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APLICAÇÃO DA LEI PENAL

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DIREITO PENAL 
MATERIAL DIDÁTICO 
Mariocanel@hotmail.com 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Conceito 
de 
direito 
Penal 
Aspecto Formal: Direito Penal é o conjunto de normas que 
qualifica certos comportamentos humanos como infrações 
penais, define seus agentes e fixa as sanções a ser-lhes 
aplicadas. 
Enfoque sociológico: Direito Penal é mais um instrumento (ao 
lado dos outros ramos do Direito) do controle social de 
comportamentos desviados, visando assegurar a necessária 
disciplina social (Missão do Direito Penal). 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 Finalidades do Direito Penal – Conceito Sociológico 
 Teoria do Funcionalismo-Teleológico 
 Teoria do Funcionalismo-Sistêmico 
 
 Funcionalismo: trabalha com o conceito sociológico, ou seja, discute a 
missão do Direito Penal. 
 
 Para os Funcionalistas-teleológicos (ROXIN), a missão do Direito Penal 
é assegurar bens jurídicos, valendo-se das medidas de política 
criminal. 
 Já para os Funcionalistas-sistêmicos (JAKOBS), a missão do Direito 
Penal é somente resguardar a norma, assegurar o sistema, proteger o 
direito posto, atrelado aos fins da pena. 
 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
DIREITO PENAL OBJETIVO DIREITO PENAL SUBJETIVO 
CONJUNTO DE LEIS PENAIS VIGENTES 
NO PAÍS. 
DIREITO DE PUNIR DO ESTADO. 
• O Direito Penal Subjetivo é um monopólio estatal. 
O Direito Penal Subjetivo é condicionado por 3 limitações ou 
condicionantes: 
Temporal: Prescrição. 
Espacial: Princípio da Territorialidade (em regra só se aplica a lei 
penal brasileira no território brasileiro). 
Modal: princípio da dignidade da pessoa humana. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
O Direito Penal Subjetivo é um monopólio estatal. 
 Exceções 
 Estatuto do índio (Lei 6.001/73), art. 57: respeitando a 
dignidade da pessoa humana. 
 Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições 
próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não 
revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte. 
 Tribunal Penal Internacional: o Brasil abriu mão de parcela de sua 
soberania. 
 OBS: A legítima defesa e a ação penal de iniciativa privada não são 
exceções ao monopólio estatal ao direito de punir. 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há 
pena sem prévia cominação legal. 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
C
o
n
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u
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Concernente a aplicação da 
lei penal 
Legalidade ou Reserva Legal(Art. 5º XXXIX, 
CF; Art 1º CP) 
Anterioridade(Art. 5º XXXIX, CF; Art 1º CP) 
Retroatividade da Lei benéfica(Art. 5º XL 
da CF;Art 2º CP) 
Concernente a aplicação da 
Pena 
Personalidade ou Responsabilidade 
Penal(Art. 5º, XLV CF) 
Individualização da Pena(Art. 5º XLVI) 
Humanidade(Art.5º XLVII CF) 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 O artigo em questão estabelece o chamado princípio da legalidade, 
com correspondência integral no art. 1º do Código Penal Comum. 
 É o princípio da Reserva Legal, embasado na máxima de Feuerbach, 
Nullum Crimen, Nulla Poena, Sine Praevia Lege, originário da remota 
Magna Carta de 1215, imposta pelos 
barões ingleses ao rei João Sem Terra. 
 Previsão Constitucional 
 II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei; 
 O princípio da legalidade ou da reserva legal está prevista na carta 
Magna, art.5º, inc. XXXIX. 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 Fundamentos 
 Político 
 O poder punitivo não pode ser arbitrário. A exigência de vinculação do 
poder executivo e do judiciário às leis formuladas de forma abstrata 
 Democrático 
 Respeito a divisão dos poderes(separação de função). O 
parlamentarismo, representante do povo, deve ser o responsável pela 
criação das leis 
 Jurídico 
 Uma lei clara e previa, produz um importante efeito intimidativo. 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
LEGALIDADE RESERVA LEGAL 
Primeira Corrente SÃO SINONIMOS 
Segunda Corrente Lei sentido amplo(art. 59 CF) 
Lei em sentido Estrito 
(Lei Complementar) 
Terceira Corrente: 
Artigo 9 º da CADH: O principio da legalidade constitui uma real limitação ao 
poder estatal de interferir na esfera de liberdades individuais(anterioridade + 
reserva legal) 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 Regras fundamentais: 
 A da Reserva Legal (ou da Legalidade), visto que somente a lei, elaborada na forma 
que a Constituição permite, pode determinar o que é crime e indicar a pena cabível. Lei 
Federal, elaborada de acordo como processo legislativo discriminado a partir do art.59, 
e seguintes, da Constituição Federal. 
 A da anterioridade. Para que qualquer fato possa ser considerado crime, é 
indispensável que a vigência da lei que o define como tal seja anterior ao próprio fato, 
assim como a cominação da pena. 
 A Irretroatividade, pois, considerando-se serem as lei editadas para o futuro, as 
normas penais não podem volver ao passado, salvo se para beneficiar o agente 
(CF/88, art. 5º, XL) 
 A taxatividade, visto que as leis que definem os critérios devem ser precisas, marcando 
exatamente a conduta que objetivam punir, não se aceitando leis vagas ou imprecisas, 
nem o emprego, pelo juiz, da analogia ou interpretação extensiva para incriminar 
algum fato ou tornar mais severa sua punição. 
 
