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f:-\ '''>,;:C/ Elites regionais· Jaseph L. Lave Bert J. Barickman ~0 Os estudos sobre elitesconheceramum rápido avanço desdeo advento do com- putador, cuja capacidade de análise e de armazenamento de informações permitiu colocar novas questõesa dados preexistentes.Estecapítulo foi construído a partir de três estudosde John Wirth, Robert Levine e Joseph Love, que reuniram um banco de dados biográficos sobre centenasde lideranças políticas ativasdo início da República brasileira atéo Estado Novo, cobrindo os anos 1889-1937.Suashistórias paralelasdos estados de Minas Gerais, Pernarúbuco e São Paulo analisam essesdados, buscando retratar aselites políticas do período. Os autoresdefiniram as elitescom relaçãoa um conjunto de posições formais julgadas relevantespara o exercício de poder político e clientelismo, isto é,elesusaram o critério posição preferencialmenteao critério repu- tação ou tomada de decisão.' Estecapítulo vai além desseesforço,realizando comparaçõessistemáticasentreas três elites regionais e analisando uma elite ampliada resultante;adicionando e anali- sando novos dados; colocando - com novas técnicasestatísticas- novas questõcsa velhos dados; e comparando a elite ampliada resultantecom outras elites políticas.2 Alguns esclarecimentossobreos trêsconjuntos regionaisde dados se fazcmneces- sários: mais do que amostrasdas elitesestaduais,essaselitesconstituem populaçõese são inteiramentecomparáveisentresi. Ainda, elassão apenasuma amostrade todos os * Publicado originalmentesob o título "Regionalelites"(Conniffe McCann,1991). I Os estudosorigina.issão:Wirth (1977),Levine (1978)e Love(1980).Paraumadiscussão dostrêsmétodosdedefiniçãodeelitespolíticas,vero clássicoartigo de Dahl (1958).Cos- taríamosainda deagradeceraosprofcssoresLevinee Wirth o suprimento de inforl11açócs adicionaisrelativasàocupaçãodospais. 2 Utilizaremos doravantea expressão"elite ampliada"para designaro conjunto das três amostrasregionais(co7l1positeelite, no original). (N. do '1'.) 78 Por outra história das elites Elites regionais 79 estadose da elite nacional. Essesestadosnão podem ser considerados "típicos" _ se algum o é - nem sua seleçãoé aleatória.Foram escolhidosestadoscujas elitesexerce- ram poder real durante um período em que os partidos estaduaisse constituíam na única unidade coesade organizaçãopolítica. São Paulo e Minas Gerais, com asmaiores populaçõese economias,dominavama política federal.Pernambuco, o mais importan- teestadodo Nordeste,talvezsejao quemelhor representaos dilemas políticos, sociaise econômicos que sua região,assimcomo hoje, colocavapara o resto do país.Os estudos originais foram além da simplescomparaçãobiográfica de idade,educaçãoe ocupação, no intuito de descobrir como essespolíticos atuaram como elites.Outras variáveisfo- ram acrescentadas,incluindo a participação em eventospolíticos-chave, os atributos sociais, os vínculos com o exterior,laços com outros estados,as ligações familiares,as característicasintra-estaduais(como origensurbanaserurais ou procedênciasub-regio- nal) e os aspectosrelativosà geração.Variáveiscombinadasexpandiram de tal forma a análiseque cercade 100variáveisforam codificadas ou derivadas.3 Populações de 263 (São Paulo), 276 (Pernambuco) e 214 (Minas Gerais) pessoas podem parecerpequenasem comparaçãocom alguns outros estudos sobre elites,mas os três estudosexploraram dimensõesque estudos de grupos maiores haviam ignora- do.4 Por exemplo,os trabalhos trataramde família e vínculos com o exterior,ambos os aspectosexigindo rigorosa análisecontextual.Essemaior aprofundamento talvezcom- penseuma menor extensãodo estudo,possibilitando uma visão de relaçõesque uma abordagemmais inclusiva - em termos de número - possivelmentedeixaria passar. A análise de Love sobre a elite de São Paulo, por exemplo, fez surgir uma intrincada redede laços de família e negócios,mostrando como 97 dos 263 membros do conjun- to estavaminterligados (ver figura). Os contornos da elite ampliada Após estabreveintroduç<1o,voltar:no-nosparao comportamentoda eliteeascaracte- rísticasdesuaorigem.Um importanteexemplodecomportamentoé a proporção emque os membros da elite se mantêm fiéis ao partido no poder (situação) ou rompem suas fileiras.Estc tópico foi tratadoapósseterdeterminadocomo mcmbrosdastrêselitesatua- ram em1m.olllentoscríticos.Primeiro,como.asliderançaspolíticasseposicionavamquan- to à escravid,ioum ano emeiuantesdaAbolição?Apenas 15%dacoorte deidaderelevante (N::: 322) tinham facilitadoa libertaçãode escravos,com pequenavariaç<1oregional.Se- gundo,quaiscramasfiliaçõespolíticasdosmembrosdaeliteantesdo golpequepôs fim à monarquia,em 1889?Apcnas42%eramrepublicanos"históricos'~istoé,aquelesqueeram , ])efíniçôesexplícitase uma listadevariáveisestâoem Love (1980:277-287). 4 Sl11ilh (1979),por exemplo,inclui 6 mil pessoasem um estudodo período 1900-71. favoráveisà mudançado regímeantesda quedado Império (N =268). Os outros 58% eramadesistasque seconverteramao republicanismodepoisque'a República setornara um fato,presumivelmenteparacontinuarahabilitar-seapostospolíticos.(Variaçõesregio- naiseram notáveis,como uma maioria de"históricos"entreos paulistas,contra apenas 23% entreos pernambucanos.)Por essasduasmedidas,a eliteampliada revelavaentão quea Repúblicaseriacomandadapelosconservadoresdesdeseuinício. Outros testesconfirmaram a naturezacautelosada eliteampliada.Durante a tenta- tivadegolpede Deodoro da Fonseca,em 1891,eduranteasúnicaseleiçõespresidenciais emquehouveefetivadisputa- 1910,1922e 1930-, pelo menos86% dos membrosda elite,em cada uma das disputas,adotaram a posição oficial dos respectivospartidos estaduais.Do mesmo modo, apenas8% da elite ampliada identificavam-se com os te- nentesapósa Revoluçãode 1930.