª geração, representada pela solidariedade e pelo direito a participação e à democracia.
 Celso Lafer traz os Direitos de 4ª Geração, calcados nos interesses transindividuais. 
	INTERESSE
	GRUPO
	DIVISIBILIDADE
	ORIGEM
	EXEMPLO
	DIFUSO
	Indeterminável
	indivisíveis
	Situação de fato
	Propagando enganosa na TV; degradação ambiental...
	COLETIVO
	determinável
	indivisíveis
	Situação jurídica
	Aumento de prestação de consórcio
	INDIVIDUAL COLETIVO
	determinável
	divisíveis
	Origem comum
	Defeito de produto fabricado em série.
Como vimos, na concepção liberal-burguesa, os direitos fundamentais são oponíveis apenas contra o Estado, uma vez que eles existem essencialmente para assegurar aos indivíduos um espaço de liberdade e autonomia contra a ingerência indevida do poder público. 
No sistema constitucional brasileiro, os direitos fundamentais podem ser argüidos não apenas em face dos poderes públicos, mas também podem ser invocados em qualquer relação jurídica em que os mesmos estiverem sendo violados ou ameaçados de lesão, a exemplo dos direitos a liberdade de consciência e de crença, a inviolabilidade da honra e da imagem.
Direitos e garantias fundamentais diferem. As garantias consistem em disposições assecuratórias de direitos e limitadoras do poder do Estado. 
Segundo o STF “não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros”. (MS 23.452 Rel. Min. Celso de Mello). 
3.4 Relatividade dos Direitos e Garantias Individuais e coletivos
	Estes direitos não podem ser utilizados como um verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas; não são ilimitados, pois encontram seu limite na própria Constituição e devem respeitar o princípio da relatividade ou convivência das liberdades públicas.
	Os Direitos Fundamentais nascem para reduzir a ação do Estado aos limites impostos pelo Constituição Federal.
	Todas as pessoas estão sujeitas às limitações estabelecidas pela Lei, com a única finalidade de assegurar o respeito dos Direitos e Liberdades dos demais.
DIREITOS x GARANTIAS
Direitos – disposições meramente declaratórias; são princípios.
Garantias – Disposições assecuratórias em defesa dos direitos. Limitam o poder. São acessórias. Poderão vir juntos no mesmo preceito – Ex: art. 5º. LXVIII – habeas corpus.
3.5 Destinatários da proteção dos Direitos fundamentais
O regime jurídico das liberdades públicas protege tanto as pessoas naturais, brasileiros (natos e naturalizados) ou estrangeiros no território nacional, como as pessoas jurídicas, pois têm direito à existência, à segurança, à propriedade, à proteção tributária e aos remédios constitucionais.
Direito à VIDA
	É o mais fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos os demais direitos.
	Cabe ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção:
1ª) o direito de continuar vivo;
2ª) o de ter vida digna quanto à subsistência.
	A vida viável começa com a nidação, ou seja, com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide.
	O feto representa um ser individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde com os seus pais, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto está englobada pela vida da mãe.
	A Constituição protege a vida de forma geral, inclusive uterina.
Direito à LIBERDADE
Liberdade interna (livre arbítrio), liberdade subjetiva = querer
Liberdade externa (objetiva), liberdade de fazer, poder fazer tudo o quiser. Esta cabe ao Direito.
Conceito: consiste na possibilidade de coordenação consciente dos meios necessários à realização da felicidade pessoal. (José Afonso)
Liberdade x Democracia – liberdade de ação e legalidade, protegendo a autodeterminação, sujeita apenas às limitações legais.
	O Direito Constitucional positivo distingue em 5 (cinco) grandes grupos:
Liberdade às pessoa física
Liberdade de pensamento
Liberdade de expressão coletiva
Liberdade de ação profissional
Liberdade de conteúdo econômico e social.
Direito à IGUALDADE
	É um princípio constitucional através do qual todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei. O que se veda são as diferença arbitrárias, as discriminações absurdas. Somente se tendo por lesado o princípio quando o elemento discriminador não se encontre a serviço de uma finalidade acolhida pelo Direito.
	Cabe ao Estado assegurá-lo em sua dupla acepção:
1ª) não permitindo tratamento diferenciado, por parte dos poderes estatais, para pessoas que se encontrem em situações idênticas;

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