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Prova Discursiva de Literatura Estrangeira

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Questão 1/5
O Brasil, no final do século XIX, com a proclamação da República, deu início a um processo modernizador, principalmente com campanhas em defesa do patriotismo e da alfabetização. A escola passou a ter um papel importante enquanto divulgadora dessa identidade cultural em desenvolvimento. É dentro desse panorama que a literatura infantil brasileira surge, suprindo a necessidade de produção cultural para a criança, e ao auxiliar na educação escolar, assumindo um perfil e méritos que marcaram seu percurso histórico.
 
Desenvolva uma análise sobre esse momento, evidenciando as características, limitações e méritos da literatura infantil nesse período.
Nota: 16.0
	Em sua origem, a literatura infantil brasileira, apesar do projeto modernizador do regime republicano, assumiu uma postura conservadora que se deveu em parte à função cívico-pedagógica em defesa do patriotismo que lhe foi imposta e, também, ao fato de se restringir a traduções e adaptações dos clássicos infantis europeus, centrados no exercício pedagógico de reforçar os valores sociais. O mérito alcançado nesse processo foi que nesse trabalho de tradução as obras sofriam uma espécie de abrasileiramento, em função de transposições temáticas e linguísticas das edições lusitanas. Essa adaptação favoreceu uma melhor divulgação dos textos e favoreceu a recepção por parte do jovem leitor brasileiro. (pp 76-77 do livro-base)
Resposta:O nascimento da literatura infantojuvenil brasileira coincidiu com a Abolição da Escravatura e com o advento da República. A nova situação política e econômica também incluiu o início do processo de modernização do país, a implementação de campanhas em defesa do patriotismo e da alfabetização, a chegada de imigrantes às cidades grandes e a diversificação da população urbana. Essas transformações ocorridas tanto no nível de desenvolvimento sociocultural quanto no panorama histórico favoreceram o surgimento de um novo contingente de leitores de livros infantis e escolares.
Questão 2/5
Leia os trechos do poema a seguir, de Cesário Verde, e responda à questão.
 
O SENTIMENTO DUM OCIDENTAL
 
Nas nossas ruas, ao noitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
 
O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.
(...)
 
Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros.
 
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br
Acessado em: 30 abr 2015
 
Após leitura atenta, e com base nos conteúdos abordados nas aulas e no livro-base, avalie se é otimista ou pessimista a visão do poeta sobre a cidade de Lisboa, e justifique com seus comentários, exemplificando se necessário.
Nota: 20.0
	Espera-se que o aluno explique a visão pessimista e sombria que o poeta tem da cidade, sempre com enfoque nos marginalizados, nas injustiças e na dor humana. “A visualização do cotidiano que transpassa em seus poemas é impressionista, evita a interferência analítica de quem observa – o eu poético e através dele, o leitor. A cidade é uma personagem, aparece como um espaço em que as sensações são despertadas por um frequente espetáculo de dor humana, protagonizado principalmente pelos oprimidos e marginalizados. (...) O seu olhar é pessimista, percorre as ruelas, o mundo mais marginal, escuro – por isso a escolha pelo entardecer, pela noite e pela madrugada, horas escuras, sombrias, assim como o olhar do poeta. (livro-base, p.167-170)
Resposta:O poema nos encaminha para a condição do poeta e do lugar, ocidental - e ainda será na parte mais ocidental do Ocidente, Portugal. A noção de Ocidente/Europa excluía Portugal, assim como o lugar do poeta, que, a partir de Baudelaire, entra em crise. O sujeito lírico se refere a Camões. Por outro lado o autor apresenta as varinas, mulheres que vendiam peixes frescos, relativas à cultura popular. Outros aspectos do poema são as contraposições entre história e história cotidiana, bem como sobre masculino e feminino.
Cesário escreve sobre o passado, mas sem saudade. Pinça elementos da história no espaço que transforma em tempo; a descrição é febril, entretece os dois, espaço e tempo. O autor exprime um sentimento pessimista, de dor e de crítica, um sentimento profundamente dramático. O seu olhar é pessimista, percorre as ruelas, o mundo mais marginal, escuro - por isso a escolha pelo entardecer, pela noite e pela madrugada, horas escuras, sombrias, assim como o olhar do poeta.
Questão 3/5
Leia o fragmento de texto de Celina Martins, sobre Mia Couto, e responda à questão.
 
“Por essa razão, Couto intitula seu quarto livro de contos “Estórias Abensonhadas”. A sua opção não consiste apenas em substituir o qualificativo “abençoadas” por um neologismo, baseado no princípio da analogia fônica, como também revela a necessidade de moldar a língua portuguesa, atribuindo-lhe uma carga simbólica de relevância.
MARTINS, C. O entrelaçar das vozes mestiças. São João do Estoril: Principia, 2006. p. 198.
 
