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Lei Complementar nº 840/2011 
Servidores Públicos Civis do Distrito Federal
CAPÍTULO I 
Agentes Públicos 
1. Agentes Públicos
Agente público é toda pessoa física/natural que, investida de funções 1
públicas, presta serviços aos órgãos do Estado (Administração Direta) e às 
entidades administrativas (Administração Indireta). 
 Carvalho Filho (2008, p. 531) explica que o significado da expressão em 
destaque é amplo, abrangendo tanto as pessoas que, a qualquer título, exercem 
uma função pública, assim como prepostos do Estado, de forma remunerada ou 
gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica.
A Lei 8.429/1992 - Lei Geral das Improbidades Administrativas, em seu art. 
2º, ao definir o agente público, propicia entender como a expressão é abrangente. 
Segundo ela: 
 
Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por 
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior.
Portanto é correto concluir que o termo agente público abrange desde as 
mais altas autoridades da República, como os chefes do Poder Executivo e os 
membros do Poder Legislativo, até os servidores que executam as tarefas 
mais simplificadas ou, ainda, os mesários convocados para atuarem durante 
as eleições (questão boa de prova de Tribunal Eleitoral e ano de eleição você não 
acha?).
Cumpre alertar ao leitor que a classificação dos agentes públicos é 
assunto ainda muito debatido entre os doutrinadores contemporâneos, 
havendo entre eles grande diversidade de opiniões a respeito do tema.
Longe de colocar termo a qualquer discussão doutrinária, a presente obra, 
adota como regra central os ensinamentos de Di Pietro sobre a classificação dos 
agentes públicos, pois acredito que se trata da opinião jurídica mais 
interessante para fins de concurso.
Feitas essas considerações preliminares, por interpretação da atual Magna 
Carta, já inclusas as alterações promovidas pela Emenda Constitucional 19/1998, 
podemos dividir os agentes públicos em quatro espécies diferentes: 
 
 a) Agentes Políticos; 
 b) Servidores Públicos (Agentes Administrativos ou Profissionais); 
 c) Militares; 
 d) Particulares em Colaboração. 
Esquematizando, só para entender melhor: 
 Para efeitos criminais, segundo o art. 327 do Código Penal Brasileiro, o agente público deverá ser denominado 1
funcionário público.
Lei Complementar nº 840/2011
Raphael Spyere do Nascimento
Professor/Advogado - Direito Administrativo
 
2. Agentes Políticos 
 Precisamente neste ponto da classificação, reside certa divergência 
doutrinária até hoje ainda não apaziguada, que em muito influencia aqueles que se 
prestam a participar de concursos públicos. 
 Hely Lopes Meirelles (2006, p. 76) define os agentes políticos como “as 
autoridades componentes do governo em seus primeiros escalões, investidos em 
cargos, funções, mandatos ou comissões, seja por nomeação, eleição, designação 
ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais”. 
 Observa-se que para o jurista, a categoria dos agentes políticos é bastante 
abrangente, compreendendo não só autoridades, como os chefes dos Poderes 
Executivos e os membros dos Poderes Legislativo e Judiciário, ou até mesmo 
membros do Ministério Público e Tribunal de Contas. 
 De fato, o método de classificação utilizado por Meirelles leva em 
consideração o campo de competências legalmente atribuídas ao agente. Se as 
a t r ibu ições e responsabi l idades nascem no tex to const i tuc iona l , 
independentemente de o agente ter sido eleito, indicado, livremente nomeado ou 
aprovado em concurso público, será enquadrado como agente político. 
 Nesse ponto de vista, são agentes políticos o presidente da República, os 
governadores, prefeitos e seus ministros e secretários de Estado; os senadores, 
deputados federais, deputados estaduais e distritais, bem como os vereadores, os 
magistrados em geral, promotores e procuradores dos Ministérios Públicos, 
ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas e “demais autoridades que atuem 
com independência funcional no desempenho das atribuições governamentais, 
judiciais ou quase judiciais, estranhas ao quadro do funcionalismo 
estatutário” (MEIRELLES, 2006, p. 78). 
 Celso Antônio Bandeira de Mello (2008, p. 245), por sua vez, adota um 
conceito mais restrito ao afirmar que os agentes políticos “são os titulares dos 
cargos estruturais à organização política do País, isto é, são os ocupantes dos 
cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema 
fundamental do poder”. Complementa o autor esclarecendo que os agentes em 
análise são “formadores da vontade superior do Estado”. 
 Tomando como base os exemplos de agentes políticos enumerados 
anteriormente na visão de Bandeira de Mello, apenas poderiam ser enquadrados 
como tais os chefes dos Poderes Executivos, seus auxiliares imediatos, como 
ministros e secretários de Estado, bem assim os membros do Poder Legislativo, 
como deputados, senadores e vereadores. 
 Esta obra adotará essa última classificação por entender, ao contrário do 
que sugere Hely Lopes Meirelles, que a nomenclatura “agentes políticos” não pode 
 2
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ruiz.spyere@hotmail.com
Agentes Políticos Agentes 
Administrativos
Agentes 
Colaboradores
Agentes Públicos
Agentes Militares
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Raphael Spyere do Nascimento
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ser divorciada da ideia de governo, quer em sentido subjetivo, quer em sentido 
objetivo. Trata-se de opinião também compartilhada por Di Pietro. 
 A expressão “governo”, em acepção subjetiva, simboliza o conjunto de 
órgãos e autoridades integrantes da estrutura do Estado, basicamente presentes no 
Poder Executivo e, em parte, presentes no Poder Legislativo, responsáveis por 
atividades governamentais. 
 Em sentido objetivo, “governo” encerra o contexto de atividade, ou seja, de 
função política. Di Pietro (2008, p. 486) explica fazendo referência ao entendimento 
de Renato Alessi, segundo o qual a função política 
[...] implica uma atividade de ordem superior referida à direção suprema e 
geral do Estado em seu conjunto e em sua unidade, dirigida a determinar 
os fins da ação do Estado, a assinalar as diretrizes para as outras 
funções, buscando a unidade da soberania estatal. 
 Como, no Brasil, a participação política do Poder Judiciário praticamente 
inexiste, visto que suas competências se resumem, quase exclusivamente, ao 
exercício da jurisdição estatal e o mesmo poderia ser dito sobre os membros dos 
Ministérios Públicos ou dos Tribunais de Contas, cujas competências 
constitucionais não contemplam atribuições e responsabilidades de governo, seus 
membros não podem ser intitulados de governo em sentido subjetivo, tampouco em 
sentido objetivo e, portanto, não podem ser classificados como agentes políticos. 
 Em resumo, não basta que um agente exerça competências constitucionais 
para que seja enquadrado como agente político, pois, se assim o fosse, também 
deveriam ser elevados a essa categoria os militares, defensores públicos, 
procuradores do Estado e advogados da União. 
 Diante de tudo que fora explanado, entendemos como agentes políticos as 
pessoas físicas que receberam legitimidade democrática de governo para atuar 
durante prazo certo em proveito dos interesses públicos, isto é, foram eleitos pelo 
povo para governar ao longo de um mandato fixado em lei. Também estão 
compreendidos nessa categoria os ministros e os secretários de Estado, muito 
embora o provimento de suas funções seja por meio de livre nomeação do chefe do 
 Executivo, e não por meio de eleição, como no caso destes. 
 Transposto o impasse doutrinário sobre o conceito mais adequadode 
agentes políticos, conclui-se, com inspiração no entendimento de Gasparini (2008, 
p. 156), que a ligação existente entre esses agentes e o Poder Público, capaz de 
viabilizar o desempenho de atividades de governo, é a simples qualidade 
