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SEMINÁRIO HIDATIDOSE

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Bianca Ferreira Camaz
Larissa Rodrigues Macedo
Luiza Nobre Morado
Marcella Esteves Vita Santos
Marco Antônio Chaves Pombo Filho
HIDATIDOSE
Introdução:
Hidatidose é uma doença causada por parasitas do gênero Echinococcus;
A OMS reconhece 4 espécies do gênero Echinococcus: Echinococcus granulosus, Echinococcus multilocularis, Echinococcus oligarthrus e Echinococcus vogeli;
Na América do Sul, a Hidatidose é uma infecção parasitária de grande relevância tanto em animais quanto em humanos;
No Brasil são encontradas em áreas altamente desenvolvidas em contraste com outras bastante pobres, a prevalência e o espectro parasitário variam muito. Essa variação se deve a diversos fatores: socioeconômico, educacionais, sanitários e ambientais. 
História:
O cisto hidático, estágio larval do gênero Echinococcus, já era conhecido na Antiguidade (a.C.). Porém, somente por volta de 1780, é que as “vesículas cheias de água” presentes em pacientes humanos e ovinos foram relacionadas com os pequenos parasitos do intestino delgado de cães;
Na América do Sul, os primeiros relatos de hidatidose datam de 1860 e 1870, na Argentina e dez anos após, no Uruguai;
No Brasil, os primeiros registros ocorreram no início do século XX, no Rio Grande do Sul.
Agente Etiológico:
O gênero Echinococcus pertence ao filo Plathyhelminthes, Classe Cestoda, família Taeniidae;
Das quatro espécies apresentadas, o Echinoccus granulosus é o de maior importância;
Verme adulto
Ovo
Cisto Hidático
Protoescólece
Protoescólece 
desinvaginada
Morfologia:
E.Granulosus durante seu desenvolvimento apresenta-se de 3 formas: 
 Parasito adulto, presente no intestino delgado dos cães;
 Ovo, eliminados com as fezes dos cães; e
 Forma larval, conhecida como cisto hidático, presente nas vísceras dos hospedeiros intermediários.
Morfologia:
Parasito adulto:
 É pequeno, mede de 4 – 6mm. 
 Escólex globoso ou piriforme, com 4 ventosas e um rostro armado
com 30 a 40 acúleos ou ganchos dispostos em duas 
fileiras. 
 Colo curto
 Estróbilo constituído por 3 a 4 proglotes:
- 1ª: imatura, com órgãos genitais ainda não totalmente
desenvolvidos. 
2ª: madura, com órgãos genitais masculinos e femininos e poro 
genital, localizado à margem da proglote, onde abre-se a vagina
e a bolsa do cirrus.
- 3ª: útero.
Morfologia:
Ovos:
São ligeiramente esféricos, medem 32 μm de diâmetro
e são constituídos por uma membrana externa,
denominada embrióforo, contendo no seu interior a
oncosfera ou embrião hexacanto, onde estão presentes
seis ganchos ou acúleos.
Morfologia:
Cisto hidático:
Forma arredondada, com dimensões variadas, dependendo
da idade do cisto e do tecido onde está localizado.
É formado por 3 membranas e outras estruturas:
 Membrana adventícia;
 Membrana anista ou hialina;
 Membrana germinativa ou prolígera;
 Vesículas prolígeras;
 Protoescólece ou escólex invaginado;
 Líquido hidático; 
 Areia hidática;
 Cistos hidáticos anômalos.
Corte transversal de cisto E. granulosus 
Protoescólex do cisto hidático removido do tecido pulmonar (HE)
Protoescólex liberadas do cisto hidático 
Ciclo Biológico:
Epidemiologia:
 Na América Latina, segundo estimativas, há cerca de 500.000 pessoas infectadas com o cisto hidático. Com alta prevalência em áreas rurais do Chile, Argentina, Uruguai, Peru e Brasil;
Epidemiologia:
A hidatidose é uma doença rural com ampla distribuição geográfica;
As regiões de maior prevalência têm tradição na criação de ovinos e no manejo desses animais utilizam o cão;
Mesmo sendo uma doença conhecida e apesar das inúmeras campanhas de controle implantadas, a hidatidose continua sendo um grave problema de saúde pública;
Casos isolados de hidatidose, causados por E.granulosus, têm sido registrados em outros Estados, como: São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Maranhão;
Patogenia e Sintomas:
Evolução dos cistos é lenta;
Cistos pequenos, bem encapsulados e calcificados, podem permanecer assintomáticos;
A patogenia depende dos órgãos atingidos, locais, tamanhos e nº de cistos;
Principais órgãos atingidos: fígado e pulmão;
Hidatidose Hepática:
Mais de 80% dos cistos são encontrados no lobo direito;
Os cistos podem estar situados profundamente no parênquima ou superficialmente, logo abaixo da cápsula hepática. Quando ocorre essa localização mais profunda, pode comprimir o parênquima, vasos e vias biliares;
Sintomas:
Distúrbios gástricos;
Sensação de plenitude pós-prandial;
Icterícia (coloração amarela dos tecidos) , hipertensão portal (ascite);
Quando há ruptura do cisto hepático, existe grande possibilidade de formação de cistos-filhos em vários órgãos da cavidade abdominal e peritonial;
Hidatidose Pulmonar:
O parênquima pulmonar oferece pouca resistência ao crescimento do cisto, que pode atingir grandes dimensões, comprimindo bronquíolos e alvéolos;
Sintomas:
Cansaço ao fazer esforço físico;
Dificuldade de respirar;
Tosse com expectoração (presença de sangue);
Podemos observar a presença de protoescóleces e fragmentos de membrana prolígera no material de expectoração; 
Membrana cística (setas maiores) e líquido
dentro do cisto (setas menores.
Casos raros:
A ruptura dos cistos podem causar febre, urticaria, eosinofilia, e choque anafilático, bem como a disseminação do cisto para outros órgão como:
Cérebro: o tecido cerebral apresenta pouca resistência e os cistos evoluem rápido, com sintomas neurológicos de acordo com a localização;
Ossos: o cisto invade os locais do tecido ósseo e sofre estrangulamentos, que muitas vezes expõe a membrana germinativa com a formação de cistos filhos. Os cistos ficam ativos nesse tecido por vários anos, o paciente conserva bom estado geral, sendo muitas vezes o diagnóstico realizado no momento de fraturas do osso, que está fragilizado pela destruição do tecido;
Imunologia:
Infecções experimentais em animais mostram a partir da 2ª a 11ª semana altos níveis de IgG , infecções iniciais desencadeiam uma reposta inflamatória com neutrófilos e macrófagos, 3 a 5 dias pós-infecção ocorre um aumento de leucócitos e 25-30 dias pós-infecção eosinófilos,linfócitos e monócitos
Em infecções humanas, os anticorpos séricos IgG1, IgG4 e IgE são antiantígenos de líquidos hidáticos, sendo capazes de estimular diferentes populações de células T. A elevada produção de IL4 , IL5, IL6 e IL10 em pacientes com hidatidose indica a ativação das células Th2, mas também o IFN-y é produzido , sugerindo que a resposta imune a esse parasito é regulada também pelas células Th1. 
Th2 relacionada com a resposta à suscetibilidade à doença, enquanto as Th1 estão relacionadas com a imunidade protetora.
 
