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Trabalho AV1 Psicologia Organizacional e do Trabalho

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FACULDADE MAURÍCO DE NASSAU
CURSO DE PSICOLOGIA
7º SEMESTRE – A –MANHÃ
Estudo dirigido de Psicologia Organizacional e do Trabalho
Aluno: Eduardo Mendes Medeiros
Professor: Felipe Pinho
Fortaleza
2015
1º. Diferencie a concepção de trabalho na antiguidade grega e na modernidade (ética protestante – Max Weber). 
Na Grécia antiga o trabalho era concebido como algo desvalorizado, uma forma de condenação destinada a escravos, pois o trabalho era compreendido como algo próprio de homens sem inteligência, como algo indicado apenas para escravos e como apenas preparador de homens para a escravidão. O trabalho manual era visto como algo que entorpece e deteriora a mente, não deixando tempo nem energia para a Filosofia, isso é, para amar a sabedoria, para a inteligência e para a política, o trabalho era percebido como a negação do tempo livre (ócio) que deveria ser usado para o cultivo da alma por meio de atividades intelectuais como a reflexão filosófica. Assim, o trabalho (negócio) era realizado pelos escravos, enquanto os nobres viviam no ócio (cultivo da alma) e do negócio (do trabalho realizado por escravos). 
Já na idade Moderna o trabalho deixa de ser uma forma de condenação e passa a ser uma forma de glorificação de Deus e do Homem, pois na ideologia capitalista se o trabalho é bem feito, é um trabalho vocacionado por Deus e feito de forma bem feita, isso é, bem executado este está glorificando à Deus, mas se o trabalho é mal feito você (trabalhador) está cometendo um pecado contra Deus, visto que a ideologia capitalista é derivada da ética protestante criticada por Max Weber, países regidos pela ideologia protestante foram os primeiros a se industrializarem como exemplo a Inglaterra/Reino Unido que é um país regido pela ideologia protestante e que por isso foi o primeiro a se tornar industrializado. A modernidade inaugura um jeito padronizado de trabalhar, se perdeu o artesão, pois com o trabalho cientifico (padronizado com a fragmentação do trabalho, pois este foi reduzido à execução de tarefas: atividade mínima e simples a ser executada, trabalho extremamente especializado (simples) alienador, sem sentido) se perdeu o trabalho como arte, houve, assim a alienação do trabalho. 
2º. Descreva (explique) as principais características e as principais críticas que são feitas à concepção taylorista de organização científica do trabalho:
Diferenciar as funções de gerente e de trabalhador; Utilizar métodos científicos para determinar o melhor método de executar a tarefa com ênfase na eficiência. (projetar o trabalho, métodos padronizados; thebestway); Selecionar (seleção científica do trabalho) as pessoas certas para cada atividade certa; Treinar o trabalhador para executar corretamente a tarefa em um tempo padrão; Monitorar o desempenho do trabalhador (buscar sempre a execução da melhor maneira); Atribuir a responsabilidade pela organização do trabalho ao gerente (planejamento e estruturação do trabalho). Os trabalhadores apenas executariam as atividades; Fornecer apoio adicional mediante o planejamento da distribuição de tarefas e a eliminação de interrupções (proteger o trabalhador de coisas que possam interferir no trabalho). Plano de Incentivo Salarial.
Princípios do Taylorismo: Dicotomia entre o trabalho concepção (a cargo dos gerentes) e o trabalho execução (a cargo dos trabalhadores); Essa dicotomia acaba tirando todo o significado humano do trabalho (dessubjetivação do trabalhador, põe ele como uma máquina) gerando profundas conseqüências psicossomáticas nos trabalhadores; Taylor criou o termo “vadiagem social”, por acreditar que os trabalhadores faziam cera no trabalho, tanto para defender seus empregos como também porque eram naturalmente avessos ao trabalho. 
