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Principais teorias do comércio internacional As principais teorias, em linhas bem gerais, que tratam das trocas internacionais são: Teoria mercantilista ou das vantagens unilaterais Segundo os mercantilistas, a quantidade de metais preciosos possuída por uma nação reflete sua riqueza. A atividade econômica comercial pode ser definida como um jogo de soma zero: um país ganha e o outro perde. A balança comercial deve ser sempre positiva, ou seja, quando as exportações aumentam, os países acumulam mais ouro. O valor relativo das mercadorias é função do conteúdo relativo de trabalho, e existe necessidade de regulamentação da atividade econômica pelos governos. Teorias clássicas ou dos benefícios recíprocos Teve início com a teoria das vantagens absolutas de Adam Smith. Este considerava que a especialização da produção, impulsionada pela divisão do trabalho na área internacional e pelas trocas efetuadas no mercado internacional, contribuía para o aumento do bem-estar das populações. Ele estudou as vantagens decorrentes das trocas internacionais para cada um dos países envolvidos e a correlação entre os preços de importação e exportação. Um exemplo: se dois países como Brasil e Inglaterra produzissem, respectivamente, minério de ferro e carvão mineral e trocassem um pelo outro. Nesse caso, se os recursos empregados na produção de carvão mineral no Brasil fossem canalizados para a produção de minério de ferro e ocorresse o inverso na Inglaterra, ambos os países poderiam ter vantagens econômicas, recorrendo à troca de seus produtos excedentes. Para Adam Smith, a referência é o local com características mais favoráveis à produção de determinada mercadoria, ou seja, cada país deveria se concentrar na produção somente das mercadorias para as quais tivesse mais aptidão. Já para David Ricardo (teoria das vantagens comparativas), a referência utilizada, além do local com características mais favoráveis à produção de determinada mercadoria, deveria levar em conta a garantia de uma balança comercial equilibrada entre os países, denotando uma preocupação com a continuidade da relação comercial. Dessa forma, cada país deveria se concentrar em mercadorias que apresentassem maior vantagem absoluta e menor desvantagem comparativa entre si. A corrente estruturalista Criticou as teorias clássicas com base no pressuposto de que os países usufruíam de vantagens bilaterais simétricas, diante de evidências de que os ganhos de comércio exterior não se dividiam igualmente entre os países industriais de alta renda (do centro) e os de baixa renda, exportadores de matérias-primas (da periferia). Ocorria uma deterioração das relações de troca evidenciadas em ganhos assimétricos de comércio exterior, ampliando as distâncias entre os países mais ricos (do centro) e os mais pobres (da periferia). Essas teorias foram desenvolvidas por Raul Prebish, Paul Singer e Celso Furtado. Esta corrente não se limitou à revisão teórica e propôs estratégias para os países afetados pela deterioração das relações de troca: os modelos de substituição de importações de forte conteúdo nacionalista, ancorado em medidas de forte conteúdo protecionista. Competitividade internacional entre países Mais recentemente, as abordagens teóricas centraram-se na competitividade internacional entre países. Michael Porter (1985) iniciou uma nova etapa no estudo teórico do comércio internacional, ao introduzir o conceito de vantagem competitiva em substituição ao conceito de vantagem comparativa. Segundo Porter, o único conceito que explica a competitividade das nações é o da produtividade nacional, que corresponde ao rendimento produzido por unidade de trabalho ou de capital. Nenhum país é competitivo em todos os setores, mas apenas em alguns que designa como clusters, no interior dos quais as empresas concorrem de forma global. Teorias baseadas em recursos e vantagens de recursos As mais novas teorias preconizam que a integração dos mercados não se coaduna com as hipóteses de concorrência perfeita que amparavam as teorias mais antigas. S. D. Hunt (2002) desenvolveu as teorias baseadas em recursos e vantagens de recursos. Esta teoria postula que as firmas diferenciam-se mais pela exclusividade de seus recursos que pelas características de sua estrutura.
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