 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 Não há crime sem lei(estrito): 
1. Anterior(anterioridade) 
2. Certa(principio da taxatividade e principio da determinação) 
3. Escrita(evitar o costume e analogia incriminadoras) 
4. Necessária(intervenção mínima) 
 Corrente majoritária: Medida provisória não cria lei, pouco 
importando se é incriminadora ou não; 
 Resoluções do CNJ/CNMP/TSE: São atos não legislativos, com força 
normativa, mas não podem criar lei; 
 Lei delegada: não, por que atingem direitos individuais(art. 68 §1º, II 
da CF)/ 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 2) A Lei deve ser anterior aos fatos que busca incriminar 
 Princípio da anterioridade. 
 Busca evitar retroatividade maléfica. Retroatividade benéfica é legítima. 
 3) Lei escrita: 
 Busca evitar o costume incriminador (o costume interpretativo é bem-vindo). 
 4) Lei estrita: 
 Busca-se evitar a analogia incriminadora (não é evitar a analogia em geral). 
 5) Lei certa: 
 É a lei de fácil entendimento (princípio da taxatividade ou da determinação) 
 Art. 20 da lei 7170/83 (Crimes contra segurança nacional) – “ou atos de 
terrorismo” – fere o princípio da legalidade por ser incerta (princípio da 
taxatividade). 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
 6) Lei necessária: 
 É desdobramento lógico do princípio da intervenção mínima. 
 Art. 273 CP: 
 Caput – pune o falsificador (10 a 15 anos) 
 §1º - pune aquele que disponibiliza o medicamento (10 a 15 anos) 
 §1-A – traz uma cláusula de equiparação, pois equipara produtos 
terapêuticos e medicinais, dentre outros a cosméticos e saneantes 
(desde que tenham finalidade terapêutica ou medicinal). 
 §1º-B – pune aquele que disponibiliza produto não falsificado, mas 
irregular. 
 Não havia necessidade do direito penal atuar neste caso, bastava o direito 
administrativo. Fere o princípio da legalidade em seu aspecto danecessidade. 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
Garantismo 
Sem Lei Escrita Estrita Certa Necessária 
Poder Punitivo Garantia ao cidadão 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
C
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Im
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Concernente à 
Teoria do Crime 
Intervenção Mínima(ou subsidiariedade)-
Art. 1º, III; 3º I e IV; 4º, II; 5º, caput, CF 
Fragmentariedade(mesma 
base constitucional) 
Lesividade(ou ofensividade) 
Culpabilidade 
Taxatividade(conectado a legalidade) 
Proporcionalidade(Art. 5º, XLVI;2º ”a até e” CF 
Vedação da dupla punição pelo mesmo fato – Art. 5 §2º CF; 
C.A.D.H (Art. 8º, nº4) 
INTERVENÇÃO MÍNIMA 
Fa
to
 Humano 
Desejado 
Indesejado Crime 
Natureza 
Principio da 
intervenção Mínima a) Subsidiário 
b) Fragmentário 
INTERVENÇÃO MÍNIMA 
 O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, 
mantendo-se subsidiário e fragmentário. 
 O Direito Penal é seletivo e, dos fatos da natureza e humanos só tutela os 
últimos; e, dos fatos humanos desejados e indesejados, só tutela os 
últimos. 
 Aspectos da Intervenção Mínima 
 Subsidiariedade: o Direito Penal só intervém em abstrato quando 
ineficazes os demais ramos do Direito (Paulo José da Costa Júnior: o 
Direito Penal é a ultima ratio, ou seja, é a “derradeira trincheira no 
combate dos comportamentos humanos indesejados”. 
 Fragmentariedade: o Direito Penal para intervir no caso concreto 
exige relevante e intolerável perigo de lesão ao bem jurídico 
tutelado. Ex: princípio da insignificância. 
FRAGMENTARIEDADE 
Ilícito Penal 
Ilícito em geral 
Nem tudo que é 
ilícito no Direito é 
ilícito penal 
Tudo que é ilícito no 
Direito Penal é ilícito 
para os outros 
Direitos 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Insignificância ou da Criminalidade de Bagatela: 
 Origem: 
 Direito Romano, primeiramente no direito civil (“minimus non curat 
praetor” – os tribunais não se ocupam do que é mínimo). 
 No direito penal, ele foi incorporado na década de 70, pelo penalista 
alemão Claus Roxin. 
 Conceito: 
 Não há crime na conduta incapaz de lesar o bem jurídico. 
 Natureza Jurídica: 
 É causa de exclusão da tipicidade, já que formal, mas não existe 
tipicidade material (não atinge o patrimônio). 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Insignificância ou da Criminalidade de Bagatela: 
 Requisitos: 
 1) Objetivos: 
 a) M-ínima ofensividade da conduta do agente; 
 b) Ine-xpressivade da Lesão Jurídica provocada(igual ou inferior a 10% do 
salário mínimo). 
 2) Subjetivos: 
 a) R-eduzissimo grau de reprovabilidade do comportamento 
 b) N-en-huma Periculosidade social da ação 
 Importante: 
 O STJ decidiu recentemente que a circunstância favorável pode ser 
aplicada a réu reincidente, já que tipicidade não tem nenhuma relação 
com reincidência. 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Insignificância ou da Criminalidade de Bagatela: 
 Importante 2: 
 O STF entende que a circunstância favorável é aplicável a todos os crimes 
que sejam com ela compatíveis, e não apenas contra os crimes contra 
o patrimônio. Já o Ministério Público, seja ele federal ou estadual, é 
contrário a essa posição. 
 Importante 3: 
 Entendimento predominante no STF no sentido de que não há roubo nem 
crime com violência ou grave ameaça em que se aplique esse 
princípio. 
 Também não se aplica aos crimes da lei anti-drogas, salvo um único julgado 
em que o STF concedeu tal princípio por haver envolvimento de um 
militar. 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Adequação Social da Ação 
 Welzel foi o primeiro penalista a perceber a impossibilidade de se considerar 
como delituosa uma conduta aceita ou tolerada pela sociedade, mesmo que se 
enquadre em uma descrição típica. Logo, se um comportamento, em 
determinadas circunstâncias, não recebe juízo de reprovação social, não pode 
constituir um crime. Surgiu, então, o Princípio da Adequação Social. Como 
observa Mir Puig, "não se pode castigar aquilo que a sociedade considera 
correto". 
 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Adequação Social da Ação 
 O tipo penal não pode alcançar condutas lícitas, que se realizam dentro de uma 
esfera da normalidade social. 
 Um exemplo de condutas formalmente típicas que, no entanto, tem a tipicidade 
excluída devido à Adequação Social, seria a circuncisão, realizada na religião judaica. 
Outro exemplo seriam as lesões corporais causadas em partidas de futebol. 
 São ações destituídas de tipicidade material, pois são coletivamente permitidas. 
 É importante ressaltar que, todavia, a sociedade deve tolerar tais condutas, 
portanto, este princípio não abarca ações excessivas, que enquadrem-se fora dos 
limites da normalidade. 
 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
TIPICIDADE 
FORMAL 
(AJUSTE) 
CONGLOBANTE 
MATERIAL 
PRINCIPIO DA 
INSIGNIFICANCIA 
PRINCIPIO DA 
ADEQUAÇÃO 
SOCIAL 
ATOS 
ANTINORMATIVOS 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Princípio da Culpabilidade 
 O castigo pressupõe: agente capaz, com potencial consciência da ilicitude, 
sendo dele exigível conduta diversa (nullum crimen sine culpa), significa que 
ninguém será penalmente punido se não houver agido por dolo ou culpa; 
 Principio da Taxatividade 
 As condutas típicas não podem deixar dúvidas em relação ao seu cumprimento, por 
parte do destinatário da norma; 
 Principio da Proporcionalidade 
 Significa dizer que as penas devem ser harmônicas com a gravidade da infração penal 
cometida, não cabendo o exagero, nem tão pouco a extrema liberalidade; 
 Principio da Dupla punição pelo mesmo fato(ne bis in idem): 
 Ninguém deve ser processado, punido e executado duas vezes pelo mesmo fato 
 
 
 
PRINCIPIOS DO DIREITO PENAL 
 Notas Relevantes: 
 O principio da Dignidade da Pessoa Humana é um principio geral 
do Direito, próprio do Estado Democrático de Direito, não se 
tratando portanto, de principio penal exclusivo e especifico 
 Lesividade ou ofensividade: é decorrência lógica e natural do 
principio da intervenção mínima; 
 Princípios da Adequação social e da insignificância: são 
considerados supralegais de tipicidade e constituem reflexos 
positivos da aplicação do principio da intervenção mínima; 
LEI PENAL 
LEI PENAL 
 Preceito Primário (Conduta) e Preceito Secundário (Pena) 
 
 Estrutura 
Preceito Primário 
Matar Alguém (descrição da 
conduta) 
Preceito 
Secundário 
Pena: Reclusão de 6 a 20 
anos(pena cominada em 
abstrato 
 Teoria da Norma de Karl Binding 
 
 
Teoria da Norma 
Norma penal: cria o 
ilicito 
A conduta criminosa viola a 
norma, mas não a lei, pois o 
agente realiza exatamente o 
que esta descreve 
Lei Penal: Cria o delito 
LEI PENAL 
 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS 
 a) Normas penais incriminadoras – São aquelas que definem infração e 
estabelecem a pena correlata. 
 b) Normas penais não incriminadoras 
 Permissivas. Prescrevem causas de exclusão da ilicitude do fato. É o caso 
da legítima defesa e do estado de necessidade. E.: arts. 24 e 25 do CP. 
 Explicativas. Esclarecem o significado de outras normas. Ex.: art. 327 
(esclarece quem pode ser considerado funcionário público para o fim de 
aplicação da lei pena). Ex2.: 150, § 4°, do Código Penal (esclarece o 
significado da expressão “casa” para efeito de caracterizar o crime de 
violação de domicílio) 
Complementares. São as que fornecem princípios gerais para a aplicação 
da lei penal, tal como a existente no art. 59 do Código Penal. 
 
 
 
LEI PENAL 
 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS PENAIS 
 C) Normas penais Perfeitas– São aquelas que 
apresentam todos os elementos da conduta 
incriminadora(Art. 157, caput) 
 d) Normas penais imperfeitas: São aquelas que 
reservam a complementação da definição da conduta 
criminosa a uma outra lei, a um ato administrativo ou 
ao julgador. São as leis penal em branco e os tipos 
penais abertos; 
LEI PENAL 
 CARACTERÍSTICAS DAS NORMAS PENAIS 
a) Exclusividade - somente a lei penal pode definir crimes e cominar 
sanções. 
b) Anterioridade – deve ser anterior ao fato delitivo. 
c) Imperatividade – o seu descumprimento acarreta a imposição da 
pena. 
d) Generalidade – destina-se a todos. 
e) Impessoalidade – não se refere a pessoas determinadas. 
LEI PENAL 
 NORMAS PENAIS EM BRANCO (CEGAS OU ABERTAS) 
 As normas penais em branco são aquelas de conteúdo incompleto, vago, 
exigindo complementação por outra norma jurídica. 
 Rogério Greco as conceitua como “aquelas em que há uma necessidade de 
complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação de 
seu preceito primário. Quer isto significar que, embora haja uma descrição da 
conduta proibida, essa descrição requer, obrigatoriamente, um complemento 
extraído de um outro diploma -leis, decretos, regulamentos etc. - para que 
possam, efetivamente, ser entendidos os limites da proibição ou imposição 
feitos pela lei penal, uma vez que, sem esse complemento, torna-se 
impossível a sua aplicação.” 
 Atenção !!!! Apesar do conteúdo não ser completo, os elementos do tipo 
devem descrever a conduta criminosa de forma exata. 
LEI PENAL 
 NORMAS PENAIS EM BRANCO (CEGAS OU ABERTAS) 
 Espécies: 
 a) Normas penais em branco em sentido lato ou homogêneas. Ex: art. 237 do CP 
(“Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade 
absoluta”). É aquela cujo conteúdo deve ser complementado por normas de categoria 
hierárquica idêntica a da norma penal. 
 b) Normas penais em branco em sentido estrito ou heterogêneas. Ex: art. 33 da Lei N.º 
11.343/2006 (“Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à 
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, 
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar). É aquela cujo complemento pode ser 
uma norma de categoria diversa da norma penal, na hierarquia do ordenamento 
jurídico”) 
 C) Normas penais em branco inversa ou ao avesso: O preceito penal é completo mas o 
secundário precisa de complementação. Nesse caso, obrigatoriamente deverá ser uma 
lei, sob pena de violação do principio da reserva legal. Art. 1º e 2º da lei 2.889/56 
(genocídio) 
LEI PENAL 
 ANALOGIA 
 Conceito. Aplica-se a analogia sempre em casos de lacuna da lei, isto é, sempre que se 
verifica uma situação concreta que não está prevista na norma penal. Utiliza-se uma 
norma penal de um caso semelhante em um caso que não está previsto na lei. Trata-
se, portanto, de uma forma de auto-integração da norma, consistente em aplicar a 
uma hipótese não prevista em lei a disposição legal relativa a um caso semelhante. Por 
meio desta, mesmo que em determinado caso não haja norma expressa regulando-o, o 
juiz não pode eximir-se de julgá-lo, embora ocorra uma lacuna na lei. 
 