constitucional de cidadão. Sendo assim, um médico em pleno gozo dos direitos 
políticos, respeitadas as demais exigências legais de investidura, poderá se tornar 
presidente da República, bastando para tanto que seja eleito pelo voto popular. 
3. Agentes Administrativos 
 Também denominados agentes profissionais ou servidores públicos em 
sentido amplo, os agentes administrativos são todos aqueles que firmam relação de 
trabalho diretamente com o Estado ou com as entidades administrativas por ele 
instituídas, prestando serviços em proveito dos interesses públicos e recebendo 
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remuneração correspondente. Nesse sentido, seria sinônimo de agente 
administrativos ou profissionais. 
 São agentes públicos, de modo geral, que se sujeitam ao poder hierárquico 
presente na Administração Pública, assim como ao regime jurídico trabalhista de 
Direito Público ou de Direito Privado, de acordo com o que dispuser a lei. 
 Segundo o que foi estudado neste capítulo, Di Pietro divide a presente 
categoria de agentes públicos em três modalidades distintas: servidores 
estatutários, empregados públicos e servidores ou agentes temporários. 
3.1. Servidores estatutários 
 Os servidores estatutários sujeitam-se ao regime jurídico estatutário, 
instituído pelo Estado em qualquer um de seus níveis por meio de lei e, desde que 
observados os direitos adquiridos, modificável independentemente da vontade do 
servidor (unilateralidade). 
 Em se tratando de servidores estatutários, deve-se ter em mente que são 
investidos em funções públicas de um cargo, o que necessariamente se deve a 
prévia aprovação em concurso público quando se tratar de provimento efetivo. Não 
obstante, quando o provimento for em comissão, a investidura em funções públicas 
independe de concurso público, bastando que a autoridade responsável nos termos 
do regulamento específico do órgão ou entidade autárquica, livremente ofereça 
nomeação, por oportunidade e conveniência (ad nutum). 
 Como se encontram sujeitos a regime trabalhista de direito público, os 
servidores estatutários contam com prerrogativas e sujeições especiais que têm 
como pressuposto permitir lisura e destinação de interesse público ao exercício de 
suas funções legais, quase sempre de grande importância para a coletividade. 
 Servem-nos de exemplo dessas prerrogativas e sujeições, respectivamente, 
a estabilidade entendida como garantia de manutenção do vínculo institucional do 
servidor efetivo com o Poder Público, que impede exonerações arbitrárias, 
pautadas em critérios pessoais de avaliação que apenas se destacam por 
comprometer os interesses públicos; e a sujeição ao teto remuneratório 
constitucional, que visa a assegurar a preservação do orçamento público. 
 São servidores estatutários os Auditores Fiscais da Receita Federal do 
Brasil, os agentes e escrivães do Departamento da Polícia Federal, inclusive, todos 
eles, sujeitos às diretrizes jurídicas da Lei 8.112/1990. 
 Também é correto dizer que os Magistrados, Membros do Ministério Público, 
Conselheiros e Ministros dos Tribunais de Contas, Defensores Públicos, 
Procuradores de Estado e Advogados da União são exemplos de servidores 
estatutários, mesmo que sujeitos a diplomas legais especiais (por assim dizer, 
estatutos específicos, como lesos orgânicas), que estabelecem regras jurídicas 
condizentes com a complexidade e a importância de suas competências . 2
3.2. Empregados públicos 
 São todos os agentes públicos que possuem vínculo contratual, como regra, 
com as empresas públicas e sociedades de economia mista da Administração 
 Se não fossem enquadrados como servidores estatutários não existiria categoria para a classificação destes 2
importantes agentes públicos, conforme se deduz da leitura da doutrina de Di Pietro.
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Pública indireta e, em razão de não gozarem de regime estatutário, atuam sob 
regime celetista (legislação geral aplicada, como regra, aos empregados da 
iniciativa privada). 
 Em 1998, com o advento da Emenda Constitucional no 19/1998, o Poder 
Público pôs fim à obrigatoriedade de regime jurídico único para órgãos e entidades 
do Estado, o que permitiria, de modo objetivo, a contratação de empregados 
públicos para o quadro efetivo de uma autarquia federal. 
 Do ponto de vista administrativo, entre outras finalidades, tais contratações 
em muito auxiliaria o Poder Público a economizar com recursos humanos (os 
inúmeros benefícios do regime estatutário representam encargo financeiro vultoso 
para os cofres públicos) e, ao mesmo tempo, em face de pertencerem a quadros 
efetivos, incentivaria a eficiência nas repartições a partir da criação de carreiras 
com progressões funcionais. 
 Visando a regulamentar a Emenda no 19/1998 quanto à contratação de 
empregados públicos por órgãos, autarquias e fundações públicas federais, a União 
criou a Lei 9.962/2000. Foi o último “passo” necessário, em termos legislativos, 
para a implantação do regime jurídico trabalhista misto na Administração Pública 
federal, que, certamente, seria modelo a ser seguido por todos os demais níveis de 
Estado. 
 Em 2007, o STF, por meio de decisão liminar na ADI 2.135, suspendeu os 
efeitos da Emenda Constitucional no 19/1998 quanto à não exigibilidade do regime 
jurídico único. O referido remédio constitucional alegava junto à Egrégia Corte a 
inconstitucionalidade formal da emenda epigrafada em virtude de não ter sido 
aprovada por 3/5 dos votos, em dois turnos, em cada casa do Congresso Nacional 
(Câmara e no Senado), como é exigido pela CF/1988, art. 60, § 2o. 
 Com a suspensão liminar, voltou a vigorar o texto antigo do caput do art. 39 
da CF/1988 (efeito repristinatório) e, portanto, a obrigatoriedade do regime jurídico 
único. Por isto, entendemos que a Lei 9.962/2000 restou prejudicada quanto sua 
exequibilidade no campo pragmático, ainda que não tenha sido revogada 
formalmente. 
 Em suma, até que o STF decida o mérito da questão suscitada pela ADI no 
2.135/2007, em cada esfera da Federação, será obrigatória a aplicação do mesmo 
regime trabalhista para o pessoal da Administração direta, autárquica e fundacional. 
3.3. Servidores temporários 
 São aqueles que possuem vínculo contratual com duração determinada 
junto à Administração Pública, durante períodos de relevante e excepcional 
interesse público, devidamente especificados em lei, segundo determina a CF/
1988, art. 37, IX. 
 Vale apontar alguns exemplos de circunstâncias que normalmente justificam 
contratações temporárias, segundo Gasparini (2008, p. 161): vacinação em função 
de surto endêmico, recenseamento e outras pesquisas estatísticas ou restauração 
do sistema viário destruído por enchente. 
 Em tese, os agentes temporários não possuem cargo ou emprego público, 
mas são investidos de funções públicas, por prazo determinado, conforme os 
limites estabelecidos pela legislação específica. 
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 Cumpre a cada esfera de Estado editar sua legislação para contratações 
temporárias, com o fito de atender às necessidades locais de relevante e 
excepcional interesse público. 
 Na Administração federal, coube à Lei 8.745/1993 esclarecer as 
circunstâncias que possibilitam a celebraçãode contratos temporários por órgãos e 
entidades autárquicas da União, entre outras regras importantes. Seu art. 11 impõe 
a aplicação de de- terminados dispositivos da Lei 8.112/1990 aos agentes 
contratados temporariamente pela Administração federal. 
 A seguir, estão enumerados os dispositivos mencionados e, resumidamente, 
os tópicos que cada um aborda, de modo que posteriormente se possa alcançar 
uma conclusão importante. Vejamos: 
 • arts. 53 e 54 – regras sobre ajuda de custo; 
 • arts. 57 a 59 – regras sobre diárias; 
 • arts. 63 a 80 – regras sobre gratificação natalina e de curso/concurso, 
adicionais e férias; 
 • art. 97 – regras sobre concessões especiais;

