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Caso Prático1

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Caso Prático1: 
No passado dia 3 de setembro, decorreu uma reunião extraordinária de um órgão colegial, composto por 35 membros, mas onde estiveram presentes apenas 15 membros. O Presidente do órgão tomou a iniciativa de convocar a referida reunião. Foram aprovadas 5 deliberações relativas a assuntos previstos na ordem do dia e outras 3 deliberações sobre assuntos não incluídos na ordem do dia, mas cuja apreciação revestia caráter de urgência. 
Diga, justificando, se estavam reunidas todas as condições para o órgão colegial deliberar e quais as consequências jurídicas associadas à regular/irregular aprovação das deliberações referidas.
Embora a iniciativa de convocar a reunião tenha se dado de maneira correta, uma vez que tida pelo Presidente do órgão (conforme art. 24°, 1 CPA), não podemos dizer que foram reunidas todas as condições para o órgão colegial deliberar, uma vez que:
Conforme reza o art. 29°, n° 1, do CPA, os órgãos colegiais só podem, em regra, deliberar, quando esteja presente a maioria do número legal dos seus membros com direito a voto, o que não se verifica na situação aqui apresentada, em que só estão presentes 15 dos 35 membros. Ademais, conforme o art. 32° do CPA, a maioria exigível nas deliberações é absoluta, o que no presente caso é impossível de se verificar. Assim sendo, o correto seria se nova reunião fosse convocada com um intervalo mínimo de 24 horas (cf. art.29°, n° 2 do CPA). Nesta nova reunião, poderiam deliberar sobre os assuntos da ordem do dia e as demais deliberações com caráter de urgência, desde que estivessem presentes 1/3 dos seus membros com direito a voto (cf. art.29°, n° 3 do CPA).
No que concerne às consequências que se desencadeiam das irregularidades expostas, conforme reza o art. 161°, n° 2, alínea g), do CPA, os atos deliberativos do presente caso são, designadamente, nulos, uma vez que, carecem em absoluto de forma legal.
Pelo menos 10 membros do referido órgão vêm, agora, alegar o seguinte: da convocatória não constavam, de forma expressa, todos os assuntos a tratar na reunião (art. 24°, n° 4, do CPA); a convocatória da reunião ocorreu no dia anterior à data da realização da mesma (art. 24°, n° 3, do CPA); dois vogais requereram ao Presidente a inclusão de um ponto de discussão na ordem do dia, com uma antecedência de 3 dias sobre a data da reunião(art. 25°, n° 1, do CPA);; foram tomadas deliberações cujo objeto não se incluía na ordem do dia da reunião e sem que tenham sido antecedidas de discussão das respetivas propostas (art. 26°, n° 1, do CPA);. Quid iuris? 
O Código de Procedimento Administrativo, na sua segunda parte, trata das características que são exigidas para que as reuniões como a que está em causa sejam bem sucedidas. Ao confrontar tais características com as alegações dos membros do órgão colegial em questão, podemos obter as seguintes conclusões:
O art. 24°, n° 4, exige que constem na convocatória, de forma expressa e especificada, os assuntos a tratar na reunião, o que é suficiente para dar fundamento à primeira alegação.
O mesmo art. 24, em seu número 3, fundamenta a segunda alegação, na medida em que exige que a convocatória seja sempre com uma antecedência mínima de 48 horas sobre a data da reunião extraordinária, modalidade do presente caso. 
Por outro lado, a terceira alegação encontra-se injustificada por não estar em total sintonia com o art. 25°, 1, pois, apesar de haver a possibilidade de qualquer vogal indicar assuntos para a ordem do dia (já que não há disposição especial em contrário), tal não se deu com a antecedência mínima exigida pela literalidade do mencionado artigo, que consiste em 5 dias sobre a data da reunião, devendo também tais assuntos, ser apresentados por escrito.
Por fim, como se trata de reunião extraordinária (não podendo ser amparada pelo art. 26°, n° 2), a ultima alegação deve ser acatada, pois, nos termos do art. 26°, n° 1, só podem ser tomadas deliberações cujo objeto se inclua na ordem do dia da reunião.
Dada a pertinência e fundamentação de três das quatro alegações, portanto, mais que suficientes para produzir alguma consequência, tornam-se cabíveis as implicações do art. 161, 2, g)
c) Na reunião seguinte daquele órgão colegial, consta da ordem do dia a eleição de um representante para um órgão executivo da pessoa coletiva pública a que pertencem os mencionados órgãos. Qual a forma de votação a adotar? Suponha que houve empate. Quid iuris? 
d) Uma das deliberações visou alterar aspetos relativos à competência do órgão. Qual a maioria exigível para adotar tal deliberação? Seria essa deliberação válida? E se o Presidente a considerar ilegal, quid iuris?
 e) Poderá uma maioria de 2/3 dos membros com direito a voto revogar a decisão fundamentada do Presidente de suspender ou encerrar antecipadamente uma reunião, quando circunstâncias excecionais o justifiquem

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