(Os pernambucanoseramrelativamentemenoscaute- losos,já que 19% sejuntaram à facçãotenentista.)Novamente,os dados mostram elites estaduaispouco inclinadas a romper fileiras com os grupos dominantes. Houve pouca sobreposiçãoentreaselitespolíticase as liderançassociais,ainda que dadosincompletospossamparcialmentecorroborarestaafirmação.Quaseninguémeste- veassociadoao movimentooperário,enenhum membroda elitepertenciaàsclassesope- rária ou camponesa.Surpreendentemente,poucos membrosda eliteocuparam posições em associaçõesagrícolas,comerciaisou de advogados(5%, 3% e 4%, respectivamente). Menos de20% pertenciama clubessociaisdedestaque.Essaausênciade wrrespondência podeserparcialmenteatribuída maisao aparecimentotardio de muitasdessasorganiza- ções- apósa r Guerra Mundial - queà faltadepreeminênciasocialdos políticos.Além disso,a sobreposiçãocrescede baixos II % em Minas para 27% em São Paulo, fato que dcveprimordialmente ter resultadoda maior urbanizaçãodo último estado. Quanto à educação,70% da eliteampliadacursaramfaculdadesde direito,a maioria esmagadoraescolhendorealizaressesestudosemseupróprio estado.Em medicinagradua- ram-se8% equase8% diplomaram-seemengenharia.Apenas2% seguiramformaçãomi- litar.No total,93% dos membrosdaselitespossuíamformaçãouniversitária,fazendodelas aselitespolíticasmais"educadas"paraasquaispudemoslocalizardadoscomparativos.Por voltade 1940,apenasumaem370pessoasnessestrêsestadospossuíatítulos,universitários, o que significaque a probabilirladede um membro da eliteampliadaser diplomado por umauniversidadeera345vezesmaiordo queem relaçãoao cidadãocomum.5 A importância dos títulos universitários na política brasileira antecedea Repúbli- ca.O modelo dos "mandarins" da elite política imperial, proposto por Eul·Soo Pang e Ron Seckinger,mostra que à educaçãouniversitária era virtual requisito para um alto posto político.6 No entanto, com o advento da República, outro requisito imperial .,Os dadoseducacionaiseocupacionais sãodo censode 1940. I> Pangc Seckinger,1972:217-218. 82 Por outra históriadas elites Elites regionais 83 paraa ocupaçãodealtospostos- experiênciapolíticatransregional- desapareceu, emborapermanecessea necessidadedeeducaçãouniversitária. No queconcerneàocupação,doisterçosdaelitepolíticaeramcompostosdeade vogados,incluindo-seaqui aquelesqueeramjuizes.O político comumpossuía2,5 ocupações(e,emSãoPaulo,quasetrês), issosemconsiderar"político"umaocupação. O pequenonúmerodeuniversitáriosformadosfaziafrentea um númeromuito ex- pressivodedemandase oportunidadesparadeixar-seconfinaremumasimplescar- reira;eles,então,àuplicavamou triplicavamsuasáreasdeatividade. Engenheirosemédicosrepresentavam,cadacategoria,aproximadamente10%daseli- tes,enquantomilitaresconstituíamapenas3%,eclérigosmenosde1%. Alémdomais,28% dosmembrostrabalhavamcomojornalistase 27%comoprofessoresdo ensinomédioe superior.Quandotodasessascategoriassãofundidasemumasó,descobre-seque91% dos membrosdaselitesexerciamumaprofissãO.Porvoltade1940,aprobabilidadedeessesmem- brosdaselitespossuíremumaprofissãoé285vezesmaiordoqueoéparaocidadãocomum. Voltando-separaasocupaçõesassociadasà propriedade,encontramosum quar- todaeliteampliadaformadoporfazendeiros.Essaproporçãoparecereduzida,dadoo caráterpredominantementerural da economia.Além disso,diferençasacentuadas ocorrementreosestados:osfazendeirosconstituíam38%daelitepaulista,aproxima- damenteo dobrodesuaparticipaçãoentreaselitesdeMinasePernambuco.Industri- ais compunham20%da eliteampliada,mas,novamente,emSão Paulo ocorreuma participaçãomuito superioràquelados outros estados.Comerciantese banqueiros correspondiamrespectivamentea 12%e 14%do todo.Da eliteampliada,34%eram homensdenegócio(comerciantes,industriais,banqueirose intermediáriosou comis- sários, investidoresem estradasde ferroe proprietáriosde minas).Reagrupandoas categorias,encontramos28%ligadosaosetorexportadoragrícola(liderançasdeasso- ciaçõesrurais,exportadores,proprietáriosdeterrasecomissários).Umacategoriacom· postachamada"proprietário'~equeinclui todososdetentoresdepropriedade,conta- vacom47%dosmembros'detodasaselites.Novamente,aelitepaulistaapresentaum envolvimentomuito maiornessacategoria(56%) queaselitesdos outrosestados.' A análisedasocupaçõesdospaisdosmembrosdaeliteforneceinformaçõessobre asorigensdeclasseda eliteesobresuamobilidadesocial(vertabela1).Entreas344 7 Seguindoo textooriginal,utilizaremos"proprietário"paradesignaro conjuntod<lquelesin- divíduosquedetémpropriedadeprivada,correspondendoestaadiferentessetoresdaatividade econômica,ruralou urbana,comodefinidonocorpodotexto;quandosetratardedesignar fazendeiros,porexemplo,utilizaremossempreacategoriaadjetivada"proprietáriorural";ain- da,paratraduziracategoriabusinessmen,utilizaremoso termo"homensdenegócio".Preferi- mos,nestecaso,nãoutilizarotermomaiscomumde"empresário",aoqualrecorreremospos- teriormenteapenasemduassituações,paratraduzirentrepreneur.