 • arts. 104 a 109 – regras sobre o direito de petição; 
 • arts. 110, incisos, I, in fine, e II, parágrafo único, a 115 – regras sobre o 
direito de petição; 
 • art. 116, incisos I a V, alíneas a e c, VI a XII e parágrafo único – deveres 
dos servidores públicos; 
 • art. 117, incisos I a VI e IX a XVIII – proibições aos servidores públicos; 
 • arts. 118 a 126 – regras sobre acumulação e responsabilidades; 
 
• arts. 127, incisos I, II e III, a 132, incisos I a VII, e IX a XIII – punições; 
• arts. 136 a 142, incisos I, primeira parte, a III, e §§ 1o a 4o - regras sobre 
punições administrativas e considerações processuais; 
 • art. 236 – dia do servidor público; 
 • arts. 238 a 242 – disposições gerais. 
Graças ao que foi analisado, podemos concluir que os contratados 
temporariamente pela Administração direta e indireta, autárquica e fundacional da 
União, estão sujeitos a um regime jurídico de direito público “híbrido”, parcialmente 
regido pela Lei 8.745/1993 e também pela Lei 8.112/1990. 
Como regra decorrente do art. 3º da Lei 8.745/1993, as contratações ora em 
análise dependerão da realização de processo seletivo simplificado. É um 
procedimento administrativo mais ágil que o tradicional concurso público, o que é 
razoável entender em matéria de contratação temporária, já que o Poder Público, 
ao mesmo tempo em que deseja primar pela isonomia entre os candidatos, requer 
a celebração dos contratos o quanto antes para contornar a situação de relevante 
interesse público que enseja a contratação de pessoal. Para melhor entendimento, 
basta ilustrar que o concurso público deverá ser de provas ou de provas e títulos, 
enquanto o processo seletivo simplificado pode se resumir a análise de títulos. 
 Também é certo que, em algumas ocasiões motivadoras de contratação 
temporária, não haveria viabilidade de realizar sequer o processo seletivo 
simplificado citado pela Lei 8.745/1993 sem ocasionar lesão aos interesses 
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públicos, como ocorre em casos de calamidade ou emergência ambiental. Nesses 
casos, o § 1º do art. 3º desse diploma legal permite que a contratação seja direta, 
sem a realização de processo administrativo de seleção de pessoal. 
4. Agentes Militares 
 São os agentes públicos que possuem vínculo, permanente ou temporário, 
com as corporações militares citadas pela Constituição Federal de 1988, arts. 42 e 
142. São elas as Forças Armadas, as Polícias e os Bombeiros Militares – esses 
últimos, estaduais. 
 Além das diretrizes implantadas no texto constitucional, os militares deverão 
também se submeter aos estatutos próprios de suas corporações, que estabelecem 
regras de acesso, limites de idade, estabilidade, direitos, deveres, remuneração, 
entre outras. Essas normas são objeto de estudos mais detalhados no Direito 
Militar, não no Direito Administrativo. 
5. Agentes Particulares em Colaboração com o Poder Público 
 Esta categoria de agentes públicos abrange o rol de pessoas físicas que, 
remuneradamente ou não, executam funções públicas para o Estado, porém sem 
vínculo trabalhista. Como não integram a estrutura dos órgãos ou das entidades do 
Poder Público em nenhuma de suas esferas (encontram-se paralelos à estrutura do 
Estado e suas entidades), é correto entender que não estão ligados a cargos ou 
empregos públicos. 
 Na visão de Gasparini (2008, p. 166) os particulares colaboradores são os 
agentes que “prestam serviços a Administração Pública por vontade própria, por 
compulsão, ou com a sua concordância”. 
 Di Pietro (2008, p. 491) divide a modalidade de agentes públicos epigrafada 
em três espécies distintas: 
 a) Gestores de negócios; 
 b) Requisitados (nomeados ou designados); 
 c) Delegatários. 
5.1. Gestores de negócios (agentes necessários/voluntários) 
 Os agentes da primeira espécie, os gestores de negócios, são todos 
aqueles que assumem o ônus da execução de uma função pública por livre e 
espontânea vontade, em regra, em circunstâncias de emergência. 
 São particulares que avocam o munus publico, isto é, o encargo de tutelar 
bens, serviços e interesses da coletividade em circunstâncias de calamidade ou em 
casos extremos, como em uma guerra, quando os soldados abandonaram seus 
postos ou já se encontram mortos. 
 Tais agentes não serão remunerados pelos trabalhos que desempenham, 
bem como não haverá nenhum vínculo formal entre eles e o Poder Público. Por 
esses motivos, não há que se falar em contagem de tempo de serviço para 
qualquer efeito, como aposentadoria. 
 Não obstante a existência de uma frágil ligação jurídica entre essas pessoas 
colaboradoras e o Poder Público, elas devem responder por seus atos, inclusive 
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para efeitos civis e penais, nesse último caso sendo denominados de funcionários 
públicos (CP, art. 327, caput). 
5.2. Requisitados 
 Os colaboradores da segunda categoria enumerada, os requisitados, são 
obrigados, por força de lei, a desempenhar funções públicas, como ocorre com os 
mesários ao longo das eleições de agentes políticos ou com os jurados da Vara do 
Tribunal do Júri, ambos tradicionalmente denominados pela doutrina de agentes 
honoríficos. 
 Não serão remunerados pelas atividades realizadas como agentes 
públicos . Porém, diferentemente da primeira espécie de Colaboradores, haverá 3
contagem do tempo de serviço para determinados efeitos, como aposentadoria, por 
exemplo. 
 Aplicam-se as regras de responsabilidade civil e penal por seus atos, 
inclusive quanto à definição penalista de funcionário público (CP, art. 327, caput). 
5.3. Delegatários 
 Os últimos particulares do rol listado, os delegatários, colaboram com o 
Poder Público mediante expressa aquiescência deste (contrato ou ato 
administrativo). São apontados por Gasparini (2008, p. 167) como exemplos dessa 
categoria de agentes colaboradores os contratados, bem como os delegados de 
serviço público ou função/ofício. 
 Entre os contratados estão aqueles que celebram, por exemplo, termos de 
locação, fornecimento, construção, reforma, ampliação, fabricação com órgãos e 
entidades da Administração. 
 Os delegados de serviços públicos, por sua vez, são representados pelos 
concessionários, permissionários ou autorizatários. É preciso ressaltar que, nesses 
casos, em virtude da relação jurídica de índole contratual, há a necessidade de que 
a Administração Pública realize prévia licitação, com o objetivo de prestigiar, entre 
outros princípios, a isonomia (CF/1988, arts. 37, XXI, e 175, caput) . 4
 Por seu turno, são exemplos de agentes delegados de função/ofício os 
tabeliães, juízes de paz, leiloeiros e tradutores. 
 Para Di Pietro (2008, p. 491), de modo geral, a remuneração devida aos 
agentes delegatários será paga por terceiros a quem tenha sido destinado seu 
trabalho, salvo quando este tenha sido prestado para satisfazer interesses públicos 
secundários, ligadosa necessidades da própria Administração Pública, como nos 
contratos de locação em que o Poder Público é locatário, hipótese em que quem 
arcará com a remuneração, logicamente, será o cofre público. 
 A título de exceção, citam-se os agentes convocados para serviço militar obrigatório, enquadrados como 3
particulares em colaboração da categoria requisitados, que possuem vínculo com o Poder Público e são 
remunerados.
 Autorizações não demandam licitação, salvo quando a lei expressamente exigir.4
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CAPÍTULO II 
LC nº 840/2011 
1. Administração Pública do Distrito Federal - artigos 1º ao 3º 
 De agora em diante, estudaremos a Lei Complementar 840/2011, entendida 
como o Estatuto do Servidor Público Civil do Distrito Federal. Precisamos antes de 
adentrarmos mais aprofundadamente em seus dispositivos fazer uma breve 
avaliação do que representa a Administração Pública Distrital com o propósito de 
entendermos o âmbito de sua aplicação, ok!? Observe os seguintes conceitos, 
todos provenientes do Direito Administrativo: 
 Administração Direta ou Centralizada do DF: órgãos que integram a 
estrutura do Distrito Federal. Exemplos: Secretarias, Câmara Legislativa, Tribunal 
de Contas.

 Administração Indireta ou Descentralizada do DF: autarquias e 
fundações públicas criadas pelo Distrito Federal. Exemplos: Detran, Procon, 
Hemocentro, Zoológico. 
 Servidores públicos (artigo 3º): são os agentes públicos detentores de 
cargos públicos efetivos ou em comissão. 
 Lei Complementar 840/2011: estatuto do servidor público civil do Distrito 
Federal e de suas autarquias e fundações públicas. Não abrange os servidores 
públicos militares, tais como policiais da PM e bombeiros. Também não abrange os 
empregados públicos. 
 Vide Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.135 (liminar de 2007) - sua 
interpretação e aplicação permite entender que é obrigatório regime jurídico único 
para os servidores públicos civis de órgãos, autarquias e fundações públicas do 
Distrito Federal (o que na prática é a LC 840). 
 
2. Cargos Efetivos e em Comissão, Funções de Confiança Cargos efetivos: 
 Concurso público (artigos 11 ao 13): 
 a) provas e provas e títulos;

 b) até duas etapas;

 c) válido por até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período;

 d) 20% das vagas serão reservadas a deficientes (vagas não providas: 
reverte-se aos demais);

 e) deficiência e compatibilidade para atribuições do cargo verificadas antes 
da posse (assegurado recurso em caso de indeferimento, com suspensão do prazo 
para a posse); 
 f) 5 dias da publicação da nomeação: candidato pode pedir o 
reposicionamento para o final da lista de classificação; 
 g) aprovado dentro do número de vagas do edital tem direito de ser 
nomeado; 
 h) brasileiros e estrangeiros, na forma da lei (CF/1988, artigo 37, inciso I e 
II). 
 Cargos em comissão (livre nomeação): 
 a) Ao menos 50% devem ser providos por servidores efetivos;

 b) Chefia, Direção ou Assessoramento;

 c) Ocupante de cargo em comissão - artigo 15: pode ser ser substituto 
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(interino) de outro cargo em comissão (acumula as funções e opta pela 
remuneração de um deles); 
 d) Haverá posse, seguida de exercício. 
 Funções de Confiança (livre designação): 
 a) Exclusivamente para servidores efetivos - artigo 6º;

 b) Chefia, Direção ou Assessoramento;

 c) Exercício coincide com a data da publicação do ato de designação (salvo 
se estiver licenciado ou afastado legalmente - primeiro dia útil após o término do 
impedimento, sem exceder 30 dias) - artigo 21. 
 Obs I: Proibido nomear para cargo em comissão ou designar para função 
de confiança Cônjuge, Companheiro (inclusive homoafetivo - vide ADI 4.277 e ADP 
132) e Parente (consanguíneo ou afinidade) até terceiro grau do: 
 - Governador ou Vice (Poder Executivo);

 - Deputado Distrital (Legislativo);

 - Conselheiro, Auditor ou Procurador do MP (TCDF).

 Obs II: A referida proibição fica afastada nos seguintes casos:

 - servidor efetivo, incluídos os aposentados, desde que seja observada a 
compatibilidade:

 a) entre o nível de escolaridade do cargo efetivo com a função 
comissionada;

 b) e a complexidade das atribuições do cargo efetivo com a função 
comissionada.

 - livre nomeação ou designação realizada antes do início do vínculo familiar; 
 - livre nomeação ou designação de pessoa já em exercício no quadro antes 
do início do vínculo familiar (para cargo, função ou emprego de nível hierárquico 
igual ou abaixo da anterior comissão). 
 Obs III: Súmula vinculante nº 13 - “A nomeação de cônjuge, companheiro 
ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, 
da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em 
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 
comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração 
Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal.” 
 Obs IV: Cargo em comissão e função de confiança (definições):

 a) Direção: atribuições da administração superior;

 b) Chefia: relação direta e imediata de subordinação;

 c) Assessoramento: atribuições de auxiliar de mandatários, de ocupantes de 
cargos vitalícios ou de ocupantes de cargos de direção e chefia.

 Obs V: Inelegíveis não poderão ocupar cargos em comissão ou função de 
confiança. 
3. Posse e Exercício

 Posse: representa a investidura no cargo; ocorrerá com a assinatura do 
termo de posse; torna o nomeado servidor público, efetivo ou comissionado. 
 Requisitos para posse:

 a) Ser brasileiro (estrangeiros, nos termos da Lei 8.112/1990, artigo 5º, 
também podem);

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 b) Gozo dos direitos políticos (vide Lei 8.429/1992, artigo 12);

 c) Quitação com as obrigações militares e eleitorais;

 d) Nível de escolaridade para o cargo;

 e) 18 anos completos;

 f) Aptidão física e mental.

