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 COMEÇANDO DO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
1 
 
Lei Delegada 
 
Nos termos do art. 68 da CF, é um ato normativo de feitura do Poder Executivo, em que 
o Presidente da República solicita autorização do Congresso Nacional para poder legislar sobre 
a matéria. 
A delegação pelo Congresso Nacional ocorrerá por meio de Resolução. 
O § 1º do art. 68 da CF proíbe a lei delegada tratar sobre matérias reservadas à lei 
complementar. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso 
Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, 
a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: (...) 
A lei delegada está praticamente em desuso atualmente, dado a possibilidade do 
Presidente da República valer-se das Medidas Provisórias para instituir e majorar impostos, sem 
a necessidade de buscar autorização do Congresso Nacional. 
 
 
 
Decreto 
 
 
Trata-se de instrumento normativo, utilizado pelo Presidente da República, conforme 
previsão do art. 84, IV da CF, para obter a correta aplicação e execução da lei, sem ampliar ou 
restringir o conteúdo por ela definido. 
Nesse sentido, estabelece o art. 99 do CTN: 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das 
quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação 
estabelecidas nesta Lei. 
 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Tratados e Convenções Internacionais 
 
 
A Convenção de Viena de 26 de maio de 1969, sobre o Direito dos Tratados, no art. 2º, 
§1º, “a” esclarece não importar a terminologia atribuída aos atos internacionais, por essa razão 
não se faz distinções entre as expressões “tratado” e “convenção internacional”. 
Os tratados internacionais (ou Convenções) são atos firmados entre dois ou mais 
Estados, no intuito de estabelecer normas comuns a serem observadas no âmbito internacional. 
Em matéria tributária, os tratados e convenções internacionais são muito utilizados para 
evitar a bitributação, estabelecer a tributação de mercadorias exportadas e importadas. 
Nos termos do art. 84, VIII, da CF compete privativamente ao Presidente da República 
celebrar tratados ou convenções internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional. 
O art. 98 do CTN estabelece que: 
 
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária 
interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
 
 
 
 
 
 
 
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 COMEÇANDO DO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
2 
Aplica-se a literalidade do dispositivo supracitado, no sentido de que “os tratados e as 
convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna”. Contudo, 
observa-se que uma vez denunciado o tratado, a norma interna volta a produzir efeitos. 
Assim, tendo em vista que a legislação interna volta a vigorar, uma vez denunciado o 
tratado, não se pode dizer que ela havia sido revogada, mas apenas estava com sua eficácia 
suspensa. 
 
 
Tratados e Convenções Internacionais e a Isenção Heterônoma 
 
 
Os Tratados Internacionais podem conceder isenção de tributos estaduais e municipais, 
uma vez que o Presidente da República ao assinar esses tratados, assina como chefe de Estado 
e não como chefe de governo e, por isso, não seria considerado uma isenção heterônoma, 
vedada pela nossa Constituição Federal no art.151, III. 
 
 
EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA DE 1988 DO ACORDO GERAL DE TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO 
DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EM TRATADO INTERNACIONAL FIRMADO 
PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151, INCISO III, DA 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. 
NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA. RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A isenção de tributos estaduais 
prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as mercadorias importadas dos 
países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo benefício foi recepcionada 
pela Constituição da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código Tributário Nacional 
"possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e os Municípios" (voto 
do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito internacional apenas a República 
Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição 
da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O 
Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas 
como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção 
heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição. 4. Recurso 
extraordinário conhecido e provido. (STF, Pleno, RE, nº 229.096, Min. Rel. Ilmar 
Galvão, DJ. 16-08-2007). 
 
 
Normas Complementares 
 
 
Nos termos do art. 100 do CTN, são quatros as normas complementares das leis, dos 
tratados e convenções internacionais e decretos: 
I - Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a 
lei atribua eficácia normativa; 
III - As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
 
 
 
 
 
 
 
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 COMEÇANDO DO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
3 
IV - Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. 
A observância das normas complementares exclui a imposição de penalidades, a 
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. 
(CTN, art. 100, parágrafo único). 
 