Diagnóstico:
Clínico: Exames físicos que detectam massas palpáveis, semelhantes a tumores;
Laboratorial: 
	Testes sorológicos:
Imunodiagnóstico por imunodifusão arco 5;
Hemaglutinação;
RIFI;
ELISA;
Imunoblot;
Métodos de imagens: Radiografia, Ecografia, Ultra-sonografia, Cintilografia, Tomografia e Ressonância Magnética;
Laparoscopia: utilizada quando não se tem uma confirmação da abrangência e da condição do cisto.
Prevenção:
Vacinas: têm mostrado resultados animadores. Um estudo na Nova Zelândia, Austrália, China e Argentina, com ovinos vacinados com a proteína recombinante EG95, mostrou proteção de 95% com imunidade transferida aos cordeiros através do colostro das mães vacinadas
Tratamento:
Cirurgia
Medicamentos:
Mebendazol
Albendazol Quimioterapia
Albendazol + Praziquantel
PAIR (Punção, Aspiração, Injeção e Reaspitação do cisto)
Bibliografia:
CDC (Center for Diases Control and Prevention: http://www.cdc.gov/dpdx/echinococcosis/index.html
Parasitologia Humana: David Pereira Neves, Alan Lane de Melo, Pedro Marcos Linardi e Ricardo W. Almeida Vitor – 12ª edição
Parasitologia – Rey, Luís Parasitos e Doenças Parasitarias do Homem nos Trópicos Ocidentais - 4ª Ed.
Scielo: http://www.scielo.org/

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