 A questão consiste em saber se o Direito Penal admite a aplicação de analogia. No 
sistema penal, não cabe a aplicação de analogia em relação às normas penais 
incriminadoras, em razão do princípio da reserva legal. Assim, tudo aquilo que não for 
expressamente proibido é permitido em Direito Penal. As condutas que o legislador 
deseja proibir devem vir descritas de forma clara e precisa, de modo que o agente as 
conheça e as entenda sem maiores dificuldades. 
 
LEI PENAL 
 ANALOGIA 
 Atenção !!!!!!!! Cuidado !!!!!!!!! Somente se admite analogia in bonam partem. “A aplicação da 
analogia in bonam partem, além de ser perfeitamente viável, é muitas vezes necessária para que ao 
interpretarmos a lei penal não cheguemos a soluções absurdas. Se a analogia in malam partem, já 
deixamos entrever, é aquela que, de alguma maneira, prejudica o agente, a chamada analogia in 
bonam partem, ao contrário, é aquela que lhe é benéfica. Vamos raciocinar com a seguinte 
hipótese: suponhamos que uma mulher seja vítima de um atentado violento ao pudor e, em virtude 
disso, venha a engravidar. O art. 128, II, do Código Penal permite o chamado aborto sentimental 
quando "a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal". Como se percebe da leitura do inciso II do art. 128, o 
legislador permite que a gestante, em caso de estupro, possa realizar o aborto. E se a gravidez for 
resultante de atentado violento ao pudor? Em que pese a ausência de previsão expressa nesse 
sentido, entendemos que o mesmo motivo que levou o legislador a permitir o aborto quando a 
gravidez é resultante de estupro aplica-se quando a gravidez se dever ao fato de ter sido a mulher 
vítima de atentado violento ao pudor. Assim, não havendo previsão expressa para a permissão do 
aborto em caso de atentado violento ao pudor, mas existindo outra norma que regule hipótese 
muito parecida com aquela, devemos nos socorrer da analogia in bonam partem para que 
possamos tratar situações iguais, ou pelo menos muito parecidas, de forma igual, não permitindo 
que a falha do legislador nos leve a soluções absurdas e desiguais.” 
LEI PENAL NO TEMPO 
TEMPO DO CRIME 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no 
momento(TEMPO) da ação ou omissão, ainda que outro 
seja o momento do resultado; 
 Teoria da atividade: considera-se praticado o crime no 
momento da conduta. 
 Teoria do resultado: considera-se praticado o crime no 
momento do resultado. 
 Teoria mista ou da ubiquidade: considera-se praticado 
o crime no momento da conduta ou do resultado. 
 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória (Abolitio criminis) 
 Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer 
modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado.(Retroatividade 
da lei penal mais benéfica) 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
 Quando há uma efetiva sucessão de leis penais, surge o conflito de leis 
penais no tempo. Como decorrência do princípio da legalidade, aplica-
se, em regra, a lei vigente ao tempo da realização do fato criminoso 
(tempus regit actum). 
 Contudo, esta mesma regra (da irretroatividade) cede diante de alguns 
casos, exceções fundamentadas em razões político-sociais. 
 Situações: 
 1) Quando da realização do fato não há lei – em momento posterior lei 
“A” incrimina o fato: a lei “A” é irretroativa (art. 1º CP) 
 Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. 
LEI PENAL NO TEMPO 
 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
 2) Quando da realização do fato existia a lei “A” com condenação 
de 2 a 4 anos – em momento posterior surge a lei “B” 
aumentando a pena para de 3 a 8 anos: a lei “B” é irretroativa 
(art. 1º CP). 
 3) quando da realização do fato existia a lei “A” com pena de 2 a 4 
anos – em momento posterior a lei “A” é abolida (art. 2º CP). 
 4) quando da realização do fato existia a lei “A” com pena de 2 a4 anos – em momento posterior surge a lei “B” com pena de 1 a 2 
anos: a lei “B” retroage (art. 2º, parágrafo único do CP) 
LEI PENAL NO TEMPO 
 SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
REALIZAÇÃO DO FATO MOMENTO POSTERIOR 
Não há lei 
Lei “A” incriminadora 
(art. 1º do CP) 
Lei “A”: pena de 2 a 4 anos. 
Lei “B”: pena de 3 a 8 anos. 
Irretroativa 
(art. 1º do CP) 
Lei “A”: pena de 2 a 4 anos. 
Lei “A” é abolida. 
A lei abolicionista é retroativa. 
(art. 2º do CP) 
Lei “A”: pena de 2 a 4 anos. 
Lei “B”: pena de 1 a 2 anos. 
A lei “B” é retroativa. 
(art. 2º, parágrafo único do CP) 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 Conceito 
 É hipótese de supressão da figura criminosa: adultério, sedução e o rapto 
consensual) 
 Ex: A lei 11.106/05, deixou de considerar crime: adultério, 
 Natureza jurídica: 
 1ª corrente: é causa extintiva da tipicidade e como consequência da punibilidade. 
 2ª corrente: ela é causa extintiva da punibilidade (adotada pelo CP – art. 107, III) 
 
 Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
 III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
 Há doutrina que critica esta posição do CP, pois quando ocorre a abolitio criminis 
o crime deixa de existir e não apenas a sua punibilidade (Flávio Monteiro de 
Barros e Aníbal Bruno). 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 Alcance 
 Não subsistem nem a execução da pena aplicada, com transito em julgado, que é 
efeito principal, nem tão pouco os efeitos penais secundários(reincidência, maus 
antecedentes, nome no rol dos culpados) 
 Lei Penal em vacatio legis 
 Período de tempo em que a sociedade toma conhecimento de uma lei 
e a sua entrada em vigor 
 1ª corrente: não, pois lei na vacatio legis não tem eficácia jurídica ou 
social (prevalece no Brasil). 
 2ª corrente: pode, pois considerando a finalidade da vacatio legis, é 
possível aplicar a lei ainda não vigente àqueles que demonstrarem 
conhecê-la. 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 Lei abolicionista não respeita a coisa julgada (art. 2º CP) 
 
 OBS: A expressão “...cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória” do art. 2º do CP foi recepcionada pela CF/88 (art. 5º XXXVI)? 
 
 XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada; 
 
 O art. 2º do CP foi recepcionado pela CF, não infringindo o art. 5º, XXXVI, pois o 
mandamento constitucional tutela a garantia individual do cidadão e não o direito de 
punir do estado (pode ser usado para beneficiar o cidadão, mas não prejudicar o 
cidadão). 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 É possível combinação de leis? 
Tempo do crime Tempo da sentença 
Lei A Lei B 
Pena: 2 a 4 anos Pena: 3 a 8 anos 
Multa: 10 a 30 dias-multa Multa: 10 a 20 dias-multa 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 É possível combinação de leis? 
 1ª corrente: não pode combinar leis, pois assim agindo o juiz estará 
legislando, criando uma terceira lei (lex tertia) – Nelson Hungria. 
 Prevalece na doutrina clássica, no STF e no STJ. 
 2ª corrente: pode. Se o juiz pode o mais (ignorar uma lei no todo), ele pode o 
menos (ignorar uma lei em parte). 
 Prevalece na doutrina moderna. 
 3ª corrente: o juiz não pode combinar devendo o réu escolher a lei a ser 
aplicada. 
 Há um julgado no STJ. 
 OBS: O STF e o STJ estão abandonando a 1ª corrente e estão migrando para a 
2ª corrente (combinação de leis). 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 Casos de combinação de leis 
 lei 6.368/76 lei 8.072/90 
Art. 14: associação para o tráfico. Pena: 3 a 10 
anos 
Art. 288 CP: Quadrilha ou bando quando visar 
tráfico. 
Pena: 3 a 6 anos 
 O STF determinou que fosse aplicada a pena da segunda lei para casos de associação para 
o tráfico. 
lei 6.368/76 lei 11.343/06 
Traficante: pena de 3 a 15 anos. Traficante: pena de 5 a 15 anos. 
Redução de 1/6 a 2/3. 
 O STF e STJ, admitindo a combinação de leis, combinaram a pena da 6.368 com a redução 
de pena da 11.343. 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 E se o crime é praticado em continuidade delitiva? 
 Conceito de Continuidade delitiva – é a reiteração de crimes no mesmo: 
 Contexto temporal 
 Contexto espacial 
 Modus operandi (maneira de execução) 
 Neste caso, para o art. 71 do CP há um único crime (ficção jurídica). Ex: 5 furtos, 
nas mesmas circunstâncias de tempo, local e execução. 
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de 
execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação 
do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se 
diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 
 
 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 E se o crime é praticado em continuidade delitiva? 
 1ª corrente: aplica-se a lei mais benéfica (in dúbio pro réu); 
 2ª corrente: se o crime é único, considera-se praticado tanto no 
primeiro quanto no último momento. Assim, deve-se aplicar sempre a 
última lei, a lei vigente na cessação da continuidade, ainda que mais 
gravosa (prevalece no Brasil) 
 
 Súmula 711 (STF): A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME 
CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É 
ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU DA PERMANÊNCIA. 
LEI PENAL NO TEMPO 
 Abilitio Criminis 
 E se o crime praticado é permanente? 
 Conceito de crime permanente– existe quando a consumação se prolonga no 
tempo, dependente da ação ou omissão do sujeito ativo. 
 Contexto temporal diferente 
 Modus operandi (maneira de execução) 
 Neste caso, para o art. 71 do CP há um único crime (ficção jurídica). Ex: Sequestro, 
nas mesmas circunstâncias de execução e tempo. 
 Conflito de leis penais no tempo: cuidando-se de crime permanente - qual o delito militar de 
deserção - aplica-se- lhe a lei vigente ao tempo em que cessou a permanência, ainda que mais 
severa que a anterior, vigente ao tempo do seu início. II. Suspensão condicional do processo, 
tornada inaplicável no âmbito da Justiça Militar (L.9.839/99): sua aplicação ao processo por 
deserção, quando só na vigência da lei nova cessou a permanência do crime, pela apresentação 
ou a captura do Militar desertor(HC 80.540-AM) 
 
 
Qual a diferença da abolitio criminis e do 
princípio da continuidade normativo típica? 
 Abolitio criminis 
 Há uma revogação formal e uma revogação do conteúdo criminoso 
(supressão da figura criminosa); 
 A intenção do legislador é não mais considerar o fato como criminoso. 
 Ex. os art. 217 e 240 (sedução e adultério) foram abolidos e seu 
conteúdo não está em mais nenhum tipo penal. 
 Princípio da continuidade normativo típica 
 Há uma revogação formal, porém mantendo criminoso o conteúdo. É 
hipótese de permanência do conteúdo normativo como típico. 
 A intenção do legislador é manter o caráter criminoso do fato (só altera a 
“roupagem”). 
 Ex: O Atentado violento ao Pudor(Art. 214 do CP), deixou de ser 
autônomo e passou para o crime de Estupro(Art. com a lei 12015/09 
Qual a diferença da abolitio criminis e do 
princípio da continuidade normativo típica? 
 Princípio da continuidade normativo típica 
 Estupro (Vai cair na prova - Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro 
ato libidinoso: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 § 1o Se da conduta resulta lesão corporalde natureza grave ou se a 
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 § 2o Se da conduta resulta morte: 
 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
 É a possibilidade de aplicação de uma lei a fatos ocorridos fora do 
âmbito de sua o vigência(mobilidade da lei penal no tempo, em favor 
do réu, somente é viável entre a data do fato e a extinção da 
punibilidade) 
EXTRATIVIDADE 
DA LEI PENAL 
Retroatividade 
Do ponto de vista do fato, leis novas, surgidas 
após a prática do crime, retroagem no tempo, 
como se vigorassem à época da infração penal 
para aplicação 
Ultratividade 
Do ponto da sentença, leis já revogadas, que 
vigoram a data do delito, são ressuscitadas 
para aplicação em favor do acusado 
EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
Enfocando a data do fato criminoso 
Fato Lei 2 Sentença 
Extinção da 
punibilidade 
Lei 1: Se esta for mais 
favorável, aplica-se a regra 
geral do (tempus regit 
actum) 
Se esta for mais favorável, 
aplica-se a retroatividade 
benéfica 
Cumprimento da pena ou 
outra causa qualquer. 
Enfocando a data da sentença 
Fato Sentença 
Extinção da 
punibilidade 
Lei 1: Se esta for mais 
favorável, aplica-se a 
ultratividade benéfica 
Lei 2: Se esta for mais favorável, 
aplica-se a regra geral do (tempus 
regit actum) 
EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
Leis Penais Beneficas Intermediárias 
(Entre o fato e a sentença) 
Fato Lei 2 Sentença 
Extinção da 
punibilidade 
LEI 1 
Se esta for mais favorável, 
DEVE Retroagir a data do fato 
ou sob o ângulo da sentença, 
será considerada ULTRATIVA. 
LEI 3 
 Depois do trânsito em julgado quem aplica a lei mais benéfica? 
 Prova objetiva: juiz da execução 
 Prova discursiva: depende. 
 Se for caso de aplicação meramente matemática: juiz da execução 
(súmula 611 STF) 
 Ex. diminuição de pena em razão da idade do agente. 
 Súmula 611 (STF): TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, 
COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENIGNA. 
 Se a redução conduzir a juízo de valor: revisão criminal 
 Ex. diminuição pena em razão do pequeno prejuízo para a vítima. 
 
EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
 Lei temporária(sentido estrito): 
 Tem prefixado o tempo de vigência(duração) 
 Lei “X”: 01.01.2010 01.01.2011 
 (Vigência da lei) ultratividade 
 Lei excepcional(sentido amplo) 
 Situação de emergência (guerra, calamidade, epidemia, etc.), perdurando 
durante todo período excepcional 
 Lei “X”: 01.01.2010 
 (Vigência da lei) ultratividade 
 O art. 3º do CP foi recepcionado pela CF/88 (art. 5º, XL)? 
 CP, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de 
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao 
fato praticado durante sua vigência. 
 CF/88, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 1ª corrente: Para Zafaroni e Maurício Antônio Ribeiro Lopes, o art. 3º do 
CP não foi recepcionado pelo art. 5º, XL da CF, pois a lei maior não traz 
qualquer exceção autorizando ultra-atividade maléfica. 
 2ª corrente: a lei nova não revoga a anterior, pois não trata exatamente 
da mesma matéria, do mesmo fato típico. Não há, portanto, conflito de 
leis penais no tempo. Por isso é que o art. 3º do CP foi recepcionado pela 
CF/88 (corrente adotada pela maioria, entre eles LFG). 
 
 A alteração do complemento de uma norma penal em branco retroage 
ou não retroage? 
 Quando o complemento da norma penal em branco também for lei, 
a sua alteração benéfica sempre retroagirá. 
 Contudo, quando o seu complemento for norma infralegal, o 
decisivo é saber se a alteração da norma extrapenal (ex. portaria) 
implica, ou não, supressão do caráter ilícito do fato. 
 Se implicar supressão do caráter ilícito (ex. retirada de uma 
substancia da portaria da DIMED) retroage; se implicar mera 
atualização (ex. tabela de preços imposta pelo governo) não 
retroage. Francisco de Assis Toledo 
 Normas Penais em Branco 
 São normas cujo preceito primário é indeterminado quanto ao seu 
conteúdo, porém, determinável, além de ter preceito sancionador 
determinado: 
IMPROPRIAS PROPRIAS 
Derivam de fontes formais 
homogêneas(derivam de leis e do mesmo 
órgão legislativo), não penais; 
Derivam de fontes formais heterogêneas 
(derivam de órgão legislativo diverso), 
não penais; 
Impedimentos do Art. 237 (casar 
conhecendo tais impedimentos), são 
achados no Código Civil que também é lei; 
Crime contra a economia popular, 
referente a transgressão de tabela de 
preço, que é regulamentada por ato do 
Poder Executivo, através de 
regulamento(caráter temporário, art. 3º). 
 QUADRO ESQUEMÁTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A sentença condenatória, com a abolitio criminis deixa de ser título 
executivo judicial? 
 Desaparecem apenas os efeitos penais da condenação, os efeitos 
extrapenais (civis, administrativos) da condenação são mantidos. 
 Ex: perda de cargo, responsabilidade civil. 
 