 Atributos da posse: 

 a) 30 dias, contados da nomeação;

 b) Perda do prazo torna a nomeação sem efeitos;

 c) Pode ocorrer por procuração;

 d) Só ocorre quando houver nomeação;

 e) Apresentação de declarações de bens e valores, acúmulo de cargos/ 
empregos públicos/proventos, impedimentos legais (condenação por improbidade 
administrativa, por exemplo); 
 f) Outros requisitos podem ser exigidos no ato da posse, desde que 
previstos em lei. 
 Obs - O prazo de 30 dias começa depois do término da licença médica ou 
odontológica, maternidade, paternidade ou para serviço militar. 
 Exercício: efetivo desempenho das atribuições do cargo público. Começa a 
correr o tempo efetivo de serviço. 
 Impedimentos para exercício - artigo 19, parágrafo 1º:

 a) Ocupar cargo inacumulável sem comprovar a exoneração ou vacância;

 b) Ocupar cargo acumulável sem comprovar a compatibilidade de horários; 
 c) Receber proventos de aposentadoria inacumuláveis com a remuneração 
ou subsídio do cargo efetivo, sem comprovar a opção por uma das formas de 
pagamento. 
 Prazo para exercício: 5 dias úteis, contados da posse. Se não atendido, 
ocorrerá a exoneração. 
 Obs: Apresentação dos documentos necessários aos assentamentos 
individuais ao entrar em exercício. 
4. Estágio Probatório e Estabilidade 

 Estágio probatorio: período em que o servidor público efetivo estará sendo 
avaliado noexercício das atribuições do seu cargo (aptidão, capacidade e 
eficiência).

 Características básicas (artigo 22 a 31):

 a) Duração de 3 anos, contados do exercício;

 b) Acumulação lícita: estágio em ambos os cargos (vide artigo 37, inciso XVI 
da CF/1988);

 c) Desistência admitida com recondução ao cargo anterior (requisito: ter 
estabilidade);

 d) Vedado licenças ou afastamentos não remunerados durante o interstício 
(ressalvas: serviço militar ou mandato eletivo);

 e) Pode qualquer função comissionada no quadro;

 f) Pode ser cedido a outro quadro para ocupar comissão de natureza 
especial ou de equivalente nível hierárquico (suspensão do estágio);

 g) Suspensão durante o afastamento para freqüência em curso de 
formação (etapa de concurso) e licença por motivo de doença em pessoa da 
família;

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 h) Elementos avaliados: assiduidade, pontualidade, responsabilidade, 
disciplina, iniciativa e produtividade.

 Processo do Estágio Probatório: 

 a) Até o trigésimo mês do estágio probatório, a avaliação é feita 
semestralmente, com pontuação por notas numéricas de zero a dez;

 b) Avaliação semestral feita pela chefia imediata (monitorada pela comissão 
especial);

 c) Em todas as avaliações será assegurado: motivação, contraditório e 
ampla defesa;

 d) Avaliação especial (CF/1988, artigo 41, parágrafo 4o): feita por comissão 
especial composta de 3 servidores estáveis com cargo igual ao do avaliado (ou 
com cargo de nível de escolaridade superior); 
 e) Avaliação especial 4 meses antes do término; 
 f) Contra a reprovação cabe pedido de reconsideração ou recurso 
administrativo (prazo de 30 dias); 
 g) Se reprovado, o servidor será reconduzido ou exonerado, conforme o 
caso. 
 Estabilidade: garantia de apenas perder o cargo efetivo nas hipóteses e 
condições expressamente previstas na CF/1988, artigo 41, parágrafo primeiro e 
artigo 169, parágrafo 4º. São elas: 
 a) Processo administrativo disciplinar - P.A.D.; 
 b) Decisão judicial transitada em julgado; 
 c) Avaliação de desempenho periódica (norma de eficácia limitada); 
 d) Excesso de quadro. 
 Será adquirida após 3 anos de efetivo exercício, condicionada a 
avaliação de desempenho especial (CF/1988, artigo 41, parágrafo 4º). 
 Obs: Conta como efetivo exercício - artigo 165: 
 a) Férias; 
 b) Concessões especiais do artigo 62 (doar sangue e exames de câncer de 
cólon de útero, próstata e mama; alistamento eleitoral ou mudança de domicílio 
eleitoral; casamento ou falecimento de cônjuge/companheiro e parentes); 
 c) Licença maternidade/paternidade; 
 d) Licença médica/ondontológica; 
 e) Licença prêmio; 
 f) Licença para serviço militar; 
 g) Licença para mandato classista; 
 h) Abono de ponto; 
 i) Afastamento para exercício em outro quadro; 
 j) Afastamento para estudo ou missão no exterior, remunerado; 
 k) Afastamento para participar de competição desportiva; 
 l) Afastamento para programa de treinamento ou pós “stricto sensu”; 
 m) Afastamento de auxílio-doença; 
 n) Afastamento para mandato eletivo; 
 o) Juri popular e outros serviços obrigatórios por lei (mesário, por exemplo). 
5. Provimentos Derivados 

 Reversão - artigos 34 e 35: retorno de aposentados ao cargo de origem ou 
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no resultante de sua transformação nas seguintes hipóteses:

 a) Aposentados por invalidez, quando constada por junta a reabilitação 
(pode gerar excedente);

 b) Quando constatada, administrativamente ou judicialmente, a 
insubsistência dos fundamentos da aposentadoria (irregularidade da concessão - 
anulação) - (pode gerar excedente); 
 c) A pedido (aposentados voluntariamente), desde que: 
 - Haja manifesto interesse da Administração (concurso de reversão - 
isonomia); 
 - Tenha o interessado aposentado a menos de 5 anos; 
 - Haja cargo vago (não gera excedente).

 Obs: 15 dias úteis para entrar em exercício (desatender esse prazo é falta 
injustificada - artigo 65). 
 Reintegração - artigo 36: reinvestidura do servidor público demitido 
ilicitamente no cargo anteriormente ocupado ou no resultante de sua 
transformação. Características: 
 a) Decorre de anulação administrativa ou judicial da demissão inválida;

 b) Restabelece os direitos que o servidor deixou de auferir (indenização);

 c) Se o cargo estiver extinto: o “reintegrando" fica em disponibilidade;

 d) Eventual ocupante do cargo sujeito a reintegração, se estável, será 
reconduzido ao cargo anterior (sem indenização) ou aproveitado em outro cargo ou 
posto em disponibilidade (neste caso, valor da remuneração é proporcional ao 
tempo de serviço, mas nunca inferior a 1/3 do último mês de remuneração antes da 
disponibilidade); 
 e) 5 dias úteis para entrar em exercício (desatender esse prazo é falta 
injustificada - artigo 65). 
 Recondução - artigo 37: retorno do servidor estável ao cargo 
anteriormente ocupado em virtude de reprovação ou desistência do estágio 
probatório, bem como reintegração. 
 a) Se provido o cargo de origem, o servidor deverá ser aproveitado em outro 
cargo; 
 b) Exercício no dia seguinte a ciência da recondução. 
 Obs: Desatender esse prazo é falta injustificada - artigo 65. 
 Aproveitamento - artigos 39 e 40: retorno à atividade de servidor em 
disponibilidade, assim que houver vaga: 
 a) No mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação; 
 b) Em outro cargo, com atribuições e vencimentos compatíveis com o 
anteriormente ocupado. 
 Obs I: 30 dias para entrar em exercício, sob pena de cassação da 
disponibilidade (salvo doença comprovada por junta). Desatender esse prazo é falta 
injustificada - artigo 65. A cassação é forma de punir, portanto, deverá ser 
antecedida de PAD - Processo Administrativo Disciplinar. 
 Obs II: Disponibilidade ocorrerá nas hipóteses previstas na CF/1988, artigo 
41, parágrafos 2º e 3º (além do caso de reintegração, poderá ocorrer quando 
houver extinção de cargos públicos ocupados por servidores estáveis). A 
remuneração será proporcional ao tempo de serviço, não podendo ser inferior a 1/3 
do que percebia no mês anterior a disponibilidade - artigo 38. 
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6. Remoção e redistribuição 
 A remoção é o deslocamento para outra localidade da lotação do 
servidor público, dentro do mesmo quadro e carreira do órgão, autarquia ou 
fundação pública, em face de concurso de remoções ou de ofício, quando 
inviável o referido procedimento. Será admitida a permuta, quando autorizada pelas 
chefias envolvidas. 
 Redistribuição, por seu turno, é o deslocamento do cargo, ocupado ou 
vago, para quadro diverso do anterior, em outro órgão, autarquia ou fundação 
pública, mas necessariamente, no mesmo Poder Estatal. 
 