(N.doT) pessoascuja ocupaçãodospaispôdeseridentificada(46%do total),a esmagadora maioriaeracompostadeprofissionaisliberaisou deproprietáriosdealgumtipo,oudeambos.Noveou menos(3%) tinhampaiscujaocupaçãopodeou nãotersidodeclasseinferior (tropeiro e"outra").Assim,comoesperadonumasociedaderural tradi-cional,os membrosda elitepolíticaderivamemlargaescaladosestratossuperioremédiosuperiordasociedade. Tabela1Ocupação do pai: São Paulo, Minas Gerais,Pernambuco e elite ampliada Ocupaçãodo pai São PauloMinasGeraisPernambucoAmpliada Número %Número %Número%Número% Advogado 4534,61718,3 2218,28424,4 Médico 62,333,2 32,5123,5 Jornalista 96,911,1 --102,9 Fazendeiro 6146,95357,0 8368,619757,3 Comerciante 107,777,5 108,3277,8 Industrial 86,222,2 --102,9 Banqueiro 86,2-- 10,8 92,6 Educador 107,7-- 32,5133,8 Engenheiro 21,533,2 10,4 61,7 Clérigo ---- 10,8 10,3 Oficialdo Exército 86,233,2 32,5144,1 Magistrado 96,966,5 32,5185,2 Negociante de terras 21,5-- --20,6 Comissário 43,1-- --41,2 Administradorde estradade ferro 64,6-- --61,7 Burocratade baixoescalão 43,122,2 21,782,3 Burocratade altoescalão 10,822,2 10,8 41,2 Tropeiro 32,3-- --30,9 Farmacêutico 10,8-- --10,3 Outra ocupação ---- 65,0 6< 1,7 Posiçõessociais Oficialda GuardaNacional 75,44245,2 --4914,2 Membroda elite imperial 1713,188,6 108,3354,6 Total 13093121344 Obs.:Todosos percentuaisforamarredondados.Ocupaçõesforammulticodificadas,Veras definiçõesemLove(1980:285).excetoparaasseguintes:burocratadebaixoescalão(funcionáriopúblicolocalouprovincial);burocratadealtoescalão(altofuncionárioimperial)e tropeiro.Otestequi-quadradodeajustamentoindicaqueestaamostranãoéinfluenciadapelascaracteristicasdosmembrosdaelitemaisbem-sucedidos. Elitede SãoPaulo :T -u o o c~~ Cl> (!) '"~ o· Cl> Q.. Cl> '" (!) '" "'- Cf ~ (!) tO o :J (\) (!) '" m C. Mota e Silva c --.j AlfredoEllis I sm Y WashingtonLuísI c IC. AltenfelderSilva~ -- O. RodriguesAlves si I LaerteAss"nçãor--i >c .• __ •• _"~~.~,"",._",,,,~ ·_,,-*,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,.,,",,,,,".,-~,,,:.,,,,,,,_~"i'''''''''.",";1''''''~_'.''''',l<~_.••"••"""""",;:,k'',!'",,,~w~;i~ IA. MeirelesReis/. AdalbertoQueiroz Teles IVicenteCarvalho1_ c ,-g ".- --~IA-,m-an-d-o-S-al-e-sh ( INum, Oliveira1/ p~ ISilvioPortugal!IIFernandoPrestesI "'IGastãoVidigall LuísSilveira E I LuísToledoPizaIi L.T.PizaSobrinho' ...•. I AlfredoMaia I IE. PachecoChavesl : ! ------1 J. LopesChavesI !BernardinodeCamposI+- flCarlosde campos]:::· I.. L. : IF.SouzaQueiroz141 ' • .$. 1;:, ======:::;"" ,Elol Chaves I "'.' ,-, --;_ : L--flSílviO de Camposl \,"'" •._•.•_•..lO.E.S;uzaAranhaJ t s . 9 §mingOS de MoraiSr.. .. .... . I P.SouzaO"eJroz I \ I VitorinoCarmiloV I ~ItinoArantes lIA. LacerdaFranco;1 t I AlbuquerqueLinsli i : c? k--sm,~ H. So"zaO"eiroz ~ Legenda c cunhado f filho 9 gen ro irmãon neto p primo pm primo por matrimônio s sobrinho sm sobrinho por matrimônio sn sobrinho-neto As linhas pontilhadas representam diretores da mesma firma. co ~:r;:~t~-,b,.·, rt_h~i,ib~,~t,~ ~~ >,.•' tlo.'. ~ ~~~ ã;c';i1"à-'l lt.A;;.jjL:a.;t;;;,;~.• :.. '-' _ ",;:~,Jt.J:l d: ;' 1:; * Um nível de sígnificãncía de 0,05 ou menor indica haver no mínimo 19 chances em 20 de que a relação não seja casual. Tabela 2 Membros da elite com a mesma ocupação de seus pais 1\ Vínculoscomo exteriorincluemimportaçãoe exportação;interesseseconômicosem firmasestrangeirasou esquemasde imigração;representaçãodefirmasou governoses- trangeiros;nascimentonoexterior;nascimentodaesposaoudospaisnoexterior;período deresidênciaouestudoforadopaís,distinçõesou títulosestrangeiros. ~ \ il :j, I I I ~ ! -ti ,,~i I ~ IJ 85i o n ais 9 Laçosinterestaduaisincluemnascimento,escolarizaçãosecundária,carreirasprofissio- naisoupostosgovernamentaisemoutrosestadosounoDistritoFederal,excluindooCon- gressoou postosno gabinete. 10Parentescofoidefinidodemodoaincluirrelaçõesdesangue,relaçõesfamiliarescriadas pormatrimônioc primos.A definiçãodeeliteimperialincluisenadorcsc possuidoresde títulosdebarãoou superior. alêmdepostosno governofederalou mandatosno Congresso.Dos membrosdaelite políticapernambucana,44%l'ossuíamtaisconexões)enquantoessepercentua!éde 17%entremembrosdaselitespaulistaemineira.Aparentemente)eSsadescobertare- fleteoportunidadeseconômicasrelativamenteescassasemPernambuco.Dezesseispor centodo grupoampliadonasceuemum estadodaFederaçãodiferentedaqueleonde construiusuacarreira,compoucadiferençaentreostrêscasos.Quasea mesmaparte percentualrealizousuaeducaçãosecundáriaforado estadodeorigem.Uma variável ampliadacomparandotodasasligaçõesfora do estadodeorigemmostrouque57% dototalpossuíamtaisligações.9Separadamente)osmineirospossuíammaisligações (72%),enquantoos paulistasapresentavammenorincidência(39%)destas.Entreos últimoshavia,aparentemente)menorpropensãoqueentreos primeirosa trabalharnoRio deJaneiro,aligaçãoforadoestadodeorigemmaisfreqüenteentreosmineiros. Laçosfamiliareseramum importanteelementoquemantinhapróximasaselites. Dois quintosdo total possuíamparentesna elitedo mesmoestado.Surpreendentc- mente)um estadode perfil tradicionalcomoPernambucoapresentoua menorinci- dência(34%),comparadocomos46%deMinasGeraise43%deSãoPaulo.Emcom- pensação,a elitede Pernambucopossuíaa maior incidênciade parentesem outros estados.SãoPaulosurpreendetalvezpor apresentar-setãosemelhanteaosdemaises- tadosaesterespeito,comotambém1P ausênciadepenetraçãoestrangeira.Um quinto detodoo grupopertencia,ou estavaintimamenterelacionado,à eliteimperial,equa- semetadepossuíaalgumtipo de parentescocom outrosmembrosda própria elite, comoutraselitesestaduaisou comaeliteimperia1.10Osníveissuperioresdeliderança parecemapresentarmaioresligaçõesfamiliares:81% dosgovern<Ádorespossuíamla- çosde parentescocom outrosmembrosda elite,comparadoscom apenas46% dos não-governadores. Sexo)raçaereligiãodaeliteapresentampoucassurpresas.Apenasumamulherapare- ceentre753membrosdaelite,eseupapeleramenor:MariaTerezadeAzevedoparticipou duranteapenasumanodoComitêExecutivodoPartidoConstitucionalistadeSãoPaulo. Raçaeraumtemasensívelparaaelitedoperíodo,eserbranco,umacondiçãoassumidaou atribuídanaesmagadoramaioriadoscasos.EmSãoPaulo,apenasduaspessoaseramre- conhecidascomo