 
Interpretação da Legislação Tributária 
 
 
A aplicação da lei a um caso concreto, seja pela autoridade administrativa, pelo julgador 
ou ainda pelo próprio sujeito passivo, requer a sua interpretação para que seja identificado o seu 
significado e o seu alcance. Assim, fazem-se necessárias no momento de aplicação da 
legislação considerações de ordem léxica, lógica, sistemática, histórica e teleológica. 
Por essa razão, admite-se em direito tributário, salvo as hipóteses previstas no art. 111 
do CTN, a utilização de todos os métodos de interpretação admitidos em direito, tais como o 
método literal, sistemático, teleológico e histórico. 
A interpretação literal analisa pura e simplesmente o significado das palavras constantes 
no texto legal. 
Quanto às hipóteses de suspensão, exclusão do crédito tributário, bem como dispensa 
do cumprimento de obrigação acessória, conforme disposto no art. 111 do CTN, o aplicador 
somente poderá se valer da interpretação LITERAL. 
Assim, todas as hipóteses de suspensão do crédito tributário previstas no art. 151 do 
CTN, e as de exclusão, constantes no art. 175 do CTN, só podem ser interpretadas literalmente. 
 
 
 
Matérias que só podem ser interpretadas LITERALMENTE nos termos do Art. 111 CTN 
 
 
1) Causas de suspensão (art. 151 CTN) e Exclusão do Crédito Tributário (art. 175 CTN); 
2) Outorga de isenção; 
3) Dispensa de cumprimento de obrigações acessórias. 
 
 
 
Ademais, nos termos do art. 112 do CTN a lei tributária que define infrações, ou que 
comina penalidades, será interpretada da maneira mais favorável ao acusado, sempre que 
houver dúvida quanto: 
(i) à capitulação legal do fato; 
(ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos 
seus efeitos; 
(iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; 
(iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. 
 
 
Ressalta-se, ainda, que a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o 
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados, expressa ou 
 
 
 
 
 
 
 
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 COMEÇANDODO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
4 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis 
Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. 
(CTN, art. 110). 
Vistas as possibilidades de interpretação da legislação tributária acima, tem-se ainda as 
situações em que há obscuridade ou lacuna da lei e que se deve preencher o vácuo por meio de 
integração. O art. 108 do CTN permite a utilização da integração desde que ocorra na seguinte 
ordem sucessiva: 
 
(i) analogia; 
(ii) princípios gerais de direito tributário; 
(iii) princípios gerais de direito público; 
(iv) equidade. 
 
O aplicador da legislação se vale da analogia: quando diante de um caso sem previsão 
expressa, utiliza uma norma legal prevista para uma situação semelhante. 
Conquanto, ninguém pode se valer da analogia para cobrar tributo, conforme estabelece 
o § 1º do art. 108 do CTN. 
A equidade atua como instrumento de realização concreta da justiça. Mas ninguém pode 
utilizar a equidade para ser dispensado do pagamento do tributo. 
 
 
Integração da Legislação Tributária (Art. 108 
CTN) 
 
 
1) Analogia; 
2) Princípios Gerais de Direito Tributário; 
3) Princípios Gerais de Direito Público; 
4) Equidade. 
 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
Conforme prevê o art. 113 do CTN, a obrigação tributária pode ser Principal ou 
Acessória. 
A obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
(art. 113, § 1º CTN), consiste em dar dinheiro, pagar. A obrigação acessória refere-se, na 
verdade, aos deveres formais que o sujeito passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecadação 
e a fiscalização. Nos termos do art. 113, § 2º do CTN, são prestações positivas ou negativas que 
irão facilitar a arrecadação e a fiscalização dos tributos. Por prestações positivas, tem-se como 
obrigação acessória do sujeito passivo o dever de “emitir nota fiscal”, “escriturar livros”, “declarar 
impostos”, etc. Quanto às prestações negativas, cita-se o dever de “não receber mercadorias 
desacompanhadas da devida documentação fiscal”. 
A inobservância de uma obrigação acessória pelo sujeito passivo implica no surgimento 
de uma obrigação principal referente à penalidade tributária. Assim, por exemplo, se o sujeito 
deixar de declarar o imposto de renda, terá que declará-lo com atraso e por esse motivo deverá 
pagar uma multa, essa multa é uma obrigação principal. 
 