7. Substituição

 Interino: ocupantes de cargos em comissão ou função de confiança 
(direção, chefia e assessoramento) terão substitutos para eventuais licenças, 
afastamentos, férias e demais ausências ou impedimentos legais que venham a se 
submeter, inclusive quando houver vacância. 
 Características: 
 a) Substituto será designado regimentalmente (omissão normativa: 
autoridade competente designa); 
 b) Automaticidade: não haverá posse; ocorrendo a ausência do titular, 
“entra” o substituto; 
 c) Fará jus a receber vencimentos pelo exercício da substituição (desde o 
primeiro dia). 
8. Acumulação de Cargos 
 Como regra geral é vedada a acumulação de cargos, empregos e funções 
públicas. 
Remoção - artigos 41 e 42 Redistribuição - artigo 43
- Deslocamentoda lotação do servidor; 
- Dentro do mesmo quadro; 
- De uma localidade para outra; 
- Pode ser a pedido (concurso de 
remoção); 
- Pode ser de ofício (necessidade de 
serviços que não permite concurso de 
remoção); 
- Admite-se a permuta (autorizada 
pelas chefias); 
- No concurso de remoção será ouvido 
o sindicato (CF/1988, artigo 37, VI) 
em todas as fases.
- Deslocamento do cargo, ocupado ou 
vago, para outro quadro; 
- No mesmo Poder Estatal; 
- Para cargo de uma mesma carreira, 
no caso de reorganização ou 
ajustamento de quadro de pessoal às 
necessidades do serviço; 
- No caso de extinção ou criação de 
quadro, observados: 
a) Interesse da Administração; 
b) V incu lação en t re g raus de 
complexidade e responsabilidade 
do cargo; 
c) Correlação das atribuições; 
d) Equivalência entre vencimentos ou 
subsídio; 
e) Apreciação do órgão central de 
pessoal.
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 Ressalvas (desde que haja compatibilidade de horários - comprovada 
ao entrar em exercício e anualmente) - artigo 46: 
 a) 2 de professor; 
 b) 1 de professor com outro técnico ou científico (entende-se como cargos 
cujo provimento depende de educação superior ou profissional); 
 c) 2 privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
 Obs: A vedação de acúmulo se estende aos proventos de aposentadoria 
pagos por regime de previdência especial (federal, estadual, municipal ou distrital), 
ressalvadas as possibilidades de acúmulo enumeradas. 
 Cargo em comissão e função de confiança - artigo 47: não podem ser 
acumuladas, ressalvados os casos de interinidade. 
 Conhecimento do acúmulo ilícito - artigo 48: 
 a) Notificação para opção voluntária em 10 dias; 
 b) Feita a escolha, haverá exoneração do qual não possui interesse; 
 c) Falta de manifestação no prazo de 10 dias: instauração de P.A.D.; 
 d) Até o último dia para defesa escrita no P.A.D.: poderá fazer opção 
(hipótese de arquivamento do processo) - ressalva: comprovação de declaração 
falsa; 
 e) Reconhecida a boa-fé no P.A.D., o servidor será exonerado do cargo 
vinculado ao quadro em que transcorreu o processo administrativo; 
 f) Provada a má-fé, será aplicada a pena de demissão, destituição ou 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade dos cargos, empregos ou funções 
acumuladas ilegalmente; 
 
9. Vacância 
 Hipóteses - artigo 50: 
 a) Exoneração; 
 b) Demissão; 
 c) Destituição; 
 d) Falecimento; 
 e) Aposentadoria; 
 f) Perda do cargo nos casos previstos na CF/1988. 
 Exoneração de cargo efetivo - artigo 51: 
 a) De ofício: 
 - Reprovação no estágio probatório; 
 - Desatendimento ao prazo para entrar em exercício (caso de posse). 
 b) A pedido (requerimento escrito do próprio servidor público). 
 Exoneração do cargo em comissão: 
 a) A critério da autoridade competente (ad nutum); 
 b) A pedido (requerimento escrito do próprio servidor público). 
 Obs: Gestante comissionada sem cargo efetivo: não pode ser exonerada de 
ofício desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto, ressalvado: 
por justa causa ou pagamento de indenização (na forma de regulamento, por 
exemplo, decreto do Governador). 
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 Pedido de vacância - artigo 54: Para tomar posse em outro cargo 
inacumulável o servidor estável pode pedir a vacância do cargo efetivo que ocupa. 
Regras observáveis: 
 a) Poderá ser reconduzido para o cargo anteriormente ocupado durante o 
prazo de 3 anos contados do exercício no novo cargo; 
 b) O cargo que ocupa passa a ser considerado vago podendo ser provido 
pela Administração. 
 
10. Carreira 
 Assim como os cargos públicos efetivos, suas respectivas carreiras devem 
ser criadas por meio de lei (processo legislativo) - artigo 55. 
 Promoção - artigo 56: movimentação do servidor efetivo do último padrão 
de uma classe para o primeiro da classe subsequente, tudo na mesma carreira 
(logicamente, pois o ingresso em nova carreira dependerá de aprovação em 
concurso público, ok!?). 
 a) Pode ser por merecimento ou antiguidade; 
 b) Não interrompe o tempo de exercício no cargo. 
 Obs: Promoção não é nem provimento e nem vacância (cuidado!!!). 
 Regime e Jornada de Trabalho: 
 Regime de trabalho: período semanal em que o servidor público fica a 
disposição da Administração para laborar. Será de 30 horas semanais - artigo 57. 
 Obs I: No interesse da Administração e com a concordância do servidor: 
poderá ser ampliado para 40 horas (observa a proporcionalidade salarial). 
 Obs II:Jornada de trabalho é o período laboral diário. Como em regra o 
regime é de 30 horas, a jornada será de 6 horas/dia. Se o regime for estendido para 
40 horas/semana, a jornada cresce para 8 horas/dia (sacou!?). 
 Comissionados - artigo 58: regime de trabalho de 40 horas semanais (total 
dedicação ao serviço); 
 Serviço noturno - artigo 59: 
 - Hora noturna: 52 minutos e 30 segundos; 
 - Vigora a partir das 22 horas até 5 horas do dia seguinte; 
 - Adicional de 25% sobre a remuneração/hora - artigo 85. 
 Serviço extraordinário - artigo 60: até duas horas de jornada extra; 
necessidades excepcionais e temporárias de serviço (a critério da Administração). 
 - Adicional de 50% sobre a remuneração/hora - artigo 84; 
 - Adicional noturno incide sobre adicional de serviço extraordinário. 
 - Governador poderá autorizar (decreto), excepcionalmente, a extrapolação 
das 2 horas de serviço extraordinário nos casos de comprometimento da ordem e 
da saúde pública para os servidores que atuem nas áreas atingidas pela 
eventualidade. 
 Horário especial - artigo 61: redução da jornada de trabalho, com ou sem 
compensação de horário (integralização das horas da jornada regular). 
 a) Servidor com deficiência (comprovada a necessidade por junta médica 
oficial): sem compensação de horário e redução de até 20% da jornada; 
 b) Servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente com deficiência: com 
compensação de horário; 
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 c) Servidor estudante (ensino fundamental ou superior): com compensação 
de horário (comprovação mensal de frequência). 
 d) Servidor que atuar em curso ou concurso, na forma do artigo 100, 
parágrafo 2º: com compensação de horário. 
 Concessões especiais - artigo 62: 
 a) 1 dia para doar sangue ou para exames médicos anuais contra câncer de 
próstata, mama ou colo de útero; 
 b) Até 2 dias para alistamento eleitoral ou para requerer transferência do 
domicílio eleitoral; 
 c) 8 dias para casamento ou falecimento do cônjuge, pais, padrasto/
madrasta, filhos/enteados, irmão ou menor sob guarda ou tutela. 
 Inassiduidade e impontualidade - artigo 63: atrasos, saídas antecipadas 
e faltas ao serviço, desde que devidamente justificadas, poderão ser compensadas, 
observadas as seguintes regras: 
 a) Requerimento do interessado junto ao chefe imediato; 
 b) A critério da Administração (necessidade de serviço); 
 c) Compensação até o final do mês subsequente ao evento. 
 Obs: Nesses casos, uma vez ocorrendo a compensação, não haverá perda 
da remuneração. 
 Abandono de cargo: mais de 30 dias corridos de ausências injustificadas - 
artigo 64. 
 Inassiduidade habitual: mais de 60 dias, interpolados em 12 meses, de 
ausências injustificadas - artigo 64. 
 Obs: Em ambos, o servidor efetivo responde com demissão, cassação ou 
destituição. 
 