não-brancas:FranciscoGlicérioe ArmandoPrado;em Pernambuco, comentava-sequeManoelLubambopossuíaancestraisafricanos.Muitosmaisdevemter ••• Qui-quadrado*--- 0,0000 0,0106 .0,0000 0,0001 0,0018 0,0238 Por outra história das elites Percentual (%) 79,0 33,3 27,7 20,0 8,9 7,5 Ocupação Fazendeiro Oficial do Exército Comerciante Médico Industrial Engenheiro f: 4 A altaproporçãodefazendeirosentreos paismereceumanotaespecial.A maio- ria absoluta(197 em344)eracompostade proprietáriosde terra.O segundomaior grupoerao deadvogados.Ainda entreos filhos (istoé)os membrosda elite) quase' doisterçoseramadvogadoseapenasumquartoeradeproprietáriosdeterra.Comose poderiaprever)osfazendeiros)umavezqueexercemumaocupaçi'io"hereditária")tam- bém"reproduzema si mesmos"namaiorproporção,comorevelaa tabela2. As relaçõesdaelitecomo estrangeirosãoobviamenteumaspectoimportante- aindaquecomfreqüêncianegligenciadasnos estudossobreelites-, sobretudoem paíseseconomicamentedependentes.Nossacomparaçãorevelaqueaproximadamen- teum terçodetodoo grupotinhaalgumtipo devínculocomo exterior.8Além disso, aquelesquedispôemde conexõescomo estrangeirotendema ser os poiíticosmais proeminentes.Um quinto do conjuntoviveuno exte;iorao menosseismeses.Dos trêsestados,SãoPaulotemaeliteexportadoracommaisconexõescomo estrangeiro, enquantoMinaséo quetemmenosconexões. Umtipodevínculocomoestrangeiroéinteressanteemfunçãodesuabaixaincidência: nascimentonoexterior.Menosde1% daelitepolíticanasceuno estrangeiro,eapenas4% tinhamaomenosumdospaisnascidosnoexterior.Issoésurpreendentedadaaexperiência deimigraçãodemassavividapeloBrasilnaqueleperíodo.Alémdisso,haviapoucadiferença entreosestados.ApesardofatodeSãoPaulohaverrecebidometadedetodososimigrantes doperíodoestudado,suaelitepossuiaapenasummembronascidonoexterior(N =239)- MiguelCosta,queacompanharaseuspaisdaArgentinaparao Brasilainda(riança. Os dadossobrcconcxõesinterestaduaisdaselitesrevelammuitos vínculos.Um quartodetodo()grupodesempenhouforadeseuestadodeorigemoutrasatividades 86 Por outra história das elites Elites regionais 8/- tidoorigemmestiça,mastaisassuntoseramraramenteevocadosempúblicoenãoapare- cemnamaiorpartedasbiografias.O mesmoeraverdadeparaa religião,já quepratica- mentetodomundoassumiasercatólicoou detradiçãocatólica,aindaqueumcertonú- merofossedenão-praticantes.Encontramosapenasum númeroinsignificantedenão- católicos(incluídoumdeclaradoateísta),masnenhumprotestante. Umaclassificaçãodasbasespolíticasentreruraleurbanomostraquetrêsquintos do totaldesenvolviamatividadesnascidades,normalmentenacapitalestadual.A va- riaçãoeracontudoampla,de44%emMinas Geraisa 67%emSão Pauloe 71% em Pernambuco(visto que Belo Horizonte,capitalde Minas Gerais,foi construídana décadade 1890,incluímosJuiz deForanacategoria"urbano").Em geral,a probabili- dadedeum membrodaeliteresidiremcidadeseraoito vezessuperioràdeumcida- dãocomumdostrêsestados:61% daelite,comparadoscomapenas8% dapopulação emgeral,viviamnascapitais(ou emJuiz deFora) em 1920.. Movimentaçãogeográficafoi umacaracterísticade pelo menosduasdaselites estaduaisestudadas(as informaçõessobrePernambuconãoestãodisponíveis).Das elitesmineirase paulistas,70%tinhambasespolíticasemmunicípiosdiferentesda- quelesondehaviamnascido.Essemovimentonão era,contudo,sempredirecionado àscidades:emSãoPaulo,63%daelitevivendoaindano interior (n = 71) nãomais residiamemseumunicípiodeorigem. Paraaselites,diferentementedasmassas,adicotomiarural-urbanoeratalvezpouco significativa.EmSãoPaulo,porexemplo,metadedaquelesmembrosdaelitequeeram fazendeiros(n =89)possuíasuasbasespolíticasnacapitalestadual.JorgeTibiriçá,o paido esquemadevalorizaçãodo café,duasvezesgovernadordeSãoPaulo,eo ateísta anteriormentemencionado,nãoeramenosfazendeiropor ternascidoemParis.Masa conexãourbanagarantiuàseliteso acessoàsinformaçõeseoportunidadesnegadasàs massasrurais. A idademédiacomaqualosmembrosdaeliteingressavamnapolíticaerade44,2 anos,compoucavariaçãonostrêscasos.Issoparecesurpreendenteseconsiderarmos queagrandemaioriaprimeiroocupavapostosno âmbitoestadualeque44anoseraa idademédiacom a qual ministrosdo gabineteassumiramsuasfunçõesduranteo Império (I822-89), istoé,emâmbitonacional.l]Paraa eliterepublicanaaquiconsi- derada,35%do grupoampliado,distribuídoentreostrêsestados,ocuparamseupri- meiropostopolíticoantesdós40anos.Quarentapor centodemineirosepernambu- canosocuparampostos antesdos40anos,comparadosaapenas25%dospaulistas.O último casopodeseremparteexplicadopelanaturezamaisformalmenteburocrática do processopolíticonaqueleestado.12 I] Carvalho,1974. 12 VerLave(1980:162-163,165). Uma análisedasgeraçõesrevelaoutrosaspectosdo comportamentodaelite.As trêsgeraçõesforamdefinidas'como:pessoasnascidasem1868o','antes,quealcança- ramamaturidadeantesdaquedado Império;pessoasnascidasentre1869e 1888,que chegaramà maioridadeemmeadosdoperíododequatrodécadasda RepúblicaVelha etestemunharamaprimeiracampanhapresidencial,disputadaem 1910;pessoasnas- cidasdurantea República(1889edepois).Quasemetadedetodaa eliteinclui-sena primeirageração,aproximadamenteumterçonasegundageraçãoeum umquintona· terceirageração.A tabela3classificaaeliteampliadaporgeraçõeseapresentaosvalo- resdasvariáveisqueeramsignificantesquandocruzadasporgerações(testequi-qua- dradono nivel0,05). As primeirasduascolunasmostramque,aolongodosanos,a partedaeliteper- tencenteàs liderançasdo Partido Republicanodiminuiu,enquantocresceua parte dosmembrosqueeramlíderesdaoposição.Em SãoPaulo,a terceirageraçãoencon- trava-secompletamenteexcluídadaliderançarepublicanadoperíodoanteriora 1930. Essefatofoi provavelmenteum fatorsignificativono descontentamentoquelevouà fundaçãodo