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DIREITO CIVIL - Prescrição e Decadência

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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Os prazos de prescrição estão concentrados nos arts. 205 (prazo geral ou ordinário de 10 anos) e 206 (prazos especiais de um a cinco anos) do Código Civil. A decadência está prevista em outros dispositivos esparsos pela Codificação, podendo ser em dias, meses ou anos.
PRESCRIÇÃO
A prescrição consiste na perda da pretensão, em virtude da inércia do seu titular, no prazo previsto em lei.
Por pretensão, entenda-se o “poder de exigir de outrem coercitivamente o cumprimento de um dever jurídico, vale dizer, é o poder de exigir a submissão de um interesse subordinado (do devedor da prestação) a um interesse subordinante (do credor da prestação) amparado pelo ordenamento jurídico
Atinge a pretensão (exigibilidade), que significa a perda do direito de agir em juízo em busca de sua satisfação (art. 189, CC).
O Enunciado 14 do CFJ diz: “Art. 189: 1) o início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.”
É passível de interrupção, uma única vez, e neste caso despreza-se o tempo transcorrido e a contagem recomeça do início. Exemplos de atos capazes de ensejar a interrupção: notificação, protesto, ação judicial (a interrupção se dá com o despacho realizado por juiz, ainda que incompetente, determinando a citação). São ações que revelam o comportamento do credor em busca do seu crédito.
  Pode ocorrer impedimento ou suspensão da prescrição: no impedimento, a contagem sequer se inicia, enquanto que, na suspensão, suspende-se a contagem e, cessado o motivo, volta-se ao ponto em que havia parado.
Causas impeditivas e/ou suspensivas da prescrição: não corre contra os absolutamente incapazes (art. 3º, CC); entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela; contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios; contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra; pendendo condição suspensiva; não estando vencido o prazo; pendendo ação de evicção.
Cabe renúncia, desde que não prejudique terceiros e que já esteja consumada a prescrição. Pode ser tácita ,que é aquela que se presume de atos praticados pelo interessado, incompatíveis com a prescrição
  Não podem os prazos de prescrição ser alterados pelas partes.
 
 Pode ser alegada, por quem dela aproveite, em qualquer grau de jurisdição. Também pode ser reconhecida de ofício (nos termos do art. 219, § 5º do CPC, alterado pela Lei 11.280/06).
Esta possibilidade de reconhecimento de ofício da prescrição, por sua vez, não retira do devedor a possibilidade de renúncia, prevista no art. 191 do CC, a teor o enunciado nº 295 da IV Jornada de Direito Civil:
295 – Art. 191. A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia admitida no art. 191 do texto codificado.
Por isso, pensamos ser importante a abertura de prazo ao credor (para que, eventualmente, demonstre que prescrição não há) e ao devedor (para que, querendo, renuncie a esta defesa indireta de mérito), antes de o juiz se pronunciar.
Caso o devedor quede-se silente, poderá o juiz pronunciar de ofício a prescrição
  A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
A regra é de que a interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros, da mesma maneira em que a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. No entanto, quando se tratar de solidariedade, a regra passa a ser distinta: a interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros, assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
Começando a contar contra uma pessoa, continua a correr contra seu sucessor.
Prescrito o direito principal, está prescrito o direito acessório.
Prescrição extintiva ou prescrição propriamente dita: representa a perda do direito de ação pelo titular negligente, após o decurso de certo lapso temporal.
Prescrição aquisitiva: consiste na aquisição de um direito real pelo decurso de tempo, podendo ocorrer sobre coisas móveis ou imóveis. (Usucapião)
OBS: Além dos prazos gerais de prescrição previstos em nosso ordenamento temos os prazos especiais previstos no art. 2016, CC, que variam em um a cinco anos.
OBS: Ação para reparação civil no CC/02 tem o prazo prescricional de três anos (art. 206, § 3º, V, CC). No CDC, o prazo é maior, de cinco anos (art. 27, CDC).
DECADÊNCIA
Também chamada de caducidade, atinge o próprio direito.  Está relacionada com os direitos potestativos, que são aqueles que se exercem a partir da simples manifestação de vontade do titular, independentemente da vontade de terceiros (por isso não admitem violação). Revelam um poder de sujeição.
Assim, determinado prazo é considerado “decadencial”, quando nasce com o próprio direito potestativo, entendendo-se este como sendo “o poder jurídico conferido ao seu titular de interferir na esfera jurídica terceiro, sem que este nada possa fazer”.
E um importante ponto deve ser bem realçado: diferentemente dos prazos prescricionais, que sempre são legais, os decadenciais poderão derivar da lei ou da vontade das próprias partes.
Não se aplicam à decadência, salvo disposição legal em contrário, as normas sobre interrupção, suspensão e impedimento (art. 207, CC). O art. 208, CC já traz uma exceção, prevendo que a decadência será impedida ou suspensa contra absolutamente incapazes, tal qual a referência contida no art. 198, I, CC.
Há duas modalidades de decadência:
a)  Legal – é aquela que decorre de lei. Não pode ser renunciada pelas partes (art. 209, CC). Pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. Esta também pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
b)  Convencional – trata-se de instituto advindo de acordo entre as partes, a exemplo do prazo de garantia dado pelo fornecedor no direito consumerista (art. 18, § 2º,CDC). Esta pode ser renunciada pelas partes, aproximando-se da prescrição, podendo ser alegada em qualquer grau de jurisdição (art. 211). Não pode ser conhecida de ofício (art. 211, 2ª parte, CC).
Resumindo –
Prazos prescricionais à derivam sempre da lei à extinguem uma pretensão
Prazos decadenciais à derivam da lei ou da vontade das partes à extinguem um direito potestativo
A intenção dos dispositivos na parte de geral é traçar delineamentos genéricos para a prática de determinados atos e negócios jurídicos, os quais dependam de forma especial para respectiva prova. É uma espécie de teoria geral da forma dos atos e negócios jurídicos.

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