Norma Penal em Branco – Complemento Normativo 
Complementos 
Lei (Homogênea) 
 Se o complemento for mais benéfico, 
retroage (sempre). 
Diferente de lei (Heterogênea) 
 Ex: portaria. 
 Se o complemento apenas atualizar, 
não retroage. 
 Se o complemento for 
descriminalizante, retroage. 
LUGAR DO CRIME 
 Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado 
 Teoria da atividade: considera-se local do delito aquele 
onde foi praticada a conduta(atos executórios) 
 Teoria do resultado: Local do crime é aquele onde 
ocorreu o resultado(consumação) 
 Teoria mista ou da ubiquidade: é o local do crime, tanto 
onde houve a conduta, quanto o local onde se deu o 
resultado 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 Conflito entre o Art. 6º do CP(Mista) e o Art. 70 do CPP(Resultado) 
 Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar 
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no 
Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado 
fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora 
parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3o Quando incerto 
o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por 
ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 Conflito entre o Art. 6º do CP(Mista) e o Art. 70 do CPP(Resultado) 
 Considerações 
 Art. 6º aplica-se, exclusivamente, ao denominado direito penal 
internacional, ou seja, aos crimes que tiver iniciado no Brasil e terminado 
fora dele, e vice-versa (é o denominado crime à distancia); 
 Art. 70 será aplicado aos crimes cometidos em território nacional, ou 
seja, aqueles crimes, porém, com diversidade de locais(é o denominado 
crime plurilocal) 
 STJ: É Competente para processar e julgar a ação o juízo e o lugar em que se 
consumar a infração (CC 43.287/PA) 
 
 
LUGAR DO CRIME 
 Crime Permanente oucrime continuado 
 
 Art. 71 CPP. Tratando-se de infração continuada ou permanente, 
praticada em território de duas ou mais jurisdições, a 
competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
PASSSAGEM INOCENTE 
• OBS: Se no Brasil só ocorre mero planejamento ou meros atos preparatórios 
não se configura o lugar do crime. Assim, para configurar-se local do crime é 
necessário que tenha havido o início da execução. 
• OBS: Nelson Hungria fala que basta a execução do crime pincelar no território 
brasileiro que será aplicada a lei brasileira. (esta visão é excetuada pela 
“Passagem Inocente”. 
• Hoje é amplamente aplicada a chamada “passagem inocente”: quando o 
navio passa pelo território nacional apenas como passagem necessária para 
chegar ao seu destino (no nosso território não atracará) não se aplica a lei 
brasileira. 
• A passagem inocente está prevista na Convenção de Direito do Mar 
(Montego Bay, 1982), nos arts. 17 a 28, e só se refere a navios. Mas a 
doutrina a estende a aeronaves, pois não vê razão para tratar desigualmente 
situações iguais. 
PASSAGEM INOCENTE 
•ARTIGO 27 
• Jurisdição penal a bordo de navio estrangeiro 
•1. A jurisdição penal do Estado costeiro não será exercida a bordo de navio estrangeiro que passe pelo 
mar territorial com o fim de deter qualquer pessoa ou de realizar qualquer investigação, com relação à 
infração criminal cometida a bordo desse navio durante a sua passagem, salvo nos seguintes casos: 
• a) se a infração criminal tiver consequências para o Estado costeiro; 
• b) se a infração criminal for de tal natureza que possa perturbar a paz do país ou a ordem no 
mar territorial; 
• c) se a assistência das autoridades locais tiver sido solicitada pelo capitão do navio ou pelo 
representante diplomático ou funcionário consular do Estado de bandeira; ou 
• d) se essas medidas forem necessárias para a repressão do tráfico ilícito de estupefacientes ou 
de substâncias psicotrópicas. 
• (...) 
•5. Salvo em caso de aplicação das disposições da Parte XII ou de infração às leis e regulamentos adotados 
de conformidade com a Parte V’ o Estado costeiro não poderá tomar qualquer medida a bordo de um 
navio estrangeiro que passe pelo seu mar territorial, para a detenção de uma pessoa ou para proceder a 
investigações relacionadas com qualquer infração de caráter penal que tenha sido cometida antes do 
navio ter entrado no seu mar territorial, se esse navio, procedente de um porto estrangeiro, se encontrar 
só de passagem pelo mar territorial sem entrar nas águas interiores. 
 Conceito: Aplicação das leis brasileiras aos delitos cometidos dentro do território nacional, decorre 
da soberania. 
 Princípios que regem a aplicação da lei énal no espaço: 
 1) Princípio da territorialidade: aplica-se a lei penal do local do crime (não importando a 
nacionalidade dos sujeitos ou do bem jurídico). 
 2) Princípio da nacionalidade ativa: aplica-se a lei da nacionalidade do sujeito ativo (não 
importando nacionalidade da vítima ou do bem jurídico ou local do crime). 
 3) Princípio da nacionalidade passiva: aplica-se a lei da nacionalidade do agente somente quando 
atingir vítima ou bem jurídico da mesma nacionalidade, ou seja, concidadão (não importando o local 
do crime). 
 4) Princípio da defesa ou real: aplica-se a lei da nacionalidade da vítima ou do bem jurídico (não 
importando a nacionalidade do agente ou local do crime). 
 5) Princípio da justiça penal internacional: o agente fica sujeito à lei do país onde for encontrado 
(não importando a nacionalidade dos sujeitos ou local do crime). 
 6) Princípio da representação (da subsidiariedade ou da bandeira): a lei penal nacional aplica-se 
aos crimes praticados em aeronaves e embarcações privadas, quando no estrangeiro e aí não sejam 
julgados. 
 
 
 
TERRITORIALIDADE 
TERRITORIALIDADE 
 O Brasil adotou, como regra, o princípio da 
territorialidade temperada pela 
intraterritorialidade (art. 5 CP). 
TERRITORIALIDADE 
TERRITORIALIDADE EXTRATERRITORIALIDADE INTRATERRITORALIDAE 
 Fato ocorre no 
Brasil 
 Lei aplicável: 
brasileira 
 Art. 5º do CP 
 Fato ocorre no 
estrangeiro 
 Lei aplicável: 
brasileira 
 Art. 7º do CP 
 Fato ocorre no 
Brasil 
 Lei aplicável: 
estrangeira 
 Ex: Imunidade 
Diplomática, 
TPI 
TERRITORIALIDADE 
REGRA: Territorialidade 
Aplica-se a lei brasileira ao 
crime cometido no território 
nacional(Art. 5º caput do CP) 
EXCEÇÕES 
 Imunidades diplomática e consular: 
Art. 5º caput do CP (convenções 
tratados e regras de Direito 
Internacional) 
 Imunidades Parlamentares: Art. 53 
caput e § 3º da CF 
 Extraterritorialidade: é a aplicação da 
lei brasileira ao crime cometido no 
exterior: Art. 7º do CP 
VALIDADE DA LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
 A lei penal se aplica a todos, nacionais ou estrangeiros, por igual, não existindo 
privilégios pessoais (art. 5º, CRFB/88). Há, no entanto, pessoas que em virtude das 
suas funções ou em razão de regras internacionais gozam de imunidades. Longe de 
uma garantia pessoal, trata-se de necessária prerrogativa funcional, proteção ao 
cargo ou função desempenhada pelo seu titular. 
PRIVILÉGIO PRERROGATIVA 
 Exceção da lei comum deduzida da situação 
de superioridade das pessoas que a 
desfrutam. 
 Conjunto de precauções que rodeiam a 
função e que servem para o exercício desta. 
 É subjetivo e anterior à lei.  É objetiva e deriva da lei. 
 Tem uma essência pessoal.  Anexo à qualidade do órgão. 
 
 É poder frente à lei.  É conduto para que a lei se cumpra. 
 Aristocracia das ordens sociais. 
 