PartidoDemocrátiroemSãoPaulo,em1926.13 As trêscolunasseguintesmostramresultadosprevisíveis:membrosda terceira geraçãoeramtrês- oumais- vezesmaispropensosarompercomasituaçãoqueos primeiros;aexperiêncialegislativadeclinouatravésdasgerações,masumamaioriada terceirageraçãoaindacumpriumandatosnosníveisestadualefederal;eo ingressona eliteantesdos40anoscresceumuitocoma terceirageração.quetendeua afastaros maisvelhosapósa Revoluçãode 1930. As trêscolunasseguintesdemonstramquehomensdenegócio,fazendeiroseou- trosqueestavamligadosàexportação,maistodosaquelescomvínculoscomo exterior, tiverammaior importâncianasegundageração.Issoparecesemelhanteà experiência argentina:a geraçãode 1880- correspondendoaproximadamenteà nossaprimeira geração- estudouno país,masseusfilhosestudarame viajarampara o exterior. Entreasprofissões,amaioriadoscruzamentosporgeraçãonãoalcançousignificância estatística.Dastrêsqueaapresentaram.a participaçãodosjuizesdeclinouao longo dasgerações,adoseducadorescresceuem50%eadosengenheirosmaisquedobrou. A elitequeemergiu'darevoluçãod~GetúlioVargas,em1930,merecetratamento àparte,jáqueo eventoseconstituinumdivisardeáguas.Aproximadamenteumquarto de todaa eliteingressouno grupo apóso golpe.Acentuadasdiferençasseparamas experiênciasdostrêsestados.Sã:)Paulopossuiamaiorproporçãoderecém-chegados, 37%.Essepadrãodevemuito à formaçãodenovospartidospolíticos assimcomoà intervençãofederal.Minasnãosofreuintervençãofederal,dindaquetenhaumpercen- tual maior de recém-chegadosquePernambuco,ondeo establishment foi deposto. 13 VerLave(1980:117-118). Obs.: Vínculoscomo exterior,Negóciose Exportaçãosãovariáveisampliadas(ver definições acima). Tabela 3 Cruzamentodas gerações da elite com variáveisselecionadas (%) Comparaçõesentreosperíodosanterioreposteriora 1930mostrammudançastanto emeducaçãoquantoemocupação.Apenas2% dos membrosda eliteampliadaque ingressaramna políticaantesde 1930erammilitares,comparadoscom5% daqueles' que ingressaramapósesseano.Ainda,é notávelqueessepercentualnão sejaainda maior,vistoa dívidadeVargascomseusapoiadoresmilitares.O grupodosbacharéis (graduadosemdireitoou medicina)caiude80%,entreaselitesdo períodoanteriora 1930,para68%,entreaquelesqueingressaramna políticaduranteo governoVargas. Da mesmaforma,aproporçãodehomensJe negóciocaiude37%para26%,o quese deuparalelamenteà diminuiçãodesuaparticipaçãoentreaselitesdaterceirageração, antesmencionada. 89Elites regionais • presidentes,vice-presidenteseministros; • governadoresejuízesdo SupremoTribunalFederal; • outrospostosdiferentesdeministrono Legislativoeno Executivofederal; • membrosdoscomitêsexecutivosdospartidos; • secretáriosestaduaisepresidentesdostribunaisestaduais; • outrospostosdiferentesdesecretáriono Legislativoeno Executivoestadual. Essaclassificaçãopareceestaremconsonânciacomó poderdoscargos.A partici- paçãoemcomitêsexecutivoseramaisimportantequequalqueroutropostoestadual, excetoo degovernador,porqueosmembrosdessescomitêslançavamcandidatospara muitosoutrospostoS.14Porém,o governofoi sempreumaposição-chaveno sistema. políticoestadualemesmonaconstelaçãofederaldo poder.Os juízesdo Supremoga- rantemsuainclusãono segundonívelemrazãodeseuprestígioe relativaindepen- dênciaemfacedo Executivoduranteo período. Podemos,comtalclassificação,correlacionara ocupaçãodo maisaltopostocom asvariáveiscodificadasparamembrosdaelite,no intuitodeseconheceremosatribu- tosqueparecemmaisúteisaoavançonacarreirapolítica.ls Consideramossignificantes todasascorrelaçõesdenível0,05.16Tambémexigimosparainclusão,de formaalgo arbitrária,um valorgamademaisou menos0,3. Entreasvariáveispolíticasmencionadas,aexperiêncialegislativapossuiumaasso- ciaçãorazoavelmentefortecomo sucesso,emespecialparaaelitedeSãoPaulo(+0,35). Essefatoreforçanossavisãodequeháaí umaprogressãodecarreirasmaisordenada queem Pernambuco.Não há resultadosestatisticamentesignificantesdistinguindo abolicionistasdenão-aboJicionistas,ou republicanoshistóricosdemonarquistas. Entreliderançasnão-políticas,o papeldeadvogadosemagistradosprestigiososé especialmentenotávelemPernambuco:defato,há umacorrelaçãoperfeitaentresu- cessoe liderançadaentidadedosprocuradores(+1,O). Laçoseconômicoscomo exte- rior eramaparentementeimportantesapenasemSãoPaulo(+0,32paraexportadore 25,6 29,3 69,0 0,000 Ingresso na elite antes dos 40 anos Engenheiro 7,1 12,5 15,5 0,021 Por outra história das elites88 Geração Experiência política Comitê ComitêRuptura com oExperiência executivo executivoestablishmentlegislativa do Partido de partidodurante crise Republicano· de oposiçãonacional 1 32.55,813,371,7 2 29,217,725,560,0 3 8,533,348,652,6 x2 0,0000,0000,0000,001 Ocupação VínculosProfissão com exteriorNegócios Exportação JuizEducador 1 32,527,227,231,924,8 2 41,934,746,610,926,6 3 25,921,932,56,037,1 x2 0,0110,0440,0000,0000,041 Sucesso na elite '., Após esboçaras linhas geraisda elite ampliada e daselitesdos três estados, podemosperguntar:quecaracterísticasdistinguemosmembrosdaelitemaisbem- sucedidosdaquelesmenosbem-sucedidos?Tomandoemprestadoum procedimen- to do estudode PeterSmith, podemosestratificar as posiçõesatingidas para co- locar a questão:há correlaçõesentresucesso (definido como o mais alto posto ocupado) e outros atributos?Podemoscodificar os postospolíticos na seguinte ciassificaç,io: 14 VerLove(1982:63-64). 15 DepoisdeSmith,utilizaremoso coeficienteg.amadecorrelação.VerSmith(J 979:J 07- 1(8). 