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A ética protestante e o espírito do capitalismo (material introdutório)

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A ética protestante e o espírito do capitalismo , Max Weber
Prefacio, de cunho introdutório da obra.
Weber avalia a história pelo ângulo do desenvolvimento do capitalismo. 
Para ele o capitalismo é um espírito, uma mentalidade, que não busca 
simplesmente o lucro e o acúmulo de riquezas. E apesar dessa mentalidade 
capitalista sempre ter existido na China, na Índia, no Egito, as forças mágicas 
e religiosas formavam a visão de mundo e influenciavam a conduta, o que 
prejudicava a racionalidade econômica. O Ocidente, ao contrário do Oriente, 
possuía uma cultura onde o racionalismo era muito peculiar. Foi o Ocidente, o 
criador do instrumentalismo e da racionalização. O Ocidente desenvolveu uma 
forma muito diferente de capitalismo, com a organização sistemática da 
mão de obra livre, e a utilização da ciência e da tecnologia. 
Para Weber, o espírito do capitalismo se desenvolveu a partir de dois 
aspectos: primeiro, era necessário 
homens de negócio e grandes capitalistas; em segundo, operários 
qualificados e de alto nível, e pessoal especializado (tecnologicamente e 
comercialmente). Esses componentes sociais coincidem no fato de serem 
majoritariamente protestantes. O protestantismo, principalmente o calvinismo, foi 
a força espiritual, o fator cultural que impulsionou o espírito capitalista no 
Ocidente. A doutrina Calvinista fundou uma moral individual e econômica 
favorável ao capitalismo e foi esta teologia que segundo Weber, deu ao 
capitalismo ocidental força e originalidade. 
A doutrina Calvinista fundamenta-se na predestinação, onde o homem é 
salvo ou condenado de acordo com a vontade de Deus, vontade essa que é 
insondável e misteriosa. Só pela graça o homem pode ser salvo, porque todos 
pecaram e destituídos estão da glória de Deus. E o homem em toda a sua vida tem 
que servir unicamente para a glória de Deus. O homem ganha a salvação, mas não 
a merece. sendo os valores culturais um fator de mudança, os valores da 
doutrina da predestinação trouxeram algumas consequências que influenciaram a
evolução do capitalismo, como: direcionou o crente para atividades econômicas, 
o trabalho deveria ser produtivo e contínuo (a preguiça era pecado), as 
crianças deveriam aprender a trabalhar desde cedo, em sua hora de descanso deveriam 
levar uma vida pura, sem provar dos prazeres carnais e materiais. Então o 
crente acumulava riquezas (que não eram para o seu bel-prazer) e ao invés de 
gastar, empregavam sua riqueza em novas atividades econômicas e produtivas. O 
homem era apenas o administrador dos bens materiais na terra, e deveria 
fazê-los frutificar. Todo crente também deveria ter o mínimo de conhecimento, 
para poder ler a palavra de Deus. 
Dessa forma a ética protestante calvinista incentivava os seus fiéis a 
terem uma vida de trabalho que os fazia enriquecer. Não acreditavam em 
pensamentos mágicos e pregavam o autodomínio e valorizavam o conhecimento, o 
que impulsionou a organização racional da vida, do trabalho e das atividades 
econômicas.

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