 Aristocracia das instituições 
governamentais. 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
 São imunidades de direito público internacional de que gozam: 
 Os Chefes de Governo ou de Estado estrangeiro, sua família e membros de 
sua comitiva; 
 Embaixador e sua família; 
 Funcionários do corpo diplomático e sua família; 
 Funcionários das organizações internacionais quando em serviço. 
 *Estes personagens desfrutam de imunidade absoluta. Não importa o crime. 
Comum ou não desfrutam de imunidade. 
 *Agente consular tem imunidade diplomática, mas limitada aos crimes 
propter oficium (em razão da função), pois exerce apenas atividades 
administrativas. 
 Natureza jurídica: 
 1ª corrente: causa pessoal de isenção de pena 
 Corrente majoritária. 
 2ª corrente: causa impeditiva da punibilidade 
 Corrente minoritária (ex: LFG). 
 Aplicação prática: 
 O diplomata deve obediência à lei brasileira (generalidade). Porém se ele a 
desobedecer não sofrerá as consequências jurídicas da lei do Brasil, sofrendo as 
consequências jurídicas da lei de seu país de origem. 
 *O diplomata pode renunciar a imunidade? 
 O diplomata não pode renunciar a imunidade (pois a prerrogativa da imunidade é do 
cargo). Porém o país de origem pode renunciar a imunidade dele, devendo a retirada 
ser sempre expressa. 
 Ex: diplomata escandinavo bêbado que atropelou uma pessoa nos EUA. 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
 OBS: A imunidade diplomática não impede a 
investigação policial, principalmente para 
preservar flagrante, para preservar a 
materialidade do delito. 
 OBS: Embaixada não é extensão do território 
que representa, mas é inviolável. 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
 a) Material 
 Sinônimos: 
 Absoluta 
 Real 
 Substancial 
 Inviolabilidade 
 Indenidade (Zaffaroni) 
 b) Formal (ou relativa) 
 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
 1 – Imunidade Parlamentar Absoluta (art. 53 da CRFB/88) 
 Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos. 
 Às inviolabilidades civil e penal, o STF acrescentou 2 novas imunidades: 
 Administrativa Política 
 1.1. Natureza jurídica: 
 1ª corrente (Pontes de Miranda) – causa excludente do crime; 
 2ª corrente (Basileu Garcia) – causa que se opõe à formação do crime; 
 3ª corrente (Aníbal Bruno) – causa pessoal de exclusão de pena; 
 4ª corrente (Magalhães Noronha) – causa de irresponsabilidade; 
 5ª corrente (Frederico Marques) – causa de incapacidade pessoal penal por razões 
políticas; 
 6ª corrente (STF) – atipicidade. 
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA 
 1 – Imunidade Parlamentar Absoluta (art. 53 da CRFB/88) 
 Consequência jurídica: para o STF, como o fato não é típico, esta imunidade 
parlamentar absoluta se estende aos co-autores e partícipes. 
 OBS: A súmula 245 não foi cancelada. Apenas não mais à imunidade absoluta, 
somente se aplicando à imunidade relativa. 
 Súmula 245 do STF: A IMUNIDADE PARLAMENTAR NÃO SE ESTENDE AO CO-RÉU SEM 
ESSA PRERROGATIVA. 
 1.2. Quais os limites da imunidade absoluta? 
 Exige nexo funcional. Ou seja, fato praticado no exercício ou em razão das funções. 
 Palavra desonrosa proferida nas dependências do Congresso o nexo funcional é 
presumido. 
 Palavra desonrosa proferida fora do Congresso mantém a imunidade, porém não mais 
se presume o nexo funcional (este tem que ser comprovado). 
 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.1. Quanto ao foro 
 Previsão Legal: art. 53, §1º, CRFB/88 
 § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
 OBS: após o término do mandado, os processos que por ventura tramitem contra 
parlamentar federal no STF (os quais se anteriores à diplomação, desde a diplomação, 
devem “subir” para o STF), devem “descer” para o primeiro grau , pois a imunidade 
parlamentar relativa é uma prerrogativa relativa ao cargo (o qual não possui mais após 
o término do mandato) e não um privilégio. Por isso que a súmula 394 do STF foi 
cancelada. 
 Súmula 394 do STF: COMETIDO O CRIME DURANTE O EXERCÍCIO FUNCIONAL, 
PREVALECE A COMPETÊNCIA ESPECIAL POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, AINDA QUE 
O INQUÉRITO OU A AÇÃO PENAL SEJAM INICIADOS APÓS A CESSAÇÃO DAQUELE 
EXERCÍCIO (CANCELADA). 
 
 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.2. Quanto à prisão 
 Previsão legal: art. 53, §2º, CRFB/88 
 § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão 
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. 
 Quem resolve pela prisão é a casa respectiva e a análise é política (conveniência e 
oportunidade) e não uma análise jurídica da prisão. 
 Regra: o parlamentar é insuscetível de prisão provisória (mas cabe prisão definitiva, 
consoante o entendimento do STF). 
 Exceção: admite flagrante quando o crime é inafiançável. 
 Ex: racismo, tráfico de entorpecentes, crimes hediondos. 
 OBS: A jurisprudência entende que os parlamentares são insuscetíveis de prisão civil. 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.3. Quanto ao processo 
 Previsão Legal: art. 53, §§ 3º, 4º, 5º CRFB/88 
 § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus 
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. 
 § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável 
de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. 
 § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.3. Quanto ao processo 
 *A imunidade suspende o processo, mas não impede a investigação. Os parlamentares 
podem ser investigados. 
 
 
EC 35/2001 
ANTES DEPOIS 
 Abrangia qualquer crime praticado 
antes ou depois da diplomação. 
 
 O STF, para o processo iniciar-se, 
dependia de autorização da casa 
respectiva. 
 
 Enquanto não autorizado a prescrição 
não corria (ficava suspensa). 
 Abrange qualquer crime praticado após 
a diplomação. 
 
 O STF não depende mais de 
autorização para iniciar o processo, 
porém a casa respectiva pode sustar 
seu andamento. 
• Suspenso o processo não corre a 
prescrição. 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.4. Imunidade quanto à testemunha 
 Previsão legal: art. 53, § 6º da CRFB/88 
 § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem 
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
 *A prerrogativa do art. 221 do CPP permanece se os parlamentares são 
investigados? 
 Não. Só se aplica se forem testemunhas. Se forem investigados tem que ir na 
hora, local e data em que foram intimados. 
 Ex: ex-deputado Luis Estevão. 
 *As imunidades parlamentares permanecem no estado de sítio? 
 Sim, conforme o art. 53, § 8º da CRFB/88. 
 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.4. Imunidade quanto à testemunha 
 § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, 
só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa 
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
 *Parlamentar que se licencia para exercer cargo no executivo mantém a imunidade? 
 Não mantém a imunidade, pois a imunidade é prerrogativa do cargo de parlamentar 
(por isso a súmula 4 do STF foi cancelada). 
 Súmula 4 do STF: NÃO PERDE A IMUNIDADE PARLAMENTAR O CONGRESSISTA 
NOMEADO MINISTRO DE ESTADO (CANCELADA). 
 *Deputados estaduais têm as mesmas imunidades dos deputados federais? 
 Sim, em virtude do Princípio da simetria os deputados estaduais têm as mesmas 
imunidades dos parlamentares federais (CRFB/88, art. 27, §1º). 
 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
 2.4. Imunidade quanto à testemunha 
 § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema 
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças 
Armadas. 
 Pela razão acima, isso a súmula 3 do STF está superada. 
 Súmula 3 do STF: A IMUNIDADE CONCEDIDA A DEPUTADOS 
ESTADUAIS É RESTRITA À JUSTIÇA DO ESTADO (SUPERADA). 
 