11. Retribuição pecuniária 
 Perde a remuneração referente a (casos em que não houve a devida 
compensação) - artigo 115: 
 a) diaem que faltar o serviço injustificadamente; 
 b) parcela relativa aos atrasos e saídas antecipadas. 
 Como regra geral, não poderão incidir descontos sobre a remuneração 
do servidor salvo - artigo 116: 
 a) Mandado judicial (como por exemplo, pagamento de pensão); 
 b) Determinação legal (como imposto de renda); 
 c) Pedido do servidor com a aquiescência da Administração (consignação 
em folha beneficiando terceiro) - sem exceder 30% da remuneração o somatório 
das consignações. 
 Remuneração ou qualquer de suas parcelas são verbas alimentícias 
sendo descabido - artigo 117 : 
 a) Arresto; 
 b) Sequestro; 
 c) Penhora. 
 Obs: As medidas judiciais enumeradas são admitidas quando seu objeto for 
garantir prestação alimentícia (decisão judicial). 
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 Quitação da folha de pagamento deverá ocorrer até o 5º dia útil do mês 
subsequente. Eventuais erros desfavoráveis ao servidor público deverão ser 
corrigidos em até 72 horas, contados do quinto dia útil do mês subsequente - artigo 
118. 
 Reposições e indenizações ao erário: uma vez comunicado, o pagamento 
pelo servidor será em até dez dias, podendo pedir o desconto junto a remuneração 
em: 
 a) Parcela única; 
 b) Parcelas mensais iguais à 1/10 da remuneração (resíduo vem na última). 
 Obs: Erro no processamento da folha: valor indevido deverá ser pago pelo 
servidor em 72 horas, contados da notificação. O pagamento efetuado pela 
Administração ilegalmente não aproveita ao servidor beneficiado, ainda que não 
tenha dado causa ao erro - artigo 120. Lei 9.784/1999, artigo 54 c/c CF/1988, artigo 
37, parágrafo 5º: prazo de 5 anos para a Administração Pública exigir ressarcimento 
se houver boa-fé; será imprescritível em caso de má-fé. 
 Em caso de demissão, exoneração, aposentadoria ou qualquer licença 
ou afastamento sem remuneração - artigo 121: o servidor público faz jus a 
perceber os créditos devidos até a data do evento. Nesses casos, se houverem 
débitos junto a Administração, caberá dedução integral da remuneração. Se o 
crédito a receber pelo cargo ou função não for suficiente: deverá o servidor pagar 
em 60 dias ou ainda, ter descontado de qualquer crédito a receber do Distrito 
Federal (sob pena de ser executado judicialmente, com base na inscrição na dívida 
ativa). 
 Em caso de morte do servidor público - artigo 122: 
 a) Saldo será pago aos beneficiários de pensão; 
 b) Na falta de potenciais pensionistas, o saldo será pago aos herdeiros 
devidamente habilitados; 
 c) Saldo negativo: cobrados civilmente dos herdeiros, no limite da herança 
(CC/2002, artigo 1792). 
 É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei 
- artigo 124. 
 Retribuição pecuniária: Poderá ser subsídio ou remuneração - artigo 66: 
 a) Remuneração ou subsídio diário: RETRIBUIÇÃO MENSAL/30; 
 b) Remuneração ou subsídio horário: RETRIBUIÇÃO MENSAL/5xREGIME 
DE TRABALHO. Exemplo - supondo que o servidor tenha remuneração mensal no 
valor de 6.000,00 reais e regime de trabalho de 30 horas semanais: 
 - 6000/5x30 = 
 - 6000/150 = 40 
 - Remuneração por hora = R$ 40,00 (bem útil para fazer descontos por 
faltas, atrasos ou ausências injustificadas, não é mesmo!?). 
 Obs: Não podem fazer parte desses cálculos a remuneração ou subsídio 
acrescidos de: 
 a) Vantagens periódicas ou eventuais; 
 b) Vantagens de caráter indenizatório; 
 c) Adicional noturno; 
 d) Adicional por serviço extraordinário; 
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 e) Adicional de férias 
 f) 13º salário; 
 g) Auxílio-natalidade; 
 h) Abono de permanência. 
 Subsídio - artigo 67: parcela única remuneratória. Só poderá ser acrescido 
o que a lei definir (rol taxativo - numerus clausus): 
 a) 13º salário; 
 b) Adicional de férias; 
 c) Adicional por serviço extraordinário; 
 d) Adicional noturno; 
 e) Auxílio-natalidade; 
 f) Abono de permanência; 
 g) Vantagens de caráter indenizatório; 
 h) Remuneração ou subsídio como titular ou substituto de comissão. 
 Obs: Não poderá ser menor que o salário mínimo - artigo 73. 
 Remuneração - artigo 68: somatório da seguintes parcelas remuneratórias: 
 a) Vencimentos (serão irredutíveis - artigo 69): vencimento básico (não 
poderá ser menor que o salário mínimo - artigo 73) mais vantagens 
permanentes do cargo (artigo 76 - na forma da lei de carreira); 
 b) Vantagens relativas às características do trabalho; 
 c) Vantagens pessoais; 
 d) Vantagens periódicas ou eventuais; 
 e) Vantagens de natureza indenizatória. 
 Obs: Teto remuneratório - artigo 70: subsídio mensal dos Desembargadores 
do TJDFT (Vide CF/1988, artigo 37, inciso XI). Excluem-se do teto: 
 a) 13º salário; 
 b) Adiantamento de férias; 
 c) Adicional de férias; 
 d) Auxílio-natalidade; 
 e) Auxílio pré-escolar; 
 f) Vantagens de caráter indenizatório. 
12. Vantagens 
 São elas - artigo 74: 
 a) Gratificações; 
 b) Adicionais; 
 c) Abonos; 
 d) Indenizações. 
 