 
 
 
 
 
 
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 COMEÇANDO DO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
5 
Art. 113 CTN (...) 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
O fato do sujeito passivo não ter uma obrigação principal, por gozar de imunidade ou 
isenção tributária, por exemplo, não afasta a sua obrigação acessória, vez que essa é autônoma 
em relação à obrigação principal. 
O sujeito que goza de imunidade ou isenção, ainda assim, deve manter suas obrigações 
acessórias em dia. 
 
 
Pessoa com Imunidade 
Tributária 
Pessoa com Isenção 
Tributária 
Pessoa que paga Tributos 
Normalmente 
Não tem obrigação principal Não tem obrigação principal Tem obrigação principal 
TEM obrigação acessória TEM obrigação acessória TEM obrigação acessória 
 
 
Sujeito Ativo 
 
 
É a pessoa jurídica de direito público que detém a competência para exigir o 
cumprimento da obrigação tributária. Pode ser o ente federativo, autarquia, ou qualquer outra 
pessoa jurídica de direito público que detenha capacidade ativa tributária, ou seja, as funções de 
arrecadar e fiscalizar os tributos, conforme estabelece o art. 119 do CTN. 
 
 
Sujeito Passivo 
 
 
O sujeito passivo da obrigação tributária principal é a pessoa obrigada ao pagamento do 
tributo ou da penalidade tributária. 
À luz do art. 121 do CTN destacam-se dois tipos de sujeitos passivos na relação jurídico-
tributária: o contribuinte e o responsável. 
O contribuinte, também denominado pela doutrina de sujeito passivo direto, é aquele 
que tem relação direta e pessoal com a situação que constitua o fato gerador da obrigação. Na 
verdade, é quem pratica o fato gerador. 
O proprietário de um imóvel urbano, por praticar o fato gerador do IPTU, “ser proprietário 
de imóvel urbano”, irá pagar esse imposto na condição de contribuinte. 
O responsável (sujeito passivo indireto) é aquele que sem revestir a condição de 
contribuinte, mas por ter relação indireta com a situação que constitua o fato gerador, a lei lhe 
atribui o dever de pagar o tributo. Assim, os pais pagam os tributos devidos pelos seus filhos 
menores, na condição de responsáveis, pois o art. 134 do CTN assim estabelece. 
É importante ressaltar que a responsabilidade tributária decorre tão somente de lei. 
Os sujeitos passivos (contribuinte ou responsável) podem ser solidários, desde que haja 
interesse comum na situação que constitua o fato gerador do tributo, ou sempre que a lei assim 
determinar. 
Art. 124. São solidariamente obrigadas: 
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal; 
 
 
 
 
 
 
 
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 COMEÇANDO DO ZERO 
 Direito Tributário 
 Josiane Minardi 
6 
II - as pessoas expressamente designadas por lei. 
 
Para existir a solidariedade entre as pessoas, com relação ao inc. I do art. 124 do CTN, 
os sujeitos devem estar no mesmo polo da relação, pois se estiverem em posições contrapostas, 
não haverá solidariedade. 
 
O art. 124, parágrafo único, e o art. 125, ambos do CTN, determinam quatro efeitos da 
solidariedade, que salvo disposição de lei em contrário: 
(i) não comporta benefício de ordem; 
(ii) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
(iii) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais 
pelo saldo; 
(iv) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica aos demais.

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