16 Formaçãouniversitáriacompletaeexercíciodeprofissãoliberalnãoproduziramresul- tadosestatisticamentesignificantesquandocorrelacionadoscomo maisaltopostoobtido porquehaviapoucavariáncia:maisdenovedécimosdoconjuntodaelitesecOlllpunham deindivíduosformadosemuniversidadeseprofissionais,estesatributoseramquaseassu midoscomocritériosparapresençanaelite. +0,31paragerentedeumacompanhiaestrangeira);laçosinterestaduaisdeváriosti- posaparecemmaisintimamentecorrelacionadoscomsucessoemPernambuco(+0,37 paraocupantesde postospolíticosfora do estado).Padrõeseducacionaismostram queosbacharéistinhammelhordesempenhoemPernambuco(+0,33),queosfarma- cêuticostinhammaudesempenhoemMinas (-0,45),queos engenheirosiam igual- mentemalnessesdoisestados(-0,61)eque,surpreendentemente,umaeducaçãomi- litar seconstituíano pior título (umacorrelaçãonegativaperfeita,-1,0)paragalgar posiçõesdesucessono estadonorde.stino. Entreasocupações,énotávelqueapenasduasestivessempositivamentecorrelacio- nadasacimado nível+0,3.Atividadebancáriae negóciosimobiliários estavammais associadoscomapropriedadedoquecomprofissões,eambosestavamcorrelacionados como sucessoexclusivamenteemSãoPaulo,comosníveis+0,33e+0,51,respectiva- mente(nesteestado,os índustriaistambémchegarampróximoao nível +0,3).Cone- xõesfamiliaresestavamassociadasaosucessoem MinasGerais(+0,36paralaçosno interiordaelitemineira). Contudo,"sucesso"nãoprecisa- como no estudodeSmith- serdefinidoem termosdo maisalto posto ocupado.Oferecemosaqui uma definiçãoalternativa:o· grau de sucessonuma eliteé indicadopelo númerode posiçõesocupadas.Por esta definição,Antônio Carlos RibeirodeAndrada,governadorde Minas que teriadito, em 1930,"façamosarevoluçãoantesqueo povoa faça':erao maisbem-sucedido:dos 753membrosdaselitesdos trêsestados,apenaseleocupou 11 postos.Quasedois terçosdetodoo grupoocuparamapenasum postO.17 Utilizandoesseparâmetroparasucesso,observamosumaconstelaçãoalgodife- rentedevariáveis"úteis".Quantoà"longevidade"naelite,eradecididamenteprejudi- cial (-0,59) tersido um republicanohistóricoemPernambuco,da mesmaformaque erabastanteprejudicialparaummembrodaelitepaulistaterapoiadoo golpeaborta- do deDeodorodaFonseca(-0,64).Experiêncialegislativaerac1aramentéútil noses- tadosmaisordenadosdeMinasGeraiseSãoPaulo (+0,47e+0,62,respectivamente), aopassoquetersidolíderdaoposiçãoerafator fortementenegativoemPernambuco (-0,54)- emboranãoo fossenosoutrosestados.Nasatividadesnão-políticas,alide- rançaemumaentidadeagrícolaeraimportanteemSãoPaulo,maso eraduplamente a liderançaemumaassociaçãodeadvogadosemPernambucó(+0,90). Quantoaoslaçosexternos,serum exportadoreraútil.parapermanecerna elite em Pernambuco(+0,41),enquantopossuirinteressesemuma firma estrangeiraera importanteemSãoPaulo (+0,34).N"Ptocanteaoslaçosinterestaduais,eraprevisivel- menteprejudicialparaosmineirosternascidoforado estado(-0,36) e,surpreenden- temente,aindamaisprejudicialterfreqüentadoum colégioforade Minas (-0,57);da mesmaforma,umacarreirano Distrito Federale,especialmente,numa,agênciainte- restadualp<receprejudicaros pernambucano$(-0,38 e -1,0). Sea ocupaçãod" um postoemoutro estadoajudavaos nordestlllosnaescaladaao "postomaisalto",isto sugerequetalveznecessitassemdeajudaexternaparaessaascensão;no entanto,dei- xarsuabaseestadualpodeterencurtadosuascarreiras.(Estavisãoétambémapoiadapelamuitobaixacorrelaçãodesucesso,nasduasdefinições,dePernambucoemrela- çãoaosoutrosdoisestados,comomostradoadiante.) Em relaçãoà educaçãO,a formaçãoemdireitonOpróprio estadoeraimportante apenasemPernambuco(+0,37)eumaatividadeanteriorcomodebacharel(no pró- prio estadoe fora dele)importanteem Pernambucoe Minas (+0,32paraambos). Surpreendentemente,aausênciadeeducaçãosuperiorpossuíacorrelaçãoperfeitamente negativaemSãoPaulo(-1,0),aindaqueestatisticamentenãosignificantenosoutros doisestados. Quantoàsocupações,eraimportanteparaosmineirosseremadvogadosparasobre- vivernaelite(+0,57);elestinhammuitomenoreschancesdeavançarnapolíticasefossem médicos(-0,48).SerfazendeiroemPernambucoeraútil (+0,51).Comojá foi dito,ban- queirossaíam-sebemnaselitespaulistaemineira(+0,34paraambos).Laçosdefamíliana mesmaeliteestadualeram,comoesperado,positivamentecorrelacionadosemSãoPaulo (+0,37)e aindamaisemMinasGerais(+0,53),ondequalquerlaçofamiliarcodificado (paraaselitesestaduaiscontemporâneasouparaaeliteimperial)eratambémforteme'1te positivo(+0,45).Contrariamenteaoesperado,laçosno interiordamesmaeliteestadual estavamnegativamentecorrelacionadosemPernambuco(-0,45).Não obstante,laçosfa- miliarescomaeliteimperialeramúteis(+0,34)noestadodoNordeste. Assimcomoparao graudecorrespondênciaentreatributosdesucessopelasduas definições- maisaltopostoobtidoenúmerodepostosocupados-, háconsiderável dispersãoentreosvaloresdasduasclassificações.Contudo,asseguintesregularidades eramobserváveis:paraMinaseSãoPaulo,a experiêncialegislativaeraimportanteem ambasasdefiniçõesdesucesso,assimcomoo eraaliderançadaassociaçãodeadvoga- dosemPernambuco.AssociaçãoaumafirmaestrangeiraeraimportanteemSãoPau- lo,emambosos tiposdedefinição,e umaexperiênciapréviaajudavaparaambosos tiposdesucessonosoutrosdoisestados. Um testeparao graudeassociaçãoentreasduasdefiniçõesdesucessoproduziu umvalor relativamentealto:+0,53.18Estevaloré aindasuperiorparaasamostrasde SãoPauloeMinas Gerais(+0,,63e+0,69),masmuitomaisbaixo(+0,14)eestatistica- mentenãosignificativoemPernambuco.Assim,os pernambucanosqueforambem- sucedidosnessasduasformasdesucessopolítico erammuitomenosparecidosentre si queo eramaquelesdeSãoPauloeMinas Gerais. 90 Por outra história das elites Elites regionais 9 " /7 Paraumaanálisedo movimentodeumaposiçãOaoutra,verLave(J 982:59-64). 18 Foi usadogama. 19 Estesestudossão:Cantón(1966);Campo,TezanoseSantín(1982);DaaldereVanDen Berg(1982);Lasswell,LemereRothwell(1952);Frey(1965);HigonneteHigonnet(1969); Imaz(1970);Putnam(1976);Smith(1979);Zapf(1965). 