 Obs I: Gratificações e adicionais poderão ser incorporados ao vencimento 
nas condições indicadas em lei. 
 Obs II: Indenizações não poderão ser incorporadas ao vencimento ou 
provento para nenhum efeito. 
 Obs III: As vantagens pecuniárias não são computadas, nem acumuladas, 
para efeito de concessão de qualquer outro acréscimo pecuniário ulterior. 
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VANTAGENS RELATIVAS ÀS CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO 
(artigos 77 ao 85) 
a) Adicional de serviço extraordinário - artigo 84: O serviço extraordinário é 
remunerado com acréscimo de cinquenta por cento em relação ao valor da 
remuneração ou subsídio da hora normal de trabalho. 
b) Adicional de trabalho noturno - artigo 85: O serviço noturno (das 22 horas 
até 5 da manhã do dia seguinte) é remunerado com acréscimo de vinte e cinco 
por cento sobre o valor da remuneração ou subsídio da hora trabalhada, 
podendo incidir sobre o adicional de serviço extraordinário. 
c) Adicional de insalubridade e periculosidade - artigos 79 a 83: Devido ao 
servidor que trabalhar habitualmente em locais insalubres ou em contato 
permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida faz jus a 
um adicional de insalubridade ou de periculosidade (vedado o acúmulo). 
Gestante e lactante: não pode trabalhar em local insalubre ou atividade 
perigosa. 5, 10 ou 20 % sobre o vencimento básico - insalubridade mínima, 
média ou máxima, respectivamente; 10 % sobre o vencimento básico - 
periculosidade. 
d) Gratificação de função de confiança e vencimentos do cargo em 
comissão - artigos 77 e 78: Sem prejuízo da remuneração ou subsídio do 
cargo efetivo, o servidor faz jus a totalidade do valor da função de confiança e 
80% do valor do cargo em comissão (nesse último caso, pode optar por 100% 
da comissão, abrindo mão da remuneração como efetivo). 
VANTAGENS PESSOAIS 
(artigos 86 a 90) 
 São as parcelas da remuneração que dependam da situação individual de 
cada servidor perante a administração pública (artigo 86). 
 Uma vez adquiridas, as vantagens pessoais incorporam-se à 
remuneração (artigo 87). São elas: 
a) Adicional por tempo de serviço - artigo 88: Será devido em razão de um por 
cento sobre o vencimento básico do cargo de provimento efetivo por ano de 
efetivo serviço, sendo devido a partir do mês em que o servidor completar o 
anuênio. 
b) Adicional de qualificação - artigo 89: destina-se a remunerar a melhoria na 
capacitação para o exercício do cargo efetivo, na forma da lei específica. O 
conteúdo dos cursos de capacitaçãodevem ser pertinentes ao campo temático 
de atuação do servidor público. 
c) Vantagens pessoais nominalmente identificáveis - VPNI - artigo 90: devem 
ser estabelecidas em lei ou reconhecidas judicialmente. Normalmente buscam 
corrigir distorções salariais entre servidores de uma mesma categoria. 
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VANTAGENS PERIÓDICAS 
(artigos 91 a 95) 
a) Adicional de férias - artigo 91: Será pago ao servidor em face das férias o 
referido adicional na proporção de um terço da remuneração ou subsídio do 
mês em que as férias forem iniciadas. Incide sobre o abono pecuniário. Tanto o 
adicional de férias como o abono pecuniário (conversão de 1/3 das férias) 
serão pagos até 2 dias antes do início das férias - artigo 126. 
b) Décimo terceiro salário - artigos 92 ao 95: Corresponde à retribuição 
pecuniária do mês em que é devido, à razão de um doze avos por mês de 
exercício nos doze meses anteriores. Para efetivos: mês de aniversário do 
servidor; para comissionados: até 20 de dezembro. 
VANTAGENS EVENTUAIS 
(artigos 96 ao 100) 
a) Auxílio-natalidade - artigo 96: Devido à servidora efetiva por motivo de 
nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento básico do 
serviço público distrital, inclusive no caso de natimorto. Parto múltiplo: o valor 
deve ser acrescido de cinquenta por cento por nascituro. Devido ao homem se 
a parturiente não é servidora do DF. Aplicável às adoções. 
b) Auxílio-funeral - artigos 97 a 99: Devido à família do servidor efetivo falecido 
em atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração, 
subsídio ou provento (se houver acúmulo, pago em relação ao de maior valor). 
Pago em 48 horas (rito sumaríssimo). Em caso de falecimento de servidor em 
serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de 
transporte do corpo correm à conta de recursos do Distrito Federal, da 
autarquia ou da fundação pública. 
c) Gratificação por encargo de curso ou concurso - artigo 100: Paga ao 
servidor estável que, em caráter eventual atuar como instrutor ou participar de 
banca examinadora ou de comissão de concurso (até 2,2% do maior 
vencimento básico da tabela do servidor por hora), bem como participar da 
logística de preparação e de realização de concurso público ou participar da 
aplicação de provas de concurso público, fiscalizá-la ou avaliá-la, bem como 
supervisionar essas atividades (até 1,2% do maior vencimento básico da tabela 
do servidor por hora). Até 120 horas por ano (se autorizado, pode até 240 
horas por ano). 
VANTAGENS DE CARÁTER INDENIZATÓRIO 
(artigos 101 a 114) 
 - Não podem - artigo 103: 
 a) Ser incorporadas à remuneração ou subsídio; 
 b) Computadas como base de cálculo para fins de incidência de imposto de 
renda ou de contribuição para a previdência social, ressalvadas as disposições em 
contrário na legislação federal; 
 c) Empregadas para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária. 
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a) Diária e Passagem - artigos 104 e 105: Para o servidor que, a serviço, se 
afastar do Distrito Federal em caráter eventual ou transitório, visando cobrir as 
despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana. Será concedida por 
dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não 
exigir pernoite. Nos casos em que o afastamento do Distrito Federal constituir 
exigência permanente do cargo, o servidor não faz jus a diária. Se receber 
diária ou passagem e não se afastar do Distrito Federal, por qualquer motivo, 
fica obrigado a restituí-las em 72 horas (regra válida para retornos 
antecipados). 
b) Transporte - artigo 106: Devida ao servidor que realiza despesas com a 
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços 
externos, por força das atribuições próprias do cargo. 
c) Auxílio-Transporte - artigos 107 a 110: A ser pago em pecúnia ou em vale-
transporte, destinado ao custeio parcial das despesas realizadas com 
transporte coletivo, inclusive interestadual, no início e no fim da jornada de 
trabalho, relacionadas com o deslocamento da residência para o trabalho e 
vice-versa. 
d) Auxílio-alimentação - artigos 111 e 112: Feito em pecúnia, sem 
contrapartida; depende de requerimento do servidor interessado. 
e) Abono pecuniário - artigo 113: Conversão de um terço das férias em abono 
pecuniário; depende de autorização do Governador, do Presidente da Câmara 
Legislativa ou do Presidente do Tribunal de Contas. Sobre ele incide o 
adicional de férias. Pago até 2 dias antes do início das férias, assim como o 
próprio adicional de férias - artigo 126. 
f) Abono de Permanência - artigo 114: Pago ao servidor que permanecer em 
atividade após ter completado as exigências para aposentadoria voluntária; 
será devido o valor da sua contribuição previdenciária, na forma e nas 
condições previstas na Constituição Federal. 
13. Férias 
 A cada doze meses de exercício: o servidor recebe férias de 30 dias - artigo 
125. 
 Obs I: Primeiro período de férias depende de 12 meses de efetivo exercício. 
 Obs II: Conta como efetivo exercício - artigo 165: 
 a) Férias; 
 b) Concessões especiais do artigo 62 (doar sangue e exames de câncer de 
cólon de útero, próstata e mama; alistamento eleitoral ou mudança de domicílio 
eleitoral; casamento ou falecimento de cônjuge/companheiro e parentes); 
 c) Licença maternidade/paternidade; 
 d) Licença médica/ondontológica; 
 e) Licença prêmio; 
 f) Licença para serviço militar; 
 g) Licença para mandato classista; 
 h) Abono de ponto; 
 i) Afastamento para exercício em outro quadro; 
 j) Afastamento para estudo ou missão no exterior, remunerado; 
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 k) Afastamento para participar de competição desportiva; 
 l) Afastamento para programa de treinamento ou pós “strictu sensu”; 
 m) Afastamento de auxílio-doença; 
 n) Afastamento para mandato eletivo; 
 o) Juri popular e outros serviços obrigatórios por lei (mesário, por exemplo). 
 Obs III: Proibido contar faltas ao serviço para efeitos de férias. 
 Obs IV: Férias podem ser acumuladas por até 2 períodos em face de 
necessidade de serviço (observadas proibições especificadas em lei, como por 
exemplo, operadores de “raio X” ou agentes que atuem expostos a substâncias 
radioativas - artigo 127). 
 Obs V: O servidor poderá requerer o parcelamento das férias em até 3 
períodos, cada um, não inferior a 10 dias (o deferimento é a critério da 
Administração, portanto, discricionário). 
 Até 2 dias antes do início das férias, serão pagos ao servidor - artigo 128: 
 a) Adicional de férias - 1/3 da retribuição pecuniária devida no mês das 
férias; 
 b) Abono penuniário, se deferido; 
 c) Se requerido pelo servidor, adiantamento de parcela correspondente a 
40% do valor líquido da retribuição pecuniária (descontado da retribuição 
pecuniária em quatro parcelas mensais e sucessivas de idêntico valor) . 
 Operadores de “raio-X” ou agentes que atuem expostos a substâncias 
radioativas (direta e permanentemente) - artigo 127: 20 dias de férias, proibida a 
acumulação (vide artigo 125) e não faz jus a abono pecuniário (logicamente, não 
poderá "vender" suas férias). 
 Suspensão de férias (não interrupção, ein!?) - artigo 128: pode ocorrer 
por calamidade, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral 
ou por necessidade do serviço (rol exemplificativo que poderia ser resumido como: 
motivo de relevante interesse público). Compete ao Secretáriode Governo 
correspondente no Executivo (formalmente, por meio de portaria, aqui como ato 
ordinatório e não normativo) e ao Presidente da CL-DF ou TCDF, no Legislativo. 
 Obs: Demissão, destituição, exoneração ou aposentadoria sem usufruir de 
férias - artigo 129: 
 a) Indenização pelo valor da retribuição pecuniária do mês do evento, mais 
adicional de férias; 
 b) Período de férias incompleto: proporção de 1/12 por mês de efetivo 
exercício (lembrar sempre do artigo 165 que nos ensina o que será computado 
como de efetivo exercício!!!); 
 c) Fração superior a 14 dias equivale a 1 mês. 
14. Licenças e Afastamentos 
 Não poderão ser usufruídas durante o estágio probatório - digressão do 
artigo 25: 
a) Licença para acompanhar cônjuge/companheiro; 
b) Licença-prêmio; 
c) Licença para tratar de assuntos particulares; 
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d) Afastamento para servir a organismo internacional com o qual o Brasil 
coopera; 
e) Períodos de licenças e afastamentos sem remuneração. 
 Tempo de serviço será computado quando a licença ou afastamento é 
remunerado - artigo 164. 
 Efetivo exercício - artigo 165: 
a) Licença maternidade/paternidade; 
b) Licença médica/ondontológica; 
c) Licença-prêmio; 
d) Licença para serviço militar; 
e) Licença para mandato classista; 
f) Abono de ponto; 
g) Afastamento para exercício em outro quadro no Distrito Federal; 
h) Afastamento para missão ou estudo no exterior remunerado; 
i) Afastamento para para competição desportiva; 
j) Afastamento para pós "stricto sensu”; 
k) Afastamento por auxílio-doença da legislação previdenciária; 
l) Afastamento para mandato eletivo. 
 Suspensão do estágio probatório - artigo 27: 
a) Licença por motivo de doença em pessoa da família; 
b) Afastamento para participar de curso de formação. 
 - Licenças e afastamentos em espécie: vide anexos I, II e III. 
 Só de curiosidade!!! Você que está estudando a Lei Complementar nº 
840/2011 para concursos do Distrito Federal deve estar se questionando em quais 
artigos constam previstos os benefícios de licença-maternidade (ou gestante) e o 
de auxílio-doença. Pois bem, muito embora tais benefícios tenham sido citados na 
referida legislação, eles não foram por ela regulamentados. Coube a Lei 
Complementar nº 769/2008 tratar mais criteriosamente do auxílio-doença e da 
licença-maternidade. Aí vão as principais regras!!! 
 Auxílio-Doença 

 Remuneração paga ao servidor efetivo, segurado junto ao RPPS - Regime 
Próprio de Previdência Social do DF, a partir do 16º dia que ele estiver afastado do 
trabalho para tratamento de saúde. Até 15 dias de afastamento o servidor tem 
direito à licença médica/ondontológica, devidamente remunerada pelo pelo Tesouro 
do Distrito Federal. 
 O auxílio-doença será pago no valor da última remuneração do servidor. 
Além, será concedido com base em inspeção médica que definirá o prazo de 
afastamento, devendo ao término do gozo o servidor ser submetido à nova 
inspeção médica, que concluirá pela: 
 a) Volta ao serviço; 
 b) Prorrogação; 
 c) Readaptação ou aposentadoria por invalidez.

 Cumpre destacar que o auxílio-doença não pode ser acumulado com o 
salário-maternidade nem com o auxílio-reclusão. 
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 Licença-Maternidade (gestante)

 Toda servidora gestante tem direito à licença-maternidade pelo prazo de 180 
dias sem prejuízo da remuneração, devendo os primeiros 120 dias de fruição serem 
remunerados pelo RPPS (IPREV/DF - autarquia do DF) e os últimos 60, pelo 
Tesouro do Distrito Federal. A servidora comissionada, sem vínculo efetivo com a 
Administração, também poderá usufruir da licença-maternidade, nos mesmos 
termos. 
 Tal beneficio poderá, como regra geral, ser usufruído a partir do dia em que 
ocorrer o parto, podendo ser antecipado em até 28 dias dele, desde que haja 
prescrição médica nesse sentido.

 A segurada que adotar uma criança terá direito ao benefício pelos seguintes 
períodos:

 a) 180 dias, se a criança tiver de zero a um ano de idade;

 b) 90 dias, se a criança tiver entre um e quatro anos de idade;

 c) 30 dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.