Criticas ao Taylorismo: 
Mecanização: a mecanização do trabalho e das relações de trabalho torna o trabalhador parte da “máquina” organizacional, acaba com sua subjetividade e com a sua iniciativa;
Esgotamento físico: o trabalho e o pagamento condicionados apenas à dimensão física, levavam os trabalhadores a ficarem esgotados visando alcançar maiores ganhos;
Especialização e atomização: demasiada do processo de trabalho minimizando as aptidões dos operários e tirando toda a possibilidade de satisfação como trabalho.
3º. Explique em que consistiu o experimento de Hawthorne. Qual foi a principal conclusão a que chegaram os pesquisadores que realizaram este estudo?
Elton G. Mayo em seus estudos em Hawthorne provou através de experimentos que as teorias de Ford e Taylor estavam erradas, ou seja, Mayo refutou as teorias de Ford e Taylor. Mayo evoluiu dando foco nas relações humanas no trabalho. A experiência de Hawthorne proporcionou princípios básicos das relações humanas, as suas conclusões são as seguintes: O nível de produção é resultante da integração social e não determinado pela capacidade física ou fisiológica dos empregados/operários. O comportamento do indivíduo se apóia totalmente no grupo (as pessoas (trabalhadores) agem como parte do grupo). O comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais (agem de modo a obter recompensas sociais ou a não obter sanções sociais). A empresa passou a ser vista como um conjunto de grupos sociais informais, cuja estrutura nem sempre coincide com a organização formal. Existem grupos sociais que se mantém em constante interação social dentro da empresa. O moral do trabalhador é influenciado pelo conteúdo e pela natureza do trabalho. Os elementos emocionais e mesmo irracionais passam a merecer uma maior atenção.
4º. Apresente as premissas das teorias X e das teorias Y, tal como formulada por Douglas McGregor.
	Para McGregor (1992), sinteticamente, a Teoria X representa as seguintes idéias tradicionais sobre o controle do comportamento humano no trabalho: O ser humano em geral não gosta intrinsecamente de trabalhar, e trabalha o mínimo possível. Por essa razão a maior parte das pessoas precisa ser coagida, vigiada, orientada, ameaçada com castigos, a fim de fazer o devido esforço para alcançar os objetivos da organização. O ser humano médio prefere ser dirigido, desejando evitar responsabilidades; é pouco ambicioso, procurando segurança acima de tudo.
Enquanto que a Teoria Y, segundo McGregor (1992), representa a integração de objetivos individuais e organizacionais, através de ações baseadas nas seguintes premissas:
a) O dispêndio de esforço físico e mental no trabalho é tão natural como o jogo ou descanso. O ser humano comum não detesta, por natureza, o trabalho. Dependendo de condições controláveis, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação (e será voluntariamente realizado) ou uma fonte de punição (e será evitado, se possível).
b) O controle externo e a ameaça de punição não são os únicos meios de estimular o trabalho em vista dos objetivos organizacionais. O homem está sempre disposto a se autodirigir e se autocontrolar a serviço de objetivos com os quais se compromete.
c) O compromisso com os objetivos é dependente das recompensas associadas à sua consecução. A mais importante dessas recompensas, isto é, a satisfação do ego e das necessidades de autoafirmação pode ser produto direto do esforço feito em vista dos objetivos organizacionais.
d) O ser humano comum aprende, sob condições adequadas, não só a aceitar responsabilidades como procurá-las. A recusa de responsabilidades, a falta de ambição e a busca de garantia são, geralmente, conseqüências da experiência, e não características humanas inatas.
e) A capacidade de usar um grau relativamente alto de imaginação, de engenhosidade e de criatividade na solução de problemas organizacionais é mais amplamente distribuída na população do que geralmente se pensa.
f) Nas condições da vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano comum estão sendo parcialmente usadas.