20 Ocupaçõesde classebaixaeram,sozinhas,14,5%e 16%,respectivamente(Zapf, 1965:182). 21 Smith,1979:77. Nasconsideraçõesfinaisdestetexto,exploraremosasformaspelasquaisaselites regionaisbrasileiraseramsimilaresoudiferentesdeoutraselitespolíticas.EsteexerCÍ· cio éumatentativa,poistodososestudosaquilevadosemcontadefinemelitediferen- temente.A maioriadaselitesénacional(emboraalgumasincluamquadrosexecutivos estaduaisou provinciais).A maioriaédeelitesparlamentares,emboraalgumaspou- casseconstituamem mesclasdemembrosdo Executivo,do Legislativoe de outros grupOS.19Estascomparaçõesirão realçaro queparecemseros contornosdistintivos da elitepolíticabrasileira,queécomonos iremosreferir,daquiemdiante,aogrupo ampliadodastrêselitesestaduais. Comrespeitoà ocupaçãodospais,o padrãobrasileirorevelapaisdeclassemédia altae declassealta(95%),contrastandocom aselitespolíticasem trêsregimesale· mães(Weimar,regimenazistae RepúblicaFederal),ondeos pais dos membrosda elitepolíticapossuíamocupaçõesdeclassemédiabaixaedeclassebaixanasseguintes proporções:47% em 1925,59%em 1940e 54% em 1955.20Mesmo no Méxicode Porfírio Diaz (1900-11),11% dosmembrosda elitepolíticatinhampaiscomocupa- çõesdeclassebaixa,como"operário"e"camponês".A partedemembroscompaisde classebaixacrescepara 17%no Méxicorevolucionário(1917-40)e para24%naera pós-revolucionária(1S46-71).21Levandoem contao nascimentono exterior,a elite brasileirapode ser tambémcontrastadacom deputadose senadore3argentinosem trêsmomentosdetransiçãoestudadospor Darío Cantón(1889,1916e 1946).No es- tudodeCantón,nostrêsconjuntosdesenadoresedeputados,osnascidosnoexterior cresceramde 10%a 53%,atingindoestepercentualem 1946.Em contraste,apenas 0,6%daelitebrasileirasecompunhadepessoasnascidasforado paísemenosde4% possuíampelomenosum pai estrangeiro.Ambos os paísestiverama experiênciade imigraçãode massa,masos imigrantesna Argentinaforammaisbem-sucedidosna política,talvezempartedevidoà menorbasepopulacionalnaquelepaís. Legisladoresargentinoschegarama altospostosmaiscedoqueseusparesbrasi- leiros.Em 1889,85%dos últimoshaviamingressadono Parlamentonacionalantes dos40anose4%tinhamocupadopostosprovinciaisantesdos35anos.No estudode Can-tónsobrea eliteargentina,em 1889,89% haviamocupadopostosregionaisou 22Cantón,1966:46,77.Recalculamosospercentuaisparaeliminarnão-respostaseobter Umvalorúnicoparacada(corte,ponderandodeputadose senadorespelonúmeroem cadacàmaraporanoemT1uestão. 23 Putnam, 1976:61. 24Ver"TopÍcal revÍew: the tlicor)' of s(ctoral c1aslies"(LatÍn Al1IerÍcan Research RCI'Íew, v.4, n.3,p.l-114,1969). 25 Putnam,1976:27. 26 Pmfessiol1als, no original.(N. doT) federaisantesdos40anos,comparadoscom35%entrea elitebrasileira.No entanto, entreoscongressistasargentinosde1916e 1946,aparticipaçãodaquelesqueingressa- ram na política antesdos 40 anoscaiu de 69% para41%.Ainda assim,o último percentualerasuperioraoda elitebrasileira.22 Os estudosde outraseliteslatino-americanascitadosna nota 19nãooferecem dadossobreparentesco,masaselitesbrasileirasnãoeramprovavelmenteasúnicasa l??ssuirextensasredesderelações.RobertPutnamobservouque"43% dosministros dosgabinetesquegovernarama Holandaentre1848e 1935eramligadospor paren- tescoa outrosministros;(...) aproximadamenteumsétimodosdeputadosdaTerceira Repúblicafrancesa(1870-1940)possuíarelaçõesentresi; e (...) cercade um décimo detodosos congressistasnorte-americanosentre1790e 1960possuíaparentesque tambémhaviamsido congressistas".23Suspeitamosqueparentescopermaneçacomo umavariávelimerecidamentenegligenciadanamaioriadosestudosdeelitespolíticas. Seoslíderespolíticoslatino-americanosfossemtambémproprietáriosdefábricas,plan· taçõesou fazendas(comono casodeSãoPaulo),estefatonãoalterariadrasticamente nossavisãosobreosconflitossetoriais?24 Assimcomosedáno tocanteaopassadoescolar,asdiversaselitespolíticasparaas quaiscomparamosinformaçõesmostravamumasobre-representaçãodegraduadosuni- versitáriosemfacedapopulaçãoemgeral,numaproporçãode8por 1nosEstadosUnidos paramaisde100por 1paraospaisessubdesenvolvidos.25A elitebrasileirasitua-sepróxi- ma'aofinaldesteespectro,já que93%deseusmembrospossuíamtítulouniversitário. A comparaçãodeocupaçüesécomplicada,vistoquenemtodososautoresutiliza- rammúltiplacodificaçãoequeasdefiniçõeseramdiferentes.De qualquerforma,pro- fissionaisuniversitários26predominamemtodaparte.A elitebrasileirasobressai-seem razãodaaltaproporçãodeseusmembrosqueeramproprietáriosruraisou homensde negóciosdlôalgumtipo.O contrasteéespecialmenteacentuadocomrelaçãoàeliteme- xicana,ondeosproprietáriosruraisnãoconstituírammaisque4% ehomensdenegó- ciosalcançaram6%, respectivamente25%e 34%no casodo Brasil (Smithdedicade fatoumcapítulointeirodeseulivroàausênciadeintcgraçãoentreaseliteseconômicae 93Elites regionais *' Pur outra história das elites Comparações internacionais 92 I I i~li I ,,Ii 27 Higonnet e Higonnet, 1969:132. 2M Campo, Tezanose Santín (1982:129);Daalder e Van Den Berg (1982:225,227). 29 Putnam, 1976:188. 