 
15. Deveres dos servidores públicos - artigo 180 
 a) Exercer com zelo e dedicação suas atribuições; 
 b) Manter-se atualizado nos conhecimentos exigidos para o exercício de 
suas atribuições; 
 c) Agir com perícia, prudência e diligência no exercício de suas atribuições; 
 d) Atualizar, quando solicitado, seus dados cadastrais; 
 e) Observar as normas legais e regulamentares no exercício de suas 
atribuições; 
 f) Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
 g) Levar ao conhecimento da autoridade superior as falhas, vulnerabilidades 
e as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo público ou função de 
confiança; 
 h) Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder; 
 i) Zelar pela economia do material e pela conservação do patrimônio 
público; 
 j) Guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
 k) Ser leal às instituições a que servir; 
 l) Ser assíduo e pontual ao serviço; 
 m) Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
 n) Declarar-se suspeito ou impedido nas hipóteses previstas em lei ou 
regulamento; 
 o) Tratar as pessoas com civilidade; 
 p) Atender com presteza: 
 * O público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo; 
 * Os requerimentos de expedição de certidões para defesa de direito ou 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
 * As requisições para a defesa da administração pública. 
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16. Regime e processo disciplinar 
16.1. Introdução geral 
 Responsabilidades do servidor público - artigo 181: 
 a) Penal, civil e administrava; 
 b) Cumulativas e independentes; 
 c) Responsabilidade administrativa afastada quando absolvido penalmente 
por negativa de autoria ou existência dos fatos (transitado em julgado), ressalvada 
a falta residual (artigo 213); 
 Responsabilidade penal: crimes e contravenções praticadas no exercício 
das funções - artigo 182; 
 Responsabilidade civil - artigo 183: 
 a) Ação ou omissão; 
 b) Dolo ou culpa; 
 c) Prejuízo ao erário ou a terceiro; 
 d) Dano ao erário: se doloso, somente caberá o parcelamento nos casos em 
que não houver bens aptos a saldar os prejuízos em execução judicial; 
 e) Dano a terceiro: responde perante a Fazenda Pública, por meio de ação 
regressiva; 
 f) Obrigação de reparar estende-se aos herdeiros no limite da herança - CC/
2002, artigo 1792; 
 Obs I: Interpretação da CF/1988, artigo 37, parágrafo 5º: as ações de 
ressarcimento ao erário são imprescritíveis. 
 Obs II: A responsabilidade perante o Tribunal de Contas decorre de atos 
sujeitos ao controle externo do referido órgão - artigo 184 (vide Lei Orgânica); 
 Obs III: As responsabilidade administrativa não depende de processo 
judicial. Portanto, caberá demissão e cassação de aposentadoria do servidor 
público por meio de processo administrativo (PAD - Processo Disciplinar) - artigo 
185 e mandado de segurança 16.183 - STF. 
16.2. Infrações Disciplinares 
 Podem ser leves, médias ou graves. As médias e graves são classificadas 
em grupos, sendo as de segundo grupo mais graves que as do primeiro - artigo 
188; 
 Conceito de reincidência - artigo 189: cometer nova infração do mesmo 
grupo ou classe da transgressão anterior pela qual o servidor tenha sido condenado 
e punido,ainda que uma seja tecnicamente distinta da outra, dentro do prazo para 
cancelamento de uma sanção anterior (advertência e suspensão: 3 e 5 anos para 
cancelamento de registro). 
 Na aplicação das sanções disciplinares, devem ser considerados - 
artigo 196: 
 a) Natureza e gravidade da infração disciplinar cometida; 
 b) Danos causados para o serviço público; 
 c) Ânimo e a intenção do servidor; 
 d) Circunstâncias atenuantes e agravantes (vide artigos 197 e 198); 
 e) Culpabilidade e antecedentes funcionais do servidor. 
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 Obs: Nenhuma sanção poderá ser aplicada sem previsão legal ou sem PAD 
- Processo Disciplinar. 
 
Infrações Leves
(artigo 190)
Infrações Médias
(artigo 191-192)
I – descumprir dever funcional ou decisões 
administrativas emanadas dos órgãos competentes; 
II – retirar, sem prévia anuência da chefia imediata, 
qualquer documento ou objeto da repartição; 
III – deixar de praticar ato necessário à apuração de 
infração disciplinar, retardar indevidamente a sua 
prática ou dar causa à prescrição em processo 
disciplinar; 
IV – recusar-se, quando solicitado por autoridade 
competente, a prestar informação de que tenha 
conhecimento em razão do exercício de suas 
atribuições; 
V – recusar-se, injustificadamente, a integrar comissão 
ou grupo de trabalho, ou deixar de atender designação 
para compor comissão, grupo de trabalho ou para 
atuar como perito ou assistente técnico em processo 
administrativo ou judicial; 
VI – recusar fé a documento público; 
VII – negar-se a participar de programa de treinamento 
exigido de todos os servidores da mesma situação 
funcional; 
VIII – não comparecer, quando convocado, a inspeção 
ou perícia médica; 
IX – opor resistência injustificada ou retardar, 
reiteradamente e sem justa causa: 
a) o andamento de documento, processo ou execução 
de serviço; 
b) a prática de atos previstos em suas atribuições; 
X – cometer a servidor atribuições estranhas ao cargo 
que ocupa, exceto em situações de emergência e em 
caráter transitório; 
XI – manter sob sua chefia imediata, em cargo em 
comissão ou função de confiança, o cônjuge, o 
companheiro ou parente, por consanguinidade até o 
terceiro grau, ou por afinidade; 
XII – promover manifestação de apreço ou desapreço 
no recinto da repartição; 
XIII – perturbar, sem justa causa, a ordem e a 
serenidade no recinto da repartição; 
X I V – a c e s s a r, a r m a z e n a r o u t r a n s f e r i r , 
intencionalmente, com recursos eletrônicos da 
administração pública ou postos à sua disposição, 
informações de conteúdo pornográfico ou erótico, ou 
que incentivem a violência ou a discriminação em 
qualquer de suas formas; 
XV – usar indevidamente a identificação funcional ou 
outro documento que o vincule com o cargo público ou 
função de confiança, em ilegítimo benefício próprio ou 
de terceiro. 
Infrações médias do grupo I: 
I – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos 
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição 
que seja de sua responsabilidade ou de seu 
subordinado; 
II – ausentar-se do serviço, com frequência, durante o 
expediente e sem prévia autorização da chefia 
imediata; 
III – exercer atividade privada incompatível com o 
horário do serviço; 
IV – praticar ato incompatível com a moralidade 
administrativa; 
V – praticar o comércio ou a usura na repartição; 
VI – discriminar qualquer pessoa, no recinto da 
repartição, com a finalidade de expô-la a situação 
humilhante, vexatória, angustiante ou constrangedora, 
em relação a nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, 
estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, 
convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, 
deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por 
ter cumprido pena, ou por qualquer particularidade ou 
condição. 
Infrações médias do grupo II: 
I – ofender fisicamente a outrem em serviço, salvo em 
resposta a injusta agressão ou em legítima defesa 
própria ou de outrem; 
II – praticar ato de assédio sexual ou moral; 
III – coagir ou aliciar subordinado no sentido de filiar-se 
a associação, sindicato, partido político ou qualquer 
outra espécie de agremiação; 
IV – exercer atividade privada incompatível com o 
exercício do cargo público ou da função de confiança; 
V – usar recursos computacionais da administração 
pública para, intencionalmente: 
a) violar sistemas ou exercer outras atividades 
prejudiciais a sites públicos ou privados; 
b) disseminar vírus, cavalos de tróia, spyware e outros 
males, pragas e programas indesejáveis; 
c) disponibilizar, em sites do serviço público, 
propaganda ou publicidade de conteúdo privado, 
informações e outros conteúdos incompatíveis com os 
fundamentos e os princípios da administração pública; 
d) repassar dados cadastrais e informações de 
servidores públicos ou da repartição para terceiros, 
sem autorização; 
VI – permitir ou facilitar o acesso de pessoa não 
autorizada, mediante atribuição, fornecimento ou 
empréstimo de senha ou qualquer outro meio: 
a) a recursos computacionais, s istemas de 
informações ou banco de dados da administração 
pública; 
b) a locais de acesso restrito.
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 IMPORTANTE!!! Reincidência de infrações médias do grupo II levam a 
demissão. 
Infrações Graves - Grupo I
(artigo 193)
Infrações Graves - Grupo II
(artigo 194)
I – incorrer na hipótese de: 
a) abandono de cargo; 
b) inassiduidade habitual; 
II – acumular ilegalmente cargos, empregos, 
funções públicas ou proventos de aposentadoria, 
salvo se for feita a opção na forma desta Lei 
Complementar; 
III – proceder de forma desidiosa, incorrendo 
repetidamente em descumprimento de vários 
deveres e atribuições funcionais; 
IV – acometer-se de incontinência pública ou ter 
conduta escandalosa na repartição que perturbe 
a ordem, o andamento dos trabalhos ou cause 
dano à imagem da administração pública; 
V – cometer insubordinação grave em serviço, 
subvertendo a ordem hierárquica de forma 
ostensiva; 
VI – dispensar licitação para contratar pessoa 
jurídica que tenha, como proprietário, sócio ou 
administrador: 
a) pessoa de sua família ou outro parente, por 
consanguinidade até o terceiro grau, ou por 
afinidade; 
b) pessoa da família de sua chefia mediata ou 
i m e d i a t a o u o u t r o p a r e n t e d e l a , p o r 
consanguinidade até o terceiro grau, ou por 
afinidade; 
VII – dispensar licitação para contratar pessoa 
física de família ou parente mencionado no 
inciso VI, a e b; 
VIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de 
estado estrangeiro; 
IX – exercer o comércio, exceto na qualidade de 
acionista, cotista ou comanditário; 
X – participar de gerência ou administração de 
sociedade ou empresa privada, personificada ou 
não personificada, salvo: 
a) nos casos previstos nesta Lei Complementar; 
b) nos períodos de licença ou afastamento do 
cargo sem remuneração, desde que não haja 
p r o i b i ç ã o e m s e n t i d o c o n t r á r i o , n e m 
incompatibilidade; 
c) em instituições ou entidades beneficentes, 
filantrópicas, de caráter social e humanitário e 
sem fins lucrativos, quando compatíveis com a 
jornada de trabalho.
I – praticar, dolosamente, ato definido em lei 
como: 
a) crime contra a administração pública; 
b) improbidade administrativa; 
II – usar conhecimentos e informações 
adquiridos no exercício de suas atribuições para 
violar ou tornar vulnerável a segurança, os 
sistemas de informática, sites ou qualquer outra 
rotina ou equipamento da repartição; 
III – exigir,

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