5º. Explique a importância de se valorizar a subjetividade na gestão de pessoas e nas empresas contemporâneas:
A subjetividadeganhou importância na gestão de pessoas contemporânea, porquê as empresas para se manterem vivas no mercado de consumo que é volátil e se modifica a todo instante precisam de uma constante inovação em seus produtos e serviços, para haver essa inovação constante é necessário que haja um líder carismático para que o capital humano, isso é, as pessoas que trabalham nestas empresas estejam envolvidas (sintam que fazem parte) destas empresas, pois com o envolvimento do capital humano a empresa consegue obter aquilo que o atual mercado de consumo exige dela que é a inovação, pois a inovação depende das pessoas, pois as pessoas são a vantagem competitiva de qualquer negócio. Deste modo, as empresas tiveram que resgatar a subjetividade que outrora havia sido abolida; para as empresas poderem controlar o capital humano passou a ser valorizado o componente subjetivo pelas grandes empresas, assim o capital humano passou-se a ser chamado de talento. As empresas contemporâneas passaram a contratar não mais apenas a mão (mão de obra) do trabalhador para executar uma tarefa, as empresas agora contratam a subjetividade do trabalhador, pois as empresas precisam da mente pensante das pessoas para inovarem e se manterem vivas no mercado de consumo. Como as pessoas (capital humano) só inovam naquilo que gostam de fazer, as empresas querem contratar pessoas (capital humano) que gostam do que fazem (gestão estratégica), para haver um “casamento” entre aquilo que as pessoas gostem e a filosofia da empresa, e aos valores da empresa (objetivo maior da empresa, que é: se manter viva no mercado de consumo lucrando), com isso as empresas precisam inovar em seu modelo e forma de gestão para conquistar os talentos humanos (capital humano), houve por causa disso um resgate da subjetividade, a gestão de talentos antigo RH passou a se preocupar com o homem que gosta de se relaciona de forma positiva com os outros, clima organizacional positivo, as empresas passaram a esconder o seu real objetivo e missão, o lucro, com discursos falaciosos. Por reconhecerem a sua dependência dos talentos das pessoas para se manterem vivas no atual mercado de consumo as empresas “regatam” a subjetividade humana do trabalhador e do ambiente e trabalho, assim passaram a oferecer as pessoas (capital humano) a auto-realização por meio de uma carreira positiva de trabalho dentro da empresa.
6º Como podemos entender a diferença entre trabalho e emprego?
Trabalho é algo criado pelo individuou e pelas coletividades de pessoas com criatividade para expressar por meio do trabalho a sua subjetividade como no exemplo dos trabalhos artesanais e artísticos. O trabalho é o produto de um esforço de uma pessoa e não é necessariamente um trabalho físico, visto que este pode ser também intelectual e até mesmo emocional (motivado por um componente emocional, subjetivo, filosófico como exemplo: trabalho voluntário, trabalho de ação humanitária, trabalho como missionário em prol de causas religiosas - são trabalhos motivados por componente emocional, subjetivo, filosófico e têm uma recompensa subjetiva). Já o emprego é uma construção da modernidade que reduziu o trabalho a um contrato caracterizado como emprego, pois com a revolução industrial e os grandes avanços tecnológicos do pós 1ª e 2ª Guerra mundial se perdeu o trabalho como forma de arte e se inaugurou o emprego como única forma de uma pessoa comum poder trabalhar para sobreviver, o emprego é a venda da força de trabalho e até mesmo da subjetividade das pessoas (trabalhadores) para o capitalista (empresário/patrão). O emprego diferente do trabalho é uma forma de colonização da força de trabalho de uma pessoa, seja essa força de trabalho física, cognitiva/intelectual, e até mesmo subjetiva, pois o emprego é o contrato feito junto ao empregador que obriga o trabalhador (subalterno) a estar a disposição do chefe e dá ao chefe exclusividade sob a força de trabalho do seu empregado, sob o tempo, e até mesmo sobre a produção intelectual do seu empregado, pois o empregado vendeu por meio de um contrato a sua força, o seu corpo, o seu tempo, e até a sua subjetividade.

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