30Lasswell,Lerner e Rothwell, 1952:30. política). O mesmo padrão semanifestano último Parlamentoda Monarquia de Julho, na França (1846-48), na qual apenas13% dos deputadoseram homens de negócios. De todos os deputados burgueses,apenasum décimo tinha ocupaçõesnos negócios. Patrick eTrevor Higonnet comentam que"estesúltimos números sãosurpreendentementebai- xospara um regime que era (...) descrito por Marx e Tocqueville como uma sociedade anônima governando muitos com vistas à vantagem material de alguns poucos (...) a grande maioria não possuia ligaçãodireta com o mundo dos negócios':27 Duas outras elites parlamentares para as quais dispomos de dados ocupacionais são as câmaras de deputados da Espanha e dos Países Baixos. Em sete parlamentos espanh(>is,1879-1979,"empresário" e"fazendeiros", os dois únicos grupos proprietá- rios identificados no estudo destaelite, representavamjuntos, em média, 18% do total dos membros. Na câmara holandesa dos anos 1848-1967,a média em quatro períodos (definidos pela extensão do sufrágio) era de 11%.28 Talvezo mais curioso de todossejao casoda elitepolítica dos EstadosUnidos (1877- 1934),consistindo no presidente,vice-presidentee membrosdo gabinete,dos quais 13% eram homens de npgóciose 2% proprietários rurais. Putnam observa,sobre aslideranças nacionaisnorte-americanasno período 1790-1940,que"aproporção de homens de negó- cios (ou filhos dehomens de negócios)que ingressaramna elitepolítica semanteverelati- vamentepequenae não semodificou essencialmenteao longo do período no qual aAmé- rica passoude uma sociedadepredominantementeagrícolaparauma sociedadepredomi- nantementeindustrial':29Essesdadosestãoem aparentecontradiçãocom um estudoan- terior,sobreosmembrosdo gabinetedosEstadosUnidos, no qualamaioria eraidentificada como de empresáriosdurante o período 1889-1949.De qualquerforma, esteúltimo estu- do mostra que profissionais, maisdo queproprietários, dominaram mesmo naselitesgo- vernamentais(gabinetesnacionais)do Reino Unido, FrançaeAlemanha.3o Se excetuarmos asconstataçõesconflitantes relativasà elite de definição mais res- trita que é estados Estad.osUnidos (isto é, uma elite exclusivamentedo Executivo), o baixo nível de participação dos proprietários é notável em toda parte, à exceçãodo Brasil. A única elite que se aproxima à do Brasil no concemente à participação de proprietários é a da Argentina. Eram proprietários entre 24% e 45% dos parlamenta- res argentfnos nos três est,udosde Cantón, com a média ponderada de 31%. Estesnú- meros ainda são inferiores em um terço ao resultado brasileiro de 47%. O estudo de José Luis de Imaz sobre a elite argentina inclui empresários em suas "equipes gover- )1 Imaz, 1970:27. 32 Nagle (I977:233, 248-49);Miliband (1969:66). 33Miliband, 1969:68. 34 Sobrea idéia da "relativaautonomia"no Brasil, ver Faoro (1975). Sobre o período em análise,conferir Font (1987). Para a literatura sobre a "relativa autonomia" em outros períodos da história brasileirae o argumentode que as políticas do Estado favoreceram interesseseconômicosrepresentadosno governo,ver Love e Barickman ( 1986),e a réplica de Joseph Lave a Maurício Font (Love, 1989). °5Elites regionais nantes"que,presumivelmente,incluem tambémos proprietários de terra. Empresários constituíram entre 8% e 16% das equipes de 1936, 1941 e 1946,caíram em 195i e subiram, então, para 24% e 32% nasequipes de 1956e 1961.3J Assim, a elite política brasileirapareceter sido mais amplamente penetradapelos proprietários do que foram outraselites.Ainda que não haja tendência de predomínio de proprietários nas elitespolíticas ocidentais, as pesquisasnão provaram definitiva- mentesuanão-representatividade.Aliteraturamostraqueaselitespolíticas tendemigual- mentea ser formadas por profissionaisde origem relativamenteprivilegiada, ligados a proprietários atravésde laçoseconômicose sociais,ou ser formadas (em menor núme- ro) pelos proprietários elesmesmos.32Como afirma Ralph Miliband, "a razão paraatri- buir importância considerávelà composiçãosocial da elite do Estado em paísescapita- listas avançados reside na forte suposiçãode que esta influencia seus pontos de vista, suasdisposiçõesideológica~esuastendênciaspolíticas".33Estaafirmação pareceemprin- cípio válida para a elitebrasileira,quemanifestamentenão sesentia muito pressionada para representaros interessesdasclassestrabalhadorasdo campo e da cidade, isso para não citar outros grupos excluídos- não-brancos, mulheres e imigrantes. Para serclaro, nossadescobertasobrea relativamenteelevadaparticipação de pro- prietários no Brasil deveser percebidacomo aproximada. A codificação profissional múltipla no caso de algumas elites (incluindo a brasileira) aponta para percentuais maiores que a codificação simples.Os dados de Putnam, para os Estados Unidos, e de Smith, para o México, erarr.,quanto à ocupação, codificados apenas no momento de entrar na elite, e as definições ocupacionais não eram idênticas. A elite brasileira pos- sui maior proporção de paulistas do que realmente haveria em um estudo nacional, ainda que Minas gerais e mesmo Pernambuco apresentemuma participaçãO relativa- menteampla de proprietários. Paulistase mineiros pesaram mais no processo político do que indica o seu número de ministros e presidentes. Não obstante, dentro destes limites, o fato de o Brasil sobressair-seem relação ao grau de ocupação de posiçôes políticas pelos proprietários tendealevantardúvidas - ao menos no que éconcernente aos anos estudados - quanto à tão propalada hipótese da "relativa autonomia" do Estado brasileiro em facedos interesseseconômicos.34 Por outra história das elites94 i ~\ ~ ~ i! ti °6 Por outra história das elites Elites regionais-- 97 1 I I I ; ia. Referências bibliográficas CAMPO, Salustianodei; TEZANOS, JoséFélix; SANTÍN, Walter.The Spanishpoliticalelite: permanencyand change.In: CZUDNOWSKI, Moshe (Ed.). Doesl,"hogovemsmatta? Elite circulationin contemporarysocieties.DeKalb:NorthernllIinoisUniversityPress,1982.p.125-153. CANTON, Dado. EI parlamentoargentinoen épocasdecambio:1890,1916Y 1946.Buenos Aires: Editorial del Instituto, 1966. CARVALHO, José Murilo de. Elites and State-building in 8mzil. Tese (Doutorado) _ Stanford University, 1974. ----,. 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