Discorra brevemente sobre os temas e características das “Estórias Abensonhadas”, de Mia Couto.
Nota: 20.0
	Espera-se que o aluno discorra sobre a possibilidade de se ter esperança onde sobrevive o homem, tema da obra e, ao mesmo tempo, característica da poética de Mia Couto, no que se refere ao conteúdo. “As histórias de Mia Couto entrelaçam fantasia e realidade. E o autor declarou que o homem não pode perder o sonho, assim é feita sua literatura, de fiapos, ou pequenas frestas para o sonho, para a esperança; ao mesmo tempo resgata tradições e a história de seu país.” (livro-base, p.264)
Resposta:Estórias Abensonhadas, 30 anos depois de uma guerra que custou milhares de vidas, o cenário é a esperança, vista como algo novo nas pessoas. São duas caractrísticas marcantes na poética de Mia Couto. Por um lado, a possibilidade de ter esperança onde sobrevive o homem: há possibilidade de inventar a terra depois da chuva, água "abensonhada", assim, uma mistura de abençoada e sonhada, isso em relação ao conteúdo. Por outro lado, em relação a linguagem, à estrutura de suas histórias, ás palavras "inventadas", pertencentes a uma tradição oral.
Foi anunciado o fim da guerra pelas primeiras páginas dos jornais, não houve comeorações, não houve nenhuma festa; uma semana depois; choveu, e aí as pessoas festaram.
Criou a palavra "abensonhada", como se a chuva estivesse trazendo boas-novas - não foram os jornais ou as revistas que trouxeram a notícia, mas a chuva, abeçoada e sonhada ao mesmo tempo.
Questão 4/5
Leia o fragmento do poema “Ode Marítima”, de Fernando Pessoa, publicado na segunda edição da revista Orfeu:
 
“Sozinho, no cais deserto, a esta manhã de Verão,
Olho pro lado da barra, olho pro Indefinido,
Olho e contenta-me ver,
Pequeno, negro e claro, um paquete entrando.
Vem muito longe, nítido, clássico à sua maneira.
Deixa no ar distante atrás de si a orla vã do seu fumo...”
 
Pessoa, F. Ode Marítima. 1917.
Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jp000011.pdf
Acessado em 07 abr 2015.
 
Qual é a importância da revista Orfeu, e quais as novas propostas artísticas nela divulgadas?
Nota: 6.0
	“Foi o marco do Modernismo em Portugal, através dela divulgaram as novas propostas artísticas, além da ideia de inovar, rompendo com regras fixas, havia o desejo de escandalizar e, principalmente, o interesse de atualizar a literatura portuguesa em relação ao que se publicava no resto da Europa, às ideias das vanguardas europeias, principalmente neste primeiro momento, e ao Futurismo.” (livro-base, p.187)
Resposta:A ode publicada de Fernando Pessoa é enorme, 240 versos. Têm caráter de manifestos, com acento predominante futurista. É atribuída a seu heterônimo, Alvaro de Campos. É uma composição poética originária da antiga Grécia. Era cantadaou declamada em homengem a alguém, a alguma instituição ou algum acontecimento. A revista Orpheu foi o marco inicial do modernismo em Portugal e seus autores ficaram conhecidos como geração de Orpheu.
Questão 5/5
A Literatura Infantil Brasileira, na sua origem, assumiu um caráter conservador, numa função formadora calcada no amor à pátria e às virtudes, no respeito aos adultos. Foi constituída com linguagem grandiloquente, para ensinar a “escrever corretamente”. Monteiro Lobato rompe esse paradigma já ao publicar sua primeira obra direcionada ao público infantil: A menina do narizinho arrebitado. Pode-se dizer que essa obra marca profundamente a Literatura Infantil Brasileira, conferindo-lhe autonomia e uma identidade.
 
A partir do conteúdo do livro-base, explique as características da obra de Monteiro Lobato, as quais foram responsáveis por essa quebra de paradigma.
Nota: 20.0
	Monteiro Lobato já deu início à renovação da literatura infantil brasileira no que diz respeito à linguagem. O autor deixa a linguagem escolar e gramaticalmente impecável de lado e passou a narrar seus enredos por meio de uma linguagem simples, espontânea, próxima da oralidade, que se aproximasse do universo do leitor. Quanto à perspectiva temática, o autor deu acesso à imaginação e ao maravilhoso como forma de suprir as deficiências do mundo real, e interpretá-lo sob o viés da criança. As narrativas de conteúdo lúdico e inteligentes voltam-se para o universo infantil e seus interesses, sem a obrigatoriedade de encaminhamentos morais. A atualização da literatura infantil não ficou somente nos recursos estilísticos, mas também nos temas, pois suas personagens conviviam com produtos culturais extremamente avançados para a época, tais como: a tecnologia, o cinema, as histórias em quadrinhos, o rádio. A aquisição do conhecimento em Monteiro Lobato não se dá de forma escolar e impositiva, mas sim por meio da experiência, pois as personagens infantis aprendem na medida que vivenciam suas aventuras. (p. 81 do livro-base)
Resposta:O mundo fictício criado por Monteiro Lobato foi um marco decisivo para a literatura infantil brasileira. As características encontradas nos seus textos são próprias de uma literatura que se propôs a ultrapassar mudanças; foi um período de modernização em que o país mudou seu anterior perfil agroexportador e adotou novas práticas econômicas e políticas. No campo artístico, a literatura infantojuvenil brasileira rompeu, parcialmente, com às práticas anteriores e promoveu a representação da linguagem oral e coloquial nas narrativas. Nessas histórias, foram incluídos temas nacionalistas, fatos e vultos do passado histórico nacional, focalizados, contudo, dentro de uma perspectiva exacerbada, passadista e conservadora. Soma-se a essas características a representação do meio rural com suas peculiaridades sociais, culturais e geográficas.

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