 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 2 – Imunidade Parlamentar Relativa (Formal) 
IMUNIDADES PARLAMENTARES 
SENADORES E DEPUTADOS 
FEDERAIS 
ABSOLUTA RELATIVA 
DEPUTADOS ESTADUAIS 
ABSOLUTA RELATIVA 
VEREADORES 
ABSOLUTA 
NO LIMITE 
DO 
MUNICIPIO 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 *Julgamento dos Crimes contra a vida cometidos por parlamentar: 
 a) No caso de parlamentar federal (Deputado Federal e Senador) 
 A regra geral para o julgamento dos crimes contra a vida indica a competência 
do Júri (art. 5º, XXXVIII, d da CRFB/88), mas a própria CRFB/88 a excepciona 
quando em seu art. 53, §1º prevê a competência do STF para julgar todos os 
crimes cometidos por Deputados e Senadores. Há uma exceção da CRFB/88 feita 
por ela mesma. 
 Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe 
der a lei, assegurados: 
 d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contraa vida; 
 Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas 
opiniões, palavras e votos. 
 § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o Supremo Tribunal Federal 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 *Julgamento dos Crimes contra a vida cometidos por parlamentar: 
 b) No caso de parlamentar estadual (Deputado Estadual) 
 A regra geral para o julgamento dos crimes contra a vida indica a 
competência do Júri (art. 5º, XXXVIII, d da CRFB/88), mas a própria 
CRFB/88 a excepciona quando em seu art. 27, §1º prevê a aplicação 
das mesmas regras de imunidade e inviolabilidade dos parlamentares 
federais para os parlamentares estaduais. Novamente há uma exceção 
da CRFB/88 feita por ela mesma. 
 § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, 
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, 
inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, 
impedimentos e incorporação às Forças Armadas. 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
 *Julgamento dos Crimes contra a vida cometidos por parlamentar: 
 c) No caso de parlamentar municipal (Vereador), em Estado-membro que 
haja expressa disposição na Constituição Estadual acerca do foro especial. 
 A regra geral constitucional para o julgamento dos crimes contra a vida 
indica a competência do Júri (art. 5º, XXXVIII, d da CRFB/88) não pode ser 
afastada por regra criada por Constituição Estadual (poder constituinte 
derivado decorrente). 
 Permanece a competência do Júri para o julgamento dos Vereadores. 
 Esta questão deu origem à súmula 721 do STF. 
 Súmula 721 do STF: A COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL DO TRIBUNAL DO 
JÚRI PREVALECE SOBRE O FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO 
ESTABELECIDO EXCLUSIVAMENTE PELA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. 
IMUNIDADE PARLAMENTAR 
1) Princípio da Territorialidade – art. 5º (regra geral) 
2) Princípio da Nacionalidade Ativa 
3) Princípio da Nacionalidade Passiva (não foi adotado pelo CP brasileiro) 
4) Princípio da Defesa 
5) Princípio da Justiça Penal Universal 
6) Princípio da Representação 
OBS: 2,3,4,5,6 são princípios que fundamentam a extraterritorialidade. 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 I - os crimes: 
 a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (Princípio da Defesa); 
 b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de 
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, 
autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público (Princípio da Defesa); 
 c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço (Princípio da 
Defesa); 
 d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 3 correntes (em ordem de aceitação atual): 
 Princípio da Justiça Penal Universal (o Brasil de obrigou por tratado); 
 Princípio da Defesa (somente quando envolve o Brasil); 
 Princípio da Nacionalidade Ativa (está errado, pois esta alínea abrange agente 
brasileiro ou domiciliado no Brasil). 
 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 II - os crimes: 
 a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Princípio 
da Justiça Penal Universal) 
 b) praticados por brasileiro; (Princípio da Nacionalidade Ativa) 
 c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam 
julgados. (Princípio da Representação) 
 § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, 
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 
 Casos de “Extraterritorialidade Incondicionada” 
 Não importa se o agente já foi condenado no estrangeiro. 
 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do 
concurso das seguintes condições: (requisitos cumulativos, ou seja, faltando 
um deles a lei penal não pode “sair” do Brasil) 
 São os casos de “Extraterritorialidade Condicionada” 
 A lei brasileira para ser aplicada no estrangeiro depende de condições. 
 a) entrar o agente no território nacional; 
 Não significa permanecer no território nacional, apenas bastando para o 
preenchimento desta condição que o agente toque no território nacional, 
mesmo que no segundo seguinte saia do território. 
 Para a doutrina é uma condição de procedibilidade, ou seja, sem a prova 
dessa condição o juiz não pode aceitar a denúncia ou queixa (tem a mesma 
natureza da Requisição do Ministro da Justiça). 
 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
 É a chamada dupla tipicidade. 
 É condição objetiva de punibilidade (não impede o processo, mas se ausente 
absolvição). 
 Ex: bigamia em países islâmicos não é punível no Brasil, pois nestes países 
esta conduta não se configura crime. 
 c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
 É apenas uma referência, não se está falando de extradição. 
 É condição objetiva de punibilidade (não impede o processo, mas se ausente 
absolvição). 
 Ex: homicídio pode extraditar. 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a 
pena; 
 É condição objetiva de punibilidade (não impede o processo, mas se ausente 
absolvição). 
 e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não 
estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 É condição objetiva de punibilidade (não impede o processo, mas se ausente 
absolvição). 
 Ex: se já prescreveu no outro país, o Brasil não pode punir mais o fato. 
Resumo do Art. 7, §2º 
 a) Condição de Procedibilidade 
 b), c), d) e e) – Condições Objetivas de Punibilidade 
o não impedem o processo, mas, se ausentes, deve dar-se a absolvição. 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 OBS: Por enquanto o princípio da nacionalidade passiva foi o único princípio que o Brasil ainda 
não adotou. 
 Todavia, Flávio Monteiro de Barros e LFG dizem que o art. 7º, § 3º do CP adotou o princípio da 
nacionalidade passiva. 
 Entretanto, a maioria da doutrina afirma que o princípio adotado é o da defesa, pois para 
configurar-se o princípio da nacionalidade passiva é preciso que seja crime cometido por 
brasileiro contra brasileiro e, no caso o art. 7º, § 3º só pune o crime se for cometido por 
estrangeiro contra brasileiro. 
 *Um brasileiro, nos EUA, mata um argentino. Logo depois entra no território brasileiro. Nos EUA 
ele não foi processado. 
 Crime praticado por brasileiro com todas as condições preenchidas: 
 Entrou no território brasileiro (art. 7º, II, a) 
 Matou uma pessoa: crime punível nos EUA e no Brasil (art. 7º, II, b) e permite-se a 
extradição por este crime (art. 7º, II, c) 
 Não foi processado : não foi absolvido ou cumpriu pena no estrangeiro (art. 7º, II, d), nem 
foi perdoado no estrangeiro ou foi extinta a punibilidade pela lei mais favorável, estrangeira 
ou brasileira (art. 7º, II, e). 
 Neste caso, de quem é a competência para o processo e julgamento? 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Em regra, justiça estadual (para ser da competência da Justiça Federalé 
preciso estar presentes os requisitos do art. 109 da CRFB/88). 
 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
 I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de 
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do 
Trabalho; 
 II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou 
pessoa domiciliada ou residente no País; 
 III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou 
organismo internacional; 
 IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e 
da Justiça Eleitoral; 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
 V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
 VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o 
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
 VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição; 
 VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
 IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar; 
 X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
 § 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver 
domicílio a outra parte. 
 § 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for 
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou 
onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
 § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou 
beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, 
sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a 
lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça 
estadual. 
 § 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal 
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
 § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, 
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados 
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o 
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de 
deslocamento de competência para a Justiça Federal; 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 Neste caso, qual é o território (comarca) competente? 
 1º) É a capital do estado onde ele mora ou morou. 
 2º) Se não mora e nunca morou no Brasil é competente a 
capital da república (art. 88 CPP). 
 
 Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território 
brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado 
onde houver por último residido o acusado. Se este nunca 
tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital 
da República. 
 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
 *Princípio da vedação do bis in idem e Extraterritorialidade: 
 Processual: ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato. Na 
extraterritorialidade incondicionada o agente pode ser processado novamente. 
 Material: ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo fato. Na 
extraterritorialidade incondicionada o agente pode ser condenado novamente. 
 Execucional: ninguém pode ser executado duas vezes por condenações relacionadas 
ao mesmo fato. Na extraterritorialidade incondicionada o agente pode ser 
executado novamente. 
 OBS: Por tudo acima, a extraterritorialidade incondicionada é exceção ao ne bis in 
idem. 
 OBS: Francisco de Assis Toledo afirma que o art. 8º do CP evita o bis in idem. 
Entretanto, Sanches afirma que o art. 8º do CP apenas atenua o ne bis in idem, mas 
não o evita (pois apenas compensa as sanções penais). 
EXTRATERITORIALIDADE DA LEI PENAL 
(art. 7º CP) 
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas 
 Ex1: No estrangeiro: pena privativa de liberdade de 
10 anos. No Brasil pena privativa de liberdade de 20 
anos. Computam-se os 10 anos já cumpridos e agora 
precisa cumprir apenas os 10 restantes. 
 Ex2: Se forem penas de natureza diversa, atenua a 
privativa de liberdade devida (no estrangeiro, pena de 
multa e no Brasil pena privativa de liberdade de 10 
anos). 
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira 
produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada 
no Brasil para: 
 I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros 
efeitos civis; 
 II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
 Parágrafo único - A homologação depende: 
 a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte 
interessada; 
 b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com 
o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta 
de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. 
 
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 Necessidade de Homologação 
 Em razão da soberania nacional, uma sentença estrangeira não pode produzir 
efeitos no Brasil, sem homologação feita por um tribunal pátrio; 
 Nacionalização de uma sentença estrangeira; 
 Competência para homologação 
 Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às 
cartas rogatórias; 
 Reparação civil do dano causado à vítima: 
 Para que a vítima não possa dar inicio a um processo de indenização , provando-
se novamente a culpa do infrator, pois, uma vez homologada, concretiza-se a 
formação de um título executivo 
 
EIFCÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 Aplicação de Medida de segurança 
 O termo “condenado” é relativamente impróprio nesse caso, pois o inimputável, 
sujeito a medida de segurança, é absolvido, ficando sujeito a internação ou ao 
tratamento ambulatorial(Art. 97 do CP); 
 O semi-imputável pode ter sua sanção penal substituída por medida de 
segurança(internação ou ao tratamento ambulatorial), conforme previsão do 
Art. 98 do CP; 
 Não há no Brasil, medida de segurança para o imputável, utiliza-se tal expressão 
em beneficio do sentenciado 
 Hipótese prevista na lei de lavagem de Dinheiro(Art. 8º , Lei 9.613/98) 
 O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção 
internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, a 
apreensão ou o sequestro de bens, direitos ou valores oriundos de crimes 
descritos no art. 1º, praticados no estrangeiro. Através de pena de perdimento 
de bens;EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA 
 Condição Indispensável para medida de Segurança 
 Só existe um efeito, que é aplicação da medida de segurança 
 Exige-se tratado de extradição com o Estado alienígena ou requisição do Ministro 
da Justiça 
 Efeitos da sentença condenatória estrangeira, que independem de homologação(basta 
apenas a prova da sentença estrangeira) 
 Há casos em que a sentença estrangeira produz efeitos no Brasil, independente de 
homologação pelo STJ; 
 Gerar reincidência (Art. 63 CP); 
 Servir de pressuposto da extraterritorialidade incondicionada( Art. 7º, II e § 
2º,”d” e “e” CP); 
 Impedir o sursis(Art 77, I do CP); 
 Prorrogar o prazo de livramento condicional( Art. 83, II do CP); 
 Gerar maus antecedentes(Art. 59 CP) 
 
 
CONTAGEM DO PRAZO 
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do 
prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
CONTAGEM DO PRAZO 
Prisão 
Temporária 
de 5 dias 
1º Dia (data 
da prisão em 
qualquer 
horário) 
2º dia 3º dia 4º dia 
Ultimo dia , 
quando o 
preso deve 
ser colocado 
em liberdade 
Art. 10 do CP 
Prazo para 
Apelar 
(data da 
intimação) 
1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 
5º Dia: 
vencimento 
do prazo 
Art. 798 § 1ºdo CPP 
CONTAGEM DO PRAZO 
 Frações não computáveis da pena 
 
 Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de 
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações 
de dia, e, na pena de multa, as frações de 
cruzeiro. 
CONTAGEM DO PRAZO 
 Notas Relevantes 
 Qualquer prazo que envolve a liberdade do réu(Prisão 
Temporária) ou direito de punir do Estado(Prescrição) é Penal; 
 Prazos processuais são prorrogáveis, pois, envolvem o direito 
ao contraditório e a ampla defesa. No exemplo dado, se for 
feriado ou final de semana, prorroga-se para o primeiro dia 
útil seguinte; 
 Se o instituto estiver previsto tanto no CP quanto no CPP, 
prevalecerá a contagem como se fosse prazo penal, o que é 
mais benéfico ao réu. Ex: decadência(Art. 103, CP; Art. 38, 
CPP) 
 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-
se aos fatos incriminados por lei especial, se 
esta não dispuser de modo diverso. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 Requisitos: 
 Unidade de Fato; 
 Pluralidade de leis penais; 
 Vigência simultânea de todas elas 
 Finalidade 
 Manter a coerência sistemática do ordenamento 
jurídico, bem como, preservar a inaceitabilidade 
do bis in idem 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 Diferença com o concurso de crimes 
 Concurso: É a situação que ocorre quando, mediante uma ou mais 
condutas, o agente pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. 
Disciplinado pelos arts. 69 a 72 do CP 
 Principais diferenças: 
 O conflito aparente de normas não possui regramento legislativo, 
tratando-se de construção doutrinária e jurisprudencial, ao passo que o 
concurso foi regulamentado à risca pelo CP 
 No concurso de crimes, todas as leis violadas serão aplicadas no caso em 
concreto, implicando a soma ou majoração das penas previstas para cada 
uma delas. Em suma, tudo que foi praticado, será imputado ao agente. No 
conflito aparente, a incidência de uma lei, impede a aplicabilidade da 
outra. Como um dos requisitos é a unidade do fato, se houvesse mais de 
uma punição, estaria configurado o bis in idem 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
Princípios para solução de conflito: 
 S=Subsidiariedade 
 E=Especialidade 
 C=Consunção 
 A=Alternatividade. 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 Especialidade – Lex specialis derogat generali. 
 Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, 
denominados especializantes, que trazem um minus ou um plus de severidade. 
 A lei especial prevalece sobre a geral, a qual deixa de incidir sobre aquela 
hipótese. 
 Não é necessário analisar o fato concreto praticado, sendo suficiente que se 
comparem abstratamente as descrições contidas nos tipos penais. 
 O tipo fundamental é excluído pelo qualificado ou privilegiado. 
 Ex.: Um sujeito que está dirigindo um automotor e atropela alguém e mata. 
Usamos o 121 do CP ou o 302 do CTB? 
 R: Usa-se o 302 do CTB, de forma culposa, porque é lei especial. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 Subsidiariedade – “Lex primaria derogat subsidiariae” 
 Subsidiária é a norma que descreve um grau menor de violação 
de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos 
grave, o qual, embora definido como delito autônomo, encontra-
se também compreendido em outro tipo como fase normal de 
execução de crime mais grave. 
 A norma primária prevalece sobre a subsidiária. 
 É imprescindível a análise do caso concreto. 
 Não existe elemento especializante, mas descrição típica de fato 
mais abrangente e mais grave. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 Subsidiariedade – “Lex primaria derogat subsidiariae” 
 Expressa ou explícita: a própria norma reconhece seu caráter subsidiário 
(arts. 132, 129, § 3º); 
 Ex.: Art. 15 da Lei de Armas – “desde que essa conduta não tenha como 
finalidade a pratica de outro crime”. Só aplica o 15 se você disparar por 
disparar, sem colocar qualquer bem jurídico em risco. Se o tiro foi dado 
para matar, desconsidere o 15 e considere o CP. O 15 é subsidiário. 
 Tácita ou implícita: norma nada diz, mas diante do caso concreto verifica-
se. 
 Ex.: O roubo está no latrocínio. Assim, o 1º crime é subsidiário do 
latrocínio. 
 Logo: o roubo afasta o furto. E se for latrocínio, esqueça o roubo. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 CONSUNÇÃO: 
 Consunção – “Lex cosumens derogat consumptae” 
 Um fato mais amplo e mais grave consome, isto é, absorve, outros 
fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de 
preparação ou execução ou como mero exaurimento. 
 Fato principal absorve o acessório. 
 Sequências de situações diferentes no tempo e no espaço, ou seja, 
um sucessão de fatos, na qual o fato mais grave absorve o menos 
grave. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 CONSUNÇÃO: 
 Hipóteses: 
 1ª) Crime progressivo: Ocorre quando o agente, objetivando, desde o início, 
produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, 
crescentes violações ao bem jurídico. 
 Elementos: unidade de elemento subjetivo; pluralidade de atos; 
progressividade na lesão ao bem jurídico. 
 O agente só responde pelo resultado mais grave. 
 Ex.: Homicídio. Ele sempre passa antes pela lesão corporal. O Roubo passa 
pelo furto. O Latrocínio passa pelo roubo. O delito pelo qual eu passo para 
chegar ao maior é o CRIME DE PASSAGEM. 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 CONSUNÇÃO: 
 Hipóteses: 
 2ª) Crime complexo: Resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que 
passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo. 
 O fato complexo absorve os fatos autônomos. 
 Ex.: Roubo – lesão + subtração de um bem. Aplica-se o principio da 
Consunção também. Os dois em separado são crimes autônomos. Mas, o 
STF entende, por exemplo, que o estupro é um crime complexo = 
constranger alguém + sexo. Alguns discordam porque entendem que o sexo 
por si só não é crime. (E o sexo não permitido???) 
 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 CONSUNÇÃO: 
 Hipóteses: 
 3ª) Progressão Criminosa: 
 a) em sentido estrito: o agente deseja inicialmente produzir um resultado e, após atingi-
lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo um lesão mais grave. 
 O agente responde pelo fato final, mais grave. 
 Elementos: pluralidade de desígnios, pluralidade de fatos, progressividade na lesão ao 
bem jurídico. 
 Ex.: o sujeito quer lesar, vai lá e bate. Quer lesão, vai lá e consuma. Depois, 
ele diz para a vitima que ela tem

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